Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
problemas
Maria Filomena Coelho (UnB)
2
LE GOFF, Jacques. Le Moyen ge sachve en 1800. In : Un long Moyen ge. Paris :
Tallandier, 2004, p. 57-70.
Assim, ele falou outra vez de uma longa Idade Mdia que, em
alguns aspectos de nossa civilizao, perdura e ultrapassa as datas oficiais.
Do ponto de vista da economia, no se pode falar de mercado antes do
final do sculo XVIII, assim como o vocabulrio poltico e econmico
s muda definitivamente com a Revoluo Francesa e a Revoluo In-
dustrial. Do mesmo modo, nesse momento a cincia deixa realmente
de ser medieval. As reformas e renascimentos da Idade Moderna so
movimentos tipicamente medievais, mas que foram radicalmente trans-
formados em novidade e ruptura, graas a uma historiografia posterior,
sobretudo a do sculo XIX, da qual Burckhardt sem dvida o maior
representante. A histria de Burckhardt diz muito sobre as aspiraes
culturais germnicas de sua poca; uma busca apaixonada das origens,
fundamento do nacionalismo. O ano zero o Renascimento e Lutero.10
tambm sob o signo da civilizao que Le Goff formula, na
sua busca pela Idade Mdia, a longa durao. Essa sociedade forma
um corpo de grande coerncia, fenmeno que se percebe a partir dos
sculos VI e VII, se remata por volta do XIII, e comea a desfazer-se ao
longo dos sculos XVI, XVII e XIX. Seguindo o esprito da abordagem
de Marc Bloch, ele sublinha que esse longo perodo tem uma percep-
9
LE GOFF, Jacques. la recherche du Moyen Age. Paris : Ed. Louis Audibert, 2003, p.
40.
10
Idem, p. 46-47.
11
Ibidem, p. 97.
12
BASCHET, Jrme. A civilizao feudal. Do ano mil colonizao da Amrica. So
Paulo: Globo, 2006.
14
interessante notar que a aristocracia laica absorve a proposta do parentesco artificial,
mas consegue, em muitos casos, prescindir da intermediao da Igreja; a exceo fica por
conta das alianas matrimoniais, sobre as quais a Igreja consegue o monoplio da valida-
o.
15
BASCHET, op.cit., p. 25
21
COELHO, op.cit., p. 142.
* * *