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O ILUMINISMO E A SOCIEDADE

O século XVIII ficou conhecido como o Século das Luzes ou Iluminismo, pois foi
nele que surgiram ideias que viriam a mudar a maneira de pensar e agir na Europa e
que, mais tarde, forneceria o principal lema da Revolução Francesa: “Liberdade,
igualdade, fraternidade”.

O iluminismo surge em uma época de grandes transformações, como por exemplo,


o avanço da burguesia e o crescimento econômico, possibilitado pelo
desenvolvimento das navegações, dos canais fluviais e das estradas, que ajudavam
na locomoção e no transporte de bens. Após mais 100 anos, surgiriam ferrovias,
pontes, e o preço do transporte diminuiria. Os mais abastados tinham à sua
disposição as carruagens, uma criação do século XVII, que facilitava as viagens e
até as tornavam prazerosas, o que deu origem a um novo passatempo conhecido
hoje como turismo.

Essa atividade, adotada pelos ricos, levou a uma era de livros de viagens, onde o
autor relatava suas aventuras e seus encontros com diferentes culturas. Duas das
obras mais importantes do século XVIII seriam confundidas com tal gênero literário,
uma delas era “As cartas Persas”, escrita por Montesquieu, e a outra foi “Candide”,
escrita pelo também filósofo, Voltaire. A primeira, fala sobre o estranhamento e o
espanto sentido por dois indivíduos diante de uma cultura diferente da sua própria, já
a segunda, relata a história de um jovem ingênuo, que possui uma visão otimista do
mundo e que com o tempo percebe que o mundo real era diferente daquilo que
acreditava. Ambas as obras trazem a ideia do relativismo (entendimento de que as
ações, costumes, crenças, etc. variam de acordo com os indivíduos e as culturas),
que foi uma corrente de pensamento importante no século XVIII.

Outras transformações importantes pela qual a Europa passava eram: o aumento


populacional, decorrido de um melhoramento da agricultura, que levou a mais
intercâmbio, mais fabricantes, mais poder de compra e um crescimento das cidades
e portos; intensificação do poder de mercadores, donos de navios, financistas e
advogados; além disso, a Revolução Industrial, que ocorria na Inglaterra, levou a
grandes avanços tecnológicos, como a invenção do tear mecânico e a máquina a
vapor.
Os burgueses, que até então só possuíam poder econômico, passaram a exigir
também um poder político. Esses, apesar de variados, possuíam algumas ideias em
comum ou filosofia burguesa, que acreditavam ser aplicada a toda a humanidade,
tais ideias seriam usadas por revolucionários americanos e franceses, que apelavam
por direitos válidos para todos, e que futuramente se tornariam a base para a criação
dos direitos humanos tal como conhecemos hoje.

A criação de sociedades secretas foi mais um aspecto interessante da época,


sendo a maçonaria a mais relevante entre elas. Chegando até 30.000 irmãos, a
maçonaria contava com grandes filósofos, como Voltaire e Diderot, assim como
importantes aristocratas, entre eles Mozart e Washington. A principal característica
dos maçons era o deísmo, isto é, acreditavam na presença de Deus na natureza e
no homem, e no seu entendimento através da razão.

Acreditavam que através da razão e da ciência seria possível entender a natureza


e então se aproximar cada vez mais da felicidade e da perfeição. As relações
sociais, assim como os fenômenos da natureza, seriam reguladas por leis naturais.

Avanços incríveis foram feitos em varais áreas, algumas delas sendo a matemática,
eletricidade, medicina, química, física, entre outras. Todo esse acúmulo de
descobertas mudou a perspectiva dos intelectuais da época, já não se acreditava
mais em poderes sobrenaturais, e o saber científico passou a ser valorizado.

O número de pessoas instruídas aumentava através de escolas, universidades,


livros e debates. E na medida em que a sociedade mudava, com as crenças
religiosas acontecia o mesmo, passou a se negar a necessidade de intermediação
da igreja entre o homem e Deus e prega-se a separação entre igreja e Estado. Deus
ainda era visto como o criador do universo, mas após isso ele funcionaria através
das leis da natureza e não por uma intervenção Divina.

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