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Conselheiros
Clóvis Gonçalves de Souza Júnior
Luiz Augusto Caldas Pereira
Maria Lúcia Alencar de Rezende
Maria Lúcia Paulino Telles
Oscar Augusto Rache Ferreira
Pierangelo Rossetti
Regina Maria Fátima Torres
Rolf Dieter Bückmann
Administração do SENAI/CETIQT
Alexandre Figueira Rodrigues
Diretor Geral
Design e Moda
SENAI/CETIQT
Rio de Janeiro, 2010
3
Copyright 2010. SENAI/CETIQT
Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico,
mecânico, por fotocópia e outros sem prévia autorização, por escrito, do SENAI/CETIQT e do(s) autor(es).
Equipe Gestora
Simone Aguiar C. L. Maranhão
Coordenadora Acadêmica
Equipe técnica
Coordenação Geral: Ana Paula Abreu-Fialho
Consultora técnica: Irina Aragão
Design Educacional: Cristina Mendes e Flávia Busnardo
Revisão: Mariana Souza
Projeto Gráfico: Nobrasso Branding, design & web
Diagramação: Rejane Megale Figueiredo
Ilustrações e edição de imagens: José Carlos Garcia
Normalização: Biblioteca Alexandre Figueira Rodrigues – SENAI/CETIQT
Impressão e acabamento: Maio Gráfica
Apoio
Departamento Nacional do SENAI
Ficha catalográfica
Aragão, Irina.
Design e moda / Irina Aragão; Simone Formiga. – Rio de Janeiro: SENAI/CETIQT, 2010.
154 p.
ISBN: 978-85-60447-23-7
1. Design de moda. 2. Design. 3. Moda. 4. Desenvolvimento de produto. I. Formiga, Simone.
CDU 391:658.512.2
SENAI/CETIQT
Rua Dr. Manuel Cotrim, 195 – Riachuelo
20960-040 – Rio de Janeiro – RJ
www.cetiqt.senai.br
Sumário |
Apresentação 7
Aula 1 11
Design – entendendo o processo de configuração de produtos
Aula 2 31
Breve história do design
Aula 3 59
O design e o campo da moda
Aula 4 73
Desenvolvendo produtos de moda
Aula 5 83
Percebendo oportunidades de projeto
Aula 6 121
Introdução à metodologia de projeto em design
Aula 7 135
Briefing – orientando o desenvolvimento do projeto
Glossário 153
Apresentação |
7
Apresentação
8
Design – entendendo o
processo de configuração
de produtos
9
Design – entendendo o processo de configuração de
produtos
Aula 1
Seus Objetivos:
Ao final dessa aula, esperamos que você seja capaz de:
1. Relacionar o design às demandas de diferentes contex-
tos ao longo da história;
2. Reconhecer o design como produto histórico;
3. Reconhecer o campo do design e as suas atribuições;
4. Reconhecer e avaliar os diferentes conceitos de design abordados
nesta aula.
3 horas de aula
Design e Moda
1. História e Design
Ao ler este título, você deve estar se perguntando o que a história tem
a ver com design e com a moda, não é mesmo? E para que voltar ao passado
para começarmos a falar em design de moda no tempo presente...
Bom, então vamos do princípio. O que você entende por história?
2. O que é história?
13
Aula 1
A partir deste ponto de vista, os objetos, que são criações das sociedades
humanas como soluções para as suas necessidades cotidianas, passaram a ser
considerados como documentos da história. São testemunhos materiais de cada
14
Design e Moda
época, que nos dão pistas sobre o modo de vida de nossos antepassados e, inclu-
sive, sobre como pensaram, solucionaram e produziram objetos para tornar o dia
a dia mais confortável, prazeroso e prático.
Com o auxílio da história, podemos pensar no momento e cenário em
que cada peça foi criada, desenvolvida, fabricada e usada. Lembre-se de que
cada objeto é fruto das ideias de pessoas, dentro de um grupo social, de uma
sociedade e cultura.
XVI
VII
XV
XVIII
1810
1820
1830
1840
1850
1860
1870
Joseph Box
1880
Edward Hayes
15
Aula 1
1890
C. Maykopf
1900
1910
Bally
1920
Delman
1930
1940
Charles Jourdan
1950
1960
1970
Roger Viver
1980
Yves Saint Laurent
1990
Delman
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Design e Moda
Atividade 1 – Objetivo 1
Resposta e comentário
17
Aula 1
[...] nós usamos objetos para fazer declarações sobre nossa identidade,
nossos objetivos, e mesmo nossas fantasias. Através dessa tendência hu-
mana a atribuir significados aos objetos, aprendemos desde tenra idade
que as coisas que usamos veiculam mensagens sobre quem somos e so-
bre quem buscamos ser. [...] Estamos intimamente envolvidos com obje-
tos que amamos, desejamos ou com os quais presenteamos os outros.
Marcamos nossos relacionamentos com objetos [...]. Através dos objetos
fabricamos nossa auto-imagem, cultivamos e intensificamos relaciona-
mentos. Os objetos guardam ainda o que no passado é vital para nós. [...]
não apenas nos fazem retroceder no tempo como também tornam-se os
tijolos que ligam o passado ao futuro. (WEINER, 1987, p. 159)
3. O que é design?
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Design e Moda
19
Aula 1
Denis (2000, p. 16) chama atenção para o fato de que a maioria das defi-
nições da atividade concorda que o design concilia um aspecto abstrato – de-
signar, conceber / projetar / atribuir − e outro concreto – desenhar, registrar /
configurar / formar. E define o design como “uma atividade que gera projetos,
no sentido objetivo de planos, esboços ou modelos”.
designar desenhar
conceber registrar
projetar configurar
atribuir formar
Design
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Design e Moda
Design
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Aula 1
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Design e Moda
Design
Design
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Aula 1
“The designer for craft based industries or trades, where hand processes
are used for production, is deemed to be an industrial designer when the
works which are produced to his drawings or models are of a commercial
nature, are made in batches or otherwise in quantity, and are not per-
sonal works of the artist craftsman.”
Conheça o ICSID
O ICSID é uma organização que promove o design em todo o mundo e conta atualmen-
te com 150 membros em mais de 50 países, representando em torno de 150 mil designers.
No website podem ser acompanhados eventos, debates, informações e ações que estão
acontecendo no mundo.
Dê uma olhada: http://www.icsid.org
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Design e Moda
A meta:
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Aula 1
Atividade 2 – Objetivo 2
Resposta e comentário
Atividade 3 – Objetivo 3
Após ter conhecido alguns conceitos de design, que aspectos você con-
sidera relevantes no processo de design?
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Design e Moda
Comentário
Esta atividade não tem uma resposta única, por isso não podemos co-
mentá-la com mais detalhes. Mas, certamente, é importante que a partir dela
você tenha se debruçado sobre os conceitos de design apresentados, de forma
a ir construindo uma conceituação própria acerca do tema. O meu conceito de
design, por exemplo, está expresso lá no começo da seção 3, quando defino o
termo antes de apresentar as definições de outros autores.
Atividade 4 – Objetivo 4
Resposta e comentário
Conclusão
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Aula 1
Referências
BLOCH, Marc. Introdução à história. 5. ed. Mem Martins: Publicações Europa-América, 1987.
BONSIEPE, Guy. Design: do material ao digital. Santa Catarina: IEL/LBDI, 1997.
DENIS, Rafael Cardoso. Uma introdução à história do design. São Paulo: Editora
Edgard Blücher, 2000.
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Design e Moda
FORTY, Adrian. Objeto de desejo: design e sociedade desde 1750. São Paulo: Cosac
Naify, 2007.
HESKETT, John. Desenho industrial. Brasília: UnB/José Olympio Editores, 1997.
LÖBACH, Bernd. Design industrial. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2001.
MALDONADO, Tomás. Design industrial. Lisboa: Edições 70/Arte e Comunicação, 1991.
MALDONADO, Tomás. El diseño industrial reconsiderado: definicion, historia, biblio-
grafia. Barcelona: G. Gili, 1977.
MENESES, U. B. de. A cultura material no estudo das civilizações antigas. In: SIMPÓSIO
NACIONAL DE HISTÓRIA ANTIGA, 1., 1984. Anais. Pesquisas, problemas e debates.
João Pessoa: Imprensa Universitária, 1984, p. 34-42.
WEINER, Annette. The trobianders of Papua New Guinea. Stanford University, 1987.
p.159.
Sites consultados
INTERNATIONAL COUNCIL OF SOCIETIES OF INDUSTRIAL Design. Disponível em: <http://
www.icsid.org/about/about/articles33.htm>. Acesso em: 5 out..2009.
INTERNATIONAL COUNCIL OF SOCIETIES OF INDUSTRIAL Design. Disponível em: <http://
www.icsid.org/about/about/articles31.htm>. Acesso em: 5 out. 2009.
STOCK Exchange. Disponível em: <http://www.sxc.hu/photo/970346>. Acesso em: 15
jan. 2010.
STOCK Exchange. Disponível em: <http://www.sxc.hu/photo/1072657>. Acesso em: 15
jan. 2010.
STOCK Exchange. Disponível em: <http://www.sxc.hu/photo/668159>. Acesso em: 15
jan. 2010.
STOCK Exchange. Disponível em: <http://www.sxc.hu/photo/589018>. Acesso em: 15
jan. 2010.
STOCK Exchange. Disponível em: <http://www.sxc.hu/photo/825330>. Acesso em: 15
jan. 2010.
STOCK Exchange. Disponível em: <http://www.sxc.hu/photo/849395>. Acesso em: 15
jan. 2010.
WIKIMEDIA Commons. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Marc_
Bloch_d_cor_CG.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2010.
WIKIMEDIA Commons. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Debret_
casa_ciganos.jpg>. Acesso em 15 jan. 2010.
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Aula
3 horas de aula
Design e Moda
Tempo social: É o tem- Fernand Braudel, em História e Ciências Sociais, de 1958, aborda a plu-
po em que a sociedade ralidade do tempo social. O autor introduz um debate sobre a curta e longa
sente as mudanças que
vivencia. duração do tempo social, comparando a abordagem da história tradicional e
a Nova História.
Braudel atribui à história tradicional a abordagem da curta duração da
vida social, que vincula à história dos grandes acontecimentos, do fato, dos
heróis e do momento de um cronista ou jornalista.
A história das estruturas sociais, de longa duração, é a Nova História,
que aborda “uma realidade que o tempo demora imenso a desgastar e trans-
portar” (BRAUDEL, 1972). É a história que considera a duração de
uma série de relações, percebe uma cadeia de acontecimentos,
Fonte: Stock Exchange | Foto: Sanja Gjenero
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Aula 2
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Design e Moda
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Aula 2
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Design e Moda
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Aula 2
Atividade 1 – Objetivo 1
Depoimento 1
Depoimento 2
Pretendo apenas ter tentado copiar as belas formas antigas, mas não com
servidão absoluta. Tratei de preservar o estilo e o espírito ou, se quiser, a
simplicidade elegante das formas antigas e, ao fazê-lo, introduzir toda a
variedade de que era capaz, e isso Sir William Hamilton me garante que
posso me aventurar a fazer, e que é esse o verdadeiro modo de copiar o
antigo. (FORTY, 2007, p. 34)
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Design e Moda
Resposta e comentário
Vernacular: referente
e o designer Charles Robert Ashbee (1863-1942), que percebiam no objeto re-
à cultura, tradição e sultante do trabalho do artesão-artista a qualidade almejada no produto mo-
expressão popular, do
povo, de massa. derno.
O discurso do movimento não é antimoderno − embora fosse uma rea-
Historicistas vitorianos:
Estilos historicistas vito- ção à produção em massa, à industrialização e à divisão do trabalho, que con-
rianos estão vinculados siderava o resgate da tradição vernacular, da identidade e cultura nacionais
aos estilos do passado,
que, muitas vezes, usam e reconhecia no modelo das guildas medievais o ideal em condições sociais e
referências das culturas
atuação do artesão aos produtos de baixa qualidade. Na verdade, rejeitava a
greco-romanas como
elementos estéticos e estética e o ecletismo dos estilos historicistas vitorianos e os efeitos sociais da
formais, tais como o Ne-
Revolução Industrial. Valorizava e exaltava a virtude da simplicidade da forma
oclassismo, Renascimen-
to, Barroco e Rococó. e do uso honesto dos materiais.
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Aula 2
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Design e Moda
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Aula 2
Litogravura colorida Dança (60x38cm), de Alphonse Mucha (1898), que faz parte de uma série que comemora as
artes. Valoriza a beleza da figura feminina, em composição dinâmica pelo movimento e torção do corpo, cabelos
longos e tecidos transparentes que se misturam e flutuam suavemente pelo sopro da brisa matinal. Ao fundo,
um elemento decorativo que nos lembra um mosaico ou uma joia, e outros remetem aos elementos florais.
Exotismo, sensualidade e movimento.
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Design e Moda
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Aula 2
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Design e Moda
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Aula 2
Para saber mais detalhes sobre a história do Ford T, sugiro a leitura do texto: WOMACK,
James P.; JONES, Daniel T.; ROSS, Daniel. A máquina que mudou o mundo. Rio de Ja-
neiro: Campus, 2004.
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Design e Moda
Atividade 3 – Objetivo 3
Resposta e comentário
B) Na Alemanha
No cenário em que foram pensadas e debatidas modificações na estru-
tura do processo de trabalho e métodos de conceber e desenhar produtos, é
formada a Deutscher Werkbund (Associação Alemã do Trabalho) − fórum de
empresários, políticos, artistas, artesãos, arquitetos e publicitários − na Alema-
nha, em 1907. Tem como meta motivar a cooperação entre arte, ofícios artesa-
nais e indústria, focada nos novos padrões de qualidade, padronização técnica
e de estilo, e assim promover os produtos e a cultura alemães.
O arquiteto Hermann Muthesius (1861-1927), um dos fundadores da
Associação, apoiava e reivindicava uma relação mais estreita entre produção
industrial e o estilo nacional, o que possibilitaria a supremacia dos produtos
alemães no mercado internacional, já que o design permitiria o aumento das
exportações e a competitividade.
A partir de 1912, a Deutscher Werkbund passa a publicar o anuário sobre
trabalhos de design e artigos de seus membros, além de promover exposições e
debates sobre a prática do design. É dissolvida em 1934, após a ascensão do partido
Nacional Socialista de Adolf Hitler, que volta a atuar em 1947, mas menos influente.
O governo prussiano enviou Muthesius como adido diplomático para a
Inglaterra, onde permaneceu por seis anos (1896-1903). Sua missão era obser-
var os aspectos que possibilitaram o sucesso do design britânico, visitando as
oficinas do movimento Arts and Crafts.
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Aula 2
Liebermann
a prestar serviços como conselheiro artístico para a AEG − Allgemeine
Elektrizitats Gesellschaft −, fundada em 1883, em Berlim. Foi responsável
Peter Behrens era conhecido como
pelos projetos de prédios da companhia, pelo design dos produtos, pela identidade
Herr Werkbund, que significa
corporativa e pela programação visual de seus produtos gráficos. A AEG tornou-se uma Senhor Werkbund, aquele que
pôs em prática as questões deba-
referência por ter combinado e explorado, na organização do seu processo produtivo, tidas na Deutscher Werkbund. De
1907 a 1912, Behrens teve como
os elementos padronizados, dispositivos estilísticos baseados em formas e técnicas ar- alunos e assistentes em seu ate-
tesanais, o domínio da função técnica, diferentes acabamentos de superfícies e diversi- lier Walter Gropius, Ludwig Mies
van der Rohe, Le Corbusier, Adolf
dade de dimensões, o que possibilitou a grande linha de produtos. Meyer, Jean Kramer e outros.
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Design e Moda
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Aula 2
Anos 1940 Pesquisados e fabricados fios sintéticos para fins bélicos - nylon, que passa a
Anos de guerra ser usado na fabricação de tecidos; designers e arquitetos engajados em obras
Guerra + propaganda públicas, propaganda política com feições nacionalistas; ênfase militar no fun-
política + design cionalismo; elementos geométricos simples, modulados e modulares; eficiên-
cia, qualidade e durabilidade; estudos em aero e hidrodinâmica; novas formas
de propulsão. Nos EUA, crescimento econômico, desenvolvimento industrial
e agrícola; país autoconfiante em sua prosperidade; o consumo é intensifi-
cado. No pós-guerra: reorganização política, econômica e industrial; países
adotaram legislações ao estabelecer padrões de ensino do design orientados
para as necessidades da indústria; interesse em motivar o produto industrial
nacional, torná-lo competitivo no mercado externo. Na moda, após os rigores
da guerra, reação à militarização e à masculinização das formas femininas:
o New Look - uma nova silhueta feminina. O cinema segue lançando moda,
influenciando hábitos, conceitos estéticos e tendências de comportamento.
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Design e Moda
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Aula 2
Pluralismo + novas ção yuppie - individualismo e mobilidade social; acidentes ambientais. Desper-
Anos 2000 Mundo globalizado. Debates, políticas e ações focadas nas questões ambientais.
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Design e Moda
1850
Designer: Michael Thonet
Áustria
Modelo Thonet nº 14
Madeira e assento de palha
1910
Designer: Gerrit Rietveld
Holanda
Cadeira Vermelho e Azul
Madeira
1920
Vanguardas européias
Designer: Marcel Breur
Alemanha
Modelo nº B6
Aço cromado e madeira
1930
A Era do Rádio
Designer: Ludwing Mies Van der
Rohe
Alemanha
Modelo nº MR 90
Aço cromado e couro
1940
Anos de guerra
Designer: Charles e Ray Eames
EUA
Lounge Chair Wood
Madeira compensada moldada
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Aula 2
1950
Anos dourados
Designer: Charles e Ray
Eames
EUA
Modelo Nº 670
Aluminio, couro, compensado
de madeira
1960
Designer: Eero Aarnio
Finlândia
Cadeira Globo
Poliéster, fibra de vidro, aluminio e espuma
1970
Designer: Mario Belline
Itállia
Modelo Le Bambole
Espuma de poliuretano, tecido e metal tubular
1980
Designer: Philippe Starck
França
Modelo Ed Archer
Aço, Aluminio e couro
1990
Designer: Donald Chadwick e William Stumpf (Herman Miller Furniture Co.)
EUA
Modelo Aeron
Alumínio reciclado e poliéster
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Design e Moda
Atividade 4 – Objetivo 4
Resposta e comentário
Conclusão
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Aula 2
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Design e Moda
Referências:
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Aula 2
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Aula
3 horas de aula
Design e Moda
1. Introdução
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Aula 3
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Design e Moda
Faço aqui uma pausa para mencionar que a tradição modernista mencio-
nada pela autora tem a ver com as raízes e os primeiros movimentos de orga-
nizar a formação em design no Brasil. Vale lembrar que a ESDI (Escola Superior
de Desenho Industrial), fundada em 10 de julho de 1963, seguindo o modelo
adotado pela Escola de Ulm (1953-1968), na Alemanha, organizada a partir dos
valores modernistas e funcionalistas herdados da Bauhaus (mencionada na
aula 2), é considerada como o marco do início do ensino do design no Brasil. O
auge da expressão modernista pode ser observado no Estilo Internacional que
buscava nas soluções funcionais a forma ideal. É atraente pela sua simplicida-
de, conota austeridade, precisão, neutralidade, disciplina, ordem, estabilidade,
eficiência e modernidade. O objeto é simplificado até atingir a forma ideal e
definitiva, como reflexo estrutural e construtivo perfeito da sua função.
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Aula 3
Geladeira L300 para Eletrolux, 1939. Design para Eletrolux, Raymond Loewy, 1939
“Entre dois produtos de preço, função e qualidade iguais, o que tem melhor aspecto
vende-se melhor do que o outro.” (Raymond Loewy)
Raymond Loewy
Raymond Loewy foi um dos mais conhecidos designers industriais do século
XX. Nascido na França, passou a maior parte de sua carreira nos Estados Uni-
dos (para onde migrou em 1919), onde foi influenciado pelos aspectos da vida ameri-
cana. Quando Loewy chegou aos Estados Unidos, morou em Nova York e encontrou
trabalho como designer de vitrines para lojas de departamento, como Macy’s, além de
trabalhar como ilustrador de moda para Vogue e Harper’s Bazaar. Loewy fez diversos
trabalhos importantes. Dentre os seus clientes podemos destacar:
• Coca-Cola (redesenhou a garrafa original em 1955, adicionando a tipografia
branca e vívida Coke & Coca-Cola, desenhando e apresentando as primeiras
garrafas king-size no mesmo ano. Desenhou também a primeira lata de alu-
mínio em 1960);
• Frigidaire (geladeiras, fogões e freezers);
• Lucky Strike (embalagem, em 1940);
• NASA (estação espacial Skylab, primeiro design de interior para viagens espaciais);
• Sears (geladeira Coldspot de 1935 – sucesso de vendas);
• Shell (logomarca).
Fonte: Adaptado de http://www.raymondloewy.com/about/bio.html
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Design e Moda
65
Aula 3
a ascensão das classes mercantis na Itália, que viam na arte uma forma de se
autopromover, a demanda e a competitividade no mercado de arte aumenta-
ram e o artista se emancipou e ascendeu socialmente. Ele passou a ser visto
como um gênio inato, dotado de uma personalidade característica e um talen-
to especial, que transcendia a sua época, a sociedade em que estava inserido e
a sua própria existência. A realização, ou melhor, o realizador da obra de arte
passou a ter mais valor do que a própria obra em si, e a atividade do artista se
tornou mais intelectual do que artesanal. Com isso, em sua formação, a prática
das oficinas foi sendo progressivamente substituída pela instrução teórica das
academias e escolas de arte (HAUSER, 2000, p. 322-354). Essas ideias foram
reforçadas pelas noções românticas do século XIX, em que a cultura era vista
como uma realidade superior e irredutível às demandas econômicas, a obra de
arte era fruto de uma criação livre e desinteressada e o artista era um indiví-
duo dotado de uma inspiração inata, que vivia fora das regras e demandas da
sociedade, consequentemente, um ser livre e marginal. Segundo Janet Wolff,
essa é uma “figura histórica” que foi transformada em “definição universal” e
que surge com o desenvolvimento do capitalismo industrial paralelamente à
ascensão do individualismo e com a substituição do antigo sistema de patrocí-
nio pelo sistema do crítico-comerciante, afastando o artista de qualquer grupo
social definido, capaz de lhe proporcionar uma forma segura de patrocínio
(WOLFF, 1982, p. 25). Além disso, a indústria cultural, que começou a se desen-
volver com a Revolução Industrial, e a ampliação e diversificação do público
consumidor, acabaram provocando uma diversificação de produtos e de cate-
gorias de produtores de bens simbólicos, gerando um processo de diferencia-
ção entre produtos com valor mercantil e produtos com valor propriamente
cultural. Segundo Bourdieu, a transformação da obra de arte em mercadoria e
o surgimento de uma categoria de produtores de bens simbólicos destinados
especificamente ao mercado propiciaram o desenvolvimento de uma “teoria
pura da arte”, responsável por determinar a diferença entre “arte como sim-
ples mercadoria” e “arte como pura significação”, abrindo espaço para que os
artistas e intelectuais buscassem uma distinção cultural, demonstrando, por
meio de suas práticas e representações, a singularidade da sua condição e a
raridade, originalidade e irredutibilidade da sua obra em mercadoria. Segun-
do ele, essa busca por uma distinção seria característica da própria estrutura
do campo da arte e seria reforçada pela noção do artista como um gênio
(BOURDIEU, 1999, p. 117-118). Então, realmente a noção de artista, criador e
gênio estaria vinculada ao campo da arte.”
Agora, se observarmos algumas definições de design vamos realmente
perceber um discurso relacionando o design à indústria e ao mercado. Segun-
do Maldonado, por exemplo...
66
Design e Moda
67
Aula 3
68
Design e Moda
estes dois termos como definições diferentes, teríamos que entendê-las como
termos diferentes para uma mesma definição. Talvez a necessidade de diferen-
ciação acabe caindo sobre a necessidade de legitimação a partir de instituições
de ensino, porém esta é uma discussão que caberá a um outro artigo.
Atividade 1 – Objetivos 1, 2, 3 e 4
69
Aula 3
Resposta e comentário
Atividade 2 – Objetivos 1 e 2
70
Design e Moda
Resposta e comentário
Conclusão
71
Aula 3
Referências:
Sites consultados:
RAYMOND Loewy; thefather of industrial design. Dsiponível em: <http://www.raymon-
dloewy.com/about/bio.html>. Acesso em: 18 fev. 2010.
72
Aula
3 horas de aula
Design e Moda
Bibliografia de apoio
75
Aula 4
PIRES, Dorotéia Baduy. Design de moda: uma nova cultura. Dobras Revis-
ta, Barueri, n. 1, v. 1, p. 66-73, 2007.
PIRES, Dorotéia Baduy. O desenvolvimento de produtos de moda: uma
atividade multidisciplinar. CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DE-
SENVOLVIMENTO EM Design, 6., 2004, São Paulo. Anais... São Paulo: Fun-
dação Armando Penteado, 2004.
SANT’ANA, Denise Bernuzzi de. Consumir é ser feliz. In: OLIVEIRA, Ana
Claudia de; CASTILHO, Kátia. (Org.). Corpo e moda: por uma compreen-
são do contemporâneo. Barueri: Estação das Letras e Cores Editora, 2008.
Atividade 1 – Objetivos 1, 2 e 3
76
Design e Moda
Linhas de produtos:
Conceito de marca:
Tendência:
Matriz FOFA:
Mapa de percepção:
77
Aula 4
PREÇO ALTO
BONAPARTE
FORUM
RICHARD’S
SIBERIAN
BROOKSFIELD
SKETCH CHRISTIAN DIOR
PÚBLICO PÚBLICO
JOVEM ADULTO
PREÇO BAIXO
Mapa de concepção de competidores para marcas de vestimenta, relacionando marcas de consumo, preço e
público. Fonte: Freitas (2003).
Tipos de produto:
Produto vaca leiteira: baixo custo, baixo lucro e grande volume de venda.
Produto pérola: baixo custo e alto valor agregado.
Produto ostra: alto custo, alto lucro e probabilidade de se tornar pérola.
Produto problema: alto custo, baixo lucro e baixo volume de venda.
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Design e Moda
2) Conceito da marca
- Verificar que significados e - Descrição, em um parágrafo, de qual é
informações a marca escolhida o conceito da marca estudada, ou seja,
- Identificar o conceito da
pretende transmitir através o que a marca pretende despertar no
marca
de suas linhas de produtos e consumidor em termos de emoções e
estratégia de posicionamento que necessidades ela busca suprir
no mercado
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Aula 4
Conhecer as tendências
8) Estudo das tendências do - Elaborar um texto contendo a tendência
que dominam a evolução
setor em que a marca está para o setor da marca escolhida (duas
dos produtos de um
inserida páginas formato A4)
determinado setor
9) Estratégias da marca (além
do design, existem outras - Apresentar em texto a estratégia que
Definir qual a estratégia
- Estudo das estratégias evidentes da marca, a empresa adota e justificar como é
a marca está adotando
tendências do como: qualidade, inovação, possível verificar isto (no mínimo uma
atualmente
setor exclusividade, valor, apelo página no formato A4)
- Estratégia da ecológico etc.)
marca - A partir do resultado da Matriz FOFA,
- Matriz FOFA 10) Matriz FOFA a partir das Analisar se a marca está selecione de forma hierárquica as forças,
oportunidades e ameaças coerente com as tendências fraquezas, ameaças e oportunidades
levantadas com o estudo das do setor e evidenciar mais impactantes
tendências do setor e das forças pontos fracos e fortes para - Ao final, apresentar um pequeno texto
e fraquezas levantadas pela sugerir futuros produtos ou conclusivo evidenciando quais seriam as
marca mudanças nos já existentes oportunidades e ameaças para a empresa
(uma página no formato A4)
- Representar graficamente
e de forma simplificada - Apresentar um texto com uma análise
(síntese visual) a percepção dos resultados do mapa de percepção
que o consumidor tem - Apresentar um texto analisando se
14) Mapa de percepção dos sobre a marca em estudo e o conceito que o cliente percebe do
consumidores sobre a marca outras marcas concorrentes produto é, provavelmente, aquele
- Verificar se o conceito que que a empresa deseja passar, ou
o cliente percebe da marca seja, é coerente com a sua estratégia
é o mesmo estabelecido estabelecida
estrategicamente por ela
80
Design e Moda
Conclusão
81
Aula 4
Referências
BAXTER, Mike R. Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos. São
Paulo: Blucher, 2000.
FREITAS, Lauro. Teste de conceito e mapa de percepção. Dez. 2003. Disponível em:
<http://www.dep.ufmg.br/disciplinas/epd034/teste_de_conceito-apresentacao.pdf>.
Acesso em: 10 fev. 2010.
HOUAISS, Antonio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva,
2002.
MOURA, Mônica. A moda entre a arte e o design. In: PIRES, Dorotéia Baduy (Org.). De-
sign de moda: olhares diversos. Barueri, SP: Estação das Letras e Cores Editora, 2008.
PHILIPS, Peter L. Briefing: a gestão do projeto de design. Tradução Itiro Iida; revisão
técnica Whang Pontes Teixeira. São Paulo: Blucher, 2008.
PIRES, Dorotéia Baduy. O desenvolvimento de produtos de moda: uma atividade multi-
disciplinar. CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM Design, 6.,
2004, São Paulo. Anais... São Paulo: Fundação Armando Penteado, 2004.
82
Aula
3 horas de aula
Design e Moda
85
Aula 5
86
Design e Moda
Atividade 1 – Objetivos 1, 2 e 3
Observações:
1. Você encontra o texto disponível no ambiente virtual, na parte de
Recursos Didáticos.
2. Ao finalizar sua resenha, você deverá postá-la no ambiente, na tarefa
Relação entre Design e Moda.
87
Aula 5
Aproveito para deixar como sugestão de boa leitura sobre o assunto: BAXTER, Mike.
Projeto de produto. 2. ed. São Paulo: Edgar Blücher, 2000.
88
Design e Moda
Valores Valores
Necessidades Ideias
Expectativas Soluções
Desejos Adequações
Sonhos Alternativas
89
Aula 5
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Design e Moda
91
Aula 5
Sugestão de leitura:
PIRES, Dorotéia Baduy (Org.). Design de moda: olhares diversos. São Paulo: Estação das
Letras e Cores, 2008.
92
Design e Moda
Atividade 2 – Objetivos 4 e 5
Resposta e comentário
Conclusão
93
Aula 5
Planejamento do produto
(orientação geral do planejamento do produ- Objetiva fixar metas
to que estabelece seus objetivos)
Benefício básico
(vantagem que o consumidor perceberá ao
adquirir o novo produto, em relação ao con-
corrente)
Referências:
94
Design e Moda
Anexo 1
95
Aula 5
pelo reconhecimento da moda como legítimo estudo do design, nos idos 1960,
durante uma conferência internacional do setor, em Kyoto. Miyake, na con-
dição de estudante de design gráfico, (não por opção, mas pela inexistência
de estudos acadêmicos de moda) na Tama Art University em Tokyo, interpela
publicamente os organizadores daquela conferência pela omissão da moda no
rol dos acontecimentos”. (HOLBORN, 1995, p. 22). Porém, esta não pode ser
uma alteração somente de nomenclatura, mas de princípios, fundamentos e
conceitos.
No Brasil, o primeiro curso superior na área de moda teve início em 1988,
no mesmo ano em que se optou em um fórum nacional pela denominação
design para a área e designer para o profissional que o pratica. Antes do recen-
te surgimento dos cursos específicos nas universidades, o cargo de criador de
moda era sempre ocupado por um autodidata que, em geral, não adotava um
processo criativo organizado que interagisse com as ações empresariais. Al-
guns desses profissionais adotavam métodos próprios e colocavam em prática
etapas da metodologia aplicada pelos designers, mas a maioria ainda o faz de
modo intuitivo, sem haver teorizado ou refletido sobre sua prática.
Há uma grande diferença entre planejar ou desenvolver produtos para
uma confecção artesanal e uma outra industrial. Neste artigo, a criação será
vista no contexto do industrial design, em que um produto de design de moda
como objeto (roupa) com conteúdo de moda, é resultado da aplicação de um
pensamento e método projetual.
Uma das características que distingue esta área é a concepção de produ-
tos agrupados em coleções divididas pelas estações do ano, primavera/verão e
outono/inverno. Podemos definir coleção como o conjunto de uma variedade
de produtos de moda cíclicos e sazonais que, dependendo dos parâmetros e
estratégias da empresa, são dotados de maior ou menor valor simbólico, coefi-
cientes de unidade, estética, criatividade e novidade. Algumas empresas/marcas
vem substituindo o termo “coleção” por “produto” uma vez que os ciclos de lan-
çamentos tem sido abreviados para atender a necessidade de novidade.
As soluções propostas em uma coleção de moda podem ter origem na
arte ou fazer uso da percepção artística como referência e nem por isso pas-
sarem a ser arte. O assunto causa divergências entre os estudiosos da moda.
Assim como a arte, o design tem seus princípios e fundamentos, mesmo que
em determinados momentos seja difícil estabelecer limites precisos entre arte
e design, talvez porque compartilhem de alguns princípios criativos e estéticos.
A moda está em permanente troca de informações com a arte e o artesana-
to. Assim, a roupa pode servir de suporte para uma manifestação artística ou
ser uma referência para que um designer de moda expresse sua criatividade e
96
Design e Moda
97
Aula 5
5
com a personalidade do designer” . É preciso uma dupla cultura, empresarial
e criativa.
Se design é método e se método demanda disciplina, logo, estamos fa-
lando de planejamento, o que requer investimento de tempo. Como praticar o
planejamento se nossa cultura empresarial sofre da síndrome do imediatismo,
se o modus operandi é o de uma corrida contra o tempo que não dá margem
a ações preventivas? A rotina é “apagar incêndios”, “queimar etapas”, “dar
jeitinhos”. Não há tempo a perder, planejamento é perda de tempo, pesquisa
então, nem pensar!
Assim, sem planejamento definido, pouco se investe em tecnologia e no
desenvolvimento de produtos, gerando déficit em sua qualidade, dependência
tecnológica e sucateamento em alguns setores. Por ausência de planejamen-
to, somos campeões em desperdício e ineficiência. Em 1995, uma pesquisa do
Instituto Nacional de Metrologia revelou que o desperdício de tecido no Brasil,
6
mensalmente, era de 500 mil metros . Todos os anos, milhares de confecções
do vestuário abrem e fecham e o setor industrial registra perdas anuais de cer-
ca de 40% da produção, US$ 9 a 10 bilhões. No Japão, esta margem é de 1 a 3%
e nos EUA, de 5 a 8%. Precisamos superar ainda perdas materiais enquanto o
mundo já discute os desperdícios simbólicos de um produto.
A prática do design de moda no Brasil está longe de explorar toda a sua
potencialidade. A indústria vê o design como uma decoração supérflua, um
processo de embelezamento do produto, o que impede que o design mostre
seu valor como disciplina voltada à melhoria da qualidade global dos objetos
e da vida humana.
O imediatismo no retorno dos investimentos tem imposto aos designers
resultados supérfluos, motivando a cultura da cópia. Na feira de Hannover, na
Alemanha, algumas vezes o Brasil recebeu o Prêmio Plagiarius, concedido ao
país participante que copiou o maior número de produtos de origem alemã.
Não somos o único país a praticar esse crime que no mundo da moda às vezes
é considerado uma “homenagem” feita a algum estilista ou uma “releitura” da
obra do mesmo.
Além disto, mo planejamento de um produto ou coleção, questões im-
portantes são muitas vezes atropeladas ou ignoradas devido a essa visão de
curto prazo. É preciso pensar na qualidade formal do produto; na adequação
ao uso (conforto, praticidade, ergonomia); na inovação; na confiabilidade; na
evolução tecnológica; nas características culturais e socioeconômicas; no estu-
do dos materiais e processos de fabricação; na racionalização dos componen-
tes; na melhor utilização dos recursos em capacidade instalada; na ética e no
respeito ao meio ambiente.
98
Design e Moda
99
Aula 5
longas, pesadas, leves, fluídas, rígidas. Quem atua como designer de moda,
deve estudar o corpo e a moda conforme os conceitos da ergonomia, relacio-
nada à segurança e ao conforto, cada vez mais definitivos como critério de
compra. Para a designer Suzana Barreto Martins, “a roupa sem ergonomia é
8
prisão para o corpo” .
O conforto pode ser definido como um estado de harmonia física e men-
tal com o meio ambiente, baseado na ausência de qualquer sensação de in-
cômodo. Em relação ao vestuário, o conforto é definido por três aspectos não
independentes, que interagem em função de cada situação: físico - relacionado
às sensações provocadas pelo contato do tecido com a pele e do ajuste da
confecção ao corpo e a seus movimentos; fisiológico ligado à interferência do
vestuário nos mecanismos do metabolismo do corpo, em especial o termo-
regulador, e o psicológico - função de fatores relacionados à estética, aparên-
cia, situação, meio social e cultural (Rubens Nicolini - Rhodia).
Devemos entender o corpo sob todos os aspectos possíveis: sociológi-
cos, culturais, fisiológicos, biológicos, psicológicos e espirituais. O produto que
projetamos, a roupa, veste um corpo que sente, que se emociona, que se mo-
vimenta, que sua, que sente frio, que namora, que come, que corre riscos, que
malha, que adoece, que brinca, que trabalha, que dorme.
Imagine um arquiteto que pretende elaborar um projeto e pouco se in-
forma sobre o espaço disponível. Do mesmo modo acontece com o criador
de moda que concebe um produto sem estudar, compreender e refletir sobre
o corpo humano, que é o espaço que centralizará grande parte nas nossas
atenções, preocupações e energias, considerando que somos “projetistas de
segunda-pele”. Para a designer Maria Celeste MONTEMEZZO, se
100
Design e Moda
alongado dos gregos; os pés de lótus das chinesas; as luvas vitorianas, que
reduziam as mãos, e outros instrumentos. Hoje, os consumidores dividem o
orçamento, antes destinado à compra de roupas, com investimentos para re-
configurar o corpo: academia, dieta, plástica, lipoaspiração, implantes, tatua-
gens, tratamento de pele... Hoje podemos quase redesenhar o nosso corpo.
O consumidor percebeu que investir no corpo faz melhorar a auto-estima e,
também, que a roupa veste melhor num corpo “sarado”.
Este assunto tem também relação com os padrões estéticos impostos
pela sociedade e que interessam muito a quem estuda moda. Os valores esta-
belecidos pelo mercado e pela moda têm grande influência sobre tais padrões,
alguns com conseqüências graves, como os distúrbios alimentares anorexia e
9
bulimia . “Uma das poucas obrigações que temos na vida é trazer felicidade”,
define Philippe Starck acerca da responsabilidade de um designer. Este é um
assunto que deveria ser mais discutido. A lógica de mercado poucas vezes se
detém diante das questões éticas.
Quando tratamos de planejamento e desenvolvimento de produtos, per-
cebemos quão multidisciplinar é o design. Para a semioticista Kathia CASTILHO
(2003), “a moda pode ser entendida como um conjunto de comportamentos
significativos que exprimem os valores próprios de uma época e tramitam
juntamente com esta determinada época. Um fenômeno assim, por sua com-
plexidade e vastidão, apresenta um horizonte complexo, que não pode ser
objeto de uma só ciência. Remete-se então, freqüentemente, a estudos e con-
ceitos da etologia, cinética, psicologia, sociologia, etnologia, neurofisiologia,
semiótica, entre outros, os quais nos permitem elaborar uma análise ade-
quada a atender sua natureza interdisciplinar e, portanto, rica em elementos
constituintes”.
A embalagem do corpo, a arquitetura têxtil a que chamamos roupa,
apresenta características especiais tais como: a constante mobilidade, a es-
treita relação com a identidade do usuário, a sazonalidade, o alto nível de
obsolescência programada e o fato de ser um produto consumido em grande
quantidade e variedade durante toda a existência do ser humano. A roupa, em
nossa cultura, vai além da dimensão material. Pode comunicar uma ideologia,
proteção, pudor, personalidade, status, sexualidade. Logo que passe a excita-
ção gerada pelo lançamento a embalagem do corpo entra em fase de declínio.
As embalagens dos produtos que consumimos em um supermercado são, em
média, redesenhadas a cada dois ou três anos; a roupa se renova aproximada-
mente a cada seis meses.
A moda é um fenômeno sociocultural. Criá-la é transformar a vontade
coletiva em produto, na hora certa. Desenvolvê-lo, no âmbito da moda, não
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Aula 5
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Design e Moda
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Aula 5
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Design e Moda
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Aula 5
Notas
1 Entendemos que apesar de envolvidos com a atividade de desenvolvimento
e planejamento de produto os termos designer e estilista dizem respeito a ati-
vidades com distintos níveis de responsabilidade e abrangência.
2 ESTRADA, Maria H. Design: o melhor amigo do homem. Revista Ícaro Brasil, 2000.
3 Idem.
4 Entre consagradas marcas de moda, encontramos histórias de sucesso pro-
tagonizadas por duplas compostas pela perfeita sintonia entre a alma do cria-
dor e a alma de empresário/gestor: Yves Saint Laurent e Pierre Bergè, Giorgio
Armani e Sergio Galeotti, Gianni e Santo Versace, Tom Ford e Domenico De
Sole, Calvin Klein e Barry Schwartz, Valentino Garavani e Giancarlo Giammetti
(Saviolo e Testa, 2000 : p. 32).
5 Palestra em Arapongas, Pr, 2001.
610 bilhões de toneladas de frutas produzidas anualmente acabam no lixo:
igual à soma da produção anual do Chile, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru e
Equador (Folha de S. Paulo, 9.11.98).
7 Em palestra ao Projeto Milano, Turim, fev/2001.
8 Em entrevista em 24/02/2003.
9 Há 30 anos, as modelos pesavam 8% menos do que a média. Hoje, o peso é
23% inferior.
10 Françoise Vincent-Ricard, autora do livro As espirais da moda, foi a primeira
a propor uma organização da estética e promoção industrial, criando um escri-
tório em Paris chamado Promostyl. Depois vieram outros: Nelly Rodi, Domini-
que Peclers, Design Intelligence, Fred Carlin, S.I.S., Index, Fashion Info, Fashion
Trends.
11 MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas. Lisboa: Edições 70, 1993.
12 BAXTER, M. Projeto de Produto : guia prático para desenvolvimento de no-
vos produtos. São Paulo: Edgard Blücher, 1998.
106
Design e Moda
Bibliografia
CALDAS, D. Universo da moda: cursos on-line. São Paulo: Anhembi Morumbi, 1999.
CASTILHO, K. A gênese da moda. http://www.anhembi.br/processo/genese.html, em
17.02.2003 às 07h00.
DALISI, R. Creatività, design e management : percorso nella cultura del progetto. Na-
poli : Electa, 2000.
HOLBORN, M. Issey Miyake. Alemanha : Taschen, 1995.
MARTINS, J. A natureza emocional da marca: como escolher a imagem que fortalece a
sua marca. São Paulo: Negócio Editora, 1999.
MONTEMEZZO, M.C.S.; SANDOS, J.E.G. O papel do vestuário na interação homem-
ambiente. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM Design, 1º CONGRESSO
BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM Design, P&D Design, 5., Brasília.
Anais... Brasília, 2002.
NOSELLA, P. A escola de Gramsci. Porto Alegre : Artes Médicas, 1992.
PIRES, D.B; MONTEMEZZO, M. C.F.S. Dossiê e books de moda: elaboração de um book
de coleção. In ABC Design, edição 3, junho 2002, p. 36.
SAVIOLO, S. Le imprese del sistema moda: il management al servizio della creatività.
Milano: Etas, 2000.
107
Aula 5
Anexo 2
À sombra do objeto
Luiz. Antonio L. Coelho, PhD
1. A ubiqüidade do objeto
108
Design e Moda
2. Questões norteadoras
109
Aula 5
3 Os autores mostram que os aspectos que dão status ao objeto são: sua raridade, sua idade e
seu preço (que pode ser causa ou efeito do status). Além disso, a proximidade, uso ou associa-
ção a uma pessoa de status agrega ao objeto status também, ainda que por oposição, isto é,
algo que é associado negativamente ao indivíduo de prestígio. (Csikszentmihalyi e Rochberg-
Halton, 1998: 30) Acrescentamos aqui o afeto, que também condiciona a hierarquização que
fazemos dos objetos que nos cercam, e que normalmente projetamos sobre aquelas coisas
associadas a uma pessoa querida.
4 O me, do inglês, no esquema de Mead, associado ao “eu íntimo”, em contraste ao I, o “eu
social”.
110
Design e Moda
dois níveis, como reflexo e como indutor, para nós mesmos e para o social.5 Nes-
se particular, o objeto não seria um signo apenas. Não estaria representando
algo que não a si próprio. Ele precisaria estar presente para atualizar suas refe-
rências. A presença constante do objeto dá, dessa forma, ao possuidor o “poder
mágico” dos atributos que representa. W. Lloyd Warner (1953) e Evans-Pritchard
falam na extensão de poderes físicos e qualidades que nos dão objetos que
usamos. (Csikszentmihalyi e Rochberg-Halton: 17 e 26) Para eles, precisamos do
contato físico com a coisa, da textura do objeto, sua temperatura, sua aparência
para constantemente confirmamos suas/nossas qualidades. Além disso, o obje-
to que nos representa na definição do “eu” íntimo e provém de negociação com
o entorno porque é fruto de escolha, vem a constituir-se em extensão real de
nós mesmos. Para ilustrar esse ponto falamos do objeto livro. Ele vem a repre-
sentar uma extensão cognitiva do usuário. Guardamos em nossa biblioteca esta
ou aquela obra para termos o conforto do saber preservado; um saber que que-
remos manter, mas que nossa memória não consegue fixar em sua totalidade.6
Ao mesmo tempo em que individualiza seu usuário ou possuidor na re-
presentação simbólica, o objeto também serve de amálgama social, isto é, ao
mesmo tempo que difere e personaliza, liga o indivíduo ao social justamente
a partir do reconhecimento do apreço ao objeto pelo grupo. É o social que
legitima o valor simbólico do objeto. Quando um indivíduo ostenta objetos/
símbolos de um grupo social – com seu inerente status – “declara” ser membro
daquele grupo (individualização grupal) em contraste a outros grupos. Portan-
to, ao mesmo tempo em que o objeto representa um elemento de um grupo
(socialização em um micro-nível), também representa a convivência entre gru-
pos nos sistema social (socialização no macro-sentido). (Id.: 36-39)
Transferimos sonhos e expectativas para o objeto. Tanto em sua fabrica-
ção quanto em seu uso refletimos nossas tendências e apreço pessoal e social.
Para Csikszentmihalyi e Rochberg-Halton, “as memórias passadas, experiências
5 Aqui os autores advogam que o objeto integra o ser humano a si mesmo, a seu semelhante
e também ao cosmos. (Ibid: 38) A transação com o objeto pode, assim, ser representativa de
modelo de algum aspecto do cosmos, ou estimuladora e criadora de um modelo para o
mesmo cosmos (Ibid: 43).
6 Como vimos, McLuhan fala em extensões de capacidades físicas ou mentais (1965). Já
Csikszentmihalyi e Rochberg-Halton nos ilustram essa questão no veículo que usamos: “do
primeiro triciclo de uma criança à sua bicicleta de dez velocidades, e posteriormente à moto ou
carro, a energia física do possuidor é ampliada pelo crescente aumento do poder da máquina.
Ele, como próprio carro, pode ser auto-móvel, movendo-se literalmente.” (Csikszentmihalyi e
Rochberg-Halton, 1998: 27) McLuhan acrescentaria que ao mesmo tempo em que ampliaram a
capacidade humana de percorrer espaços com rapidez, os veículos modernos também vieram
provocar o sedentarismo do ser humano contemporâneo. Para ele, o ser humano abre mão
de sua capacidade física natural por algum tipo de ganho (maior velocidade, maior volume ou
maior espaço por exemplo). Adota uma prótese para o órgão “ampliado”.
111
Aula 5
4. O sentido afetivo
7 Irvin Panofsky caracteriza o homem como um fazedor de “trilhas” no momento em que traba-
lha o entorno. A familiaridade com essa característica, associada ao conhecimento das práticas
humanas nos dá a habilidade de falar delas e formular hipótese a respeito de sua natureza.
(Panofsky, 1955: 23)
112
Design e Moda
8 Mais uma vez nos valemos aqui do objeto livro como ilustração. O livro é um objeto que co -
mumente apresenta as marcas pessoais de seus leitores nas glossias deixadas nas margens,
marcas de posse e comentários que se agregam às futuras leituras do texto.
113
Aula 5
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Design e Moda
115
Aula 5
rias vale também ser mencionado, onde o usuário passou a obter reproduções
fotográficas coloridas de alta resolução com recursos de ampliação, redução
e efeitos visuais a preços razoáveis, além de cartões sociais de máquinas de
impressão por ele próprio operadas. Os bureaux, com a utilização de gráficas
digitais, passaram também a oferecer respostas mais rápidas aos atributos grá-
ficos definidos pelo cliente.
Outros setores de maquinaria pesada, como o da indústria automobilís-
tica, também foram impactados pela automatização introduzida pela revolu-
ção da informática. Aqui, sem alterar a rotina produtiva, o usuário pôde espe-
cificar aspectos da carroceria e do interior do veículo, atributos estéticos e de
materiais: cor, ausência ou presença de frisos, tipos de acessórios, materiais de
estofamento, localização de fechos, entre outros.
Com a possibilidade de maior individualização na produção industrial,
possibilitada pela tecnologia, estamos entrando na fase em que se combinam
as vantagens do design participativo – da tomada de opinião com a intervenção
direta do usuário no processo de fabricação. Acontece também na fase de fabri-
cação, portanto antes da posse. Mas com uma diferença da fase anterior: aqui
já existe um compromisso de consumo ou a efetivação da compra. O usuário
define suas preferências e recebe o produto com as características desejadas.
O produto sob medida sempre existiu, mesmo no período industrial, po-
rém a um custo elevado, para uma clientela abastada, e em certos segmentos
industriais. Hoje a escala é maior em alguns segmentos, como no exemplo das
artes gráficas, onde o produto sob medida banaliza-se mais e mais e o próprio
cliente torna-se um co-autor. O mesmo vem acontecendo com a produção de
som, imagens virtuais, edições de livros e em setores mais sofisticados, como o
bancário (produção de cheques personalizados).13 Abre-se, assim, a possibilida-
de dos valores simbólicos de uso, de estilo e autoria retomarem à fase artesanal.
5. O usuário no centro
116
Design e Moda
desde há muito. O importante é frisar que a busca pelo atendimento aos an-
seios mais particularizados do cliente representa a importância que se dá o
objeto em nossas vidas, que, de fato, como vimos, é algo que vai além dos
aspectos pragmáticos de uso. Falamos de questões afetivas do objeto no perío-
do de fruição, isto é, enquanto somos consumidores. Falamos da importância
que ele representa na subjetivação, de como o selecionamos no ato da com-
pra, e de como a indústria procura atender a esse anseio. Falamos também de
como deixamos nossa marca no objeto a partir do contato que temos durante
a fruição. Gostaríamos agora de falar de outro aspecto, o lado criativo durante
o uso. No ato de fruição, somos também autores, e nesse sentido entende-se
que a criação está tanto na configuração e fabricação efetiva do objeto quanto
em sua fruição.14
A afetividade como um atributo na relação com o objeto implica, ainda,
aspectos bastante variados. A começar pelo cruzamento disciplinar aventado
por teóricos como Victor Margolin (1989). Para ele, as teorias da recepção e a
da resposta-do-leitor, oriundas da crítica literária, são inspiradoras para o De-
sign na compreensão da relação usuário/objeto para além do que os estudos
de mercado revelam. (Ibid.: 9) Aqui a idéia central reside no deslocamento
da atenção do autor para o receptor, e do texto para a recepção. No caso da
literatura, a idéia tem origem na postura pós-estruturalista – encarnada por fi-
guras como Roland Barthes e Jacques Derrida – e é formulada por Hans Robert
Jauss e Wolfgang iser (1983, 1978, respectivamente) e Jonathan Culier (1981),
Jane Tompkins (1994) e Stanley Fish. Esses autores defendem que o receptor na
relação texto/leitor – que aqui estendemos para o fruidor na relação produto/
usuário – deve ser o foco principal na interpretação do texto/objeto e que o
sentido da obra/objeto se dá no contato texto/leitor, como, no caso, objeto/
usuário no ato da leitura/uso. O foco migra do ato criativo da autoria para o
da interpretação sem que haja preponderância ou excelência do texto sobre a
interpretação. O que equivale a dizer que no caso do produto o deslocamento
se daria do fabricante para o usuário e do produto para o uso.
E que a criação deveria contemplar os atributos da fruição no mesmo
nível que os do produtor. Como vimos acima, atualmente haveria a tendência a
uma preocupação maior com o usuário e a conseqüente incorporação de seus
14 Giulio Carlo Argan, em Arte moderna, fala que passamos da tecnologia dos objetos, o arte-
sanato, para a tecnologia dos produtos, a indústria, e com a segunda revolução industrial,
passou-se da tecnologia dos produtos para a tecnologia dos circuitos. Hoje atuamos no mundo
não mais pelas forças políticas ou pelas dicotomias econômicas, mas pelo poder de consumo.
Consumimos imagens. O cidadão busca seu valor e prazer, e enxerga o poder de objeto/ima-
gem, objeto enquanto imagem e seus significados e valores agregados afetivos.
117
Aula 5
118
Design e Moda
6. Referências
Os direitos de uso deste artigo foram gentilmente cedidos pelo seu autor e pela Revista
ComunicArte, onde foi sua publicação original (ano 2002, vol. 1 (3): p.267-272). O artigo
está reproduzido aqui na íntegra, sem qualquer alteração em relação à obra original.
120
Aula
2 horas de aula
Design e Moda
1. Introdução
Significado
Aspectos subjetivos Aspectos de uso
de quem projeta e funcionamento
PROBLEMA ou
OPORTUNIDADE
Impacto no de Design Aspectos
meio ambiente de produção
Ferramentas projetivas
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Aula 6
Processo sem método são apenas fases predefinidas. O método está den-
tro do processo e compreende a organização na realização das etapas
processuais. O método pode ser tanto normas de organização e controle
através das quais o processo se desdobra, quanto um lado criativo do
desenvolvimento do processo. [...]
124
Design e Moda
125
Aula 6
PARA QUE fazer diz respeito aos objetivos do projeto. Com que intuito?
PARA QUEM pretendemos desenvolver o produto? Aonde queremos chegar?
Ao levarmos em conta essas variáveis, estaremos estabelecendo uma direção
para nosso pensamento, para a escolha dos possíveis métodos de execução do
projeto. Logo, não existe projeto:
• sem objetivos,
• sem púbico- alvo,
• sem motivos para se concretizar.
Estas são algumas das cadeiras destinadas às manicures disponíveis no mercado. Podemos imaginar o quanto
desconfortáveis são, pois são baixas e deixam as profissionais em uma posição muito desagradável.
127
Aula 6
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Design e Moda
129
Aula 6
3.4.2. Desenvolvimento
• materiais;
• processos de fabricação;
• dimensões e formas;
• desenho técnico; e
• tudo mais que facilite a fabricação de nosso produto.
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Design e Moda
3.4.3. Finalização
3.5. Cronograma
131
Aula 6
Elaboração do briefing X
Levantamento e análise de dados
Pesquisa de similares X X X
Geração de alternativas X X
Escolha de um partido X
Refinamentos e acertos X X X
Construção do protótipo X
Especificações técnicas X X
Finalização
Desenho técnico X
Relatório X X X X X X X X X X X X X X X
Atividade 1 – Objetivos 1, 2 e 3
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Design e Moda
Conclusão
133
Aula 6
Referências:
BAXTER, Mike R. Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos. São
Paulo: Blucher, 2000.
COELHO, Luiz Antonio L. (Org.). Conceitos-chave em design. Rio de Janeiro: Ed. Puc-
Rio; Teresópolis: Novas Ideias, 2008.
COELHO, Luiz Antonio L. (org.). Design método. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; Teresópo-
lis: Novas Ideias, 2006.
PHILLIPS, Peter L. Briefing: a gestão do projeto de design. São Paulo: Edgar Blucher,
2008.
134
Aula
2 horas de aula
Design e Moda
2. Conhecendo o briefing
A. Formato do briefing
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Aula 7
B. Tamanho do briefing
Os ingredientes
Para preparar um prato especial, você deve encontrar a receita cer-
ta que liste todos os ingredientes, contenha as instruções de preparo e
as demais informações necessárias. Isso vale também para organizar as
especificações de um projeto.
Os parâmetros do projeto
Para se construir um conceito criativo é necessário revisar os parâme-
tros do projeto, representados pelas restrições que condicionam o trabalho.
O primeiro deles é o PRAZO final ou tempo disponível para se apresentar a
solução. Isso determinará a “margem de manobra” para a busca de soluções.
Outro parâmetro é constituído pelos REQUISITOS TÉCNICOS de
produção e distribuição. Aqui podem surgir vários conflitos entre projeto
de design e a produção industrial.
Após determinar o prazo e as restrições técnicas, chega a hora de
verificar o orçamento disponível para o projeto. É necessário conhecer o
ORÇAMENTO disponível, antes de começar o projeto.
Todo e qualquer projeto tem suas limitações e é exatamente na
hora da elaboração do briefing que tais limitações, como: prazo, orça-
mento, requisitos técnicos etc., devem ser apresentadas à equipe respon-
sável por seu desenvolvimento e apropriadas por ela. As limitações são
fatores que impedem logo de início, ou não, certas possibilidades de solu-
ção para o problema/oportunidade de design em questão.
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Design e Moda
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Aula 7
I – Início do processo
141
Aula 7
Aqui fica claro que, quanto maior for o envolvimento dos diversos depar-
tamentos da empresa na elaboração do briefing, mais completo e útil ele será.
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Design e Moda
• análise setorial;
• público-alvo;
• portfólio da empresa;
• objetivos do negócio e estratégia de design;
• objetivo, prazo e orçamento do projeto;
• informações de pesquisa; e
• apêndice. (PHILIPS, 2008, p. 27-28.)
• lista de produtos
• concorrentes
• preços e promoções
Análise setorial
• marca
• estudo das tendências
• estratégia da empresa
• marca
Portfólio da empresa • imagem corporativa
• segmento do mercado
• principais resultados visados pelo projeto, descrito na linguagem
Objetivos do negócio e estratégias de
de negócios
design
• atividade de design, correspondentes aos resultados visados
Aprovação do projeto:
• preparação dos materiais de apresentação
• responsáveis pelas aprovações
Aprovação, implementação e avaliação Implementação:
• providências necessárias
Avaliação:
• critérios para medir o sucesso do projeto
• tendências do negócio
Informações de pesquisas • avanços tecnológicos
• lançamentos de novos produtos
Materiais suplementares:
Apêndice • catálogo de produtos, fotos, mostruários, artigos de jornais,
artigos científicos, manuais, legislações
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Aula 7
Análise setorial
Atividade 1 – Objetivos 1, 2 e 3
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Design e Moda
Estratégia da Plasteck:
Missão da Plasteck
Atingir a liderança na fabricação de pequenos objetos domésticos de plástico, baseados em excelente design,
excelente qualidade e excelente valor em relação ao preço cobrado.
Objetivos da empresa
Desenvolver produtos que sejam apreciados pelos consumidores, devido ao design inovador e alto valor pelo
preço. Criar uma identidade, uniformizando a linha de produtos em 2 anos. Aumentar o faturamento em 60%
em 2 anos e aumentar os lucros em 70% em 2 anos.
Estratégia da empresa
Aumentar o investimento no desenvolvimento de novos produtos, em 75%, em 1 ano.
Melhor o projeto de embalagens, em 1 ano. Conquistar novos mercados, mais apropriados para os novos pro-
dutos, com aumento de 15% em 2 anos.
145
Aula 7
1. Necessidades do consumidor
Os consumidor demonstram forte fidelidade tanto ao tipo de lâmina fixa como ao de lâmina móvel
Os consumidores estão consientes dos problemas que ocorrem nos dois tipos
3. Oportunidade de marketing
É possivel abranger os dois mercados hoje segmentados (lâmina fixa e lâmina móvel)
Os descascadores estão presentes em todos os lares (isso foi confirmado por 40 pessoas pesquisadas na pró-
pria empresa)
4. Oportunidade de vendas
Os descascadores de batata são vendidos em 95% dos pontos de venda de produtos da Plasteck (estimativa do
diretor comercial)
5. Oportunidade de fabricação
O molde para injeção do cabo pode ser fabricado na própria empresa. As lâminas podem ser fornecidas por
um fabricante externo, já existente.
7. Pesquisa de mercado
Realizou-se uma pesquisa de mercado interna (na própria empresa) baseada em um desenho de apresentação
do novo produto, que foi confirmada com uma pesquisa dos consumidares, baseada em um protótipo do novo
produto.
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Design e Moda
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Aula 7
Características funcionais
Seleção da configuração
Cabo
Limitador de
profundidade
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Design e Moda
Linear Perpendicular
G B B H G B G G B
B G H B H H Configuração
do descascador
H H G
Viável
Não viável
Parcialmente embutido
B H G H B G
H B H G G B
G G B B H H
Completamente embutido
G G H H B B
H B G B H G
B H B G G H
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Aula 7
B H B G * B G
*
G
H
H
B G B G
H
H
H
B *
G
H
G
Conclusão
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Design e Moda
Referências
BAXTER, Mike R. Projeto de produto: guia prático para o design de novos produtos. São
Paulo: Blücher, 2000.
PHILIPS, Peter L. Briefing: a gestão do projeto de design. São Paulo: Edgar Blücher, 2008.
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Glossário:
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