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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
Embora as mudanças administrativas nesse período sejam bem claras, o campo intelectual é difícil de ser
descrito. Observamos, então, o rompimento com a metodologia utilizada por Braudel, fazendo com que a
História fosse estudada com grande auxílio de disciplinas como a Antropologia, a Literatura e até mesmo a
Psicologia.
Outro ponto importante é que podemos perceber que nessa geração não encontramos nenhuma forma de
Os historiadores da terceira geração foram bastante influenciados por ideias estrangeiras, principalmente
americanas. Muitos deles viveram nos Estados Unidos por algum tempo e até mesmo escreveram em inglês.
Os campos de pesquisa também se ampliaram, alguns historiadores voltaram a se dedicar ao estudo da história
política enquanto outros seguiam pela história quantitativa. Novas abordagens como nova história econômica,
psico-história, história da cultura popular, entre outras, também surgiram durante a terceira geração.
BURKE, Peter. A Escola dos Annales 1929 – 1989. A Revolução Francesa da Historiografia. São Paulo: Fundação
Essa renovação historiográfica possibilitou à história enxergar a vivência humana a partir de elementos que
Observamos também o espaço dado às mulheres, o que não aconteceu nas gerações anteriores. Historiadoras
como Christiane Klapisch, Arlette Farge, Michelle Perrot e Mona Ozouf, que estudaram temas como a família, a
mulher e o trabalho.
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Christiane Arbre des familles, L
no século XIX
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Os trabalhos oriundos da terceira geração ficaram caracterizados pelo estudo das mentalidades. A mentalidade é
filha direta da escola dos Annales e, desde o começo dos Annales, esteve na preocupação dos historiadores, como
A preocupação com “os modos de sentir e pensar” ocupou a atenção dos annalistes desde os primórdios da
revista Annales, quando não antes, nos estudos de Marc Bloch e de Lucien Febvre produzidos na década de 1920.
Além do mais, é preciso lembrar que, apesar das várias mudanças por que passou a historiografia francesa nos
últimos 60 anos, os estudiosos das mentalidades sempre se reconheceram como herdeiros contemporâneos de
Bloch e de Febvre, por muitos chamados de “pais fundadores” da chamada Nova história produzida na França.
VAINFAS, Ronaldo. História das mentalidades e história cultural. In: CARDOSO, Ciro Framarion e VAINFAS,
Ronaldo. Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997, p.129.
Inicialmente o conceito de mentalidades era marcado pela indefinição e, segundo Le Goff, a indefinição era
Assim, “A historia das mentalidades (...) dirige a atenção exclusiva para o não conscientizado, o cotidiano, os
automatismos do comportamento, os aspectos extrapessoais da consciência individual, para aquilo que foi
comum a César e ao último soldado das suas legiões, a São Luís e ao camponês (...)
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Um dos primeiros a contestar a história quantitativa e se aventurar na história das mentalidades foi Philippe
Ariès. Seu trabalho era voltado para as relações entre natureza e cultura, como a cultura enxerga fenômenos
No caso da infância, Philippe trabalhou com a perspectiva de que o sentimento da infância não existia durante a
Idade Média, e que essa forma de observar as crianças passou a existir na França somente a partir do século XVII,
em seu livro L’enfant et la vie familiale sous L’ Ancien Regime – A criança e a vida familiar no Antigo Regime.
Ao tratar da morte, Philippe Ariès também utilizou a perspectiva da morte como fenômeno da natureza e como o
O livro L’Homme devant la mort – o homem diante da morte - trabalha um período de quase mil anos abordando
“L’Homme devant la mort tem os mesmos méritos e defeitos do livro L’Enfant et la vie familiale sous
l’Ancien Regime. Nele se encontram a mesma audácia e a mesma originalidade, o mesmo uso de uma
ampla variedade de evidências, que incluiu literatura e arte, mas não a estatística, e a mesma
O livro de Ariès levou vários historiadores a darem mais atenção às “mentalidades”, dando início à aproximação
da história e literatura, mostrando que as fontes literárias podiam ser utilizadas no estudo da história.
Podemos destacar a figura de Alphonse Dupront, que elaborou sua tese de doutorado em torno do estudo das
Outro importante historiador do período foi Robert Mandrou, o principal historiador a seguir pelo caminho de
Febvre no estudo da psicologia histórica. Madrou também trabalhou com história cultural.
Além desse trabalho, Le Roy Ladurie também escreveu sobre história climática e sobre história rural,
Embora a vasta gama de interesses, historiadores e diferentes métodos de estudo da história utilizada pela
terceira geração tenha sido benéfica para a historiografia, podemos observar que a história estudada através da
longa duração não é uma alternativa viável quando trabalhamos com a história moderna, devido à rapidez com
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A tecnologia passou a influenciar a vida do homem transformando rapidamente o meio ambiente, não apenas
com o crescimento das cidades e diminuição das áreas rurais, mas também com o crescimento de uma nova
As transformações da vida cotidiana influenciam a forma com que as experiências culturais são tratadas e assim,
determinadas aproximações e métodos da Escola de Annales não davam conta de trabalhar tais aspectos.
Embora as gerações da Escola dos Annales sejam diferentes entre si, a evolução do pensamento historiográfico é
vista como resultado do crescimento da disciplina história ao longo do tempo, sendo assim, cada geração de
Annales teve uma parcela importante nas contribuições do estudo da história. O movimento de Annales pode ser
Um dos importantes legados da terceira geração dos Annales foi o tipo de história que produziam. A reunião com
a antropologia, com a psicologia e uma nova narrativa histórica tornou esse tipo de história bastante popular na
França. Enquanto o clássico livro de Braudel – O mediterrâneo – lançado anos antes, não vendeu muitas cópias, o
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• compreendeu a história da Terceira Geração da Escola dos Analles;
• analisou as principais características desse momento da história;
• apreendeu sobre os principais autores que compuseram a Terceira Geração dos Annales.
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