Estudar ciência política é muito importante na sociedade
contemporânea, tanto no Brasil como em todo o mundo. Pensar sobre política é entender porque a sociedade se organiza de uma forma e não de outra. Estamos em um momento histórico marcado por sucessivas e rápidas mudanças sociais e econômicas e para entender porque essas mudanças ocorrem e seu impacto na vida das diferentes pessoas é necessário possuir um bom conhecimento de política. Introdução
O objetivo das aulas é transmitir conhecimento sobre os
principais aspectos da formação histórica do pensamento político no Brasil, seus principais protagonistas e as ideias que difundiram. O estudo do pensamento político brasileiro adquire especial importância e funcionalidade porque permitirá ao futuro profissional compreender as razões que nos trouxeram até este momento histórico e o potencial que esta sociedade possui para determinar como será o seu futuro. Definição de política
O termo é derivado do adjetivo originado de pólis (politikós),
que significa tudo o que se refere à cidade. O termo política se expandiu graças à influência da grande obra de Aristóteles intitulada “Política”, o primeiro tratado sobre a natureza, funções e divisão do Estado e sobre as várias formas de Governo. Na época moderna, o termo perdeu seu significado original, passando a ser comumente usado para indicar a atividade ou conjunto de atividades que, de alguma maneira, têm com ligação com o Estado. Política e sociedade
Política é o conjunto de conhecimentos construídos por uma
dada sociedade em um momento histórico determinado e que permite a esse grupamento social organizar o exercício do poder, tanto no plano interno como no relacionamento com outros grupos sociais. Política é, portanto, decorrência do fato de vivermos em grupos sociais que modernamente chamamos de sociedade e que estão quase sempre organizados em Estados, com poder político determinado e regulado por leis. A sociedade segundo a reflexão de Aristóteles
Aristóteles foi um dos precursores das reflexões sobre
o papel da política na sociedade organizada pelos homens. Para Aristóteles, a sociedade é o eixo do indivíduo, portanto, o homem só desenvolverá plenamente seu potencial se inserido em uma sociedade. Assim, o Estado surge na história da humanidade para estabelecer direitos e deveres de cada membro do grupo social, para que essa organização permita o bem-estar de cada um e de todos. Política e partidos políticos
Possuem conceitos diferentes e não deveriam
ser confundidos. Partidos políticos são grupos específicos de pessoas que se unem por possuírem ideias e projetos semelhantes, que se organizam para tentar chegar ao poder pelo voto e para instaurar uma ordem legal e legítima que propicie a colocação em prática das ideias que as unem. No Brasil existem partidos políticos que defendem ideias trabalhistas, socialistas, ambientalistas, republicanas, entre outras. História do pensamento político brasileiro
O pensamento político brasileiro está em construção desde
o descobrimento do Brasil pelos portugueses e nunca poderá ser considerado pronto e acabado. Ele é decorrente da história do Brasil, de sua colonização pelos portugueses, das relações entre estes e os espanhóis, do momento histórico que estes países viviam e do que eles significavam na política e na economia da Europa. Muito da nossa organização política e social contemporânea é resultado do processo histórico vivido pela sociedade brasileira . A expansão portuguesa e o descobrimento
Os portugueses haviam acumulado experiência no comércio
marítimo nos séculos XIII e XIV. A expansão marítima portuguesa é decorrente de inúmeros fatores econômicos, políticos e geográficos. A posição de Portugal, próximo às ilhas do Oceano Atlântico e das costas da África facilitou a navegação. A expansão marítima tornou-se um projeto nacional, amparado por um consenso de interesses da monarquia, dos nobres e dos membros da Igreja, na oportunidade de novas riquezas. Os índios e os negros na formação da sociedade brasileira
A forma com que índios e negros foram tratados no Brasil é
fator de grande importância para entendermos a sociedade contemporânea e a formação do pensamento político brasileiro. Está relacionada com o preconceito que de alguma maneira a sociedade brasileira cultivou a respeito dos índios. Já a forma como os negros foram trazidos nos dá a dimensão da total ausência de respeito por esta raça e este traço de desrespeito ainda não foi banido por completo do Brasil. Da escravização do índio para a escravização do negro
A escravização indígena foi uma catástrofe demográfica. Os
índios foram vítimas de doenças para as quais não tinham defesa biológica. Por esse motivo, a partir da década de 1570 incentivou-se a importação de africanos e a Coroa começou a tomar medidas, por meio de várias leis, para tentar impedir o morticínio e a escravização desenfreada de índios. Os portugueses sabiam que a capacidade produtiva dos negros eram bem superior à do indígena. Interatividade
Como é denominado o conjunto de conhecimentos construídos
por uma dada sociedade em um momento histórico determinado e que permite a esse agrupamento social organizar o exercício do poder? a) Ciência. b) Política. c) Administração. d) Governo. e) Partido político. A resistência de Palmares
Os escravos negros reagiram inúmeras vezes contra tanta
violência no tratamento que recebiam, por isso fugiam e se organizavam em quilombos O quilombo mais famoso foi o de Palmares, liderado por Zumbi. Palmares se alongou por mais de cem anos e enfrentou tanto portugueses como holandeses. Há registros históricos de que mais de 10.000 pessoas tenham morado em Palmares e não apenas negros, mas também brancos que haviam fugido por diversas razões. Faculdade Zumbi dos Palmares – UniPalmares
Inaugurada em São Paulo no ano de 2003.
Trata-se da primeira faculdade idealizada por negros, tendo como foco a cultura, a história e os valores da negritude. É a primeira e única instituição de ensino superior na América Latina voltada para a inclusão do negro. Isso garante que os alunos dos diversos cursos tenham a consciência do seu protagonismo na história. Os cursos buscam formar empreendedores negros, capazes de ocupar cargos mais altos dentro das instituições. A resistência contra a opressão
A resistência dos negros, que teve início no processo
de escravidão, ainda está presente entre nós. Isso ocorre pelo fato de que na sociedade brasileira contemporânea ainda existem formas evidentes e camufladas de preconceito. O debate em torno das cotas para negros, entre outros temas, dá uma noção real sobre as múltiplas formas de preconceito existentes. A resistência contra a opressão é, portanto, um traço muito forte dos afrodescendentes. Organização política colonial
A principal ideia da Coroa portuguesa com relação à terra
recém-descoberta era de ordem econômica ou, ainda melhor, de caráter comercial. Portugal não tinha planos para formar aqui um país independente, o que seria extremamente contrário aos seus interesses enquanto país e não tinha projeto para a formação de qualquer outra forma de organização política. O projeto era totalmente comercial e não político ou social. O absolutismo em Portugal
Portugal, à época do descobrimento, era um estado
absolutista, ou seja, todos os poderes se concentravam na pessoa do rei, que estava nessa condição por imperativo divino. Para os absolutistas não havia divisão entre público e privado, porque o rei possuía o domínio absoluto sobre todas as coisas. Porém, em Portugal, se a palavra decisiva cabia ao rei, tinha muito peso na decisão uma burocracia por ele escolhida, formando um corpo de governo. A burocracia na colônia
A montagem da administração colonial desdobrou
e enfraqueceu o poder da Coroa, que tomava as decisões centrais. Os administradores do Brasil possuíam uma esfera de atribuições e tinham de improvisar medidas diante de situações novas, diante das pressões imediatas dos colonizadores e das instruções emanadas da distante Lisboa. O tamanho do território brasileiro também foi determinante para que a administração organizada aqui fosse complexa e burocrática. O primeiro Governador-geral
Tomé de Souza foi nomeado pelo rei em 1548 e assumiu
em Salvador, então instituída como sede do governo central do Brasil. Seu papel era garantir que houvesse produção econômica significativa, de modo que a Coroa ficasse satisfeita. A estrutura criada foi complexa e burocrática, com a divisão de poderes entre muitas pessoas, todas elas funcionárias do poder público. Essa característica da organização política está presente na sociedade brasileira até hoje. O papel da Igreja em Portugal
Igreja e Estado tiveram formas variadas de relacionamento
em cada país do mundo nos diversos períodos históricos. Em Portugal, os estudiosos apontam que havia certa subordinação da Igreja à Coroa, principalmente em razão de um mecanismo conhecido como “padroado real”. Este mecanismo garantia que a Igreja teria direito de se organizar nas terras que fossem descobertas e a Coroa tinha a obrigação de remunerar o clero, construir e manter os edifícios religiosos. A Companhia de Jesus e os jesuítas
Ordem religiosa fundada por Inácio de Loyola e outros
em 1534, em Paris, e aprovada pelo Papa em 1538. Os jesuítas exerceram forte influência sobre a Coroa portuguesa no período da colonização brasileira, até que o Marquês de Pombal os expulsasse do país em 1760. Fundaram escolas, igrejas e lutaram contra a escravidão dos indígenas, instituíram missões que se tornaram importantes, como a Missão de São Miguel, no atual Estado do Rio Grande do Sul. O Papa e o Rei – O catolicismo como religião do Estado
O Estado e a Igreja Católica eram duas instituições básicas
que estavam destinadas a organizar a colonização. Ao Estado coube o papel fundamental de garantir a soberania portuguesa sobre a colônia, dotá-la de uma administração e desenvolver uma política de povoamento. A Igreja tinha em suas mãos a educação das pessoas, o “controle das almas” era um instrumento muito eficaz para veicular a ideia geral de obediência e mais restritamente de obediência ao poder do Estado. Interatividade
Portugal, à época do descobrimento, era um Estado onde todos
os poderes se concentravam na pessoa do rei, que estava nessa condição por imperativo divino. Como é denominado tal sistema de governo? a) Democrático. b) Tirânico. c) Absolutista. d) Anarquista. e) Republicano. A instituição das feitorias
O primeiro projeto econômico viabilizado pela Coroa foi
os armazéns, nos quais eram depositados materiais obtidos na colônia e que seriam enviados à corte. Esse trabalho foi entregue a uma empresa comercial dirigida por Fernando de Noronha. Em troca da concessão que lhe fazia a Coroa, teria que pagar ao rei a quinta parte de tudo o que arrecadasse. Também era sua obrigação construir fortificações que impedissem ataques de piratas e dar início ao processo de colonização. As capitanias hereditárias e o poder ilimitado
As terras foram divididas em pedaços, que foram distribuídos
a pessoas determinadas pelo rei. Eram os donatários, que passaram a ter a posse das terras e o direito de explorá-las com seus próprios recursos. Eles poderiam transmitir a posse das terras e todos os direitos advindos desta posse para seus herdeiros, mas não podiam vender as terras. Os donatários também receberam o título de capitão-mor, para que ficasse claro que eles eram o maior poder político, econômico e social nas terras que lhes foram entregues. O pensamento político brasileiro – José Bonifácio de Andrada e Silva
De 1763 a 1838 – seu pensamento foi influenciado pelo estudo
de Direito em Coimbra. Era contrário à escravidão. Na condição de deputado, Bonifácio tinha a pretensão de construir na América um país moderno e civilizado, projeto este que colocava na ordem do dia reformas de grande alcance, que atacassem o que considerava ser os entraves para a conquista da civilização. E sobre economia, o pensamento de José Bonifácio era direcionado para a valorização da agricultura e da propriedade. Paulino José Soares de Souza – Visconde do Uruguai
De 1807 a 1866 – em 1836 foi nomeado Presidente da
Província do Rio de Janeiro. Como gestor público, acreditava que era fundamental a participação dos particulares na gestão, inclusive na realização de obras como estradas, por exemplo, essenciais para o escoamento da produção agrícola. Atuou fortemente pelo fim da escravidão e no plano internacional se destacou pela defesa do Estado do Amazonas como parte do território brasileiro. Antônio da Silva Jardim
De 1860 a 1891 – advogado e jornalista com notória atuação
em movimentos abolicionistas e republicanos no Brasil. Era radical e queria uma revolução que terminasse com a monarquia. Defendeu a mobilização popular para que a abolição e a república produzissem resultados efetivos em prol de toda a sociedade brasileira. Era adepto do pensamento positivista, que acreditava principalmente no método científico e na inexorabilidade da lei do progresso. Rui Barbosa de Oliveira
De 1849 a 1923 – dedicou-se à advocacia e ao jornalismo,
tendo um importante trabalho voltado à causa da abolição da escravidão. Teve grande participação na Assembleia Constituinte que formulou a Constituição Federal de 1891, a primeira Constituição republicana brasileira. Em 1907 foi chefe da delegação brasileira que participou da Segunda Conferência de Paz, em Haia, na Holanda. Defendeu na Conferência o princípio da igualdade jurídica das nações soberanas. Gaspar Silveira Martins
De 1835 a 1901 – foi Presidente do Partido Liberal, sendo um
dos fundadores do Partido Federalista e um dos líderes da Revolução Federalista (1893-1895). Em seu entender, o ideário político deveria ser o da liberdade individual e, para isso, não importava a forma de governo que fosse adotada. Era parlamentarista e defendia maior autonomia das províncias, que hoje denominamos estados federativos. Também defendia a colonização em substituição ao trabalho escravo. Aureliano Cândido Tavares Bastos
De 1839 a 1875 – foi político, escritor e jornalista e seu
pensamento político é marcado por ter sido precursor das ideias do federalismo e contrário à centralização administrativa no Brasil. Era defensor das ideias do liberalismo, entendia que a liberdade de mercado e da livre-iniciativa eram fundamentais para a sociedade. Nessa mesma linha, defendia a separação do Estado e da Igreja, bem como a liberdade religiosa, inclusive com a imigração de protestantes. Silvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero
De 1851 a 1914 – adepto das ideias positivistas de Augusto
Comte, produziu extensa obra literária, sempre valorizando o método científico. Acreditava que todo estudo só seria científico se estivesse em conformidade com leis fundamentais, que seriam as mesmas tanto para o mundo físico como para a cultura. Defendendo a superioridade das raças, Romero acreditava na fortaleza da raça ariana (branco-europeia) em detrimento da contribuição de negros e indígenas à formação do caráter brasileiro. Alberto Francisco Torres
De 1865 a 1917 – foi abolicionista e republicano. Expoente
do pensamento ruralista brasileiro, suas ideias influenciaram o movimento integralista brasileiro, que se baseava na ideia de hierarquia e harmonia social, com fundamento na Doutrina Social da Igreja. Torres foi pioneiro ao transformar a crítica ao liberalismo em base para a construção do pensamento autoritário. Para ele, o Estado deve se sobrepor à sociedade civil porque sabe o que é melhor para ela. Interatividade
Qual foi o pensador político brasileiro que em 1907 era o chefe
da delegação brasileira que participou da Segunda Conferência de Paz, em Haia, na Holanda? a) Rui Barbosa. b) José Bonifácio. c) Visconde do Uruguai. d) Silva Jardim. e) Ramos Romeiro. O Primeiro Reinado do Brasil – 1822 a 1831
O panorama político agitado na Europa trouxe a família real ao
Brasil em 1808, onde permaneceu até 1821. Ao retornar a Portugal, D. João VI deixou seu filho D. Pedro I como Príncipe Regente e o fim do período colonial já bastante delineado. O Primeiro Reinado teve início com a criação de uma corte nos moldes da portuguesa. A rigor, o Primeiro Reinado não mudou quase nada na ordem econômica e social. O Período Regencial do Brasil – 1831 a 1840
Período regencial é como ficou conhecido o período,
compreendido entre a abdicação de D. Pedro I e o chamado “Golpe da Maioridade”, quando seu filho, D. Pedro II, teve a maioridade proclamada. Foi um dos mais importantes e agitados períodos da história brasileira; nele se firmaram a unidade territorial do país e a estruturação das Forças Armadas, além de serem discutidos o grau de autonomia das províncias e a centralização do poder. O Segundo Reinado do Brasil – 1840 a 1889
O Segundo Reinado foi uma época de grande progresso
cultural e de grande significância para o Brasil, com o crescimento e a consolidação da nação brasileira como um país independente e como importante membro entre as nações americanas. Nesse período houve a Guerra do Paraguai (1870) e mudanças profundas na situação social, como a gradativa libertação dos escravos negros e o incentivo de imigração para a força de trabalho brasileira. A Primeira República ou República Velha – 1889 a 1930
Foi proclamada em 15 de novembro de 1889, quando foi
organizado um governo provisório, chefiado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, que passou a dirigir o país. A Constituição de 1891 tomou por modelo a Constituição dos Estados Unidos, que adotara o sistema republicano, federalista e presidencialista. Os três poderes da República: Legislativo, Executivo e Judiciário seriam independentes, sendo consagrada a autoridade suprema do Presidente. Características do pensamento político brasileiro nesse período
Grande parte dos pensadores brasileiros em atividade
no período do final do Império e preparatório da Primeira República era de bacharéis em Direito, espaço universitário onde fervilhavam os principais pensamentos políticos. O liberalismo e o abolicionismo foram ideias muito debatidas e defendidas, assim como o positivismo. Eram liberais em decorrência das ideias que estavam em evidência na Europa e nos Estados Unidos, a partir dos eventos da Revolução Inglesa. O modelo patrimonialista de gestão pública
No patrimonialismo, a administração política é exercida
sem que haja clara separação entre o que é público e o que é privado, ou seja, aquele que tem o poder o exerce sem distinção entre os bens públicos e os bens particulares, que são de propriedade do administrador político. A organização política patrimonial não conhece nem o conceito de competência nem o da autoridade ou magistratura no sentido atual, especialmente na medida em que o processo de apropriação se difunde. O patrimonialismo brasileiro
É consequência da mesma experiência vivida por Portugal,
cujas instituições políticas sofreram igualmente com a intencional confusão entre o público e o privado. O patrimonialismo não interessava apenas à Coroa e a todos os que pertenciam ao universo monárquico: interessava também às elites econômicas, proprietárias de terras e de escravos e que pretendiam que o poder político estivesse de forma permanente a serviço de seus interesses, de seu favorecimento. O Nacionalismo
Em seu sentido mais abrangente, o termo Nacionalismo
designa a ideologia nacional, a ideologia de determinado grupo político, o Estado Nacional, que se sobrepõe às ideologias dos partidos, absorvendo-as em perspectiva. Guerras externas e internas contribuíram para que irrompesse no pensamento político brasileiro a reflexão em torno do sentimento de nação, em torno da construção de identidade nacional e consequentemente do nacionalismo. O pensamento liberal conservador
O pensamento liberal está associado com as ideias que
predominaram na Europa e nos Estados Unidos, em especial após a Revolução Gloriosa, ocorrida na Inglaterra em 1688, A Revolução de Independência Norte-Americana, de 1776 e a Revolução Francesa, de 1789. Os liberais acreditavam, portanto, que a máxima liberdade conduziria a uma perfeita organização econômica e social e, nessa medida, o Estado não deveria interferir, em especial nas atividades econômicas. As ideias liberais no Brasil
No Brasil, as ideias liberais tiveram que ser adaptadas
para a realidade política, econômica e social que aqui vigoravam. Aqui, as ideias liberais encontraram ressonância entre os proprietários de terra e os comerciantes urbanos. Eles eram a favor da república e do sistema federalista, de modo a que ficassem garantidos os seus interesses. Os principais adeptos do liberalismo foram homens cujos interesses se relacionavam com a economia de exportação e importação. O liberalismo conservador
Em todos os momentos, o liberalismo brasileiro foi
conservador, com liberais apoiando ideias conservadoras, como a manutenção da escravidão. Além disso, a população brasileira estava à margem dessas ideias, desconhecia por completo o pensamento liberal e por isso não contribuiu para dar maior sustentação a elas. Assim, ao mesmo tempo em que adotavam as linhas mestras do pensamento liberal, prevaleciam os interesses econômicos, sociais e políticos das elites. Interatividade
Em qual modelo de administração política o poder é exercido
sem que haja clara separação entre o que é público e o que é privado, ou seja, aquele que tem o poder o exerce sem distinção entre os bens públicos e os bens particulares, que são de propriedade do administrador político? a) Socialismo. b) Patrimonialismo. c) Liberalismo. d) Clientelismo. e) Feudalismo. ATÉ A PRÓXIMA! Unidade II
PENSAMENTO POLÍTICO BRASILEIRO
Prof. Vanderlei da Silva
O autoritarismo no Brasil
Na tipologia dos sistemas políticos, são chamados
de autoritários os regimes que privilegiam a autoridade governamental e diminuem o consenso, concentrando o poder político nas mãos de uma só pessoa ou de um só órgão e colocando em posição secundária as instituições representativas. Nesse contexto, a oposição e a autonomia dos subsistemas políticos são reduzidas à expressão mínima e as instituições destinadas a representar a autoridade ou são aniquiladas ou substancialmente esvaziadas. A República dos coronéis
É comum denominar a Primeira República “República dos
coronéis”. O coronelismo representou uma variante de uma relação sociopolítica mais geral – o clientelismo – existente tanto no campo quanto nas cidades. Essa relação resultava da desigualdade social, da impossibilidade de os cidadãos efetivarem seus direitos, da precariedade ou da inexistência de serviços assistenciais do Estado, da inexistência de uma carreira no serviço público. O coronelismo brasileiro
Ocorreu, principalmente, após a transição da monarquia
para a república. Coronéis eram civis, proprietários de terras que haviam recebido do Governo o título de Coronel da Guarda Nacional e por isso exerciam da forma como queriam o poder nas regiões em que estavam localizados. O termo passou a ser utilizado não apenas por aqueles que tinham a designação oriunda de sua inserção na Guarda Nacional, mas para se referir a todos os que tinham algum papel relevante na política local. O “voto de cabresto” imposto pelo coronel
Quase sempre o coronel era o chefe político da região e,
entre outros benefícios que recebia, um deles era que quando fossem presos ou estivessem sujeitos a processo criminal não poderiam ser recolhidos às prisões comuns. Os coronéis conduziam o processo eleitoral e foram responsáveis pelo chamado voto de cabresto, que consistia em eleições totalmente direcionadas por eles, ou seja, fraudadas com o objetivo de conseguir o resultado desejado. Os capangas dos coronéis
Capangas era o nome que recebiam e recebem até hoje
aqueles que atuam como um tipo de guarda-costas daqueles que têm poder político ou econômico. A diferença entre capangas e verdadeiros guarda-costas profissionais é que os capangas praticam atos ilícitos a mando de seus chefes e são protegidos por eles com relação às consequências desses atos. Muitas vezes atuavam como matadores profissionais e causavam profundo temor na população local. O sistema de clientela e patronagem
O coronelismo encontrou no Brasil uma condição
favorável de desenvolvimento, pois aqui já existia o sistema de patronagem. Patronagem é o sistema de apadrinhamento ou de compadrio, que faz com que as classes sociais economicamente menos abastadas busquem obter favorecimento junto aos economicamente mais poderosos, independentemente de possuírem ou não direito a esses benefícios. Isso explica a origem da expressão “quem não tem padrinho morre pagão”. O autoritarismo e o pensamento político
Durante a Primeira República, ainda que as oligarquias
dominassem a vida política, começavam a surgir os primeiros movimentos populares e as primeiras manifestações políticas do povo organizado. A movimentação política popular se deve, de alguma forma, à chegada dos imigrantes no início do século XX, em especial aos italianos, que vinham de um país cuja política era bem conturbada e estavam acostumados a manifestações e tensões políticas. O movimento operário brasileiro
Esse momento marca também a formação da organização
operária em razão do aumento de fábricas, em especial em São Paulo. O movimento operário foi muito importante para a política do país e difundiu suas ideias por meio de jornais, panfletos e revistas nas quais escreveram jornalistas, políticos e líderes operários. O movimento era defensor de ideias socialistas sob inspiração das ideias de Marx e Engels, em especial na célebre obra “O Manifesto Comunista”. O Partido Comunista no Brasil
Grupos de estudo e difusão do pensamento socialista
já podiam ser encontrados a partir de 1889. A repressão a essas ideias foi forte e contínua, inclusive com a aprovação de leis que causaram a expulsão de vários imigrantes, que eram líderes políticos das massas de trabalhadores. Apesar da repressão, o Partido Comunista se organizou no Brasil em março de 1922, com o propósito de se tornar protagonista nas lutas pela conquista dos direitos para os trabalhadores. O Movimento Anarquista no Brasil
Foi relevante nesse momento histórico, com a criação
da Confederação Operária Brasileira, em 1906, que adotava uma política anarquista. Tinha por ideia fundamental a negação do Estado e, consequentemente, a ampla liberdade de criação de associações e comunidades que se regeriam por suas próprias regras. Os anarquistas criaram escolas com prática de educação libertária e até uma comunidade, a Colônia Cecília, no Paraná, regida inteiramente por princípios anárquicos. Interatividade
Na tipologia dos sistemas políticos, como são chamados
os regimes que privilegiam a autoridade governamental e diminuem o consenso, concentrando o poder político nas mãos de uma só pessoa ou de um só órgão e colocando em posição secundária as instituições representativas? a) Democráticos. b) Autoritários. c) Representativos. d) Anarquistas. e) Monárquicos. O movimento tenentista
As ideias que influenciaram mais fortemente o autoritarismo
no Brasil vieram do movimento tenentista, que aconteceu durante a década de 1920. Em 1922, os tenentes promoveram uma rebelião no Forte de Copacabana para se manifestarem contra o regime político do Presidente Arthur Bernardes, que representava os interesses da oligarquia mineira. Em 1924, os tenentes tentaram novamente derrubar Arthur Bernardes, desta vez se rebelando em São Paulo. A Revolução de 1930
A Revolução de 1930 não foi feita por representantes
de uma suposta nova classe social, fosse ela a classe média ou a burguesia industrial. Os vitoriosos de 1930 compunham um quadro heterogêneo, tanto do ponto de vista social quando político. Defendiam a centralização do poder e a introdução de algumas reformas sociais. Queriam a efetiva adoção dos princípios do Estado liberal, que aparentemente asseguraria seu predomínio. A Revolução Constitucionalista
Getúlio Vargas enfrentaria no início de seu governo
a revolta paulista de 1932, conhecida como Revolução Constitucionalista. Os paulistas pegaram em armas contra o governo de Getúlio Vargas, por entender que ele havia adotado o autoritarismo proposto pelo movimento tenentista, na medida que evitava convocar uma Assembleia Nacional Constituinte. Como resultado de mais esse conflito, foi convocada a Constituinte que elaborou a Constituição de 1934, substituída em 1937. O governo de Getúlio Vargas
Getúlio Vargas assumiu o poder como representante de novos
grupos que desejavam participar das decisões políticas e econômicas sem se constituírem propriamente como um grupo organizado ou como um movimento. Isso permitiu a Getúlio Vargas adotar medidas governamentais centralizadoras, incentivar a participação militar nos assuntos do Estado, ao mesmo tempo em que tratou de desenvolver a indústria e legislar na proteção dos trabalhadores. Ação Integralista Brasileira e Aliança Nacional Libertadora
Durante a década de 1930, dois grupos políticos haviam se
organizado no Brasil e ambos causavam preocupação para o governo, porque se opunham de forma radical e com isso, poderiam incitar distúrbios e desavenças na população. O primeiro era a Ação Integralista Brasileira, criada em 1932 e liderada por Plínio Salgado e o segundo era a Aliança Nacional Libertadora, que reunia socialistas, comunistas e democratas liderados por Luiz Carlos Prestes. A Aliança Nacional Libertadora desejava afastar Getúlio Vargas do poder . O golpe de Getúlio Vargas e a instalação do Estado Novo – 1937
Em 1935, ocorreu uma tentativa de golpe do Partido
Comunista que não teve resultado, mas ofereceu a Getúlio Vargas os motivos necessários para a transformação do país em uma ditadura. Em 1937, ele aplicou um golpe na normalidade política, proibiu a realização das eleições para Presidente da República e permaneceu à frente do Poder Executivo. Nesse período, que foi chamado de Estado Novo, ele reprimiu violentamente os grupos políticos organizados, determinando a prisão de muitos participantes. A Constituição Federal de 1937
Essa Constituição Federal, em suas disposições finais
e transitórias, declarou o país em estado de emergência e, por esta razão, todas as liberdades civis garantidas pela própria Constituição foram suspensas. Ao mesmo tempo que podia aposentar funcionários civis e militares no interesse do serviço público ou por conveniência do regime, o presidente também tinha poderes constitucionais para governar por meio de decretos-lei em todas as matérias de responsabilidade do governo federal. O populismo
Podemos definir como populistas as fórmulas políticas cuja
fonte principal de inspiração e termo constante de referência são o povo, considerado como agregado social homogêneo e como exclusivo depositário de valores positivos, específicos e permanentes. O populismo não conta efetivamente com uma elaboração teórica orgânica e sistemática. Ele tende a permear ideologicamente os períodos de transição, particularmente a fase aguda dos processos de industrialização. Getúlio Vargas e a prática do populismo
Getúlio Vargas controlou fortemente a opinião pública
e para isso censurou os meios de comunicação e implantou um órgão de propaganda oficial do governo com o objetivo de fornecer à população apenas e tão somente uma visão positiva do governo e de suas realizações. Outra medida garantidora da tranquilidade para o exercício do poder centralizador foi adotar uma política trabalhista supostamente em benefício das classes trabalhadoras. Nesse aspecto reside um dos principais meios da prática do populismo. A política trabalhista de Getúlio Vargas
Criou a Consolidação das Leis do Trabalho, inspirada na Carta
Del Lavoro, da Itália fascista. Criou o salário mínimo para os trabalhadores urbanos, com valores variáveis em cada região do país. Criou a Justiça do Trabalho e adotou a unidade sindical – ou seja, cada categoria poderia ter um único sindicato – e tratou de atrelar os sindicatos cada vez mais ao Estado. Em 1940 foi criado o imposto sindical como instrumento de financiamento do sindicato e representação máxima do atrelamento deste ao Estado. Interatividade
Como podemos definir as fórmulas políticas cuja fonte principal
de inspiração e termo constante de referência são o povo, considerado como agregado social homogêneo e como exclusivo depositário de valores positivos, específicos e permanentes? a) Classistas. b) Assistencialistas. c) Populistas. d) Governistas. e) Tenentistas. Teóricos do pensamento político brasileiro – Joaquim Nabuco
De 1849 a 1910 – atuou como político, historiador, jurista,
jornalista e diplomata. Foi parlamentar, ocasião em que se engajou no movimento abolicionista. Criou com André Rebouças, engenheiro, a Sociedade Brasileira contra a Escravidão e utilizou sua facilidade de comunicação em comícios para difundir as ideias de libertação dos escravos. Escreveu a obra “O Abolicionismo”, em 1883. Livro “O Abolicionismo”
É o livro escrito por Nabuco em 1882 e publicado no ano
seguinte, quando começava a fase final e decisiva da campanha abolicionista. O livro trata a questão como fato social global e sua leitura ainda hoje tem grande importância. Nele são analisadas em profundidade as consequências da escravidão sobre a população, sobre o território, sobre a economia (agricultura e indústria), sobre a sociedade, sobre o conceito do trabalho, sobre a defesa, sobre a política e sobre a própria nacionalidade do Brasil. Nabuco – abolicionismo e monarquismo
Nabuco era um monarquista e conciliava essa posição
política com sua postura abolicionista. Para ele, a abolição da escravatura, no entanto, não deveria ser feita com ruptura ou violência, mas assentada numa consciência nacional dos benefícios que traria à sociedade brasileira. Para ele, a abolição só poderia se dar no parlamento. Fora desse âmbito cabia somente assentar valores humanitários que fundamentariam a abolição quando instaurada. Oliveira Vianna
De 1883 a 1951 – foi membro da Academia Brasileira de Letras
e ocupou posição destacada no governo de Getúlio Vargas, período em que contribuiu para a elaboração da nova legislação sindical e trabalhista adotada naquele período. O pensamento de Oliveira Vianna é qualificado como nacionalista autoritário. Seu pensamento é inspirado no positivismo e em uma ciência que se construía com base nos estudos de influência do clima e do meio natural na formação social. O autoritarismo para Oliveira Vianna
O autoritarismo era uma estratégia temporal destinada
a desaparecer quando o povo estivesse educado e organizado para viver a verdadeira democracia. Ele acreditava que era preciso assegurar a unidade nacional com um Estado forte, capaz de organizar a sociedade e ensiná-la a se organizar para viver com solidariedade. Nesse aspecto, reforçar o poder central do Estado para manter a ordem e assegurar as liberdades individuais era essencial. Oliveira Viana e a eugenia racial
Oliveira Viana foi um dos ideólogos da eugenia racial
no Brasil e combateu a vinda de imigrantes japoneses. Eugenia é um termo criado em 1883 por Francis Galton, significando "bem-nascido". Galton definiu eugenia como o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações, seja física ou mentalmente. A Sociedade Eugênica de São Paulo, criada em 1918
O Brasil foi o primeiro país da América do Sul a ter um
movimento eugênico organizado. O movimento eugênico brasileiro foi bastante heterogêneo, trabalhando com a saúde pública e com a saúde psiquiátrica. Em 1931 foi criado o Comitê Central de Eugenismo, que propunha o fim da imigração de não brancos e também prestigiar e auxiliar as iniciativas científicas ou humanitárias de caráter eugenista que fossem dignas de consideração pelo comitê. Sergio Buarque de Holanda
De 1902 a 1982 – inicia sua trajetória intelectual fortemente
influenciado pelo modernismo, porque conviveu no Rio de Janeiro, a partir de 1921, com nomes importantes desse movimento cultural. Em seu período de vida na Alemanha, conviveu com o final do período da chamada República de Weimar e com o crescimento do movimento nazista. Contribuiu com a fundação da Esquerda Democrática, em 1946, e em 1980 com o Partido dos Trabalhadores (PT). Livro “Raízes do Brasil”
O autor afirma que a principal razão para a colonização
brasileira ter sido possível foi o fato de ter sido realizada por um país ibérico, Portugal, que estava em uma região indecisa entre a Europa e a África e que, de certa forma, já era mestiço mesmo antes de iniciar o processo de colonização. Assim, Portugal teria a plasticidade e a flexibilidade que haviam acabado por viabilizar o projeto expansionista colonizatório, o que não teria sido possível a outros países mais fortemente europeus. A cultura da personalidade como característica dos brasileiros
Sergio Buarque de Holanda observa que no Brasil colonial
as cidades se subordinam ao campo, porque lá está toda a riqueza e a base da organização social, que é patriarcal. Assim, o traço fundante da sociedade brasileira seria a proteção da família, do ambiente doméstico e daqueles que nele gravitam, sem pensamento de formação de um Estado, porque o particular se sobrepõe ao público. Em consequência, o homem brasileiro carregaria para o ambiente público os traços da vivência familiar. Interatividade
Qual era o nome do pensador político brasileiro que foi um
dos ideólogos da eugenia racial no Brasil e combateu a vinda de imigrantes japoneses? a) Oliveira Viana. b) Joaquim Nabuco. c) Sérgio Buarque de Holanda. d) Raimundo Faoro. e) Caio Prado Júnior. O brasileiro e a figura do homem cordial
Segundo as reflexões de Buarque de Holanda, o “homem
cordial” era aquele com fortes traços familiares e que tinha dificuldade de separar o público do privado, tanto quanto tinha facilidade em tratar de maneira pessoal e informal a todos quantos com quem se relacionasse. Para o autor, essa cordialidade é inadequada ao funcionamento da democracia e da burocracia, que exigem normas e leis abstratas que sejam aplicadas a todos da mesma forma. O jeitinho do homem cordial
Em termos antropológicos, o jeitinho pode ser atribuído
a um suposto caráter emocional do “homem cordial”, que teria desenvolvido uma histórica propensão à informalidade. Deve-se isso ao fato de as instituições brasileiras terem sido concebidas de forma coercitiva e unilateral, não havendo diálogo entre governantes e governados, mas apenas a imposição de uma lei e de uma ordem consideradas artificiais, quando não inconvenientes aos interesses das elites políticas e econômicas de então. Raymundo Faoro
De 1925 a 2003 – em 1958 publicou sua obra de maior
repercussão, “Os Donos do Poder”. Foi presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil no período de 1977 a 1979. À frente da OAB nacional, Faoro foi líder de uma resistência pacífica contra a ditadura, sobretudo pela denúncia de tortura contra presos políticos e pela luta por anistia ampla, geral e irrestrita. Defendia que a análise dos fundamentos da legitimidade impossibilitaria completamente a aplicação de sua noção ao sistema instaurado em 1964. Livro “Os Donos do Poder”
Em seus estudos, Faoro analisa a estrutura de poder
patrimonialista, adquirida do estado português por nossos antepassados, tendo sido esta inteiramente importada em sua estrutura administrativa para a colônia na época. O patrimonialismo seria, para Faoro, a característica mais marcante do desenvolvimento do Estado brasileiro através dos tempos. O estamento político
Faoro trabalha com a categoria teórica de estamentos,
que tem origem no pensamento de Max Weber. Os estamentos são comunidades fechadas para não permitir que outros ingressem no grupo, para que não possam compartilhar o poder, ao contrário das classes, que são comunidades abertas. Faoro defende que apenas uma sociedade organizada em classes e não em estamentos, como a brasileira, terá condições de consolidar um Estado de direito liberal e democrático. Patrimonialismo no Brasil
Para Faoro, toda a estrutura patrimonialista de Portugal foi
trazida para o Brasil e enquanto foi superada em outros países, acabou sendo mantida no Brasil. Faoro conclui que tivemos no Brasil um capitalismo politicamente orientado, conceito este de inspiração weberiana. O capitalismo politicamente orientado atribui ao Estado patrimonial e a seus funcionários características de um estamento burocrático, ainda que este impeça a consolidação de uma ordem burguesa propriamente dita. Caio Prado Júnior
De 1907 a 1990 – participou primeiramente do Partido
Democrático (1928), atuou com entusiasmo pela Revolução de 1930 e mais tarde, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro. Conheceu a União Soviética em 1930 e foi vice-presidente da Aliança Nacional Libertadora, o que resultou em sua prisão por dois anos, em 1935. Publicou o livro “Formação do Brasil Contemporâneo” (1942) e fundou a Editora Brasiliense juntamente com Monteiro Lobato, em 1943. Lógica e história na colonização do Brasil
Caio Prado Júnior defende que os homens que vieram para
o Brasil recém-descoberto não pretendiam criar aqui uma colônia de povoamento, mas apenas desenvolver atividades que lhes viabilizassem ganhos mercantis. Assim, formaram um modo original de sociedade, porque diferentemente das colônias de povoamento como aquelas que se formaram nos Estados Unidos da América do Norte, o projeto não era de permanência nem tão pouco identificado com os grupos sociais europeus. O nacionalismo defendido por Caio Prado Júnior
O seu conceito se identifica com um nacionalismo econômico.
Trabalhando a questão de um país atrasado por causa da submissão de exportadores de produtos ao mercado internacional, Caio Prado tenta mostra que a solução para o Brasil estava no mercado interno, pois se na época da colônia a produção era voltada para o mercado externo, a iniciativa nacional deveria opor-se a isto e desenvolver a criação de um mercado que atendesse internamente o país. Francisco Weffort
Nascido em 1937, é sociólogo, cientista político e historiador
do pensamento político brasileiro. É autor de vários livros sobre a política brasileira e latino- americana, dedicou-se em especial ao estudo do populismo nos anos de 1950 a 1960 e à emergência da democracia a partir de meados dos anos 1970. Foi Ministro da Cultura do governo federal no período de 1995 a 2002. Weffort e a existência do povo
Weffort aponta que a desigualdade foi interiorizada
na sociedade brasileira e que o sentido de igualdade vem sendo dado de fora da sociedade, ora pela Igreja, com a evangelização dos índios, ora pelo Estado, com a abolição da escravatura e a hegemonia do trabalho livre. Nos dois casos, ainda que houvesse uma mentalidade favorável da sociedade da época, o Estado agiu como se estivesse fora da sociedade e introduziu as mudanças para modificar essa mesma sociedade. Interatividade
Segundo as reflexões de Buarque de Holanda, qual a
denominação para o homem brasileiro com fortes traços familiares e que tinha dificuldade de separar o público do privado tanto quanto tinha facilidade de tratar, de maneira pessoal e informal, a todos com quem se relacionasse? a) Homem social. b) Homem político. c) Homem cidadão. d) Homem gentil. e) Homem cordial. ATÉ A PRÓXIMA!
Democracia, Direitos Fundamentais, Paradigmas: Justiça, Segurança e Liberdade : Democracia – história do constitucionalismo e formação do Estado – Estado de Direito Democrático – Estado Social – Direitos Fundamentais
A Confederação Nagô-Macamba-Malunga dos Abolicionistas: O Movimento Social Abolicionista no Rio de Janeiro e as Ações Políticas de Libertos e Intelectuais Negros na Construção de um Projeto de Nação Para o Pós-Abolição no Brasil