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ISIS
VALVERDE
carta da
styling afiadíssimo de Leandro Porto. "Tem gente que não gosta de mudanças, mas sou aquariana, não sobreviveria sem elas. O meu
time, que me acompanha nas minhas loucas mudanças, me dá abertura para ousar e desenvolver confiança", disse Isis em papo sem
rodeios (ou filtros!) com Ana Carolina Pinheiro sobre suas descobertas de estilo. "Isso me trouxe mais gosto e diversão para olhar para
a moda e, consequentemente, minha carreira. Consegui me remoldar. Acho que o artista tem que fazer isso de vez em quando para
não ficar em um casulo velho e deixar de ser borboleta." Prontas para voar? Boa leitura!
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Se as passarelas são um
celeiro criativo, a moda da rua
PARA O
OUTONO
é o crivo das apostas fashion
que funcionam ou não. No
começo do outono, pinçamos as
tendências que despontaram no
street style e que prometem nos
acompanhar nesta temporada
Por Ana Carolina Pinheiro
CORSET E TOP
BEM ACOMPANHADOS
Sobrevivendo às intempéries do tempo,
já que surgiu lá por volta do século 16,
o corset se consagra como aposta de
designers nos últimos anos; neste outono,
não será diferente. A peça seguiu com
lugar cativo nas passarelas e ruas, só
que, ao invés de andar sozinha, agora
chega sobre camisas, blusas ou vestidos.
A partir da construção de camadas e mix
de texturas, é possível ajustar o nível de
sensualidade e formalidade a seu gosto.
Seda e outros tecidos fluidos e transparentes
imprimem ar mais sexy, enquanto conjuntos
de alfaiataria e peças mais estruturadas
caminham para um visual mais formal – mas
zero careta –, que funciona de ambientes
corporativos a uma saída para curtir a noite.
P 6
MODA
AQUECIDA
PELA COR
Fiel escudeira e atemporal quando falamos das temporadas de
outono e inverno, a meia-calça ganhou ar de tendência neste ano
por conta das versões em cores vibrantes e estampas artsy. Tanto
nas ruas quanto nas redes sociais, fashionistas apostam no item
para agregar às produções dose de dopamine dressing necessária
para alegrar os dias mais frios. Para dar o destaque merecido à
força da meia-calça colorida, o comprimento míni cai bem, assim
como complementos do mesmo tom do acessório. O recurso
ajuda a deixar o look mais sóbrio, sem perder personalidade.
P 7
O BALLETCORE
SUBIU NO SALTO
Diretamente dos anos 1970, a dupla polaina e salto atravessou o street style
de Paris, Nova York e Tóquio, provando que a força do balletcore não se
concentra apenas nas sapatilhas e saias de tule. Referência sutil ao romantismo,
a polaina entrega versatilidade com novos detalhes, como styling e cor. Quando
deixamos a peça esticadinha da canela ao calcanhar, por exemplo, acende-
se uma intenção mais clássica. Quem quer fugir da imagem mais datada e
dar tom atual pode descer a polaina em direção ao salto ou posicioná-la por
cima da barra das calças, criando um efeito de punho; modelos mais amplos,
como a calça cargo, ajudam a construir atmosfera urbana à produção.
DUPLA
PARA TODOS
OS GOSTOS
Em opções curtinhas, mídi ou
longas, saias e vestidos deram
as mãos para o sapato xodó
da estação: a bota! Parceria
de sucesso em desfiles de
grifes como Chanel e Fendi, o
combo abre um leque amplo de
propostas, tanto por meio das
roupas quanto pelos modelos de
botas. Olhando cada elemento
do look, há opções pra perder
de vista, mas não dá para negar
que algumas vão ter mais destaque nesta estação: no caso das botas, as
over-the-knee, com plataforma ou inspiradas no western saíram na frente,
assim como a saia cargo, que tem cintura baixa e corte mais reto. Na
hora de combinar, é possível ir para um mood mais seguro com aposta
monocromática ou abusar do mix de estampas para injetar modernidade.
P 8
MODA
Fotos: Launchmetrics Spotlight e Reprodução/Instagram
JILL SANDER
DO MÁXIMO
AO MÍNIMO
A terceira peça é um
caminho praticamente obrigatório durante a estação marcada pelas temperaturas em queda. Agora, o que
dá novidade ao seu styling é a combinação dos itens em jogo: a ideia mais quente é apostar em jaquetas ou
blazers com tops diminutos como duplas inseparáveis que vão de encontro ao seu estilo favorito. Há diferentes
categorias de tendências para experimentar, como tops de lingerie, por exemplo, enriquecidos por aplicações
de pedrarias, tecidos sofisticados e acabamento com amarrações, e maxicasacos e sobretudos imponentes
ou em camadas. Abuse do contraste com blazers oversized em lã ou em couro de acabamento envelhecido
e combine com calças de alfaiataria ou jeans com recortes e brilhos para formar conjuntos irresistíveis.
P 9
MODA
BAC K TO
BA SIC S?
I
ARMAN
EMPORIO
IT TON U
LOUIS V
CHLOÉ
DIOR
P 10
MODA
De 10 de fevereiro, em Nova York, a 7 de março, em Paris, a falecidos criadores, como nos shows de Vivienne Westwood e Paco
temporada de desfiles internacionais de inverno 2023 levantou Rabanne. O mergulho no acervo de grandes etiquetas segue como
discussões que extrapolaram o calendário fashionista nas redes uma chance da reinterpretação de momentos marcantes das grifes,
sociais. Ao contrário de fashion weeks lidas como amenas por agora feitas sob os moldes das novas tendências e da visão criativa
veículos especializados, as apresentações exibidas ao longo das de seus atuais diretores de estilo.
quatro semanas de moda provocaram questionamentos e reflexões Esse resgate também chega como uma forma de apresentar a
com uma grande temática em comum: o retorno ao passado. Peças origem de cada maison para novas gerações de consumidores
historicamente descritas como clássicas, o resgate ao acervo de altamente influenciadas pela moda no mundo digital. Tal movimento
coleções que marcaram época e uma paleta sóbria de tons neutros parece buscar o sentimento nostálgico que conforta e que, como
foram protagonistas de passarelas, que trouxeram nas roupas o seu visto em tendências que referenciam os anos 1980 e 90, se mostra
espetáculo, ao contrário de apresentações feitas sob medida para um sucesso comercial. Também prova, ao contrário do que algumas
viralizar na internet como em estações anteriores. celebridades podem afirmar, que "repetir o look" é mais um caminho
Por outro lado, duas características dos velhos tempos da para voltar o olhar ao passado, mas com o futuro na mira.
moda também ressurgiram: o culto à magreza e a falta de
diversidade. Abaixo, recapitulamos os momentos mais notáveis das
apresentações e exploramos quais caminhos podem levar a moda
ao futuro, mesmo com referências diretas ao seu histórico, e os
flashes que provaram que o saudosismo também pode acabar nos
conduzindo ao retrocesso de um presente arduamente conquistado.
OS CLÁSSICOS
Menos é mais. Quantas vezes essa frase foi atribuída como
sinônimo de sofisticação? Nesta temporada, muitas. Isso porque
peças historicamente rotuladas como clássicas se destacaram nas
coleções. Na Louis Vuitton, sobretudos surgiram para aquecer sem
esforço, enquanto vestidos fluidos, muitas vezes sem alças como na
Alexander McQueen, e camisas brancas se consolidaram como
indispensáveis, combinadas a calças de alfaiataria ou minissaia,
como apresentadas na Prada. Se a moda via, nos últimos tempos,
marcas se arriscando em estéticas mais ousadas, inclusive quando
o assunto era a paleta de cores (lembra do frisson pink de
Pierpaolo Piccioli na Valentino?), a vez agora é dos tons sóbrios
como cinza, branco, preto e cores terrosos. Chique, nesta seara,
BALMAIN
é priorizar o essencial.
O raciocínio é impulsionado, na verdade, para muito além
das tendências. A aposta de grandes grifes que trouxeram peças
adoradas por todos os seus clientes está sendo motivada em parte
pela recessão prevista por economistas de todo o mundo, fruto de
uma atmosfera incerta provocada pela alta inflação, movimentações
recentes que impactaram o mercado financeiro e as consequências
provocadas pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, por exemplo, além
dos efeitos ainda diretos da pandemia do coronavírus, que também
contribuem para uma fase de resguardo da indústria.
P 11
SEM RISADINHA
A esta altura do campeonato, já entendemos: "essencial"
"As passarelas
foi o adjetivo principal das peças da temporada. Mas,
como sabemos, os desfiles que causaram mais impacto
nas últimas décadas não eram compostos apenas por
roupas bem-feitas. Do inverno 1995 da alta-costura de
trouxeram nas roupas
Thierry Mugler até a inesquecível cena de Shalom Harlow
sendo alvejada por jatos robóticos de tinta durante a
apresentação de verão 1999 de Alexander McQueen,
a performance sempre foi motivo de comoção pelos
o seu espetáculo,
apaixonados pela moda.
Com o boom digital a partir dos anos 2000, o avanço
da tecnologia e a conexão através da internet fizeram ao contrário de shows
com que as leituras sobre tendências se acelerassem, e
os desfiles tipo espetáculo viraram recurso vital para dar
sequência ao fluxo, tornando cada apresentação uma
nova sensação midiática. Ao mesmo tempo, as grifes se viram feitos sob medida
obrigadas também a se adequar aos desejos das gerações à frente
– millennials e geração Z –, que passaram a ecoar cada um dos
shows instantaneamente compartilháveis. Com tal efeito, os desfiles
em si atuaram como ferramenta extra para medir a relevância para viralizar."
das etiquetas à medida de sua viralização. Caso recente da
Coperni, que construiu um vestido ao vivo em Bella Hadid durante Na temporada de inverno 2023, diretores criativos importantes
a apresentação de verão 2023. Os seguidores no Instagram da exercitaram um questionamento: colocar tal mecanismo em pausa
marca dispararam, e o nome da grife e da modelo foram parar nos para celebrar o que os uniu originalmente, a paixão por fazer
assuntos mais comentados do Twitter. A moda, munida dos recursos roupas. Juntamente com o foco nos clássicos e o resgate do acervo
das artes visuais, do teatro ou da música, viu, assim, sua potência se de suas respectivas grifes, os cenários foram menos elaborados e os
elevar e alcançar públicos nunca antes atingidos. holofotes trouxeram a arte de uma roupa bem pensada
e executada como tendência da vez, que não precisa de pressa
No entanto, tudo que é repetido em excesso cansa, ainda mais
para ser "arrastada para cima" tão cedo.
no segmento famoso por se renovar a cada virada de estação.
P 12
FALE COM
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P 13
LEVEZA
P 14
CONCRETA
Gosto de ir para refrescar minhas ideias e abrir minhas asinhas, algo que tenho buscado
não só na moda, mas na minha carreira também. Achei essa uma edição que mostrou
como muito mudou na sociedade, como a questão da solidão da mulher, principalmente
Você acabou de voltar de mais uma no mundo pós-Covid-19, e também senti uma inquietação por meio das luzes, das
fashion week em Paris. Como retornou músicas, de várias instalações artísticas que aconteceram nos espaços dos desfiles. Isso
da experiência? mostra que a moda tem o seu lado da estética, mas também uma questão filosófica.
P 27
CAPA
Tem gente que não gosta de mudanças, mas sou aquariana, não sobreviveria sem elas.
O meu time, que me acompanha nas minhas loucas mudanças, me dá abertura para ousar
Como enxerga sua relação com a moda? e desenvolver confiança. Isso me trouxe mais gosto e diversão para olhar para a moda e,
Já passou por fases de mais receio sobre consequentemente, minha carreira. Consegui me remoldar. Acho que o artista tem que fazer
o próprio estilo? isso de vez em quando para não ficar em um casulo velho e deixar de ser borboleta.
Encontrei o legado de uma mulher que mudou a nossa história, sofreu e morreu por nós,
peitando aquela hierarquia em prol da sua liberdade. Quando me chamaram, fiquei muito
feliz por ser uma atriz jovem conectando a história de Ângela Diniz com pessoas que não
lembram dela, ou que estão presas em um relacionamento abusivo. O filme pode ser um
despertar para si mesmo, para uma mãe, uma filha. Além disso, os homens têm na história
um exemplo do que é inadmissível ser feito contra uma mulher. O elenco me deu muito
No segundo semestre, você estará de apoio para interpretá-la, foi algo que exigiu uma imersão intensa da minha parte. Nunca
volta aos cinemas com o filme "Ângela". apanhei de um cara, mas é uma situação que remete a outras dores, principalmente ligadas
Como foi interpretar essa história que à figura masculina. A Ângela cresceu sem o pai, e eu perdi o meu em 2020. Isso mexeu
marcou o Brasil? muito comigo.
A gente sempre quer muita coisa. Estamos vivos porque queremos acordar, fazer e criar. Isso
é o que faz você ir adiante. No Brasil, meu foco é atuar em séries e filmes, pretendo ter um
projeto autoral. Daqui a dez anos, também me vejo como diretora, mas só vou estar madura
Para o Brasil, você tem novos projetos o suficiente para fazer isso com mais de 40 anos. Hoje, ainda tenho muita ansiedade
a caminho ou um sonho profissional enquanto artista. Estou em lugar de falar muito, e sei que preciso desenvolver a paciência
que ainda não realizou? para deixar os outros agirem.
Eu vim expandir meu aprendizado, entender como funciona a indústria fora do Brasil e, obviamente,
conhecer outros profissionais. Com 26 anos, fiz um teste para um filme muito grande e sofri um
acidente de carro, que me impediu de terminar a última fase de testes. Um ano depois, vim para cá
por conta de uma oportunidade, só que naquela época não me sentia preparada. Desde então,
O que motivou sua mudança para os fiquei com esse foco de ter que aprender a atuar em inglês, de estar pronta se surgisse algo. Voltei
Estados Unidos em 2022? Quais são os em 2022 para fazer um curso com Ivana Chubbuck [preparadora de elenco renomada], que hoje
planos para a sua carreira internacional? é minha amiga. Ela mudou minha visão sobre interpretação e meu olhar para a profissão.
Quando cheguei, tive receio por conta do idioma. No meu primeiro monólogo em aula,
tremia em um nível de não conseguir ficar em pé, mas, no fim, terminei o texto com todos se
debulhando em lágrimas. Claro que errei, esqueci fala e improvisei, mas você se colocar
em xeque é importante, bonito e inesperado, sabe? Antes de vir para cá, eu era uma mãe
com filho pequeno, casada... De repente, decidi que tentaria uma coisa nova para evoluir.
Cheguei a ouvir que precisava tentar mais, já que não estava feliz naquele tipo de relação.
Eu realmente tentei outras saídas, mas a gente tem que se dar a possibilidade de ser feliz.
Qual foi a situação mais desafiadora desse A vida é muita curta, daqui a pouco vamos morrer, então você tem que ser feliz dentro das
período e o que mais te surpreendeu? possibilidades e sem passar por cima de ninguém.
Saí de casa aos 15 anos de idade e comecei a trabalhar aos 17, minha dinâmica sempre
foi muito independente. Aprendi muito cedo que a solitude é uma forma de, na própria
companhia, ser criativo e me dar colo. Óbvio que, por ser humana, choro sozinha, no
O medo da solidão bateu em algum chuveiro, na cama. Tenho meu lado frágil e sinto pavor de quem fala que não tem, porque é
momento durante a adaptação? vital e bonito dividir isso.
Sinto que não vivi a maternidade desde o começo. Para mim, a chegada do Rael foi um
choque gigante, era tudo intenso e aprisionante. Passei um período muito forte de baby
blues [transtorno emocional que altera o humor e provoca medo em algumas mulheres
após o nascimento do bebê]. Eu abria a janela e chorava porque pensava nas piores
coisas do mundo. Foram três meses muito pesados para mim, só me culpava. Tudo isso
com o julgamento da sociedade, fiscalizando a amamentação a cada respiro. Depois dos
10 meses dele, a minha versão mãe realmente nasceu e me senti mais segura. Hoje, somos
Como foi a construção do seu maternar amigos. Ele entende quando estamos sozinhos e preciso de ajuda, por exemplo. Daqui a
ao longo desses quatro anos do Rael? um tempo, quero ter mais um filho.
P 28
de quem fala que
e sinto pavor
P
"Tenho meu lado frágil,
CAPA
29
não tem.
Casaco e bucket estampados, ambos Casa Cipó; casaco vinil, Pamella Ferrari; calça,
Eu nunca fui de intervenção cirúrgica. A primeira vez que fiz Botox foi aos 30 anos.
Tenho até vontade de fazer alguma coisa no bumbum, mas, como tenho medo de
agulha, quando chega na hora, deixo quieto. Por enquanto, faço apenas laser e uso
cremes desde os 15 anos. Não é sobre evitar envelhecer, mas cuidar de mim. Achei
que teria contato com o etarismo mais velha, mas dos 30 anos para frente já foi uma
pressão péssima, ouvi que não podia me vestir de tal jeito, fazer uma maquiagem
diferente. Vejo comentários nas redes, me deixam bem assustada. E olha que no meu
Qual é o espaço que as preocupações em torno perfil ainda é pouco! Imagina uma mulher de mais de 50 anos ficando com um cara de
da beleza e estética ocupam na sua vida? 25 ou 30, planejando gravidez? Enquanto isso, os homens "envelhecem bem".
Não me lembro de viver sem essa pressão. Comecei muito cedo, com a cara tampada
e trancada num apartamento sem que ninguém pudesse me ver [para Ana do Véu].
A minha vida é pública, não tem como eu brigar com isso. Sempre tem coisas sendo
inventadas, relacionamentos que nunca existiram... Somos mulheres, então sempre
vai cair para o nosso lado, vamos levar pedra. Por exemplo, se o casamento acabou,
Após 17 anos de carreira, você lida de outra nós é que não seguramos o marido. Estamos numa sociedade que está caminhando
forma com a exposição midiática? adiante, mas que ainda é machista.
Fui criada com uma conexão forte entre os meus familiares, minha avó era aquela
italiana que fazia pasta em casa todo domingo, sabe? Quero construir isso na minha
vida. Me imagino chegando em casa com meus filhos e netos, meu companheiro...
E como você se vê daqui a uns anos? E, também, quero virar a senhora que ainda usa muito o TikTok (risos)!
P 31
ZOOM NO MELHOR
DOS TAPETES VERMELHOS
+ SUAMOS EM UMA NOVA
GERAÇÃO DE TREINOS POR VOCÊ
LIZZO, NO GRAMMY
BELEZA
AS
FAVORITAS
P 35
JENNA ORTEGA, NO GLOBO DE OURO
DE OLHO
NELAS
Hit das passarelas às premières, o protagonismo dos cílios é tendência incontestável. No look de
Jenna Ortega, eles complementam o gatinho duplo – ótimo truque, aliás, para atualizar o clássico.
Já em Lizzo (página anterior) e Zendaya (próxima página), mostram que convivem pacificamente
com as cores. Na primeira, complementam a vibração do laranja. Na segunda, com foco nos
inferiores, dão peso ao make em tons pastel (outra trend que vale ficar de olho).
ZENDAYA, NO SAG AWARDS
P
37
P
38
INTERVIEW
CLÁSSICO COM
TWIST
É impossível atravessar uma premiação sem se deparar com variações de delineado. O mesmo vale
para os penteados esculturais. Aqui, entretanto, os dois estilos tradicionais ganham atualizações:
no olhar com efeito tricolor, muito bem acompanhado de sardas fake de cristal, de Jodie Turner-Smith,
e no rabo de cavalo preso em franja, inusitado e belo, de Florence Pugh.
BELEZA
PARECE,
Novos formatos e texturas
inesperadas ressignificam
as experiências com
um produto de beleza.
Aqui, uma seleção a ser
desbravada
mas não é... Por Carolina Merino
JO MALONE LONDON
PINK CHEEKS
ISDIN
L
audis sitia aut ulla plisqui
asperiae. Ut maiorrovid
quuntium qui qui velique.
Por Carolina Merino
P 42
BELEZA
LET'S GET
PHYSICAL Se a bicicleta ergométrica não é o seu lugar
favorito no mundo, não tem problema. Nossa
produtora de conteúdo de beleza experimentou
diferentes treinos de menor duração e alto
impacto para compartilhar o que há de mais
legal nas academias por aí Por Carolina Merino
Antes de mais nada, você precisa saber algo sobre mim: eu sou o tipo de pessoa que tem aversão
à academia. A repetição de movimentos, o ambiente... nada me apetece. Na infância, eu sempre fui
a maior menina da sala, o que me levou a experimentar uma série de exercícios físicos para diminuir o meu
sobrepeso: balé, jazz, street dance, natação, handball – e eu sempre parava a prática por algum motivo.
Fotos: Arquivo Glamour/Fernando Tomaz e Getty Images
Na adolescência, não passava dos três meses iniciais na musculação. Quanto ao meu corpo, poucas
coisas mudaram. Só que a busca pelo movimento, sim, se transformou. Se antes era em um lugar
de inadequação, agora o objetivo é investir na prática de atividade física como um momento de prazer
e de saúde. Sei que muitas devem se identificar com a decisão.
Não sou da época em que a fita VHS da Jane Fonda estourou, muito menos posso dizer que chego
aos pés de Gracyanne Barbosa, mas fui motivada pelas novidades recentes do universo fitness, até então
desconhecido por mim. Entendi que era preciso envolver alguma diversão e muito dinamismo para que
eu não me entediasse no processo. Portanto, fui atrás de opções que combinassem a intensidade que
eu gostaria, tempo reduzido de investimento e opções que vão além do ambiente clássico de aparelhos
e espelhos mil.
Encontrei várias alternativas e, na contramão dos esportes ao ar livre e na areia, como o incensado
beach tennis, olhei para o que havia de opção indoor. Elegi de acordo com o que mais me atraía e saí de
casa, ao longo de quatro semanas, para colocar à prova quatro atividades diferentes: Ballet Build, Bungee
Fit, Método Lapa e Body Shape. Se não as conhece pelos nomes, vou contar mais sobre cada uma.
Parto da pergunta: será que é possível se converter às atividades físicas de uma forma não convencional?
A seguir, você lê os detalhes dos métodos e as conclusões a que cheguei ao final de cada aula.
P 43
BELEZA
BALLET
BUILD
Sentadas em tapetinhos de ioga e sob os comandos da bailarina Marina Droghetti, iniciamos a aula de Ballet Build,
método criado pela também professora e dona do estúdio que leva o nome da prática. Embaladas pelo som de jazz
animado, os movimentos ritmados feitos durante cerca de uma hora lembravam a delicadeza e a força do balé. Entretanto,
carrega a vantagem de ser feito totalmente no chão, sem qualquer impacto, o que previne lesões e é perfeito também para
quem nunca teve contato com o esporte. Portanto, à primeira vista, pensei que seria uma aula fácil. Ledo engano.
A sequência de posições de alongamento com os braços, as pernas e o abdômen me fez lembrar dos movimentos até
no dia seguinte, quando as dores no pescoço faziam questão de me surpreender. Parece que o sonho infantil de ser uma
bailarina ficou distante depois de ter enfrentado um aperitivo das exigências, longe de ter sido uma experiência ruim.
De modo geral, é um exercício muito gostoso, e dou o crédito às instruções de Marina. A condução da aula conforme
a música nos ajudou a entrar no clima, e o tédio, que geralmente sinto durante os exercícios de musculação, nem se
manifestou. Entre as minhas partes favoritas, destaco a demonstração da Energy Build, uma variação de meditação
guiada que também incorpora dança. Fiquei com vontade de quero mais.
ONDE? STUDIO BALLET BUILD No Morumbi, em São Paulo (com possibilidade de acompanhar online).
A aula avulsa custa R$ 100
BUNGEE
FIT
É possível voar sem tirar os pés do chão e eu provo!
Com um elástico preso à cintura e numa estrutura de
ferro pendurada no teto, a aula de Bungee Fit mistura
pilates funcional com um pouco de malabarismo.
Formada em educação física, a professora e
empresária Letícia Inácio Nogueira conheceu
BODY
SHAPE
Novidade quentíssima no Brasil, a Body Shape vem diretamente da Polônia e é a esteira do futuro. Conto
o motivo: nela, um treino de 20 minutos chega a queimar até 1.000 calorias. É o sonho de qualquer pessoa
com a rotina corrida! Para fazer a aula, é preciso usar uma espécie de saia que é presa à máquina e ajuda
a ativar o vácuo na esteira da cintura para baixo. O corpo fica exposto apenas da cintura para cima,
enquanto as pernas recebem infravermelho e um vapor que chega a 50°C.
Em uma velocidade um pouco mais rápida que uma simples caminhada, com uma leve elevação, você
começa a andar e a sensação de calor se traduz em um suor impossível de controlar. Como as pernas
estão no vácuo, não há tanta percepção de impacto no momento – mas prepare-se para notá-la no dia
seguinte. Essa espécie de selagem e a alta temperatura servem para que os músculos trabalhem mais que as
articulações, enquanto o infravermelho já funciona como um tratamento imediato para cicatrizar os tecidos
estimulados no exercício.
Os minutos passam em um piscar de olhos e é realmente impressionante a sensação de queima de energia.
O sentimento ao final da aula é de recompensa, mas sem muito esforço. Se pudesse, faria todos os dias.
CYBER CROSS TRAINING CENTER Na Vila Clementino, em São Paulo. A aula avulsa custa R$ 300
P 45
ESCREVER TAMBÉM É
UMA ÓTIMA TERAPIA
+ OS EFEITOS DO CRUZAMENTO
ENTRE VÊNUS E SATURNO
ESCRITA É TERAPIA
Colocar sentimentos e angústias no papel pode ser a chave para cuidar da saúde mental,
mas a técnica não se trata de um simples diário, ok? O método requer cautela e profissionais
para lidar com as feridas e traumas revisitados na escrita Por Macaela MacKenzie
A terapia de escrita, seja como prática individual ou em grupo, tem sido uma ferramenta poderosa "para
descompactar e dar sentido aos nossos pensamentos e sentimentos", diz Rebecca Hendrix, terapeuta de Nova
York. Às vezes, pode parecer que os novos tratamentos para a saúde mental são extremamente tecnológicos ou
inovadores – olá, terapia online gratuita e psicodélicos para depressão pós-parto –, mas o recente aumento no
interesse em torno da escrita terapêutica é revigorante.
"Existem inúmeros estudos que ligam o registro de nossos pensamentos e sentimentos a uma diminuição nos
sintomas de ansiedade, depressão e estresse", diz Charlotte Haigh, terapeuta na Califórnia. "Onde mais temos um
espaço para sermos nossos eus mais autênticos e não filtrados?", questiona.
Criar espaço para se ver vulnerável em sessões de escrita com profissionais especializados – também conhecido
como escrita terapêutica – pode ser a forma de terapia que você precisa para processar sentimentos persistentes
de ansiedade, depressão ou trauma. "Pode agir como uma ótima maneira de aprofundar o trabalho terapêutico e
ajudar os pacientes a continuar processando, refletindo e progredindo entre as sessões", reforça Haigh.
E ESCREVER UM DIÁRIO?
A escrita terapêutica não é o mesmo que escrever um diário, enfatiza LaNail. Os diários de uma pessoa
podem variar amplamente: você pode escrever sobre os detalhes do seu dia, usar o espaço para refletir sobre
eventos passados ou registrar os objetivos que espera manifestar para o futuro. "Às vezes, as pessoas estão
registrando algo apenas para reflexão", explica LaNail.
Já o método terapêutico, no entanto, é um processo
focado em melhorar seu bem-estar mental por meio da
escrita sobre experiências estressantes.
"Escrever pode fornecer
"A terapia de escrita é direcionada, explora
elementos de nossas vidas que tiveram maiores
efeitos sobre nós", diz a profissional. Pense menos em um espaço seguro
desabafar sobre um confronto com seu chefe e mais
em fazer um trabalho introspectivo em torno de algum
trauma. "Existem diferentes intenções que entram neste
tipo de trabalho", explica. para sermos totalmente honestas
e sem filtros."
LIFESTYLE
é importante porque não queremos abrir nenhuma ferida por muito tempo", afirma. Você também não
gostaria de escrever, por exemplo, logo antes de uma reunião com seu chefe. Idealmente, as sessões de
escrita seriam seguidas por uma prática de autocuidado ou de algo que também beneficiasse sua saúde
física. "Geralmente, indicamos a escrita terapêutica seguida por algum tipo de atividade física, como dar um
passeio, correr ou uma aula de dança", finaliza.
P 49
Dos prazeres
de Vênus
As movimentações no
céu somadas ao primeiro
eclipse de 2023 podem
trazer impactos tanto nas
vidas individuais quanto no
coletivo. Entenda como
Por Nai Tomayno,
aos anéis astróloga do Personare
de Saturno
ASTROLOGIA
"Cuidado com o que Save this date: para a astrologia, o próximo 14 de abril carrega relevância
através de repercussões para o amor, prosperidade, autoestima e beleza, além
de conexões com o mundo das artes e da moda. Neste ano, às 7h14 da data
em questão, o planeta Vênus, em trânsito por Gêmeos, faz quadratura – ou
seja, assume ângulo de 90 graus – com Saturno, que circula por Peixes. Quatro
dias depois, começa a temporada do Sol em Touro, naturalmente conectada
com os mesmos temas, o que também coincide com o primeiro eclipse de 2023,
movimentação que sempre pode promover reviravoltas nas nossas vidas.
E qual é a ligação dessas movimentações no céu com a nossa vida? A
quadratura Vênus-Saturno é importante, primeiro, porque Saturno fica em Peixes
até 2025, e só poderá fazer duas quadraturas anuais com Vênus – esta será a
primeira. Segundo, porque Vênus é o planeta que
Foto: Tanya Pro/Unsplash
ser verdade" Personare O seu horóscopo do dia pode ir muito além do signo solar, sabia? Acesse
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