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DEFINIÇÃO

Percepções da atualidade na Psicologia da Educação Humanista com as inteligências


múltiplas; a inteligência emocional, seu objeto de estudo; e a importância para a formação do
professor.

PROPÓSITO
Compreender a importância da Psicologia da Educação Humanista para a formação docente,
indicando seus principais representantes e a aplicabilidade dos respectivos conceitos à prática
pedagógica.

OBJETIVOS
MÓDULO 1

Reconhecer a importância da Psicologia da Educação Humanista e da Gestalt como sua


precursora

MÓDULO 2

Distinguir os princípios da teoria de Carl Rogers e a sua aplicabilidade à Educação

MÓDULO 3

Identificar atualidades da Psicologia da Educação Humanista, como a teoria das inteligências


múltiplas e a abordagem da inteligência emocional

MÓDULO 1

 Reconhecer a importância da Psicologia da Educação Humanista e da Gestalt como


sua precursora

INTRODUÇÃO
A Psicologia e a Pedagogia têm a sua origem na Grécia, ambas influenciadas pela Filosofia.
Os primeiros a abordarem aspectos relacionados à Psicologia foram os filósofos gregos
clássicos, há cerca de 200 anos a.C..
CERCA DE 200 ANOS A.C

O calendário que utilizamos é o chamado Gregoriano, que tem como “marco zero” o
nascimento de Cristo, começando a partir daí a contagem dos anos da chamada Era
Cristã. A sigla a.C., portanto, significa uma data acontecida antes do nascimento de
Cristo.

A Pedagogia também teve a sua origem na Grécia Antiga, onde eram chamados de pedagogos
os escravos que acompanhavam a educação das crianças. Posteriormente, a Psicologia e a
Pedagogia se afirmaram e se desenvolveram como ciências independentes.

Observe este quadro, que indica o significado etimológico do nome e o objeto de estudo de
cada uma das duas ciências:

Objeto de
Significado etimológico da palavra
estudo

A Psicologia é a
ciência que
A expressão Psicologia deriva das palavras estuda o
gregas psyché (alma, espírito) e logos (estudo, comportamento
Psicologia razão, compreensão). Psicologia poderia ser do ser humano
compreendida então, como o "estudo da alma" em seus diversos
ou a "compreensão da alma". aspectos e em
suas diversas
manifestações.

Pedagogia
A palavra “pedagogia” é derivada de dois A Pedagogia é a
radicais da língua grega. Sua origem vem de ciência que
paidos, que significava “criança”. O outro radical estuda a
é agoge, que pode ser traduzido como Educação, os
“conduzir” ou “condução”. A origem de processos de
pedagogia tinha o significado de “conduzir a ensino e de
criança”, ou seja, ensiná-la e ajudá-la no aprendizagem
crescimento. em seus
múltiplos
aspectos.

Fontes: Dicionário Etimológico e Gramática.net

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Foi tão grande a afinidade entre a Psicologia e a Educação que uma das áreas de estudo da
primeira foi exatamente a “Psicologia da Educação”.

 Fonte: Shutterstock.com | Por Maros Markovic

O QUE É A PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO?

Sem entrar na polêmica da utilização dos termos Psicologia da Educação e Psicologia Escolar,
utilizaremos o primeiro, compreendendo-a como:


A PSICOLOGIA EDUCACIONAL PODE SER
CONSIDERADA COMO UMA SUBÁREA DA
PSICOLOGIA (...) QUE TEM COMO VOCAÇÃO A
PRODUÇÃO DE SABERES RELATIVOS AO FENÔMENO
PSICOLÓGICO CONSTITUINTE DO PROCESSO
EDUCATIVO.

ANTUNES, 2008

UMA BREVE VISITA À HISTÓRIA DA


PSICOLOGIA
O ano de 1879 é reconhecido como o marco do surgimento da Psicologia como ciência. Foi
quando W. M. Wundt (1832-1920) fundou o primeiro laboratório de Psicologia Experimental na
Universidade de Leipzig (Alemanha). Embora fosse muito diferente da concepção moderna dos
laboratórios científicos, ele tem incrível importância histórica.

W. M. WUNDT (1832-1920)

Wilhelm Maximilian Wundt foi um médico, filósofo e psicólogo alemão. É considerado um


dos fundadores da psicologia experimental.
Fonte:Shutterstock
 Da esquerda para a direita, Wundt é o terceiro. Os outros homens presentes no laboratório
são pesquisadores.

Ao estudar a História da Psicologia sempre nos deparamos com a citação da existência de


“três grandes forças”:

1ª FORÇA EM PSICOLOGIA: O BEHAVIORISMO

Skinner
 Skinner

Também chamado de comportamentalismo, tem como foco a observação e a modificação do


comportamento humano. Seu representante mais conhecido foi B. F. Skinner (1904-1990).
2ª FORÇA EM PSICOLOGIA: A PSICANÁLISE

Freud
 Freud

Tem como grande descoberta a existência do inconsciente humano. Seu representante mais
conhecido foi S. Freud (1856-1939).

3ª FORÇA EM PSICOLOGIA: A PSICOLOGIA


HUMANISTA

Rogers
 Rogers
Surgiu como uma reação às duas anteriores; valoriza a experiência consciente e trabalha com
aspectos como criatividade, percepção, motivação, autorrealização. Seu representante mais
conhecido foi C. Rogers (1902-1987).

É JUSTAMENTE ESSA “TERCEIRA FORÇA” (OU


SEJA, A PSICOLOGIA HUMANISTA) E SEUS
IMPACTOS NA EDUCAÇÃO QUE VAMOS
CONHECER.

De acordo com Schultz e Schultz (2008), a Psicologia da Educação Humanista tem, como
aspectos fundamentais:

Valorizar a experiência consciente, contrapondo-se à ênfase da Psicanálise nos processos


humanos inconscientes.

Possuir uma visão positiva e otimista do indivíduo, na integralidade da natureza e da conduta


humana (alguns autores chamam a Psicologia humanista de Psicologia positiva).

Concentrar-se na liberdade de escolhas, na espontaneidade e no poder de criação do homem.

Definir como foco dos estudos tudo que é relevante para a condição humana.

GESTALT, UMA TEORIA DA PERCEPÇÃO


A Teoria da Gestalt (ou teoria da forma), conhecida pelos estudos da percepção humana e por
ter se afirmado como importante escola terapêutica, é considerada uma corrente precursora da
Psicologia humanista. Surgiu na Alemanha, na década de 1910, e colocava o ser humano no
centro da Psicologia, com o status de protagonista, responsável pelas suas escolhas e
crenças.

Ela tem importância em várias áreas, como por exemplo:

Fonte:Shutterstock
 O triângulo enxergado ao centro não existe. Ele é formado pela nossa percepção graças ao
corte nos três círculos. A Gestalt estuda esse tipo de fenômeno.

Agora vamos utilizar o DICIO (Dicionário Online de Português) para verificar o significado do
termo Gestalt. Observe o verbete:

SIGNIFICADO DE GESTALT

substantivo feminino

[Psicologia] Teoria segundo a qual os fenômenos psicológicos são configurações, tomadas


como organizadas, indivisíveis, articuladas e interligadas.

Artes Plásticas. Teoria de que a percepção emocional ou estética de uma obra não está ligada
à interpretação do espectador, sendo inerente à sua forma e conteúdo.

Pronuncia-se: /guestalt/.

Etimologia (origem da palavra gestalt). Do alemão Gestalt.

Fonte: dicio.com.br
TEÓRICOS MAIS IMPORTANTES DA
GESTALT
Quatro teóricos foram importantes no movimento gestaltista e, consequentemente, para a
Psicologia humanista. Vamos conhecê-los?

autor/shutterstock

MAX WERTHEIMER
(1880-1943)

realizou estudos sobre a percepção do movimento.


autor/shutterstock

KURT KOFFKA
(1886-1941)

Sistematizou os princípios da Gestalt e relacionou-a com a Psicologia.


autor/shutterstock

WOLFGANG KÖHLER
(1887-1967)

Realizou estudos do comportamento de chimpanzés e foi o criador do termo insight, percepção


súbita e esclarecedora.
autor/shutterstock

KURT LEWIN
(1890-1947)

Tido por muitos como o criador da Psicologia Social, criou a Teoria do Espaço Vital e iniciou os
estudos de Dinâmica de Grupo como técnica e procedimento educativo.

Antes de continuarmos, é importante explicar dois conceitos que apareceram:

INSIGHT
TEORIA DO ESPAÇO VITAL

INSIGHT

É uma percepção mental rápida e clara, uma descoberta, uma revelação. Acontece com
frequência quando resolvemos problemas, buscamos a solução, nos debruçamos sobre ele até
que, de repente, a solução aparece, como se ela estivesse olhando para nós. Muitas vezes é
ilustrado como uma lâmpada que se acende na cabeça de uma pessoa.
TEORIA DO ESPAÇO VITAL

É o espaço vital ou campo psicológico correspondente a todos os fatos que determinam o


comportamento de um indivíduo em certo momento. O meio físico, ou geográfico, faz parte
dele como um dos componentes, mas o espaço vital equivale ao mundo que a pessoa o
experimenta em determinado momento de sua vida. Leva em conta o próprio indivíduo, o meio
e a totalidade dos fatos existentes e mutuamente dependentes naquele momento. Dele fazem
parte as necessidades, as crenças, os valores, o sistema perceptivo e o motor do ser humano,
por exemplo.

Uma das áreas do espaço vital, de grande importância para o ser humano, é aquele onde se
situa a escola, a aprendizagem formal e tudo que a ela se relaciona.

UMA CURIOSIDADE SOBRE A GESTALT


Um dos pontos importantes no estudo da Psicologia Humanista são os chamados testes de
percepção, que se baseiam nos princípios e nas leis da Gestalt. Vamos ver dois deles. Preste
bastante atenção ao que você percebe primeiro.

1º TESTE

Alguns percebem primeiro o perfil de duas pessoas (área em preto); outros percebem a figura
de um vaso (área em branco).

MAS, POR QUE ISSO OCORRE?


Fonte:Shutterstock
 Fonte: Shutterstock.com | Por Peter Hermes Furian

EXPLICAÇÃO
Segundo a Gestalt, há uma tendência da percepção em buscar a boa forma, permitindo a
relação entre figura e fundo.

Essa figura é ambígua, fazendo com que, em um momento, os dois perfis de pessoas sejam
figura (percebidos primeiro); em outro momento, os dois perfis se tornam fundo e o vaso
aparece como figura.

Não é possível ver o vaso e os perfis ao mesmo tempo.

2º TESTE

Qual é o segmento de reta maior, A ou B?


Fonte:Shutterstock
 Fonte: Shutterstock.com | Por Peter Hermes Furian

EXPLICAÇÃO
Embora o segmento A pareça maior que o B, os dois têm o mesmo tamanho, é apenas uma
ilusão de ótica.

Nessa situação, não é possível alcançar o que a Gestalt chama de percepção da “boa forma”
porque a imagem não apresenta equilíbrio, simetria, estabilidade, simplicidade e regularidade.

 ATENÇÃO

Esses chamados “testes de percepção” não podem avaliar nada, são apenas exemplos dos
princípios da Gestalt.

 Fonte: Shutterstock.com | Por WAYHOME studio

CONCLUSÃO
TALVEZ VOCÊ ESTEJA SE PERGUNTANDO:
QUAL A RELAÇÃO DA GESTALT COM A
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO HUMANISTA?

Além de precursora da Psicologia da Educação Humanista, a Gestalt influenciou os estudos do


desenvolvimento e da aprendizagem humana.

Seus princípios são aplicados, por exemplo, na produção de todo o material didático impresso
ou virtual, como este que estamos utilizando, tornando-o mais harmonioso e amigável para a
percepção dos professores e alunos.

 Fonte: Shutterstock.com | Por Iakov Filimonov

Na sala de aula presencial, dentre a quantidade de estímulos perceptuais existentes, é


necessário que o professor, os conceitos e materiais que apresenta, sejam “figura” (prioritários)
para a percepção dos alunos a fim de fixar a atenção e a motivação para aprender.

Se, ao contrário, forem “fundo” (secundários) para a percepção do aluno, haverá dispersão e
desinteresse pela aula.

O professor sempre quer que a sua aula seja pregnante. Segundo a Gestalt, a pregnância de
um objeto define a rapidez com que é percebido e assimilado, além da eficiência da
comunicação da mensagem enviada ao receptor.

Apesar de todo esse caminho parecer didático, é possível termos algumas dúvidas:

1
O que isso pode ajudar a um profissional ligado à educação ou a outra área?

Será que eu conseguirei entender um aluno?

E como posso fazer para conversar com outros profissionais?

RESUMO
A Psicologia e a Educação são dois campos diferentes, mas que se encontram no século XX.
Eles se encontram, pois os dois lidam com a questão de como o aluno passa a ser percebido
como alguém diante do ambiente, das trocas. Se ele é alguém, não podemos imaginar que ele
seja um gravador, que quando começar a falar sobre baía, morro, montanha, ele
automaticamente vá entender tudo o que ouviu. E que depois basta ser cobrado na prova para
que prove saber.

 Fonte: Shutterstock.com | Por Monkey Business Images

 DICA

Um professor deve entender que ele não é o sujeito que vai condicionar o aluno, ou que vai
corrigir seu caminho. O melhor que esse profissional pode fazer — como a Psicologia
humanista nos mostrou — é pensar que o outro seja um sujeito. Uma pessoa, a qual possui
uma teia de relações dinâmicas, que uma vez reconhecida deve ser estimulada. Então, se
permitir os insights, se estimular o aluno como centro do seu olhar, terá mais capacidade de
que ele o entenda, que construa algum tipo de conhecimento.

Vamos entender como funciona Psicologia humanista e Educação na prática:

VERIFICANDO O APRENDIZADO
A PSICOLOGIA DA GESTALT FOI DESENVOLVIDA POR VÁRIOS
ESTUDIOSOS. UM DELES FORMULOU A CONHECIDA TEORIA DO
ESPAÇO VITAL, DE GRANDE APLICAÇÃO NA PSICOLOGIA E NA
EDUCAÇÃO.

ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA O NOME DESSE TEÓRICO:

A) Sigmund Freud

B) Wolfgang Köhler

C) Burrhus Frederic Skinner

D) Kurt Lewin

2. UMA PROFESSORA SELECIONA COM CUIDADO O MATERIAL QUE VAI


UTILIZAR PARA APRESENTAR UM CONCEITO NOVO AOS ALUNOS.
ALÉM DISSO, ORGANIZA O ASSUNTO EM GRAUS DE DIFICULDADE E
LANÇA MÃO DA VOZ E DOS GESTOS PARA SUBLINHAR OS ASPECTOS
MAIS IMPORTANTES.

SEGUNDO A GESTALT:

A) Ela deseja que a aula e o conteúdo apresentado se tornem figura para os alunos.

B) Ela deseja que os alunos não tenham insights durante a aula.

C) Ela deseja que a aula e o conteúdo apresentado se tornem fundo para os alunos.

D) Ela deseja que a aula não seja pregnante para os alunos.

GABARITO

A Psicologia da Gestalt foi desenvolvida por vários estudiosos. Um deles formulou a


conhecida teoria do espaço vital, de grande aplicação na Psicologia e na Educação.

Assinale a alternativa que apresenta o nome desse teórico:

A alternativa "D " está correta.


Kurt Lewin foi um dos principais teóricos da Gestalt. Foi o fundador da Psicologia social e dos
estudos sobre a teoria da dinâmica de grupo, utilizando métodos científicos para estudar os
fenômenos que ocorrem em humanos, com aplicações na área organizacional e na Educação.
Seu conceito mais conhecido foi o de “espaço vital”, um espaço psicológico e não físico, “(...) a
totalidade de fatos que determinam o comportamento do indivíduo num certo momento”
(LEWIN, 1973).

2. Uma professora seleciona com cuidado o material que vai utilizar para apresentar um
conceito novo aos alunos. Além disso, organiza o assunto em graus de dificuldade e
lança mão da voz e dos gestos para sublinhar os aspectos mais importantes.

Segundo a Gestalt:

A alternativa "A " está correta.

Quando um professor dá uma aula, deseja sempre que ele próprio e o conteúdo se tornem
“figura”, e não “fundo” para os alunos. Segundo a Gestalt, no processo de percepção, a figura é
o elemento percebido primeiro e possui significado, destacando-se do fundo, que é menos
significativo. Quanto aos insights, eles são desejáveis, pois constituem percepções rápidas,
descobertas ligadas à compreensão, ao conhecimento, à intuição. Aprimoram a capacidade de
apreender alguma coisa, pois as soluções de problemas surgem de forma repentina.

MÓDULO 2

 Distinguir os princípios da teoria de Carl Rogers e a sua aplicabilidade na Educação

PREMISSA
No módulo anterior...
Verificamos a estreita relação entre a Psicologia e a Pedagogia, o surgimento do
Humanismo como a “terceira força na Psicologia”, em contraposição à Psicanálise e ao
Behaviorismo.

Vimos que a Psicologia da Educação Humanista se caracteriza pela visão positiva do ser
humano, pela valorização das suas escolhas e pelo foco no que é relevante para a
condição humana.

Abordamos a Gestalt, também conhecida como Psicologia da forma, como precursora da


Psicologia da Educação Humanista e seus vultos mais importantes.

 Fonte: Shutterstock.com | Por fran_kie

AGORA, ESTUDAREMOS UM DOS TEÓRICOS


MAIS IMPORTANTES DO HUMANISMO, CRIADOR
DA ABORDAGEM EDUCACIONAL CHAMADA
“LIBERDADE PARA APRENDER”.

PARA MIM, FACILITAR A APRENDIZAGEM É O
OBJETIVO ESSENCIAL DA EDUCAÇÃO, A MELHOR
MANEIRA DE CONTRIBUIR PARA O
DESENVOLVIMENTO DO INDIVÍDUO QUE APRENDE E
DE APRENDER AO MESMO TEMPO A VIVER COMO
INDIVÍDUOS. EU VEJO O PROCESSO QUE PERMITE
FACILITAR A APRENDIZAGEM COMO UMA FUNÇÃO
CAPAZ DE LEVAR A RESPOSTAS CONSTRUTIVAS,
PROVISÓRIAS E EVOLUTIVAS PARA CERTAS
INTERROGAÇÕES MUITÍSSIMO IMPORTANTES QUE
ASSALTAM OS HOMENS ATUALMENTE.

(ROGERS, 1986)

VAMOS EXPLICAR MELHOR ESSA CITAÇÃO:

Imaginemos uma professora que ama percepção do espaço. Alguém que acha que o homem
que entende o espaço, entende melhor a vida. Porém, quando ela fala sobre Geografia física
aos alunos, eles querem sair correndo.

Pelo que lemos, se essa professora utilizar as ideias de Carl Rogers, ela pode ter alguns
resultados diferentes. Se a educação é uma maneira de contribuir para o desenvolvimento do
indivíduo, então essa profissional não precisa chegar com a informação que tem, uma vez que
se ela faz isso, o aluno não tem o que fazer.
Da maneira com a qual essa profissional está agindo, o aluno só ouve, repete, anota, repete
para si e esquece. Se ela conseguir que o aluno primeiro perceba que aquele conhecimento é
importante, ela dará ferramentas para que ele consiga construir um pensamento sobre aquilo e
assim a coisa pode ser diferente.

Se, em vez de falar dos tipos de erosão, falar sobre o problema de uma região e pedir para que
os alunos, com a ajuda da Geografia, desvendem o que está acontecendo, eles serão
despertados pelo senso de empatia, pelo despertar do conhecimento.

 Fonte: Shutterstock.com | Por Monkey Business Images

QUEM FOI CARL ROGERS?


Fazendo uma breve biografia acadêmica de Carl Rogers (1902-1987), percebemos que o
norte-americano teve uma formação inicial em Ciências Físicas e Biológicas, além de ter
frequentado seminário teológico; e somente mais tarde se dedicou aos estudos da Psicologia,
área de seu mestrado e doutorado.
Fonte:Shutterstock
 Carl Rogers. Fonte: Bettmann Archive

INÍCIO DOS ESTUDOS


Tendo iniciados seus primeiros experimentos clínicos ainda apoiados na teoria behaviorista,
teria já trabalhado os princípios de ruptura com Freud e Skinner, aproximando-se das
proposições de Otto Rank (1884-1939), que já havia se desligado da linha ortodoxa de Freud.

INGRESSANDO EM PSICOLOGIA
Carl Rogers, trabalhando com as questões da Psicologia e da clínica, passou a perceber que a
prática poderia lhe dar mais possibilidades do que as amarras dos velhos conceitos
acadêmicos. Isso fez com que o professor Carl Rogers cada vez mais se dedicasse à clínica,
quando ele se torna professor universitário em Ohio (EUA), do que necessariamente à
reprodução de seus mestres.

CRÍTICAS
Sua busca era centrar-se no paciente e nas demandas relativas ao paciente; sua produção e
suas potencialidades de desenvolvimento e melhoria dos resultados. De todo modo, as críticas
iniciais a que foi submetido, justamente por se afastar de pressupostos, naquele momento
reconhecidos como clássicos; a relação com os estudantes ávidos por buscar e obter
resultados que não se manifestavam somente nos manuais, elevou-o à condição de um autor
em evidência na área da Psicologia, tornando-o um sucesso editorial.

“PROFESSOR ROGERS”
Foi como professor da Universidade de Chicago (EUA) e secretário executivo do Centro de
Aconselhamento Terapêutico que ele escreveu seu método de terapia centrada no cliente,
mudando a linha de formação dele próprio e se aproximando de pessoas como Kurt Goldstein
(1878-1965), formulando uma teoria da personalidade e conduzindo pesquisas sobre a
psicoterapia, o que muito pouco era feito com relação à abordagem do momento, a
Psicanálise.

APROXIMAÇÃO COM A EDUCAÇÃO


Em 1957, Rogers passa a ensinar na Universidade de Wisconsin (EUA), onde se graduou; lá
ele se aproximou definitivamente da Educação e do potencial de seus estudos para essa outra
ciência. Seu estudo de psicoterapia é brilhante, intensivo e controlado, utilizando a psicoterapia
em pacientes diagnosticados por esquizofrenia, extrapolando para outras dificuldades que
impactavam a vida dos pacientes e seus desenvolvimentos. Seus estudos sempre se
atentavam ao paciente e às suas relações ambientais, sociais, com ênfase no envolvimento da
família; o foco de sua abordagem buscava perceber as relações humanas como elemento
primordial.

RECONHECIMENTO
Desde 1964, Rogers associou-se ao Centro de Estudos da Pessoa, em La Jolla, Califórnia
(EUA), entrando em contato com outros teóricos humanistas, como Maslow (1908-1970), e
filósofos, como Buber (1878-1965) e outros.

Carl Rogers chegou ao auge de sua popularidade, passando a ser considerado referência por
muitos, por verem nele uma linha diversa da marcada pelo uso dos medicamentos, das
técnicas terapêuticas lineares e dos diagnósticos.

A TRAJETÓRIA DE CARL ROGERS PODE


PARECER UMA INFORMAÇÃO ENCICLOPÉDICA,
MAS NOS AJUDA A COMPREENDER O TRAJETO
DE SUA TEORIA.

A Psicologia não era um campo consolidado, ainda podemos chamar de campo inicial quando
Rogers se interessa por ela e, por conta disso, fortemente dominado pelas relações freudianas.
Os estudos sobre comportamento, reprodução, assimilação e as capacidades da mente
humana faziam parte dos noticiários, das revistas científicas e eram considerados avanços
importantes. Afinal, é importante lembrar que tanto Pedagogia como Psicologia, em termos
científicos, como campo de pesquisa, eram relativamente recentes. Ainda que nomes
importantes já viessem sinalizando outros caminhos, essa trajetória de rompimento nos dois
campos de uma vez (Psicologia e Educação) não foi nada fácil.

 RESUMINDO

A biografia de Rogers humaniza a pesquisa e o desafio vivido para que ela pudesse ter sido
empreendida. Ao desenvolver um modelo de Psicologia centrado no paciente, permite um
desdobramento de uma educação centrada no aluno. Esse paradigma não tem nada de
simples ou pequeno, mas representa efetivamente uma mudança da maneira como o senso
comum, ainda atualmente, pensa a Educação.

“TERAPIA CENTRADA NA PESSOA”?


Foi a abordagem psicoterapêutica criada por Carl Rogers, que considerava a saúde mental
como principal questão da Psicologia, contradizendo, por exemplo, a ênfase na neurose, da
Psicanálise e na modificação do comportamento observável, do Behaviorismo.

O terapeuta precisa criar um clima de empatia, compreensão e aceitação, permitindo ao cliente


expressar-se abertamente. Atua como um facilitador, sabendo que o paciente tem recursos
para a autocompreensão e para mudar o próprio comportamento.

Está fundamentada em três princípios: congruência, vivência livre dos sentimentos e atitudes;
consideração positiva incondicional do terapeuta em relação ao paciente; compreensão
empática, percebendo o quadro do paciente como se fosse o seu.


TODO O TRABALHO DA PSICOTERAPIA SE REFERE A
UMA FALHA NA COMUNICAÇÃO. A PESSOA
EMOCIONALMENTE DESADAPTADA, O 'NEURÓTICO',
TEM DIFICULDADES, EM PRIMEIRO LUGAR, PORQUE
ROMPEU A COMUNICAÇÃO CONSIGO PRÓPRIA E, EM
SEGUNDO, PORQUE, COMO RESULTADO DESSA
RUPTURA, A COMUNICAÇÃO COM OS OUTROS SE
VIU PREJUDICADA.

(ROGERS, 1997)

Ao se tornar "moda" no campo da Educação, Rogers o fez partindo de um preceito


fundamental: a educação deve ser centrada no aluno. Não é no problema do aluno, não é na
fragilidade do aluno, não é para agradar ao aluno, mas sim no entendimento que é nesse
sujeito complexo, cheio de relações, que é diferente, que efetivamente aprende, desenvolve e
descobre que deve estar o olhar do educador.

 Fonte: Shutterstock.com | Por Rawpixel.com

CARL ROGERS E A PROPOSTA DE


“LIBERDADE PARA APRENDER”
A síntese das ideias de Rogers sobre a Educação está no livro Liberdade para aprender
(1973), no qual questiona o papel da escola diante das questões sociais e da atualidade. Para
ele, o papel da Educação seria o de libertar a curiosidade, a indagação e a criatividade dos
alunos, permitindo que busquem seus próprios caminhos.

Fala de dois tipos de aprendizagem: a que tem o formato de “tarefa imposta”, meramente
intelectual, e a “experiencial”, significativa e repleta de confiança e aceitação mútua, que torna
o indivíduo autoconfiante e criativo.

Acredita que todos os indivíduos possuem uma potencialidade natural para aprender e que a
aprendizagem flui naturalmente quando o aluno escolhe livremente a sua orientação e se
defronta com problemas práticos, reais e do seu interesse.

O professor é chamado de “facilitador da aprendizagem” porque, segundo Rogers, não se pode


ensinar diretamente a alguém, o que se pode é facilitar a aprendizagem. O facilitador
disponibiliza aos alunos recursos de aprendizagem (o conhecimento do professor também é
um recurso de aprendizagem), cria um clima de confiança e aceitação mútua, permitindo a livre
expressão das ideias.

Precisa apresentar três qualidades essenciais:

Fonte:Shutterstock

 SAIBA MAIS

No livro, também relata algumas experiências bem-sucedidas de aplicação dessa metodologia.


Sintetizando, Rogers fala de dez princípios que norteiam a aprendizagem e precisam ser
respeitados. Vamos ver quais são:

O ser humano possui aptidões naturais para aprender.

A aprendizagem autêntica supõe que o assunto seja percebido pelo estudante como
relacionado aos seus objetivos e interesses.

A aprendizagem, que implica uma modificação profunda da organização interna, representa


uma ameaça e o aluno tende a resistir a ela.

Essa aprendizagem, que constitui uma ameaça interna, é mais facilmente assimilada quando
as ameaças externas são minimizadas.

Quando o sujeito se sente pouco ameaçado, a experiência pode ser percebida de maneira
diferente e o processo de aprendizagem pode se efetivar de forma positiva.

A verdadeira aprendizagem ocorre em grande parte por meio da ação.

A aprendizagem é facilitada quando o aluno participa ativamente do processo.

A aprendizagem espontânea envolve a própria personalidade do aluno.

Independência, criatividade e autonomia são facilitadas quando a autocrítica e autoavaliação


são privilegiadas em relação à avaliação feita por terceiros.

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A aprendizagem mais importante, no mundo moderno, é aquela que conhece o seu
funcionamento e permite ao sujeito a disposição para experimentar e assimilar suas mudanças.

Vamos pensar um pouco como a proposta de Rogers é impactante para a sala de aula:

EDUCAÇÃO NO SENSO COMUM

EDUCAÇÃO EM ROGERS

Como o indivíduo aprende?

O ser humano, na educação, deve absorver os conhecimentos transmitidos.


Como o indivíduo aprende?

O ser humano aprende, sempre, em todas as oportunidades, faz parte de seu cotidiano,
independentemente da transmissão.

O que aprende?

Os interesses, objetivos e conteúdos são definidos pela instituição e pelo professor; é função
do aluno ouvir.


O que aprende?

Os interesses do aluno são preponderantes para o aprendizado.

Como se comporta?
O aluno deve aceitar e repetir a educação recebida já que é para seu bem.


Como se comporta?

O aluno tende a resistir ao novo, ao que lhe tire da condição de conforto.

Como se firma o aprendizado?

O aluno aprende por absorção e recebimento das informações.


Como se firma o aprendizado?

O aluno aprende pelo fazer, pelo interagir, pelo reconhecer.

Qual a conclusão?

A aprendizagem é padrão e todos os alunos devem receber da mesma forma e eles são
classificados em graus.


Qual a conclusão?

A aprendizagem tem relação com a personalidade do aluno, seus interesses e como recebe a
interação com o outro.

EXEMPLO

Imagine que uma das turmas lecionada por um tutor seja cheia de alunos.
COMO PENSAR EM RELAÇÃO À
PERSONALIDADE DE CADA UM PARA PODER
DAR AULA?

Devemos ter em mente que Rogers não está ensinando a dar aulas, mas sim explicando como
o aluno aprende, o que chama a sua atenção.

EXPLICAÇÃO
O tutor deve começar a perceber que o aluno não aprende só com ele, mas sim que o aluno
tem um mar de colegas para troca. O que o autor nos traz é incômodo, pois é o conhecimento
novo, é a importância de se melhorar o significado, pensar um pouco mais no que o aluno
precisa.

Uma sugestão seria, na próxima aula de relevo, pedir para os alunos identificarem onde é a
casa deles, quem mora perto de lagoa, mora em morro, em plano, em vale e com isso
organizar a sala pelas regiões. Assim, eles conversarão sobre o que é morar naquela condição,
sobre o que tem de especial ou de problemático.

O SEGUIDOR MAIS CONHECIDO DAS


IDEIAS DE CARL ROGERS SOBRE
EDUCAÇÃO
Antes de terminarmos o módulo, vamos falar um pouco de Summerhill, uma escola fundada na
Inglaterra, em 1921, pelo educador Alexander Sutherland Neill (1883-1973) e uma das
pioneiras nas chamadas "escolas democráticas".

Atualmente, Summerhill é dirigida pela filha de Neill, Zoe Readhead e atende alunos que
cursam o que corresponde, no nosso sistema, ao ensino fundamental e ao ensino médio.
Fonte:Shutterstock
 Alexander Sutherland Neill

Fonte:Shutterstock
 Escola Summerhill. Fonte: wikimedia.org

É caracterizada por dois princípios: a possibilidade de os alunos escolherem se querem ou não


assistir às aulas e a realização de assembleias, das quais todos participam, para decidir as
normas da escola.

QUANDO FAÇO PALESTRA PARA UM GRUPO DE
PROFESSORES, COMEÇO POR DIZER QUE NÃO VOU
FALAR SOBRE ASSUNTOS ESCOLARES, SOBRE
DISCIPLINA OU SOBRE AULAS. DURANTE UMA HORA
MEU AUDITÓRIO OUVE EM ENLEVADO SILÊNCIO E,
DEPOIS DO APLAUSO SINCERO, O PRESIDENTE
ANUNCIA QUE ESTOU PRONTO PARA RESPONDER A
PERGUNTAS.

PELO MENOS TRÊS QUARTOS DAS PERGUNTAS QUE


ME FAZEM VERSAM SOBRE MATÉRIA ESCOLAR E
ENSINO. NÃO DIGO ISSO TOMANDO ARES
SUPERIORES, DE FORMA ALGUMA. DIGO-O COM
TRISTEZA E PARA MOSTRAR COMO AS PAREDES
DAS SALAS DE AULAS E OS EDIFÍCIOS COM
ASPECTO DE PRISÕES ESTREITAM A VISÃO DOS
PROFESSORES, IMPEDINDO-OS DE VEREM AS
COISAS VERDADEIRAMENTE ESSENCIAIS DA
EDUCAÇÃO.

O TRABALHO DELES TRATA COM UMA PARTE DA


CRIANÇA QUE ESTÁ ACIMA DO PESCOÇO, E
NATURALMENTE, A PARTE VITAL, EMOCIONAL DELA,
FICA SENDO TERRITÓRIO ESTRANGEIRO PARA O
MESTRE. EU GOSTARIA DE VER UM MOVIMENTO
MAIOR DE REBELIÃO ENTRE NOSSOS JOVENS
PROFESSORES. EDUCAÇÃO DE ALTO NÍVEL E
DIPLOMAS UNIVERSITÁRIOS NÃO FAZEM A MÍNIMA
DIFERENÇA NA CONFRONTAÇÃO DOS MALES DA
SOCIEDADE. UM NEURÓTICO LETRADO NÃO FAZ
DIFERENÇA ALGUMA DE UM NEURÓTICO ILETRADO.

(NEILL, 1980)

Essa ideia não tem nada de simples. A educação formal, uma vez recebida, mesmo para
aqueles que têm excelente desempenho pode não significar nada, mas ser tremendamente
relevante a alunos que foram considerados fracos na análise de seus "resultados".

Rogers e Neil apontam para o fato de que, quando é o centro, é no sujeito em que
observaremos as transformações e é a partir dele que deve ser pensada a educação como um
todo. Traços humanos devem ser postos em jogo, devem ser entendidos para que todos os
componentes possam ser observados (cotidiano, tensões, medos, transformações) e para que
a escola não vire um equivocado palco de disputas de inteligências mal formuladas.

EM BUSCA DA INTELIGÊNCIA
No processo educativo, professor e aluno experimentam mudanças em suas características
pessoais de ser e perceber.


QUERO QUE MEUS FILHOS ENTENDAM O MUNDO,
MAS NÃO APENAS PORQUE O MUNDO É FASCINANTE
E A MENTE HUMANA, CURIOSA. QUERO QUE ELES
COMPREENDAM O MUNDO PARA QUE POSSAM
FAZER DELE UM LUGAR MELHOR. CONHECIMENTO
NÃO É O MESMO QUE MORALIDADE, MAS, SE
QUISERMOS EVITAR ERROS PASSADOS E TOMAR
RUMOS POSITIVOS, PRECISAMOS ENTENDER.

UMA PARTE IMPORTANTE DESSA COMPREENSÃO É


SABER QUEM SOMOS E O QUE PODEMOS FAZER (...)
AS VIVÊNCIAS DE COMPREENSÃO QUE
VERDADEIRAMENTE IMPORTAM SÃO AS QUE
FAZEMOS COMO SERES HUMANOS NUM MUNDO
IMPERFEITO, QUE PODEMOS AFETAR POSITIVA OU
NEGATIVAMENTE.

(ROGERS, 1999)

A provocação de Carl Rogers nos ajuda a perceber um pouco mais; é só para ficar com a ideia
guardada, pois no próximo módulo estudaremos como a Psicologia humanista tem
recentemente se dedicado a pensar as inteligências.
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 Fonte: Shutterstock.com | Por fizkes

RESUMO
Estamos indo cada vez mais longe! Podemos entender que Rogers trouxe para a Educação
uma mudança fundamental: o olhar sobre o aluno.

O ALUNO NÃO É UM AGENTE PASSIVO DO


CONHECIMENTO, MAS ELE É O PRÓPRIO
PRODUTOR DO CONHECIMENTO.

Sabemos que esse conceito é difícil. Imagine alguém chegando em uma sala de professores
com essas ideias. Possivelmente, diversos colegas olhariam espantados. Isso se deve ao fato
de que nós somos muito acostumados a imaginar que o professor vem para trazer o
conhecimento. De fato, tem sentido.
Devemos refletir que alguns de nós escolheu uma profissão quando temos um referencial. Por
exemplo, alguns querem ser professor porque tiveram um professor fantástico. E não
necessariamente estamos falando sobre a aula que aquele professor dava, mas sim pelas
trocas que foram feitas, por acreditar nos alunos. Podemos entender em Rogers a questão do
desafio, da ação.

Vamos entender como funciona Psicologia humanista e Educação na prática:

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. FIEL ÀS IDEIAS DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO HUMANISTA, CARL
ROGERS AFIRMA QUE O EDUCADOR, A QUEM CHAMA DE FACILITADOR
DA APRENDIZAGEM, DEVE POSSUIR ALGUMAS ATITUDES QUE SÃO
CONSIDERADAS BÁSICAS.
QUAIS SÃO ELAS?

A) Autenticidade, aceitação, incongruência.

B) Autenticidade, aceitação, compreensão empática.

C) Autoritarismo, aceitação, compreensão empática.

D) Autenticidade, aceitação de algumas atitudes dos alunos, compreensão empática.

2. ROGERS ENUNCIOU DEZ PRINCÍPIOS QUE NORTEIAM A LIBERDADE


PARA APRENDER. UM DESSES PRINCÍPIOS É:

A) O ser humano não possui motivação natural para a aprendizagem, por isso precisa ser
treinado para issoA

B) A verdadeira aprendizagem ocorre por meio da atenção na aula e no estudo do conteúdo.

C) A aprendizagem autêntica supõe que o assunto seja percebido pelo estudante como
relacionado aos seus objetivos e interesses.

D) A aprendizagem ocorre por meio de estímulos e reforços, a mudança comportamental


ocorre por meio do reforço — estímulo do comportamento desejado.

GABARITO

1. Fiel às ideias da Psicologia da Educação Humanista, Carl Rogers afirma que o


educador, a quem chama de facilitador da aprendizagem, deve possuir algumas atitudes
que são consideradas básicas.
Quais são elas?

A alternativa "B " está correta.


A autenticidade se refere à expressão sincera das próprias ideias, emoções e dos próprios
sentimentos. Congruência: consiste na atitude autêntica diante do outro, na capacidade de
estabelecer uma relação sem máscaras, genuína e espontânea. Rogers propõe a
compreensão empática e a “Aceitação de outro indivíduo, como pessoa separada, cujo valor
próprio é um direito. É uma confiança básica — convicção de que a outra pessoa é merecedora
de crédito. Apreço pelo aprendiz como ser humano imperfeito, dotado de sentimentos e
potencialidades” (ROGERS, 1973). Essa aceitação deve ser relativa a todas as atitudes dos
alunos. Todos os princípios da teoria rogeriana apontam a necessidade da educação
democrática e nunca do autoritarismo.

2. Rogers enunciou dez princípios que norteiam a Liberdade para Aprender. Um desses
princípios é:

A alternativa "C " está correta.

Um dos princípios da Psicologia da Educação Humanista Rogeriana é a crença no potencial


humano. Segundo o autor, cada pessoa tem as respostas e os direcionamentos necessários
para conduzir a própria vida.

aprendizagem ocorre, em grande parte, por meio da ação e não da atenção na aula e no
estudo do conteúdo.

O autor afirma que a aprendizagem autêntica requer a motivação oriunda da percepção do


aluno de que o que está sendo aprendido é pertinente em relação aos seus objetivos, àquilo
que verdadeiramente lhe interessa.

MÓDULO 3

 Identificar atualidades da Psicologia da Educação Humanista, como a teoria das


inteligências múltiplas e a abordagem da inteligência emocional

PREMISSA
Encerramos o módulo anterior, que nos apresentou Carl Rogers – e as suas ideias sobre a
liberdade para aprender e as características do professor “facilitador da aprendizagem” –, um
dos mais conhecidos representantes da Psicologia da Educação Humanista.

Essa corrente teórica não ficou restrita ao início do século XX, teve seguidores e dissidentes e
frutificou em abordagens teóricas como as duas que veremos agora: a teoria das inteligências
múltiplas e a teoria da inteligência emocional. Vamos conhecê-las!

Este módulo será dedicado ao estudo de duas abordagens da inteligência, bastante


contemporâneas e que trazem marcas perceptíveis da Psicologia da Educação Humanista.

 Fonte: Shutterstock.com | Por Radachynskyi Serhii

CONCEITO DE INTELIGÊNCIA
Para começar, vamos conceituar inteligência. O termo inteligência tem muitas definições que
dependem, inclusive, da escola teórica que a define. Observe estas duas:

Karl Jaspers [1883-1969]

“A inteligência é a capacidade de utilizarmos um conjunto de instrumentos (atividade sensorial,


memória, habilidade psicomotora e verbal e resistência à fadiga), de modo a nos adaptarmos a
qualquer problema da vida.”

W. Stern [1871-1938]

“A inteligência é a capacidade de adaptação a novas situações mediante o emprego consciente


dos meios ideativos.”
 SAIBA MAIS

Podemos utilizar também uma definição bastante genérica, mas muito abrangente: a
inteligência é o conjunto de todos os atributos intelectuais do indivíduo, incluindo as
capacidades de conhecer, compreender, raciocinar, pensar e interpretar. Ela distingue o ser
humano dos outros animais, embora estudos mostrem que outras espécies, além do homem,
como os macacos e os cães, demonstram sinais de comportamento inteligente.

INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS: O QUE SÃO?


Antes de tratarmos sobre inteligências múltiplas, vamos falar sobre quem é Howard Gardner
(1943), um norte-americano, descendente de judeus fugidos do nazismo. Formou-se em
Harvard (EUA), onde entrou para estudar História do Direito, mas acabou seguindo os passos
do psicanalista Erik Erikson (1902-1994) e mudou a carreira acadêmica para os campos
combinados de Psicologia e Educação.

Fonte:Shutterstock
 Howard Gardner

Fez parte do Harvard Project Zero, que se destinava inicialmente às pesquisas sobre educação
artística. Sua pesquisa era sobre as inteligências múltiplas. Lançou um livro, em 1993,
chamado Inteligências múltiplas: teoria na prática, tornando-se um best-seller mundial e
projetando o autor e a sua teoria.
Os estudos de Howard Gardner sobre a inteligência tiveram grande impacto na Psicologia e na
Educação no final do século XX. Gardner contradisse o conceito de QI (Quociente de
inteligência) , ainda muito utilizado, e apresentou vários tipos de inteligência com suas
respectivas características.

Segundo o autor, nós já nascemos com essas inteligências, mas o desenvolvimento delas será
determinado não apenas pelos fatores genéticos e neurobiológicos, mas também por fatores
ambientais.

O viés humanista do pensamento de Gardner pode ser bem percebido nessa citação do autor,
ao falar da inteligência da criança e do papel do professor:


O MAIOR DESAFIO É CONHECER CADA CRIANÇA
COMO ELA REALMENTE É, SABER O QUE ELA É
CAPAZ DE FAZER E CENTRAR A EDUCAÇÃO NAS
CAPACIDADES, FORÇAS E NOS INTERESSES DESSA
CRIANÇA. O PROFESSOR É UM ANTROPÓLOGO, QUE
OBSERVA A CRIANÇA CUIDADOSAMENTE, E UM
ORIENTADOR, QUE AJUDA A CRIANÇA A ATINGIR OS
OBJETIVOS QUE A ESCOLA, O DISTRITO OU A
NAÇÃO ESTABELECEU.

(GARDNER, 1995)
 Fonte: Shutterstock.com | Por rozbeh

QUOCIENTE INTELECTUAL (QI)


O chamado quociente intelectual (QI) era o padrão utilizado para avaliar a inteligência humana
aceito no início do século XX e utilizado, por exemplo, para definir o desempenho escolar
esperado das crianças, correspondente à idade delas.

Os testes de QI, criados pelo psicólogo francês Alfred Binet (1857-1911,) eram amplamente
utilizados e fundamentados na relação entre a idade mental e a idade cronológica. Acreditava-
se que era possível verificar, por meio desses testes, se uma criança apresentava um
desenvolvimento mental normal, avançado ou com atraso.

O psicólogo alemão William Stern sugeriu que os escores dos testes de inteligência podiam ser
expressos em termos de um quociente de inteligência ou QI, de acordo com a fórmula:

QI = Idade Mental (IM) x 100

Idade cronol ógica (IC)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

 EXEMPLO
Se um indivíduo tem uma idade mental de 10 anos, segundo o resultado de um teste, e uma
idade cronológica de 8 anos, seu QI será de 125.

Com o decorrer dos estudos sobre a inteligência humana, Gardner percebeu que o conceito de
quociente intelectual era insuficiente para explicar fenômeno tão complexo.

Utilizando variadas formas de testagem, inclusive não verbais, estabeleceu que a capacidade
cognitiva humana pode ser mais bem descrita como um conjunto de oito capacidades mentais
e defendeu uma avaliação completamente diversificada do que ele denomina “inteligências
múltiplas”.

Esse perfil de inteligências caracteriza cada um de nós, e as múltiplas inteligências são


desenvolvidas em diferentes graus. Gardner explica que algumas pessoas são mais capazes
em certos setores que em outros, dependendo das inteligências mais desenvolvidas que
possuem, mas todos nós somos “inteligentes”.

É interessante refletirmos em Gardner que todos nós somos inteligentes, mais para algumas
áreas e menos para outras, e que isso define uma identidade intelectual de cada um.

Gardner propôs os seguintes tipos de inteligência:

LÓGICO-MATEMÁTICA

Quantificar dados e avaliar hipóteses.

LINGUÍSTICA

Lidar criativamente com palavras e símbolos.

CORPORAL-CINESTÉSICA

Coordenar mente e corpo.

MUSICAL

Diferenciar sons, ritmos, tons e timbres.

ESPACIAL
Perceber o mundo tridimensionalmente.

INTERPESSOAL

Entender os sentimentos e motivações das pessoas, colocando-se no lugar delas.

INTRAPESSOAL

Entender a si mesmo e aos seus próprios sentimentos e desejos.

NATURALISTA
Compreender a relação entre os seres vivos e o ambiente.

EXISTENCIAL

Questionar o sentido da vida e da morte.

 SAIBA MAIS

Primeiramente foram diagnosticadas as sete primeiras e somente com a continuidade das


pesquisas foram reconhecidas a existência de mais duas formas de inteligência (naturalista e
existencial).

Como disse Gardner em uma de suas obras:


[...] PELO MENOS SETE DIFERENTES MODOS DE
CONHECER O MUNDO — MODOS QUE EM OUTROS
LUGARES EU DEFINI COMO AS SETE INTELIGÊNCIAS
HUMANAS. DE ACORDO COM ESTA ANÁLISE, TODOS
NÓS ESTAMOS APTOS A CONHECER O MUNDO
ATRAVÉS DA LINGUAGEM, DA ANÁLISE LÓGICO-
MATEMÁTICA, DA REPRESENTAÇÃO ESPACIAL, DO
PENSAMENTO MUSICAL, DO USO DO CORPO PARA
RESOLVER PROBLEMAS OU PARA FAZER COISAS, DE
UMA COMPREENSÃO DE NÓS MESMOS. ONDE OS
INDIVÍDUOS DIFEREM É NO "VIGOR" DESSAS
INTELIGÊNCIAS — O ASSIM CHAMADO PERFIL DE
INTELIGÊNCIAS — E NA FORMA COMO TAIS
INTELIGÊNCIAS SÃO INVOCADAS E COMBINADAS
PARA EXECUTAR DIFERENTES TAREFAS, RESOLVER
PROBLEMAS VARIADOS E PROGREDIR EM VÁRIAS
ÁREAS.

(GARDNER, 1994)

RESUMO
Se unirmos as perspectivas que aprendemos com o Rogers com o tipo de inteligência do
Gardner, podemos perceber que cada aluno é um e por isso devemos ofertar possibilidades
para que o aprendizado possa se materializar.

 EXEMPLO

Quando pegamos um documento que tem sido muito trabalhado pela escola, como BNCC, em
especial quando ela fala das fases do desenvolvimento da criança, os tipos de
desenvolvimento que devem ser encorajados em cada fase, podemos reparar que já vimos
isso. A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) fala em educação por competência e
quando lida com o desenvolvimento infantil aponta que os objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento passam por reconhecer uma série de aspectos que percebemos presentes na
pesquisa de Gardner.

DANIEL GOLEMAN E A INTELIGÊNCIA


EMOCIONAL
Vamos encerrar este módulo apresentando um segundo movimento teórico importante na
Psicologia e que tem as suas raízes na Psicologia da Educação Humanista.

O conceito de inteligência emocional surgiu na década de 1990 e rapidamente ganhou


projeção no cenário mundial, provocando polêmicas, consensos e dissensos.

Estabelecia uma ruptura, de certa forma, com a ênfase na racionalização, base do pensamento
científico ocidental, resgatando a importância dos aspectos emocionais.

Daniel Goleman (1946) é um psicólogo, escritor e jornalista norte-americano, autor do best-


seller Inteligência emocional. Foi aluno no Amherst College e na Universidade da Califórnia,
ambos nos EUA. Recebeu o PhD na Universidade de Harvard (EUA) onde também lecionou.
Foi jornalista do The New York Times, onde cobria a seção de ciências do comportamento e do
cérebro.

Fonte:Shutterstock
 Daniel Goleman

O conceito de inteligência emocional está ligado ao de “inteligência social”. Podemos afirmar


que um indivíduo emocionalmente inteligente é aquele que consegue identificar e controlar as
próprias emoções com mais facilidade.

Sua formulação nos faz lembrar o conceito de “inteligência intrapessoal”, de Howard Gardner,
que assim a define:

(...) O CONHECIMENTO DOS ASPECTOS INTERNOS DE
UMA PESSOA: O ACESSO AO SENTIMENTO DA
PRÓPRIA VIDA, À GAMA DAS PRÓPRIAS EMOÇÕES, À
CAPACIDADE DE DISCRIMINAR ESSAS EMOÇÕES E
EVENTUALMENTE ROTULÁ-LAS E UTILIZÁ-LAS COMO
UMA MANEIRA DE ENTENDER E ORIENTAR O
PRÓPRIO COMPORTAMENTO. A PESSOA COM BOA
INTELIGÊNCIA INTRAPESSOAL POSSUI UM MODELO
VIÁVEL E EFETIVO DE SI MESMA. UMA VEZ QUE ESTA
INTELIGÊNCIA É A MAIS PRIVADA, ELA REQUER A
EVIDÊNCIA A PARTIR DA LINGUAGEM, DA MÚSICA OU
DE ALGUMA FORMA MAIS EXPRESSIVA DE
INTELIGÊNCIA PARA QUE O OBSERVADOR A
PERCEBA FUNCIONANDO.

(GARDNER, 1995)
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 ATENÇÃO

Se a escola fosse um palco linear onde todos fossem iguais e todas suas maneiras de medir
fossem idênticas, nossos modelos tradicionais seriam precisos. No entanto, a escola é feita por
pessoas, que têm diversas formas de inteligências e experimentos de como desenvolver essa
inteligência. Gardner nos faz pensar em pessoas e em como reconhecemos pessoas. O
professor também tem as suas inteligências, suas formas de organizar, ordenar, relacionar-se,
mas cabe a ele perceber que precisa de conhecimento, instrumentalizações, não para
transmitir, mas sim para desenvolver aspectos dessas inteligências. Grande desafio e, para tal,
precisamos entender um pouco mais.

QUAIS SÃO OS DOMÍNIOS BÁSICOS DA


INTELIGÊNCIA EMOCIONAL?
A vida atual e os desafios da modernidade fazem com que o conceito de inteligência emocional
tenha, atualmente, bastante aplicação. Se pegarmos como exemplo dessa questão os
professores, eles estão sendo constantemente desafiados em relação à manutenção da
serenidade e do equilíbrio emocional.

Segundo Daniel Goleman, no seu livro Inteligência emocional, há cinco domínios básicos a
partir dos quais essa inteligência se desenvolve. Vamos ver quais são:
AUTOCONHECIMENTO EMOCIONAL

Autoconsciência - melhora no reconhecimento e na designação das próprias emoções.

AUTOCONTROLE

Controle emocional - habilidade do sujeito para gerir as próprias emoções.

AUTOMOTIVAÇÃO

Persistência - capacidade de canalizar produtivamente as emoções.

EMPATIA
Reconhecimento das emoções dos outros, capacidade de adotar a perspectiva do outro.

SOCIABILIDADE

Aptidão social - habilidade em relacionamentos interpessoais.

ALGUMAS VANTAGENS DA INTELIGÊNCIA


EMOCIONAL
Segundo Daniel Goleman, o desenvolvimento da Inteligência Emocional traz inúmeras
vantagens não apenas intelectuais, mas na vida afetiva, social, profissional.

Pessoas que possuem inteligência emocional bem desenvolvida, dentre outras coisas:

Apresentam menor ansiedade e estresse.

Possuem autoestima mais elevada.

Desenvolvem melhores relações sociais.

Manifestam maior responsabilidade e comprometimento.


5

Têm maior poder de decisão.

Apresentam maior equilíbrio emocional.

São mais assertivas, têm metas e objetivos mais claros e persistentes.

Manifestam maior compreensão e empatia em relação ao próximo.

Resumindo, o autor fala que a inteligência emocional é:


(...) A CAPACIDADE DE CRIAR MOTIVAÇÕES PARA SI
PRÓPRIO E DE PERSISTIR NUM OBJETIVO APESAR
DOS PERCALÇOS; DE CONTROLAR IMPULSOS E
SABER AGUARDAR PELA SATISFAÇÃO DE SEUS
DESEJOS; DE SE MANTER EM BOM ESTADO DE
ESPÍRITO E DE IMPEDIR QUE A ANSIEDADE
INTERFIRA NA CAPACIDADE DE RACIOCINAR; DE
SER EMPÁTICO E AUTOCONFIANTE.

(GOLEMAN, 1996)
RESUMO
A Psicologia acabou por gerar uma transformação importante na Educação pelo debate sobre
o papel dos alunos, com a Gestalt, os insights, as “figuras” e técnicas para podermos
efetivamente trabalhar com os alunos.

Rogers ajudou a perceber que aluno tem autonomia, tem que ser lidado como indivíduo e que
o processo de educação não é um ato fácil, aceito, mas sim um processo de mediação
fundamental.

Quanto a Gardner e Goleman, pudemos perceber que alunos precisam ser estimulados em
suas inteligências, que são múltiplas, apresentam conjuntos emocionais fundamentais e devem
estar no olhar do docente, buscando fortalecer o que é mais efetivo e trabalhar para despertar,
fundamentar, estruturar as dificuldades que são apresentadas. Sempre com o olhar para o
aluno.

 COMENTÁRIO

Na prática, os professores precisam perceber quais os alunos que são fortes em liderança, e
contar com eles para ajudá-lo nos trabalhos baseados na solução de problemas. Uma
possibilidade é eles ajudarem na integração dos grupos.

É necessário ver quem tem mais facilidade física, e os que possuem um fundamento mais
estrutural nas operações imediatas têm que ganhar função, participação.

Existe um desafio pela frente, mas certamente com um conjunto de possibilidades bem mais
ricas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. HOWARD GARDNER DESENVOLVEU A CONHECIDA TEORIA DAS


INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS.

SOBRE UMA DELAS, DIZ GARDNER: “(...) EXECUTAR UMA SEQUÊNCIA


MÍMICA OU BATER NUMA BOLA DE TÊNIS NÃO É RESOLVER UMA
EQUAÇÃO MATEMÁTICA. E, NO ENTANTO, A CAPACIDADE DE USAR O
PRÓPRIO CORPO PARA EXPRESSAR UMA EMOÇÃO (COMO NA DANÇA),
PRATICAR UM JOGO (COMO NUM ESPORTE) OU CRIAR UM PRODUTO
[...] É UMA EVIDÊNCIA DOS ASPECTOS COGNITIVOS DO USO DO
CORPO” (GARDNER, 1995, P. 24).

O AUTOR ESTÁ FALANDO DE:

A) Inteligência espacial

B) Inteligência interpessoal

C) Inteligência musical

D) Inteligência cinestésica

2. DANIEL GOLEMAN FALA DE CINCO DOMÍNIOS DA INTELIGÊNCIA


EMOCIONAL.

OBSERVE AS DUAS COLUNAS A SEGUIR. A PRIMEIRA TRAZ O NOME DE


CADA DOMÍNIO DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL; A SEGUNDA
APRESENTA O CONCEITO DE CADA DOMÍNIO, MAS ESTÁ FORA DE
ORDEM.

1 – AUTOCONHECIMENTO EMOCIONAL
2 – AUTOCONTROLE
3 – AUTOMOTIVAÇÃO
4 – EMPATIA
5 – SOCIABILIDADE

( ) CONTROLE EMOCIONAL, HABILIDADE DO SUJEITO PARA GERIR AS


PRÓPRIAS EMOÇÕES.
( ) HABILIDADE EM RELACIONAMENTOS INTERPESSOAIS, APTIDÃO
SOCIAL.
( ) RECONHECIMENTO DAS EMOÇÕES DOS OUTROS, CAPACIDADE DE
ADOTAR A PERSPECTIVA DO OUTRO.
( ) AUTOCONSCIÊNCIA, MELHORA NO RECONHECIMENTO E
DESIGNAÇÃO DAS PRÓPRIAS EMOÇÕES.
( ) CAPACIDADE DE CANALIZAR PRODUTIVAMENTE AS EMOÇÕES,
PERSISTÊNCIA.

NUMERE A 2ª COLUNA NA ORDEM CORRETA, FAZENDO


CORRESPONDER AS DUAS COLUNAS.

AGORA, ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA A NUMERAÇÃO


CORRETA:

A) 2 – 5 – 1 – 4 – 3

B) 2 – 5 – 4 – 1 – 3

C) 5 – 2 – 4 – 1 – 3

D) 3 – 1 – 4 – 5 – 2

GABARITO

1. Howard Gardner desenvolveu a conhecida teoria das inteligências múltiplas.

Sobre uma delas, diz Gardner: “(...) executar uma sequência mímica ou bater numa bola
de tênis não é resolver uma equação matemática. E, no entanto, a capacidade de usar o
próprio corpo para expressar uma emoção (como na dança), praticar um jogo (como
num esporte) ou criar um produto [...] é uma evidência dos aspectos cognitivos do uso
do corpo” (GARDNER, 1995, p. 24).

O autor está falando de:

A alternativa "D " está correta.

O enunciado fala da inteligência corporal – cinestésica, habilidade do uso do corpo todo para
expressar ideias e sentimentos e para produzir ou transformar objetos. Ela é responsável pelo
controle dos movimentos corporais em situações e ambientes diversos.

2. Daniel Goleman fala de cinco domínios da inteligência emocional.

Observe as duas colunas a seguir. A primeira traz o nome de cada domínio da


inteligência emocional; a segunda apresenta o conceito de cada domínio, mas está fora
de ordem.

1 – Autoconhecimento emocional
2 – Autocontrole
3 – Automotivação
4 – Empatia
5 – Sociabilidade

( ) Controle emocional, habilidade do sujeito para gerir as próprias emoções.


( ) Habilidade em relacionamentos interpessoais, aptidão social.
( ) Reconhecimento das emoções dos outros, capacidade de adotar a perspectiva do
outro.
( ) Autoconsciência, melhora no reconhecimento e designação das próprias emoções.
( ) Capacidade de canalizar produtivamente as emoções, persistência.

Numere a 2ª coluna na ordem correta, fazendo corresponder as duas colunas.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a numeração correta:

A alternativa "B " está correta.

Assim Goleman, em sua obra Inteligência emocional (1996) fala dos cinco domínios da
inteligência emocional:

1 — Autoconsciência: reconhecer um sentimento quando ele ocorre — é o fundamento da


inteligência emocional. 2 — Lidar com emoções: lidar com os sentimentos para que sejam
apropriados é uma aptidão que se desenvolve na autoconsciência. 3 — Motivar-se: pôr as
emoções a serviço de uma meta é essencial para centrar a atenção, para a automotivação e o
controle, e para a criatividade. 4 — Reconhecer emoções nos outros: a empatia, outra
capacidade que se desenvolve na autoconsciência emocional, é a “aptidão pessoal”
fundamental. 5 — Lidar com relacionamentos: a arte de se relacionar é, em grande parte, a
aptidão de lidar com as emoções dos outros.

CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estudamos a Psicologia da Educação Humanista e suas principais bases teóricas.

O Humanismo surgiu fazendo sérias críticas à abordagem Behaviorista, pelo seu determinismo
exacerbado, e à Psicanálise, e sua ênfase nos determinantes inconscientes do comportamento
humano.

Caracterizada pela visão positiva do desenvolvimento humano, considera a educação um


fenômeno complexo demais para ser visto apenas por uma área do conhecimento, propondo
abordagens multidisciplinares. A educação exige, primordialmente, o estabelecimento de boas
relações interpessoais.

Dá ao aluno posição proeminente nos processos de ensino e aprendizagem. Ele, da mesma


maneira que o professor, é visto, em primeiro lugar, como uma pessoa, com todas as
potencialidades e necessidades dos seres humanos.

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
ANTUNES, M. A. M. Psicologia escolar e educacional: história, compromissos e
perspectivas. In: Psicologia Escolar Educacional. Campinas, v. 12, n. 2, p. 469-475, Dec. 2008.
Consultado em meio eletrônico em: 1 set. 2020.
GARDNER, H. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

GARDNER, H. Estrutura da mente: a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artmed,
1994.

GOLEMAN, D. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1996.

LEWIN, K. Princípios de psicologia topológica. São Paulo: Cultrix; Editora da Universidade


de São Paulo, 1973.

MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: Editora Pedagógica e


Universitária, 1986.

NEILL, A. S. Liberdade sem medo: Summerhill. São Paulo: IBRASA, 1980.

ROGERS, C. R. Tornar-se pessoa. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

ROGERS, C. R. Liberdade para aprender. Belo Horizonte: Interlivros, 1973.

ROGERS, C. R. Liberdade de aprender em nossa década. Porto Alegre: Artes Médicas,


1986.

ROGERS, C. R. Inteligência: um conceito reformulado. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999.

SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da psicologia moderna. São Paulo: Cengage


Learning, 2008.

EXPLORE+
Se você deseja aprofundar ou reforçar aspectos do conteúdo que foi desenvolvido nos
módulos, seguem algumas sugestões:

Leia o livro Carl Rogers, de Fred Zimring, da Editora Massangana que fala de um dos
principais expoentes da Psicologia da Educação Humanista.

Assista ao clássico filme Sociedade dos poetas mortos (1989), onde vários princípios da
Psicologia da Educação Humanista podem ser vistos.

Busque na web por palestras, debates e vídeos sobre o psicólogo Howard Gardner. Uma
delas se chama Para cada pessoa um tipo de educação.
CONTEUDISTA
Eloiza da Silva Gomes de Oliveira

 CURRÍCULO LATTES

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