Desenvolve e treina certos recursos necessários à atuação
profissional, seja no ensino e pesquisa, no planejamento e implantação de políticas públicas, ou na produção cultural, são eles: a. o olhar “desconfiado” que não se detém nas aparências, mas perscruta para além da aparência das coisas o sentido e implicações; b. o pensamento reflexivo sobre o que vê, lê e ouve, que é racional e crítico; c. a perspectiva ou compromisso com a sociedade e com a história. Identidade profissional
Todo processo de profissionalização empresta à pessoa em
formação traços de comportamento que não constituem, a rigor, elementos de identidade pessoal, de subjetivação ou de individualização. A identidade profissional diz respeito à imagem social, e não a do sujeito para ele mesmo; desse modo, não se pode dizer que o sujeito se reconheça pela profissão, apesar de as profissões contaminarem os profissionais com algumas de suas características. Emprego dos recursos de formação
Com esses recursos, o sociólogo observa, analisa,
compreende e interpreta o que vê em sociedade e, por isso, as coisas não lhe parecem tão simples como, em geral, os meios de comunicação querem fazer crer. Seu pensamento é treinado para examinar criticamente a “realidade” dos fatos e, afinado com a dimensão histórica das mudanças em curso, busca identificar e interpretar rumos prováveis. Profissão e vocação
Vocação implica a escolha do Sujeito, e sua disposição em
seguir um rumo para o qual se sente chamado. A escolha pela graduação em Sociologia, uma ciência social, apesar das condições, inclusive materiais, eventualmente adversas nela implicadas, pode atrair o jovem como um chamado ou uma vocação. Nesse caso, a escolha profissional, seja no ambiente corporativo ou na vida acadêmica, manterá o fascínio exercido durante a juventude, e sem arrependimentos, mesmo na velhice... A profissão – campos de atuação
O formado em ciências sociais está preparado para se
ocupar do ensino, em nível médio e superior, pesquisas acadêmicas, ou em outras modalidades de investigação e, como profissional, está preparado para lidar com uma multiplicidade de temas, tais como: violência, artes, moda, música popular ou erudita, cinema, tendências de mercado, religiões, modernidade e tradição, dentre muitos outros, além da análise e proposição de ações e políticas públicas. Breve história da profissão no Brasil
A formação universitária em Ciências Sociais teve início em
1933, na Escola de Sociologia e Política, da Fundação Escola de Sociologia e Política, logo depois seguida pela USP. Os formados na ESPSP, bacharéis de sociologia e política, seriam preparados para desempenhar o papel de elite política governativa do Estado. Contudo, esse elitismo dos fundadores da ESPSP foi sendo desbastado, inclusive pela elaboração teórica e pesquisa de professores e alunos que nela tiveram sua formação básica, como: Florestan Fernandes, Darcy Ribeiro, José de Souza Martins, dentre outros. Depois dos anos 50
Até os anos 50, a formação em Ciências Sociais, conquanto
decididamente acadêmica, abrangia antropólogos, arqueólogos, geógrafos e historiadores. Nas três décadas seguintes, especialmente nos anos 50 e primeiros anos da década de 60, verificou-se um delineamento mais preciso, especialmente de caráter político e ideológico, conferindo ao sociólogo um perfil profissional compromissado com a mudança social e industrialização. Sociologia e pensamento crítico
O compromisso com a revolução social refletiu o pensamento
crítico que se desenvolveu na sociologia, fruto das condições de origem da ciência desde a Europa. No Brasil, Florestan Fernandes liderou essa tendência, adaptando as técnicas de observação, explicação e análise usuais na sociologia para incorporar, com objetividade, as contradições, diversidades, desigualdades e antagonismos emergentes na sociedade brasileira sob a expansão internacional do capital. Desse modo, desenvolvendo sociologia crítica e negativa da ordem social brasileira com seus privilégios e preconceitos. Mas, o que é mesmo pensamento crítico?
Nesse caso, crítica diz respeito à análise, exame criterioso,
como se diz, “para além da aparência, instância do sensível”. O pensamento crítico é, portanto, racional, criterioso. Assim, Florestan se valeu dos procedimentos de observação, explicação e análise, usuais na sociologia, para examinar com objetividade, as contradições, diversidades, desigualdades e antagonismos emergentes na sociedade brasileira. Pensamento crítico não se resume à negatividade, mas à busca da validade lógica ou científica das proposições que aparecem sobre o cotidiano, história, enfim, sobre a realidade social. Pensamento crítico e a racionalidade econômica da ditadura
É possível imaginar contradição entre conclusões tiradas com
a aplicação do pensamento crítico e aquelas presentes nos projetos de impacto da ditadura, por exemplo, nos projetos de desmatamento para pecuária na Amazônia. Não é de se surpreender que a instalação da ditadura implicasse mudanças significativas no campo de atuação dos profissionais de ciências sociais (não só dos sociólogos), como será comentado a seguir. A ditadura e a racionalidade econômica
Quando a Ditadura se instalou, a partir de 1964, trouxe com
ela uma diversidade de projetos de intervenção planejada, fundamentados na aplicação da racionalidade econômica em moldes capitalistas. Eram projetos atrelados ao modelo de desenvolvimento autoritário e excludente adotado, mas as consequências sociais dessa implantação abriam espaço para a atuação de sociólogos, destinados a tratar com a “infraestrutura econômica e social” de tais projetos. Interatividade
Qual foi o principal campo de atuação dos sociólogos durante a
Ditadura? a) O mercado de trabalho abrangia estudos de viabilidade econômica nos projetos de desenvolvimento econômico. b) Sociólogos não eram chamados para participar nos projetos de impacto. c) Basicamente, em estudos de “infraestrutura econômica e social”, em projetos diversificados. d) Sociólogos eram integrados nos projetos de legitimação política do governo. e) Sociólogos trabalhavam apenas em estudos de educação e saúde. Resposta
Qual foi o principal campo de atuação dos sociólogos durante a
Ditadura? a) O mercado de trabalho abrangia estudos de viabilidade econômica nos projetos de desenvolvimento econômico. b) Sociólogos não eram chamados para participar nos projetos de impacto. c) Basicamente, em estudos de “infraestrutura econômica e social”, em projetos diversificados. d) Sociólogos eram integrados nos projetos de legitimação política do governo. e) Sociólogos trabalhavam apenas em estudos de educação e saúde. Sociologia e intervenção planejada
Embora a proposta de intervenção racional na “realidade
social”, com vistas à introdução de mudanças na sociedade, em um dado momento da história, esteja presente na história da sociologia, em tendências reformistas e revolucionárias, as propostas do período tinham caráter ditatorial, excluindo a população da condição de sujeito do processo, relegando-a à posição de simples objeto da intervenção. A intervenção autoritária não corresponde ao entendimento sociológico de intervenção. Ocupação econômica da Amazônia
Nos governos Médici (1969-1974) e Geisel (1974-1979), quando
a ditadura promoveu a “ocupação da Amazônia”, com projetos que visavam à exploração econômica dos recursos naturais da área com grandes projetos pecuários subsidiados, rodovias, exploração de jazidas minerais, etc. Empresas de consultoria em recursos naturais e de engenharia, localizadas no Rio e em São Paulo, foram contratadas pelo governo para construção de hidrelétricas, estradas e outras obras de grande impacto. Elas contratavam sociólogos, demógrafos, geógrafos para “dar conta” das questões sociais envolvidas nos planos de desenvolvimento regionais, canteiros de obras das hidrelétricas, das desapropriações para represas, etc. Sociologia do general e a pretensão à legitimidade
Enquanto sociólogos e demais cientistas sociais sofriam
perseguição política, tinha início, em 1974, a tramitação do projeto que regulamentou a profissão de sociólogo, em 1980, já no governo João Baptista Figueiredo. A contradição entre as duas situações é apenas aparente, porque a dimensão social e psicológica da chamada “revolução”, era cuidada pelo Gal. Golbery, na Escola Superior de Guerra (ESG), tendo por objetivo construir uma “legitimidade”, escorando-a nos chamados “projetos de impacto”, como a Transamazônica. Desse modo, a figura funcional do sociólogo se harmonizava com esse plano mais amplo, o que não significa que tenha sido esse o motivo do reconhecimento da profissão. A ditadura militar no Brasil: repressão e pretensão de legitimidade – 1964-1984.
Rezende (2003) estudou em seu trabalho a preocupação da
ditadura com a legitimidade, mostrando que essa pretensão não se limitava à simples obediência ao sistema de poder, mas que ia além (op. cit.: 31). “Ela significava um processo muito mais complexo do que isto, na medida em que se procurava construir, de maneira contínua, uma determinada ordem, em que todos aderissem, nos âmbitos objetivo e subjetivo, a uma dada forma de organização social”. Por isso os “valores sociais” consistiam em “dimensão essencial para se compreender a pretensão de legitimidade da ditadura militar: a Escola Superior de Guerra (ESG) e seu papel na articulação da denominada estratégia psicossocial” (op. cit.:36). Atuação profissional durante a ditadura
Sem dúvida, o desenvolvimento econômico foi uma faceta
decisiva na sustentação da ditadura e, sem dúvida, sociólogos participaram do processo de planejamento, mas não como legitimadores do autoritarismo, e, sim, como críticos das medidas adotadas, conforme demonstram os documentos de época. A esfera de atuação a eles reservada era a da chamada “infraestrutura econômica e social” dos grandes projetos. Sob esse rótulo, engenheiros e economistas entendiam particularmente: levantamento demográfico, sobretudo a qualificação da PEA, educação e saúde; e nos projetos do setor primário, a “infraestrutura” incluía estrutura fundiária e áreas reservadas. A disciplina Sociologia
Sociologia havia sido incluída como disciplina optativa em
1963, por uma Resolução do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, nos cursos clássico, científico e eclético, mas, em 1971, com a Reforma Jarbas Passarinho, que tornava obrigatória a profissionalização do ensino médio, Sociologia deixou de ser disciplina obrigatória, inclusive no ensino normal, tornando-se disciplina exclusiva do ensino superior. Será uma luta dos sociólogos reintroduzir a disciplina no ensino médio... Trajetória da regulamentação da profissão
Propostas de reconhecimento e regulamentação da profissão de
sociólogo tramitaram no legislativo brasileiro, em 1961, depois em 1974, mas foi a Lei nº 6.888, de 10 de dezembro de 1980, que criou a profissão e regulamentou seu exercício, seguindo e respeitando o perfil profissional já instaurado, ao definir as competências do sociólogo, conforme o Art. 2º: I. elaborar, supervisionar, orientar, coordenar, planejar, programar, implantar, controlar, dirigir, executar, analisar ou avaliar estudos, trabalhos, pesquisas, planos, programas e projetos atinentes à realidade social; II. ensinar Sociologia Geral ou Especial, nos estabelecimentos de ensino, desde que cumpridas as exigências legais; Trajetória da regulamentação da profissão
III. assessorar e prestar consultoria a empresas, órgãos da
administração pública direta ou indireta, entidades e associações, relativamente à realidade social; IV. participar da elaboração, supervisão, orientação, coordenação, planejamento, programação, implantação, direção, controle, execução, análise ou avaliação de qualquer estudo, trabalho, pesquisa, plano, programa ou projeto global, regional ou setorial, atinente à realidade social. Sociologia e o neoliberalismo
Desde o final dos anos 80 que o avanço do capitalismo global e
da tecnologia, dentre outros fatores, foram induzindo o cenário da chamada pós-modernidade, mas a expansão do modelo neoliberal a partir do Consenso de Washington, em 1992, reduziu a esfera de atuação dos sociólogos nas empresas e órgãos públicos. Assim, ampliou-se, em parte, a ocupação desses profissionais nas ONGs (Organizações Não Governamentais), que mantêm linhas de atuação afinadas ao padrão societário decorrente do modelo neoliberal de economia. Divisão de campos da sociologia segundo Burawoy
Não corresponde à diversidade de conteúdos, mas à utilização,
ou aplicação do conhecimento produzido. Schwartzman (2009) fez referência a Burawoy e apresenta as sociologias que, segundo ele, poderiam e deveriam existir: Sociologia profissional: acadêmica, empírica e convencional (instrumental); Sociologia crítica: também acadêmica, uma reflexão sobre a própria sociologia (crítica); Sociologia aplicada: voltada para a implementação de políticas públicas, pragmática, visando a resultados (instrumental); Sociologia pública em contato com o público, debates em redes (crítica). Produção de sociologia no Brasil
De qualquer modo, no Brasil, a produção acadêmica em
sociologia tem observado crescimento significativo, embora não se compare ao observado sob a rubrica de Educação, apesar de parcela significativa dessa produção ser constituída por estudos antes abrangidos pela sociologia da educação; também houve crescimento da produção acadêmica nas áreas profissionais denominadas “ciências sociais aplicadas” pelo CNPq, nas quais predominam o pragmatismo, eficiência econômica, acrescidos do normativismo jurídico. Interatividade
Como explicar a divisão de campos da sociologia segundo
critérios exteriores às áreas tradicionais que se caracterizavam pelo conteúdo? a) Uma divisão de campos peculiar à sociologia dos USA. b) Adaptação à organização dos departamentos de sociologia. c) A divisão corresponde ao sentido pragmático, utilitário, incorporado pela sociologia, refletindo o neoliberalismo e o ambiente político. d) A divisão somente amplia a área de instrumentalização sociológica característica da sociologia norte-americana. e) Sempre houve esses campos, mas com outras denominações. Resposta
Como explicar a divisão de campos da sociologia segundo
critérios exteriores às áreas tradicionais que se caracterizavam pelo conteúdo? a) Uma divisão de campos peculiar à sociologia dos USA. b) Adaptação à organização dos departamentos de sociologia. c) A divisão corresponde ao sentido pragmático, utilitário, incorporado pela sociologia, refletindo o neoliberalismo e o ambiente político. d) A divisão somente amplia a área de instrumentalização sociológica característica da sociologia norte-americana. e) Sempre houve esses campos, mas com outras denominações. O ensino de Sociologia depois da ditadura
Após a queda do regime autoritário, no clima democrático que
se formava, esperava-se que houvesse a reinserção de sociologia e filosofia no ensino médio, conforme o disposto no item II, do art. 2º da Lei de 1980. Tal providência parecia justificável, inclusive para os integrantes do Senado e da Câmara dos Deputados, perante a necessidade de fortalecer a cidadania. Na verdade, esse era o conteúdo do art. 36 e incisos da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. A inconveniência da Sociologia e da Filosofia no ensino médio
Todavia, no ambiente político de franca predominância
neoliberal, o Projeto de inclusão, aprovado pela Câmara e Senado em 18 de setembro, recebeu veto Presidencial em 08 de outubro do mesmo ano. Realmente, não foi uma grande surpresa o veto, ele havia sido anunciado, mas era difícil de acreditar... Na verdade, FHC estava firmemente associado à política econômica neoliberal, desde 1992. O veto presidencial
FHC justificou seu veto alegando ônus para os estados e
Distrito Federal, nos seguintes termos: “pressupondo a necessidade da criação de cargos para a contratação de professores de tais disciplinas, com a agravante de que, segundo informações da Secretaria de Educação Média e Tecnológica, não há no país formação suficiente de tais profissionais para atender à demanda que advirá caso fosse sancionado o projeto, situações que por si só recomendam que seja vetado na sua totalidade por ser contrário ao interesse público” (Presidência da República, 2001) [apud Moraes, 2011: 369-370]. O veto ao ensino de sociologia e filosofia para jovens
Há distintas interpretações para o veto, principalmente,
de ordem ideológica. Contudo, sociólogos brasileiros se mobilizaram, entre surpresos e desconsertados, afinal FHC tinha sido Professor Titular de Sociologia na USP. Graças ao esforço e participação das organizações profissionais, grupos de trabalho de sociólogos e de outros profissionais, foi derrubado o veto e, desde 2008, as duas disciplinas, Sociologia e Filosofia se tornaram obrigatórias em todas as escolas do ensino médio. Expectativa em relação à Sociologia e Filosofia no Ensino Médio
A luta realizada contra o veto, evidenciou que havia
expectativas em torno das disciplinas Sociologia e Filosofia, principalmente, esperava-se que elas despertassem o pensamento crítico e analítico entre jovens do ensino médio, para devolver-lhes, ainda que em parte, condições para exercício pleno da condição de sujeito e de cidadão, e nesse sentido também se coloca a reflexão sobre finalidades e objetivos da disciplina. Outras questões discutidas depois da vitória
A vitória repôs à discussão outras questões importantes:
a. Qual sentido de lecionar sociologia para jovens no ensino médio? b. Lecionar sociologia é privativo do sociólogo? c. Qual sociologia deve ser lecionada, qual metodologia e quais os temas? Qual sentido de ministrar sociologia para jovens do ensino médio?
A inserção da sociologia no ensino brasileiro não foi uma
tradição continuada; ao contrário, a disciplina foi inserida e retirada várias vezes ao longo do tempo. Vários estudos foram desenvolvidos sobre o tema e, dentre eles, o estudo de Bispo Santos e Ileizi (2010) mostram o vai e vem da sociologia nas reformas educacionais brasileiras, desde 1891 a 2008. O exercício da cidadania implica em pensamento
Contudo, em 1996, explicitamente, a legislação incluía
sociologia e filosofia com sentido de despertar o pensamento crítico e analítico entre os jovens, para devolver-lhes, ainda que em parte, as condições para exercício pleno da condição de sujeito e de cidadão. Na verdade, esse era o conteúdo do art. 36 e incisos da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Nesse caso, qual professor seria mais indicado?
Não seria necessário um estudo demorado para concluir que
o mais indicado seria o professor de sociologia, mas desde que ele tivesse formação universitária específica, em ciências sociais. Todavia, a própria lei de regulamentação da profissão permitiu o registro de bacharéis de direito e economia como sociólogos. Assim, é comum encontrar professores, que não são sociólogos, improvisando o ensino da disciplina. Interatividade
Quais providências devem ser tomadas por alguém que se
formou em ciências sociais ou em sociologia para ser reconhecido como sociólogo e professor de sociologia? a) Desenvolver pesquisas, publicando os resultados. b) Inscrever-se na Sociedade Brasileira de Sociologia. c) Inscrever-se no Sindicato dos Sociólogos. d) Providenciar o registro do diploma junto ao MEC ou Universidade em que se formou. e) Providenciar o registro da profissão junto ao Ministério do Trabalho, apresentando o diploma registrado, mais certificado de Licenciatura, caso deseje lecionar. Resposta
Quais providências devem ser tomadas por alguém que se
formou em ciências sociais ou em sociologia para ser reconhecido como sociólogo e professor de sociologia? a) Desenvolver pesquisas, publicando os resultados. b) Inscrever-se na Sociedade Brasileira de Sociologia. c) Inscrever-se no Sindicato dos Sociólogos. d) Providenciar o registro do diploma junto ao MEC ou Universidade em que se formou. e) Providenciar o registro da profissão junto ao Ministério do Trabalho, apresentando o diploma registrado, mais certificado de Licenciatura, caso deseje lecionar. Lecionar sociologia seria privativo do sociólogo?
A resposta óbvia seria um sim, tal como se passa com outras
profissões, contudo, o número de profissionais de outras áreas lecionando sociologia continua sendo bem significativo, talvez até maior que o de sociólogos, em todos os níveis de ensino. Nesses termos, lecionar sociologia não ficou uma atividade restrita aos sociólogos, ou formados em Ciências Sociais. Como justificar o exercício da profissão por outros profissionais?
Esses profissionais se valem da Legislação que instituiu a
profissão, e que permitiu o registro profissional como sociólogo para outros profissionais, não formados em Ciências Sociais ou titulados nessa área acadêmica, nos termos do Art.1º da Lei Nº 6.888, de 10 de Dezembro de 1980, alínea e, conforme: e. aos que, embora não diplomados nos termos das alíneas a, b, c e d , venham exercendo efetivamente, há mais de 5 (cinco) anos, atividade de Sociólogo, até a data da publicação desta Lei. A norma legal e sua aplicação
O disposto na alínea e da Lei de regulamentação da profissão
exige o exercício de cinco anos da profissão, mas como se comprova? O ensino de sociologia por mais de cinco anos valeria para registro? A aplicação torna a norma “flexível” no país dos “jeitinhos”. O ensino de Sociologia – a Licenciatura
Os cursos de graduação em ciências sociais conferem título
de bacharel em ciências sociais, mas para o exercício do magistério é necessário curso de Licenciatura, conforme as determinações do MEC, datadas de abril de 2010. A distinção entre bacharelado e licenciatura em ciências sociais ficou definitivamente estabelecida, cabendo o ensino de sociologia aos habilitados pela licenciatura nessa disciplina. Essa exigência se aplica ao ensino médio, mesmo assim, ainda há “flexibilização”. Qual sociologia deve ser lecionada, qual metodologia e quais temas?
A aprovação da obrigatoriedade de ensino de sociologia nas
escolas brasileiras de nível médio (Parecer CNE/CEB 38/2006 e Lei n.11.684/2008) deu origem a um processo de amplo processo de discussão sobre objetivos, conteúdo e metodologia para Sociologia no ensino médio. Associações representativas dos sociólogos, como a Sociedade Brasileira de Sociologia, constituíram grupos especiais de estudos e debates para estabelecer um elenco de temas e uma metodologia adequados para o ensino de Sociologia para jovens. Orientações curriculares
Os estudos desenvolvidos integram o documento Orientações
Curriculares para Ensino Médio, publicado pelo MEC em 2010; as orientações abrangem todas as disciplinas do ensino médio. O capítulo Sociologia apresenta estudos desenvolvidos consolidados. A publicação das OCEM foi coordenada por Amaury Moraes (USP) com a participação de especial de especialistas nos temas sugeridos para ensino de sociologia. O documento está disponível na internet. Princípios epistemológicos
Amaury Moraes e Elizabeth Guimarães escreveram
Metodologia de Ensino de Ciências Sociais na obra citada, OCEM (2010), um capítulo em que discutem os princípios epistemológicos de estranhamento e desnaturalização que fundamentam a sociologia, além de orientações metodológicas para os temas focalizados, utilização de conceitos e teorias, apresentando o emprego da pesquisa como um princípio transversal. Para os autores, a adoção desses recursos pelo professor permite aos alunos avançar na sistematização do conhecimento. Ainda metodologia
A leitura do capítulo de metodologia converge para a postura
sociológica indicada anteriormente como a de um “olhar desconfiado” dirigido para a aparência, As indicações de Moraes emprestam à expressão o necessário refinamento teórico, assim como se encontram no texto argumentos no sentido de reforço ao questionamento do cotidiano. A sociologia a ser ensinada: temas e assuntos considerados
O livro coordenado por Amaury Moraes (2010) fornece um
quadro geral da sociologia a ser ministrada no ensino médio, em 14 capítulos elaborados por especialistas em cada área focalizada, todos seguidos de vasta bibliografia. Um primeiro grupo de temas abrange o Histórico do Ensino de Sociologia, metodologia, orientações curriculares para ensino médio, trata-se de um capítulo destinado principalmente aos professores da disciplina. Temas que focalizam a formação social brasileira
Um segundo grupo de temas abrange: Juventude no contexto
do ensino de sociologia, Sociologia e tecnologia de informação e comunicação, Trabalho na sociedade contemporânea, Violência e limites, Religião, crenças, feitiçaria e magia, Diferença e desigualdade. Estes são temas amplos que focalizam processos presentes na formação social brasileira, e que lhe emprestaram as peculiaridades observáveis no cotidiano diferenciado no espaço, no tempo, e pela estratificação social. Temas pertinentes à Antropologia e Ciência Política
Um terceiro grupo de temas abrange: Cultura e alteridade,
Família e parentesco, Grupos étnicos e etnicidades. São temas que trazem para os alunos a abordagem antropológica da sociedade brasileira, contribuindo para ampliar a visão e compreensão das questões étnicas e de ancestralidade. O último grupo abrange temas relacionados à Ciência Política e ao Direito: Democracia, cidadania e justiça, Partidos, Eleições e Governo; e o Brasil no sistema internacional. Interatividade
Quais temas integram o currículo de sociologia no ensino médio?
a) A teoria sociológica, metodologia e história da sociologia. b) Um conjunto de temas que são centrais ao campo de cada uma das principais ciências sociais. c) Cultura brasileira popular e estratificação social. d) Principais tendências políticas da atualidade. e) Capitalismo e a acumulação do capital no mundo atual. Resposta
Quais temas integram o currículo de sociologia no ensino médio?
a) A teoria sociológica, metodologia e história da sociologia. b) Um conjunto de temas que são centrais ao campo de cada uma das principais ciências sociais. c) Cultura brasileira popular e estratificação social. d) Principais tendências políticas da atualidade. e) Capitalismo e a acumulação do capital no mundo atual. ATÉ A PRÓXIMA! Unidade II
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL
Profa. Neusa Meirelles
Unidade II – Autoformação e inserção na comunidade dos sociólogos
Pedagogia de Competência e Formação Continuada.
A expressão formação continuada está associada à pedagogia das competências, reflexo da política neoliberal, objeto de críticas acirradas por parte de educadores e sociólogos. A expressão reflete as contradições existentes entre um discurso democrático e uma prática pedagógica discriminadora, características do sistema educacional brasileiro. A pretensão do sistema educacional brasileiro
Segundo Brabo (2005:110-115), a pretensão consiste em “criar
um sistema de igualdade política, a democracia, num sistema de desigualdade econômica, o capitalismo, marcado pela desigualdade social, cultural e política”. Não se pode afirmar que essa pretensão seja exclusiva do Brasil, mas aqui ela se torna gritante, não exatamente pelo fato educação, mas pelas condições sociais de extrema desigualdade econômica. O ensino de Sociologia e a pretensão do sistema
É importante ter claro que o ensino de Sociologia não
atenuará as diferenças sociais ou desigualdades econômicas. Contudo, essas disciplinas acentuam e favorecem a tendência a um sistema democrático, de igualdade política e cidadania, isso porque elas visam a desfazer preconceitos, estimular o pensamento crítico, construir a individualidade, o sujeito em um campo ético. Mediações pedagógicas
Em todos os capítulos de OCEM há comentários e sugestões
de como trabalhar cada tema de sociologia em sala de aula, ou de como estabelecer mediações pedagógicas entre processos sociológicos, tratados nos textos, e a discussão de processos sociais, cujas manifestações empíricas, em boa parte, podem ser constatadas no cotidiano dos alunos, ou seus reflexos observados na própria sala de aula. Portanto, as mediações consistem em articular teoria à observação empírica, de modo a permitir buscar sentidos, interpretar e aplicar à aparência o pensamento crítico. Formação e profissionalização
Todo esforço voltado para o ensino de Sociologia visa à
formação do jovem como cidadão, mas uma visão apressada (ou superficial) da Pedagogia de Competências e Habilidades visa exclusivamente à profissionalização do jovem, mais, precisamente, a inserção do jovem no mercado de trabalho. Essa é uma aparente contradição, mas que tem sido apontada como argumento para desqualificar a importância de disciplinas que visam à formação dos jovens, tais como: Sociologia, Filosofia, História e Geografia. Profissionalização (dos jovens)
Nada contra a profissionalização dos jovens, porém o
professor de Sociologia não tem a profissionalização como alvo, mas a formação do jovem como sujeito, um perfil que não corresponde ao ensino de um conteúdo de tecnologia, habilidades profissionais e capacidades demandadas pelo mercado. Na verdade, o Ensino Médio comum não se destina a formar o jovem em uma profissão (para isso existem as escolas técnicas), assim o Ensino Médio permitirá que o jovem seja habilitado para um emprego, eventualmente demandado pelo mercado, mas não para uma profissão. O ensino do professor de Sociologia
Partindo das considerações anteriores, o ensino do professor
de Sociologia implica em despertar a atividade crítica, marcada pelo caráter ético, e aplicada ao processo de transmissão e aquisição de conhecimentos. Esse professor sociólogo é um especialista na sua disciplina, mas também trafega com relativa facilidade pelas disciplinas conexas; sempre afeito à prática social no cotidiano da sociedade brasileira, ele mantém o compromisso político com a democracia e, pode-se dizer, com uma sociedade mais igualitária e inclusiva. Implicações da formação continuada (dos professores)
A articulação entre a política neoliberal e a pedagogia das
competências conduz à tendência de formação continuada dos professores, como recurso para atrelar educação ao mercado, acentuando a profissionalização dos jovens. Em relação aos professores de Sociologia, a situação se apresenta relativamente distinta porque, para o sociólogo, não se coloca a exigência de formação visando à atualização de desempenho profissional, tendo em vista demandas do mercado, tal como ocorre nas disciplinas técnicas. O professor de Sociologia e autoformação continuada
Idealmente, o professor de Sociologia é um sociólogo, o que
significa que ele concluiu sua formação acadêmica, fez seu registro profissional, concluiu a licenciatura, prestou e foi aprovado em algum concurso e, finalmente, está exercendo a profissão à qual dedicou parte de sua juventude com os estudos e trabalhos exigidos. Essa trajetória pode desenvolver interesse crescente pela disciplina, induzindo o professor a buscar recursos para aperfeiçoamento. Trajetórias possíveis ou mais frequentes...
Dentre várias possibilidades, duas trajetórias
aparecem de pronto: a. Ele pretende continuar na docência e na pesquisa, partindo, então, para o Ensino Superior, com pós-graduação, mestrado, doutorado etc. b. Ele pretende continuar no Ensino Médio, eventualmente assumindo aulas em mais de uma escola, ou mais aulas na mesma escola. Autoformação continuada e a construção do sujeito
Dessas colocações decorre que autoformação em Sociologia
pode ser concebida como dimensão do processo de subjetivação ou de construção do sujeito, em campo ético, envolvendo não somente a racionalidade, mas também as emoções. Essa complexidade combinada entre razão e emoção é sintetizada por Morin (2007, p. 122): “A vida humana necessita da verificação empírica, da correção lógica, do exercício racional da argumentação. Mas precisa ser nutrida de sensibilidade e de imaginário”. Nesse sentido, “a autoformação instiga o educador à autonomia intelectual, ao compromisso científico e social, como expressão de um profissional que pensa e tem o que dizer a partir da reflexão coletiva” (LOSS, 2015). Recusa da rotina, construção de trajetória pessoal
O risco da segunda opção reside na rotina empobrecedora,
que se torna medíocre com o tempo e não com muito tempo. Logo esse professor estará procurando meios para se motivar no trabalho, para se atualizar, aperfeiçoar suas práticas pedagógicas etc. É nesse momento e como trajetória pessoal que aparecem obstáculos e facilidades relacionadas a um programa de autoformação continuada, mas construído pelo professor, acessando sites e grupos de estudo, disponíveis pelas Universidades. Interatividade
Existe a tendência de atrelar a formação de professores às
condições abertas no mercado. Nesse sentido, qual a posição dos professores de Sociologia? a) Como todos os demais professores, eles são favoráveis. b) A formação dos professores de Sociologia deve atender às expectativas de melhoria salarial e de promoções. c) O sociólogo não coloca a exigência de uma formação continuada, tendo em vista a demanda de mercado. d) O treinamento que vise a aperfeiçoar o desempenho é sempre uma opção desejável, inclusive para sociólogos. e) O professor de Sociologia é um profissional que se adapta às novidades do mercado, especialmente no campo da tecnologia é fundamental para garantir o emprego. Resposta
Existe a tendência de atrelar a formação de professores às
condições abertas no mercado. Nesse sentido, qual a posição dos professores de Sociologia? a) Como todos os demais professores, eles são favoráveis. b) A formação dos professores de Sociologia deve atender às expectativas de melhoria salarial e de promoções. c) O sociólogo não coloca a exigência de uma formação continuada, tendo em vista a demanda de mercado. d) O treinamento que vise a aperfeiçoar o desempenho é sempre uma opção desejável, inclusive para sociólogos. e) O professor de Sociologia é um profissional que se adapta às novidades do mercado, especialmente no campo da tecnologia é fundamental para garantir o emprego. Recursos para autoformação continuada do professor de Sociologia
Não são muitos, mas vale à pena explorar as indicações:
Participação em organizações científicas, no Brasil, segundo o site da Sociedade Brasileira de Sociologia: http://www.sbsociologia.com.br (acesso em 27/09/2016). A SBS mantém duas categorias de sócios: efetivo (titulados com o mínimo de mestre, exercer atividade nesse campo em instituições de ensino superior ou institutos de pesquisa) e graduado (graduado em Ciências Sociais, Sociologia, Antropologia e Ciência Política). A solicitação será examinada em Reunião da SBS durante a ANPOCS. SBS edita a Revista Brasileira de Sociologia – RBS, disponível em: http://www.sbsociologia.com.br/revista/index.php/RBS/ (acesso 27/09/2016). Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais
ABECS surgiu das condições que se apresentavam para
bacharéis e licenciados em Ciências Sociais em relação ao ensino de Ciências Sociais, notadamente Sociologia. É interessante ressaltar que, no histórico da fundação da entidade, as questões relacionadas ao ensino de Ciências Sociais foram centrais. Para a Associação havia certa “invisibilidade” de debate sobre o ensino de Sociologia, apesar dos esforços das entidades profissionais. Faltavam “espaços de discussão e produção de conhecimento sobre didática, currículo e formação docente ainda se encontravam marginalizados na maioria de nossas universidades e em eventos acadêmicos científicos das áreas de ciências sociais e educação”. A criação da ABECS
A situação se agravou especialmente para professores
universitários ligados à licenciatura, indicando a oportunidade de criação de um espaço acadêmico e profissional. O manifesto para criação da ABECS partiu de um e-mail de Flávio Sarandy e logo mobilizou colegas, dos mais diferentes cantos do Brasil, constituindo-se a assembleia de fundação da nova entidade, no dia 11 de maio de 2012, na Unidade Humaitá do Colégio Pedro II, um dos primeiros estabelecimentos do país a ofertar sociologia escolar, na cidade do Rio de Janeiro, foi fundada a Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais – ABECS. http://www.abecs.com.br/site/ (acesso27/09/2016). A ABECS e o professor de Sociologia
Os estatutos da ABECS demonstram que a instituição é
francamente direcionada para a atividade docente, como se pode concluir da leitura do: Art. 3º dos Estatutos, a ABECS tem como finalidades e objetivos, dentre outros: I. Congregar os profissionais que atuem no magistério ou pesquisem sobre o ensino da Sociologia/Ciências Sociais, em todos os níveis e segmentos, a saber: educação básica, graduação e pós-graduação, lato sensu e stricto sensu; II. Apoiar a expansão da disciplina Sociologia/Ciências Sociais na Educação Básica, que deve ser ministrada exclusivamente por licenciados em Sociologia/Ciências Sociais. A ética no ensino de Sociologia
Uma postura ética é traço exigível para todo cidadão, portanto,
para todo profissional do ensino e pesquisa. Todavia há certas especificidades no âmbito do ensino e da pesquisa em Sociologia, das quais podem ser citadas: a. Não cabe ao professor sugerir escolhas políticas aos seus alunos, mas tornar possível que eles procedam à elaboração de suas próprias escolhas. b. Cabe ao professor orientar seu ensino no sentido de desfazer preconceitos de toda espécie, contribuir para uma vivência democrática, como articulação das diferenças sociais, étnicas, de nacionalidade, religiosas e de gênero. Outras formas de dar continuidade à formação profissional
A participação em associações profissionais é decididamente
importante para vinculação a um grupo de sociólogos professores, mas é evidente que apenas a participação em associações científicas não assegura uma “formação continuada”, para isso é necessário cursar uma pós- graduação, de preferência stricto sensu. Outra forma importante reside na participação, via cadastro, em Laboratórios de Ciências Sociais, ou de ensino de Sociologia. Algumas sugestões são apresentadas a seguir. Laboratório de Ensino de Sociologia Florestan Fernandes
Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio de
Janeiro: http://www.labes.fe.ufrj.br/ (acesso em 27/09/2016). O Laboratório de Ensino de Sociologia Florestan Fernandes é um espaço para professores, estudantes e pesquisadores terem acesso ao material disponível sobre o ensino de Sociologia na Educação Básica. Legislação, artigos, teses, dissertações, materiais didáticos, conteúdos programáticos, experiências didáticas estão à disposição, tornando o LabES uma importante ferramenta de trabalho para os interessados no ensino e na formação do professor de Sociologia. No site há janelas especiais sobre: didática e prática de ensino em Ciências Sociais e sobre os ENSOC (Encontros Estaduais de Ensino de Sociologia). http://ensinosociologia.fflch.usp.br/ (acesso em 27/09/2016) Laboratório de Ensino de Sociologia (LES) Departamento de Sociologia da USP
O Laboratório de Ensino de Sociologia (LES) foi criado por
meio de subsídios da Pró-Reitoria de Graduação e Departamento de Sociologia da USP. Tem como objetivo contribuir para a formação continuada de professores de Sociologia do Ensino Médio, tanto os licenciados e bacharéis em Ciências Sociais, como os oriundos de outras áreas de conhecimento. A iniciativa parte do entendimento de que as Ciências Sociais contribuem decisivamente para a reflexão cotidiana, desde os problemas macrossociais até os infinitamente pequenos. Textos didáticos disponíveis no LES
O site disponibiliza excelentes textos didáticos que cobrem os
assuntos que integram a programação do ensino, como: Arqueologia, Ciência Política, Classes Sociais, conceitos sociológicos fundamentais, como: Consumo, Corpo e Sexualidade, Corrupção, Cultura Indígena, Democracia, Diversidade Cultural, Estudos Rurais e Urbanos, Folclore, Formação Cultural Brasileira, Gênero, Ideologia, Industrialização, Juventude, Literatura e Sociedade, Massa, Migrações, Movimentos Sociais, Populismo, Raça e Identidade, Redes Sociais, Relações Internacionais, Religião, Socialização, Sociedade Civil, Trabalho, Violência. Além disso, há teses e dissertações sobre aspectos do ensino de Ciências Sociais. UNIFESP – Ensino de Sociologia
O site “Ensino de Sociologia” é uma iniciativa experimental e
colaborativa realizada no âmbito das disciplinas de Estágio Supervisionado da Licenciatura do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Paulo. Trata-se de um recurso de coprodução (entre professores e estudantes), sistematização e compartilhamento de informações, metodologias, recursos educacionais, notícias, projetos e relatórios de pesquisa, relacionados ao ensino- pesquisa de Ciências Sociais na Educação Básica. https://ensinosociologia.milharal.org/sobre-o-site/ (acesso em 27/09/2016). Formas de participação e difusão de informações
Compartilhamento de links selecionados em que você pode
acompanhar os diversos materiais selecionados pela web: http://www.delicious.com/ensinosociologia (acesso 27/09/2016). Plataforma wiki em que, em organização, de maneira colaborativa, diversos materiais relacionados ao ensino de Sociologia na educação básica. Qualquer um pode editá-la e inserir novas informações: http://ensinosociologia.wikia.com (acesso 27/09/2016). Grupo de Apoio ao Ensino de Sociologia da Universidade Estadual de Londrina (GAES)
O GAES, em sua versão digital, disponibiliza materiais para
aulas de Sociologia no Ensino Médio com a finalidade de colaborar com os professores e os alunos em suas experiências de ensino-aprendizagem. O material é produzido por professores do Departamento de Ciências Sociais da UEL – Universidade Estadual de Londrina que integram, ou integraram esse projeto de extensão que se desenvolve desde o início dos anos 1990 em Londrina, PR. http://www.uel.br/grupo-estudo/gaes/pages/o-ensino-da- sociologia.php (acesso 27/09/2016). Interatividade
Para um sociólogo brasileiro professor, que esteja insatisfeito
com a rotina no Ensino Médio, há recursos de formação além dos cursos de pós-graduação? a) Não, o contato nas redes sociais é insuficiente. b) Há meios, mas nem todos têm dinheiro para isso. c) O mais importante recurso é a participação em congressos especialmente internacionais. d) Se o sociólogo é fluente em inglês ou espanhol, um recurso para atualização é a assinatura de revistas internacionais. e) Sim, há vários recursos além de cursos de pós, desde associações específicas para professores de Sociologia, como as outras mais generalistas. Resposta
Para um sociólogo brasileiro professor, que esteja insatisfeito
com a rotina no Ensino Médio, há recursos de formação além dos cursos de pós-graduação? a) Não, o contato nas redes sociais é insuficiente. b) Há meios, mas nem todos têm dinheiro para isso. c) O mais importante recurso é a participação em congressos especialmente internacionais. d) Se o sociólogo é fluente em inglês ou espanhol, um recurso para atualização é a assinatura de revistas internacionais. e) Sim, há vários recursos além de cursos de pós, desde associações específicas para professores de Sociologia, como as outras mais generalistas. GAES
Os artigos disponíveis podem ser descarregados no
computador pessoal do usuário, ou impressos para leitura ou utilização em sala de aula, desde que as fontes sejam citadas. O GAES pede, ainda, aos usuários a divulgação do site. www2.uel.br/grupo-estudo/gaes (acesso 27/09/2016). “Caso queira qualquer esclarecimento, ou mesmo queira contribuir com material, entre em contato com o coordenador do grupo, através do e-mail abaixo: Cesar Augusto de Carvalho gaes@uel.br” (acesso 27/09/2016). No site do GAES são disponíveis para download textos sobre
Desigualdade social e violência.
http://www.uel.br/grupo-estudo/gaes/pages/desigualdade- social-e-violencia.php. Educação e pós-modernidade. http://www.uel.br/grupo-estudo/gaes/pages/educacao-e-pos- modernidade.php. O ensino da Sociologia. http://www.uel.br/grupo-estudo/gaes/pages/o-ensino-da- sociologia.php (acesso em 27/09/2016). Outros textos disponíveis no site do GAES
Juventude, sexualidade e saúde:
http://www.uel.br/grupo-estudo/gaes/pages/juventude- sexualidade-e-saude.php. Teorias Sociológicas: 27/09. http://www.uel.br/grupo-estudo/gaes/pages/teorias- sociologicas.php Desigualdade Social e Violência (acesso 27/09/2016). Laboratório de Ensino de Sociologia – Universidade Federal de Uberlândia
O Laboratório de Ensino de Sociologia (LESOC) do Instituto
de Ciências Sociais (INCIS) foi criado em 2000 para atender às recomendações do MEC relacionadas à Licenciatura em Ciências Sociais. Seu funcionamento, desde então, esteve diretamente associado às atividades das disciplinas pedagógicas, em especial aquelas oferecidas pelo INCIS. A proposta do LESOC é contribuir com a prática docente das Ciências Humanas, de uma maneira geral, e de Sociologia no nível médio, em particular, uma vez que é objetivo da licenciatura formar professores para essa etapa da Educação Básica. http://www.lesoc.incis.ufu.br/ (acesso em 27/09/2016). A integração do professor de Sociologia na comunidade científica nacional e internacional
A SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência),
cuja 67ª Reunião Anual da SBPC foi em São Carlos – de 12 a 18 de julho, na UFSCar, teve como tema “Luz, Ciência e Ação”. A outra reunião foi na Universidade Federal do Sul da Bahia, Porto Seguro, de 03 a 09 de julho de 2016. http://www.sbpcnet.org.br/site/ (acesso em 27/09/2016). ANPOCS
Especificamente de Ciências Sociais, além da SBS há a
ANPOCS (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais), fundada em 1977. Conforme o site da entidade, a Anpocs é composta por sócios institucionais e não por pesquisadores individuais. Outras associações importantes no ambiente científico de Ciências Sociais são: ABA (Associação Brasileira de Antropologia) e ABCP (Associação Brasileira de Ciência Política). www.anpocs.org/ (acesso 27/09/2016). A comunidade científica internacional
Para participar, em princípio, será necessário o domínio de
uma língua, de preferência, o inglês ou o espanhol. Contudo será mais adequado estar familiarizado com os temas e os assuntos que estão sendo discutidos e uma forma de obter informações será o levantamento das publicações internacionais em Sociologia (a maioria delas está disponível na internet). “The American Journal of Sociology”, a mais tradicional e convencional das revistas de Sociologia americana. https://archive.org/details/americanjournalo10chicuoft (acesso 27/09/2016). Outras publicações internacionais importantes
“The sociological review”, publicação UK.
http://www.thesociologicalreview.com/. “Revue française de sociologie”. http://www.rfs-revue.com/spip.php%3Frubrique2&lang=fr.html (acesso 27/09/2016). Síntese
Enfim, pensar em integração à comunidade científica, seja
nacional ou não, implica em dispor de recursos de tempo e financeiros para se inscrever em uma pós-graduação, fazer o mestrado para, finalmente, ser considerado um “dos pares” daquele grupo. Evidentemente que a integração na comunidade científica implica em ser cientista ou, pelo menos, em pretender sê-lo. A ética na pesquisa sociológica
As práticas definidas pelas associações profissionais dizem
respeito à obtenção de dados e informações, e posterior divulgação pública, ou não. Informantes e sujeitos de pesquisa partilham com o sociólogo pesquisador informações que tornam possível sua pesquisa. De sorte que o material assim obtido constitui uma modalidade de informação privilegiada, portanto, há regras que devem ser seguidas pelo sociólogo para divulgação. Confidencialidade das fontes e objetividade nas análises são traços a serem mantidos nas pesquisas, cujos detalhamentos se encontram nos Códigos de Ética das organizações profissionais. Códigos de ética profissional
Para dirimir dúvidas e normatizar corretamente as práticas
profissionais, duas versões das normas que regem, ou deverão reger, o comportamento profissional do sociólogo. Primeiramente, o Código da Federação Nacional dos Sociólogos, detalha os deveres, as regras de conduta em relação aos demais integrantes da categoria profissional, bem como detalha a organização interna da Federação etc. O código se encontra em: FNS Federação Nacional dos Sociólogos. https://sites.google.com/site/federacaonacioanaldossociologos. Código de ética profissional SBS
Esse código privilegia questões relacionadas à condução de
pesquisa de campo, utilização de fontes primárias, documentais e bibliográficas, e, em especial, utilização de imagens e sons. Nunca é demais sublinhar que para utilização de imagem do entrevistado ou informante deve ser obtido consentimento por escrito. O documento está disponível em: www.sbsociologia.com.br/portal/images/docs/codigoetica.pdf. http://www.dhnet.org.br/direitos/codetica/codetica_brasil/sociol g.html (acesso 27/09/2016). Interatividade
Qual a importância de um código de ética para um sociólogo?
a) Nenhuma, na prática profissional, o sociólogo não comete erros desse tipo. b) É importante na pesquisa para orientar a confidencialidade das informações e das fontes. c) A ética faz parte de sua formação, portanto, o código é desnecessário. d) Não é importante porque as universidades dispõem de uma comissão de ética. e) É importante para garantir que o sociólogo não manipule os dados. Resposta
Qual a importância de um código de ética para um sociólogo?
a) Nenhuma, na prática profissional, o sociólogo não comete erros desse tipo. b) É importante na pesquisa para orientar a confidencialidade das informações e das fontes. c) A ética faz parte de sua formação, portanto, o código é desnecessário. d) Não é importante porque as universidades dispõem de uma comissão de ética. e) É importante para garantir que o sociólogo não manipule os dados. Tópicos especiais: a escolha do objeto de pesquisa
A escolha do objeto de pesquisa e sua concepção são dois
elementos fundamentais ao perfil profissional do sociólogo porque ambos dizem respeito à sua individualidade, são itens que antecedem a todas as demais escolhas, embora curiosamente a escolha do objeto de pesquisa e sua concepção frequentemente sejam etapas consideradas depois da opção de método, o que pode causar dor de cabeça ao pesquisador iniciante. O objeto de pesquisa
O “objeto de pesquisa” (atenção para as aspas) deve ser fruto
de uma sincera interrogação, de um questionamento, do olhar de estranhamento dirigido a certa faceta da realidade para a qual não se encontram respostas ou, ainda, o que é mais frequente, com insatisfação perante as respostas disponíveis. Por isso “objeto de pesquisa” foi grafado com aspas, porque esse “objeto”, na verdade, é um vazio, um interrogante, o resultante de um olhar que desconfia da aparência materializada nas práticas sociais cotidianas ou que desconfia da “ordem natural das coisas”. Tópicos especiais: a escolha da metodologia e procedimentos de pesquisa
A escolha por uma metodologia de pesquisa implica
estabelecer práticas profissionais e acadêmicas, que delineiem o objeto de pesquisa escolhido, portanto, a escolha remete para uma dada concepção teórica de sociedade, das relações sociais que a constituem e a conformam, as quais se encontram refletidas no objeto de pesquisa em dado momento histórico. Os procedimentos de pesquisa, embora associados à metodologia, refletem questões práticas, tais como: a disponibilidade de acesso às fontes, recursos financeiros, equipe de pesquisadores de campo, tempo para execução da pesquisa etc. Tópicos especiais: dois exemplos de pesquisa sobre exercício de poder
Foram estudadas duas modalidades de pesquisa:
a. uma pesquisa empírica convencional, com entrevistas e consulta de fontes sobre estrutura de poder a partir da categoria dominante, de quem exerce poder, focalizando os mecanismos efetivos de manutenção dessa posição, ao longo de um processo de mudança parcial da economia agrária para industrial; b. uma pesquisa com filmes nacionais focalizando a construção da subjetividade na formação social e os dispositivos de poder que a conformam, os quais constituem a outra face da democracia brasileira, ou o avesso da ordem ou, ainda, o espaço entre a norma e as práticas de poder. Objeto de pesquisa, postura teórica e procedimentos
As duas pesquisas tiveram por “objeto” a problematização
das práticas, ou dispositivos de exercício do poder, que integram a estratégia de “mudar para permanecer”: alteração de elementos do grupo dominante, preservando as linhas de ação política anteriores. Enquanto a primeira pesquisa se valeu da metodologia weberiana, a segunda foi baseada na abordagem foucaultiana ao exercício de poder. Procedimentos, construção das regularidades
Na primeira pesquisa, os procedimentos envolveram a relação
direta entre pesquisador e pesquisado, uma relação intersubjetiva, típica da pesquisa de campo, para construção da racional das regularidades implicadas no objeto. Na segunda, foi o plano do sensível (visual, auditivo) que constituiu a instância para a construção racional da regularidade das condutas, ele foi a base para construção do conteúdo sociológico que justifica a pesquisa. Em resumo...
Na sociologia, a empiricidade é uma mediação construída no
exterior dos dados obtidos, seja esse exterior a postura teórica, sejam os pressupostos sobre conexões dos fatos. Na verdade, é esse exterior, adotado pelo sociólogo, que orienta a obtenção da manifestação empírica das condutas e a construção das regularidades que permitem descrição, explicação e interpretação; enfim, a construção do “objeto de pesquisa”, surgido de uma problematização. Finalmente...
É importante reconhecer que o material pesquisado não é
submisso ao pesquisador. Assim, desde que o sociólogo se mantenha cuidadoso na condução da pesquisa, especialmente em relação às hipóteses formuladas, o material de pesquisa propicia a emergência de outras questões instigantes e que devem ser revisadas. Talvez seja essa imposição dos dados para a criatividade do pesquisador que seja a dimensão mais fascinante da pesquisa sociológica. Interatividade
É possível situar a autoformação continuada sem atrelar o
conceito ao neoliberalismo e o mercado? Como? a) Sim, quando a autoformação continuada refletir um projeto pessoal, uma escolha do sujeito. b) Não é possível, todo processo de autoformação continuada está atrelado às demandas do mercado. c) Sim, quando a autoformação implica em elevar o desempenho, adicionar habilidades e competências. d) Depende, sobretudo das oportunidades de trabalho abertas em dado setor profissional. e) Não, o conceito foi desenvolvido no âmbito da teoria neoliberal de trabalho. Resposta
É possível situar a autoformação continuada sem atrelar o
conceito ao neoliberalismo e o mercado? Como? a) Sim, quando a autoformação continuada refletir um projeto pessoal, uma escolha do sujeito. b) Não é possível, todo processo de autoformação continuada está atrelado às demandas do mercado. c) Sim, quando a autoformação implica em elevar o desempenho, adicionar habilidades e competências. d) Depende, sobretudo das oportunidades de trabalho abertas em dado setor profissional. e) Não, o conceito foi desenvolvido no âmbito da teoria neoliberal de trabalho. ATÉ A PRÓXIMA!
Fichamento Do SOCIOLOGIA PÚBLICA E A INSERÇÃO DA SOCIOLOGIA NO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO BÁSICA BRASILEIRA: Uma Reflexão Sobre o Papel e A Relevância Pública Desta Ciência Na Sociedade