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Anastácia

Bruno de Alegria Vasques Gurué

Domingos Alves

Gilda Mário Bacar

Leonardo Paulo Sadina

Magreth Selemane

Waissone Linguistone Malicene

Surgimento da Psicologia

(Licenciatura em Psicologia Educacional)

Universidade Pedagógica

Lichinga

2017
Anastácia

Bruno de Alegria Vasques Gurué

Domingos Alves

Gilda Mário Bacar

Leonardo Paulo Sadina

Magreth Selemane

Waissone Linguistone Malicene

Surgimento da Psicologia

(Licenciatura em Psicologia Educacional)

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira


de Epistemologia e História da Psicologia,
entregue no Departamento de Ciências de
Educação e Psicologia. Leccionada pelo
dr. Augusto Afonso Adriano.

Universidade Pedagógica

Lichinga

2017
Índice Página

1. Introdução............................................................................................................................ 3
2. Surgimento da psicologia .................................................................................................... 4
2.1. Importância do estudo da história da psicologia .......................................................... 4
2.2. As primeiras noções de Psique .................................................................................... 4
2.3. Perspectivas históricas ................................................................................................. 6
2.4. A origem da racionalidade ........................................................................................... 7
2.5. A medicina grega ......................................................................................................... 9
2.6. Precursores do surgimento da psicologia na antiguidade ............................................ 9
2.6.1. Sócrates- 469-399 A.C. Atenas ............................................................................ 9
2.6.2. Platão (428- 348 A.C. Atenas) ........................................................................... 10
2.6.3. Aristóteles- 384-322 A.C. Atenas ...................................................................... 10
2.7. A psicologia na idade média Séc V- XV .................................................................. 10
2.7.1. O desenvolvimento artístico e literário ............................................................... 11
2.7.2. Santo Agostinho- 354- 430 D.C. Argélia ........................................................... 12
2.7.3. São Tomás de Aquino 1225- 1274 D.C. Itália ................................................... 12
2.8. Renascimento Séc XIII-XVII .................................................................................... 12
2.9. Psicologia na idade moderna ..................................................................................... 13
2.9.2. Primeiras abordagens em Psicologia .................................................................. 13
2.9.3. Origem da Psicologia Científica ......................................................................... 14
3. Conclusão .......................................................................................................................... 16
4. Referências bibliográficas ................................................................................................. 17
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1. Introdução
Para começar os estudos da psicologia é importante estudar sua origem, ou seja, estudar sua
história e o contexto no qual esse fato ocorreu. Por isso antes de iniciarmos a história da
psicologia em si, estudaremos brevemente a importância da história na análise fenómenos
e/ou eventos. Estudar história é importante para que se tenha uma compreensão mais ampla
do presente, a partir dela é que sabemos como chegamos e porque chegamos onde estamos.

O presente trabalho insere-se no âmbito do surgimento da psicologia relativamente a cadeira


de Epistemologia e História da Psicologia.

Objectivo geral

 Estudar o surgimento da psicologia.

Objectivos específicos

 Indicar as principais abordagens do surgimento da psicologia;


 Explicar o surgimento da psicologia nas diferentes etapas.

Metodologia

Para a concretização do presente trabalho da cadeira de Epistemologia e História da


Psicologia recorremos ao método bibliográfico que culminou com a consulta de várias obras
de diversos autores.

Estrutura do trabalho

O presente trabalho goza estrutura de um trabalho científico e na sua mancha gráfica fazem
parte os seguintes elementos: capa, folha de rosto, introdução, desenvolvimento do trabalho,
conclusão e Bibliografia.
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2. Surgimento da psicologia
Quando se fala do surgimento da psicologia devemos ter em conta os seguintes aspectos, que
a psicologia surgiu com base em dois ramos distintos do conhecimento: a filosofia e a
medicina. Assim, o termo psicologia só aparece no século XVI, com Rodolfo Goclênio. A
palavra psicologia tem sua raiz etimológica nos termos:

Psyché – alma

Logos – razão (estudo)

A palavra em latim psychologia e creditada ao humanista croata Marko Marulic em seu livro,
Psichiologia de Ratione Animae Humanae, datado entre o século XV e século XVI.

2.1. Importância do estudo da história da psicologia


Estudamos a História da Psicologia porque é Psicologia, necessitamos saber como se
desenvolveu o estudo da mente humana, as dificuldades e questões por quais esta ciência
passou para podermos então entender a actual situação de forma clara. Devemos estudar o que
foi feito para saber o que fazer. Estudar Psicologia é dar continuidade ao trabalho de
importantes pensadores de outras épocas. Seria, no mínimo, rude ignorar os avanços feitos
anteriormente, avanços estes que podem parecer pequenos ou erróneos actualmente, mas que
em seu contexto histórico foram um grande passo para a Psicologia. Ora, se considerarmos a
grande diversidade presente na Psicologia, como entenderemos a divergência que ocorre entre
as linhas de pensamento se não buscarmos saber como essa separação surgiu? Daí a grande
importância do estudo histórico, estudamos o passado da Psicologia para que possamos
entender o presente e actuar no futuro com excelência, estudamos a história para nos
livrarmos de preconceitos pré-estabelecidos e formarmos os nossos próprios conceitos,
estudamos para poder enxergar a psicologia como um todo.

2.2. As primeiras noções de Psique


O termo psicologia aparece pela primeira vez como título de uma obra
publicada em 1590. Tratava-se de um livro escrito por Rudolf Goclenius
(1547- 1628), um professor da Universidade de Marburgo reconhecido por
suas contribuições à terminologia filosófica (Ferrater Mora, 1988).

Literalmente, o termo psicologia referia-se ao estudo da ciência da alma, ou da psique ou da


mente. Entre os antigos, o termo alma possuía vários sentidos. Podia significar sopro
(respiração), fogo (calor vital que se apaga com a morte) e sombra ou simulacro (o que está
sempre ao seu lado). Na verdade, as línguas antigas usam termos diferentes para referir-se a
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alma como sopro ou fôlego vivente e alma como referindo a uma instância imortal que habita
mas não pertence o corpo.

As primeiras manifestações de vida mental estavam relacionadas às preocupações com as


forças responsáveis pelo sucesso ou fracasso, individual ou colectivo. Para os antigos, as
vitórias e os fracassos eram decorrentes do poder de forças omnipresentes e misteriosas,
capazes de modificar o curso das coisas. A crença na existência destas forças e o desejo de
domesticá-las através de práticas religiosas marcou as primeiras noções da vida inteligente.
Como se sabe, práticas religiosas são crenças e cultos praticados por um grupo social, em que
uma força sobrenatural é objecto de devoção e temor. Características comuns a maioria das
religiões são: reconhecimento de uma força sobrenatural, a mediação sacerdotal, o uso de
rituais para estabelecer uma relação com o sagrado e um senso comunitário. Encontram-se
exemplos de práticas religiosas em todas as civilizações antigas. Existem registos escritos de
práticas religiosas que remontam a cerca de 1500 anos antes de Cristo. Para nosso estudo
vamos considerar as tradições religiosas dos povos helénicos por causa de sua importância no
pensamento filosófico que está na base da história das ideias do mundo ocidental.

Os ritos religiosos dos gregos, em particular no mundo homérico, no culto de Dionísio e no


mito órfico, apresentam referências sobre a alma, sua função e sua relação com o corpo.

No mundo homérico 700 a.C. acreditava-se numa alma separada do corpo. Uma alma que
abandonava o corpo na hora da morte em direcção ao Hades. Para eles a máxima expressão de
vida era quando alma e corpo estavam unidos, dirigindo todas as actividades. Tal situação os
levaria a ser como um deus na terra e a ter gosto pela vida. Mas esta explicação não esclarecia
como o homem era dotado de sentimentos, desejos e pensamentos.

O surgimento da psicologia começou com um paradoxo, uma aparente contradição, ao


observar que a psicologia é uma das mais antigas disciplinas académicas e, ao mesmo tempo,
uma das mais novas. O interesse pela psicologia remonta aos primeiros espíritos
questionadores. Sempre tivemos fascínio pelo nosso próprio comportamento, e especulações
acerca da natureza e conduta humanas são o tópico de muitas obras filosóficas e teológicas. Já
no século V a.C., Platão, Aristóteles e outros sábios gregos se viam às voltas com muitos dos
mesmos problemas que hoje ocupam os psicólogos: a memória, a aprendizagem, a motivação,
a percepção, a actividade onírica e o comportamento anormal. As mesmas espécies de
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interrogações feitas actualmente sobre a natureza humana também o eram séculos atrás, o que
demonstra uma continuidade vital entre o passado e o presente em termos de seu objecto de
estudo.

Apesar dessa divergência o importante é saber que o surgimento da psicologia surge quando o
homem busca a razão e da realidade científica aos mitos.

Assim, sob o ponto de vista da origem da palavra, psicologia significa: estudo da alma. Mas,
o que significava alma para os gregos antigos?

Os antigos gregos entendiam a alma como: Fonte da vida - elemento que fornece vida ao
corpo; Princípio imaterial que do movimento da vida; Centro da consciência, das emoções e
dos desejos.

Dentre os nomes de destaque preocupados com as questões que envolviam a alma


encontramos:

 Hipócrates (460 – 377 a.C.);

 Platão (428 – 347 a.C.);

 Aristóteles (384 - 322 a.C.);

Estes estudiosos preocupavam-se em estudar a natureza humana e voltavam sua atenção para:

 A consciência – a capacidade humana de perceber as coisas;

 O intelecto – a capacidade de pensamento e raciocínio;

 A ética e a moral que diferenciavam o homem dos animais.

Apesar de sua história não ser antiga, sua regulamentação como profissão ocorreu apenas em
27 de agosto de 1962, quando passou a se comemorar o dia do psicólogo.

2.3. Perspectivas históricas


A psicologia possui um longo passado, mas uma história curta. Com essa frase
descreveu Hermann Ebbinghaus, um dos primeiros psicólogos experimentais, a situação da
psicologia tanto em 1908, quando ele a escreveu, como hoje: desde a Antiguidade pensadores,
filósofos e teólogos de várias regiões e culturas dedicaram-se a questões relativas à natureza
humana: a percepção, a consciência, a loucura. Apesar de teorias "psicológicas" fazerem parte
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de muitas tradições orientais, a psicologia enquanto ciência tem suas primeiras raízes nos
filósofos gregos, mas só se separou da filosofia no final do século XIX.

O culto de Dionísio era uma tendência religiosa que acreditava em um profundo desacordo
entre a alma, investida de valor sagrado, e o corpo. Para eles a alma preexistia ao corpo, e
quando o habitava guardava consigo a nostalgia do além e sentia o corpo como uma prisão.
Então o culto com transes frenéticos, ao som de tambores e flautas, intermediava uma
conciliação entre esta alma e o deus, com ela identificado, para assim encontrar a plenitude.

O mito órfico, que apresenta muita semelhança com o episódio bíblico de Adão e Eva, traz a
concepção do duplo princípio do bem e do mal, a ideia de que o mundo nasceu de um crime
contra a unidade do deus, e que o objectivo final é o retorno à unidade indevidamente
quebrada. O corpo é um túmulo do qual a alma deve libertar-se e purificar-se através da roda
dos nascimentos, deixando um corpo para se introduzir em outro (Anánke). Desta forma, só
submetendo-se aos preceitos da vida órfica, isto é, repudiando os prazeres do corpo e as
atracções da vida terrena, pode-se alcançar a libertação (Mueller, 1968).

Estas posições extraídas de um contexto mítico e religioso descrevem corpo e alma como
entidades separadas.

2.4. A origem da racionalidade


Encontramos, a seguir, o primeiro período filosófico e que é designado como filosofia pré-
socrática. Esta filosofia inaugura uma série de conceitos que ainda são usados e discutidos
hoje. São as noções de „princípio', „elemento', „matéria', „forma', „ser', „devir', e „espírito'. O
problema principal da filosofia pré-socrática era a questão do „arkhé', ou seja, do princípio de
todas as coisas, ou seja, o questionamento do ser permanente tendo em vista o movimento e a
mudança. O problema não era referente a tempo, mas sim à essência.

Os físicos preocupavam-se com o princípio de unidade. Eles queriam saber qual o princípio
unitário do qual se originavam e que também transformava o mundo real. Assim, para Tales
de Mileto (624-546 a.C.) este princípio unitário era a água, para Anaximandro (610-547 a.C.)
era o „apeiron' (algo imortal, imperecível, indeterminado e indiferenciável, ilimitado), para
Anaxímenes (588-524 a.C.) era o ar (dele origina-se a noção de pneuma, sopro criador da vida
e animador dos organismos) e para Heráclito era o fogo. O princípio unitário do fogo,
defendido por Heráclito, foi também a primeira formulação da ideia de devir, de dialéctica.
Ele dizia que o mundo não foi criado, nem deus, nem homem. O mundo é, para ele, o fogo
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eternamente vivo, renovando-se permanentemente. O devir, este renovar permanente, não é


anárquico e nem está dominado pela medida, pelo logos (sentido, lei) (Mueller, 1968;
Hirschberger, 1973). Note-se que até o conceito de matéria era infinito. Com Pitágoras de
Samos (532, a.C.) surgem os conceitos de limites (peras) de número e de harmonia cósmica
(as formas que ordenam o ser não surgem caprichosamente, ao contrário, constituem um
sistema, um todo que tem harmonia cósmica). A alma era entendida como sendo a harmonia
cósmica.

Os primeiros estudos sobre a relação entre mecanismos sensoriais e conhecimento pertencem


a Alcméon, um médico que viveu na cidade de Crotona na parte meridional da Itália, em
torno do século V a.C., e identificado como pertencendo a escola de Pitágoras. Ele dessecava
animais para estudar seus esqueletos, músculos e cérebro. Seus estudos mostraram a
existência de vias nervosas e suas ligações com o cérebro. Por exemplo, descobriu que
determinadas vias partiam dos olhos para levar a luz até o cérebro. Tem-se, desta forma, uma
primeira teoria, ainda que rudimentar, de fisiologia dos sentidos estabelecendo o cérebro
como órgão central da alma (Rosenfeld, 1993). Alcméon definiu a alma humana em três
partes: intelecto, consciência e paixão. As três partes da alma são descritas pelo próprio
Alcméon da seguinte forma: "O intelecto e as paixões encontram-se igualmente em todos os
seres vivos, mas a consciência só existe no homem.

O princípio da alma se estende do coração ao cérebro; as


paixões têm a sua sede no coração, e o intelecto e a consciência
residem no cérebro" (citado por Spinelli, 1998, p. 1361).
Alcméon é considerado o primeiro a fazer tal distinção entre o
homem e os outros animais. Tanto os homens quanto os animais
experimentam sensações mas somente os homens são capazes de
pensar.

Anaxágoras (c500-420 ou 499-428 a. C.) introduziu o princípio do espírito: o nous (a


inteligência, a mente, a razão) – algo divino, infinito, existe para si, é omnisciente e
omnipresente, o criador de todas as coisas. Brugger (1987, p. 321) define o nous do seguinte
modo: "Enquanto os sentidos nos mostram somente o mundo do devir e do perecer, termo
médio entre o ser propriamente dito e o nada, o Nous (vouç) penetra até as ideias, formas
exemplares ou unidades objectivas eternas, não sensíveis, que existem fora e acima das coisas
sensíveis e conferem seu verdadeiro sentido ao mundo e à vida."
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2.5. A medicina grega


Na Grécia Antiga a medicina era sacerdotal. Procurava-se a cura para a doença através da
magia, poções benfazejas, feitiços, e vários tipos de aplicações e cirurgias. Foi Alcméon de
Crotona, na Itália, em torno do século V a. C., o primeiro médico a basear seus conhecimentos
sobre o corpo em observações objectivas. Ele organizou uma escola de medicina em sua
cidade para substituir a medicina religiosa e mística por uma medicina racional. Alcméon
acreditava que a relação entre saúde e doença estava no equilíbrio ou desequilíbrio dos
sistemas corporais. (Hothsersall, 1990).

O sucessor de Alcméon foi Hipócrates (c.460-c.355 a. C.), um filho de sacerdote, que iniciou
suas actividades médicas na tradição religiosa mas as substituiu, posteriormente, por uma
medicina racional. Acredita-se que, em suas origens, Hipócrates tenha recebido influências
das escolas filosóficas dos jónicos e principalmente dos pitagóricos, e também de práticas
orientais do Egipto e da Índia. Sua medicina baseava-se numa teoria dos humores, na qual o
ser humano era descrito como formando um todo composto de quatro partes independentes
que eram os quatro humores: o sangue, a fleuma (chamada também linfa ou pituíta), a bílis
amarela, a bílis negra ou atrabílis, cada uma das quais relacionadas a um órgão particular: o
coração, o cérebro, o fígado e o baço. A saúde seria o resultado do equilíbrio dos humores. A
medicina de Hipócrates assinalou o desempenho do cérebro no organismo e o reconheceu
como a sede da inteligência. Também descreve as ramificações do cérebro com todas as
partes do corpo e o modo como recebe as informações dos diversos canais dos sentidos
(Mueller, 1968).

2.6. Precursores do surgimento da psicologia na antiguidade


São destacados os seguintes precursores:

2.6.1. Sócrates- 469-399 A.C. Atenas


A principal característica humana é a razão, que separa o homem dos outros animais. A razão
permite o homem controlar seus instintos.
Sócrates também estava nesta na linha de preocupações com as questões eminentemente
humanas. Interessava-se, especialmente, pelo estudo da moralidade, da ética, e da virtude.
Sócrates diferenciava-se dos demais filósofos mencionados justamente por não oferecer uma
doutrina, e por sua insistência em atacar, de qualquer ponto, toda a doutrina que não tinha
como objecto único o estudo do bem e do mal. Assim, era contrário à preocupação
cosmológica dos filósofos de Jónia, as teorias de Heráclito, e ao discurso dos sofistas. Para
Sócrates o saber fundamental era o "conhece-te a ti mesmo". E como filósofo sua maior
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virtude, segundo o oráculo Delfos, era saber que não sabia nada. Deste ponto de vista é fácil
estabelecer uma clara linha divisória entre o subjectivismo dos sofistas e o subjectivismo de
Sócrates. Segundo os sofistas o sujeito humano é um espelho da realidade; sendo esta
multiforme, o espelho o será do mesmo modo. Segundo Sócrates o sujeito humano é o centro
de toda a inquisição; como esta se reduz a uma única questão, conhecer o bem, o sujeito tem
uma só realidade. Para Sócrates todo o saber deve estar dirigido para o conhecimento da
realidade do homem.
Sócrates tornou-se uma figura polémica em seu tempo por destruir crenças tradicionais e
demonstrar os falsos saberes. Contudo, o que mais incomodou seus contemporâneos foram
suas referências ao modo de viver das pessoas. Ele era capaz de achar problemas em qualquer
situação e estava muito mais preocupado em questionar do que em solucionar. Para ele, a
virtude e o saber não são incompatíveis pois o saber levará a virtude e a virtude ao saber. A
virtude deve aparecer como o resultado de uma busca racional infatigável de uma profunda
penetração em si mesmo.

2.6.2. Platão (428- 348 A.C. Atenas)


A precupação deste filosofo era de definiu o lugar da razão no corpo, para ele a alma
encontra-se na cabeça. Quando alguém morre, a matéria desaparecia e a alma tornava-se livre
para habitar outro corpo. A alma era separada do corpo, portanto a medula é o elo de ligação
da alma ao corpo.

2.6.3. Aristóteles- 384-322 A.C. Atenas


Para ele a sua preocupação foi de inovar a ideia do Platão que a alma e o corpo não podem
ser dissociados ou não podem ser separados, porque a Psyché seria todo princípio activo de
vida. Tudo aquilo que cresce, se alimenta e se reproduz possui uma alma ou psyché = é o
princípio activo da vida. Tudo que vive tem Alma.

Por tanto 2300 anos antes do advento da psicologia cientifica, os gregos já haviam formulado
duais teorias: a Platonica, que postulava a imortalidade da alma e a concebia separada do
corpo. E a Aristotélica, que firmava a mortalidade da alma e sua relação de pertencimento ao
corpo.

2.7. A psicologia na idade média Séc V- XV


O aparecimento e desenvolvimento do Cristianismo. Psicologia relacionada com o
conhecimento religioso. A igreja católica monopolizava o saber, consequentimente o estudo
de psiquismo. Nesse sentido dois grandes filosofos representaram esse periodo Santo
Agostinho e são Tomás Aquino.
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Desde seu aparecimento, o pensamento cristão foi cindido por duas tendências opostas. A
primeira, acentuadamente mística, era pessimista e fatalista. Traindo sua origem oriental e
profundas influências maniqueístas, preocupava-se excessivamente com a noção de pecado e
procurava levar o homem a ver na vida terrena uma desgraça, da qual devia libertar, em busca
da vida futura.

A segunda era marcadamente racionalista, o que a levava a encarar, de forma optimista a


salvação do homem. A vida era valorizada como um dom de Deus, que devia ser cuidado e
desenvolvido, merecendo com seu sucesso, a justificação do homem após a morte.

Tal conflito de posições, por sinal presente no cristianismo em nossos dias, decidiu os
pensadores cristãos durante as várias fases da Idade Média.

A primeira tendência predominou até o século XI e teve, a incentiva-la, o impacto causado


pelas invasões bárbaras e pela ruína do Império Romano. Nos séculos XII e XIII, predominou
a tendência racionalista.

Os séculos XIV e XV constituem um período de crise para a Teologia Cristã e para a


escolástica, ao mesmo tempo em que se acentuam os elementos desagregadores que levariam
à Reforma.

2.7.1. O desenvolvimento artístico e literário


As artes: As realizações artísticas da Idade Média foram bastante modestas, até o século X. A
partir de então, observou-se uma fase de grande desenvolvimento das artes, intensificada,
mais tarde, com a generalização da vida urbana.

Arquitectura: Dois estilos se desenvolveram na arquitectura da Idade Média Ocidental: o


romântico e o gótico. O romântico caracterizava-se por planta baixa em formato de cruz
latina; paredes maciças e com poucas aberturas, interiores escuros. Ex. na Itália, a Catedral de
Pisa; em Portugal, a Sé Velha de Coimbra. O estilo gótico desenvolveu-se depois do século
XII, com os seguintes elementos básicos: formas agudas, em linhas verticais, arco em ogiva,
abóboda angulosa, etc. Ex. A catedral de Notre-Dame de Paris, a Catedral de Cantuária, na
Inglaterra.

Música: Ao lado da música erudita, essencialmente religiosa, cumpre lembrar a música


profana, em suas duas formas: a aristocrática (mais cuidada; executada nos castelos pelos
menestréis e segréis) e a popular.
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As Universidades: A educação escolar assumiu, na Idade Média Ocidental, variadas formas.


Suas instituições mais características foram, no entanto, as escolas mantidas pelos ostreiros e
pelas catedrais, bem como as universidades.

As escolas dos mosteiros e das catedrais ministravam ensino básico para os estudos superiores
de Filosofia e Teologia dos clérigos. Tal ensino, aberto também aos leigos, tinha por
disciplina as “Sete Artes Liberais”, divididas, conforme o costume romano, em dois
conjuntos, o “trivium”, composto de Gramática, retórica e o “quadrivium”, em que apareciam:
a Aritmética, A Geometria, a Astronomia e a Música.

2.7.2. Santo Agostinho- 354- 430 D.C. Argélia


Esse filosofo inspirado em Platao, tambem fazia cisao entre alma e corpo. Entre tanto, para
ele, a alma não era somente a sede da razao, mais a prova de uma manifestacao divina no
homem. A alma era imortal por ser o elemento que liga o Homem a Deus.

2.7.3. São Tomás de Aquino 1225- 1274 D.C. Itália


Esse filosofo, viveu no periodo que prenunciava a ruptura da igreja católica,o aparecimento
do prostentatismos. Essa crise economica e social leva ao questionamentos da Igreja e dos
conhecimentos produzidos por ela. São Tomás Aqimo foi buscar em Aristoteles a distincao
entre essência e existência. Porem ao contrario de Aristoteles, afirma que somente Deus seria
capaz de reunir a essencia e existencia em termos de ingualidade. Portanto a busca de
perfeição pelo homem seria a busca de Deus.

2.8. Renascimento Séc XIII-XVII


Pouco mais de dois seculco apos a morte de São T. Aquino,tem inivio uma epoca de
transformacoes dradicais de mundo Eroupeu. E o renascimento.

O mercatelismo leva a descoberta de novas terras. Da se, também, um processo de valorizacao


do Homem. As transformações ocoren em todos sectores da actividade humana. Inclusive na
ciência, esse avanco da aproducao de conhecimento propicia o inicio da sistematização do
conhecimento cientifico. Neste periodo de trnsformacoes, René Descartes, um dos filosofos
que mais contribuiu para o avanco da ciencia, postula a separação entre a mente (Alma,
espirito) e corpo, afirmado que o Homem possui uma substancia imaterial e uma substancia
pensante, e que o corpo desporvido do espirito é apenas uma maquina. Este dualismo mente-
corpo torna posivel o estudo do corpo Humano morto, oque era impensável nos seculos
anteriores (o corpo era considerado sagrando pela igreja, por ser a sede da alma), e desa da
autonomia e da fisiologia, que iria contribuir para o progreso da psicologia.
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2.9. Psicologia na idade moderna


A psicologia como ciência, ou seja como conhecimento sistematizado e como referência clara
no mundo empirico, caracteristicas do mundo moderno, a crençaa na ciência como forma de
conhecer o mundo e dar respostas e soluções para os problemas da vida humana.

No século XIX, destaca-se o papel da ciência no crescimento da nova ordem social, o


capitalismo trazendo consigo o processo de industrialização para qual a ciência deveria dar
respostas e soluções práticas no campo da técnica para uma melhor compreensão. O
capitalismo pós esse mundo em movimento, com a necessidade de questionar as hieriarquias
há tantos séculos estabilizados. O universo também foi posto em movimento.

 Hegel demonstra a importância da história para a compreensão do homem;


 Darwin e a Teoria da Evolução em 1859 (Inglaterra); A noção de verdade passa a
contar com o aval da ciência.
 Positivismo de August Comte- necessidade de um maior rigor científico na construção
de conhecimento nas ciências humanas. (1798- 1857, França).

Os problemas e temas da Psicologia, estudados apenas pela filosofia, são estudados também
pela Fisiologia. Pensamentos, percepções e sentimentos são resultados do funcionamento do
sistema nervoso. Compreensão dos mecanismos cerebrais.

Criação do primeiro laboratório de Psicologia na Alemanha, em 1879. Fenômenos


psicológicos vão adquirindo status científicos.
Paralelismo Psicofísico de Wundt, uma estimulação física (picada de agulha) teria uma
correspondência na mente do indivíduo. Método de instrospecção- o sujeito descreve a
sensação.

2.9.1. Psicologia cientifica


 Se liberta da Filosofia.
 Define seu objeto de estudo.
 Delimita seu campo de estudo.
 Formula métodos de estudo e teorias.

2.9.2. Primeiras abordagens em Psicologia


 Funcionalismo - Willian James (1.878)
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Estudo da consciência e a compreensão de seu funcionamento. Como o homem usa a


consciência para adaptar-se ao meio.
 Estruturalismo- Tichner (1.901)
Aspectos estruturais da consciência. Estados elementares da consciência como estruturas do
sistema nervoso.
 Associacionismo- Thorndike (1874 - 1949)
Formulação da primeira teoria da Aprendizagem;
A aprendizagem se dá por um processo de associação de idéias. Para aprender uma coisa
complexa, ela precisaria aprender primeiro as idéias mais simples;
Lei do efeito- todo comportamento tende a se repetir se for recompensado. Se for castigado,
tenderá a não ocorrer mais.
 Behaviorismo Iniciado com Watson
Burrhus F. Skinner publicou, em 1945, o livro Science and Human Behavior. A publicação
desse livro marca o início do Behaviorismo Radical.
 Gestalt Max Wertheimer (1880-1943)
Wolfgang Köhler (1887-1967) e Kurt Koffka
 Psicanálise Sigmund Freud
Os primórdios da psicanálise datam de 1882 com Freud, médico recém formado.
Outros autores: Melanie Klein; Carl Jung.
 Epistemologia Genética Jean Piaget 1896- 1980.

 Teoria Sócio-Histórica Lev Vigotski 1896-1934.

2.9.3. Origem da Psicologia Científica


A psicologia se manteve ligada a filosofia desde o tempo dos antigos gregos e assim
atravessou os séculos até o século XIX.

De acordo com FUCHS e MILAR, no meio do século XIX


houve o desenvolvimento científico da psicologia, o qual uniu as
filosofias da mente aos estudos da fisiologia. No século XVIII já
havia estudos da mente, mas sem o método e rigor com que foi
estudado no século XIX.

Antes deste período, no começo do século XIII, Christian Wolff foi o primeiro a utilizar o
nome psicologia para denominar o estudo da mente. O seu método dividiu psicologia em dois,
que são: psicologia empírica e psicologia racional. Os dados da mente que resultaram da
observação de si e das outras pessoas eram denominados psicologia empírica e a psicologia
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racional interpretavam os dados obtidos na psicologia empírica pelo meio do uso da razão e
da lógica.

No entanto, temos como o pai da psicologia moderna, e fundador da psicologia enquanto


ciência experimental, Wilhelm Wundt (1832-1920), que criou no fim do século XIX, mas
precisamente em 1879, o primeiro laboratório de psicologia, na Universidade de Leipzig, na
Alemanha.
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3. Conclusão
Conclui-se que, este trabalho em destaque tem como base aparecimento do manual
pesquisado e anexando os conhecimentos estudantis e as habilidades formadas, foi muito
importante investigar o Surgimento da Psicologia, que ajudará a identificar os elementos
enquadrados dentro do mesmo. De salientar ainda que o estudo em destaque ajudou a
compreender e entender a sua essência.
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4. Referências bibliográficas

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