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PROPÓSITO
Compreender a Psicologia enquanto ciência, assim como seus temas relevantes e as
metodologias de pesquisa disponíveis, para o consumo de pesquisas de qualidade e o
desenvolvimento do pensamento científico.
PREPARAÇÃO
Ter à mão um bom dicionário de Psicologia ajuda na hora de buscar conceitos mais
específicos. O APA dictionary of psychology (dicionário virtual, em inglês), da American
Psychological Association, é um dos mais reconhecidos e consultados na área. Outro bastante
utilizado é o Diccionario de Psicología (em espanhol), de Umberto Galimberti.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
INTRODUÇÃO
Apresentaremos conceitos relativos à metodologia de pesquisa em Psicologia, bem como o
pesquisador desse campo da ciência e os temas relevantes de pesquisa nessa área.
A pesquisa psicológica tem uma ampla gama de possíveis objetos. O objeto de estudo de
Freud, por exemplo, foi o inconsciente. Já o de pesquisa de Skinner foi o comportamento.
Ainda existem várias pesquisas psicológicas de referências com objetos de pesquisas diversos.
Como a ampla área que ela é, a Psicologia tem uma série de temas relevantes para as
pesquisas psicológicas. Podemos citar os processos de aprendizagem, sensação e percepção,
bem como a personalidade.
A aprendizagem, por exemplo, é tema de pesquisas com muitas interfaces, especialmente com
a educação e a neuropsicologia – e, mais recentemente, a neuropsicopedagogia. A Psicologia,
assim, desenvolve teorias de aprendizagem, bem como métodos de avaliação.
MÓDULO 1
Senso comum
Método científico
O conhecimento do senso comum é extraído de nossa cultura e vida diária por meio do
cotidiano ordinário. O cotidiano pode ser compreendido como a vida por excelência na qual as
coisas acontecem e em que experimentamos a realidade.
Agora você está lendo e estudando este conteúdo; logo depois, encontrará seus amigos e vai
ao cinema. Amanhã, por sua vez, acordará atrasado para o trabalho – e assim por diante. Isso
demonstra estarmos vivos.
Foto: Shutterstock.com
O senso comum concebe o conhecimento por meio das crenças culturais de um povo,
sendo transmitido pelas gerações e tido como verdadeiro.
Por pertencer a esse senso, o conhecimento popular, por outro lado, não é testado, verificado
ou metodicamente analisado; contudo, justamente pelo fato de não ter sido testado, o saber
popular ou o senso comum não pode ser invalidado ou desmerecido.
EXEMPLO
Quando chegamos a casa com dor de estômago, pedimos um chá para nossa avó, a qual, de
fato, não conhece os princípios ativos daquela planta, embora saiba como nos curar de
imediato. O conhecimento popular de plantas medicinais é um saber popular tradicional
passado de geração para geração – especialmente por mulheres.
A palavra "método" deriva dos radicais gregos meta (Default tooltip) e odos (Default tooltip) .
Portanto, todo e qualquer procedimento feito ao longo do caminho para obter um resultado,
como uma boa colheita, uma alfabetização competente ou um bom eletrodoméstico, está
relacionado a um método.
A ciência é, acima de tudo, reflexiva; por meio de estudo sistemático, ela tem o intuito de
elucidar e alterar o mundo real.
Por isso, o conhecimento científico está diretamente relacionado com o método científico.
Além disso, na nossa vida cotidiana, também levamos em conta o conhecimento científico. A
ciência se refere ao mundo real; no entanto, afasta-se da realidade para poder compreendê-la
como objeto de investigação.
A lei da gravidade é uma explicação científica proposta por Newton graças à observação de um
acontecimento cotidiano: uma fruta que caía da árvore.
Mesmo o mais especializado dos cientistas, salientam Bock, Furtado e Teixeira (2018), está,
fora do seu laboratório, à mercê da dinâmica do cotidiano, criando, por isso, as próprias regras
de sociabilidade e funcionamento. Nessa faceta da vida, ou seja, a vida cotidiana, a praticidade
e a solução rápida de problemas do dia a dia são o que realmente importa.
EXEMPLO
A PSICOLOGIA CIENTÍFICA
HISTÓRIA
Imagem: Shutterstock.com
A Psicologia não nasceu com o estatuto de ciência: ela surgiu primeiramente como um ramo da
Filosofia. O termo em si (psique (Default tooltip) e logia/logos (Default tooltip) ) foi
encontrado pela primeira vez em livros do século XVI. Por alma eram compreendidos os
processos de todos os fenômenos mentais e espirituais.
A visão da Psicologia como ciência é recente se comparada à de outras áreas como, por
exemplo, a Biologia e a Física. Enquanto disciplina científica, ela surgiu em 1879 com os
estudos de Wilhelm Wundt, em Leipzig, na Alemanha.
Segundo Araújo (2009), “Wundt (1832-1920) é um típico professor alemão do século XIX, cuja
vasta erudição é uma de suas características essenciais. Assim, não só escreve de forma
bastante rebuscada – com longos períodos intercalados por várias orações subordinadas –
como constrói seu pensamento a partir de conceitos e expressões da própria tradição filosófica
alemã que lhe precedeu (Leibniz, Wolff, Kant, Hegel, Herbart, Schopenhauer etc.), que estão
bem distantes do vocabulário psicológico da tradição norte-americana predominante no cenário
contemporâneo”.
Foto: Autor desconhecido / Wikimedia Commons / Domínio público / Está reservado ao autor o
direito de se manifestar.
Wilhelm Wundt.
Wundt, dessa forma, rompeu com o misticismo e marcou historicamente a cisão dos conceitos
psicológicos de ideias abstratas, espiritualistas e místicas que defendiam que a morada da vida
psíquica seria a alma dos homens.
OBJETO
Se essa pergunta fosse feita a Freud (1856-1939) e Skinner (1904-1990), teríamos respostas
diferentes:
Outros pesquisadores ainda poderiam dizer que esse objeto diz respeito à subjetividade ou
ainda à mente.
ATENÇÃO
A Psicologia provavelmente jamais terá um único paradigma confiável adotado por todos, já
que, segundo Bock, Furtado e Teixeira (2018), é impossível adotar uma fórmula única para
responder a todas as questões psicológicas dos seres humanos.
Estudar o ser humano significa, afinal, analisar um ser histórico em permanente mudança. Por
isso, ele não cabe em um único objeto imutável e regular. A forma de se pensar o objeto da
Psicologia está atrelada a essa riqueza.
A Psicologia como ciência constitui um campo de dispersão por ter diversos focos cuja variação
gera muitas vertentes.
Cada vertente ou escola desenvolve os próprios critérios fundamentados em concepções de
método científico mais apropriadas para o estudo de seu objeto de pesquisa.
O corpo de conhecimento desenvolvido por uma corrente do saber, de acordo com Bock,
Furtado e Teixeira (2018), deve ter consistência interna com o conhecimento que ela produz.
Desse modo, suas teorias, suas descobertas e seus conceitos precisam formar um corpo
estável e bem definido.
Os fenômenos psicológicos são tão diversos, sendo atravessados tanto por questões
individuais quanto por outras histórico-culturais, que não podem ser acessados no mesmo nível
de observação.
Descrições
Medições
Controle
Interpretação
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Outra concepção para objeto de pesquisa em Psicologia que deve ser levada em conta –
embora possua um viés menos subjetivo – atesta que os psicólogos desenvolvem teorias e
pesquisas psicológicas para responder a perguntas sobre o comportamento humano e os
processos mentais, destacam Shaughnessy, Zechmeister e Zechmeister (2012).
O PESQUISADOR EM PSICOLOGIA
Já o pesquisador psicólogo pode ser ateísta ou religioso; no entanto, ele precisa ter em mente
que deve deixar suas crenças longe das construções científicas.
MÉTODO CIENTÍFICO
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Por conta das exigências do método científico, o pesquisador não tem de levar em conta na
sua pesquisa convicções não testáveis. Sua posição deve ser sempre cética, questionando os
conhecimentos, os fatos ou as crenças estabelecidas. Um cientista cético possui um olhar
crítico em relação às pseudociências ou às explicações sobrenaturais para fenômenos naturais
e comportamento humano.
Uma boa pesquisa começa com uma boa pergunta. Pesquisadores da área de Psicologia têm
uma curiosidade sobre o comportamento humano e os processos mentais.
Subjetividade
Comportamento
Processos mentais
BENEFÍCIOS E POSSIBILIDADES
PROFISSIONAIS
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Pensar como pesquisador e tornar a pesquisa uma carreira, mesmo com todas as dificuldades
dela no país, traz como consequência uma satisfação de contribuir com a ciência psicológica.
METODOLOGIA DE PESQUISA EM
PSICOLOGIA
Sabendo agora da diversidade de objetos de pesquisa em Psicologia, podemos supor que a
quantidade de métodos possíveis para o estudo desses objetos também deve ser diversa. Para
isso, seguindo alguns especialistas na área, partiremos deste pressuposto de Shaughnessy,
Zechmeister e Zechmeister (2012, p. 14): “Uma abordagem multimétodo é mais indicada para
promover ciência em Psicologia”.
Vimos que a Psicologia é uma disciplina com diversas áreas de estudos, tendo questões
diversas; portanto, nenhuma abordagem metodológica única consegue responder à gama de
perguntas que os pesquisadores podem fazer sobre o comportamento e os processos mentais.
Outro meio profícuo de obter informações são colóquios, congressos e seminários da área.
Você pode revisar o tema em um livro de introdução à Psicologia e, em seguida, afunilar sua
pesquisa com outras específicas da área.
A pergunta surge de uma curiosidade, que é a força motriz da ciência, mas os aparatos
tecnológicos, as habilidades e o tempo necessário para que a pergunta seja respondida devem
existir. Além disso, sabemos que elas são infinitas, embora os recursos, infelizmente, não o
sejam.
A pergunta tem de ser ética, pertinente e específica, uma vez que ela é a responsável por
delinear o estudo, os métodos e as técnicas mais apropriados.
Sabemos que a Psicologia é uma disciplina com muitas interfaces e áreas de estudo diversas.
Por toda essa diversidade, existem muitas questões de pesquisa possíveis. Uma variabilidade
de metodologias de pesquisa pode ser empregada para responder às possíveis perguntas dos
psicólogos sobre subjetividades, comportamentos e processos mentais.
Por conta disso, como frisamos, uma abordagem multimétodos é sempre a mais apropriada
para responder a essas perguntas. Essa abordagem se caracteriza pela busca de várias
metodologias de pesquisa e de medidas de comportamento para responder à pergunta dela.
As variáveis da pesquisa.
O delineamento dela.
O tipo de pesquisa.
HIPÓTESE
Nessa abordagem, é possível perceber, de forma bem objetiva, as etapas de uma pesquisa
elencadas por Shaughnessy, Zechmeister e Zechmeister (2012):
A etapa seguinte, como veremos, diz respeito ao desenho da pesquisa. O pesquisador deve
decidir se a pergunta dela procura descrever, fazer previsões ou identificar relações causais.
Se ela for uma de relação causal, a escolha poderá ser por um estudo experimental.
EXEMPLO
Foto: Shutterstock.com
Foto: Shutterstock.com
No entanto, uma observação científica é feita por meio de condições específicas. Elas são
precisamente definidas de forma sistemática com registros cuidadosos para descrever um
comportamento.
Já as observações com alguma intervenção são conhecidas como participantes (ou
observação estruturada e experimentos de campo).
O registro das observações tem de ser realizado de forma sistemática. A análise quantitativa
dos dados que deve ser feita depende desta escala de medição:
Imagem: Shutterstock / Adaptada por Pedro Tamburro
ESCALA NOMINAL
Utilizada quando podemos rotular a variável para identificar o que ela mede, como sexo
feminino ou masculino.
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Refere-se a variáveis em que a ordem é importante, como ocorre, por exemplo, nas pesquisas
de satisfação: insatisfeito, satisfeito ou muito satisfeito.
Nesses casos, sabemos que há diferenças entre os dados, mas não podemos saber a
magnitude disso. Já a escala intervalar pode ser ordinal, porém, como frisam Bussab e Morettin
(2017), é possível saber a magnitude dos valores.
EXEMPLO
Os testes de QI.
SAIBA MAIS
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ESTUDO DE CASO
COMENTÁRIO
Dessa forma, não existe método bom ou método ruim por si só. O que existe são falhas
humanas ou tecnológicas e desenhos inapropriados para determinada pesquisa.
Os riscos e os benefícios potenciais da pesquisa devem ser avaliados, assim como as formas
de proteção e de bem-estar dos sujeitos de pesquisa têm de ser assegurados.
Antes de sua execução, ela precisa passar por um comitê de ética.
Por fim, os dados coletados devem ser analisados e sintetizados antes de serem apresentados
em congressos, colóquios ou seminários, bem como submetidos a periódicos científicos.
ABORDAGEM MULTIMÉTODOS NA
PESQUISA EM PSICOLOGIA
Vamos aprofundar, agora, essa importante abordagem no âmbito da pesquisa em Psicologia.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) I, IV, V
B) II, III, V
C) I, III, V
D) II, III, V
E) I, II, III
2. A DIVERSIDADE DE OBJETOS DE PESQUISA EM PSICOLOGIA
POSSIBILITA UMA VARIABILIDADE DE MÉTODOS POSSÍVEIS PARA O
ESTUDO DESSES OBJETOS. AS ABORDAGENS METODOLÓGICAS QUE
PODEM SER UTILIZADAS COMPREENDEM DESDE AS MAIS SIMPLES
TÉCNICAS OBSERVACIONAIS ATÉ OS DESENHOS EXPERIMENTAIS MAIS
COMPLEXOS. SOBRE A ESCOLHA DA ABORDAGEM METODOLÓGICA,
INDIQUE A ALTERNATIVA CORRETA.
C) Para entender e tratar de um pequeno grupo ou indivíduo, uma boa opção é o estudo de
caso único.
GABARITO
I) O senso comum se trata do conhecimento concebido por meio das crenças culturais
de um povo, sendo transmitido pelas gerações e tido como verdadeiro.
II) Por não ser testado cientificamente, o senso comum não pode ser levado em conta.
III) A ciência e o senso comum existem em contextos paralelos.
IV) A ciência é naturalmente cética e reflexiva.
V) O senso comum pode apropriar-se dos conhecimentos científicos.
Pelo fato de o senso comum não ter sido testado cientificamente, não quer dizer que ele
constitua uma falácia ou que não tenha valor. Além disso, vimos que a ciência leva em conta as
informações dele tanto para fazer perguntas de pesquisa quanto para formular hipóteses, de
modo que, assim como a ciência participa do contexto do senso comum, este participa do
contexto daquela.
Vimos que, para fazer descrições e previsões, o desenho da pesquisa deve ser observacional
e correlacional. Se ela for de relação causal, a escolha poderá ser por um estudo experimental.
Quando a pergunta da pesquisa for causal em situações nas quais o controle experimental for
pouco possível, o pesquisador poderá optar por um controle quase-experimental. O estudo de
caso é valido para um grupo pequeno ou para estudar indivíduos.
MÓDULO 2
A personalidade, tema também muito frequente e caro para a psicologia clínica, também não
ficará de fora de nossa análise. Os processos psicológicos básicos são funções mentais que
derivam das interações entre os processos humanos inatos e a experiência do sujeito com o
meio ambiente. Por meio do produto dessas interações, podemos compreender melhor a
mente humana.
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ATENÇÃO
Avaliação psicológica
Psicologia clínica
Psicologia da educação
Psicofísica
Neuropsicologia
APRENDIZAGEM
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A Psicologia estuda a aprendizagem por intermédio de uma interface com outras áreas, como
as neurociências e a educação.
Já a neuropsicopedagogia é uma ciência transdisciplinar em expansão, tendo bases teóricas
nas neurociências e interfaces da Psicologia e da Pedagogia.
Foto: Shutterstock.com
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Índice de compreensão verbal
Índice de organização perceptual
Índice de memória operacional
Índice de velocidade de processamento
EXEMPLO
De acordo com Figueiredo e demais autores (2007), em um estudo cujo objetivo era investigar
habilidades cognitivas de crianças e adolescentes com distúrbio de aprendizagem, foram
avaliados, por meio do teste de inteligência WISC-III, 263 alunos de 6 a 16 anos oriundos de
escolas públicas. Os fatores mais identificados no grupo estudado foram problemas na leitura e
deficit de atenção. No que tange à capacidade intelectual geral, a média do QI total foi
classificada como limítrofe. Diferentemente do que é apontado na literatura, a pesquisa mostra
uma discrepância entre o raciocínio verbal (QI verbal=82) e o não verbal (QI execução=80).
Esse estudo, continuam Figueiredo e demais autores (2007), foi caracterizado como uma
pesquisa exploratória-descritiva com o objetivo de proporcionar uma visão geral sobre as
características de um grupo clínico com dificuldades de aprendizagem.
SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO
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Para o autor (1991), a sensação é uma função psíquica que pode ser comparada à de um
canal que traz a todo tempo informações acerca do mundo e do corpo humano. Baseada
nas informações recebidas por meio das sensações, a percepção constitui o mecanismo
que faz o julgamento, isto é, interpreta as informações que foram captadas pelos sentidos.
Esse processo é construído por fatores internos fisiológicos e psicológicos, bem como por
questões culturais e sociais.
Entre os mais famosos estudiosos dessa área, estão os psicólogos Wilhelm Wundt e Gustav
Theodor Fechner. Graças ao reconhecimento de que o estudo científico dos processos
sensoriais pode permitir uma melhor compreensão da mente (comportamento) humana, a
Psicologia pôde ser reconhecida como ciência.
Fechner tinha o intuito de encontrar uma equação que relacionasse a estimulação física e a
experiência psíquica, pontua Schiffman (2005). Nos seus experimentos, o autor demonstrou
haver uma relação entre a estimulação física e a experiência psíquica por intermédio da
progressão geométrica e aritmética. Para isso, é necessário aumentar a estimulação física
em uma progressão geométrica para que a sensação correspondente possa crescer em uma
aritmética.
Uma grande estimulação física não produz, portanto, a mesma intensidade no âmbito da
experiência psíquica, que é sempre menor. Por meio da formulação da chamada Lei de
Fechner, o pesquisador traduziu de forma matemática dimensões mentais. Além disso,
deu um passo importantíssimo para o reconhecimento da Psicologia, assumindo o estatuto de
ciência.
Foto: Autor desconhecido / Wikimedia Commons / Domínio público / Está reservado ao autor o
direito de se manifestar
Gustav Theodor Fechner (1801–1887).
Os experimentos psicofísicos podem ser direcionados para qualquer sistema sensorial, seja o
auditivo, o visual, o tátil, o olfativo ou ainda o paladar. O limiar é um conceito importante para
os experimentos psicofísicos, caracterizando-se como o ponto em que um sujeito pode detectar
um estímulo ou uma mudança nele.
A percepção, como destacamos, constitui o mecanismo que faz o julgamento, isto é, interpreta
as informações captadas pelos sentidos; portanto, ela é influenciada por fatores externos e
culturais.
EXEMPLO
EUTRÓFICAS
Nesse contexto, esse adjetivo refere-se às pessoas que, por conta de uma alimentação
saudável ou por condições nutricionais equilibradas, possuem o peso dentro dos
parâmetros esperados para aquelas condições.
ATENÇÃO
Vimos, por meio do estudo, que a percepção pode ser extremamente influenciada por conta de
aspectos sociais e culturais, já que a mesma sensação pode, afinal, causar diferentes
percepções em pessoas distintas.
PERSONALIDADE
CONCEITOS E DIFERENCIAÇÕES
Pesquisadores da personalidade são movidos por estas perguntas:
O que faz algumas pessoas reagirem de uma forma e outras, de maneira completamente
diferente?
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ABORDAGENS
Quando se trata de avaliações psicológicas, existem duas abordagens que, por vezes,
funcionam de formas opostas. Uma possui embasamento objetivo e, evitando subjetividades,
trabalha com um conjunto de dados quantificados graças a comparações intra e
interindividuais. Já a outra é fundamentalmente subjetiva e se preocupa com a
individualidade do sujeito.
ABORDAGEM NOMOTÉTICA
Objetiva e quantitativa, ela se preocupa com traços comuns entre os indivíduos. Seu objetivo é
obter leis gerais aplicáveis às populações, tendo grandes amostras de sujeitos com métodos
experimentais ou correlacionais.
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ABORDAGEM IDEOGRÁFICA
CONFIABILIDADE E VALIDADE
Independentemente da abordagem utilizada, toda pesquisa psicológica deve estar
especialmente preocupada com a confiabilidade e a validade.
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CONFIABILIDADE
Seu conceito está relacionado à estabilidade das observações e ao fato de elas poderem ser
replicadas por outros pesquisadores. As observações devem ser consistentes para as
interpretações teóricas.
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VALIDADE
Seu conceito trata do grau em que as observações refletem os fenômenos ou as variáveis que
interessam na pesquisa.
Podemos supor um teste para traços de personalidade narcisista, mas sem as evidências de
que ele mede o que se propõe a medir. Como testes de personalidade são muito subjetivos,
não é incomum haver uma distorção nos construtos a serem medidos.
PRINCIPAIS METODOLOGIAS
Para alguns pesquisadores como, por exemplo, Pervin e John (2004), as principais
metodologias da pesquisa de personalidade são:
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Por meio desse trabalho exaustivo, novas hipóteses podem ser testadas de forma mais
sistemática por testes de personalidade e questionários – ou até mesmo por experimentos. O
escopo de investigação pode ir além de espaços individuais; no entanto, a pesquisa clínica
utiliza especialmente a observação para coletar dados.
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Desse modo, enquanto os estudos clínicos fazem observações mais próximas da vida,
analisando poucos indivíduos, os estudos experimentais envolvem um controle rígido de
variáveis com grandes amostras de sujeitos.
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Exemplo:
Quando duas ou mais variáveis não podem ser manipuladas por meio de um controle
experimental, o pesquisador pode optar pela pesquisa correlacional. Uma correlação é
estabelecida em vez de uma relação de causa e efeito.
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Exemplo:
Pode-se dizer que a ansiedade causa um aumento de rigidez em vez de se afirmar que a
personalidade é causa dela.
Devido à ênfase nas diferenças individuais e no estudo de muitas variáveis de uma vez, os
questionários e a pesquisa correlacional são muito populares entre os psicólogos da
personalidade.
A teoria dos cinco (grandes) fatores – ou big five – tem sua origem em um conjunto de
pesquisas sobre a personalidade. Geralmente se utiliza a chave mnemônica OCEAN para
se referir a eles. Sua sigla é a junção das seguintes palavras: openness (abertura),
conscientiousness (conscienciosidade), extraversion (extroversão), agreeableness
(amabilidade/socialização) e neuroticism (neuroticismo).
PSICOLOGIA E PESQUISA
A Psicologia pode abordar qualquer assunto? É o que vamos aprofundar no vídeo a seguir.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A APRENDIZAGEM É UM PROCESSO HUMANO MUITO ESTUDADO. HÁ
VÁRIAS CORRENTES TEÓRICAS. A PSICOLOGIA, NO ESTUDO DA
APRENDIZAGEM, POR EXEMPLO, FAZ UMA INTERFACE COM OUTRAS
CIÊNCIAS. SEUS ESTUDOS PROPORCIONAM ELUCIDAÇÕES SOBRE A
COMPLEXIDADE DO FUNCIONAMENTO CEREBRAL NAS ARTICULAÇÕES
ENTRE O CÉREBRO E O COMPORTAMENTO QUE FACILITAM A
COMPREENSÃO DOS PROCESSOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM. SOBRE
ESSA QUESTÃO, É CORRETO AFIRMAR QUE:
D) A psicologia por si só é suficiente para dar conta dos processos de aprendizagem e não
precisa levar em conta achados de outras disciplinas.
A) I, II, IV
B) II, III, VI
C) II, IV, V
D) I, V, VI
E) II, III, IV
GABARITO
Fechner demonstrou que existe uma relação entre a estimulação física e a experiência
psíquica: é necessário aumentar essa estimulação em uma progressão geométrica para que a
sensação correspondente cresça em uma aritmética. Nos experimentos psicofísicos, o limiar é
um conceito importante, caracterizando-se como o ponto em que um sujeito pode detectar um
estímulo ou uma mudança nele. Os estímulos abaixo do limiar são considerados subliminares
ou indetectáveis.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aprendemos que a Psicologia possui uma ampla gama de objetos de pesquisa. Alguns autores
tomam o objeto como a subjetividade humana; outros, o inconsciente; e alguns, os processos
mentais e o comportamento.
Salientamos que, na comparação com as ciências exatas como, por exemplo, a Física, os
estudos psicológicos podem ser considerados recentes. Esse fato é por vezes apontado como
a causa da diversidade dos objetos de pesquisa da Psicologia. No entanto, consideramos ser
mais sensato afirmar que a diversidade do objeto se deve à complexidade dos fatores que
atravessam os seres humanos.
Frisamos ainda que, depois de definir seu tema de pesquisa, o pesquisador deve fazer uma
leitura exaustiva das publicações de referência na área. Por meio de um estudo sistemático da
bibliografia, ele terá os recursos para formular sua pergunta de pesquisa e as respostas
provisórias (ou hipóteses).
Pontuamos também que esse pesquisador precisa decidir se a pergunta de pesquisa procura
descrever, fazer previsões ou identificar relações causais. Destacamos em seguida as
situações em que ele pode aplicar um estudo de caso único ou um controle quase-
experimental.
Estudamos, por fim, alguns temas relevantes de pesquisas em Psicologia, como os processos
de aprendizagem, sensação e percepção, bem como a personalidade. Esses temas possuem
interface com outras áreas da ciência, como Ciências Sociais, Medicina, Pedagogia – e assim
por diante. Verificamos, com isso, que os resultados das pesquisas psicológicas também
impactam outras áreas de pesquisa.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ALLPORT, G. W. Personalidade: padrões e desenvolvimento. São Paulo: EPU, 1973.
EXPLORE+
Este artigo é o resultado das pesquisas apresentadas em um colóquio realizado nos dias 15,
16 e 17 de julho de 2020. Trata-se de uma relevante contribuição para analisar, à luz da
Filosofia e da psicanálise – e tendo como contexto a pandemia do Coronavírus (Covid-19) –, as
questões relacionadas ao sofrimento e à morte:
CONTEUDISTA
Antonielle Cantarelli Martins
CURRÍCULO LATTES