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APRESENTAÇÃO

il foi,
O ressurgimento da luta sindical no Bras ue,
ns porq
para muitos, algo inesperado. Para algu onh eciam
apesar de interess ado s, simp lesm ente desc
do do traba­
o que efetivamente se passava no mun
ente faziam
lho. Para outros porque premeditadam vida dos
de
questão de ignorar as reais condições
ia tam bém aqu eles que ainda
trabalhadores. Hav
a da "passi­
acredita vam, apelando para a falsa idéi
rar-se resig­
vidade" do povo brasileiro, este encont
destinado
nado . com o lugar que lhe tinha sido ainda -,
ros
na sociedade. A todos eles - e a out foi uma
o ressurgimento do mov ime nto sind ical
surpresa. que
Este pequeno livro pretende destacar ar
desenrol
esta "surpresa" era algo inevitável no se operá-

••• ••••
dos acontecimen tos que envo lviam a clas
8 Ricardo Antunes
r
ria, sua história e seu sindicalismo. Para tanto,
introduz algumas questões preliminares para todos
aqueles que, envolvidos ou não na condição de
assalariados, buscam principiar no entendimento
do que é o sindicalismo.
Daí que nos parece desnecessário frisar que
ele foge a todas as regras de um trabalho acadê­
mico. Se não bastasse o seu caráter meramente
introdutório, destina-se especialmente àquelas pes­
soas cujo cotidiano se desenvolve fora dos muros 1� Parte
da universidade.
Sob estas condições este texto foi concebido.
Nele se encontram duas partes: a primeira
mostra as origens do sindicalismo, suas várias con­ ORIGENS, EVOLUÇÃO
cepções, sua importância e os. seus limites dentro E IMPORTÂNCIA DOS SINDICATOS
da sociedade capitalista moderna. A segunda faz
um sintético balanço da história do movimento
sindical brasileiro, destacando seus principais
momentos, desde a criação das organizações de
auxílio mútuo na segunda metade do século XIX
até ãs recentes greves dos metalúrgicos do ABC.

Agosto/79 RICARDO ANTUNES

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30 () que é o Sindicalismo
31
Ricardo Antunes
r
que dá instrução , uma escola de go vern
o,
Lenin , em Oue Fazer?, demonstrou que O mo- niz ação
. ração , enfi m, u sc la
uma escola de administ
e o
� to sindical, quando totalmente isol ado das
ma
v1me
c pl ta­
de comunismo. É uma escola de tip
e
demais lut as de toda a sociedade , acab a incorr endo o om
, pois nos
numa atuação demasiadamente " economicista " mente de sc onhecido no capitalismo
mas sim uma_
trade-unionista. Da í a importância da atua ção do � sindicatos não há mestre s e alunos,
setore s ma is
comunista s dentro dos sindic atos p ara transfor­ escola que c ada ve z mais forma os
ma r a _ luta tra �e-unionista numa luta mais ampla avançados do proleta riado. . .
l t ri ado , os sindi­
.
P elo fr m do sistema ca pita lista, aproveitando os Durante a dit adur a d o p ro e a
_ artido e o p oder do �sta­
v rslu';l b �es � e consciência po lítica que a atuação catos situam-se entre o P
e L en1_n �
econo ';l,c? introduz no operário e ele vando esta
_ do . H ouve inclusive um de bate entr
e os si ndi­
c?ns� 1 �nc1a ao níve l de uma consciência revo lu­ Trotsky, em 1921, sob re os vínculos entr
Trotsky
cionaria. catos e o Estado socialista. Enquant
o
s sind icatos,
Na Rússi? cz arist a, fas e imperi al anterior à
_ _ defendia a n ecessidade de e statizar o
nstrou
d m
v luç ao �oc1 al1sta de 1917, os sindicatos que sur­ isto é torná-los órgãos est at ais, L enin
o
� e o
e
ciali sm , ainda
g�ram n os fins do século XIX foram locais de orga­ que ds sindicatos, mesmo sob o so
o
_ d def sa dos
n! z�çao fund�men ta is para o avanço da classe ope ­ deve riam manter-se como órgão e e
d r s lut pel a
raria . E r:17 �ao Petesburgo, por exemplo, o movi­ inte resses mate riais dos traba lha o e na a
a a dup la t refa
mento sindica l foi muit o ativo, sendo justamente
_ democraci a proletária. Ressalt av ?
nte dita dura do prol eta riado :
da 1 �ue nasceu a Revolução de F eve reiro, que dos sindic at os du ra a
dos si �di<:_8-
ante cipou � Revolução Socialista de Outub ro. é, de um l ado , através das lutas diári as
mi h r em d 1 reçao
, .
A pa rtir do mom ento em que a classe ope­ tos que as massas aprendem a ca
_ � os sao
a
_
u ma
rari a tom�u o pode r atr avés da revolução, tornou­ ao soci a lismo. De outr
o, os sind ic a t
. d . Na erd d , na fase
-�e �ecessari o alte ra r o significado e a função do s "rese rva de força" do Est a o v a e
p r s i lism ?s
de transição do capitalism
o
s1_ nd1catos. Os sindicatos torn aram-se, sob o socia ­ o a a o oc a

as t ref s fund m ntai s,


l1s,:no, uma org anização que englobou a quase to­ sindicatos assumem a lgum a a a e

e dir çã d prod uç � o,
talidade dos operários da indústria. Porém com tais como : organização e o a
tra-revo l_uc10-
um � ov ? caráter, conforme disse Lenin em Sobre evita ndo inclusive as sabot ag ens con
rev luçã ; melhor� a da
os Smd,catos: o s sindicatos to rnar am-se uma orga ­ nári as dos inimigos d a o o a

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ope rário s; melhort a da
nização educadora da massa operária , uma orga - situação econômica dos a

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