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O QUE É A HISTÓRIA CULTURAL?

PETER BURKE

FASES DA HISTÓRIA CULTURAL:

1ª CLÁSSICA (1800-1950) – “FOI UM TEMPO EM QUE OS HISTORIADORES DA CULTURA SE


CONCENTRAVAM NOS CLÁSSICOS; OBRAS PRIMAS DA LITERATURA, ARTE, FILOSOFIA E
CIÊNCIA.”

-AUTORES:

A) BURCKARDT, HOLANDÊS (A CULTURA DO RENASCIMENTO NA ITÁLIA) – ESTAVA


PREOCUPADO COM AS DIVERSAS CONEXÕES ENTRE AS DIVERSAS ARTES. “O HISTORIADOR
PINTA O RETRATO DE UMA ÉPOCA.”

B) HUIZINGA - HISTORIADOR E LINGUISTA, HOLANDÊS (O OUTONO NA IDADE MÉDIA)


– A ABORDAGEM DE HUIZINGA ERA MORFOLÓGICA. “QUE TIPO DE HISTÓRIA IREMOS
CRIAR SE NÃO VEMOS O INDIVÍDUO NELA.”

2ª HISTÓRIA SOCIAL DA ARTE (1930) - “AS MAIORES CONTRIBUIÇÕES DESSE


PERÍODO NÃO VIERAM DO DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA, MAS DA
SOCIOLOGIA.”

-AUTORES:

A) MAX WEBER – SOCIÓLOGO ALEMÃO (A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO


CAPITALISMO) – “WEBER APRESENTOU COMO A CULTURA DO PROTESTANTISMO,
COM O ACÚMULO DE CAPITAL, INFLUENCIOU UM SISTEMA ECONÔMICO, NO CASO
O CAPITALISMO. O CATOLICISMO ERA HOSTIL AO CAPITALISMO.”

B) NORBERT ELIAS – SOCIÓLOGO ALEMÃO (O PROCESSO CIVILIZADOR) –“ELIAS


DIRIGIU SUA ATENÇÃO PARA OS MODOS À MESA
A Escola dos Annales é um movimento historiográfico do século XX que se
constituiu em torno do periódico acadêmico francês Annales d'histoire
économique et sociale, tendo se destacado por incorporar métodos das
Ciências Sociais à História.

A Escola dos Annales passou por quatro fases principais, cada uma com suas
características e contribuições:

Fase de fundação (1929-1945)

A fase de fundação da Escola dos Annales foi marcada pela atuação de seus
fundadores, Marc Bloch e Lucien Febvre. Bloch e Febvre criticavam a história
tradicional, que era focada em eventos políticos e militares, e defendiam uma
história mais ampla e abrangente, que englobasse todos os aspectos da vida
humana.

Fase de consolidação (1945-1968)

A fase de consolidação da Escola dos Annales foi marcada pela atuação de


Fernand Braudel, que é considerado o principal expoente da escola. Braudel
defendia uma história de longa duração, que estudava as tendências e
estruturas sociais que se desenvolvem ao longo de séculos ou mesmo
milênios.

Fase de renovação (1968-1989)


A fase de renovação da Escola dos Annales foi marcada pela atuação de
Jacques Le Goff, Georges Duby e Roger Chartier. Esses historiadores
ampliaram o escopo da história para incluir novos temas, como a história das
mentalidades, a história do cotidiano e a história da cultura material.

Fase de diversificação (1989-presente)

A fase de diversificação da Escola dos Annales é marcada pela fragmentação


do movimento e pela adoção de diferentes abordagens historiográficas. Alguns
historiadores continuaram a defender a história de longa duração, enquanto
outros se concentraram em temas mais específicos, como a história local ou a
história das mulheres.

Principais contribuições da Escola dos Annales

A Escola dos Annales teve uma influência significativa no desenvolvimento da


historiografia. Suas principais contribuições incluem:

 A ampliação do escopo da história para incluir novos temas e


perspectivas.
 A adoção de métodos das Ciências Sociais para o estudo da história.
 A promoção de uma história mais abrangente e interdisciplinar.

A fase de diversificação da Escola dos Annales é marcada pela fragmentação


do movimento e pela adoção de diferentes abordagens historiográficas. Alguns
historiadores continuaram a defender a história de longa duração, enquanto
outros se concentraram em temas mais específicos, como a história local ou a
história das mulheres.

A partir de 1989, a Escola dos Annales passou por um processo de


renovação, com a adoção de novas perspectivas e abordagens. Entre os
principais historiadores da fase de diversificação da Escola dos Annales à partir
de 1989, destacam-se:

 Emmanuel Le Roy Ladurie (1929-): historiador francês, especialista em


história da Idade Média e da modernidade.
 Natalie Zemon Davis (1928-): historiadora americana, especialista em
história da Europa Moderna.
 Reinhart Koselleck (1923-2006): historiador alemão, especialista em
história das ideias.
 Jacques Rancière (1940-): filósofo e historiador francês, especialista
em história da política.
 Michel Foucault (1926-1984): filósofo e historiador francês, especialista
em história da cultura.
 Pierre Bourdieu (1930-2002): sociólogo francês, que influenciou o
desenvolvimento da história social.
 Joan Scott (1941-): historiadora americana, especialista em história das
mulheres.
 Edward Said (1935-2003): intelectual palestino, especialista em história
do Oriente Médio.

Esses historiadores ampliaram ainda mais o escopo da história para incluir


novos temas e perspectivas, e adotaram métodos das Ciências Sociais para o
estudo da história. Eles também promoveram uma história mais abrangente e
interdisciplinar.

Aqui estão alguns exemplos de trabalhos de historiadores da fase de


diversificação da Escola dos Annales a partir de 1989:

 Emmanuel Le Roy Ladurie: "Montaillou, um village occitan de 1294 à


1324" (1975), "O Carnaval da Bruxaria" (1980), "A França do
Renascimento" (1994).
 Natalie Zemon Davis: "O retorno da rainha Margot" (1975), "O mundo da
Idade Média" (1988), "O lugar da honra" (1992).
 Reinhart Koselleck: "O tempo da história" (1979), "Conceitos
fundamentais da história" (1972), "História do conceito de história"
(2000).
 Jacques Rancière: "O mestre ignorante" (1987), "A partilha do sensível"
(2000), "A emancipação do espectador" (2008).
 Michel Foucault: "Vigiar e punir" (1975), "As palavras e as coisas"
(1966), "A história da sexualidade" (1976-1984).
 Pierre Bourdieu: "A distinção" (1979), "O poder simbólico" (1982), "O
capital cultural" (1986).
 Joan Scott: "Gênero: uma categoria útil de análise histórica" (1988), "A
história das mulheres" (1991), "O feminismo e a história da mulher"
(1996).
 Edward Said: "Orientalismo" (1978), "A cultura do império" (1993), "O
humanismo e o império" (2003).

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