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Unidade I

TRANSFORMAÇÕES
HISTÓRICAS CONTEMPORÂNEAS

Profa. Monica Buratto


O olhar sobre o passado

 Para podermos compreender as transformações históricas


contemporâneas é indispensável que nos reportemos às
origens históricas que contribuíram para houvessem as
mudanças que experimentamos hoje em dia. Se vivemos
em um mundo predominantemente capitalista, em que a
maneira de viver é determinada por esse sistema econômico,
então devemos ir às raízes desse fato, ou seja, no surgimento
da burguesia e do capitalismo.
 Antes, porém, veremos como os pensadores estudavam
e estudam a história, qual método de abordagem utilizavam
e utilizam para podermos entender melhor qual abordagem
usar na compreensão desses fatos históricos.
A Teoria da História – o olhar sobre o passado

 A compreensão do passado humano ocorre a partir das pistas


deixadas pelo ser humano e pelo grupo. Essas pistas podem
ser escritas, materiais não escritos, imateriais, dentre outras
que não estão registradas fisicamente e, quando investigadas
minuciosamente, auxiliadas por técnicas e métodos, leva o
pesquisador a uma fidedignidade dos fatos pesquisados.
 No decorrer da própria história, os pesquisadores elaboraram
teorias distintas e concepções para se estudar o passado
e com diversas práxis (prática) para apreender o objeto
histórico. É o que podemos chamar de Teoria da História.
Século XIX – Teoria da História

 Positivismo: teoria desenvolvida por Augusto Comte por volta


do século XIX. Essa concepção defendia o conhecimento
científico como único e verdadeiro e os fatos históricos
deveriam ser comprovados por métodos científicos
reconhecidos. Tinha grande fé na ciência e rejeitava qualquer
tipo de crença. Ligava-se ao humanismo e ao evolucionismo
(as sociedades europeias eram mais evoluídas do que outras).
Para eles, a história era descritiva, factual e episódica.
 Historicismo: expoentes – Leopold Ranke, Johann Gustav
Droysen, Wilhelm Dilthey, Hans Georg Gadamer, Paul Ricouer,
Benedetto Croce e Karl Mannheim. Características: atenção à
subjetividade do sujeito que constrói a história e método de
abordagem parecido com o das Ciências Sociais.
Século XIX – Teoria da História

 Materialismo histórico: abordagem teórico-metodológica


desenvolvida por Karl Marx e Friedrich Engels. Vinculava o
estudo da história com o estudo da economia. Características:
compreensão da história a partir do materialismo histórico e
materialismo dialético; a dialética refere-se às contradições da
sociedade surgidas a partir do modo de se produzir; o método
dialético compreende que qualquer fenômeno não pode ser
explicado ou dissociado dos outros fenômenos que o
circundam; a natureza está sempre se transformando, está
sempre em transição; a vida material determina a vida social e
política do indivíduo: as forças de produção, isto é, o modo de
se produzir em uma sociedade determina a vida do indivíduo
nesta sociedade.
Novos paradigmas da Teoria da História – século XX

 Escola dos Annales nasceu na França, em 1929, com Marc


Bloch e Lucien Febvre (1ª fase), Fernand Braudel (2ª fase –
1950), Jacques Le Goff e Pierre Nora (3ª fase – 1970) e Georges
Duby e Jacques Revel (4ª fase – história cultural). Foram contra
a história tradicional, factual e a história política, incorporaram
à história métodos utilizados nas Ciências Sociais, utilizavam
estudos de documentos arquivados e outras fontes históricas,
história social e interdisciplinaridade. No Brasil, os trabalhos da
historiadora Mary Del Priore se aprofundaram na história das
mentalidades.
 Nova história: Jacques Le Goff e Pierre Nora (história das
mentalidades): todos os seres humanos são portadores de uma
história, estudo do homem comum; estudo do mundo
rural e estudo multidisciplinar.
Novos paradigmas da Teoria da História – século XX

 Micro-história foi concebida por Carlo Ginzburg e Giovanni


Levi (1981 e 1988). Essa abordagem se utiliza de recortes
temáticos da história, favorecendo o sujeito individual,
privilegia fatos relevantes específicos dentro do contexto
estudado que são desprezados em outras abordagens e
analisa a história do cotidiano.
 História cultural: Peter Burke (1970). Conexão entre a história e
a antropologia, história das classes baixas, pessoas comuns
como objeto de estudo, história do corpo, história da música,
literatura e da arte, imaginário cultural, identidade individual e
formas linguísticas de apreensão da realidade.
O pensamento contemporâneo sobre a história

 Michel Foucault (1926-1984) elaborou um estudo sobre os


sistemas de exclusão gerados pelo Ocidente: a ciência médica
e psiquiátrica que preconizava a loucura, os sistemas de
vigilância, as prisões e a sexualidade.
 Escola Inglesa: representada por Edward Thompson (“História
da classe operária inglesa”), Eric Hobsbawm (“A Era do
Capital” e “A Era das Revoluções”) e Raymond Willians
(História Social). Estavam ligados à historiografia marxista e
elaboraram uma investigação criteriosa sobre classes
operárias inglesas, como fez Thompson.
 Quantitativismo (anos 1970) iniciado na história econômica,
abrange os estudos sócio-históricos, recorrendo à estatística
e à quantificação.
Interatividade

Assinale a alternativa incorreta sobre o estudo da história.


a) O estudo da história pode estimular a memória do grupo social e
incentivar um sentimento de pertencimento àquele grupo.
b) O conhecimento histórico nos leva a uma emancipação e liberdade
ao reconhecermo-nos como sujeitos e agentes históricos.
c) Várias abordagens no modo de se pensar a história que variam de
acordo com a época em que o pensamento foi concebido e que
refletem no modo de se abordar a história.
d) A questão da subjetividade no conhecimento da história e as
diferentes visões que os historiadores têm perante os fatos não
têm importância na análise histórica.
e) Não é possível compreender a história do povo brasileiro sem
antes analisarmos a história de Portugal e transferência de
grande parte da sua cultura para o Brasil.
Resposta

Resposta “d”
A questão da subjetividade no conhecimento da história e as
diferentes visões que os historiadores têm perante os fatos não têm
importância na análise histórica.
O mundo moderno e suas transformações:
uma introdução

 A passagem do feudalismo para o capitalismo – com as


melhorias no sistema produtivo no interior do feudo e o
aperfeiçoamento das técnicas agrícolas, como o surgimento
da charrua, tipo de arado de ferro que facilitava o cultivo,
além da rotação dos campos de produção e moinhos de
ventos, a produção aumentou e houve um significativo
aumento da população.
 Com o desejo da nobreza, dona dos feudos, em aumentar os
tributos e as obrigações devidas pelo servo, houve uma fuga
de parte dos camponeses para as cidades, já que estas não
apresentavam mais perigos de invasões. Ocorreu um
verdadeiro êxodo rural.
O mundo moderno e suas transformações:
uma introdução

 Camponeses marginalizados e nobres excluídos do direito


de herdar bens de seus pais que não tinham terras para deixar
aos seus filhos foram convocados pela Igreja para as guerras
(Cruzadas) no Oriente. Eles entraram em contato com
produtos e culturas diferentes. As mercadorias trazidas do
Oriente foram entrando na Europa e provocando uma
verdadeira transformação no sistema de trocas.
 As feiras medievais, local onde os comerciantes faziam
seus negócios, dinamizaram-se com a introdução de novos
produtos, a recirculação das moedas e a reinvenção das
trocas comerciais. Muitos locais se transformaram em
cidades. Os burgueses (habitantes do burgo), originários
da fuga dos feudos, dinamizavam o comércio local e
mudaram o sistema feudal.
As cidades medievais como precursoras do
pré-capitalismo

 O crescimento das cidades medievais está vinculado à


produção de excedente agrícola e ao aumento demográfico
assistido na Europa ocidental. Essas cidades surgiram por volta
do século XI. A população urbana era formada pela chamada
burguesia que se dedicava ao comércio e ao artesanato, ao
passo que no campo viviam a nobreza e o clero, em que servos
remanescentes produziam alimentos e se dedicavam à criação
de animais. O campo abastecia as cidades.
As cidades medievais como precursoras do
pré-capitalismo

 Os produtos fabricados nas cidades eram realizados de forma


manual e confeccionados, em geral, por um indivíduo, os
artesãos, com a ajuda de aprendizes. As atividades de padaria,
metalurgia, ourivesaria, carpintaria, alfaiataria, tecelagem,
tinturaria, entalhe de pedras etc. abasteciam os moradores do
campo e da cidade.
 Os alimentos que guarneciam as cidades provinham do campo,
que continuava a produzir gêneros agrícolas, tais como:
cereais, vegetais, carnes bovinas, de porco e de frango; leite e
peixe. Produziam vinho e vinagre. Com o tempo, as especiarias
vindas do Oriente, como cravo, canela e noz-moscada
passaram a abastecer as cidades, mas apenas a nobreza tinha
condições de consumir os produtos importados da
China e da Índia.
As cidades medievais como precursoras do
pré-capitalismo

 Havia, ainda, os ricos comerciantes ou mercadores que


abasteciam as feiras medievais dos produtos importados e os
banqueiros que guardavam o dinheiro dos comerciantes
mediante uma taxa, os juros de mora. Esses tinham um grande
poder econômico nas cidades.
 Muitas cidades eram franqueadas, os habitantes tinham que
pagar uma franquia ao senhor feudal local. Com o tempo, a
população foi adquirindo certa autonomia e liberdade e se
transformaram em comunas.
 Politicamente, as cidades medievais eram dominadas pelos
senhores feudais que detinham a maioria das terras; mas, com
o tempo, a nobreza e os senhores perderam seu poder para a
ação política dos reis.
Crise econômica nos séculos XIV e XV

 Com a fuga dos servos do feudo, a produção feudal crescia


pouco ou ficava estagnada, causando uma baixa produção e
um abastecimento incipiente de alimentos para as cidades.
Isso enfraqueceu o organismo dos indivíduos que ficaram
sujeitos às doenças. Ocorreu a peste negra (doença do rato)
no século XIV, dizimando 25 milhões de pessoas, tanto do
campo quanto da cidade.
Crise econômica nos séculos XIV e XV

 As doenças provocaram uma retração da produção no campo,


não havia quem produzisse alimentos para serem
comercializados nas cidades. Sem alimentos, os citadinos
ficavam mais vulneráveis ainda às doenças que se espalhavam
rapidamente, ocasionando mortalidade fulminante. A crise de
retração, ocorrida no século XIV, suspendeu o
desenvolvimento da economia, fazendo com que houvesse
uma baixa na produção e no consumo.
Do pré-capitalismo ao capitalismo comercial

 A primeira fase do capitalismo, o pré-capitalismo, corresponde


à primeira fase do capitalismo e surgiu por volta do século XII.
Caracterizou-se pela produção de bens não apenas para
consumo imediato, mas sim para trocas, engendrando um
quadro mercantil.
 A partir do século XVII, o capitalismo comercial se desenvolve
como decorrência do acirramento das atividades mercantis,
inaugurando uma nova etapa econômica para o mundo, não
apenas para a Europa, pois estavam envolvidos produtores
e consumidores.
 Nesse período intensificou-se a procura de novas rotas
comerciais pelos europeus a fim de adquirir mercadorias
estrangeiras e, com isso, a possibilidade de ampliação
de mercados e de capital sem o intermediário.
Fases do capitalismo

 Pré-capitalismo = séculos XII a XV.


 Capitalismo comercial = séculos XVII a XVIII.
 Capitalismo industrial = século XVIII.
 Capitalismo financeiro = séculos XIX ao XX.
Interatividade

Assinale a alternativa correta sobre o capitalismo comercial:


a) Podemos reconhecer que a denominação “comercial” provém
da preponderância do capital mercantil sobre a produção e não
tem relação com o trabalho assalariado.
b) As relações de mercado como características do capitalismo não
estão definidas ainda no período do capitalismo comercial.
c) No pré-capitalismo, o produtor independente, artesão, vendia o
produto de seu trabalho, bem como o seu trabalho.
d) Quem tinha a maior parcela de lucro é quem comprava e
revendia a mercadoria, assim como o produtor da mercadoria.
e) A fase de acúmulo de capital nas mãos dos comerciantes que
controlavam o mercado implicou no investimento da produção
de mercadorias, dando origem ao capitalismo industrial
do século XII.
Resposta

Resposta “a”
Podemos reconhecer que a denominação “comercial” provém da
preponderância do capital mercantil sobre a produção e não tem
relação com o trabalho assalariado.
O mercantilismo e a expansão marítima europeia

 A formação das Monarquias Nacionais: para que ocorresse um


desenvolvimento comercial intenso e acúmulo de riquezas, os
mercadores precisavam da proteção de um governante forte
que os representasse, regulamentasse leis, que garantisse a
ordem e a segurança e que organizasse as trocas comerciais
com outras regiões e essa ajuda veio pelo fortalecimento do
poder real.
 O rei se beneficiava com a movimentação da economia, pois os
impostos pagos pelos mercadores para que governasse
aumentava seu poder e lhe conferia maior prestígio perante o
reino e por outros reinos.
Mercantilismo: o acúmulo de capital

 O rei adotou, então, um conjunto de práticas para facilitar o


desenvolvimento do comércio e para obter e preservar
riquezas em suas nações. Isso se deveu aos descobrimentos e
à colonização de terras capazes de oferecer produtos
primários por meio da sua exploração.
 Portugal e Espanha se tornaram os pioneiros nas descobertas
de terras que fornecessem matérias-primas. Já a Inglaterra se
destacou no mercantilismo comercial e a França se
especializou no mercantilismo industrial com suas
manufaturas de luxo.
Mercantilismo – características

 Metalismo ou Bulionismo: ideia de acúmulo de metais


preciosos, principalmente ouro e prata – quanto mais a nação
tivesse esses metais, mais seria rica. Para isso, seria
necessária a procura de um lugar que tivesse disponível os
metais desejados, a posse das colônias e a disputa colonial
entre as nações. Portugal e Espanha foram os pioneiros na
corrida colonial.
 Balança de comércio favorável: as nações deveriam exportar
mais do que importar. Assim, as moedas não saíram do
território de uma forma descontrolada. Os países exportavam
muitos produtos, principalmente as manufaturas de luxo, para
as colônias e outras nações e recebiam matérias-primas
enviadas pelas colônias quase de graça
(sistema colonial).
Mercantilismo – características

 Pacto Colonial ou Exclusivo Colonial: as colônias europeias


na América deveriam fazer comércio apenas com suas
metrópoles. A conquista e a exploração das colônias
favoreceram o vender caro (Europa) e comprar barato
(colônia). O sistema colonial transferiu lucros para a
burguesia mercantil, aumentou o poder do rei e aumentou a
riqueza nacional. Não era permitido que a colônia produzisse
qualquer produto manufaturado e nem comprasse de
produtores estrangeiros, ela deveria comprar tudo da
metrópole, enquanto fornecia a elas matérias-primas.
 Protecionismo: política que restringia as importações com
pesadas taxas alfandegárias e até mesmo proibia a entrada de
artigos importados no país. Isso estimulava a indústria
nacional.
Relações internacionais do século XVI e a
Revolução Comercial

 Os séculos XVI e XVII, na Europa, foram marcados pela


Revolução Comercial. Essa mudança foi resultado da formação
gradativa de mercados nacionais, devido ao intenso comércio
que vinha alterando o cenário econômico de várias regiões da
Europa como as cidades italianas de Gênova e Veneza, que
desde o século XI vinham monopolizando as relações
comerciais entre o Ocidente e o Oriente (Alexandria e
Constantinopla).
 A verdadeira revolução no comércio só se concretizaria se os
Estados nacionais emergentes quebrassem o monopólio
comercial das cidades italianas e se lançassem em busca de
novos mercados e formas que pudessem baratear o produto
importado do Oriente.
Relações internacionais do século XVI e a
Revolução Comercial

 A procura de novas rotas comerciais que não fossem as rotas


terrestres, já dominadas e ocupadas pelos mouros, a busca
por metais preciosos que suprissem a nova ordem monetária
europeia, a conquista de novos lugares que fornecessem
matérias-primas e alimentos, assim como a disposição e o
interesse real em patrocinar as expedições marítimas
(mercantilismo) transformaram a Europa em um continente
muito rico.
 Os produtos coloniais, a exploração de metais preciosos e o
escravismo tornaram muitos comerciantes endinheirados,
além de outras camadas da sociedade, tais como pequenos
comerciantes, senhores de terras coloniais, camadas médias
da população e ainda revolucionaram as relações
internacionais.
Colonizações do século XV

 A expansão portuguesa: África, Índia, China, Japão e Brasil.


 A expansão espanhola: América.
 A expansão francesa: América do Norte e Antilhas.
 A expansão inglesa: América do Norte.
 Colônias holandesas: América do Sul e Antilhas.
Interatividade

Sobre o mercantilismo e suas implicações é correto afirmar:


a) A burguesia mercantil não se fortalecia com a organização da
expansão comercial promovida pelo rei, pois tinha que pagar
muitos tributos a ele.
b) Com a centralização política nas mãos de vários governantes em
um só reino, eles passaram a concentrar recursos.
c) O fracasso de uma autoridade central possibilitou o surgimento
de uma língua nacional, autonomia e identidade da jovem nação.
d) Os reis europeus adotaram um conjunto de práticas para facilitar
o desenvolvimento do comércio e para obter e preservar
riquezas em suas nações.
e) A Inglaterra se destacou no mercantilismo industrial e a França
se especializou no mercantilismo metalista em suas colônias.
Resposta

Resposta “d”
Os reis europeus adotaram um conjunto de práticas para facilitar
o desenvolvimento do comércio e para obter e preservar riquezas
em suas nações.
A colonização europeia na América e o
Condado Portucalense

A fim de compreendermos a história do Brasil desde os seus


primórdios, devemos conhecer a história de Portugal, assim
como procurar entender como se formaram as monarquias e
como os reis utilizaram as técnicas mercantilistas para
promover o desenvolvimento do Estado português. Cronologia:
 1139 – formação de Portugal – 1º rei: Dom Afonso Henrique
(Dinastia de Borgonha).
 1383 – Revolução de Avis – rei: D. João de Avis.
 1413 – Portugal inicia a expansão ultramarina.
 1494 – Tratado de Tordesilhas.
O Brasil Pré-Colonial (1500-1530)

Cronologia:
 1500 – descoberta intencional do Brasil – Pindorama (palavra
de origem tupi: Pi’dob: palmeira + orama: terra das palmeiras).
 1501 – 1ª expedição exploradora comandada por Gaspar de
Lemos e Américo Vespucci – verificação do pau-brasil.
 1503 – 2ª expedição: Gonçalo Coelho e Américo Vespucci –
contrato entre comerciantes: Fernão de Noronha e o rei para a
exploração do pau-brasil.
 1504 – introdução do sistema de capitanias hereditárias.
 1515 – expedição de reconhecimento da costa brasileira.
 1516 – expedição de defesa de Cristóvão Jacques.
 1526 – 2ª expedição de defesa.
O Brasil Pré-Colonial (1500-1530)

 É com Martin Afonso de Souza que se inicia a colonização


portuguesa. Ele trouxe 400 homens, animais e mudas de
plantas. Formou a vila de São Vicente e o nosso primeiro
engenho de cana-de-açúcar. Entrou também em contato com
os líderes indígenas locais, dentre os quais um português
chamado João Ramalho, que, segundo se conta, já estava em
nosso país desde 1497. Iniciada a colonização, também
começou a escravidão indígena. Muitos colonos, já
acostumados com o serviço escravo na corte, quiseram
obrigar os índios a trabalhar em suas lavouras. Os padres
jesuítas, interessados em sua catequese, foram contra.
O Brasil Pré-Colonial (1500-1530) – primeiros
habitantes

 Povos nômades vieram à América por volta de 40 mil anos


atrás. Um desses povos deu origem ao tupi-guarani, uma das
sete grandes famílias que constituíam o grupo linguístico
Macro Tupi. Iniciou-se a migração desses povos pelo rio
Amazonas, devido ao crescimento demográfico e à
desertificação do território tribal, chegando ao litoral do Brasil
e expulsando os tapuias (os outros) que eram do grupo
linguístico Jê e que também já haviam expulsados os
habitantes originais do litoral, os chamados homens dos
sambaquis. Entre o grupo linguístico Jê encontravam-se os
aimorés, os timbiras, os caiapós e os xavantes.
O Brasil Pré-Colonial (1500-1530) – primeiros
habitantes

 Organização das tribos: tabas – aldeias independentes,


formada por várias malocas, dispostas em volta de uma praça
central. Cada maloca abrigava várias famílias e tinha um chefe,
o morubixaba. Todos obedeciam um conselho de pessoas
mais velhas e ao chefe religioso: o pajé.
 Atividades econômicas: caça, pesca, coleta de frutos e raízes e
agricultura (milho e mandioca). Não praticavam o pastoreio
nem o comércio. Fabricavam utensílios de cerâmica, pedra,
madeira, ossos e fibras vegetais.
 Organização social: muitos grupos praticavam a poligamia e
havia divisão sexual do trabalho.
 Herança cultural: rede para dormir, mandioca, milho, guaraná,
ervas medicinais, canoas, jangadas, coivara, cipó,
danças, palavras indígenas, cânticos etc.
Pau-Brasil e Capitanias Hereditárias

 O pau-brasil foi a primeira forma de exploração do Brasil,


Ibirapitanga, como era chamado pelos índios; devido à tinta
que soltava, após a fervura era chamado de pau tinta. Era
levado para a Europa e comercializado para o tingimento de
tecidos. A mão de obra utilizada para a extração do pau-brasil
era indígena e o pagamento era na forma de quinquilharias
(escambo: uma troca de mercadoria por outra) e a madeira era
armazenada nas feitorias.
 O rei de Portugal doou a 12 donatários ou capitães donatários
(ricos portugueses) 15 lotes de terra. Os donatários recebiam
apenas a posse e deveriam explorá-la por conta própria: ela era
alienável, hereditária e indivisível. Apenas duas capitanias
tiveram êxito: São Vicente (Martim Afonso de Souza) e
de Pernambuco (Duarte Coelho).
O Brasil Colonial (1531-1822) – sociedade açucareira

 Sociedade açucareira (1580-1700): a cana-de-açúcar já era produzida


nas ilhas do Atlântico (Madeira, Açores e Cabo Verde) desde o início
do século XV. Os primeiros engenhos foram instalados em São
Vicente. Com a ocupação do Nordeste, o litoral e seu solo (massapé)
tornaram-se excelentes para o cultivo da cana-de-açúcar. A
agroindústria açucareira era formada por: casa-grande, capela,
senzala e terras. Os holandeses financiavam os equipamentos e
distribuíam o açúcar na Europa. O produto saia bruto do Brasil até os
portos portugueses e lá ia para a Holanda para ser refinado e
distribuído. Os portugueses eram intermediários entre a produção e a
distribuição do produto. Os holandeses, quando foram impedidos de
contatar os portugueses para a obtenção do produto, invadiram o
Nordeste, sendo que o auge da produção açucareira se deu no
governo de Maurício de Nassau-Siegen (1624-1654). Os holandeses
tomaram o tráfico escravo na África. Os holandeses foram expulsos
do Nordeste na Batalha de Guararapes.
O Brasil Colonial (1531-1822) – sociedade açucareira

 Produção do açúcar: o açúcar era colhido e levado para a


moenda, onde a cana era moída, resultando na garapa. A moenda
era movida por energia hidráulica (engenho real) ou trapiches
(tração animal). A garapa era cozida na fornalha e depois levada
à casa de purgar e o açúcar era quebrado e encaixotado. Outras
atividades econômicas do latifúndio: tabaco, aguardente, algodão
e pecuária. A sociedade açucareira era considerada patriarcal,
imóvel e dividida entre senhores e escravos.
 Devido às lutas internas, tribos africanas escravizavam os
vencidos que eram vendidos aos comerciantes portugueses. A
maior utilização do negro como mão de obra escrava básica na
economia colonial deve-se, principalmente, ao tráfico negreiro,
atividade altamente rentável, tornando-se uma das principais
fontes de acumulação de capitais para metrópole. As etnias
negras eram os bantos (Congo, Guiné e Angola) e os sudaneses.
Os quilombos: a resistência

 Desde fugas isoladas, passando pelo suicídio, pelo banzo


(nostalgia que fazia o negro cair em profunda depressão,
levando-o à morte) e pelos quilombos, várias foram as formas
de resistência do negro à escravidão, sendo a formação dos
quilombos a mais consequente.
 Os quilombos eram aldeamentos de negros que fugiam dos
latifúndios, passando a viver comunitariamente. O maior e
mais duradouro foi o quilombo dos Palmares, surgido em
1630, em Alagoas, estendendo-se em uma área de 27 mil
quilômetros quadrados até Pernambuco.
 Seu primeiro líder foi Ganga Zumba, depois seu sobrinho Zumbi,
que tornou-se a principal liderança da história de Palmares.
Zumbi foi covardemente assassinado, em 1695, pelo bandeirante
Domingos Jorge Velho, contratado por latifundiários da região.
A descoberta do ouro no Brasil

 Com a descoberta do ouro em Minas Gerais, a Coroa


portuguesa encontrou uma nova fonte de renda para atingir o
propósito mercantilista – a do metalismo. A exploração do ouro
no Brasil colocou a metrópole portuguesa em uma posição de
destaque perante as outras nações europeias.
 Em 1718 – descobertas minas na Bahia, Goiás e Mato Grosso.
 Formas de exploração: faisqueira e lavras.
 Exploração de diamantes: monopólio da Coroa (distrito
diamantino).
 Intendência das Minas: fiscalizava a administração e a
exploração do ouro.
 Casas de fundição (1719) fiscalizavam a exploração do
ouro: Revolta de Vila Rica.
A descoberta do ouro no Brasil

 Quinto: os mineiros deveriam pagar um quinto do ouro para a


Coroa portuguesa. Isso resultou na Inconfidência Mineira.
 Descaminhos do ouro: contrabando.
 Mobilidade social: nessa sociedade, o escravo poderia
comprar sua liberdade.
 Tratado de Methuem: a dívida dos portugueses com os
ingleses era paga em ouro.
 Consequências da exploração do ouro: aumento das cidades,
da população e do consumo; surgimento do patriarcalismo
urbano e desenvolvimento das artes.
A descoberta do ouro no Brasil

 A descoberta do ouro acabou por ter tido consequências


negativas para Portugal. O ouro de Minas Gerais exerceu uma
grande atração, o que levou muita gente a imigrar para essas
terras, enfraquecendo a agricultura no Brasil e despovoando
ainda mais os campos na metrópole.
 Portugal ficava cada vez mais dependente da Inglaterra, pois
comprava as manufaturas inglesas e pagava em ouro. O ouro
conseguido no Brasil era rapidamente escoado na compra de
produtos importados.
 D. João V, que cobrava um quinto de toda a produção aurífera,
utilizou essa riqueza para ostentar uma imagem de poder e
magnificência, permitindo-lhe, entre outras coisas, mandar
construir o Convento de Mafra, utilizando ouro na sua
construção.
A crise do mercantilismo

 O mercantilismo envelheceu. Novas formas de se produzir e de


reger ou chefiar uma nação foram surgindo no início do século
XVIII. A burguesia ansiava pelo poder para diminuir o domínio
do rei e conquistar maior liberdade comercial. O sistema
colonial entrou em crise; Portugal e Espanha não
acompanharam as mudanças que estavam ocorrendo em
outras regiões europeias e o sistema escravista era
incompatível com os anseios da sociedade burguesa. O
sistema escravista era bastante ineficiente e distinto do
sistema industrial que estava se formando na Inglaterra:
apesar da mais valia, isto é, a exploração do escravo ser
bastante parecida com a exploração do operário das indústrias
inglesas, o escravo não consumia mercadorias, pois não
ganhava salário.
Interatividade

Sobre a colonização portuguesa no Brasil, podemos afirmar:


a) De 1500 a 1630, Portugal, mais interessado em suas colônias
nas Índias, não demonstrou interesse pelo Brasil.
b) Com a perda do monopólio do comércio das especiarias
para os ingleses, os portugueses começaram a olhar melhor
para a sua colônia brasileira.
c) No período Pré-Colonial, os portugueses enviaram ao Brasil
expedições colonizadoras de exploração.
d) No período Pré-Colonial ocuparam-se da exploração e da
exploração do ouro no Brasil, já que encontravam bem fácil
nessas terras.
e) Quando os colonizadores chegaram às terras brasileiras
encontraram uma grande variedade de povos indígenas,
principalmente os bantos e os tupis.
Resposta

Resposta “b”
Com a perda do monopólio do comércio das especiarias
para os ingleses, os portugueses começaram a olhar melhor
para a sua colônia brasileira.
ATÉ A PRÓXIMA!
Unidade II

TRANSFORMAÇÕES HISTÓRICAS CONTEMPORÂNEAS

Profa. Monica Buratto


O mundo contemporâneo e seus paradoxos

 A Era das Revoluções: as formações das monarquias


nacionais, o fortalecimento e o enriquecimento da burguesia,
o mercantilismo, a expansão marítima, o renascimento
científico e cultural e os descobrimentos de novos territórios
foram responsáveis por promover transformações profundas
na Europa a partir do século XVII.
 A vez da burguesia: ela influenciou o poder político e
econômico e, muitas vezes, assumiu o poder.
 Transformações relacionadas à burguesia: substituição do
regime monárquico-absolutista pelo regime liberal-capitalista,
o desenvolvimento das indústrias, mudanças no sistema de
produção, apropriação da mão de obra assalariada, surgimento
dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
A Revolução Inglesa do século XVII

 A burguesia inglesa, na Revolução Inglesa, limitou o poder do


rei e instaurou o regime parlamentarista composto por pessoas
da sua própria classe social.
 Poder econômico inglês na Era Tudor: unificação do país,
diminuição do poder papal e da nobreza, surgimento
anglicano.
 Século XVII – cercamento dos campos. A favor: Gentry
(nobreza mais progressista rural) e camadas urbanas
intermediárias (jornaleiros e artesãos). Os Yeomen eram contra
(camponeses não proprietários). O Parlamento inglês (século
XIII) era representado pela burguesia e Gentry, mas o rei tinha
o poder de fato.
A Revolução Inglesa do século XVII

 A Revolução Inglesa, dividida em Revolução Puritana


(1649-1658) e Revolução Gloriosa (1660-1688), conflito entre o
rei e o Parlamento, entre o absolutismo e o liberalismo, teve
como resultado a instauração de uma monarquia parlamentar
na Inglaterra que permanece até hoje.
 Guerra Civil (1641-1649): de um lado estavam os cavaleiros
fiéis ao rei (nobres) versus os cabeças-redondas (gentry,
yeomen e organizado por Oliver Cromwell com apoio
financeiro da burguesia londrina). Vencido esses últimos, o rei
Carlos I foi condenado e decapitado em 1649, a Câmara dos
Lordes abolida e a República e o Protetorado de Cromwell
proclamada em 1649.
A Revolução Industrial na Inglaterra – evolução do
processo de produção

 Artesanato: produção independente e o artesão tinha seus


próprios meios de produção: ferramentas, oficina e matéria-
prima. O artesão era agente da produção.
 Manufatura: ampliação do consumo e da produção – o artesão
trabalhava em casa e com o tempo foi agregado à fábrica, onde
exercia uma função e não tinha mais controle sobre o seu
produto. Ocorreu a divisão social do trabalho, em que o
trabalhador, agente da produção, não controlava a confecção
do produto até seu final, ele realizava apenas uma parte.
 Maquinofatura: o trabalhador realizava apenas uma etapa da
produção, por meio de um trabalho mecânico com a ajuda de
uma máquina. Nessa fase, o artesão não dominava o
conhecimento total do produto e não era mais dono do
produto realizado.
A Revolução Industrial na Inglaterra: cronologia

 1760 a 1850 – Inglaterra – predomínio da produção de bens de


consumo têxteis e da energia a vapor.
 1850 a 1900 – espalhou-se pela Europa, Bélgica, França,
Alemanha, Itália, Rússia, América do Norte e Japão. Surgiram
as ferrovias, energia hidrelétrica, novos combustíveis
derivados do petróleo, invenção do motor à explosão, barco a
vapor e locomotiva.
 1900 até os nossos dias – surgimento dos grandes
conglomerados industriais, as multinacionais, produção
automatizada, surgimento da sociedade de consumo de
massas e dos meios de comunicação de massa. Revolução
cibernética e Era da Informação.
Revolução Industrial

 Para que ocorresse uma revolução no modo de produzir eram


necessários: mão de obra abundante, disponibilidade de
matérias-primas, mercado consumidor, capital para
investimentos, maquinários e local para que fosse instalada
uma grande oficina.
 Atos de navegação e comércio: império colonial inglês
fornecedor de matérias-primas (algodão) e consumidor de seus
produtos manufaturados. Aumento da oferta de trabalho nas
cidades.
 Inovações técnicas: lançadeira volante (tecelagem, inventada
por John Kaye), spinning jenny (produção de fios, inventada
por James Hargreaves), water frame (fios mais grossos), tear
mecânico (tecelagem), máquina a vapor e locomotiva.
Como funcionava a exploração do trabalho no início
da era industrial?

 O empresário era dono dos meios de produção: ele comprava a


matéria-prima, as máquinas e o local de trabalho era de sua
propriedade e o produto final era vendido no mercado.
 O operário vendia sua força de trabalho ao capitalista em troca
de um salário e o dinheiro que recebia adquiria mercadorias.
 O empresário, para recuperar o capital que investiu, vendia a
mercadoria a um preço alto.
 A mais-valia representava a desproporção entre o valor do
trabalho e o salário pago.
 Movimentos populares: Ludismo (1811), Cartismo e
Trade Unions (associações – sindicatos).
O Iluminismo

 Características: sustentados pela razão (à luz do


conhecimento), chegavam ao conhecimento da natureza e da
sociedade, as relações sociais reguladas por leis naturais.
 O ser humano deveria buscar a felicidade que seria garantida
pelo governo por meio das leis e pelos direitos naturais do
cidadão: liberdade, igualdade e fraternidade.
 Principais pensadores iluministas: Montesquieu, Rousseau,
Voltaire, Denis Diderot, Adam Smith e John Locke
(fisiocratas). Ideias do século XVII.
A influência iluminista: a independência dos
Estados Unidos

 Os Estados Unidos foram os pioneiros na emancipação colonial,


sustentados pelas ideias iluministas, tornando-se o primeiro país
democrático e republicano.
 Colonização inglesa na América: colônias do Norte e do Centro
(exilados ingleses) predominavam a pequena e a média propriedades,
a policultura e o trabalho livre. Realizavam o comércio triangular entre
América, África e Europa. Colônias do Sul: latifúndios dominados
pela nobreza inglesa e escravistas.
 O Parlamento inglês taxava os colonos: Lei do Açúcar (1764), Lei do
Selo (1765) e Lei do Chá. Reação: Primeiro Congresso Continental da
Filadélfia e Segundo Congresso Continental da Filadélfia (1775). Em
04 de julho de 1776, houve a declaração de independência redigida
por Thomas Jefferson, Benjamin Franklin e Samuel Adams.
 Em 1787 – primeira Constituição norte-americana.
A Revolução Francesa (1789-1798)

 Os ideais revolucionários franceses espalharam-se pelo


mundo: Estados Unidos, Brasil, Inglaterra, Bélgica, Itália,
Suíça, Irlanda, Holanda etc.
Fases da Revolução Francesa:
 Monarquia Constitucional ou Assembleia (1789-1792).
Girondinos – a alta burguesia, conquistas burguesas. Luís XVI
foi decapitado.
 Convenção ou República Jacobina (1792-1795). Jacobinos
(pequena e média burguesia) ou montanheses. Líder:
Robespierre. Época do terror.
 Diretório ou Reação Termidoriana (1795-1799) governado pelo
pântano ou pela planície, alta burguesia de moral duvidosa.
Revolução Francesa – fatos essenciais

 Em 14 de julho foi tomada a Bastilha, o povo abriu os portões


da prisão e libertou as pessoas que estavam presas lá.
 Em 04 de agosto foi aprovada a abolição dos direitos feudais.
 Em 26 de agosto foi realizada a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão – Liberté, Égalité, Fraternité.
 Em 1790 foi aprovada a Constituição Civil do Clero, em que os
bens pertencentes ao Clero seriam confiscados.
 Em 1791, nova Constituição, três poderes: Executivo (caberia
ao rei), Legislativo (Assembleia) e Judiciário. O feudalismo foi
abolido, foi proclamada a igualdade civil e manutenção da
escravidão na colônia.
 1799 – Golpe de 18 de Brumário de Napoleão Bonaparte.
A Era Napoleônica

 Em 1799, depôs o Diretório e dissolveu a Assembleia, implantando o


regime do Consulado (1799-1802). Aprovou uma Constituição em
1799 (regime republicano). Transformou-se em imperador.
 Nesse período publicou leis, nomeou ministros, funcionários e juízes
e fortaleceu o Poder Legislativo. Reformas: fundação do Banco da
França, saneamento tributário, criou a Sociedade de Fomento à
Indústria, o ensino secundário reorganizado, a Escola Normal de
Paris e o Código Civil Napoleônico (1804), redistribuiu terras aos
camponeses, drenou pântanos, obras públicas e urbanizou Paris.
 Em 1806, decretou o Bloqueio Continental contra a Inglaterra e
invadiu os países que furaram o bloqueio: Portugal e Rússia. Invadiu
a Rússia e perdeu. Foi vencido na Batalha de Leipzig (1813) pela
Áustria e pela Prússia, aprisionado na ilha de Elba (1815) fugiu e
instalou o Governo dos Cem Dias. Derrotado na Batalha de Waterloo,
exilou-se na ilha de Santa Helena e morreu em 1821.
Os movimentos sociais na Europa: as Revoluções
Liberais

 Durante o século XIX ressurgiram, na Europa, vários movimentos


revolucionários de cunho liberal de luta de classes entre a
burguesia e o proletariado. A burguesia europeia se tornou a
classe hegemônica e protagonizou o triunfo do “o capitalismo”.
Surgiu o modelo do “Estado-nação” – território, leis e direitos
civis.
 Revoluções Liberais de 1830 e 1848 na França – “Primavera dos
Povos”. Em 1830, republicanos, socialistas e liberais (três dias
gloriosos) depuseram o rei. Em 1848, liberais, nacionalistas e
socialistas fizeram o rei abdicar.
 Em 1848, movimento liberal na Itália (Carbonária), a Bélgica tornou-
se independente da Holanda. Na Alemanha surgiram movimentos
liberais e nacionalistas e, na Grécia, o movimento revolucionário
foi vitorioso, tornando independente do Império Otomano.
Uma nova opção ao trabalhador: o socialismo
(século XIX)

Surgiram novas ideias para proteger o proletariado:


 Socialistas utópicos: buscaram saídas para reorganizar uma
sociedade mais igualitária e acreditavam em uma transformação
pacífica do sistema capitalista, como Charles Fourier, Saint-Simon,
Louis Blanc, Robert Owen e Proudhon.
 Anarquismo: Proudhon e Mikhail Bakunin, autogoverno.
 Socialismo científico: Karl Marx (1818-1883) e Engels Friedrich (1820-
1895). Marx publicou o “Manifesto Comunista” e “O Capital”. Ideias:
a luta de classe, uma revolução proletária que destituiria a burguesia
do poder dos meios de produção e entregaria ao Estado controlado
por um comitê operário.
 Alemanha: (1870) Partido Operário Social Democrata, (1875) Partido
Social-Democrata Alemão (PSDA). Em 1864, Primeira Internacional
dos Trabalhadores (Paris), em 1889, a Segunda Internacional
Socialista; em 1919 foi criada a Terceira Internacional Socialista.
Interatividade

Assinale a alternativa incorreta:


a) Com a Revolução Industrial, alguns pensadores acreditavam
em sociedades ideais em todos com igualdade de direitos.
b) Com a evolução do sistema industrial, surgiu o chamado
“Capitalismo Selvagem”, ou seja, exploração do trabalho
humano.
c) As pessoas que detinham os meios de produção pagavam
ótimos salários desde que se trabalhasse com seriedade.
d) Os operários eram surrados caso chegassem atrasados.
e) Devido ao alto custo de vida, muitos operários não tinham o
que comer e, portanto, não almoçavam.
Resposta

Resposta: Letra “c”


As pessoas que detinham os meios de produção pagavam
ótimos salários desde que se trabalhasse com seriedade.
Independência das colônias latino-americanas:
principais datas e fatos

 Os criollos (descendentes de espanhóis, nascidos na América,


elite letrada), como Simón Bolivar, José de San Martin, José
Sucre e Bernardo O’Higgins, conhecidos como os Libertadores
da América, foram os personagens importantes desses
episódios de emancipação colonial, a partir de 1810.
 1811 – independência do Paraguai.
 1813 – conquista da Venezuela por Bolívar.
 1814-1815 – Congresso de Viena.
 1816 – o Brasil invade o Uruguai.
 1817 – Bernardo O’Higgins liberta o Chile.
Independência das colônias latino-americanas:
principais datas e fatos

 1819 – Bolívar conquista a Colômbia.


 1821 – San Martín liberta o Peru.
 1822 – independência do Brasil.
 1822 – libertação do Equador por Sucre.
 1825 – Bolívar liberta a Bolívia.
 1826 – Bolívar, San Martín reúnem-se no Congresso do
Panamá.
 1828 – independência do Uruguai.
A vinda da família real portuguesa ao Brasil – o Estado
português no Brasil

 Com o Bloqueio Continental (1806), a família real portuguesa


fugiu para o Brasil, apoiada pelos ingleses. Em 07 de março
de 1808, D. João VI desembarcou no Rio de Janeiro.
 Em 1820, um movimento revolucionário se preparava em
Portugal, dirigido por comerciantes e apoiado por militares
que desejavam o fim do reinado absolutista e a convocação
de uma Assembleia Constituinte, as Cortes. Em 1821,
tomaram posse cem deputados portugueses eleitos para fazer
uma nova Constituição. Foi a Revolução do Porto.
 Em 25 de abril de 1821, D. João volta para Portugal, deixando
seu filho herdeiro D. Pedro em terras brasileiras.
Medidas tomadas por D. João VI

 Tratado de Aliança e Amizade, Comércio e Navegação


com a Inglaterra.
 Construção de estradas e reforma dos portos.
 Criação do Banco do Brasil e Casa da Moeda.
 Elevação do Brasil a Reino Unido ao de Portugal (1815).
 Invasão da Guiana Francesa (1808).
 Incorporação do Uruguai (Província Cisplatina).
 Criação do Jardim Botânico, Imprensa Régia, Biblioteca Real,
Teatro Real, Escola de Medicina, passeio público.
 Criação da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios (1816).
 Revolução Pernambucana de 1817.
Independência do Brasil

 Realizada em 07 de setembro de 1822 por D. Pedro II com apoio


da maçonaria.
 Perpetuaram-se os domínios da elite política brasileira.
 Portugal aceitou a independência em 1825.
 Os comerciantes e os militares da região Nordeste e Norte do
país lutavam contra o governo, mas foram derrotados.
 O cenário político brasileiro: o grupo conservador (irmãos
Andradas), “liberais moderados” (reformistas), “liberais
exaltados” (mais revolucionários) e partido português.
 Primeira Constituição brasileira em 1824: previa sistema
representativo, monárquico, hereditário e constitucional,
dividindo o país em províncias e voto era censitário.
O império brasileiro – Constituição de 1824

1. Poder Executivo: exercido pelo imperador por meio de seus


ministros de Estado. Tinha a função de garantir o
cumprimento das leis.
2. Poder Legislativo: composto de senadores e deputados,
tinha a função de elaborar as leis do império.
3. Poder Judiciário: composto por juízes e tribunais, seu órgão
máximo era o Supremo Tribunal. Tinha funções de aplicar as
leis e distribuir a justiça.
4. Poder Moderador: poder exclusivo do imperador e definido
pela Constituição como a “chave-mestra” de toda organização
política. O poder Moderador estava acima dos demais
poderes.
Confederação do Equador

 Em Pernambuco, província reconhecida por suas aspirações


emancipatórias e republicanas, revelou-se mais uma vez
contrária ao centralismo político do imperador. Insatisfeitos
com os rumos do país, a centralização excessiva e a falta de
liberdade das províncias, os pernambucanos, liderados por
Manuel Pais de Andrade, proclamaram, em 02 de julho de 1824,
a Confederação do Equador, uma república nos moldes norte-
americanos, federalista. Frei Caneca organizou o governo e
uma Constituição provisória, proibindo o tráfico de escravos
no porto do Recife. Recife e Olinda, Piauí, Ceará, Rio Grande
do Norte, Paraíba e Alagoas aderiram. Com a reação do
imperador, os líderes foram presos e Frei Caneca foi
executado.
Guerra Cisplatina

 Em 1825, eclodiu o movimento de libertação da Cisplatina,


apoiado pela Argentina. Em reação, D. Pedro I ordenou o ataque
à Argentina, obrigando-o a gastar muito dinheiro público,
agravando os problemas econômicos do país. Terminou em
1828, quando foi assinado um acordo entre as partes do
conflito, exaurindo Brasil e Argentina e transformando a
província Cisplatina em Uruguai (República Oriental do Uruguai)
e separando-se do Brasil.
 A Inglaterra agiu como mediadora, mas a guerra teve desfecho
desfavorável ao Brasil, pois desgastou a imagem política de
D. Pedro I. O dinheiro gasto na guerra causou grande
desequilíbrio à economia brasileira, a impopularidade do
imperador e a insatisfação dos políticos liberais e de
moderados fizeram D. Pedro I abdicar ao trono em 1831.
Período Regencial

 1831-1840 – Período Regencial – Brasil é governado por


regentes, pois D. Pedro II era menor para assumir o trono.
 1835-1845 – ocorreu a Revolução Farroupilha (Guerra dos
Farrapos) no Sul do país.
 1834 – morte de D. Pedro I.
 1835 – Revolta dos Malês no estado da Bahia.
 1835-1840 – Cabanagem – revolta popular ocorrida na
província do Pará.
 1837-1838 – Sabinada – revolta regencial ocorrida na Bahia.
 1838-1841 – Balaiada – revolta popular ocorrida no interior
da província do Maranhão.
 1840 – Golpe da Maioridade – D. Pedro II assume o
trono do Brasil com apenas 14 anos de idade.
Interatividade

Assinale a alternativa correta:


a) O 7 de setembro de 1822 foi um ato isolado e de vaidade do
príncipe D. Pedro.
b) A independência do Brasil, em 1822, integra o processo de
crise do Antigo Sistema Colonial, iniciada com as revoltas de
emancipação no final do século XVIII.
c) A independência do Brasil não se limitou apenas à esfera
política, mas também à esfera econômica.
d) A independência brasileira, realizada por Pedro de Alcântara,
visava a não perpetuação dos domínios da elite política
brasileira.
e) Elementos novos foram justapostos aos antigos,
alterando o cenário interno brasileiro.
Resposta

Resposta: “b”
A independência do Brasil, em 1822, integra o processo de crise
do Antigo Sistema Colonial, iniciada com as revoltas de
emancipação no final do século XVIII.
A expansão industrial do século XIX e o Imperialismo

 Expansão do mercado consumidor. Franceses, italianos e


alemães conseguiram avançar industrialmente, surgindo como
potências internacionais.
 Outros países dependiam de mercados fornecedores de
matérias-primas, mão de obra e mercados consumidores e
para isso deveriam expandir-se territorialmente.
 Iniciou-se uma disputa por mercados entre europeus, norte-
americanos e japoneses. A Era dos Impérios.
 Na Conferência de Berlim, em 1885, 14 potências europeias,
incluindo Portugal e Espanha, decidiram arbitrariamente
partilhar o continente africano entre si, sem respeitar as
fronteiras étnicas e culturais dos africanos.
Imperialismo

 Japão, Rússia e Estados Unidos passaram a disputar os


mercados asiáticos.
 Os ingleses ficaram com a maior parte dos territórios: África
do Sul, China (provocou a Guerra do Ópio) e Índia. A França
ficou com alguns países e manteve a colonização.
 Os Estados Unidos, já avançados industrialmente, iniciaram o
seu processo de expansão em busca de novos mercados. O
imperialismo norte-americano foi reconhecido pela política do
Big Stick – “Fale macio, mas carregue um grande porrete e irá
longe”, revelando o poder americano principalmente na
América – Emenda Platt.
Primeira Guerra Mundial (1914-1919)

 Desentendimentos entre as potências europeias: aqueles que


ficaram com grandes territórios (Inglaterra e França) e aqueles
que haviam ficado com poucas terras (Alemanha e Itália).
 Outras questões: pangermanismo, tendência dos alemães a
formarem um grande império, e o pan-eslavismo, sentimento
russo que abrangia os países de origem eslava que eram
dominados pelo império austríaco.
 Como resultado, os países europeus começaram a se armar,
aproveitando o aperfeiçoamento tecnológico que estava
ocorrendo na indústria, porém com alto custo para o
orçamento das nações.
Primeira Guerra Mundial

 Surgiram a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria, Itália, Bulgária


e Turquia) e a Tríplice Entente (França, Inglaterra e Rússia). A
crise balcânica de 1914 (incorporação da Bósnia e Herzegovina
à Áustria contra os interesses da Sérvia e da Rússia) foi o
estopim: o assassinato do arquiduque austríaco Francisco
Ferdinando em Sarajevo por um sérvio.
 Características: a frente ocidental – utilização das trincheiras;
frente oriental – guerra de movimento (alemães e russos). Com
a saída da Rússia em 1917, os EUA entraram na guerra e
declararam guerra à Alemanha. A Europa perdeu 9 milhões de
pessoas entre militares e civis e 20 milhões ficaram inválidos,
reduzindo a mão de obra ativa. Em 1919, no Tratado de
Versalhes, Alemanha e Itália foram penalizadas.
Revolução Russa de 1917

 A Rússia era autocrata, comandada pelo imperador czar ou


tzar; era rural (85% da população vivia no campo e 40% das
terras agrícolas pertenciam à nobreza russa, caracterizada
como feudal). A partir de 1890, a Rússia se industrializou,
desenvolvendo desigualdades entre os privilegiados (parte da
nobreza) e não privilegiados (burguesia e proletariado).
 Em 1905, as tendências políticas eram: bolcheviques (maioria –
Vladimir Lenin) e mencheviques (minoria) de tendências
socialistas.
 Domingo Sangrento (1905): massacre em São Petersburgo. O
Czar Nicolau II convocou a Duma (Parlamento). Os marinheiros
se amotinaram e cresceram as greves operárias, lideradas
pelos soviets (conselhos de fábrica).
Revolução Russa de 1917

 Em julho de 1917 – paralisação dos transportes, greve geral.


Governo Provisório chefiado por Lvov e Kerensky
(mencheviques).
 Em outubro de 1917, Lenin e Trotsky tomaram o poder e o
Conselho dos Comissários do Povo idealizado pelos soviets
foi utilizado por Lenin. O lema era “Pão, Paz e Terra”. Lenin
criou a NEP. Em 1922, foi criada a URSS, União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas. Em 1924, Stalin o substituiu.
A primeira crise do capitalismo – a crise de 1929 nos
Estados Unidos

 O excesso de produção, a euforia econômica, a diminuição de


mercados consumidores, o consumismo desenfreado, as
variações da conjuntura e a hegemonia norte-americana depois da
Primeira Grande Guerra foram responsáveis pela crise de 1929.
 Depois da guerra, os países europeus deixaram de comprar
produtos norte-americanos, o que levou à queda do lucro e da
produção desse país, apesar do American Way of Life. Com
muitos produtos estocados, houve a paralização do comércio e a
queda dos lucros, atingindo o sistema produtivo, industrial,
agrícola, o sistema financeiro e a Bolsa de Valores. Bancos e
indústrias (cerca de 85 mil) foram à falência.
 Em 1932, Theodor Roosevelt criou o New Deal (Novo Tratamento),
adotando medidas para recuperar a economia americana e reduzir
o desemprego.
A Segunda Guerra Mundial

 A Segunda Guerra foi a revanche alemã da Primeira Guerra. A


crise econômica estimulou o surgimento de regimes
totalitários e nacionalistas: Nazismo (Alemanha), Fascismo
(Itália – Mussolini – 1925), Franquismo (Espanha) e
Salazarismo (Portugal). Após tomar o poder na Alemanha, pelo
partido Nazista (Nacional Socialista), Hitler rumou ao Terceiro
Reich.
 Surgiram blocos em 1930: Alemanha e Itália de um lado (Eixo)
e Estados Unidos, Inglaterra e França (Aliados) do outro. Em
1931, o Japão conquistou a China pela Manchúria.
 Conquistas alemãs: (1936) eixo Berlim-Roma, (1938) anexação
da Áustria à Alemanha, o Anschluss e os Sudetos, (1939)
anexação da Polônia. Outros domínio alemães: Bélgica,
Holanda, Noruega e França, que foi dividida em duas.
A Segunda Guerra Mundial

 A Inglaterra foi bombardeada pela Luftwaffe, mas foi impedida


pela Royal Air Force. Em 1941, Roosevelt e Churchill: a Carta
do Atlântico, uma ofensiva contra Hitler. EUA entrou na guerra
nesse ano depois do ataque japonês a Pearl Harbor. Em 1942,
o Exército Vermelho venceu os alemães na Batalha de
Stalingrado e desnazificou a Europa pelo lado leste e, pelo
oeste, houve o Dia D, ataque liderado pelos EUA e pelos
aliados, em 06 de junho de 1944. Hitler se suicidou em 1945.
A Guerra Fria e a soberania do Estado-nação

 Com o final da Segunda Guerra, o continente europeu foi


dividido entre as duas superpotências vencedoras: de um lado,
a União Soviética, e de outro, os Estados Unidos. Eles
definiram entre si zonas de influência política; lado ocidental
europeu ficaria sobre a influência dos americanos e o lado
oriental ficaria sobre a influência dos soviéticos.
 A Alemanha foi dividida em duas: a República Democrática
Alemã (RDA), capital Berlim, ficou sob o domínio soviético e a
República Federal da Alemanha (RFA), capital Bonn, ficou sob
influência dos americanos. Berlim foi dividida entre as quatro
forças que venceram a Segunda Guerra – URSS, EUA, França e
Inglaterra; porém, em 1961, foi construído o Muro de Berlim,
dividindo a cidade entre EUA e URSS.
A Guerra Fria

 Formaram-se dois blocos: Soviético (Pacto de Varsóvia) –


Cortina de Ferro: Polônia, Hungria, Tchecoslováquia, Romênia
e Bulgária e países aliados aos EUA: Inglaterra, França,
Espanha, Holanda, Áustria, Bélgica, Dinamarca e Grécia, os
países latino-americanos, com exceção de Cuba (URSS).
 A Doutrina Truman tinha a finalidade de impedir novos
conflitos entre os países capitalistas (poderio americano).
 Plano Marshall (1948): plano de ajuda financeira aos países em
crise. Os norte-americanos emprestaram 17 bilhões de dólares
divididos entre Inglaterra, França, Alemanha e Itália. A CEE
(Comunidade Econômica Europeia) foi criada nesse contexto
entre os países membros, bem como o Mercado Comum
Europeu, em 1957, OTAN.
A Guerra Fria

 A versão soviética do Plano Marshall, o COMECON, foi criada


para oferecer ajuda aos países aliados à União Soviética.
Países que transformaram em socialistas: Iugoslávia (1945),
Albânia e Bulgária (1946), Polônia e Romênia (1947),
Tchecoslováquia (1948), Hungria (1949), República
Democrática Alemã Oriental (1949); Ásia: Vietnã do Norte
(1945), Coreia do Norte (1948), China (1949), Tibet (1950); Cuba
(1959).
 Corrida espacial: em 1957, os soviéticos, e, em 1969, os EUA.
 Os EUA utilizaram o cinema, a televisão, os jornais para barrar
o avanço comunista (Macarthismo), perseguiu os comunistas,
com a ajuda da CIA, e os URSS, com a ajuda da KGB, prendeu
e matou vários indivíduos contrários ao socialismo.
Interatividade

Assinale a alternativa correta:


a) Após as Revoluções Burguesas dos séculos XVII e XVIII teve
início o fortalecimento das nações modernas absolutistas.
b) As nações modernas europeias conseguiram gradativamente
impedir as rivalidades existentes entre elas.
c) A “Era dos Impérios” caracterizou-se pela disputa colonial na
América para conseguir matérias-primas.
d) O triunfo liberal acirrou a competição internacional concorrida
e a rivalidade entre as potências europeias.
e) O neocolonialismo (1870-1914) caracterizou-se pela política
expansionista das potências europeias em busca de mercados
americanos.
Resposta

Resposta: “d”
O triunfo liberal acirrou a competição internacional concorrida e
a rivalidade entre as potências europeias.
O segundo império brasileiro

 O Brasil, em pleno século XIX, ao contrário da Europa,


continuava a ser uma monarquia centralizada e escravista, em
que a elite produtora e proprietária era favorecida com
propriedades e privilégios concedidos pelo imperador.
Conflitos liberais e lutas armadas ocorreram em todo o país:
Revolução Liberal, em São Paulo, e Rebelião Praieira, em
Pernambuco.
 No segundo império houve a expansão da cafeicultura, a
abolição da escravidão, a vinda de imigrantes europeus para o
Brasil, principalmente italianos e alemães, a formação e a
influência política da elite cafeicultora.
O segundo império brasileiro – a última monarquia

 1842 – Revolução Liberal em Minas Gerais e São Paulo.


 1847 – foi instituído o Parlamentarismo no Brasil.
 1848-1850 – Revolução Praieira (PE), liberal e federalista.
 1850 – Lei Eusébio de Queiróz proibia o tráfico negreiro.
 1854 – primeira ferrovia brasileira inaugurada por Mauá.
 1865-1870 – Guerra do Paraguai: Brasil, Argentina e
Uruguai X Paraguai.
O segundo império brasileiro – a última monarquia

 1870 – lançamento do Manifesto Republicano.


 1871 – promulgada a Lei do Ventre Livre.
 1872 – fundação do Partido Republicano.
 1885 – Lei dos Sexagenários: liberdade aos escravos
(mais de 60 anos).
 1874 – chegam a São Paulo os primeiro imigrantes italianos.
 13 de maio de 1888 – a Princesa Isabel assina a Lei Áurea,
fim da escravidão.
 15 de novembro de 1889 – Proclamação da República (RJ) –
Marechal Deodoro da Fonseca.
Brasil República: a inserção no mundo capitalista

 República Velha (1889 a 1930) – domínio político das elites


agrárias mineiras, paulistas e cariocas; exportação de café e
desenvolvimento industrial.
 República da Espada (1889 a 1894) governada por militares:
Deodoro da Fonseca (1891) e Floriano Peixoto. Constituição
Republicana de 1891 – voto universal-aberto.
 República das Oligarquias (1894-1930) – presidentes civis,
ligados ao setor agrário. Partido Republicano Paulista (PRP) e
Partido Republicano Mineiro (PRM). Política do café com leite,
presidentes paulistas e mineiros. Política dos governadores:
troca mútua entre os governadores e o Governo Federal.
Coronelismo: o coronel tinha poder de mando.
Brasil República: a inserção no mundo capitalista

 Os presidentes submeteram a economia nacional aos ditames


e aos interesses da elite cafeicultora; todos os planos
econômicos visavam à valorização do café. Reações: greve
operária em São Paulo, em 1917; surgimento dos ideais
socialistas com Luís Carlos Prestes, formação da nova classe
operária brasileira, levantes religiosos em Canudos (BA),
Contestado (PR), Juazeiro (CE) e Cangaço (PB). As oligarquias
sucumbem à crise mundial causada pela Primeira Grande
Guerra e a crise de 1929, nos Estados Unidos.
 Liderados por Getúlio Vargas, políticos da Aliança Liberal e
militares descontentes provocam a Revolução de 1930. É o fim
da República Velha e o início da Era Vargas.
Governo Vargas – quase uma democracia

 O Brasil tinha sua economia agroexportadora e dependia dos


produtos industrializados dos outros países (EUA). Na Era
Vargas houve redefinição da economia brasileira: a política
varguista desenvolveu a expansão do parque industrial
controlado pelo Estado, adotando o modelo de Substituição
das Importações, implantando a chamada indústria de base
que auxiliaria outros setores industriais.
 Getúlio Vargas se utilizou da política populista, ou seja, tipo de
governo que obtém apoio popular por meio de determinadas
concessões à população mais pobre, que, devido a isso,
estaria sempre no seu controle. Ele tinha o apoio das classes
médias, as classes trabalhadoras, as oligarquias dissidentes e
o exército.
Governo Vargas – quase uma democracia

 Getúlio Vargas desenvolveu o nacionalismo econômico,


criou empresas estatais e obras públicas, incentivou o
mercado interno, incentivou a indústria nacional (Companhia
Siderúrgica Nacional), nacionalizou as refinarias de petróleo e
se aproximou das camadas operárias.
 A Era Vargas foi dividida em três etapas: Governo Provisório
(1930-1934), Governo Constitucional (1934-1937 – Constituição
em 1934) e o Estado Novo (1937 a 1945). Ditadura civil: fechou
o Congresso, promulgou nova Constituição (1937), perseguiu
os comunistas, criou o DIP (órgão censor), criou a CLT (1943)
com salário mínimo, férias remuneradas, semana de trabalho
(48 horas) e carteira profissional assinada. Após o término da
guerra, o marechal Dutra vence as eleições. Nova
Constituição (1946). Vargas retorna (1951) e se suicida.
O papel do Brasil nas guerras mundiais

 O Brasil se envolveu nas duas grandes guerras em função


dos interesses à dependência do capital internacional, pois se
sujeitava aos compradores de café e aos empréstimos feitos com
Estados Unidos.
 Na Primeira Guerra, a participação militar do Brasil foi pequena,
entrou no conflito após três anos, declarando guerra à Alemanha,
devido aos submarinos alemães terem torpedeado algumas
embarcações brasileiras.
 Na Segunda Guerra, os americanos pressionaram politicamente
Vargas, oferecendo ajuda financeira e tecnológica, e um
empréstimo de 20 milhões (Usina de Volta Redonda). Vargas
declarou guerra aos alemães e aos italianos, em 1942, e enviou, em
1943, os pracinhas da FEB e da FAB para lutar contra o Eixo, no
norte da Itália, com armamento americano.
As relações internacionais entre Brasil e a
América Latina

 A independência das colônias latino-americanas passou o


poder político para a elite criolla. O comércio, independente
do monopólio colonial, foi liberado e passou a ser disputado
por grupos dominantes.
 Aqueles indivíduos que ansiavam por uma sociedade
democrática não conseguiram influenciar na política pós-
independência e aceitaram o estado político vigente.
 No Brasil, os donos do poder político eram os donos do poder
econômico.
 As lutas, as guerras e as revoluções que ocorreram na
América Latina emanciparam colônia e criaram um Estado
Liberal, ideal da elite dominante latino-americana.
As relações internacionais entre Brasil e a
América Latina

 O Liberalismo brasileiro se formou de acordo com a nossa


realidade: os latifundiários e os comerciantes eram receptivos
aos ideais liberais, como ocorreu com a independência.
 Após 1831, surgiu um Estado brasileiro nacionalizado mais
compatível com os interesses da classe dominante brasileira e
o ideário liberal brasileiro não ultrapassou o conflito entre o
sistema de patronagem e os ideais liberais, pois eles
desejavam se beneficiar ao mesmo tempo com a exploração
do trabalho e defender seus interesses comerciais.
 Do século XIX até meados do século XX, os governos e os
intelectuais hispano-americanos e brasileiros não
consideravam o Brasil como parte da América Latina, apenas
consideravam a América Hispânica ou Espanhola.
As relações internacionais entre Brasil e a
América Latina

 Os conflitos entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai


definiram a geopolítica do Cone Sul: de 1825 a 1828, Guerra
Cisplatina, com a independência do Uruguai (República
Oriental do Uruguai) e conflito entre Brasil e Argentina.
 O Brasil se envolveu em outra guerra com a Argentina: foi a
Guerra contra Oribe e Rosas (1851), com D. Pedro II, envolveu-
se no conflito entre países da Bacia do rio Paraná: Brasil
apoiou Rivera e usou a posição estratégica do rio Paraná para
combater as forças argentinas. Em 1864, ocorreu a Guerra do
Paraguai vencida pelos brasileiros.
As relações internacionais entre Brasil e a
América Latina

 As relações com os países vizinhos, quando não foram bélicas,


foram muito limitadas. O Brasil defendia o pan-americanismo,
(Barão do Rio Branco), devido ao seu poderio naval, militar e
econômico e porque o Brasil exportava café para os EUA e
como forma de se proteger. Na Primeira e na Segunda Guerras
Mundiais, o Brasil seguiu os Estados Unidos.
 Já os intelectuais hispânicos eram bem hostis ao imperialismo
norte-americano e ao pan-americanismo. Eles focavam em
suas identidades culturais, assim como alguns intelectuais
brasileiros: Oliveira Viana, Gilberto Freyre, Sergio Buarque de
Holanda e Caio Prado Junior.
As relações internacionais entre Brasil e a
América Latina

 A crise da economia capitalista provocou na América Latina,


em 1932, a diminuição de um quarto da capacidade de
importação e os Estados latino-americanos, como serviam a
interesses de plantadores e exportadores de produtos
agrícolas e minerais, importavam manufaturados dos países
industrializados e, assim, atendiam aos interesses dos países
centrais exportadores de produtos industriais.
 Nos anos 1930, novas demandas sociais surgem provenientes
do crescimento da população urbana, como é o caso do
Brasil, em que uma nova elite urbana surge. Com a crise do
capitalismo e a redução das exportações primárias ocorrem
reajustes das estruturas do poder com o surgimento de novos
dirigentes como é o caso de Vargas.
As relações internacionais entre Brasil e a
América Latina

 O paradigma liberal-conservador do século XIX nas relações


internacionais, que estendera até os anos 1930, isto é, a
perpetuação das trocas entre as sociedades mais
desenvolvidas, foi substituído pelo novo paradigma
desenvolvimentista de inserção internacional, aplicado pelos
países mais populosos como Brasil, México e Argentina, em
que a industrialização converteu-se no objeto-síntese da
política exterior. No caso brasileiro, Vargas tratou de promover
a indústria nacional e a modernização interna. Para isso, o
presidente contou com a barganha dos Estados Unidos para
fazer frente aos mercados europeus, possibilitando aquisições
de produtos brasileiros pelos Estados Unidos, promovendo e
facilitando a vinda de capitais e técnicos norte-americanos
destinados à criação de novas indústrias.
Interatividade

Assinale a alternativa incorreta:


a) A economia brasileira no século XVIII era subordinada à
economia da metrópole portuguesa que, por sua vez, era
dominada pelo capitalismo inglês.
b) O Brasil no século XIX era dependente das exportações das
manufaturas inglesas.
c) No século XX, o Brasil passou a ser dependente dos produtos
americanos, assim como do capital externo.
d) A política varguista se desenvolveu principalmente na
expansão do parque industrial controlada pelo Estado.
e) Getúlio Vargas adotou o modelo de Substituição das
Importações, implantando a chamada indústria
agroexportadora.
Resposta

Resposta: “e”
Getúlio Vargas adotou o modelo de Substituição das
Importações, implantando a chamada indústria agroexportadora.
ATÉ A PRÓXIMA!
Unidade III

TRANSFORMAÇÕES
HISTÓRICAS CONTEMPORÂNEAS

Profa. Monica Buratto


O mundo pós-contemporâneo e os novos desafios

 Finalmente, chegamos ao tema “transformações históricas


contemporâneas”, Analisamos as etapas do desenvolvimento
capitalista: o pré-capitalismo (a passagem do feudalismo para
o capitalismo), o capitalismo comercial (economia mercantil),
caracterizado pela acumulação de capital, que seria utilizado
no capitalismo industrial e, por fim, iremos analisar como o
capitalismo financeiro ou monopolista se delineou em finais
do século XX até nossos dias.
 Analisamos o surgimento da burguesia e proletariado,
testemunhamos guerras, conflitos, bem como o avanço
tecnológico, a riqueza e a pobreza.
 O mundo continua o mesmo daquele que foi rascunhado
no século XVIII, ricos e pobres transformados hoje em
dia em países ricos e países pobres.
O mundo pós-contemporâneo e os novos desafios

 O modo de vida das pessoas, seus hábitos, costumes


foram influenciados pelos valores estabelecidos pela Nova
Ordem Mundial, determinada, antes de tudo, pela economia
industrializada. Os novos desafios do mundo contemporâneo
estão situados nos resultados da política econômica
empregada nos países: fome, desequilíbrios ambientais,
falta de infraestrutura nas cidades, racismos e preconceitos,
epidemias, guerras, xenofobia etc., como serão
demonstrados adiante.
Internacionalização do capital:
a passagem da sociedade nacional para a global

 No final da Segunda Guerra Mundial, a hegemonia americana


(60% da riqueza mundial) veio acompanhada de uma mudança
em seu padrão monetário como forma de manter a fase do
capitalismo financeiro ou monopolista. Os Estados Unidos,
durante a Guerra Fria, tomaram as rédeas da economia
mundial, tornando o dólar uma moeda forte por meio do
Bretton Woods (1944), ou seja, um sistema monetário que
convertia as moedas mundiais em dólar e que, por sua vez,
era convertido em ouro. Todas as moedas tinham o seu valor
ligado ao do dólar e este representava determinada
quantidade de ouro.
Internacionalização do capital:
a passagem da sociedade nacional para a global

 Com a criação, pelos americanos, do FMI (Fundo Monetário


Internacional), em 1944, e do Banco Mundial, em que os países
depositavam determinadas quantias de dinheiro que poderiam
retirar quando precisassem.
 O FMI passou a ajudar os países subdesenvolvidos e em
desenvolvimento, tornando-os dependentes dos empréstimos
e endividados, pois deveriam pagar os juros do que foi
emprestado.
 Muitos países que se originaram com a descolonização da Ásia
e da África contaram com a ajuda norte-americana e com isso
fortaleciam cada vez mais a hegemonia americana.
Internacionalização do capital:
a passagem da sociedade nacional para a global

 Os soviéticos não conseguiram manter sua influência entre


seus aliados, mesmo com algumas reformas políticas na
década de 70: a Perestroika e a Glasnost, efetivadas por
Mikhail Gorbatchev.
 Gorbatchev executou um plano de reestruturação econômica
(Perestroika), reformas e abertura políticas (Glasnost) devido
à crise econômica pela falta de concorrência e produtos.
 Os países do Leste Europeu, como a Hungria, a Polônia
e a Tchecoslováquia se emanciparam a partir dos anos 90.
Em 9 de novembro de 1989 houve a queda o muro de Berlim,
unificando a Alemanha.
Internacionalização do capital:
a passagem da sociedade nacional para a global

 A Era do Capital retorna internacionalizada.


 Hegemonia americana
 Enfraquecimento do Estado-Nação, isto é, a organização
institucional, político e administrativa em que predominava
soberania e autarquia do governante.
 A transnacionalização da economia, enfraqueceu o poder
do Estado.
 Novas configurações territoriais surgiram e com a
descolonização criaram um tipo de sociedade plurinacional.
 Os países desenvolvidos que ditam as regras e os países
subdesenvolvidos as seguem.
Globalização (anos 70 e 80)

 Definição: uma etapa da internacionalização do capital, em que


o produtor pode escolher onde comprar sua matéria-prima, em
geral, onde ela é mais barata; pode instalar sua fábrica fora de
seu país de origem (empresas multinacionais e transnacionais)
e pode vender sua mercadoria onde desejar.
 A Fábrica Global: integração entre capital, mercado, forças
produtivas, dando uma dimensão diferenciada à divisão
internacional do trabalho de acordo com a reprodução
do capital.
 Aldeia Global: relaciona-se com a integração dos mercados
pelas grandes corporações internacionais, facilitada pela
revolução tecnológica.
Globalização

 Características: empresas multinacionais (mantêm filiais


em todo o mundo, dirigidas por uma matriz sede no seu
país de origem), empresas transnacionais (as filiais situadas
em outros países não seguem os ditames de onde se
originaram), informatização, automação, desenvolvimento
das telecomunicações (sociedade em rede), acesso aos
meios de comunicação de massa, informação em tempo
real, com mais rapidez, massificando atitudes e hábitos.
 Os meios de comunicação de massa estimulam o indivíduo
ao consumo. As pessoas são cada vez mais especializadas e
aperfeiçoadas e a técnica domina, produção em larga escala,
especialização nos papéis sociais, desterritorialização,
Indústria Cultural.
Mundialização

 Mundialização: as atividades econômicas estão vinculadas


à extensão geográfica.
 Globalização: está mais relacionada com as estratégias de
mercado. A universalidade garantida pelo poder econômico
se reflete na cultura.
 A Mundialização: sociedade-mundo (interação entre as
culturas).
 A identidade cultural, identidade híbrida, o indivíduo tende
a assumir várias identidades em ambientes distintos e
culturalmente diversos e é influenciado pelos símbolos
da indústria cultural.
 O indivíduo busca valores do passado, mais regionais,
mesmo vivendo em um mundo global.
Neoliberalismo, o velho no novo –
Estados Liberais – Empresas transnacionais

 O Neoliberalismo surgiu por volta de 1970, através da Escola


Monetarista de Chicago, de Milton Friedman. É uma releitura
do pensamento liberal do século XIX “laissez-faire, laissez
aller, laissez passer” “deixai fazer, deixai ir, deixai passar”,
livre-comércio ou livre-mercado sem interferência do Estado.
 Fortalece as grandes potências econômicas, minimizando o
poder e a interferência do Estado na economia (Estado
Mínimo), que apenas deve atuar na manutenção da lei, da
ordem, desburocratizar as atividades econômicas e controlar
privatizações.
 O mercado se reorganiza por si só; o indivíduo adquire maior
poder para desenvolver seus negócios.
Neoliberalismo, o velho no novo –
Estados Liberais – Empresas transnacionais

 Para os neoliberais, a sociedade se torna mais competitiva,


proporcionando o desenvolvimento tecnológico.
 Privilégio das empresas multinacionais, que têm a proteção
do Estado, que disponibiliza recursos e regulamentação para
que maximizem seus lucros. O sistema diminui salários
e aumenta a desigualdade social e o desemprego.
 Governos neoliberais: Margaret Thatcher (Reino Unido),
Helmut Kohl (Alemanha) e Ronald Reagan, George Bush e
George W. Bush (EUA). No Chile, o ditador Augusto Pinochet
utilizou o neoliberalismo depois que Milton Friedman foi para
o Chile (1970). No Brasil, com os governos Fernando Collor
de Melo e Fernando Henrique Cardoso.
O Capitalismo Liberal –
Consenso de Washington (1989)

 O Consenso de Washington: John Willianson, ampliação


neoliberal na América Latina. Aceito por todos os países,
menos Peru e Brasil (que depois aceitou).
 Tinha como premissa que os países latino-americanos se
desenvolvessem com apoio dos empréstimos do FMI, BIRD
e Banco Mundial.
 A ajuda só viria se o Estado cortasse gastos públicos,
reduzisse custos com funcionários, eliminasse suas dívidas
e realizasse uma reforma fiscal e tributária com a intenção
de desonerar as empresas privadas dos impostos. Deveria
privatizar empresas estatais que gastavam muito com a folha
de pagamento e diminuir salários.
Wall Street

 Wall Street em Manhattan (NY): local de bancos e bolsas


de valores dos Estados Unidos.
 Em 1640 os holandeses construíram uma muralha (Wall) para
barrar ataques das populações indígenas, mas foram expulsos
em 1664, os ingleses fundaram Nova York.
 A partir de 1792, 24 acionistas negociaram regras e taxas com
a Bolsa de Nova York, no Tratado de Buttonwood (árvore
local). Depois da quebra da Bolsa de NY a rua retorna
o seu status de rua da especulação.
 O especulador espera o aumento dos preços onde o valor real
de um produto é diferente do preço do investidor. Euforia
financeira: o lucro do especulador advém do prejuízo de
alguém. Anos 90, fuga de capitais para os EUA. Yuppies.
A Inglaterra de Margareth Thatcher

 Margareth Thatcher foi o ícone do neoliberalismo inglês.


Nas eleições de 1979 tornou-se a única mulher a ser eleita
primeira-ministra no Reino Unido e na Europa.
 Era chamada de “A Dama de Ferro”, pois governou o Reino
Unido com bastante autoridade, rigidez e personalidade.
 Características: doutrina neoliberal (década de 70), valorizou a
libra e controlou a inflação, mas isso aumentou o desemprego,
causando grande descontentamento e reação da população.
 Thatcher se envolveu na Guerra das Malvinas (1982),
apoiou o regime do apartheid da África do Sul
e o regime do ditador chileno Augusto Pinochet.
Tigres Asiáticos

 Países do leste asiático que utilizaram o modelo neoliberal:


Taiwan (Formosa), Coreia do Sul, Cingapura e Hong Kong.
 Características: dinâmica grupal para facilitar o livre comércio,
modelo industrial, voltado para o mercado externo, atração de
multinacionais com isenções de impostos e incentivos fiscais,
mão de obra barata.
 O Japão captou recursos, investiu em educação e transportes.
 Hoje as empresas capitalistas se transformaram em
conglomerados controlados por grandes famílias:
Hyundai, LG, Daewoo e Samsung.
 Em 1997, houve reformas governamentais que incluíram auxílio
às pessoas que estavam endividadas no comércio interno.
 Hong Kong é a 30ª economia mundial e o 11º maior centro
bancário do mundo, Taiwan tem um crescimento do
PIB a 4,0% ao ano.
Interatividade

Assinale a alternativa correta.


a) As propostas do New Deal, realizadas por Roosevelt
depois da crise de 1929, relacionam-se com o neoliberalismo.
b) O neoliberalismo é uma releitura do Liberalismo Econômico
surgido no século XVIII com o fim do capitalismo.
c) Apenas com o poder estatal forte, o indivíduo adquire maior
independência para desenvolver seus negócios.
d) Os neoliberais acreditam que a desigualdade social
é benéfica para regular o mercado.
e) O Estado não deve controlar as privatizações das empresas
estatais, apenas das empresas privadas.
Resposta

Assinale a alternativa correta.


d) Os neoliberais acreditam que a desigualdade social
é benéfica para regular o mercado.
Relações internacionais e geopolíticas
no mundo contemporâneo

 Após a II Guerra Mundial: fragmentações territoriais de acordo


com os interesses políticos das potências vencedoras como
estratégias nacionais e politico-ideológicas. Depois da Guerra
Fria e da descolonização da África e da Ásia surgiram novas
fronteiras políticas e centros de decisões.
 Hoje, Nova Divisão Internacional do Trabalho, com a
industrialização dos países do Terceiro Mundo: Brasil, México,
Argentina e dos Tigres Asiáticos.
 Características: interdependência entre as nações, estagnação
financeira, especulação, carestia, déficits públicos,
desigualdade social, urbanização, aumento populacional,
reorganização dos espaços locais, regionais e nacionais,
explosão demográfica, terceirização (setor de serviços),
surgimento de grandes centros metropolitanos, como
São Paulo, Cidade do México, Buenos Aires, Calcutá etc.
As novas configurações do pós-guerra

 Primeiro Mundo: países capitalistas desenvolvidos: EUA,


Canadá, países da Europa Ocidental (Inglaterra e Alemanha),
Noruega, Suécia, Dinamarca, Japão e Austrália.
 Representam por volta de 20 das 160 nações do mundo que
são responsáveis por dois terços da produção industrial
mundial e por volta de 60% da produção econômica mundial.
 Apresentam alto índice de desenvolvimento social. Destaca-se
o Grupo dos Sete: EUA, Alemanha, Japão, Canadá, França,
Inglaterra e Itália. A China, anteriormente considerada país
emergente, está entre as nações com alto índice industrial
hoje em dia.
As novas configurações do pós-guerra

 Segundo Mundo: formado pelos antigos países socialistas,


como Rússia (antiga URSS) e países do Leste Europeu, como
República Checa, que representavam 20% da produção
industrial. São as consideradas economias de transição.
 Terceiro Mundo ou Emergentes: são nações industrializadas
que apresentam problemas sociais e econômicos.
Localizam-se na América, Ásia e África e representam 10% da
produção industrial do mundo. O Brasil, Índia, China e Rússia,
hoje considerados emergentes, são os países que têm notáveis
índices industriais. Os países como Afeganistão, Serra Leoa,
Albânia e Haiti são países pobres, com baixo índice de
desenvolvimento humano e considerados subdesenvolvidos.
Relações internacionais e geopolíticas
no mundo contemporâneo: China

 A República Popular da China, comandada pelo Partido


Socialista Chinês (1949) tem características próprias.
 A maioria dos seus habitantes vivia no campo.
 Nos anos 70, a China se transformou em uma Economia
Socialista de Mercado. Produção agrícola e industrial.
 Atualmente, a China é um país em desenvolvimento, com
poder de países de Primeiro Mundo devido ao seu PIB
ser alto: cerca de 7,5% ao ano.
 É a segunda maior economia do mundo.
 São os maiores produtores de arroz e milho, mas possuem
uma das mais baixas remunerações do mundo.
 Participam da Apec e Brics.
Relações internacionais e geopolíticas
no mundo contemporâneo

 A crise do petróleo (1973): aumento do valor do barril do


petróleo devido aos países produtores diminuírem a
produção para economizar essa fonte não renovável.
 Disputa das superpotências que dependiam do produto.
 Crises do petróleo: boicote contra as nações que apoiaram os
israelenses na Guerra do Yom Kippur, saída de países que
apoiavam Israel no conflito, deposição do Xá Reza Pahlevi
(1979) e a entrada do aiatolá Khomeini (Revolução Islâmica),
que elevou os preços do petróleo extraído de seu território,
Guerra do Golfo (1991), quando o Kuwait foi invadido pelo
Iraque e os Estados Unidos intercederam no conflito,
expulsando os iraquianos do Kuwait, morte de
Saddam Hussein e sanções ao Iraque.
Grupos petrolíferos

 A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo),


formada pelo convênio de Bagdá: Irã, Iraque, Kuwait, Arábia
Saudita e Venezuela e, posteriormente Líbia, Argélia, Gabão,
Nigéria, Catar, Emirados Árabes, Indonésia e Equador. Eles
representam 27% da produção mundial.
 Cartel norte-americano das “Sete Irmãs”, oligopólio formado
após a fragmentação da transnacional que dominava o mercado
petrolífero mundial: Standard Oil Company (Standart Oil, Royal
Dutch Shell, Móbil, Gulf, BP e Standart Oil da Califórnia) e que se
transformou na Esso. Hoje apenas ExxonMobil,
Chevron/Texaco, Shell e BP.
 Substituição do petróleo: combustíveis fósseis (não renováveis)
e biocombustíveis (Proálcool), bem como de energia renovável,
eólica (vento), solar (sol), geotérmicas (calor interno da terra) e
nucleares (utiliza materiais radioativos).
O mundo pós-contemporâneo: anos dourados e anos
difíceis no Brasil – Juscelino Kubitschek

 O mineiro Juscelino Kubitschek, do PSD (Partido Social


Democrata), venceu as eleições em 1955, impalantou um
modelo nacional-desenvolvimentista (Estado + empresa
privada nacional e o capital externo), continuou o modelo de
indústrias de base, implantou o Plano de Metas para substituir
as importações e fortalecer a produção nacional. Os seis
grandes objetivos do plano eram: energia, transporte,
educação, alimentação e indústria de base. Juscelino
mandou construir Brasília.
 Suas metas econômicas foram cumpridas, com a elevação
da produção de aço, das indústrias mecânicas, elétricas
e de comunicações, equipamento de transportes etc.
A produção cresceu 100% e a renda per capita
aumentou 4% ao ano.
Jânio Quadros

 O governo de Jânio Quadros (assumiu com 48% dos votos),


vice-presidência de João Goulart (Jango).
Características: acabou com os subsídios para alguns produtos
e desvalorizou a moeda, fez uma política externa independente e
não se alinhou aos EUA.
 Proibiu coisas desnecessárias, como a briga de galo,
biquíni e lança perfume.
 Esteve em Cuba em 1960, desagradando os americanos.
 A base política de apoio a Jânio se tornou oposição e o
presidente renunciou em 25 de agosto de 1961, depois
de oito meses de governo.
João Goulart

 Jango (PTB) assumiu em 07 de setembro de 1961.


 Antes, o Congresso Nacional, aprovou o Parlamentarismo
através de uma emenda constitucional.
 Os empresários estrangeiros, preocupados com a queda da
remessa de lucros, deixaram de apoiar o governo.
 Jango lançou o Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico
e Social com o apoio dos movimentos sociais e trabalhadores.
 Em março de 1964, um golpe militar depôs Jango, iniciando o
regime militar.
Ditadura militar no Brasil

 Na década de 1960 surgiram vários movimentos sociais,


camponeses, operários e estudantes que caminhariam até a
luta armada para defender seus interesses. Isso era fortemente
combatido pelas elites agrárias e industriais, que tinham apoio
das forças armadas e dos EUA.
 Primeiro governo militar: Castelo Branco (1964-1967), nova
emenda, o Ato Institucional n. 01 para que o general pudesse
assumir o poder. Foi criada uma nova estrutura legislativa
para sustentar a repressão e a supressão das liberdades
individuais. Eleições indiretas para presidente e duração
do mandato presidencial seria de seis anos. Foi abolido
o voto secreto.
Ditadura militar no Brasil

 Características do governo ditatorial: cassações de mandatos


dos deputados das três instâncias, suspensões de direitos
políticos, intervenções federais nos estados foram as
primeiras medidas dos militares. Foram outorgados 17 atos
institucionais, todos apresentavam perseguições ao cidadão,
como o fim das liberdades individuais, investigação sumária,
suspensão dos direitos políticos, cassasões, estado de sítio,
suspensão do direito de ir e vir etc.
 O AI-5 (1968) decretava o fim do habeas corpus, fim do direito
do indivíduo responder em liberdade por seus atos,
disseminação da tortura, da prisão, (Dops e Doi-Codi)
da violência física contra os indivíduos. O indivíduo
considerado subversivo era imediatamente incluído
na Lei de Segurança Nacional, sem qualquer direito.
Ditadura militar no Brasil

 Ocorreram muitas perseguições e prisões em universidades,


mídias e órgãos públicos. Os partidos foram extintos, apenas
Arena (Aliança Renovadora Nacional) e MDB (Movimento
Democrático Brasileiro), controlados pelo governo. Outros
partidos atuaram na clandestidade.
 Em 1967, nova Constituição militar. Ocorrem greves,
principalmente da UNE (União Nacional dos Estudantes), greve
operária em Osasco (SP) e Contagem (MG) e a Passeata dos
Cem Mil, passeata na Cinelândia (RJ) contra o regime.
 O aparato repressivo incluía as três armas, o Exército, a
Marinha e a Aeronáutica, a Polícia Civil e Militar e a Guarda
Civil. Governos militares: Castelo Branco, Costa e Silva (1967-
1969), Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), Ernesto Geisel
(1974-1979), João Batista Figueiredo (1979-1985).
Fatos importantes

 Golpe militar (1964).


 Instauração do Ato Institucional nº 1.
 AI – 2: eleição indireta para Presidente, extinção de partidos,
bipartidarismo: Arena e MDB.
 AI – 3: eleição para governadores seria indireta.
 Constituição de 1967: plenos poderes ao Executivo.
 Entrada de capital estrangeiro, concentração de renda.
 Criação do INPS, FGTS, BNH.
 AI – 5: punições, cassações e prisões.
Fatos importantes

 Lei de segurança nacional.


 Surgimento da Tropicália, canções de protesto,
prisão de jornalistas, artistas e cantores.
 Milagre econômico.
 Desenvolvimento de obras farônicas: Transamazônica,
Ponte Rio-Niterói.
 Primeira transmissão de TV em cores no Brasil (1969).
 Abertura política no governo Ernesto Geisel.
 Eleições diretas no governo Figueiredo – Diretas Já.
Interatividade

Assinale a alternativa correta.


a) Em 1969, assumiu o general Emílio Garrastazu Médici.
Nesse período, a repressão foi mais branda.
b) O período do governo de Médici ficou conhecido como
os “Anos de Chumbo”.
c) O governo militar era altamente censor, porém, apenas
alguns artistas tiveram suas músicas censuradas.
d) O governo Médici caracterizou-se pelo “Milagre Econômico”,
isto é, pelo período de grave crise econômica.
e) A construção de obras faraônicas, isto é, construções que
lembrassem magistralmente os feitos dos militares, foram
realizadas a baixo custo.
Resposta

Assinale a alternativa correta.


b) O período do governo de Médici ficou conhecido como
os “Anos de Chumbo”.
Dos anos 80 aos anos 90 – quadro recessivo –
Governo Sarney

 José Sarney (1985-1990), primeiro governo civil.


 Lançou o Plano Cruzado (Denilson Funaro) a fim de controlar
a qualquer custo a inflação (235% ao ano), congelou preços
e salários e sua característica foi a explosão do consumo,
desestímulo à poupança e abastecimento.
 Nesse período trocou-se o Cruzeiro pelo Cruzado. Apesar
disso, o governo o manteve até as eleições de 1986 a fim
de manter a sua popularidade.
 Com os problemas causados pelo Plano Cruzado, surgiu
o Plano Cruzado II (1986) e o Plano Bresser (1987),
com o objetivo controlar os gastos públicos
e controlar a inflação.
Nova Constituição – 1988

 No governo Sarney (1988) foi promulgada a nova Constituição


brasileira, que previa cidadania participativa e defendia os
direitos dos trabalhadores.
 Foi a mais social democrática de todas as Constituições.
 A Constituição de 88 determinou carga horária de 44 horas
semanais, licença-maternidade, liberdade sindical, direito
à greve etc.
 Foram aprovadas várias leis que se referiam a vários
segmentos da sociedade, como adolescentes, crianças,
famílias, idosos, indígenas, assim como ao meio ambiente,
tecnologia, ciência, desporto, previdência, assistência
e seguridade social, educação e cultura.
Governo Collor

 Collor (1990-1992) elegeu-se com 50% de votos contra 42% de


Luis Inácio Lula da Silva, com um discurso anticorrupção e de
modernização do Brasil.
 Collor empossou a economista Zélia Cardoso de Mello como
ministra da Fazenda, que lançou o Plano Brasil Novo e os
Planos Collor I e II com a intenção de minimizar a inflação.
 O plano confiscou as contas correntes, investimentos e
cardenetas de poupanças, congelando essas operações
bancárias sem que os indivíduos pudessem utilizá-las. Collor
cortou gastos e propôs reforma econômica aos moldes do
neoliberalismo. Com isso houve desemprego e recessão.
 Ele renunciou em 1992, antes que o Congresso declarasse
o impeachement pelos atos de corrupção comprovados.
Governo Itamar Franco

 O vice de Collor, Itamar Franco (1992-1994), assumiu a


presidência da República com um quadro altamente
inflacionário.
 Organizou uma desindexação da moeda com o Plano Real,
através do seu ministro da Fazenda, Fernando Henrique
Cardoso.
 Itamar Franco oficializou o Mercosul, bloco econômico
formado por Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
 Durante o seu governo foi implatada a nova moeda, o Real,
que veio a adquirir grande importância no governo FHC.
Saiu do governo com alta popularidade.
Governo FHC – o Estado Neoliberal

 Fernando Henrique Cardoso (1993-2003), do PSDB, se elegeu


em dois mandatos e seguiu a cartilha neoliberal.
 O Plano Real facilitou o saneamento das finanças. Iniciou
o processo de privatização de empresas estatais, com
a venda das indústrias de base criadas por Vargas.
 Elaborou o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado,
propondo investimento em carreiras estratégicas para gestão
do setor público.
 FHC programou a Bolsa Escola, a Bolsa Alimentação e o
programa Peti, a fim de erradicar o trabalho infantil. Ele
aprovou emendas constitucionais, inclusive a de releeição,
fez o Programa de Desestatização, extinguindo ou privatizando
estruturas estatais, diminuindo o Estado.
O governo Lula – O Estado Social

 O governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011) cumpriu


dois mandatos. Destacou-se no movimento sindical e foi
cofundador do Partido dos Trabalhadores.
 A marca registrada de seus mandados foi a redução da miséria
e das desigualdades sociais, bem como a expansão da
inclusão social, com os programas sociais como o Fome Zero
e Bolsa Família, em 2003. Esses programas cobriam cerca
de 26% da população, colocando os indivíduos em
proteção social.
 Lula impediu a venda de empresas estatais para o setor
privado e governou no sentido de manter as empresas estatais,
públicas e de economia mista, pois sua política foi Nacional
Desenvolvimentista. Sua sucessora, Dilma Rousseff,
foi eleita por duas vezes.
A inserção da economia brasileira na globalização

 O Brasil inseriu-se no mundo globalizado a partir da sua


subordinação ao capital produtivo industrial internacional,
com as alianças globais realizadas com o FMI, o Bird (Banco
Mundial), a OMC (Organização Mundial do Comércio) e o G7
(Grupo dos Sete).
 No Brasil não existem conglomerados de firmas nacionais
que atuam internacionalmente, pois nossas indústrias são
nacionais, regionais ou locais e não internacionais.
A inserção da economia brasileira na globalização

 O Brasil participa dos padrões da globalização através dos


fluxos comerciais e financeiros.
 Apesar da economia brasileira ter crescido na década de 80,
a renda concentrou-se nas mãos de poucos e distribuiu-se
pouca renda, facilitando o aparecimento de bolsões de
pobreza. O Brasil cresceu em termos de tecnologia e ciência,
porém, decresceu socialmente.
 Nos anos 90, a política econômica externa se desenvolveu
com o objetivo de abrir a economia para o mundo dentro da
perspectiva neoliberal e inserir o país na globalização, ao
contrário das políticas anteriores que privilegiavam mesclar os
investimentos estatais com capitais nacionais e estrangeiros.
A inserção da economia brasileira na globalização

 Dos governos neoliberais, Fernando Collor de Melo (1990), em


seu plano Collor, tomou medidas para desindexar a moeda, ou
seja, no reajuste de preços, de acordo com índices oficiais
de variação dos preços, lançou programas de privatização,
realizou reforma administrativa, entre outras mudanças.
 No governo FHC (1999) os investimentos se concentraram
na aquisição de empresas públicas e privadas nacionais,
principalmente no setor de serviços. As políticas neoliberais,
aqui, davam maior crédito ao mercado como principal
organizador da sociedade. Porém, houve a falência das
indústrias de capital nacional, desemprego
e desigualdades sociais.
A inserção da economia brasileira na globalização

 Lula se mostrou um governante que estimulou o capital


nacional, deu oportunidades educacionais com o acesso
às universidades, possibilitando o incremento no mercado
de trabalho de indivíduos qualificados em diversas áreas.
Isso provocou o estímulo às inovações tecnológicas que
modernizaram diversas áreas do país, tais como fármacos,
biocombustíveis, aeronáutica, industrial etc.
 A “sociedade do conhecimento” é necessária: novos
saberes e competências criam condições para inovações
tecnológicas, dinamizando a organização do processo
produtivo e de justiça social.
A integração regional da América Latina –
do desenvolvimentismo do Mercosul aos Brics

 Entre 1930 e 1945 a América Latina sustentou uma fase de


modernização, apoiada em políticas exteriores que visavam:
abrir mercados para os produtos de exportação; obter
recursos para investimentos que sustentassem o crescimento,
mas com dependência, e desenvolver ciência e tecnologia.
 No final de 1960, a América Latina dedicou-se a substituir
as exportações primárias por exportações de produtos
manufaturados.
 Tanto Vargas quanto Perón, presidente argentino, estavam
preocupados com os problemas de segurança de seus
países e em desenvolver sua estrutura econômica, construir
uma sociedade mais moderna (Desenvolvimentismo).
A integração regional da América Latina –
do desenvolvimentismo do Mercosul aos Brics

 Argentina e Brasil compartilhavam a ideia da visão de


solidariedade interamericana, com a abertura de um diálogo
com os Estados Unidos, mas tinham problemas internos.
 Todos nessa parte do continente dependiam dos Estados
Unidos e disputavam os favores norte-americanos. Devido
às contradições latino-americanas e à pressão dos Estados
Unidos, golpes militares foram surgindo na América Latina,
desenhando um quadro sombrio.
A integração regional da América Latina –
do desenvolvimentismo do Mercosul aos Brics

 Países como Argentina, Bolívia, Peru e Equador se


aprofundaram no modelo neoliberal, mas Chile e Brasil
inauguraram um modelo logístico.
 No caso do Brasil, a conduta logística modificou as relações
com seus vizinhos: reconhecer a interdependência real
em tempos de globalização, integração regional para
promover as capacidades de poder, conversão da América
do Sul em plataforma de expansão dos negócios brasileiros.
Relações Internacionais – Alalc e Aladi

 Em 1960, com a Associação Latino-Americana de Livre-


Comércio (Alalc), houve a tentativa de eliminar as barreiras
alfandegárias entre as nações participantes para incentivar
e fortalecer a industrialização e a integração entre elas.
 Como os países latino-americanos apresentavam
desenvolvimentos diferentes, percebeu-se que as metas
propostas com o acordo estavam longe de se realizarem.
 A Alalc foi substituída pela Associação Latino-Americana
de Integração (Aladi) e ocorreu o estabelecimento do
livre-comércio e união aduaneira.
Mercosul

 O Mercosul (Mercado Comum do Sul) foi criado em março de


1991, com a assinatura do Tratado de Assunção entre Brasil,
Argentina, Paraguai e Uruguai. Foi uma tentativa de
desenvolver a industrialização e um intercâmbio entre os
países membros para diminuir a dependência externa.
 As relações multilaterais entre Brasil, Argentina, Paraguai
e Uruguai identificaram problemas comuns entre eles.
 Brasil e Argentina pensaram em como estabelecer uma área
de livre-comércio e uma união aduaneira entre outros países
do Cone Sul. Uruguai e Paraguai entraram para o bloco. Além
das quatro nações (Estados Partes), outros países (Estados
Associados) foram convidados: Bolívia, Chile, Colômbia,
Equador e Peru.
Relações Internacionais – Brics

 O Brics é um agrupamento econômico atualmente composto por


cinco países: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Não é um
bloco econômico, mas um mecanismo internacional na forma de
um agrupamento informal, sem estatuto.
 É um grupo para a realização de ações coletivas entre
os países emergentes.
 Os países integrantes dos Brics são detentores de mais de 21%
do PIB mundial: é grupo dos que mais crescem no planeta e
representam 42% da população mundial, 45% da força de trabalho
e o maior poder de consumo do mundo.
 Destacam-se pela abundância de suas riquezas nacionais e pelas
condições favoráveis que atualmente apresentam para explorá-las.
Interatividade

Assinale a alternativa incorreta.


a) O Brasil inseriu-se no mundo globalizado a partir da sua
subordinação ao capital produtivo industrial internacional.
b) As alianças globais realizadas com o FMI, o Bird, a OMC
e o G7 surgiram para garantir o bom funcionamento das
empresas transnacionais.
c) No Brasil temos indústrias nacionais, regionais ou locais,
mas não internacionais.
d) O Brasil participa dos padrões da globalização através
dos fluxos comerciais e financeiros.
e) O Brasil cresceu tanto em termos de tecnologia e ciência
como socialmente e economicamente.
Resposta

Assinale a alternativa incorreta.


e) O Brasil cresceu tanto em termos de tecnologia e ciência
como socialmente e economicamente.
Reações à globalização:
Fóruns Mundiais e o pensamento crítico

 A globalização se mostrou adversa para indivíduos que


permanecem à margem do processo social. Ela auxiliou na
melhoria das condições de vida dos indivíduos, mas também
contribuiu para preservar a pobreza em muitas regiões do
planeta, pois a distribuição de renda é desigual.
 O mercado industrial da tecnologia está centralizado nas
sociedades mais ricas e muitos indivíduos que residem em
países pobres não conseguem adquirir celulares, televisores
ou computadores e permanecem desfavorecidos em relação
à integração global. A exclusão social é uma das faces
da globalização.
Reações à globalização:
Fóruns Mundiais e o pensamento crítico

 Os países mais ricos protegem seu comércio com tarifas


altas ou mantêm barreiras alfandegárias para os países
em desenvolvimento. Outros problemas da globalização:
destruição ambiental (efeito estufa), destruição das culturas
e comunidades locais e movimentos migratórios.
 Utopia global: convergir a economia, a política e a sociedade
de todas as partes do planeta sem provocar choque
de civilizações.
 As ONGs, organizações não governamentais, também
chamadas de Terceiro Setor, formadas por fundações
e organizações civis sem fins lucrativos ou financiadas
por entidades internacionais, surgiram para auxiliar
os menos favorecidos.
Reações à globalização:
Fóruns Mundiais e o pensamento crítico

 O público das ONGs são, em geral, crianças, jovens, mulheres


em situação de risco etc., com o objetivo de qualificá-los em
algum setor, oferecer treinamento, ensinar técnicas ou ensinar
uma língua. Elas surgiram no Brasil na década de 50,
mas foram suspensas durante o regime militar.
 O Fórum Social Mundial (FSM) foi criado para debater
e propor alternativas para os diversos problemas causados
pela Globalização Neoliberal. Criado para fazer frente ao Fórum
Econômico Mundial (1974), conta com a participação de
ativistas, comunidade civil e ONGs e caracteriza-se por ser
apartidário e não governamental. É uma reação à globalização.
Fóruns Mundiais

 Os quatros primeiros fóruns: Porto Alegre (RS) em 2001,


2002, 2003, 2005. Em 2004, em Mumbai (Índia). Em 2006,
em Mali, Paquistão e Venezuela, respectivamente, 2007 em
Nairóbi (Quênia). Em 2008, o FSM descentralizou. Em 2009
ocorreu em Belém do Pará (PA). Ativistas brasileiros: o
empresário Oded Grajew e Francisco Whitacker.
 Em 2001 iniciou-se o Fórum Mundial de Educação (FME)
como alternativa à educação neoliberal.
 Ação Global: encontros com a finalidade de discutir
a superação do modelo capitalista globalizado e os
problemas que ele provoca.
Eco-92 /Protocolo de Quioto e conferência da Cúpula
Mundial para o Desenvolvimento Sustentável

 Eco-92 (Rio-92) – organizada pela Conferência da ONU sobre o Meio


Ambiente, surgiu para debater os problemas ambientais mundiais.
 Produziu a Carta da Terra, biodiversidade, desertificação, mudanças
climáticas, florestas e Agenda 21 (programa de desenvolvimento
ambiental racional) que adotavam diversas medidas contra a
poluição.
 Em 1997, no Japão, ocorreu o Protocolo de Quioto, que estabelecia
metas de redução de emissão de gases poluentes na atmosfera, que
causam o efeito estufa. Os países deveriam mexer em sua matriz
energética, mas não foi aceito de imediato pelos Estados Unidos.
 Em 2002, em Johanesburgo (África do Sul), ocorreu a Conferência
da Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável para obter
um balanço dos acordos realizados entre 180 países que
participaram do Rio-92, e chamar a atenção da opinião pública
mundial para os problemas ambientais atuais.
Ideologia, Ação e Política

 Grupos antiglobalização (final do século XX): os marxistas,


anarquistas, ecologistas, sindicalistas, pacifistas, órgãos
independentes, ações humanitárias, direitos humanos, direito
à cidadania, feministas e outros grupos.
 Black Blocs: nascidos a partir da Ação Global dos Povos,
em 1980, depois de uma violenta repressão do governo
alemão contra os squats, jovens que estavam participando
de movimentos antiglobalização. Anarquistas organizados
em rede utilizam de táticas violentas, quebrando locais que
consideram como representantes da ordem neoliberal.
Agiram em Praga, Seattle, Quebec e Gênova.
 Alemanha: Neonazistas (Skinheads) e Baader-Meinhof, facção
do Exército Vermelho (RAF) da Alemanha Oriental (1970).
Ideologia, Ação e Política

 Outros líderes mundiais: subcomandante Marcos (movimento


indígena mexicano), Exército Zapatista de Libertação Nacional,
Susane George, francesa/norte-americana, Hebe de Bonafini,
(mães da Praça de Maio, em Buenos Aires), Oder Grajev, líder
da Associação Brasileira de Empresários e Cidadania, Trevor
Wanek, de Soweto, na África do Sul, Sandra Cabral, da Central
Única dos Trabalhadores no Brasil etc.
 Ação Global dos Povos (AGP) surgiu em Genebra, em 1998,
em oposição ao encontro da OMC (Organização Mundial
do Comércio). Utilizam táticas de desobediência civil não
violenta e apoio às lutas sociais. No Brasil: Santos, Belo
Horizonte (2000) e São Paulo (2001) contra a Cúpula das
Américas, Av. Paulista.
A crise econômica de 2008 e as relações econômicas
do início do século XXI

 A crise capitalista de 2008 (EUA) surgiu com a bolha


especulativa do mercado imobiliário norte-americano
alimentada pelo aumento do crédito bancário.
 Os agentes imobiliários ofereciam crédito para a compra de
imóveis, mas as pessoas ficaram inadimplentes e perderam
seus imóveis, assim como bancos que emprestaram dinheiro
ficaram sem recursos.
 O preço dos imóveis caiu e a bolha estourou. O Lehman
Brothers pediu concordata e sofreu a hipoteca de alto risco.
A sua falência foi decretada em 15 de setembro de 2008, mas a
Federal Reserve (FED), banco central norte-americano, se
recusou a auxiliar o banco.
A crise econômica de 2008 e as relações econômicas
do início do século XXI

 O pânico se instalou no mercado: aumentou a liquidez dos


bancos, ocorreu a venda de ativos financeiros em grande
escala e houve uma queda violenta dos ativos e a redução do
crédito bancário, que gerou uma queda na produção industrial
e no comércio internacional.
 O efeito dominó dessa crise ressoou no mercado global e nas
bolsas de valores: no Brasil, as perdas foram grandes com a
queda da produção industrial, pois tiveram que diminuir suas
exportações para os Estados Unidos e Europa.
 O PIB interno também caiu. A saída do governo brasileiro
foi exportar para os países emergentes, como a China.
A crise econômica de 2008 e as relações econômicas
do início do século XXI

 A crise de 2008 não poderia ser corrigida por intermédio


da intervenção do Estado na economia: no século XXI
predominam as estratégias do mercado financeiro e o
comércio especulativo, principalmente nos mercados que
mantêm poder econômico hegemônico.
 Os interesses desses grupos, que têm grande habilidade
no manejo do mercado, tornam o Estado refém e se
transformam em protagonistas que legitimam o próprio
processo neoliberal.
 Assim, os salvamentos bancários realizados pelo Estado nada
mais são do que uma faceta da força do mercado financeiro na
sociedade neoliberal.
O surgimento de grupos e mídias independentes

 As mídias independentes são representadas por indivíduos


que não estão subjugados a partidos políticos e a grupos com
interesses comerciais. A cobertura da notícia não segue uma
agenda oficial e tem abrangência local, social e regional,
de uma forma contextualizada e não fragmentada.
 No Brasil: jornalistas-cidadãos, ou open source, o grupo Carta
Maior, Comunicadores pelo Brasil, Jornalistas Livres, Mídia
Ninja e a rede TVT (TV dos Trabalhadores) e o Centro de Mídia
Independente (CMI, 2001) – rede de produtores independentes
que utilizam sites da internet para propagar
suas notícias.
Tensão contemporânea

Tensões do mundo pós-contemporâneo: terrorismo, guerras,


desequilíbrios ambientais, migrações, crime organizado,
corrupção etc.
 Os Estados Unidos são alvo de rancores e inimigos: 11 de
setembro de 2001, ataques terroristas às torres gêmeas do
World Trade Center, comandado por Osama Bin Laden, em
que morreram 3.000 pessoas.
 Após os ataques suicidas, os Estados Unidos realizaram a
chamada Guerra ao Terror, invadindo o Afeganistão, que
abrigava o grupo terrorista Al-Qaeda, do qual Osama
era líder. Bin Laden foi caçado e morto no Paquistão
pelos norte-americanos em 2011.
Tensão contemporânea

 Os grupos terroristas muçulmanos fundamentalistas: Al-Qaeda


(1980), Boko Haram (2002), Estado Islâmico (Isis, 2013), Talibã
(1996), Hamas (Palestina), Hezbollah (1982, Líbano) são grupos
antiglobalização, que lutam pelas suas tradições religiosas.
Defensores das leis do Islã (Sharia) esses grupos são contra
a diversidade cultural, a descentralização política, a
universalidade e a modernização.
 Outros grupos terroristas: ETA (1959, grupo basco,
na Espanha), o grupo IRA (Exército Republicano Irlandês,
início do século XX) e as Farc (Colômbia,1964).
 Primavera Árabe: Líbia, Egito, Tunísia, Iêmen, Barein e Síria
(ainda em guerra para destituir seu ditador).
Interatividade

Assinale a alternativa correta.


a) Um dos grandes impactos causados pela Nova Ordem
Mundial é a crise ambiental, causada pelo consumo
exagerado de bens.
b) O capitalismo combate a degradação ambiental, pois tem
recursos e tecnologia para isso.
c) A construção de vias públicas para atender à crescente
demanda de automóveis não causa impactos ambientais.
d) As políticas públicas que desenvolvem estratégias
de Educação Ambiental não ajudam no combate
à crise ambiental.
e) A degradação ambiental não é acelerada pelos interesses
capitalistas, que demandam crescente interesse de produção
de energia limpa.
Resposta

Assinale a alternativa correta.


a) Um dos grandes impactos causados pela Nova Ordem
Mundial é a crise ambiental, causada pelo consumo
exagerado de bens.
ATÉ A PRÓXIMA!

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