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EPISTEMOLÓGICAS DA
PSICOLOGIA
CIÊNCIA.
A suposição acima se relaciona a concepção de subjetividade privatizada em que o homem tem liberdade e
toma suas decisões a partir da sua concepção e cabeça. Essas decisões são tomadas a partir do que pensam e
são avaliadas a partir de suas experiências pessoais isentas e livres das tradições impostas, por exemplo,
procedimento científico, pois nesta nova concepção de produção de conhecimento, se faz necessário deixar
de lado os próprios sentimentos e desejos para que se obtenha o conhecimento verdadeiro.
Para que o progresso científico aconteça, se faz necessário o controle da subjetividade e das diferenças
individuais. Somente neste sentido é que o homem passará a ser possível pesquisador e objeto de estudo.
Assim, os estudos científicos da psicologia moderna são marcados pela seguinte contradição: por um lado
de uma subjetividade privatizada e livre das tradições e por outro lado, procura conhecer e dominar esta
voz.
Neste sentido se pensa na constituição da psicologia como uma ciência sui generis com campo e objeto de
estudo próprio e, ainda, métodos e metas específicos.
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A psicologia como uma ciência experimental teve início com o Laboratório Experimental Liepzig em 1879.
Não há quem duvide que foi Wilhelm Wundt quem foi “criador da psicologia” ou “primeiro verdadeiro
psicólogo do mundo” (Hothersall, 2006, p. 103).
Wilhelm Wundt (1832-1920) alemão nascido em 1832 na pequena aldeia de Neckarau, sua família se
destacava no meio científico, intelectual e administrativo da época. Formou-se em medicina e sua
dissertação de mestrado discorreu sobre ?sensibilidade e tato de pacientes histéricos no Hospital
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Universitário de Heideberg? (Hothersall, 2006, p. 104). Neste sentido, este trabalho é considerado um dos
“começou a realizar mais experimentos em psicologia que não faziam parte do curso.
Como ele, mais tarde, sugeriu que esses experimentos independentes marcaram a criação
formal do seu laboratório de psicologia, os historiadores em geral aceitam o ano de 1879
como a data do surgimento da psicologia como ciência experimental independente”
(HOTHERSALL, 2006, P.108).
Neste projeto para uma psicologia científica, Wundt propunha demarcar uma nova área para a ciência da
psicologia. Neste sentido, tinha como objeto de estudo: experiência imediata dos sujeitos ou processos
conscientes.
Assim, podemos definir a experiência imediata dos sujeitos como:
“é a experiência tal como o sujeito a vive antes de se por a pensar sobre ela, antes de
comunica-la, antes de conhece-la. É em outras palavras, a experiência como se dá”
Em sua psicologia fisiológica experimental utilizava os métodos experimentais para pesquisar os processos
elementares da vida mental que são determinados pelas experiências físicas do ambiente, pelas condições
fisiológicas e as formas de combinação desses elementos. Fazia uso da introspecção e da observação.
Também desenvolveu a psicologia dos povos (social) e nela se dedicou aos fenômenos culturais que são
linguagem, sistemas religiosos em que observa a manifestação dos processos superiores da vida mental
como pensamento e imaginação. Este é o ponto de interesse de sua psicologia social. Processos criativos de
causalidade psíquica.
A ligação que pretendia fazer com a unidade psicofísica não foi bem acompanhada pelos discípulos que se
dedicaram à estudos menos complexos e que se dedicavam a colocar à psicologia no campo das ciências
naturais.
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Wundt no início da psicologia moderna se coloca numa encrenca ao inserir a psicologia como ciência
intermediária entre as ciências naturais e da cultura. Cem anos mais tarde esta encrenca se resolve quando
é considerado o pai da Psicologia Cognitivista (Figueiredo & Santi, 2002).
ATIVIDADE FINAL
A. A psicologia científica nasceu na idade média junto aos conhecimentos da igreja católica.
B. Augusto Comte não considerava a psicologia como uma ciência independente, porque ela era
dependente das ciências biológicas e sociais.
REFERÊNCIA
FIGUEIREDO, Luis Claudio; SANTI, Pedro Luiz Ribeiro. Psicologia uma (nova) introdução. (2ª.ed). São
SHCULTZ, Duane P.; Schultz, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. (9ª. ed). São Paulo, Cengane
Learning, 2009.
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Antecedentes Históricos Da
Psicologia Científica
CONHECER OS ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA, BEM COMO SUAS LINHAS DE
INFLUÊNCIA.
pesquisa específico. Esta empreitada foi difícil para a psicologia que desde a antiguidade estava ligada à
alma e aos espíritos.Idade Média: eram os médicos, físicos, atomistas e filósofos que estudavam as questões
Antropologia e Sociologia que também estudavam temas ligados à psicologia. Sendo assim, a psicologia
estava dispersa entre as especulações filosóficas, ciências físicas, biológicas e sociais.
Filósofo francês que teorizou sobre seu sistema de ciências e coloca o estudo da psicologia como ciência
como complexo por conta do seu objeto de estudo que é a psique ou mente, que não pode ser mensurada,
testada e observada. Até admitia uma psicologia, mas sempre como uma área de conhecimento dependente
da biologia e sociologia.
Até Renascimento o homem não pensava em liberdade e autonomia. Hoje, não conseguimos nos conceber
sem levarmos em questão a liberdade, democracia.
Subjetividade Privatizada é recente e se deu na passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Assim, o
sujeito moderno se constituiu nessa passagem e sua crise acontece no final do sec XIX quando este homem
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se depara com a condição de que sua liberdade não é verdadeira, pois ele está submetido ao capitalismo.
Foi o final da Idade Média que lançou o homem europeu à situação de desamparo, pois o mundo medieval
deixou de existir e as referências provenientes dele também. Esse homem deixou de saber o que era certo
ou errado, sem as referências que o pertencimento à senhores e vassalos lhe dava. A igreja que detinha
todas as explicações sobre o homem e o mundo passou a ser questionada.
E foi no Renascimento que surgiram novas formas de expressão e diversidades dos homens e da cultura que
impôs novos modos de ser. Logo, esse homem que surge neste contexto como centro do universo passa a
questionar as verdades absolutas da igreja.
Neste novo cenário o homem fruto da modernidade passa a dialogar consigo mesmo. Há uma valorização da
experiência individual e neste sentido Montaigne, Erasmo e Shakespeare são nomes importantes que se
inclinam no sentido da valorização da vida do indivíduo.
Ao mesmo tempo que ocorre esta valorização aparece a dúvida ou chamada nesta época de ceticismo.
Assim, duas reações distintas surgem com o intuito de estudar as normas e valores da experiência subjetiva
que são o Racionalista e o Empirismo.
Racionalismo:
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René Descartes (1596-1650) fundador do racionalismo moderno escreve o “Discurso sobre o método”.
Nesta obra pretende superar o ceticismo a partir da criação de condições para obter conhecimento seguro
da verdade. Quer combater o ceticismo com sua célebre frase: “Penso, logo existo”. Apesar de negar o
ceticismo ou de combate-lo, esta frase indica que o homem pensa a partir da dúvida e isso circunscreve a
sua existência.
Empirismo:
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John Locke (1632-1704) fundou o Empirismo e preocupava-se em estabelecer bases seguras para o
conhecimento através das experiências subjetivas. Também preocupa-se com o método. Locke estava
preocupado em saber como a mente adquiri conhecimento. Considerando que a mente adquiria
conhecimento através das experiências sensoriais. Assim, entendia que a razão tinha a função de organizar
método passa a ser discutido a partir do empirismo de Descartes que tinha como base o racionalismo para
obter a verdade segura e o empirismo de Bacon que tinha como base a experiência subjetiva.
Filósofos Iluministas:
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O filósofo David Hume (1711-1776) nega o Eu como estável e substancial e que se modificaria a partir das
que a partir dele é que se produz conhecimento. Não concebe o sujeito como aquele que conhece a verdade
absoluta das coisas, mas que coloca o conhecimento no campo da subjetividade universal.
As subjetividades individuais precisam conviver com as dúvidas, incertezas e hipóteses que surgem da e na
subjetividade universal. Elas são inerentes à condição do humano e nunca são plenamente respondidas, o
que coloca o homem no estado de desamparo.
Na Idade Média Deus ou a Crença Soberana respondia às dúvidas do homem. Já o homem da modernidade
tem no conhecimento científico a esperança de resposta, mas logo descobre que a razão, o método
científico e o conhecimento não respondem aos seus desejos plenamente. Novamente se vê em desamparo.
Século XIX
É mais um período em que o homem que se achava do centro do universo e numa condição especial, perde
lugar e o Eu continua sendo deposto do seu lugar. Segundo Karl Marx (1818-1883) o comportamento do
homem é determinado por leis que ele não controla. No mesmo sentido Charles Darwin (1808 – 1882)
desaloja o homem do seu lugar especial, afirmando que ele é natural e não tem nada especial.
ATIVIDADE FINAL
I - A influência do romantismo.
II - O empirismo e o racionalismo.
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REFERÊNCIA
FIGUEIREDO, Luis Claudio; SANTI, Pedro Luiz Ribeiro. Psicologia uma (nova) introdução. (2ª.ed). São
Paulo, Educ, 2002.
HOTHERSALL, David. História da Psicologia. (4ª. ed). São Paulo: McGraw-Hill, 2006.
SHCULTZ, Duane P.; Schultz, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. (9ª. ed). São Paulo, Cengane
Learning, 2009.
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No sistema mercantilista aparece a necessidade de produzir para o próprio consumo e para comercializar o
excedente, surge o mercado de produto. Neste sentido, cada indivíduo deve identificar sua capacidade
produtiva, o excedente passa a ser comercializado no mercado através da troca.No sistema mercantilista
aparece a necessidade de produzir para o próprio consumo e para comercializar o excedente, surge o
mercado de produto. Neste sentido, cada indivíduo deve identificar sua capacidade produtiva, o excedente
passa a ser comercializado no mercado através da troca.
sociedade. A individualidade passa a imperar e cada um passa a defender os seus interesses particulares.
Nesse mercado o homem que não tem um produto para comercializar, vende sua força de trabalho para
então, receber salário e comprar o que necessita, surge o mercado do trabalho. Essa experiência de vender
sua mão de obra exerce influência na subjetividade privatizada.
Aquele que vende sua mão de obra como força de trabalho acaba realizando atividades que são
padronizadas e que não precisam se identificar subjetivamente. Logo, o característica social do trabalho se
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Para que o trabalho livre e assalariado apareça no renascimento comercial, a condição de exploração e
proteção descrita acima precisa se perder. O grupo ou a comunidade solidária perdem a condição de
autossuficiência e o trabalhador deve procurar sozinho seu sustento.
A sociedade muda, ao invés de comunidades produtivas em que um membro quando adoece é cuidado pelo
grupo, aparecem os trabalhadores livres vendendo sua força de trabalho para o empregadores. Neste
cenário surge o DESAMPARO.
Então, questione-se: em que sentido pensamos neste desamparo?
O homem quando vivia nas comunidades produtivas e nas relações de trabalho entre senhores e vassalos.
Ele tinha obrigação de trabalhar para o seu senhor e o senhor obrigação de protege-lo. Assim, este homem
tinha um sentimento de pertença, de grupo, vínculo e segurança.
Na nova organização mercantil, este homem ao vender a sua mão de obra como sua força de trabalho, não
mantém com seu empregador vínculo de segurança, pois o que os une é o salário, nada mais que isso. Há a
mobilidade social, que não existia anteriormente, mas não há mais a preocupação com esse homem e a sua
situação de vida.
Segundo a Ideologia Liberal, todos são iguais, mas têm interesses próprios (individuais);
segundo o Romantismo, cada um é diferente, mas sente saudade do tempo em que todos
viviam comunitariamente e espera pelo retorno deste tempo. Enquanto isso não vem, os
românticos acreditam que os grandes e intensos sentimentos podem reunir os homens
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O que se observa é que este homem diante da responsabilidade de ser livre, do desamparo que sente em ser
livre, do preço que paga por sua liberdade – assinala que não é tão bom assim ser livre...
Na tentativa de reduzir os inconvenientes de ser livre é que se criam os Regimes Disciplinares ou as
disciplinas nas escolas, fábricas, prisões, hospitais, meios de comunicação de massa. Essa disciplina impõe
padrões de funcionamento e controle dos comportamentos individuais (subjetividade individual), das
emoções, desejos e sentimentos do homem. O que surge neste cenário é a descrença na liberdade do
homem, da sua sensibilidade e singularidade.
A crise da subjetividade privatizada ou a decepção necessária para o surgimento da psicologia?
Enquanto a subjetividade privatizada não era questionada pelo Ideal Liberal e pelo Romantismos, não havia
campo para o aparecimento da psicologia científica.
Quando os homens no final do século XIX começam a desconfiar do achatamento da subjetividade
privatizada e da falsa liberdade que aparece como uma ilusão e, que o controle imposto pelas disciplinas,
aparece mesmo na vida privada. Questiona-se também que os interesses particulares não são mais
aplacadas pelo ideal de fraternidade, então, este homem no início do século XX passa a ser organizar em
situação. Neste contexto surge o espaço e a maturidade para se pensar na psicologia científica.
Logo, este homem se pergunta: quem é? Como é? Por que age desta forma? Ao mesmo tempo em que o
homem se questiona, o Estado precisa de práticas de controle no sentido de como educa-los em massa?
Treiná-los? Selecioná-los para trabalhos específicos. Há o reconhecimento de um sujeito individual e, ao
mesmo tempo, uma necessidade de controla-lo padronizando seu comportamento, disciplinando-o para
que a ordem social se mantenha.
A psicologia científica surge a partir da crise do homem com relação a si mesmo e a seu sentimento de falta
de liberdade. Ao mesmo tempo, o Estado ao perceber o homem como um ser individual precisa de
instrumentos e técnicas para ações no campo da educação e do trabalho. Assim, a psicologia científica é
chamada para responder questões individuais e coletivas.
No final do século XIX as condições acima descritas justificam a elaboração de projetos para a psicologia
como uma ciência independente, pois seria utilizada em ações na saúde, educação e trabalho.
ATIVIDADE FINAL
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I- A liberalismo mostrou ao homem que não era tão bom assim ser livre,
pois ele percebeu que a divisão igualitária entre não era verdadeira o que o
deixa em crise e desamparo.
REFERÊNCIA
FIGUEIREDO, Luis Claudio; SANTI, Pedro Luiz Ribeiro. Psicologia uma (nova) introdução. (2ª.ed). São
SHCULTZ, Duane P.; Schultz, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. (9ª. ed). São Paulo, Cengane
Learning, 2009.
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Correntes da Psicologia:
estruturalismo e Funcionalismo
COMPREENDER O SURGIMENTO DAS DUAS CORRENTES AMERICANAS E SUA INFLUÊNCIA NO FAZER E
PENSAR PSICOLÓGICO DA ÉPOCA.
Estruturalismo
Edward Titchener (1867-1927)
Nascido na Inglaterra na cidade de Chichester, foi uma aluno brilhante e recebeu várias bolsas de estudo,
Wilhelm Wundt. É conhecido como o mais famoso discípulo de Wilhelm Wundt. Mas:
O que isso nos sugere? Sugere que Titchener quando imigrou para os EUA para a universidade de Cornell
desenvolveu um Estruturalismo rigoroso experimental e somente estudou o que poderia ser apreendido
através da introspecção “rigidamente controlada”. O que indica que adotou somente uma parte da
psicologia de Wundt, deixando de lado seus estudos culturais e a psicologia comparada. Assim, Titchener
“adotou apenas um aspecto da psicologia de Wundt – o estudo da sensação pela introspecção treinada-,
O método que utilizava era a introspecção feita em condições padrões. Para estudar seu objeto entendia
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“tinha uma tarefa com três desdobramentos: 1. Analisar a soma total dos processos
mentais, identificar seus elementos e mostrar como eles funcionam juntos; 2. Descobrir
as leis que determinam as conexões da mente e do sistema nervoso. Para realizar essas
que a mesma deveria ser descrita, observada e interrogada através de fatos observados. Assim, fazia uso da
auto-observação como técnica e para garantir que seus alunos saberiam fazer a introspecção corretamente,
os treinava em laboratório. Tinha como objeto de estudo a mente e as experiências imediatas.
primeiro trabalho que deu origem ao que se chama “movimento funcionalista”. O “objetivo do
funcionalismo, fiel à cidade em que nasceu, era ser uma psicologia com grandes ombros: uma psicologia
norte-americana abrangente, pragmática e útil” (Hothersall, 2006, p.329).
Movimento que se origina em oposição à psicologia de Edward Titchener (1867-1927) que não era
considerado pragmático e abrangente (Figueiredo & Santi, 2002).
Os três principais nomes do funcionalismo são: John Dewey (1859-1952)James Rowland Angel (1869-1949)
e Harvey A. Carr (1873-1954) todos pesquisadores da Columbia University.
Definição de psicologia: “ciência biológica interessada em estudar os processos, operações e atos psíquicos
(mentais) como formas de interação adaptativa” (Figueiredo & Santi, 2002,p.64). Tinham como objeto de
estudo os processos e operações mentais e trabalhavam com a diversidade de métodos.
Além disso, entendem que os comportamentos humanos são facilmente observáveis e, por isso, podem
estudar a mente a partir dos comportamentos adaptativos. Produziram as bases para o campo de pesquisa
em psicologia.
ATIVIDADE FINAL
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REFERÊNCIA
FIGUEIREDO, Luis Claudio; SANTI, Pedro Luiz Ribeiro. Psicologia uma (nova) introdução. (2ª.ed). São
Paulo, Educ, 2002.
HOTHERSALL, David. História da Psicologia. (4ª. ed). São Paulo: McGraw-Hill, 2006.
SHCULTZ, Duane P.; Schultz, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. (9ª. ed). São Paulo, Cengane
Learning, 2009.
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Behaviorismo
Antecedentes do Behaviorismo e principais linhas de influência:
E foi o fundador do Positivismo Auguste Comte que propôs a pesquisa objetiva e rigorosa em busca da
verdade inquestionável. Para ele, a verdade inquestionável é àquela de natureza social e obtida de maneira
objetivamente observável. Rechaça a introspecção e a consciência que dela depende.
2. Psicologia Animal
Alfred Binet e Francis Darwin já estudavam o comportamento animal desde o sec XIX. O Matemático
Wilhelm von Osten ensinou operações matemáticas a seu cavalo Hans, nesta época não se sabia da
possibilidade de se ensinar um animal. A descoberta de Von Osten foi incrível! E sua intenção era somente
provar que as ideias de Darwin estavam corretas ao comparar o processo mental do animal ao ser humano.
conceito de TROPISMO que define como movimento forçado involuntário que era a reação direta do animal
ao estímulo sem qualquer definição consciente do animal.
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Não trabalhava a consciência do animal, mas não a rejeitava. “Argumentava que a consciência animal
revelava-se por meio da memória associativa, ou seja, que os animais já haviam aprendido a reagir a
determinados estímulos de um modo esperado” (p.232).
com enfoque no comportamento manifesto. Seu estudo do comportamento e aprendizagem tinha como
enfoque a conexão entre estímulo e resposta. Desenvolveu em 1989 a Lei do Efeito e quatro anos mais tarde
Pavlov desenvolve a Lei do Reforço e ambas as leis são semelhantes.
Abandonou a psicologia animal e se dedicou a problemas de aprendizagem em humanos adaptando sua
técnica de pesquisa com animais em crianças e jovens. E desenvolveu testes mentais e a Psicologia
Educacional.
Conexionismo: conexões entre situações problema e as respostas.
Caixa Problema: o animal deveria aprender abrir a caixa para, por exemplo, pegar o alimento que estava do
lado de fora.
Leis de Aprendizagem
Lei do Efeito: atos que produzem satisfação numa determinada situação tornam-se associados a ela.
A esses reflexos num primeiro momento deu o nome de reflexos psíquicos seguindo a influência mentalista
e do funcionalismo. Esses reflexos aconteciam quando havia uma associação de outros estímulos com a
alimentação. Fazia interpretações dos eventos com os animais em termos da subjetividade humana. Por fim,
acabou abandonado suas referências mentalistas e se dedicando a descrição objetiva.
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chorava.
Acabou indo para a Universidade de Chicago munido do interesse ambicioso de deixar sua marca no mundo.
Se dirigiu à Filosofia, mas não conseguia entender o que se falava nas aulas de John Dewey e, então, se
dirigiu para a Psicologia com Jacques Loeb que lhe apresentou o conceito de mecanicismo.
Carreira Acadêmica:
Ficou na Universidade de Chicago até 1908 e tinha dificuldades em trabalhar com o método introspectivo
para ser psicólogo ele precisaria mudar de abordagem, pois seu temperamento não lhe permitia fazer uso
desta técnica.
Foi convidado para trabalhar na Universidade de John Hopkins por 11 anos e foi lá que muito produziu para
a psicologia. Watson assumi a direção do departamento de psicologia e da Psychological Review. Estava
feliz e trabalhava com liberdade, mas em casa não. Era um homem ambicioso e dedicado.
Em 1914 publicou o livro Behavior: an introduction to comparative psychology em que defendia a aceitação
da psicologia animal e defendia o uso de animal na pesquisa em psicologia.
Durante a 1ª. Guerra serviu ao exército como major e desenvolveu testes de habilidade perceptiva e motora
para selecionar pilotos.
O casamento se deteriora e se envolve com sua assistente. O divórcio escandaloso põe fim a sua carreira
acadêmica, nenhuma universidade americana o aceitava em função de sua reputação. Acabou se dedicando
à carreira empresarial numa agência publicitária. Obteve sucesso na vida comercial e considerava o
comportamento do ser humano enquanto consumidor como uma máquina, absolutamente previsível.
Prática na Educação Infantil:
Em 1928 acusou em sua publicação os pais de incompetentes. Propôs um sistema educacional rígido e cheio
de regras e dizia que os pais não deveriam abraçar, beijar ou deixar seus filhos sentarem no colo. O máximo
era um beijo na testa de boa noite e um afago na cabeça quando realizavam bem suas atividades. O afeto
estava fora de questão.
Em 1957 recebeu uma homenagem da APA, mas não quis comparecer porque supõem que não conseguiria
conter suas emoções. Morreu em 1958 e antes disso queimou todo o material que tinha para não deixar
nada para a história.
Proposta de Watson:
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relacionados com a psicologia que mais me interessam são os que praticamente ignoram
a consciência, no sentido em que o termo é adotado pelos psicólogos de hoje”
Watson propunha uma ciência puramente objetiva, experimental e natural que tinha como objeto de estudo
o comportamento humano em termos de estímulo e resposta. Para ele a meta da psicologia estava baseada
em previsão e controle do comportamento. Sua teoria foi tomando vulto nos EUA, mas sofreu oposição até
que em 1930 as Universidades americanas tinham a disciplina Behaviorismo.
Métodos do Behaviorismo
A psicologia deveria se limitar aos dados das ciências naturais e o que fosse passível de observação, ou seja,
Objetos de estudo:
Elementos do comportamento: movimentos musculares do corpo e secreções glandulares.
Ao longo do tempo modificou sua ideia de que todos os atos do comportamento eram passíveis de
observação e aceitou que alguns itens do comportamento eram observáveis.
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Behaviorismo teve forte apelo popular uma vez que as pessoas, antes desacreditadas podiam ser
condicionadas e tinham novas esperanças. Assim virou quase uma religião. Assim grande parte do público
estava convencida da capacidade da psicologia em mostrar o caminho para a saúde, felicidade e
prosperidade.
Behaviorismo pós-fundação
Três Fases de desenvolvimento:
Primeira: O Behaviorismo iniciado por Watson não obteve destaque de imediato. Por volta de 1924 é que
impregnou a psicologia americana. E, por volta de 1930, é que Watson pode se declarar vitorioso.
Segunda: Chamado de Neobehaviorismo que vai de 1930 a 1960 e engloba, principalmente, o trabalho do
renomado Skinner dentre outros.
Terceiro: Sociobehaviorismo que vai de 1960 a 1990. Destaca-se pelo estudo dos processos cognitivos com
ênfase no comportamento manifesto. Os nomes de destaque são Bandura e Rotter.
B. F. Skinner (1904-1990)
Foi durante décadas o psicólogo mais influente do mundo. Começando na década 1950 Skinner foi a grande
Sistema de psicologia de Skinner reflete as próprias experiências de infância, e para ele a vida é um produto
da história de reforços, sua vida assim foi predeterminada e organizada exatamente do modo como seus
sistemas ditavam como a vida de um ser humano deveria ser, e suas experiências estavam relacionadas
exclusivamente aos estímulos do próprio ambiente. No porão de sua casa construiu a própria caixa de
explicava apenas o comportamento observável, e acreditava que a tarefa da investigação científica era
estabelecer relações funcionais entre as condições de estímulo controladas pelo pesquisador e as respostas
do organismo.
Sua principal obra “Ciência e comportamento humano”. Nela descreve que o comportamento como uma
característica primária das espécies vivas, quase identificando-o com a própria vida. Afirma que
relacionamos movimento à vida, e no final afirma que descobrimos mais a respeito do funcionamento do
organismo vivo quanto mais aptos estamos a enxergar nele propriedades semelhantes às das máquinas.
Perspectiva de Skinner o organismo produz o meio que o determina. IMPORTANTE ENTENDER ESTA
RELAÇÃO. Em um esquema de razão fixa, o reforço não é apresentado depois de certo intervalo mas depois
de um número predeterminado de resposta, ou seja, responder 20 vezes para receber, os animais com
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esquema de razão fixa respondem mais rapidamente do que com intervalo fixo.
segundo filho, a mulher disse que os dois primeiros anos do bebê davam muito trabalho, assim Skinner
inventou um ambiente mecanizado para aliviar as tarefas rotineiras dos pais. Não teve êxito comercial e sua
queria aplicar suas descobertas feitas no laboratório à sociedade, descrevia em detalhes o funcionamento
desta. Em Walden Two descreve a vida de uma comunidade rural de mil habitantes cujo comportamento é
reforçado por reforços positivos, retratando assim uma sociedade com base na suposição da semelhança
entre o comportamento humano e a máquina (linha de pensamento de Galileu, Newton, chegando aos
empiristas britânicos).
Modificação de comportamento
Sociedade de Skinner baseado no reforço positivo existe só na ficção mas a modificação do comportamento
humano mediante o reforço positivo é altamente aceitável, aplicada na clínica, hospitais, prisões e etc, para
paciente, como o experimentador não se importa com as atividades mentais dos ratos na caixa de Skinner, o
foco é no comportamento aberto e no reforço.
Punição não é utilizada, é mais eficiente reforçar o desejado do que punir o não desejado.
Contribuições de Skinner
Alvo de muitas críticas, mas contribuiu muito com a psicologia. Tinha como objetivo melhoria da vida
humana, apesar da natureza mecanicista do seu sistema, ele era humanista, não poupava esforços para
modificar ambientes do mundo real, esperava que a tecnologia do comportamento ajudasse a aliviar o
sofrimento humano, sentia-se frustrado ao ver que suas ideias era populares mas não eram aplicadas de
forma mais sábia e ampla.
Psicanálise
A história do movimento psicanalista se encontra articulada a Freud. E para escrever a psicanálise ele parte
de sua experiência clínica, inclusive, de sua autoanálise.
idade. Tinha 7 irmãos e sua capacidade intelectual foi encorajada pela família.
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Por Darwin – interessou-se pela abordagem científica – foi estudar medicina para seguir carreira científica.
Estudava sexo das enguias.Droga milagrosa – cocaína.
Para ganhar dinheiro – praticou medicina = neurologia clínica. O trabalho com neurologista que o aproxima
de Breuer, da hipnose e do famoso caso “Ana O”.
Em Paris – bolsa de estudo de pós-graduação trabalha com Charcot com dificuldades mentais de base
sexual. Freud insatisfeito com a hipnose que parecia não curar desenvolve a “livre associação” que será um
Em 1923 tem câncer na boca e passa por 33 cirurgias ao longo da vida. Com a escalada nazista seus livros
são queimados na Alemanha, os nazistas eram contrários à supervalorização da vida sexual considerando-a
destruidora da alma. No ano de 1939 a Alemanha invade a Áustria e Freud vai para Londres já doente e
idoso, falece neste mesmo ano.
1. Teorias do Inconsciente:
Fechner (1801 – 1887) – embora precursor da psicologia científica – escreveu Elementos de Psicofísica,
propondo maneiras de medir as sensações: tempo de reação aos estímulos sensoriais– cálculo das
diferenças perceptíveis = limiar diferencial, traz a maior contribuição para Freud ao comparar o
inconsciente a um iceberg = parcela considerável da mente está oculta sob a superfície.
Dos Elementos de Psicofísica Freud formula os conceitos de princípio do prazer, energia psíquica,
topografia da mente, instinto destrutivo.
Vale ressaltar que a noção de inconsciente integrava o pensamento da época – 1880 – quando Freud
iniciava sua prática clínica. Freud, portanto, reconhece a importância do inconsciente e formula uma
maneira de estudá-lo.
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Neste sentido, Freud recebe influência do Romantismo, pois herda a problemática do inconsciente do
romantismo alemão, e está também se faz fortemente presente no interesse pelos sonhos, sexualidade
loucura e morte. Não se opõe a nenhuma escola, preocupa-se em tratar os distúrbios mentais.
2. Sobre os Distúrbios Mentais (Psicopatologia)
Idade Média = causa dos distúrbios: perversidade, possessão demoníaca e feitiçaria = tratamento
incriminação e punição.
Só no final do séc. XIX = atitude mais humana e racional – declina a influência da superstição religiosa e
inicia-se a investigação científica = psiquiatria: somática e psíquica.
Psiquiatria somática = causas físicas. Por ex.: Benjamin Rush (1º psiquiatra EUA) excesso ou falta de
sangue – remédio tirar ou colocar sangue.
Usava-se a hipnose desde fins do séc. XVIII. Mas, a hipnose ganha aceitação com Charcot (França)
enfatizando os distúrbios ou sintomas físicos, como paralisias.
Pierre Janet (discípulo de Charcot) rejeita a causa física e considera a causa mental. Médicos começam a
pensar em curar os distúrbios tratando a mente e não o corpo.
Outras Influências.
Clima intelectual do séc. XVIII e XIX
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1. Teoria do hedonismo: seres humanos são motivados para obter prazer e evitar a dor (princípio do prazer).
2. Mecanicismo: forças físicas e químicas determinantes sobre a natureza do comportamento humano =
determinismo psíquico.
3. Sociedade aberta e permissiva: grande interesse por assuntos sexuais era discutido na vida cotidiana de
Viena e na comunidade científica. Viena era uma sociedade ambígua, pois era um berço científico ao
mesmo tempo em que os valores se pautavam no modelo vitoriano.
4. Hermenêutica: É preciso considerar a especificidade da hermeneutica proposta por Freud. Assim as regras
da interpretação tem uma necessidade psicanalítica, uma vez que esta teoria atravessa a fronteira do
biológico e vai em busca da interpretação dos símbolos. Hermenêutica é absolutamente necessária, o
símbolo (sonhos, sintomas) não são uma tentativa de representar o real, mas o símbolo é uma distorção do
real, assim trata-se de desvendar conteúdos distorcidos, procurando um sentido para além da consciência
atingindo uma verdade inconsciente.Desta forma, a interpretação só pode ser formulada a partir das
associações livres produzidas pelo sujeito.
interpretativo).
Conceitos já em uso: libido (energia psíquica = pulsão de vida – sobrevivência da espécie: fome, sede, sexo)
e catarse (insight = conscientização de uma lembrança).
Freud elabora seu sistema da personalidade, considerando as forças biológicas que liberam energia mental.
Pulsão de Vida (Eros) = fome, sede, sexo. Auto-preservação e sobrevivência da espécie.
Pulsão de Morte (Thanatos) = força destrutiva dirigida para dentro (masoquismo, suicídio) – ódio e
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Psicologia sócio-histórica
Origens e fundamentos históricos e epistemológicos
Surgiu no início do século XX, na União Soviética e, é considerada uma vertente da ciência psicológica e
tem como principais representantes L.S. Vigotski (1896-1934), A.N. Leontiev (1903-1979) e A.R. Luria
(1903-1977). [1] O nome de Vigotski aparece grafado de diversas maneira. Neste texto, optamos por
O nome de Vigotski aparece grafado de diversas maneira. Neste texto, optamos por Vigotski como a
A psicologia sócio-histórica se desenvolveu na Rússia por conta de uma movimentos histórico bem peculiar
que foi a Revolução Russa. Assim, esta psicologia tinha como intuito solucionar os problemas “enfrentados
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É Vigotski quem vinculará à psicologia às necessidades sociais. E com esta ligação a psicologia produziria a
construção de uma sociedade comunista, pois a “velha psicologia” produzia uma sociedade burguesa.
Vigotski (2004) apud Pasqualini (2006) afirma que a construção de uma sociedade burguesa é uma
“processo na mudança na personalidade humana e uma alteração do próprio homem acontecer” (p.66).
Neste sentido, ao propor esta nova psicologia ele questiona a “velha psicologia burguesa” e revoluciona o
campo psicológico com suas proposições.
Em 1923 foi realizado o I Congresso de Psiconeurologia na Rússia, e este evento científico reuniu
pesquisadores de todo o pais. Nesta data “se formulou pela primeira vez a necessidade de se fundamentar a
ciência psicológica nos postulados do materialismo histórico dialético, proposto por Marx e Engels”
(Pasqualini, 2006, p.67). Logo, a proposta do materialismo histórico dialético que marcará a psicologia
sócio-histórica.
No entanto, a psicologia sócio-histórica inovadora e dava sinais de sua força, foi interrompida pelo regime
ditatorial de Stalin. Uma parte do grupo se transferiu para Karekhov e Vigotski passa a desenvolver seus
trabalhos em Leningrado até sua morte em 1934. Mas, é preciso salientar que Vigotski sofreu retaliações e
sua obra foi proibida de circular em 1936 mesmo após sua morte. Já Leontiev morre mais tarde em 1979,
mas também enfrentou tempos difíceis por conta do regime de Stalin (Pasqualini, 2006).
Para Vigotski os conhecimentos psicológicos produzidos na tentativa de compreender o homem, como este
constrói sua subjetividade, mantinham a dualidade objetividade versus subjetividade, mundo interno X
externo. Este autor vai construir uma psicologia guiada pelos princípios e métodos do materialismo
dialético que visa superar esta divisão. Explicando a construção e desenvolvimento do psiquismo e
considerando a realidade enquanto matéria, o homem é um ser real e concreto que pertence à realidade
material, e deste modo determina e é determinado por esta realidade.
No entanto, o homem não se constitui por uma absorção imediata ao meio (senão seríamos todos iguais),
mas por um processo constante de subjetivação da realidade que o torna único. Assim o mundo objetivo é
convertido para o subjetivo, produzindo um plano interno para a incorporação do externo, na medida que o
homem também constrói a realidade.
Se o homem é construído socialmente ele também se apropria da história da humanidade, não sendo
construído somente pelo meio social imediato, mas pela história da humanidade e pela cultura. Desta
forma, é um ser histórico-social.
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A origem da consciência e da linguagem está na atividade concreta do homem, ainda que aparentemente se
descolem da atividade material. Na dialética do externo-interno, um não existe sem o outro, o psiquismo
não existe sem as relações materiais em que está imerso, é mediada pela linguagem, pelos símbolos que
apropriar dela o homem tem acesso às significações construídas socialmente para nossos desejos,
sentimentos e ações.
Para Vigotski é através da palavra que se tem a maior possiblidade de entender a consciência, ou seja, na
relação com o mundo, nas experiências vividas pelo homem, o homem se constrói singularmente,
significando e configurando sua subjetividade, nesta atividade do homem sobre a realidade, a linguagem é
um dos grandes instrumentos (Rosa & Andriani, 1999).
mostram implicadas, na mediada em que resultam de uma mesma concepção de mundo, de homem e
relação sujeito/objeto (Rosa & Andriani, 1999).
Pela concepção dialética de realidade, concebe-se que as coisas estão em movimento permanente, assim
conhecer implica em conhecer suas transformações, seu processo e suas contradições.
A proposta é conhecer a essência, mas é o movimento que deve ser apreendido, a realidade e o homem
estão em constante processo de movimento, transformação e contradição.
O conceito de contradição é fundamental para a concepção marxista, assim a matéria contém em si a
essência e seu contrário, sua própria negação (dentro do capitalismo existe a destruição do capitalismo)
devendo sempre ser compreendido de maneira dialética, ou seja, existe uma superação do velho pelo novo,
sendo que o novo conserva a característica do velho, e o velho já tinha características do novo. Deve ser
entendida em um movimento espiral, e este movimento contém as possibilidades de transformação e
desenvolvimento da matéria.
Assim, a essência da matéria é uma unidade de contrários, não corresponde a sua aparência, embora esta a
contenha. Se elas correspondessem a ciência seria supérflua segundo Marx.
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É preciso levar em consideração que pesquisador e pesquisado também se definem por relações sociais, e
desta forma tanto podem ser reprodutoras como transformadoras das condições sociais onde ambos se
inseriram. Desta forma, consciente ou não, sempre a pesquisa implica em intervenção. E, como
consequência, a produção de conhecimento é envolvida em uma práxis, o conhecimento constitui-se pela
produção de uma ação refletida na realidade.
Assim, a pesquisa Sócio-histórica assume um compromisso ético e político com a realidade e os indivíduos
no sentido de uma transformação (Rosa & Andriani, 199).
ATIVIDADE FINAL
afirmar que:
psicologia.
fisiologia.
Assinale a alternativa correta:
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I - Freud não pode ser considerado um positivista uma vez seu objeto de
estudo não poderia ser mensurado e estudado em laboratório, como o
fenômenos.
III - É difícil de classificar ou reduzir o pensamento freudiano a tal ou
forma:
histórica.
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REFERÊNCIA
FIGUEIREDO, Luis Claudio; SANTI, Pedro Luiz Ribeiro. Psicologia uma (nova) introdução. (2ª.ed). São
Paulo, Educ, 2002.
HOTHERSALL, David. História da Psicologia. (4ª. ed). São Paulo: McGraw-Hill, 2006.
LOUREURO, Ines. Luzes e sombras: Freud e o advento psicanálise. In: Jacó-Vilela Ana Maria; Ferreira,
Arthur Arruda Leal; Portugal, Francisco Teixeira. História da psicologia brasileira: rumos e percursos. Rio
de Janeiro: Nau Ed, 2007.
PASQUALINI, Juliana Campregher. Contribuições da psicologia histórico-cultural para a educação escolar
de crianças de 0 a 6 anos: desenvolvimento infantil e ensino em Vigotski, Leontiev e Elkonin. (Dissertação).
Universidade Júlio de Mesquita Filho – Unesp. Araraquara, 2006.
SHCULTZ, Duane P.; Schultz, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. (9ª. ed). São Paulo, Cengane
Learning, 2009.
ROSA, Elisa Zaneratto; ANDRIANI, Ana Gabriela Pedrosa. Psicologia Sócio-histórica: uma tentativa de
sistematização epistemológica e metodológica. In: Kahhale, Edna M. Peters. A diversidade da psicologia:
uma construção histórica. São Paulo: Cortez, 1999.
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CRUCIAIS DA VIDA, PARA NOS QUESTIONAR ACERCA DE NÓS MESMOS, ACERCA DO MUNDO, ACERCA
DO TEMPO, ACERCA DA EXISTÊNCIA DO HOMEM.
Vocês poderiam nos perguntar por que usar textos filosóficos? Por que filosofia em um curso de psicologia?
Por que a filosofia nos permite o desenvolvimento do pensamento lógico, da argumentação coerente e ao
pensarmos, ao sermos interpelados por um texto filosófico, já estamos fazendo filosofia. A filosofia é uma
área do conhecimento que para ser compreendida é necessário também experimentá-la. Para se estudar
filosofia é necessário filosofar! A filosofia só acontece na reflexão, no debate argumentativo.
Para que Filosofia? Para nos tirar do senso comum, para nos colocar diante dos problemas cruciais da vida,
para nos questionar acerca de nós mesmos, acerca do mundo, acerca do tempo, acerca da existência do
homem. É costume afirmar que filosofia fala de coisas difíceis, incompreensíveis. Será mesmo verdade? A
filosofia pergunta sobre a felicidade, sobre o agir do homem, sobre o amor, sobre a morte. Esses temas não
atravessam nosso cotidiano? Ou seja, a filosofia trata dos temas simples, dos temas comuns.
São esses temas que serão tratados aqui, é com esses temas que pretendemos despertar em você o desejo de
fazer esse caminho traçado pela filosofia. Segundo Arruda Aranha o estudo da filosofia é fundamental por
que não se pode pensar em nenhum homem que não seja solicitado a refletir e agir. A filosofia oferece
suporte teórico para superação da consciência ingênua e o desenvolvimento da consciência crítica.
Portanto, qualquer que seja o caminho a ser percorrido, enquanto pessoa, cidadão do mundo, você precisará
da reflexão filosófica para alargar seu mundo, para exercer sua capacidade humana de se interrogar e
interrogar o mundo, para assim participar de forma mais ativa no mundo em que vive.
Vamos em Frente!!!!
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A Filosofia fala grego, mas isso não quer dizer que não vamos compreender o que ela diz. Significa
Qual sua origem? Os filósofos olhando para o mundo, para a natureza começaram a se perguntar sobre as
origens, os começos do mundo.
Vamos fazer juntos essa viagem do retorno as origens?
Comece seu trajeto entrando aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=EQO-VuixqpY (http://www.youtube.com/watch?v=EQO-VuixqpY)
Em seguida leia esse texto do Prof. Dr.Delamar José Volpato Dutra da Universidade Federal de Santa
Catarina, lá você encontrará muitos outros textos muito interessantes. Boa Leitura!
1. Da definição de Filosofia
A Filosofia é um ramo do conhecimento que pode ser caracterizado de três modos: seja pelos conteúdos ou
temas tratados, seja pela função que exerce na cultura, seja pela forma como trata tais temas. Com relação
aos conteúdos, contemporaneamente, a Filosofia trata de conceitos tais como bem, beleza, justiça, verdade.
Mas, nem sempre a Filosofia tratou de temas selecionados, como os indicados acima. No começo, na Grécia,
a Filosofia tratava de todos os temas, já que até o séc. XIX não havia uma separação entre ciência e filosofia.
Assim, na Grécia, a Filosofia incorporava todo o saber. No entanto, a Filosofia inaugurou um modo novo de
tratamento dos temas a que passa a se dedicar, determinando uma mudança na forma de conhecimento do
mundo até então vigente. Isto pode ser verificado a partir de uma análise da assim considerada primeira
proposição filosófica.
Se dermos crédito a Nietzsche, a primeira proposição filosófica foi aquela enunciada por Tales, a saber, que
a água é o princípio de todas as coisas [Aristóteles. Metafísica, I, 3]. Cabe perguntar o que haveria de
filosófico na proposição de Tales. Muitos ensaiaram uma resposta a esta questão. Hegel, por exemplo,
afirma: "com ela a Filosofia começa, porque através dela chega à consciência de que o um é a essência, o
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verdadeiro, o único que é em si e para si. Começa aqui um distanciar-se daquilo que é a nossa percepção
sensível". Segundo Hegel, o filosófico aqui é o encontro do universal, a água, ou seja, um único como
verdadeiro. Nietzsche, por sua vez, afirma: "a filosofia grega parece começar com uma idéia absurda, com a
proposição: a água é a origem e a matiz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la
a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das
coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e, enfim, em terceiro lugar, porque nela,
embora apenas em estado de crisálida [sic], está contido o pensamento: ‘Tudo é um’. A razão citada em
primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa
sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o
primeiro filósofo grego".
O importante é a estrutura racional de tratamento das questões. Nietzsche analisa esse texto, não sem
crítica, e remarca a violência tirânica como essa frase trata toda a empiria, mostrando que com essa frase se
pode aprender como procedeu toda a filosofia, indo, sempre, para além da experiência.
A Filosofia representa, nessa perspectiva, a passagem do mito para o logos. No pensamento mítico, a
natureza é possuída por forças anímicas. O homem, para dominar a natureza, apela a rituais apaziguadores.
O homem, portanto, é uma vítima do processo, buscando dominar a natureza por um modo que não
depende dele, já que esta é concebida como portadora de vontade. Por isso, essa passagem do mito à razão
representa um passo emancipador, na medida em que libera o homem desse mundo mágico.
"De um sistema de explicações de tipo genético que faz homens e coisas nascerem biologicamente de
deuses e forças divinas, como ocorre no mito, passa-se a buscar explicações nas próprias coisas, entre as
quais passa a existir um laço de causalidade e constâncias de tipo geométrico [...] Na visão que os mitos
fornecem da realidade [...] fenômenos naturais, astros, água, sol, terra, etc., são deuses cujos desígnios
escapam aos homens; são, portanto, potências arbitrárias e até certo ponto inelutáveis".
A ideia de uma arqué, que tem sentido amplo em grego, indo desde princípio, origem, até destino, porta
uma estrutura de pensamento que a diferencia do modo de pensar anterior, mítico. Com Nietzsche, pode-se
concluir que o logos da metafísica ocidental visa desde o princípio à dominação do mundo e de si. Se
atentarmos para a estrutura de pensamento presente no nascimento da Filosofia, podemos dizer que seu
logos engendrou, muitos anos depois, o conhecimento científico. Assim, a estrutura presente na ideia de
átomo é mesma que temos, na ciência atual, com ideia de partículas. Ou seja, a consideração de que há um
elemento mínimo na origem de tudo. A tabela periódica também pode ser considerada uma sofisticação da
idéia filosófica da combinatória dos quatro elementos: ar, terra, fogo, água, da qual tanto tratou a filosofia
eleática.
Portanto, em seu início, a Filosofia pode ser considerada como uma espécie de saber geral. Um tal saber,
hoje, haja vista os desenvolvimentos da ciência, é impossível de ser atingido pelo filósofo.
Temos, portanto, até aqui:
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A ciência moderna, caracterizada pelo método experimental, foi tornando-se independente da Filosofia,
dividindo-se em vários ramos de conhecimento, tendo em comum o método experimental. Esse fenômeno,
típico da modernidade, restringiu os temas tratados pela Filosofia. Restaram aqueles cujo tratamento não
poderia ser dado pela empiria, ao menos não com a pretensão de esclarecimento que a Filosofia
pretenderia.
A característica destes temas determina um modo adequado de tratá-los, já que eles não têm uma
significação empírica. Em razão disso, o tratamento empírico de tais questões não atinge o conhecimento
confundir-se-ia com o tratamento científico da questão. Por isso, no dizer de Kant "o conhecimento
filosófico é o conhecimento racional a partir de conceitos".
Ou seja, "as definições filosóficas são unicamente exposições de conceitos dados [...] obtidas analiticamente
forma empírica, tais como o conceito de justiça, beleza, bem, verdade, etc.
2 - Apesar de não termos uma clara noção destes conceitos, nem mesmo uma significação unívoca, eles são
operantes na nossa linguagem e determinam aspectos importantes da vida humana, como as leis, os juízos
de beleza, etc.
3. Da função da Filosofia
mencionados acima. Nesse sentido, a filosofia teria um âmbito de problemas específicos sobre os quais
trataria. No entanto, o tratamento desse âmbito específico continua a manter ao menos uma função geral, a
qual pode ser considerada de forma extremada ou de forma mais modesta. Assim, a lógica, a ética, a teoria
do conhecimento, a estética, a epistemologia são disciplinas filosóficas, tendo uma função geral para o
conhecimento em geral, seja para as ciências, a partir da lógica, teoria do conhecimento, epistemologia,
seja para os sistemas morais, a partir da ética filosófica, seja para as artes, a partir dos conhecimentos
estéticos. Por exemplo, no que concerne à lógica, ao menos como a concebeu Aristóteles, ela pode
efeito, podemos dizer que as outras disciplinas pretendem o mesmo, determinando, portanto, a
possibilidade de conhecimentos morais, estéticos, etc. No caso da moral, ela pode mostrar que questões
controversas podem ser resolvidas racionalmente, bem como apontar para critérios de resolução racional
de problemas.
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Essa tarefa pode ser considerada de uma forma mais ou menos audaciosa. Habermas apresenta, nesse
particular, três concepções. A de Kant, a de Rorty e a sua própria. Kant, dentro do fundamentalismo da
teoria do conhecimento, "ao pretender aclarar de uma vez por todas os fundamentos da ciência e de uma
vez por todas definir os limites do experienciável, a Filosofia indica às ciências o seu lugar". É a função de
indicador de lugar.
Conjugado com isso, Kant pôde afirmar: "pode-se encarar a Crítica da Razão Pura como o verdadeiro
tribunal para todos os conflitos da razão. Com efeito, não está envolvida nestas disputas enquanto voltadas
imediatamente para objetos, mas foi posta para determinar e julgar os direitos da razão em geral segundo
ATIVIDADE FINAL
C. a filosofia começa pela reafirmação necessária das crenças e preconceitos do senso comum.
D. a atitude filosófica diferencia-se estruturalmente do senso comum.
A. Surgiu na Grécia, em torno do século VI a.C., quando os gregos perceberam que as explicações
míticas não eram suficientes para explicar os fenômenos da natureza.
B. Está relacionada com as conquistas gregas do Oriente por Alexandre Magno, em torno do século III
a.C., e o fenômeno denominado Helenismo pelos conquistadores.
C. Tornou-se uma disciplina de reflexão e crítica proporcionada pela conquista da Grécia pelos
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Epicuro.
B. A Filosofia é um ramo do conhecimento que pode ser caracterizado de três modos: seja pelos
conteúdos ou temas tratados, seja pela função que exerce na cultura, seja pela forma como trata tais
temas.
C. A Filosofia inaugurou um modo novo de tratamento dos temas a que passa a se dedicar,
REFERÊNCIA
APEL, Karl-Otto. O desafio da crítica total da razão e o programa de uma teoria filosófica dos tipos de
racionalidade. Novos Estudos CEBRAP. São Paulo: n. 23, mar. 1989. p. 67-84.
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CHAUÍ, Marilena et al. Primeira Filosofia: lições introdutórias. Sugestões para o ensino básico de Filosofia.
5. ed., São Paulo: Brasiliense, 1986.
HEGEL, Georg W. F. Preleções sobre a história da filosofia. [Trad. E. Stein]. In SOUZA, José Cavalcante de
[org.] Os pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
KANT, I. Crítica da razão pura. (Trad. de Valério Rohden: Kritik der reinen Vernunft). São Paulo: Abril
Cultural, 1980.
KANT, I. A paz perpétua e outros opúsculos. (Trad. A. Morão). Lisboa: E. 70, 1988. 4 5
NIETZSCHE, Friedrich. Os filósofos trágicos. [Trad. R. R. Torres Filho]. In SOUZA, José Cavalcante de [org.]
Os pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
RORTY, Richard. A filosofia e o espelho da natureza. [J. Pires: Philosophy and the mirror of nature]. Lisboa:
D. Quixote, 1988.
WATANABE, Lygia Araujo. Filosofia antiga. In CHAUÍ, Marilena et al. Primeira Filosofia: lições
introdutórias. Sugestões para o ensino básico de Filosofia. 5. ed., São Paulo: Brasiliense, 1986. p. 13-35.
WITTGENSTEIN, L. Investigações filosóficas. 2. ed., São Paulo, Abril Cultural, 1979.
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século V a. C vai se operar uma verdadeira revolução. Nós já sabemos que Sócrates não deixou nada escrito,
tudo o que conhecemos dele está nos diálogos de Platão, nas comédias de Aristófanes e nos escritos de
Xenofonte.
Anacronicamente Sócrates é o primeiro psicólogo, por que enquanto seus antecessores e mesmo seus
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preocupação e inquietação pela pessoa amada, por um objeto de estimação. Em outro sentido, está
relacionada a cogitare, que tem o mesmo sentido de curar, cogitar, pensar, colocar atenção, mostrar
interesse, revelar uma atitude de desvelo e de preocupação, como quando dizemos “pensar um ferimento”.
Cuidado significa solicitude, diligência, zelo, atenção. O cuidado pode ser dirigido ao outro e a si mesmo.
Essa noção implica, no sentido pessoal, uma forma de existir, de coexistir e construir-se enquanto ser
humano, preocupado consigo mesmo.
Segundo Foucault[4], a idéia de ocupar-se de si ao cuidar-se (heautou epimeleisthai) é um antigo tema da
cultura grega. O aforismo lacedemônio relatado por Plutarco, em que a razão pela qual os cuidados com a
terra eram atribuídos aos hilotas, mostra já esse sentido, pois aos cidadãos de Esparta era dado “ocuparem-
se com eles mesmos”, desenvolverem-se como guerreiros e não como agricultores.
SAIBA MAIS
[1] EPICTETO, Diatribes, III, 23, 30.
[2] Dicionários consultados: CALDAS AULETE. (Ed.) Dicionário Contemporâneo da Língua
Portuguesa, (Rio de Janeiro: Delta, 1964, p. 2210) e LELLO,E. & LELLO, J. Dicionário Lello Universal.
[3] Do grego Epimieleia (cuidado), por vezes a noção de cuidado aparece traduzida como ocupar-se
consigo,
O “cuidado de si” (em sentido diverso àquele dos lacedemônios) é tema essencial do diálogo de Platão, em
Primeiro Alcibíades. Sócrates demonstra ao jovem Alcibíades que ele é por demais ambicioso, por
considerar-se apto a entrar em confronto com os reis de Esparta ou com os soberanos da Pérsia e não ter
ainda aprendido o que é básico para saber governar, portanto, é mister aprender a ocupar-se de si antes de
qualquer outra tarefa, diz Platão nesse diálogo.
“- Sócrates: Então responde: que significa a expressão cuidar de si mesmo? Pois pode muito bem dar-se que
não estejamos cuidando de nós, quando imaginamos fazê-lo. Quando é que o homem cuida de si mesmo?
- Sócrates: Será porventura fácil conhecer-se a si mesmo – devendo ser considerado como de poucos
cabedais o autor daquela sentença do templo de Pito – ou pelo contrário, tarefa por demais difícil, que só
está a alcance de pouca gente?
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- Alcibíades: Por vezes, Sócrates, quer parecer-me que está ao alcance de qualquer pessoa; de outras vezes,
“(...) outra coisa não faço senão andar por aí persuadindo aos moços e velhos, a não
cuidar tão aferradamente do corpo e das riquezas, como de melhorar o mais possível a
alma.[6]
SAIBA MAIS
[5] PLATÃ, Primeiro Alcibíades. Trad. C. A. Nunes. In: Platão, Diálogo, v. V (Belém: Universidade
Federal do Pará;1975), 128a -129 a. (numeração referente à coluna das edições antigas, mantida nas
edições atuais)
[6]PLATÃO, Apololgia de Sócrates. Trad. C. A. Nunes. In: Platão, Diálogo, v. VI (Belém: Universidade
Federal do Pará; 1975), 29 d-e .
ATIVIDADE
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quanto é reto e belo e que, no mundo visível, é ela quem gera a luz e o
natureza (physis), ou seja, interrogando pelo princípio nas coisas que lhe garante permanência. Sócrates
desloca a pergunta sobre a natureza para o homem. Mas como ele opera esse deslocamento?
Pode-se dizer que Sócrates introduz uma nova questão: a questão do “eu”. Questão já vislumbrada pelos
poetas líricos e pela poetisa Safo de Lesbos. Pode -se detectar que os líricos tiveram algo semelhante ao
“eu” como uma intuição de si mesmo, como uma “personalidade”. Mas há algo que abarca cada ser, que é o
cosmos ou a própria cidade, e não possibilita o átomo social que será o indivíduo. De modo que, este “eu”
não é pensado absolutamente como consciência de si, apartada do todo e responsável por si mesmo.
A partir de Sócrates, é possível dizer que nosso “eu” é “nossa alma”. Platão enuncia Sócrates com o jovem
Alcibíades. Nele, o jovem, por diversas vezes, entra em contradição ao ser perguntado sobre o que é o
homem.
“(...) Sócrates: E o que mais pode servir-se do corpo se não for a alma? Alcibíades: Nada.
Sócrates: O homem só pode ser uma de três ‘coisas.
Essas afirmações indicam que o campo de investigação filosófico grego dos séculos V e IV a.C lança os
primeiros elementos daquilo que hoje denominamos “eu”, relacionado, à consciência de um “eu” como
individualidade.
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epicuristas, conforme fora enunciado por Epicuro: “que ninguém, sendo jovem, tarde a filosofar, nem velho
se canse da filosofia. Pois para ninguém é demasiado cedo nem demasiado tarde para assegurar a saúde da
alma[9]”
As relações entre medicina e filosofia remontam aos primeiros filósofos, denominados fisiólogos, por que se
ocupavam em desvelar os mistérios da physis (natureza), enquanto a medicina se dedicava à natureza do
homem. É esse caráter antropocêntrico que distingue a medicina das outras ciências (Meteorologia e
Cosmologia) e a aproxima da filosofia. Mas o caráter de similitude entre filosofia e medicina reside,
sobretudo, no interesse que ambas cultivam em buscar amenizar a dor e o sofrimento humano através de
terapêuticas. Assim, a assimilação da prática filosófica a uma espécie de prática médica é muito clara.
Sócrates: Em ambas terás de analisar a natureza na primeira, a do corpo; na outra, a da alma, se quiseres
vencer a rotina e a experiência, para alcançar a arte. No caso do corpo, a fim de deixá-lo forte e saudável,
graças à alimentação e aos remédios; no da alma, por meio do ensino e de instituições legais, comunicar-
lhe convicções e a virtude com que pretendes adorná-la[10].”
Platão ao tomar o médico por analogia considera que ele é aquele que baseado no que conhece sobre a
natureza do homem com saúde, conhece também o doente e, portanto, sabe encontrar a therapeia mais
adequada, ou o meio mais eficiente para lhe restituir a saúde. Analogamente o filósofo curaria a alma do
entre ser e pensar. Assim, o verdadeiro filósofo não sóespecula como faziam os primeiros fisiólogos (pré-
socráticos), mas, também como o médico, opera mudanças em si, como o timoneiro, que conhecia sua
embarcação, sendo seu objetivo fazer um trabalho sobre si, transformar a si mesmo. Daí a necessidade de
haver coerência entre o que ele vive e o que diz. Portanto, viver filosoficamente é manter uma atitude
pessoal similar àquela que é propugnada pelo seu discurso. O primeiro exercício a ser desenvolvido pelo
entre corpo e alma. No diálogo República[11] Platão descreve a alma com base em suas funções. A parte
timocrática é responsável pelas nossa capacidade irascível, pelas questões relativas a coragem, o medo , a
honra; a parte epitimética, responsável pelas necessidades básicas: comer, dormir, procriar, enfim a busca
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dos prazeres em geral, e por fim a parte hegemônica, o princípio dominante, responsável pela orientação da
conduta, as boas escolhas, a ética. O hegemonicón tem como atribuição manter a harmonia entre as outras
partes. Essa harmonia, que deve ser conquistada, garante a maior das virtudes – a justiça (diké)-.
O pharmacón platônico em última instância prescreveria, por meio do uso da razão, uma volta para si
mesmo e, mediante o exercício do cuidado de si, visa estabelecer as bases para uma boa condução da vida.
Para que um remédio tenha efeito, é necessário que aquele que o utiliza reconheça sua eficiência.
SAIBA MAIS
[7]Platão, Primeiro Alcibíades, op.cit., 130 a- d
432a, c.
ATIVIDADE FINAL
caracteriza a:
A. Dialética platônica
B. Dúvida cartesiana
C. Lógica aristotélica
D. Hedonismo epicúreo
REFERÊNCIA
ARRUDA ARANHA, M.L. & MARTINS, M.H.P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna,1994
BRÉHIER, E. História da Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1981.
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EPICURO, Carta sobre a Felicidade (a Meneceu). São Paulo:UNESP, 2002. Tradução Alvaro Lorencini e
Enzo Del Carratore.
b.
PLATÃO, Primeiro Alcibíades. Trad. C. A. Nunes. In: Platão, Diálogo, v. V (Belém: Universidade Federal do
Pará;1975), 128a -129 a. (numeração referente à coluna das edições antigas, mantida nas edições atuais)
PLATÃO, Apololgia de Sócrates. Trad. C. A. Nunes. In: Platão, Diálogo, v. VI (Belém: Universidade Federal
do Pará; 1975), 29 d-e .
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Filosofia Medieval
A conjuntura político-econômica da época, (em especial com a morte de Alexandre o Grande que levou a
uma grande disputa no império,) fez mais ainda com que os cidadãos se voltassem para a busca da
felicidade pessoal por meio da religião, da magia e da filosofia. As teorias dos grandes pensadores gregos,
Sócrates, Platão e Aristóteles influenciaram o estudo da psicologia até a idade média. No plano da filosofia,
a exigência racional por um critério objetivo de verdade e a preocupação em conhecer a realidade do
universo vão perdendo espaço para crenças religiosas e místicas. Neste período, que vai até a aceitação do
Cristianismo como a religião do Estado Romano em 313 d.C., se encontram as doutrinas do ceticismo, a
escola dos epicuristas, a escola dos estoicos, a filosofia de Cícero, e o último pensamento filosófico da
oposição entre fé e razão, há sim uma busca pela conciliação entre fé e razão.
O Cristianismo teve seu início em Jerusalém, esse movimento trazia para os fieis que comungavam dessa
crença que o reino de Deus poderia ser conquistado a partir de uma conversão radical alcançada através da
fé. Para os cristãos a Alma é o bem mais valoroso que o homem possui. Encontramos passagens na Sagrada
Escritura que confirmam essa assertiva: “Que aproveita ao homem ganhar a vida inteira e perder a sua
alma? Que daria um homem em troca de sua alma” (Marcos 8, 36-37).
Todos os seres humanos são igualmente importantes: “E quanto a vós outros até os cabelos todos da cabeça
– ou estudo da alma – passa a estar relacionada ao conhecimento religioso. Para os cristãos, a alma é o bem
mais precioso do homem, pois é uma criação de Deus. Dessa forma, o conhecimento da alma deve se dar por
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meio da fé, e não da evidencia racional como visto ao longo do pensamento grego. O pensamento cristão é
marcado por uma série de convergências e divergências em relação ao pensamento grego e pode ser divido
em duas grandes fases: a patrística e a escolástica.
Na patrística, ha a tentativa de integrar o pensamento cristão, isto é a centralização e o poder de Deus, à
filosofia de Platão; o principal representante dessa escola foi Santo Agostinho.
O principal objetivo da Filosofia Medieval consistia no esforço de conciliar a nova religião 'cristianismo'
com o pensamento filosófico dos gregos e romanos, ou seja tentar convencer os pagãos da nova verdade.
A Filosofia Medieval introduziu:
Santo Agostinho
Um dos problemas encontrados pela Filosofia Medieval é explicar como o mal pode existir no mundo que foi
criado por um Deus que é perfeito. Se Deus realizou a criação com base em um ato consciente e voluntário,
ele pode ser considerado responsável pelas imperfeições do mundo. A solução de Santo Agostinho para esse
tema é muito simples: o mal em si mesmo, não existe, é ausência, limitação do bem. O mal é puro não ser,
assim como a escuridão, não tem uma realidade substancial, mas existe somente por via negativa, como
ausência de luz.
Não é possível explicar o mal como imperfeição divina. A constatação de que nos mundo existem males
terríveis (morte, sofrimento, desastres). Agostinho responde que se assumirmos,um ponto de vista global –
ou seja, se considerarmos o universo na sua totalidade -, esses fenômenos também se mostrarão
necessários, apesar de tão doloroso para o individuo que os experimenta.
Ao resgatar Platão, Santo Agostinho acredita na separação entre alma e corpo, sendo a alma a sede da razão
e também a prova de uma manifestação divina no homem. Santo Agostinho dizia que nos possuímos a
verdade em nos mesmos, mas que é necessária a manifestação divina no homem para produzir a sabedoria,
pois não é através do mundo sensível/concreto que encontramos a verdade, mas somente através de Deus, o
que seria o paralelo platônico do mundo das ideias.
Santo Agostinho foi um profundo estudioso da alma humana, em alguns de seus escritos ele se ocupa em
descrever algumas características do homem que na atualidade poderíamos dizer que são características
psicológicas. Um de seus interesses mais acentuados é a questão do conhecimento de si, seu argumento é
de que somente a alma pode conhecer a si mesmo. Nas Confissões livro em que ele se revela como pecador
e desejoso de encontrar o caminho que o conduzirá até Deus, ele nos fala que nosso corpo obedece
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facilmente os comandos de nossa alma, mas ela mesmo tem dificuldade em obedecer a si mesma. Só
buscando nos aproximar de Deus poderíamos conseguir a obediência de nossa própria alma. Agostinho
considera que a alma é um dom do Criador.
corpo e o corpo é animado pela alma. Todavia, a alma é incognoscível e inacessível, pois não chegamos a ela
senão por intermédio de seus atos expressos pelo corpo. Os órgãos sensoriais são essenciais para o
conhecimento do mundo e o empirismo é importante. Para conciliar o empirismo com a doutrina da Igreja,
são tomas de Aquino postula que o mundo sensível é criado por Deus e que a razão para interpretá-lo é uma
dádiva divina. Os católicos utilizaram a alma para propor o papel de Deus mediando os pensamentos e
sentimentos humanos. A alma/razão, por intermédio de Deus seria o caminho para a busca da verdade e da
felicidade.
Embora a razão seja suficiente para conhecer as verdades fundamentais de ordem natural e seja autônoma
no estudo das coisas naturais, ela é incapaz, por si só, de penetrar nos mistérios de deus, que é seu bem
último. A razão não atinge os mistérios da fé. Tomás de Aquino conceitua a alma como imaterial, unida ao
corpo sem intermediário e permanentemente orientada para o mundo natural.
Uma das contribuições de Tomás de Aquino para psicologia que irão surgir no século XIX, o conceito de
Intentio termo que ela tomou de outro filósofo Avicena. Intentio significa alcançar ou dirigir a mente para.
Tomás de Aquino a partir desse conceito tomado de Avicena ele formula o conceito de intencionalidade ou
referência. Com isso ele quer afirma que o intelecto conhece a si mesmo não por sua essência, mas pelos
seus atos.
Apesar do esforço de Aquino, foi impossível sustentar a escolástica. A «verdade revelada» de Deus não
atendia às necessidades emergentes. Era necessário retornar ao mundo empírico, observar a natureza e
provar com evidências os argumentos oferecidos. O mundo europeu se aproximava de uma grande
revolução: a era moderna. Três grandes marcos caracterizam a idade moderna: 1) a passagem do sistema
feudal para o sistema capitalista, 2) as grandes navegações e, consequentemente, as intensas colonizações
europeias, e 3) o renascimento, social, cultural, artístico e científico da Europa. O humanismo e
ATIVIDADE
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nós a luz do vosso rosto Senhor. Nós não somos a luz que ilumina a
todo homem, mas somos iluminados por Vós." A partir dos seus
A. Os argumentos de Santo Agostinho que provam a existência de Deus denotam a influência direta que
eternas em Deus. Essas verdades eternas e necessárias não estão no interior do homem, porque seu
intelecto é mutável e contingente.
C. Tomás de Aquino construiu uma argumentação para provar a existência de Deus à luz das ideias de
deixando-o ativo para o conhecimento das verdades eternas. Essas verdades, necessárias e imutáveis,
estão no interior do homem.
ATIVIDADE
REFERÊNCIA
ARRUDA ARANHA, M.L. & MARTINS, M.H.P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 1994.
DIMENSTEIN, G. & GIANSANTI, A. C. Dez lições de Filosofia para um Brasil cidadão. São Paulo: FTD, 2008.
MUELLER, J. B. História da Psicologia: Da antiguidade até aos nossos dias. São Paulo: Companhia Editora
Nacional, 1968.
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A Filosofia de DESCARTES
DESTACAR A IMPORTÂNCIA DO COGITO CARTESIANO PARA A CONSTRUÇÃO DA SUBJETIVIDADE.
Descartes
Em meados do século XIV há um enfraquecimento do pensamento medieval, aos poucos vão surgindo novas
De maneira geral poderíamos dizer que a Idade Média termina coma as tentativas do homem de buscar
novas respostas para seu existir. Deus parece não ser mais suficiente para acalmar as dúvidas ante o
espanto diante do mundo. Filósofos como Galileu e Copérnico utilizando de aparelhos, investigam o
universo.
Com um telescópio muito rudimentar Galileu observa os astros e afirma que “a terra por si move”. Essa
No Renascimento italiano que vai do século XV ao XVI, observa-se um reavivar do interesse pela cultura
clássica, marcando assim um rompimento com as estruturas da tradição eclesiástica da Idade Média.
Enquanto no medievo tudo se voltava para Deus, no Renascimento o homem passa a ser o centro. É dessa
época o movimento cultura denominado humanismo. O movimento humanista é contemporâneo da
reforma protestante. A partir do humanismo passa-se a discutir a possibilidade de que todos os homens
podem estar em contato com Deus, não há necessidade de intermediários, Cristo não precisa de vigários.
Todas essas mudanças também abriram caminho para a ciência. Copérnico ao propor o sistema
Deus, no além na transcendência, o homem moderno busca a verdade em si mesmo em suas representações
que faz do mundo. Essa representação por sua vez é interna, ou seja, a verdade está no próprio homem, ela
se dá a ela. Há um sujeito que conhece que é pura representação e por isso capaz de conhecer o mundo de
forma objetiva.
Para Descartes a razão é uma faculdade inata, lugar das ideias claras e distintas, e o cogito é a primeira
certeza alcançada pela razão.
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Assim a razão obedecendo ao método poderá decifrar todos os enigmas da realidade, Descartes fundamenta
a razão como o princípio seguro para construção de conhecimento. A importância da filosofia cartesiana
reside na razão como fundamento primeiro do conhecimento e do cogito como instaurador da filosofia da
consciência.
Atormentado pela dúvida Descartes busca uma primeira verdade para construir um edifício sólido, sobre o
qual erguerá o conhecimento. Para alcançar esse conhecimento ele utiliza alguns argumentos para alcançar
uma primeira verdade. Vejamos esses dois trechos das Meditações de Descartes:
“Mas ainda que os sentidos nos enganem algumas vezes sobre coisas pequenas e
afastadas, há todavia muitas outras de que não podemos absolutamente duvidar, embora
as recebamos por eles: como, por exemplo, que estou aqui, sentado junto à lareira, vestido
com um roupão de Inverno, que toco este papel com as mãos, e outros factos
semelhantes. E ainda, qual a razão por que se poderia negar que estas próprias mãos e
todo este meu corpo são meus? A não ser que, porventura, me compare não sei com que
loucos, cujos miolos estão tão abalados por vapores rebeldes de bílis negra que asseveram
invariavelmente serem, ou reis, quando são paupérrimos, ou estarem vestidos de oiro e
púrpura, quando estão nus, ou que têm uma cabeça de barro, ou que são cabaças, ou que
são feitos de vidro. Mas trata-se de pessoas que perderam a razão e eu próprio não
pareceria menos insensato se lhes seguisse o exemplo.”
(DESCARTES, MEDITAçõES,1992).
“Ora muito bem, como se eu não fosse um homem que costuma dormir de noite e
consentir em sonhos as mesmas coisas, ou também, algumas vezes, outras menos verosí-
meis, que aqueles alienados quando estão despertos! Com efeito, quantas vezes me
acontece que, durante o repouso nocturno, me deixo persuadir de coisas tão habituais
como que estou aqui, com o roupão vestido, sentado à lareira, quando, todavia, estou
estendido na cama e despido! Mas agora, observo este papel seguramente com os olhos
abertos, esta cabeça que movo não está a dormir, voluntária e conscientemente estendo
esta mão e sinto-a: o que acontece quando se dorme não parece tão distinto. Como se não
me recordasse de já ter sido enganado em sonhos por pensamentos semelhantes! Por isso,
se reflicto mais atentamente, vejo com clareza que vigília e sono nunca se podem dis-
tinguir por sinais seguros, o que me espanta — e é tal este meu espanto que quase me
confirma na opinião de que durmo.”
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(DESCARTES, MEDITAçõES,1992).
O primeiro argumento, ele toma um pedaço de cera e o aproxima do calor, para nos mostrar que a cera
muda de forma , demonstrando assim que não podemos confiar nos sentidos ( na observação, na
experiência) eles nos enganam.
O segundo argumento, argumento do sonho, Descartes questiona acerca da diferença entre sonho e
realidade. Como posso ter certeza de que não estou sonhando? Como posso afirmar a realidade? Se muitas
vezes nos sonhos eu julgava ser verdadeiro o que era ilusório.
O terceiro argumento – Gênio enganador, Descartes extrapola o seu duvidar e imagina um gênio que tenta
persuadi-lo, enganá-lo, e fosse capaz de lhe mostrar que ele não era aquilo que ele julgava ser.
Descrevendo esse caminho percorrido Descartes conclui que só há uma coisa da qual não podemos duvidar,
de que ele é coisa que pensa. O pensamento se mostra tão evidente, tão claro a sua mente, que não há como
negá-lo, ate quando o faço, estou pensando.
Esse movimento o leva a alcançar a primeira verdade “o cogito”. Todos já ouvimos falar pelo menos uma
vez: “penso logo existo”. Eu penso, eu existo , é o que denominamos cogito cartesiano. Descarte coloca o
sujeito no centro do conhecimento. Para tanto ele considera que o homem é composto por duas
substancias, uma substância pensante (res cogitans) e uma substância material ( res extensa).
Método de Descartes
Descartes acredita que há um caminho que se todos percorremos poderemos construir conhecimentos
sólidos. Para tanto ele nos dá algumas indicações.
os obstáculos que impedem o conhecimento. É esse o trabalho realizado por Descartes é submete à crítica
todos os preconceitos adquiridos com a educação.
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Descartes ao utilizar o argumento da dúvida afasta a possibilidade de erro, ao duvidarmos pensamos, é uma
coisa não se pode duvidar a que somos seres pensantes. Cogito ergo Sun (penso,logo existo) está afirmativa
é absolutamente certa e verdadeira.
Filme
Descartes - (Cartesius) http://blog.joaomattar.com/2010/01/20/descartes-cartesius-roberto-
rossellini/ (http://blog.joaomattar.com/2010/01/20/descartes-cartesius-roberto-rossellini/) –
Roberto Rossellini
ATIVIDADE FINAL
"Já faz algum tempo que me apercebi de que, desde meus primeiros
ciências." Descartes
A. a filosofia cartesiana toma como ponto de partida a dúvida metódica e só admite como verdadeiro o
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B. a filosofia de Descartes não é capaz de demonstrar a verdade das teses que propõe, já que desde o
e indubitável.
D. a filosofia de Descartes pretende passar todo conhecimento pelo crivo da dúvida apenas para
REFERÊNCIA
ARRUDA ARANHA, M.L. & MARTINS, M.H.P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna,1994
DIMENSTEIN, G. & GIANSANTI, A. C. Dez lições de Filosofia para um Brasil cidadão. São Paulo: FTD, 2008.
DESCARTES, René. Descartes. Intr. Gilles-Gaston Granger. Pref. e notas: Gérard Lebrun. Trad. J. Guinsburg
e Bento Prado Júnior. São Paulo: Nova Cultural, 1996. (Col. Os Pensadores). Contém as traduções de:
Discurso do Método, As Paixões da Alma, Meditações e Objeções e Respostas (às Meditações).
NICOLA, U. Antologia Ilustrada de Filosofia. São Paulo: Globo, 2002.
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20/02/2021 AVA UNINOVE
Filósofos Empiristas
DISCUTIR A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DOS FILÓSOFOS EMPIRISTAS PARA O CURSO DE PSICOLOGIA.
Empiristas
Na luta contra as ideias de Descartes se constituirá uma filosofia nos finais do século XVI e meados do
século XVII, a esse vertente filosófico chamaremos empirismo.
prosseguirmos é necessário destacar que para os empiristas em primeiro lugar as ideias provem a priori da
experiência em segundo lugar consideram que o problema do conhecimento deve ser entendido a partir de
Para tanto vamos falar de Locke, Berkeley e Hume, deixando claro que outros empiristas também
contribuíram para construção das ideias psicológicas da modernidade.
Empirismo parte de fatos concretos para conceber o humano. A experiência é a única via para estabelecer
representações dos fatos e acontecimentos. A filosofia empirista leva a cabo uma saudável autocrítica da
uma folha de papel em branco, ou pedaço de cera (tábula rasa) na qual não há nada escrito, tudo será
construído á medida que o sujeito for se submetido a diferentes experiências. Mas uma questão se coloca:
se não há ideias inatas qual é a origem das ideias?
Assim para Locke a hipótese das ideias inatas é inútil, o aprendizado a partir da experiência é suficiente
para explicar toda forma de conhecimento. Ao nascer a mente está vazia desprovida de todo e qualquer
conhecimento, todo conhecimento nasce da experiência do mundo externo e da reflexão interior.
Assim a mente limita-se a reelaborar sob a forma de abstração que dados e observações que recebe do
mundo exterior, segundo a fórmula implícita nada existe no intelecto que não tenha antes passado pela
percepção. O que fazemos muitas vezes é confundir aquilo que foi adquirido por hábito como sendo inato.
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Locke defendeu que a experiência forma as ideias em nossa mente, no seu livro Ensaio acerca do
entendimento humano, de 1690. Na introdução, ele escreve que “só a experiência preenche o espírito com
ideias”.
Quando Locke fala de experiência, ele está se referindo às experiências as quais estamos submetidos a
partir das sensações, dos nossos sentidos. O paladar, o olfato, a audição, o tato e a visão levam informações
para nossa mente. Assim nossas ideias se constituem daquilo que nossos sentidos foram capazes de captar.
Mas como podemos formar ideais de coisas que nunca vimos? Como poderíamos imaginar o homem
aranha? Uma figura da mitologia contemporânea? Para Locke isso seria possível pela junção de ideias. E
isso se pode dar por semelhança, por contiguidade, por aproximação.
Sua principais obras “Pensamento sobre a educação” e “Ensaios sobre o entendimento humano”.
Sua filosofia se funda sobre três pilares:
psíquicos – reflexão. As ideias complexas resultam da atividade da mente que combina e associa ideias
simples. A formação das ideias compostas se baseiam na memória. As ideias simples são instantâneas, elas
traçam um caminho na mente. Essa noção de associação é muito importante para psicologia.
Não há ideias inatas, porque não há ideias universalmente consideradas verdadeiras, não há nenhuma
verdade universal. Nem mesmo os princípios da lógica são universais. As crianças e os desarrazoados não
conhecem nenhum princípio lógico. Ao nascer a mente é vazia desprovida de qualquer conteúdo. Todo
conhecimento nasce da experiência do mundo externo e da reflexão interior.
A mente não inventa ideias, todo conhecimento, em última análise, se reconduz à percepção. Os conceitos
gerais formam-se por abstração, a partir da percepção. Nenhum conceito geral é inato. Aquilo que foi
adquirido a muito tempo por hábito tende a ser confundido com inato.
Berkeley – considera que a matéria não existe é pura aparência. Existe somente o espírito, do qual a mente
humana é um componente, e as cosias que percebemos do mundo externo são apenas ideias, puras
conteúdos da mente. Assim os objetos só existem na mente de quem os percebe e somente quando são
percebidos. Todo conhecimento é obtido por meio da percepção. Defende um idealismo extremado, para ele
não existe matéria. “As qualidades primarias, com as secundárias, são subjetivas, a extensão, a solidez,
assim como o colar são ideias, conteúdos da minha percepção, atrás delas não há nenhuma substancia
material. Todo mundo material é só representação ou minha percepção. Só existe o espiritual do qual temos
uma certeza intuitiva. A física estabelece as leis e conexões entre os fenômenos entendidos como ideais.
Essas ideias procedem de Deus, que foi quem as colocou no nosso espírito.
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20/02/2021 AVA UNINOVE
Se pensamento e matéria são dois opostos, então tudo aquilo que a mente pensa não pode existir no mundo
mental. Qualquer qualidade percebida só existe para aquele que a percebe. Os conceitos abstratos existem
apenas na mente. Não é possível pensar a grandeza de modo abstrato. Pode-se apenas imaginar corpos mais
ou menos grandes.
Hume – principais obras Tratados sobre a natureza humana e Investigação sobre o conhecimento humano.
Sua filosofia se baseia em três cânones:
nenhuma parte a impressão de substancia. Encontramos as impressões de calor, dureza, sabor, odor,
extensão, figuras geométricas, suavidade.
As impressões sensíveis tem mais vida que as imaginada, e isto nos produz a crença na realidade do
representado.
Quando um fenômeno coincide repetidas vezes com outro ou o sucede no tempo, chamamos em virtude de
uma associação de ideias, de relação de causa e efeito. E asseguramos que um só acontece porque se dá o
primeiro. No entanto essa repetição não nos assegura nada, ou seja, não há uma relação de causa e efeito,
ou seja, não há uma conexão necessária entre as coisas. A relação de causa e efeito só pode ser entendida
por inferência e não constada por via experimental. Fazemos previsões de determinados eventos baseando-
nos no passado.
Não há nada na natureza que decorra de uma causa por motivos puramente lógicos. Ou seja, nenhum efeito
pode ser previsto por necessidade lógica. Mas você deve estar se perguntando? Por que fazemos previsões
de eventos? Por hábito, por observar repetições, por acreditar que as leis da natureza são constantes. Para
Hume a experiência pode nos ajudar a compreender o passado, mas não nos diz nada sobre o futuro.
Além da desconstrução da lei de causa e efeito, Hume também questiona a noção de substância. Para Hume
essa noção herdada da metafísica aristotélica, não faz sentido, por que o que os metafísicos chamam de
substância não é perceptível aos sentidos. A substância é só uma coleção de qualidades sensíveis.
Mas onde está o erro? Segundo Hume está em supor que existe um substrato que subjaz aos objetos dotados
de qualidade. A ideia de substancia não é mais do que uma coleção de ideias simples, unidas pela
imaginação. Essas discussões levantadas por Hume vão alimentar as discussões da contemporaneidade
acerca das noções de sujeito e identidade. Duas noções fundamentais para o conhecimento da psicologia
moderna, que serão aprofundadas a posteriori.
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20/02/2021 AVA UNINOVE
(http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/explorador-entendimento-humano-
423338.shtml)
ATIVIDADE
A. Positivista
B. Racionalista
C. Cognitivista
D. Empirista
ATIVIDADE
que tange às ideias inatas. Para Locke se não há ideias inatas como ele
concebe a mente?
A. Inconsciente
REFERÊNCIA
ARRUDA ARANHA, M.L. & MARTINS, M.H.P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna,1994.
DIMENSTEIN, G. & GIANSANTI, A. C. Dez lições de Filosofia para um Brasil cidadão. São Paulo: FTD, 2008.
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Kant
DESPERTAR NO ALUNO A NECESSIDADE DO EXERCÍCIO DA RAZÃO. SEGUNDO A PERSPECTIVA
Kant e a Filosofia
Kant define a filosofia como "a ciência da relação de todos os conhecimentos com os fins essenciais da razão
humana"; ou como "o amor que o ser racional experimenta pelos fins supremos da razão humana". Os fins
supremos da razão formam osistema da Cultura. Nessas definições, percebe-se já um duplo combate: contra
brincadeira, na verdade o que queremos dizer é que KANT não se coloca na esteira dos racionalistas nem na
dos empiristas, poderíamos arriscar dizer que ele é um interacionista, por que ele defende que o
conhecimento só é possível a partir da junção da razão com a experiência, não podemos nos esquecer de
que alguns conhecimentos derivam somente da razão (os conhecimentos a priori) outros da experiência
(conhecimentos a posteriori).
Se por um lado a experiência sozinha não constrói conhecimento, por outro lado a razão pura alcança
poucos conhecimentos, dessa forma a razão retira elementos para pensar da experiência.
Kant procurar elaborar um sistema que traga o melhor do empirismo e o melhor do racionalismo superando
as limitações de cada um.
Em sua principal obra A Critica da Razão Pura, ele se interroga sobre a cientificidade da metafísica, desse
modo submete as faculdades da razão à Crítica e se questiona acerca de sua capacidade de conhecer as
coisas e quais são seus limites para o conhecimento. É uma crítica da razão por que esse trabalho se exerce
sobre a razão a respeito de seu uso teórico. Na verdade Kant está delineando os limites e os alcances da
razão humana.
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Para Kant a metafísica não é não pode ser ciência tendo em vista a impossibilidade do conhecimento da
coisa em si. Nos não temos nenhuma intuição dos objetos do conhecimento da metafísica tais como a alma,
Deus e o mundo. Por que nos só podemos conhecer aquilo que nossos sentidos alcançam, sentidos são o
limite para nosso conhecimento. A metafísica tem função limitadora ela nos assinala os limites que não
podemos ultrapassar.
É necessário ter em mente o que Kant denomina sentidos relaciona-se à duas categorias a priori (ou seja
anterior a qualquer experiência) tempo e espaço. Nós só podemos construir conhecimento a partir dessas
categorias.
Mas quais são as características necessárias para que uma ciência exista? Em primeiro lugar deve ser
universal, ou seja, vale em todos os tempo e em todos os lugares, em segunda é necessária por que só pode
ser do modo que é e por último é progressiva por que só amplia a esfera do conhecimento.
Kant afirma que a filosofia deve responder a quatro questões fundamentais: o que posso saber? Como devo
E
Conhecimento Puro ou a priori (cujo conhecimento não depende de nenhuma experiência sensível e se
diferencia do conhecimento empírico pela universalidade e necessidade.)
O conhecimento é também Analítico ou Sintético.
Juízo Analítico: nele o predicado já está contido no sujeito de tal forma que o juízo em questão consiste
apenas em um processo de análise, através do qual se extrai do sujeito aquilo que já está contido nele. Ex:
Os corpos são extensos. Obs. não teriam maior interesse para a teoria da ciência, pois, embora universais e
necessários, não representam nenhum enriquecimento do conhecimento. São tautológicos (verdade última
que não se abre ao debate e que pouco acrescenta ao conhecimento.)
Juízo Sintético: une o conceito expresso pelo predicado ao conceito do sujeito, constituindo o único tipo de
juízo que enriquece o conhecimento. Ex: todos os corpos se movimentam.
Esses podem ser:
Juízos sintéticos a posteriori: também carecem de importância, pois por depender da experiência são
contingentes e particulares.
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Juízos sintéticos a priori: Universais e necessários; enriquece e faz progredir o conhecimento porque
na Astronomia) no modo de encarar as relações entre o conhecimento e seu objeto. A revolução consistiria
em, em vez de admitir que a faculdade de conhecer se regula pelo objeto, mostrar que o objeto se regula
pela faculdade de conhecer. Ou seja para Kant não é a mente que se adéqua ao objeto, mas é o objeto que se
adequa a mente.
Caberia então à filosofia, investigar a possibilidade de existência de certos princípios a priori, que seriam
incumbidos de fazer a síntese dos dados empíricos. Esses dados, por sua vez, deveriam advir da
sensibilidade ou do entendimento.
Para Kant apenas o espaço e o tempo são formas de percepção que existem na mente, mas só podem ser
usadas na experiência. Ou seja, são duas as formas a priori da sensibilidade: Espaço e Tempo. São a priori e,
portanto, independem da experiência sensível.
Espaço: a noção de espaço não se forma percebendo as coisas exteriores a si mesmo, pelo contrário, é
porque temos a noção de espaço a priori, ou seja, o espaço é uma categoria que faz parte da minha
sensibilidade, e isso me permite perceber os objetos que estão no espaço.
Tempo: são as representações do tempo que fundamentam a minha percepção da simultaneidade das
coisas. Todas as coisas que estão no tempo podem desaparecer, mas o próprio tempo não pode ser abolido.
Procure imaginar alguma coisa que não tenha extensão no espaço e que exista fora do tempo? Tentou? Pois
é, a mente humana consegue conceber tal ideia. Por exemplo quando pensamos a noção de Deus. Mas o que
Kant esta querendo nos mostrar é que sem espaço e tempo nada podemos conhecer. Afirmar que podemos
conhecer Deus é colocá-lo no mesmo patamar das coisas espaço-temporais.
Não são só essas duas categorias responsáveis pela construção do conhecimento precisamos também do
entendimento, uma faculdade da razão. E é o entendimento que nos fornece categorias com as quais
podemos operar as sínteses do conhecimento.
Para Kant a experiência fornece o material, os elementos para o entendimento pensar. Daí a afirmativa
Kantiana de que não nos é possível conhecer a coisa em si, ou seja não podemos conhecer aquilo que não
está no campo da experiência.
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Boas Leituras.
ATIVIDADE FINAL
A. Juízos analíticos independem da experiência, mas podem ser tanto a priori ou a posteriori.
B. Juízos analíticos independem da experiência, enquanto que juízos sintéticos referem-se a ela.
C. Juízos sintéticos exigem uma relação entre sujeito e predicado baseada na identidade.
D. Juízos sintéticos esclarecem conceitos, enquanto que juízos analíticos aumentam conhecimentos.
pode evitar, pois lhe são impostas pela sua natureza, mas às quais
1994, p. 03.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Kant, o domínio destas
A. Experiência.
B. Política
C. Entendimento.
D. Metafísica.
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REFERÊNCIA
ARRUDA ARANHA, M.L. & MARTINS, M.H.P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna,1994
Deleuze, G. Para Ler Kant. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves 1976.
DIMENSTEIN, G. & GIANSANTI, A. C. Dez lições de Filosofia para um Brasil cidadão. São Paulo: FTD, 2008.
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