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DESENHO DE MODA

SENAI GOIÁS
Diariamente, docentes e alunos utilizam-se das informações contidas nos
materiais didáticos para transformá-las em conhecimentos, ampliar suas
experiências, embasar e enriquecer sua vida profissional. O material didático
torna-se, então, importante elemento no processo ensino-aprendizagem.

O SENAI de Goiás, com o objetivo de oferecer melhor material didático para


seus alunos, conta com o apoio de outros Departamentos Regionais que
disponibilizam seus recursos instrucionais no Banco de Recursos Didáticos
do Departamento Nacional. Dessa forma, este material pode beneficiar
alunos em todo o país.

Este Departamento Regional manifesta o seu agradecimento aos docentes


da Faculdade Ítalo Bolonha que desenvolveram e gentilmente
disponibilizaram este material didático.

Gerência de Educação Profissional

Proibida a reprodução total ou parcial deste material, por qualquer


meio ou sistema.
Sumário
Pág.
7 Glossário
9 1. Desenhista de moda
10 1.1. Requisitos para estilista
10 1.2. Talento para estilista
11 2. Princípios e elementos da criação
11 2.1. Dinâmica de moda
11 2.2. Tendência da moda
11 2.3. Processos de criação (plano de organização de ideias)
15 3. Figuras em movimento
25 4. Elemento do rosto
26 4.1. Olhos
27 4.2. Orelha
28 4.3. Nariz
30 4.4. Bocas
33 4.5. Cabeças/cabelos
34 4.6. Rostos/cabelos
35 5. Chapéus
36 5.1. Colocação do chapéu no rosto
37 6. Mãos
39 7. Pés
43 8. Acessórios
43 8.1. Arranjo de cabeça
44 8.2. Luvas
45 8.3. Cinto
46 8.4. Laço
47 8.5. Xale
48 8.6. Echarpe
49 9. Decotes
51 10. Golas
57 11. Mangas
61 12. Saias
67 13. Calças
67 13.1. Comprimentos
68 13.2. Calças masculinas
69 13.3. Calças de malharia
73 14. Bolsos
77 15. Magia das cores
77 15.1. As cores
78 15.2. Significado das cores
79 16. Aviamentos/aplicação
81 17. Detalhes das roupas
83 18. Qualificação dos tecidos
85 19. Fibras têxteis
87 20. Cores e estampas
89 21. Século XX
89 21.1. Década de 1910 a 1920
89 21.2. Década de 1920 a 1930
89 21.3. Década de 1930 a 1940
90 21.4. Década de 1940 a 1950
90 21.5. Década de 1950 a 1960
90 21.6. Década de 1960 a 1970
91 21.7. Década de 1970 a 1980
91 21.8. Década de 1980 a 1990
93 22. Régua de proporção
95 23. Régua de proporção para figura infantil
97 24. Régua de proporção para figura adulta ampliada
99 25. Dicionário da moda
111 Referências
Glossário

Moda: Costume, uso geral, que depende do capricho, mudança periódica de estilo de caráter,
cuja finalidade se explica pela necessidade de conquistar ou manter uma determinada posição
social.
Modelo: Objeto a ser produzido por imitação. Serve de exemplo ou normas.
Modelar: Representar por meio de modelo, traçar, delinear, dar forma.
Figura:Forma exterior, aspecto, representação, importância social.
Figurino:Revista de moda.
Figurinista:Pessoa que representa o figurino.
Estilista:Criador de um estilo marcante. Executa o que era então desconhecido, ou pouco
valorizado.
Ato de criar:Criar é organizar partes num todo coerente. A criação na realidade é o processo
pelo qual o universo foi formado por meio de etapas ordenadas de seleção e evolução. Os
fenômenos resultantes, geralmente, revelam uma perfeição que está muito além da capacidade
dos artistas humanos. Podem oferecer inspirações ilimitadas.
Inspiração: O artista observa o universo com sensibilidade, observando impressões em toda a
sua volta. Essas impressões são guardadas no subconsciente como células que se dividem e
se combinam para formar novas entidades – geralmente, quando se menos espera, ficamos
conscientes de uma nova relação, dando forma perceptível.

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8
1. Desenhista de moda

O desenhista de moda ou figurinista é um profissional que tem amplas possibilidades no


segmento do vestuário.
Atualmente, a figura de moda tornou-se natural, graciosa e juvenil e, geralmente,
sofisticada, ao contrário da rigidez dos anos passados, em que era desenhada com um
comprimento exagerado, angular e muito artificial.
Para se fazer ilustrações de moda é preciso saber como desenhar figura corretamente,
suas estruturas básicas, características e movimentos. Embora isto não seja suficiente para o
desenhista de moda, é necessário perceber que a diferença está na estilização e na
caracterização de um estilo próprio.
É quase uma tentativa de corrigir a figura humana.
O desenho de moda tem a finalidade de alongar e afinar a figura humana. É uma forma
de fazê-la, assim, mais elegante.
Podemos, deste modo, desprezar detalhes sem grande importância, como, por
exemplo, omitir uma ou outra linha de contorno, ou algumas sombras (considerando apenas
aquelas que darão volume a figura).
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A natureza ainda é, sem dúvida, a maior fonte de inspiração para as obras de arte em
todas as áreas.

1.1. Requisitos para estilista


 Talento natural.
 Originalidade (individualidade).
 Bom gosto (vivência/experiência).
 Conhecimento sistemático (atualização).
 Técnica.
 Desenho (projeto de coleção).
 Modelagem (montagem).
 Conhecimento de mercado (marketing = faixa de consumidor) – modelosmais vendidos.
 Feeling(sensibilidade aguçada para prever as coisas que vão pegar na moda (vender-
usar).

1.2. Talento para estilista


 Pesquisar tendências.
 Pesquisar mercado.
 Seleção de tecidos.
 Seleção de acessórios.
 Desenvolvimento de coleção.
 Chefia de modelagem.
 Apresentação de coleção.

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2. Princípios e elementos da criação
PRINCÍPIOS ELEMENTOS
Equilíbrio Linha
Ritmo Textura
Ênfase Forma
Unidade e variedade Cor
Proporção e escala Padronagem

2.1. Dinâmica de moda


A moda é o traje que segue o capricho dos tempos, prossegue com os séculos e com
os indivíduos, criando, sucessivamente, os estilos de moda. Deixa clara a consideração de que
moda relaciona-seàqueles aspectos nos trajes e nos tecidos. Referem-se à autoexpressão
desejada de quem está usando o artigo em questão.

2.2. Tendência da moda


É um fenômeno que está gradativamente sendo aceito pela minoria de um grupo
definido. Tão logo o nível de aceitação atinja a maioria, já não se pode mais falar de uma
tendência. Já se tornou uma moda aceitável.

2.3. Processos de criação (plano de organização de ideias)


 Definição de projeto (roupa).
 Análise das possibilidades (maquinário e tecido).
 Definição do problema específico (estilo de roupa).
 Exame de alternativa (no estilo que escolheu, qual a peça predominante).
 Seleção de alternativas (o que terá a roupa escolhida. Ex.: bolso, pregas).
 O ato da produção (juntar todas as informações ao desenho).

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12
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3. Figuras em movimento
Deve-se tomar o cuidado para que a figura não perca o equilíbrio. Desenha-se uma
linha vertical no meio do pescoço até o centro do pé, para que fique bem delimitado na figura o
centro da gravidade.
Veja o exemplo:

14
15
16
17
18
19
20
21
1

2 anos 4 anos 6 anos 7 anos 10 anos 15 - 16 anos

22
3 anos 7 anos 9 anos 12 anos 21 anos

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4. Elemento do rosto
Devemos marcar, inicialmente, a forma oval, que é a forma do rosto. Traçamos uma
linha de simetria vertical e dividimos esta oval em quatro partes iguais. A linha central será a
linha dos olhos, haverá a linha do nariz, a linha da boca será a metade do último espaço que
nos resta.

A linha dos olhosdivide-se em cinco partes iguais.

As orelhas correspondem às linhas dos olhos e do nariz.

As linhas horizontais (de boca, nariz e olhos) serão sempre paralelas, acompanhando a
posição da cabeça.

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Os olhos devem ser mais utilizados que o real. Os cílios são bem mais longos e
irregulares e as sobrancelhas, arqueadas.

4.1. Olhos

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Trace o formato básico do olho e da Distribua os cílios e reforce os Sombreie as pálpebras e a íris, já
pálpebra. Arredonde. traços. definindo a sobrancelha.

Trace o formato básico do olho, da Acerte os traços e distribua os Faço o traçado definitivo. Sombreie.
íris e da pálpebra de perfil. cílios.

4.2. Orelha

Trace o formato básico da orelha. Defina os traços internos. Reforce os traços externos e
sombreie os internos.

Trace o formato básico da orelha, Faça os traços internos e corrija os Reforce os traços e sombreie.
diminuindo a largura. traços básicos.

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4.3. Nariz

,
Trace os traços do nariz a partir da Acerte os traços, arredondando. Defina o traçado e sombreie.
sobrancelha.

Trace o básico do rosto para definir Arredonde os traços. Defina o traço e sombreie.
o tamanho do nariz.

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1 2
3
2 - 3 anos

1 2 3
8 anos

1 2
3
15 anos

1 2 3

2 - 3 anos

2 3
1

4 - 6 anos

2
1 3

10 - 14 anos

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4.4. Bocas
A boca deve ter medida de canto a canto dos olhos pela parte interna.

29
,
Defina o tamanho da boca. Faça o contorno com um traço leve, Reforce os traços e sombreie.
dando o formato desejado.

Defina o tamanho da boca, Faça o contorno, deixando o espaço Reforce e sombreie. O formato dos
aumentando a parte inferior. desejado para os dentes. dentes é opcional. Não se esqueça
das linhas.

Trace o básico do rosto de perfil Defina o formato da boca. Reforce os traços e sombreie.
para identificar a abertura da boca.

Faça o esboço da boca, mudando a Defina o formato da boca. Reforce os traços e sombreie.
linha do meio para uma das laterais.

30
31
4.5. Cabeças/cabelos

32
4.6. Rostos/cabelos
Perfil

Cabelos vistos por trás

Rostos/cabelos masculinos

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5. Chapéus

Safari Espanhola

Boina Chanel

Bibico Habillé

Militar Casquete

34
5.1. Colocação do chapéu no rosto

Bacon Lamoiler Coco

Boina Capuz Turbante com voilette

Boné Breton

35
6. Mãos

A mão corresponde a 6/8 da Arredonde os traços básicos. Reforce os traços e faça as unhas (se
cabeça. Divida em 6 partes iguais e necessário).
faça os riscos básicos.

Utilize a mesma medida em 6 Utilize o mesmo traçado, mudando Reforce os traços e apague os ricos
partes. apenas as linhas da mão. auxiliares

A mão corresponde a 7/8 da Faça os traços básicos. Arredonde, Reforce os traços definidos,
cabeça. Divida essa medida em 7 definindo os dedos. desenhando as unhas.
partes, sendo 4 partes para a palma
e 3 partes para os dedos.

36
37
7. Pés

A altura corresponde a mais ou Faça os traços básicos para o desenho Reforce os traços e apague os riscos
menos a metade da medida da do pé. Arredonde os traços suavemente. auxiliares.
cabeça.

A altura corresponde a 1 Faça os traços básicos. Defina os dedos, Reforce o traçado e apague os
cabeça, podendo variar corrigindo os traços. riscos auxiliares,
conforme a posição do pé.
A largura não tem medida A medida do pé corresponde à medidausada para a cabeça.
estabelecida. Geralmente,
acompanha o tornozelo,
alargando na ponta.

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Escarpin Salto agulha

Chanel Salto Anabela

Plataforma Sandália

Abotinado Salto carretel

Mocassin Salto canvas

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Alpargatas Sapatilha

Tênis Slipper

Bicolor Spadilles

Golf College

Solado taque

Bota cano curto Bota cano longo

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8. Acessórios
Para complementar o vestido de noiva, colorindo e enriquecendo o traje, são utilizados:
arranjo, chapéu e luvas.

8.1. Arranjo de cabeça


Os arranjos de cabeça são confeccionados com flores naturais ou artificiais, de cores
suaves, podendo incluir ou não véu, voilettes, laçarotes e pedras.

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8.2. Luvas

Características
São acessórios que têm como função cobrir e enfeitar as mãos. São usadas em
ocasiões, mais sofisticadas, de acordo com a estação. O material empregado em sua
confecção é variado, sendo utilizados, de maneira geral: renda, filé, couro, lã e tecidos.

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8.3. Cinto

Características
É um acessório usado na cintura, para completar saias, calças, shorts, macacões e, às
vezes, o vestido. Existem cintos de variadas formas, cores e materiais, usados conforme a
roupa e a ocasião.

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8.4. Laço

Características
É considerado o mais feminino dos acessórios e tem a função de amarrar e, ao mesmo
tempo, enfeitar o traje. É confeccionado com o próprio tecido do traje e usado, em geral, para
marcar a cintura, ou em golas, quadris, decotes e punhos.

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8.5. Xale

Características
É uma espécie de manta, em geral de lã ou de seda, com que as mulheres cobrem e
agasalham os ombros e o tronco e, às vezes, a cabeça.
É um acessório usado de acordo com as tendências da moda e pode ser usado tanto
em ocasiões esportivas quanto sociais.

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8.6. Echarpe

Características
Faixa de tecido que se usa, em geral, ao redor do pescoço, como agasalho ou como
adorno.
É usado de acordo com as tendências da moda e com a ocasião social ou esportiva.

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9. Decotes
É preciso uma pequena folga
entre a linha do pescoço e a
do decote.

Decote “V”

Decote careca Decote gota Decote polo

Decote canoa ou bateau Decote redondo Decote camponês

Decote em “U” Decote quadrado Decote princesa

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Decote coração Decotemeia-taça Decote tomara-que-caia

Decotedegagé Decote cigano Decote assimétrico

Decotesarong Decote alto Decotedrapé

,
Decote cache-coeur

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10. Golas
Siga o esquema abaixo para desenhar a maioria das golas com decote em “V”.

 Marque o centro com uma linha pontilhada.


 Desenhe o primeiro botão que no abotoamento simples situa-se na linha central.
 Calcule a altura do pé-de-gola e trace a linha do cruzamento até a altura do botão.
 A outra linha do cruzamento deve ser cortada pela primeira linha central.
 Desenhe a gola e a lapela conforme cada modelo. Esta é a gola tailleur (esporte).

Nas golas com abotoamento duplo, o cruzamento é bem maior


e nenhum botão deve ficar na linha central. Observe que as
golas masculinas têm o transpasse da esquerda sobre a
direita, ao contrário das golas femininas. Esta é a gola
jaquetão. Abaixo, golas da esquerda para direita: esporte
(lapela chanfrada), trevo (lapela arredondada) e smoking (gola
inteiriça).

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Gola italiana Gola xale ou smoking Gola fichu

Gola falhardete Gola cascata


Gola marinheiro
(sem pé-de-gola) (drapeada)

Gola tubarão Gola Chelsea Gola assimétrica

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Colarinhos masculinos
Os colarinhos masculinos também devem ser desenhados por etapas para que não
apresentem defeitos.

 Marque o centro com uma linha pontilhada.


 Desenhe o botão na linha central.
 Desenhe a gola. Esse é o colarinho americano.

Colarinho americano aberto Colarinho button-down (com Colarinho kent (para grandes
dois botões) nós de gravata tipo Windsor)

Colarinho point (pontudo) Colarinho club (esportivo Colarinho com pino (para
arrendondado) levantar o nó da gravata)

Colarinho tab (formal com Colarinho wing (pé-de-gola Colarinho mao


lingueta para segurar o nó com borda quebrada)
da gravata)

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Gola chemise ou colarinho aberta e fechada Gola danton ou prussiana

Gola alta Estas duas golas têm várias denominações: chinesa, mao,
militar, mandarim, nehru ou padre

Gola Claudine, bebê, Peter Gola passarinho Gola pierrô


Pan ou colegial

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Gola laçarote Gola roulédrapé Gola slipon

Gola jabot Gola quaker Gola capa

Gola para parkas Gola para jaquetas Gola para capuz

53
Golas em malha

Gola alta Gola roulé ou olímpica Gola chinesa

Gola canoa Gola pólo Gola careca

Gola xale Gola “V”

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11. Mangas

Manga com pregas Manga franzida Manga presunto

Manga bufante ou balão Manga Romeu e Julieta Manga drapé

Manga kimono Manga sino ou godê

55
Manga de duas folhas (frente e costas) Mangaraglan

Manga japonesa curta Manga grega Manga babado

Mangadolmã Mangakaftan três-quartos

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Mangapagoda Manga cigana Mangabishop (bispo)

Manga justa Manga pétala Mangaplisé

Manga morcego Mangaraglan decorativa

57
Manga de duas folhas (paletó Manga montada de camisa Manga de blusão
masculino)

Manga com bainha dobrada Manga curva de cava reta Mangaraglan de camiseta

Punho italiano Punho italiano Punho francês reto Punho francês


chanfrado redondo

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12. Saias
Comprimentos

Micro

Míni

Midi ou italiano

Chanel

Longuete ou maxi

Longo

Saiafourreau com cinto Saia justa com pregas Saia envelope


(saia reta)

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Saia cascata Saia drapeada Saia com drapé lateral

Saia de gomos sem cós com Saia rabo-de-peixe Saia baloné


cintura alta

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Saia clochard com fendas Saia pareô Saia pião
laterais

Para desenhar a saia de pontas:

1. Marque a cintura e as linhas 2. Desenhe a linha de 3. A partir dos cantos das


laterais e pontilhe dois movimento com bastante curvas, trace retas que se
triângulos para baixo. ondulações acompanhando afunilem em direção à cintura.
a inclinação dos triângulos

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Saia godê simples Saia franzida com pala em Saia franzida com babados
bico

Saia pregueada sem plissé Saia pregueada Saia plissada

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MinissaiaSt. Tropez Saiaévase com abotoamento Saiaévase com pregas
frontal fêmeas

Todas as saias amplas têm a barra arredondada. Para desenhá-las:

Saia-calça Saia godê guarda-chuva


1. Trace a cintura e as linhas 2. Desenhe as linhas curvas
laterais e pontilhe uma curva de movimento seguindo a
ligando essas linhas. pontilhada e a partir da ponta
de cada curva, trace retas
que afunilem em direção à
cintura.

63
64
13. Calças

13.1. Comprimentos
shorts - bermuda - bermudão - ciclista - corsário ou capri - pescador - cigarrete - comprida

Toda calça
possui gancho (com
exceção da sarouel e
outras de modelagem
muitodiferenciada).
Não esqueça
de desenhá-lo
tanto na frente
quanto atrás.

Calça jeans feminina

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13.2. Calças masculinas
Observe que as calças masculinas e unissex têm o mesmo abotoamento da esquerda
sobre a direita.

Jeans unissex fice-pockets Calçasurfwear unissex Calça social masculina com


barra italiana

Jodhpurs ou calça culote Knickerbocker Bermudão


(calça de montaria)

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13.3. Calças de malharia

Legging ou cotton Fuseau em cotton Calça bailarina em helanca

Sarouel em meia-malha Calça em meia-malha Calça training em moletom

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Calça odalisca ou turca Calçakimono Calça pijama

Calçast.Tropez boca de sino Pantalona Calçacocota


ou pata de elefante (St. Tropez de boca justa)

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Calça bag Calçasemi-bag Calça clochard

Calçabloomer

Calça clássica com pences Calça clássica reta com vinco Shortsboxeu

69
70
14. Bolsos

Chapado simples Chapado pespontado Chapado com lapela (tampa)


e botões

Chapado pespontado com Chapado franzido com Soufflé ou fole pespontaado


vista coulissé com vista

Bolso uniforme Ville ou bolso colete Embutido com lapela


(com prega macho)

Bolso casa (embutido Embutido com vista reforçada Ville enviesado


pespontado com vista)

71
Embutido com vista e zíper Embutido com vista, lingueta Italiano com faca
e botão

Couture (embutido na Swingpocket Canguru


costura)

72
Ficha técnica
Produto: Ref:
Modelo: Tam. base:
Data de elaboração:
Modelista:
Feminino ( ) Masculino ( ) Unissex ( )
Dianteiro: Traseiro:

Técnico responsável:

// . // . // .
Estilista Modelista Aprovação

73
Descrição de matéria-prima / Equipamentos / Costura
Tecidos
Tipo Fornecedor Ref Cor/Ref Compç Larg Gram Cons
Tecido 1
Tecido 2
Tecido 3
Forro
Entretela
Amostras

Aviamentos
Tipo Fornecedor Ref. Tam. Cor Cons. Aplicação

Máquinas / linhas
Ponto fixo Overloque Interloque 2 agulhas Botoeira Casadeira Travete
Título
Cor
Comp.
Pts./Cm
Nº agul.
Observações de costura

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15. Magia das cores
As cores têm propriedades que produzem certas reações psicológicas, o que influencia,
também, no seu uso:
Vermelho:Cor do calor e alegria, é vigoroso e forte, produzindo efeito excitante.
Amarelo: Cor que sugere calor, alegria, abundância, é uma cor de ótima influência psicológica;
sua maior qualidade é a sua luminosidade.
Azul:Sugere repouso, frieza, constância, calma e quietude.
Laranja:Como o vermelho, sugere excitação, alegria, é vivificante e desinquieto, luminoso e
um pouco irritante.
Verde:Sugere primavera, esperança, descanso, calma e claridade.
Roxo:Sugere saudade, sofrimento, realeza, intimidade, justiça, dignidade, suntuosidade.
Cinza:Sugere humildade e sacrifício, monotonia e neutralidade.
Preto:Sugere tristeza, luto, desespero, silêncio e tristeza, ênfase e elegância.
Branco:Sugere pureza, paz e limpeza.

Conhecendo as qualidades, vantagens e desvantagens das cores, o problema do artista


é selecionar estas cores de modo a seguir uma combinação harmoniosa e agradável e que
produza, além disso, uma determinada reação emocional e psicológica. Quanto menos cores
se usar numa peça publicitária, maior força e unidade ela terá; cores em demasia tornam o
trabalho confuso e pouco harmonioso. Para variedade pode-se usar duas ou três tonalidades
da mesma cor, além disso, preto, branco e cinza.

15.1. As cores
Primárias:Amarelo, vermelho e azul.

Secundárias:São as misturas de duas cores primárias.


 Amarelo+vermelho = laranja.
 Vermelho+azul = violeta.
 Azul+amarelo = verde.

Terciárias: São a mistura das cores primárias com secundárias.


 Amarelo+verde = verde amarelo.
 Verde+azul = verde azulado.
 Azul+violeta = azul violáceo.
 Violeta+vermelho = carmim.

75
 Vermelho+laranja = vermelhão.
 Laranja+amarelo = amarelo cromo.

Complementares: São as cores opostas dentro do disco cromático, entre as cores primárias.
 Laranja é complementar do azul.
 Vermelho é complementar do verde.
 Amarelo é complementar do violeta.

Quentes:São cores estimulantes, como a luz do sol ou o fogo; sugerem excitação, movimento,
alegria.
Exemplo: Amarelo, laranja e vermelho.

Frias: São as cores suaves e tranquilas, como o céu, as folhagens; sugerem serenidade,
solidão, descanso e paz.
Exemplo: Verde, azul e violeta.

15.2. Significado das cores


Amarelo e vermelho, juntas, criam a sensação de insatisfação, de algo impetuoso e
impreciso. A cor marrom estima sensações primitivas, mas, também, pode criar sensação de
conforto, mas ao mesmo tempo imprime pouco tom. As cores azul e branco juntas fazem
harmonia de espírito, estimulam atitudes idealistas e também criam atitudes de doçura e
generosidade. As cores azul e preto juntas criam sensação de antipatia e desvalorizam o
conteúdo de mensagem e sensação de absurdo e não possuem méritos próprios. As cores
amarelo e verde produzem sensação de eficiência e têm pouca objetividade, apesar de serem
as cores da bandeira. As cores verde e vermelho juntas evocam a natureza e lembram certo
primitivismo rural, são constantemente estimulantes e pobres em sutilezas. As cores vermelha
e azul juntas produzem sensação de vencibilidade espiritual e denotam a finura e delicadeza,
associam-se à publicidade, sendo boas para as vendas.

76
16. Aviamentos/aplicação
É tudo aquilo que se aplica à roupa, que não seja tecido, ficando nela,
permanentemente.

Zíperes: Aplicando em calças, bermudas, vestidos, saias, jaquetas, agasalho, funcionando


como fechos corrediços. Em alguns casos, é para ornamentar as peças. Os zíperes são
encontrados em metal grosso, fino, plásticos, poliéster e poliamida. Os de metal grosso,
geralmente, são aplicados em jeans, calça, jaqueta, etc. Os finos são aplicados em vestidos,
saias, calças, jaqueta confeccionadas em tecidos finos e de toque leve.
Viés: É aplicado em bordas de bolsos, decotes, mangas, barras e no acabamento de peças
mais sofisticadas, como blazeres, cós de calças, saias, etc. Encontrado em tecidos de algodão
ou nylon.
Ombreira: Peça que funciona como enchimento, dando estrutura aos blazeres, paletós,
spencers e blusas. De acordo com a moda, as ombreiras variam no seu formato e espessura;
encontradas em algodão ou poliéster.
Forros: Os forros são de grande importância na confecção de qualquer peça do vestuário,
sendo encontrados em diversos tipos de materiais, como algodão, cetim, poliéster+algodão.
São aplicados em bolsos e, em geral, na formação de jaquetas, blazeres e paletós.
Fitas: As fitas são aplicadas na ornamentação de peças do vestuário infantil e são encontradas
em algodão e cetim. As fitas têm uma presença muito grande na confecção de peças íntimas e
noite, dando brilho e acabamento sofisticado.
Fecho Magnético ou Velcro: É um tipo de fita colante que é aplicada em fechamento de
algumas peças do vestuário. Esse produto é encontrado em poliéster.
Entretelas:As entretelas são utilizadas na confecção em geral, como reforço para golas,
cintos, punhos, portinholas, cós de calças, saias, etc. São encontradas em tecido colante,
tecido de algodão engomado e não tecido. Há também as entretelas prontas que são aplicadas
em grandes quantidades na fabricação de camisas. São adquiridas em tamanho padrão que
vão de 0 a 6. As entretelas também são utilizadas para dar melhor conformidade à peça,
melhorando a sua qualidade e o seu aspecto visual.
Elástico: Fita de tecido de algodão ou poliéster, contendoelastano, encontrado em diversas
larguras e espessuras, sendo aplicado em larga escala na fabricação de peças íntimas, como
calcinhas e cuecas. No segmento esportivo, encontramos nos shorts, bermudas, agasalhos e
outros.
Colchetes: Os colchetes, tanto de pressão como de gancho, são aplicados em fechamento de
saias, vestidos, sendo utilizados nas peças íntimas, como o soutien.

77
Cadarços: Os cadarços são aplicados na ornamentação do vestuário, mais utilizados em
grande escala nos calçados e são encontrados em seda, algodão e poliéster.
Botões: Os botões são aplicados na maioria das peças do vestuário, tais como: calças,
bermudas, camisas, blusas, casacos, blazeres, paletós, vestidos e outros. São encontrados em
diversos tipos de materiais, metal, poliéster, madeira, massa e outros. Os botões, além de
terem a função de fechamento das peças, funcionam também como elementos decorativos; em
alguns momentos, tornam-se verdadeiras obras de arte.
Apliques: Os apliques, hoje utilizados em grande escala para ornamentação de peças,
geralmente são colocados em máquina reta ou zig-zag. Os apliques são importantes na
personalização de algumas peças, e em alguns casos ele substitui o bordado, reduzindo o
tempo de confecção.

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17. Detalhes das roupas
Aplicações: Para decorar roupas, podem ser aplicados pedaços de tecido contrastantes, de
outra cor, textura e estampa, recortes de couro, renda, punho de malha, bordados e outros
materiais.
Babado: É, geralmente, aplicado nas extremidades de decotes (jabots), mangas, saias, etc. Os
babados podem ser recortados em tiras retangulares ou circulares.
Biais:É o tecido usado no sentido oblíquo (em viés) para caimento mais maleável.
Drapé: É um franzido feito para trazer volume a certas partes da roupa ou apenas para decorá-
las.
Fenda: É uma abertura estreita em peças do vestuário. É utilizada para dar maior movimento
ao corpo ou simplesmente como um detalhe charmoso. As fendas são frequentemente feitas
em saias e em costa de blazers, no prolongamento de uma costura.
Franjas: Podem ser do próprio tecido, desfiando-o, ou podem ser aplicadas de diversas formas
junto a várias partes das roupas como barras, mangas, golas e bolsos. As franjas são feitas
tanto de tecido como de diversos outros materiais (couro, cordões, miçangas, canutilhos, etc.).
Franzidos a partir de elásticos e cordões: Esse efeito pode ser dado nas diversas partes da
roupa, como ombros, mangas, decotes, barras e cintura de blusas, vestidos, saias, calças, etc.
É chamado de coulissé o cordão usado internamente para franzir. O franzimento decorativo
com elástico é também conhecido como lástex.
Laços: São usados para enfeitar as roupas e podem ser aplicados em diversas partes;
geralmente, são colocados junto a golas, decotes, ombros de vestidos, quadris, ou costas
abaixo da cintura do modelo. Os laços também podem ser usados como uma opção de fecho.
Metelassé: É um tecido com enchimento de algodão entre as duas camadas de pano, preso
por costuras que formam desenhos em relevo. É utilizadopara casacos e jaquetas.
Nervuras: São espécies de pences estreitas aparentes feitas lado a lado com finalidade,
sobretudo, decorativa em camisas, vestidos, etc. As nervuras podem ser tanto paralelas como
cruzadas.
Pala: É uma parte de tecido, geralmente dupla, costurada numa roupa. As palas de blusas e
camisas são normalmente localizadas nos ombros, as de saias e calças ficam, em geral, logo
abaixo do cós.
Patchwork: É um tecido composto por vários pedaços de pano, normalmente quadrados, de
cores e estampas contrastantes, costurados juntos, de forma harmoniosa. O patchwork é
empregado em colchas, cortinas e roupas femininas e infantis. Surgiu com a Revolução
Francesa para aproveitar todos os pedacinhos de pano. Com a onda ecológica da reciclagem
de materiais dos anos 90, o patchwork voltou à moda.

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Pença ou Pence: É uma costura feita numa parte da roupa para que esta fique mais ajustada.
Serve para dar melhor forma a roupa e modelar o corpo, respeitando seus volumes.
Pesponto: É uma espécie de sobrecostura que serve tanto para prender quanto para enfeitar.
Podemos desenhar pespontos usando uma linha contínua ou pontilhada.
Pregas e plissados: As pregas podem ser costuradas apenas em uma ponta, nas duas pontas
ou ser toda batida, dependendo da qualidade e do efeito que se quer dar. Existem as pregas
simples (todas viradas para o mesmo lado), as pregas fêmeas (formam volume para dentro) e
as pregas macho (formam volume para fora). O plissé é um pregueamento feito prensando-se
cada prega por meio de um tratamento químico e térmico que deixam as dobras marcadas
definitivamente.
Recorte: Um recorte pode ser feito com a finalidade de embutir uma pence para um melhor
caimento da roupa, mas, em geral, tem fins decorativos.
Roletê ou Rolotê:É também conhecido como “tripinha”. É uma tira enviesada de tecido
costurada formando uma espécie de canudo. Serve para enfeitar as peças do vestuário, sendo
mais utilizado como alças.
Smocking ou casa de abelha: É um trabalho de costura no qual o tecido é franzido formando
uma costura com desenho semelhante a uma casa de abelha. É mais utilizada em vestidinhos
infantis.

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18. Qualificação dos tecidos
Utilizando a mais alta tecnologia, os pesquisadores, a fim de obter resultados novos,
como na década de 1940, com a descoberta do nylon, e na década de 1950, com a descoberta
do poliéster, buscam sintetizar uma fibra, cujo tecido possa abrigar do mais intenso inverno ao
mais quente verão.
Os diferentes nomes dos tecidos resultam da maneira que é feita a tecelagem, a
escolha da matéria-prima e o acabamento do tecido que os definem, desde o mais refinado até
o mais rústico.
As fibras têxteis, sintéticas ou naturais, dão origem aos fios, que, por sua vez, são
usados para a tecelagem. Os tipos dos fios dão uma diversificação enorme aos tecidos.
Os fios podem ser trabalhados, lisos, penteados, retorcidos, mercerizados, fofos,
texturizados, etc.
Os efeitos conseguidos também são diversificados, com efeitos betonados, ondulados,
chinês, crespos, mesclados, enrugados, amassados, etc.
Os fios e o processo, pelo qual é feito o tecido, também dão a característica ao tecido,
com toque seco ou sedoso, armado ou com bom caimento, leve ou pesado, etc.
Atualmente, as fibras químicas como o poliéster, a poliamida, o acetato, o acrílico e a
viscose são usadas puras ou misturadas com outras fibras, também químicas ou naturais.
A viscose (celulose regenerada) tem o comportamento das fibras naturais. Seus fios
podem ser macios, sedosos, brilhantes, opacos ou com fios de fibras descontínuos, permitindo,
assim, uma grande variação em suas qualidades

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19. Fibras têxteis
As fibras naturais mais conhecidas são o algodão, o linho, a seda e a lã.
O algodão é a fibra mais utilizada e, por sua grande versatilidade, está presente em
todas as estações do ano.No inverno, com estrutura mais grossa, flanelada ou lanosa. No
verão, em tecidos leves e arejados. Pode ser 100% puro ou misturado com outras fibras.
Os tecidos mais comumente compostos de algodão são a popeline, o piquê, o veludo
de algodão, a tricoline, a musseline de algodão, a cambraia de algodão, o fustão, o forgorão de
algodão, etc.
O linho é conhecido pela irregularidade no cruzamento de seus fios, podendo
apresentar uma trama cerrada ou mais aberta.
Podemos encontrá-lo 100% puro ou em misturas com algodão, seda e fibras sintéticas.
Destacam-se os tecidos de linho como o cânhamo, a juta, a cambraia, a sarja, o
panamá, etc.
A seda é utilizada em tecidos finos e requintados como tafetá, crepe e cetim, por seu
alto custo. Faz-se presente, também, em tecidos transparentes, com a organza, o crepe
georgette e o chiffon.
A qualidade varia de acordo com a seda utilizada na urdidura, bem como a quantidade.
O tafetá de seda tem duas faces iguais, sem
o avesso, devido ao cruzamento de fios muito
regular.
O cetim de seda apresenta um dos lados
brilhante e o outro, opaco.
O veludo de seda apresenta o lado direito
bem diferente do avesso, onde aparece o
cruzamento dos fios. As sedas adamascadas são
tecidos que resultam da combinação de dois fios,
formando estrias ou ramagens.
Da combinação dos fios e das tramas,
surgem várias espécies de seda, tais como crepes,
organzas, musselines, shanttung, etc.
A lã é quimicamente igual à pele e ao cabelo
humano, e, atualmente, está sendo usada em todas
as estações, já que deixa o vapor d’água, liberado
pela transpiração, evaporar-se sem abafar a pele.

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A lã pura é retirada de carneiros vivos e daí são obtidos os melhores tecidos, já que os
tecidos fabricados com lãs mortas ou mescladas com outras fibras não possuem tão boa
qualidade.
Os tecidos de lã mais conhecidos são o veludo de lã, a flanela, a gabardine, o crepe de
lã, o tweed, a sarja, a camurça de lã, etc.

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20. Cores e estampas
As cartelas com as cores para cada estação são apresentadas aos estilistas e aos
fabricantes de tecidos e aviamentos com cerca de 18 meses ou mais de antecedência.
Acompanhando sempre as tendências de cada estação, as cores são obtidas por meio
de tingimento do fio ou do tecido. Os efeitos “mescla” e “furta-cor” são conseguidos misturando-
se fios de diversas cores. Para o furta-cor, os fios são brilhantes.
Feito com anilinas, o tingimento, para ser fixado no tecido, passa por altas
temperaturas, ou então é feito a partir de corantes reativos.
O tie-dye é uma técnica de tingimento artesanal, muito antiga, porém utilizada ainda em
algumas partes da África.O processo consiste em preguear ou amassar, e depois alinhavar o
tecido em vários sentidos, sendo este mergulhado em um tanque e depois exposto ao ar livre
para secar. Depois de desfeitos os alinhavos, o desenho aparece nas partes em que a tinta
não penetrou.
O processo de estampa artesanal é feito com cera de abelha, cobrindo as partes que
não se quer tingir. Em seguida, o tecido é amassado e mergulhado na tinta, novamente,
obtendo-se assimum efeito craquelê. Este processo é chamado de Batik.
Atualmente, as estampas são feitas em escala industrial, e, portanto, exigem rapidez e
praticidade. As máquinas utilizadas possuem rolos, sendo que cada um imprime uma cor e
uma parte do desenho a ser produzido. Quantas cores tiver o desenho, tantos rolos terá a
máquina.
Para fixação das cores, o tecido é aquecido a vapor, a uma temperatura de mais de
100ºC, dependendo do tecido.
Os tecidos xadrez e listrados são obtidos a
partir de fios já tingidos, fazendo-se a combinação e o
cruzamento na urdidura.
Existem exceções fáceis de identificar, pois no
lado avesso, o xadrez ou listrado não são tingidos,
ficando, dessa forma, mais claras as cores.
Muitas estampas recebem nomes específicos.
Eis alguns deles.
 Cashmere: Estampa indiana, com uma espécie
de caracol enfeitado.
 Poi: Estampa caracterizada por bolas.
 Trompe d’oeil: composição geométrica que
causa ilusão de ótica, dependendo.

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 Pied-de-Poule, Príncipe de Gales: risca-de-giz, madras, peles de animais, tapeçarias,
gravatarias e florais.

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21. Século XX
21.1. Década de 1910 a 1920
A moda começa a se descontrair.
Estilo: vestidos nos tornozelos, gola alta, corpo justo, por
espartilho, saia de anquinha.
Novidades: aparecem as primeiras calças compridas, estilo
marinheiro.
O centro da moda se instala em Paris.
Excesso de chapéus, luvas (mitene), arranjos, estolas, rendas,
babados.

21.2. Década de 1920 a 1930


A moda dá uma reviravolta. Fim da guerra, começo do cinema
(grande influência).
As saias sobem para o meio da perna.
Desaparecem as anquinhas, a cintura desce, os tecidos são
moles.
Aparecem decotes, echarpes, melindrosas, etc.

21.3. Década de 1930 a 1940


Auge da moda que se conhece como nostálgica. Todas as loucuras
no estilo eram permitidas. Excesso de plumas, peles, brilhos (brocados,
paetês), os capelos curtos com vírgulas ou frisado. Saias de pontas e muito
tecido.
Continua a influência do cinema (Greta Garbo, Marlene Dietrich, etc.).

21.4. Década de 1940 a 1950

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A moda fica mais séria (influência da guerra). As roupas são mais masculinas. Tailleurs
de saia justa e casaco com enchimento nos ombros.
Calças compridas (cigarette), com pregas na cintura.
Aparece o vestido sereia (justo até o joelho e abrindo roda).
Aparecem os maiôs duas peças e o estilo militar.

21.5. Década de 1950 a 1960


Época de grandes disparates da moda. Saias justas colantes,
vestidos balão, vestido saco, conjuntos de calças compridas (slancks), calças
justas, volta da saia de aquinha (embora curta), calça culote, aparecem os
ombros tomara-que-caia, a moda jeans (influência do rock).
O cumprimento oscila entre o meio da perna e o joelho. Aparece a
moda espacial (Courrèges e Cardin).
Sapato de bico fino e salto agulha. Vestido com bolero. Auge das
debutantes. Aparecem os tubinhos e a linha A, coque de mecha e cabelos
esculturais.

21.6. Década de 1960 a 1970


A princípio, o tubinho continua, por ser prático. Comprimento no
joelho.
Depois de uma reviravolta: surgem os Beatles e Mary Quant.
Lançam o cabelo comprido para homem, a minissaia; grande influência
hippie e das comunicações.
Moda: túnicas indianas, cafetãs (caftans), influência oriental,
mínis, midis, maxis, shorts, pantacourt, etc.

21.7. Década de 1970 a 1980

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A moda nos anos 1970 é difícil de se definir. Usou-se de tudo. Os comprimentos de
saias subiam e desciam, míni, micro, longo, midi, chanel e míni de novo.
Os estilos variam de estação para estação; indiano, camponês, discoteca, safari,
romântica e retrô de novo.
No final da década, saias curtas e coxas à mostra. Até esse ponto, cada uma se vestia
segundo seu gosto pessoal.
No final do período, era praticamente impossível determinar quem estava ou não na
moda. A roupa unissex ganha força com terninhos e os conjuntos de jeans e camisetas ou
túnicas indianas.
Era chique não ser chique.
O consumo de jeans e camiseta era surpreendente. No final dos anos 70, a moda visa
mais o conforto e a praticidade. As calças têm bocas ajustadas e as blusas e saias ganham
amplidão. Os camisões são a linha de frente da tendência.

21.8. Década de 1980 a 1990


Esta década caracterizou-se por variações frequentes de
tendências da moda, com predominância do estilo oriental. Este
estilo se caracteriza por linhas mais folgadas, camisões, godês,
pregas, franzidos, drapeados, plissês, cavas desestruturadas,
ombreiras, principalmente as duas peças, saia ou calça com
blusão.
Ao final da década, usavam-se os tailleurs, as echarpes, os
xales, as bijuterias arrojadas e criativas. O comprimento das
roupas varia do chanel abaixo e acima do joelho, minissaias
colantes de lycra e stretch com meias finas coloridas.

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22. Régua de proporção

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23. Régua de proporção
para figura infantil

1- Cabeça

2 - Linha dos ombros

3 - Cintura

4 - Linha do quadril

5 - Linha do joelho

6- Linha do tornozelo

7- Pés

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24. Régua de proporção
para figura adulta ampliada
1 - Cabeça

2 - Linha dos ombros

3 - Linha dos seios

4 - Linha da cintura

5 - Linha do quadril

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25. Dicionário da moda
Acabamento:Série de processos por que passa um tecido para se obter uma melhor
aparência e sensação táctil.
Acetinado:Brilhoso. Processo que visa dar brilho e pureza aos tecidos mediante fricção.
Alfaiataria:Oficina em que são confeccionadas peças habitualmente usadas em situações
sociais por homens.
Arabesco:Motivo recorrente do folclore árabe, baseado em ornamentos estilizados em forma
de folhas ou favinhas.
Assimetria:Falta de simetria. Ver simetria.
Baggy:Calça larga nos quadris, afunilada nos tornozelos.
Bajadiere:Bolsa grande.
Balconné:Decote ousado, com alças e barbatanas.
Balloné: Foi um ícone da moda dos anos 1980, que está de volta. Como o nome diz, é uma
saia que parece um balão, pois tem a barra franzida, virada e presa.
Bandana: Lenço dos pioneiros do oeste americano. No final da década de 1980, entrou
definitivamente para o guarda-roupa dos jovens. Sua estampa mistura traços primitivos com
motivos cashmere. É usado na cabeça, amarrando os cabelo, no pescoço e até mesmo como
faixa na cintura.
Barbatana: Pedaço de barbatana de baleia ou armação que, no final do século XIX, era
inserida em espartilhos ou suportes para criar a silhueta da época. Com o formato de uma
longa espátula, mais espessa em cima que embaixo, a barbatana era presa por cordões. Ia
desde o busto até a cintura ou até os quadris.
Barrete: Touca com pompom.
Barroco: Na moda, o Barroco é seguidamente retomado por meio de peças que lembram o
clima eclesiástico e o estilo medieval (tons pastel, tecidos rústicos, mantôs, capuzes, capas,
casacões, batas pesadas, especialmente no inverno).
Básico:Estilo de vestir. Representa a linguagem dos tecidos e peças clássicas e comuns nas
coleções dos produtores de tecidos e confecções.Um estilo descompromissado, que abusa das
roupas simples e de cores neutras e primárias.
Basquine: Saia enfeitada, usada no século XVI, muito ampla, mantinha-se aberta e esticada
sobre círculos. Ela se confundia com uma anquinha.
Bata: Peça de roupa surgida no final dos anos 1960, popularizada pelos hippies. Roupão de
homem. Vestido inteiriço folgado que as mulheres usam de manhã. Pequeno casaco largo e
frouxo.
Batik:

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Tecido muito antigo de algodão, estampado e produzido na Índia e Indonésia. Atualmente,
ainda muito utilizado, ele é estampado com o processo à cera e, após, pintado à mão, o que
lhe confere uma característica original e delicada.
Beatnikou Geração Beatinik: Movimento literário surgido nos anos1970, na Califórnia, nos
Estados Unidos.
Cache-Coeur: O nome é francês. Cache vem do verbo esconder e coeur significa coração. É
um tipo de blusa com decote transpassado sobre o peito.
Cagoule: Espécie de hábito religioso com capuz.
Calado:Expressão usada para referir-se às peças de tricô, que descreve o acabamento sem
costura (sem emenda), quando a peça sai praticamente pronta da máquina.
Calças: Peça externa que cobre o corpo desde a cintura até os tornozelos, com duas partes
separadas envolvendo as pernas. De uma forma ou de outra, as calças vêm sendo usadas
pelo homem desde a Antiguidade. Os calções do início do século XIX, os Knickerbockers e as
pantalonas são os parentes mais próximos das calças modernas. Calças retas que iam até os
tornozelos começaram a surgir no início de 1800, mas apenas no final do século XIX foram
consideradas uma vestimenta aceitável para homens. Embora a atriz Sarah Bernhardt
aparecesse usando calças na mesma época, só na década de 1920 elas foram usadas
normalmente pelas mulheres. Nas décadas de 1920 e 1930, Chanel lançou “calças iatismo”, e
usavam-se calças (na maioria largas) para praia e lazer. Na mesma época, as calças para
noite, em tecidos esmerados, entraram em moda, e os homens vestiram oxford bags de pernas
largas. Durante a Segunda Guerra Mundial, as mulheres, assumindo o trabalho masculino,
usavam calças nas fábricas e nos campos. Após a guerra, porém, as únicas calças em moda
eram as bermudas, as calças de ciclista e as calças de toureiro, usadas em ocasiões informais.
A verdadeira revolução das calças ocorreu na década de 1960, com a moda unissex, apesar
de, até nessa época, mulheres que usassem calças eram impedidas de entrar em restaurantes
e de o assunto ser debatido acaloradamente. Nos anos1970, as regras e atitudessociais
abrandaram-se e as calças de muitos comprimentos e modelos tornaram-se peça aceitável de
vestimenta feminina, tanto informal quanto formal. Na década de 1980, a batalha da mulher
que usa calças foi quase totalmente vencida, embora em alguns segmentos ainda haja
resistência à ideia de a mulher usar calça no trabalho. Ver também boca-de-sino e terninho.
Calças capri: Durante a década de 1950, eram calças razoavelmente folgadas que se
afunilavam até o meio da canela e que ser tornaram traje elegante de verão.
Dadaísmo:Movimento artístico e literário, aparecido na França em 1916, o qual preconizava a
volta a um primitivismo infantil.
Dechiteturas: Moda alemã do século XV, adotada principalmente na corte de Borgonha.
Consistia em ter as bordas das vestes e das mangas recortadas em forma de folhas ou de
flores.
Degagè: Decote livre ou gola aberta, afastada do pescoço ou colo.
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Délavé, Processo:Lavagem estonada com aplicação de clareamento e alvejante químico,
deixando o tecido com um visual mais macio que o simples estonado.
Desgaste localizado, Processo de:São acabamentos feitos peça a peça, com difícil
reprodutibilidade entre as peças e efeitos diversos. Existem vários efeitos que se pode obter: o
Used (uso de pistola para clarear uma parte determinada), o Lixado (processo manual de
abrasão com lixa na peça bruta para desgastar o tecido em um local específico), o Detonado
(efeitos com uso de esmeril, dando picotes na peça antes de lavar, revelando, depois de
lavado, marcas localizadas) e o Bigode (que dá um efeito imitando as marcações de tanque,
feitas manualmente com uso de gabaritos e lixadas com retífica manual).
Destroyed, Processo: Lavagem parecida com a estonagem, porém utiliza mais enzimas que
corroem a fibra levemente, deixando um aspecto meio “destruído”, justificando, assim, a
palavra destroyed, que no inglês significa “destruído”.
Dicron:É uma malha stretch, elaborada com microfibra e elastano que garantem a maciez e a
elasticidade da peça. O diferencial desse produto é o brilho discreto obtido pelo uso de um fio
iridescente que emite pequenos pontos de luz com o movimento e a incidência da luz sobre a
peça.
Dragonas: Tiaras no ombro de uma túnica ou de um capote militar, utilizadas como meio de
prender atavios. Muito populares no final do século XIX, as dragonas também apareceram em
jaquetas e casacos de estilo militar durante o século XX, principalmente nas décadas de 1930
e 1960. Adorno nos ombros que surgiu das mangas fofas da segunda metade doséculo XIX.
Aparecem nos uniformes a partir de 1806.
Dryfit: Conceito utilizado para definir o tecido feito com poliamida e elastano, ou seja, o
supplex, que, devido àtitulagem do fio, proporciona um conforto propício para peças de esporte
que exigem alta transpiração. A peça com o conceito Dryfit possui o tecido com capacidade de
tirar a umidade do corpo e transportá-la para fora do tecido. Dryfit significa, em inglês
“Caimento seco”, justificando, assim, seu benefício. Na Cia. Hering esse tipo de malha
corresponde a J59 e a J55.
Echarpe: Lenço longo e estreito que envolve o pescoço.
Elastano, fio (spandex): Fibra artificial proveniente do poliuretano, mais conhecida
comercialmente como lycra. Provém da família das fibras químicas que possuem maior
capacidade elástica existente. Seu esticamento é altíssimo, o que confere a ele a capacidade
de esticar seu estado inicial sem danificações. A Companhia Hering utiliza a melhor lycra
existente, proveniente de fornecedores como a Rhodia, por exemplo. O fio de spandex é muito
utilizado em roupas que necessitem de movimentos livres (nos artigos da linha Active Wear) e
uma alta transpiração, sendo misturado com tecidos como o algodão, proporciona conforto,
elasticidade, boa transpiração e ótima resistência ao calor e ao frio.
Enzimewash:Confere aspecto “envelhecido” com bom toque, consiste em uma lavagem
enzimática de 60 minutos a 40ºC, depois passa por um processo de amaciamento.
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Escocês: Espécie de xadrez, usado pelos clãs da Escócia. É a estampa característica do Kilt.
Estamparia em quadros: Processo em que são utilizados quadros para estampar a malha já
no molde pronto. A estampa pode ser frontal total ou localizada e pode-se colocar para
acabamento o glitter, o gel em relevo, papel fosco, papel brilhante, silicone, puff ou vários
outros tipos de efeitos de pigmentos que a Hering oferece dentro do que é mais moderno e em
voga na moda.
Estonagem: Processo de lavagem do artigo em tambores que levam junto as pedras de argila,
chamadas de sinasitas. Durante a lavagem, as pedras entram em atrito com o artigo, deixando-
o com um aspecto “batido”, mais “usado”. Oferece-se também o aspecto um pouco desbotado
e macio.
Étnico: Termo usado para descrever roupas inspiradas em trajes típicos de uma determinada
região.
Etiqueta termocolante: Etiqueta pronta que é colocada através de uma prensa térmica. A
Hering possui hoje oito prensas térmicas para atender o número do lote solicitado.
Evasê: Do francês évasé, diz-se da peça de vestuário que se alarga para baixo, em forma de
cone.
Fiação:Hoje em dia, existem vários tipos de processamentos para as fibras naturais e
artificiais. Os fios comprados pela Hering utilizam apenas os processados em “anel” e os
processados em open end. O processo de fabricação dos fios influencia diretamente na sua
estrutura construtiva, o que fornecea eles características individuais.
Fibra:Estrutura de origem animal e vegetal, mineral ou sintética,parecida com pelo. Seu
diâmetro não excede a 0,05 centímetros. As fibras utilizadas, entre outras muitas aplicações,
em produtos têxteis, são classificadas em função de sua origem, de sua estrutura química ou
de ambos os fatores.
Fibras artificiais:O processo de produção das fibras artificiais consiste na transformação
química de matérias-primas naturais. A partir das lâminas de celulose, o raiom acetato e o
raiom viscose seguem fluxos diferentes. A viscose passa por banho de soda cáustica e, em
seguida, por subprocessos de moagem, sulfurização e maturação e, finalmente, é extrudada e
assume a forma de filamento contínuo ou fibra cortada. O acetato passa inicialmente por um
banho de ácido sulfúrico, diluição em acetona, extrusão e por uma operação de evaporação da
acetona. Recentemente, foi inventado um novo tipo de fibra que também pode ser classificada
como artificial, que é o tencel.
Fibras naturais:As fibras ou fios naturais são obtidos diretamente da natureza e os filamentos
são feitos a partir de processos mecânicos de torção, limpeza e acabamento. Podem ser
obtidas a partir de frutos, folhas, cascas e lenho. As principais plantas têxteis são: o algodoeiro
(fibra de algodão), a juta (para fazer cordas), o sisal (parecido com linho), o linho (caule com
filamentos rígidos) e o rami (também muito utilizado como o linho).

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Fibras sintéticas:O processo de produção das fibras sintéticas se inicia com a transformação
da nafta petroquímica, um derivado petróleo, em benzeno, etenho, p-xileno e propeno,
produtos intermediários da chamada primeira geração petroquímica e insumos básicos para a
produção dessas fibras. O benzeno é a matéria-prima básica da poliamida 6 (náilon 6), que,
por sua vez, é obtida pela polimerização da caprolactama (único monômero), enquanto que a
poliamida 6.6 consiste na polimerização de dois monômeros: hexametilenodiamina e ácido
adípico, que, por reação de policondensação, formam o “Sal N”, e em uma segunda fase a
poliamina 6.6.(náilon 6.6.). O poliéster, cuja matéria-prima básica é o p-xileno, pode ser obtido
por intermédio de duas rotas de produção: a do DMT (Dimetil Tereftalato + MEG) ou a do PTA
(Ácido Terafetálico Puro + MEG: Monoetilenoglicol). As fibras acrílicas e olefínicas
(polipropileno), por sua vez, têm como principal insumo básico petroquímico o propeno. Pelas
suas propriedades e presença de aminoácidos, as fibras acrílicas são comparadas à lã natural
e ocuparam os segmentos de roupas de inverno e de tapeçaria, devido as suas semelhanças
aos produtos de lã. Recentemente, foi desenvolvida uma nova variedade de fibra sintética, a
microfibra.
Fio penteado: No sistema penteado, o fio passa por um equipamento que se chama
penteadeira. Esse equipamento tem a função de retirar as fibras mais curtas, e é mais
resistente. Tem menos Neps e forma menos pilling na malha acabada. Porém, devido à
retirada de mais fibras no processo, a perda de algodão para a produção do fio é maior, o que,
juntamente com a inclusão de mais um equipamento no fluxo produtivo, eleva o custo de
fabricação e, consequentemente, o preço do fio, sendo este o fator principal para o
encarecimento do fio penteado.
Fios naturais: Os fios naturais são obtidos diretamente da natureza e os filamentos são feitos
a partir de processos mecânicos de torção, limpeza e acabamento. Podem ser obtidos a partir
de frutos, folhas, cascas e lenho. As principais plantas têxteis são: o algodoeiro (fibra de
algodão), a juta (para fazer cordas), o sisal (parecido com linho), o linho (caule com filamentos
rígidos) e o rami (também muito utilizado como o linho).
Fios sintéticos: Os fios sintéticos são obtidos por meio de processos industriais químicos, os
quais originam polímeros transformados posteriormente em fibras sintéticas. Esse fio pode ser
constituído por um alto número de filamentos, sendo sua classificação feita por meio do
sistema DTEX (peso em gramas de cada 10.000 metros de fio).
Galão: São tiras bordadas, sem elasticidade, que, aplicadas nas peças, dão detalhes de efeito
ou acabamento. O galão mais conhecido é o branco, com duas tiras na cor preta (da marca
Adidas), muito utilizado em roupas esportivas.
Garmentdye: Processo de tingimento para artigos confeccionados em fundo pré-tratado, cuja
característica dependerá do tipo de corante e procedimento utilizado. Existem o garmentdye
reativo, que dá um aspecto mais brilhante e solidez na cor, e o garmentdye por pigmento, que
dá o aspecto um pouco mais envelhecido.
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Garmentwash: Processo de lavação para tecidos na cor, com finalidade de pré-encolher a
peça e, em alguns casos, melhorar o toque. As peças que sofrem esse processo apresentam
leves efeitos de marcação nas costuras.
Gel em relevo, Estampa: Estampa aplicada com uma camada em relevo de gel incolor
(Plastisol), o que dá um aspecto plastificado e meio brilhante na estampa.
Godê:Tecido cortado enviezadamente na confecção de uma peça de vestuário, principalmente
saia.
Gorgurão: Tecido de seda, sulcado como o veludo cotelê.
Goufre/Jacquard: São malhas que apresentam desenhos que são obtidos por uma seleção
eletrônica das agulhas dos teares.
Grafismo: Forma de representar as palavras. Capacidade de grafar ou desenhar grafite –
palavras, frases ou desenhos escritos em muros e paredes como mensagens, como
contestação ou simplesmente de caráter obsceno.
Gramatura: É a massa por unidade de superfície. Sua unidade de medida é gramas por metro
quadrado. Assim, quando se diz que um tecido tem gramatura de 50, quer dizer que ele tem
uma massa de 50 gramas por metro quadrado. O tecido pode ser avaliado pela gramatura,
conforme a tabela anexa, em “P” é o peso ou massa do tecido.
Habillè:Literalmente, vestido. Popularmente, é o vestido enfeitado, luxuoso, o que não impede
que seja curto.
Hiperdestroyer: Consiste em envelhecer com mais intensidade e maior atrito entre as peças e
pedras. Proporciona grande intensidade de clareamento.
HiperDestroyerdelave: Trata-se de estonar para clarear entre as costuras e, após, desbotar.
Ou seja, reduz a intensidade da coloração do índigo, deixando seu tom claro.
Homewear: Roupa prática e confortável para ser usada em casa.
Hype: Termo usado pelos moderninhos, hoje em dia, para designar qualquer coisa super
moderna, diferente e bacana.
Ilhós: Orifício onde se passa uma fita ou um cordão. Feito de metal, plástico ou outro material,
normalmente é usado em cintos, como detalhes em bolsas e no bolso do short de praia para a
água sair.
IN: Termo muito em voga, nos anos 1980, para designar tudo aquilo que está na moda.
Índigo blue: Nome do tecido utilizado universalmente para calça jeans. O nome índigo é uma
alusão à planta indiana chama Indigus, a qual continha em sua raiz um corante de coloração
natural azul e na época servia de base para tingimentos nas tribos. Hoje, o índigo se define
como corante para calças jeans em tons de azul.
Interlock, malha: Estrutura de malha que, devido ao seu entrelaçamento, proporciona ótimo
caimento, toque mais firme e agradável.
Jacquard: Complexo método de tecelagem inventado por Joseph J. M. Jacquard nos anos
1801-1804. Por meio de um sistema eletrônico, que controla as agulhas de tecimento, muitas
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configurações podem ser obtidas resultando em tecidos com “desenhos especiais” (não
possíveis em teares comuns).
Jardineira: Macacão esportivo que deve ser usado com camisa ou T-Shirt.
Jeans: Denominamos jeans um estilo de confecção, caracterizado pela estrutura reforçada
evidenciando rebites e costuras duplas, por exemplo.
Jogging: Do inglês jog(corremr em ritmo de trote). Agasalho (calça ou blusa) para fazer
esportes (deve ser usado com tênis). Também conhecido como trainning ou abrigo.
Lã: Fibra natural, animal, proveniente da tosquia de ovelhas e carneiros. A lã é utilizada desde
a idade da pedra, sendo que evoluiu de uma fibra grosseira da antiguidade para uma fibra
nobre, pela seleção de raças de animais produtores.
Legging: Tipo de roupa-meia ou estilo da meia-calça. Furto do movimento da moda, inspirado
nas roupas esportivas, o legging ultrapassou as fronteiras da academia e passou a ser utilizado
com amplas camisetas ou bustiers como roupa urbana.
Liberty: Estampa formada por flores miúdas, podendo aparecer diversas cores e formatos
diferentes.
Lingerie: Tecido de nylon ou seda usado para a confecção de roupa íntima feminina.
Linha A: Formato de roupa que lembra o contorno da letra A.
Linha H: Formato de roupa que lembra o contorno da letra H.
Linho: Fibra natural vegetal, proveniente do caule da planta de mesmo nome, é provavelmente
a primeira fibra natural que foi utilizada pelo homem para usos têxteis.
Lycra ® fibra DuPontSudameria S/A:Fibra sintética, elástica, resistente à abrasão e com
excelentes propriedades de extensão e retração.
Mantille: Vindo da Espanha, reduzido do antigo mantô, usado tanto pelas viúvas quanto pelas
mocinhas, que deviam cobrir o rosto.
Meia malha (Jersey): Estrutura mais simples de uma malha. As camisetas da linha World da
Hering possuem esse tecido e, quando aliadas ao elastano, proporcionam ao artigo um ótimo
caimento, maior durabilidade e possuem a capacidade de moldarem-se ao corpo em seus
movimentos.
Malange: Fio 100% algodãoem que a característica mescla é obtida no processo de fiação,
com o tingimento da pluma do algodão.
Mercerização:Tratamento com hidróxido de sódio concentrado, que é aplicado ao fio ou tecido
de algodão, o qual proporciona um brilho acentuado, maior afinidade com corantes, toque mais
macio, maior resistência e maior encolhimento, portanto é um fio (ou tecido) que já foi
extensamente beneficiado para proporcionar menos encolhimento nas próximas lavagens. O
processo requer um maquinário caro e leva bastante tempo; daí a explicação de ser uma
malha mais cara.
Microfibra: O termo microfibra é concedido a fios sintéticos que são formados por filamentos
extremamente finos. Esses filamentos de microfibra podem pesar menos de1 grama. Os
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artigos de malha produzidos como microfibras possuem como características o toque sedoso,
vestem muito bem, encolhimento da peça extremamente baixo, alta resistência, baixo
abarrotamento e bom isolamento quanto a vento e frio. As microfibras podem ser de poliéster,
poliamida (nylon), acrílico ou viscose.
Micromodal: Fibra composta de 100% da mais pura celulose (o liocel). Micromodal
corresponde a todas as exigências humanas e ecológicas e é produzida exclusivamente a
partir de celulose tratada sem cloro. Micromodal não contém concentrações de substâncias
nocivas, é livre de pesticidas e não causa irritações cutâneas. Tecido de alta maciez, brilho,
caimento e transpira quase 50% da umidade. Na coleção, a fibra é utilizada juntamente com o
algodão para elaborar malhas para os artigos underwear, uma vez que provoca a sensação de
conforto e maciez altíssimos para um vestuário íntimo e que fica em contato constante com a
pele humana.
Miçanga: Contas miúdas de massa vitrificada, usadas em bordados e bijuterias.
Modal byLeazing: É a marca registrada da fibra modal pela empresaLeazing. A fibra modal é
ecologicamente produzida da celulose encontrada na madeira. Essa fibra possui ótima
absorção e evaporação de umidade, é parceira ideal para misturas com outras fibras. Os
tecidos de modal possuem um toque agradável, macio e proporcionam grande conforto.
Moletom, Malha: Estrutura de malha que tem o entrelaçamento feito de tal forma que os fios
da malha, no interior, fiquem “flutuantes”, ou seja, aliado a um processo de peluciagem, ele
oferece maior aquecimento do corpo, não deixando que o calor se transporte para fora do
corpo.
Negligè: Um tipo de roupão de tecido leve e transparente que se usa na intimidade por cima
da camisola.
Nylon: É o termo aplicado para um produto de origem sintética, largamente utilizado em fibras
têxteis, e que se caracteriza pela sua grande resistência, tenacidade, brilho e elasticidade. Foi
desenvolvido nos anos 1930 e, hoje, o nylon é o nome dado a toda uma família de fios e fibras
sintéticas, chamadas poliamidas.
Obi: Originalmente, o cinto que amarra os quimonos japoneses. Hoje, indica uma tira larga de
tecido, couro ou outro material que dá duas voltas na cintura e amarra com um nó na frente.
Ombré (francês): Sombra (maquiagem para os olhos).
Open End: O sistema Open End é hojeo método mais prático para a produção de fios. Esse
sistema tem um fluxo de máquinas reduzido, e é utilizado na sua grande maioria para
aproveitar resíduos de outros sistemas de produção, em específico o ANEL. Esse sistema
apresenta melhores resultados com fibras mais curtas do que o processo ANEL. Devido a esse
detalhe, geralmente as fiações têm uma linha de fio ANEL e outra linha de fios Open End, a
qual aproveita os resíduos da linha anel.
Oxford: Tecido de construção de tela, sendo um fio tinto e um fio cru no entrelaçamento da
trama e do urdume, deixando um aspecto na camisa de duas cores (sendo o fundo branco).
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Oversized (tamanho exagerado): É o jeans bem folgado. Suas formas amplas não favorecem
as mais baixas (achatam a silhueta), nem as gordinhas (parecem ainda mais gordas). Base
extradimensionada de cintura larga, quadril desestrutrurado e pernas amplas.
Paetê: Do francês pailleté - lantejouja. Pequeno círculo, furado no centro, usado em bordados
e também em bijuterias.
Panamá: Nome-fantasia para tecido em construção de tela 1x1 em 100% algodão.
Pantalona: Calça comprida com pernas largas, que podem ou não ter pregas na cintura.
Papete: Sandália que se prende basicamente por três tiras horizontais. A primeira fica próxima
aos dedos, a segunda na metade do peito do pé e a terceira atrás do calcanhar. Pode ter
variados tipos de saltos e ser feita com lona, nylon ou couro.
Passamanaria: Conjunto de fitas trabalhadas, traçadas e bordadas, lembram o galão.
Patchwork: Tecido de qualquer matéria-prima, composto de vários pedaços de tecidos
costurados juntos (em geral, mais ou menos quadrado), de aspectos ou de cores contrastantes
(jacquard, liso, estampado, etc.). A fantasia vem do máximo de cores ou da harmonia entre
elas. Com aspecto semelhante a uma colcha de retalhos,é muito usado para vestidos, colchas,
cortinas, etc.
Pelerine: É uma peça curta e de modelagem godê que cobre apenas os ombros e a parte
superior dos braços.
Picueta:Acabamento dado a barras, decotes e punhos em artigos de malha que possui um
efeito de bordado nas pontas. Esse efeito é produzido pela regulagem da máquina overloque.
Pied-de-Poule:Tecido geométrico, normalmente preto e branco (embora também exista
noutras cores), e que se caracteriza por aparentar a forma dos dedos de galinha.
Quimono: Roupa típica do Japão, com ombros caídos e mangas largas que vêm da cintura.
Tem a frente trespassada e é apenas amarrado com uma faixa (obi). É a roupa característica
dos esportes orientais.
Saia A: Modelo de saia com forma de “A”. É ajustada no quadril e se abre na barra.
Sarja:Construção de ligação do tecido plano, caracterizado pelo pronunciamento da diagonal.
Tecido básico e versátil, apresenta um excelente caimento, um íntimo aspecto após lavagem e
combina com qualquer tipo de clima. É mais utilizada por amarrotar menos do que a tela.
Seda: fibra natural, animal. É um filamento contínuo formado pelo bicho-da-seda em um
casulo. Supõe-se que a seda tenha sido descoberta por volta de 2.640 a.C., por uma princesa
chinesa.
Soft: Foi planejado e desenvolvido com o objetivo de proporcionar ao usuário leveza,
mantendo a temperatura do corpo em equilíbrio, garantindo conforto térmico. Indicado
especialmente para vestuário de inverno e roupas esportivas.
Spencer: O spencer de antigamente era um casaquinho curto, masculino, que ia até a cintura.
O spencer do século XX é sem mangas, de lã ou flanela, e é usado como agasalho sob o
paletó.
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Stone Washed: Acabamento obtido em peças (artigos) já costuradas e tingidas ou
estampadas, por meio de lavação industrial das peças na presença de pedras ou enzimas.
Resultam artigos com aspecto “usado”.
Strass: Vidro usado na confecção de imitações de pedras preciosas. Muito usado em bijuterias
e bordados. Ver Swarovski, cristal.
Stretch: Palavra inglesa que significa esticar. É aplicávela tecido com elasticidade obtida por
filamentos de poliéster texturizado ou de fibras.
Sujos: apresenta características de peças sujas, estonadas, clareadas e tingidas, onde o
corante possui montagem rápida.
Super Stone: Esse processo é utilizado para dar características de envelhecimento, obtido
através de atrito mecânico. Permanece o tom escuro.
Suplex ® fibra DuPontSudameria S/A:É indicado para tecidos esportivos, visto que avalia as
propriedades das malhas de algodão, confere maciez e flexibilidade.
T-shirt: Camisa em forma de “T”, camiseta.
Tactel ® fibra DuPontSudameria S/A: Tecido 100% poliamida; é um tipo de microfibra e sua
estrutura possui fios texturizados a ar, que o capacitam ser de alta secagem e alta
transpiração. A fibra possui padrão internacional de qualidade dos fios DuPont. O tactel é um
tecido que não retém o suor e seca rapidamente quando exposto ao sol.
Tailleur: Costume composto de casaco e saia que se tornou popular a partir da segunda
metade do século XIX.
Tela: Construção de ligação do tecido plano, caracterizada pela simetria da distribuição dos
fios na proporção 1 fio por 1 fio (entre urdume e trama). Essa construção em tela plana
proporciona uma superfície plana e regular.
Tencel:Nome fantasia da fibra liocel. Fibras celulósicas proveniente da polpa de madeira de
árvores, são constantemente replantadas e o processo químico utiliza um solvente totalmente
reciclável, por isso chama-se de uma fibra ecologicamente correta. O liocel representa a
grande novidade entre as matérias-primas têxteis; possibilita um tecido que alia a resistência
do algodão, o toque e a maciez da seda e o perfeito caimento e frescor das fibras celulósicas.
A Hering utiliza a fibra em misturas com o algodão e a lycra, por exemplo, proporcionando
malhas com caimento e frescor necessários para a colação de Primavera/Verão 2002.
Texturização: A texturização é obtida com a união de filamentos contínuos e tem o objetivo de
fornecer ao fio melhor textura e aparência, aumentando o aquecimento e a absorção e
diminuindo a possibilidade de formação de pilling (bolinhas sobre o tecido).
Tigh Fit ou Slim Fit (caimento justo, apertado):Com cintura baixa, tipo Saint-Tropez, marca
bem os quadris e tem as pernas justas, com corte afunilado ou reto top; do inglês (alto, topo), é
a parte de cima de qualquer roupa, miniblusa, jaqueta, camiseta, etc.
Urdume, Fios de: Fios verticais do tecido.
Used: Objetivo é desgastar a peça. Efeitos localizados com cara de usado.
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Utility/Carpenter: São modelos baseados nos estilos dos uniformes de serviço e utilitários.
Com base em modelagens amplas e confortáveis, proporciona um efeito de roupa casual.
Velcro: Usado em roupas utilitárias e esportivas, o velcro é feito de duas tiras, uma forrada
com material áspero e outra com material felpudo, que se encaixam; com uma leve pressão é
muito fácil de abrir.
Vintage: Clássico, de importância ou qualidade reconhecida.
Viscose/Modal/Lyocel: Fibra artificial de polímero natural, proveniente de celulose regenerada
a partir de algodão ou polpa de madeira. As fibras Modal e Lyocel são subcategorias de
viscose.
Zíper: Criado em 1893, o zíper é o aviamento chave da moda. Em vários tamanhos, larguras
ecores, ele está sempre presente em calças, blusas, vestidos, bolsas, sapatos, malas, por toda
parte. Tem o invisível, que é usado nas peças mais delicadas e quase não aparece realmente.
Tem o de plástico, para dar mais colorido às roupas alegres. Tem os descartáveis, ideais para
jaquetas e também tem os de metal em vários banhos, mudando a cor para ouro, ouro velho,
prata e outros. Não podemos esquecer que o de strass parece uma joia.
Zuave: Calça comprida, reta, franzida nos tornozelos. Era o uniforme dos soldados franceses
na Argélia.

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Referências
MONTEIRO, Donizete. Curso Técnico de Desenho de Moda. Curitiba - PR.

SENAC. APOSTILA DESENHO DE MODA.s/d.

AGICON. APOSTILA DESENHO DE MODA.s/d.

SENAI/CETIQT. ANEXOS DO CURSO ESTILISMO.s/d.

MENDEL, Raquel. Como desenhar modas femininas, masculinas e infantis. São Paulo:
Siliciano/Grupo Coquetel, 1985.

_______. Como desenhar modas técnicas em preto e branco. São Paulo:Siliciano/Grupo


Coquetel, 1988.

PEIXOTO, Francisca. Dicionário da Moda. Minas Gerais: Emprensa/Instituto Francisca de


Sousa Peixoto, s/d.

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