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Estudo para o teste de Histó ria

REVOLUÇÃO FRANCESA - CRONOLOGIA

2 Metade do século XVIII

o 1763 - Guerra dos 7 anos (1756-63 - derrotada França);


o 1778 - Participação da França na guerra da independência americana;
o 1781- Jaques Necker (ministro) torna público o défice financeiro;
o 1787- Charles Alexandre de Calonne (ministro das finanças) apresenta uma proposta de reforma
fiscal;
o 1787-89 - Período de grave crise económica e financeira;
o 1789 - Convocação dos Estados Gerais
- Abertura solene dos Estados Gerais
- Terceiro Estado constitui-se Assembleia Nacional
- Juramento da sala do jogo da pela Formação da Assembleia Nacional Constituinte
- Tomada da Bastilha (14-7-1789)
- Abolição dos privilégios e direitos senhoriais
- Declaração dos Direitos do Homem e do cidadão
o 1790 - Constituição Civil do Clero

Século XVIII

o 1791 - Fuga da família real – Promulgação da Constituição;


o 1792 -Tomada do palácio das Tulherias pelos populares e abdicação do rei
-Destituição do rei e abolição da monarquia constitucional
-Eleição da Convenção Nacional
-Vitória dos franceses em Valmy
-Julgamento do rei
o 1793 - Lei dos Suspeitos
-Proclamação da Constituição Republicana
- Declaração da República Proclamação do governo revolucionário Execução do rei
o 1794 - Execução de Robespierre
o 1793 -94 - Período do Terror
o 1795-99 – Diretório
o 1796 - Conjura dos Iguais
o 1799 - Início do Consulado (até 1804)
- Golpe de Estado liderado por Napoleão Bonaparte
- Aprovação da Constituição
Século XIX

o 1801 - Assinatura da Concordata


o 1802 - Napoleão foi declarado cônsul vitalício
o 1804 - Publicação dos Códigos napoleónicos
-Início do Primeiro Império

O Iluminismo – Filosofia das Luzes


O Iluminismo designa o movimento intelectual, filosófico e científico que vigorou na Europa,
entre a segunda metade do século XVII e o século XVIII.

Valorizava a razão e a tolerância, e assentava no desenvolvimento das capacidades humanas,


no conhecimento e na liberdade, necessários para atingir a felicidade.

França é considerada o berço do iluminismo. Os iluministas acreditavam que poderiam


reestruturar a sociedade do Antigo Regime. Esta passagem das “trevas” para a “luz” era
alcançada através da razão, numa luta contra a ignorância e o fanatismo. Neste sentido, o
iluminismo assumiu-se como um processo intelectual, orientado pelo uso da razão que
permitiria ao Homem atingir o progresso material e espiritual, com vista à melhoria do
indivíduo na sociedade.

Identificar os meios de difusão dos princípios iluministas


As ideias iluministas nascidas em França expandiram-se por toda a Europa. Esta ampliação do
Iluminismo ficou a dever-se, sobretudo, aos meios que permitiram o arranque da “Idade da
Razão”.

Entre os meios de difusão do pensamento iluminista destacam-se:

o A língua francesa- instituiu-se como a língua corrente entre os homens do Iluminismo,


contribuindo para a universalidade das ideias das Luzes;
o As academias- consistiam em sociedades formais que visavam promover os vários
ramos do conhecimento;
o As bibliotecas- colecionavam os trabalhos científicos;
o A imprensa- os jornais e as revistas permitiram fazer chegar ao público as novas ideias;
o Os salões- locais de convívio onde as damas recebiam os intelectuais e onde se
debatiam não só as ideias das Luzes, como também outros temas e conteúdos
específicos. Em Inglaterra, estas reuniões faziam-se em grupos restritos, tal como o
Scriblerus Club, um clube literário, fundado cerca de 1714;
o Os cafés-como nos salões, nos cafés reuniam-se diversos filósofos para discutirem as
novas ideias.
o A Enciclopédia- Esta obra reunia os mais importantes vultos do Iluminismo e abarcou
um conjunto de conhecimentos.
Identificar personalidades que mais se destacaram no Iluminismo
O Iluminismo ficou conhecido como a “Idade da Razão”. O homem fez uso da razão,
considerada como guia, e que se constituiu como uma ideia central do pensamento e da ação
do Iluminismo.

Existiram vários filósofos iluministas, cada um deles, debatia inúmeras áreas, desde a
educação, contrato social, religião etc.., entre os mais conhecidos filósofos iluministas
podemos destacar:

o John Locke;
o Jean-Jacques Rosseau;
o Voltaire;
o Montesquieu;
o Catarina II;
o Marquesa de Alorna.

Numa Europa ainda abalada por conflitos religiosos e doutrinários, o ideal de tolerância
religiosa, fundamentado no princípio da liberdade de pensamento e na opção individual, foi
defendido por vários pensadores. Os “Homens das Luzes” pretendiam combater o fanatismo
religioso que, no seu entender, colocava entraves ao uso da razão.

John Locke: Filósofo inglês que defendia a liberdade de expressão, considerado o "pai" do que
hoje chamamos de liberalismo e fundador do empirismo, ou seja, a ideia de que homem era
uma folha em branco, que se preenchia apenas com as experiências.

Voltaire: O filósofo francês que tem uma imagem marcada como símbolo da revolução
iluminista, que depois influenciou a Revolução Francesa. O pensador escrevia muito, foram
mais de setenta obras, em forma de livros, peças de teatro, romances, poemas e outros. Sua
obra mais conhecida é Cândido, ou O Otimismo (1759).

Jean-Jaques Rosseau: Filósofo suíço que defendia a democracia direta, onde cada indivíduo
seria capaz de participar de todas as decisões políticas, ou seja, fazer prevalecer a soberania
popular. Suas principais obras foram Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da
Desigualdade Entre os Homens (1755) e Do Contrato Social (1762).

Montesquieu: Conhecido principalmente pela sua teoria de separação de poderes - em


Legislativo, Executivo e Judiciário, o filósofo francês fez parte da primeira geração de
pensadores iluministas e atuou principalmente no ramo da política e da psicologia. Sua
principal obra é a O Espírito das Leis (1748).

Apresentar as ideias defendidas pelos iluministas


Os pensadores iluministas queriam trazer a humanidade para a luz da razão, iam contra o
domínio da igreja católica e da monarquia absoluta, defendiam o uso da ciência e da razão,
assim como uma maior liberdade nos campos da política e da economia. Este movimento
promoveu mudanças políticas, económicas e sociais, baseadas nos ideais de liberdade,
igualdade e fraternidade.
Ao contrário do que pregava a religião, os intelectuais iluministas defendiam que o homem
era o detentor do seu próprio destino e que a razão deveria ser utilizada para a compreensão
da natureza humana. A razão era, portanto o elemento central dos ideais iluministas, afinal,
somente a racionalidade poderia validar o conhecimento. Eles acreditavam que a educação, a
ciência e o conhecimento eram a chave para essa libertação.

Os “Homens das Luzes” pretendiam:

o Combater o fanatismo religioso;


o Defendiam a educação das mulheres e a existência de uma instrução pública;
o Os iluministas concentraram-se na valorização do indivíduo em termos de justiça;
o O direito natural que determinava a liberdade e a integridade individuais, que
deviam ser respeitadas;
o Defendido a ideologia de contrato social (os interesses do indivíduo em particular
deveriam adaptar-se aos interesses da sociedade);
o Divisão dos poderes (legislativo, executivo e judicial);
Etc..

Destacar a importância de uma nova educação proposta pelos


iluministas
No século XVIII, o Homem começou a colocar questões sobre a sua natureza, a bondade e a
maldade. Este defendeu a universalidade, que consistia no desejo profundo de tornar a terra
num lugar melhor.

Houve então, nesta época, a partir da valorização do indivíduo, uma importância especial
atribuída à Educação na época das Luzes. Foram inúmeros os filósofos que se debruçaram
sobre esta temática, que teve com o principal objetivo moldar o ser humano desde a infância,
com vista ao seu desenvolvimento intelectual e moral para, desta forma, pudesse dispor de
um lugar na sociedade e atingir a felicidade. Assim, desenvolveram-se teorias no domínio da
pedagogia (método de ensino) para promover as capacidades do Homem e a sua autonomia.
O desenvolvimento da educação centrou-se em disciplinas como a matemática e as ciências.

Revoluçã o Americana
Enunciar os motivos de contestação dos colonos ingleses na
América
Depois de 1763 (Guerra dos 7 anos), a Inglaterra foi confrontada com a falta de recursos
financeiros, desta forma, aumentou os impostos sobre as colónias da América do Norte.

O Governo e o Parlamento em Londres, consideraram que os colonos deviam contribuir


financeiramente, quer para a sua defesa, financiando as tropas inglesas fixadas
permanentemente em solo americano, quer para a manutenção do Império Inglês. Assim, em
1764, a Inglaterra lançou, sobre as colónias, impostos sobre o açúcar (Sugar Act).
Procurou reforçar o exclusivo do comércio colonial, fazendo valer o direito de inspeccionar os
navios americanos.

No ano seguinte (1765) surgiu um novo imposto (Stamp Act) que obrigava ao uso do papel
selado inglês na documentação oficial e ao pagamento de selo sobre jornais e revistas que
circulavam nas colónias americanas. Os colonos viram estas imposições tributárias como um
ataque às suas liberdades.

Identificar os princípios usados pelos colonos para contestar o


domínio britânico
Embora reconhecendo ao Parlamento de Londres o direito de regulamentar o comércio
colonial, os americanos lamentavam que, na qualidade de cidadãos britânicos, não estivessem
representados naquela assembleia. Em tais circunstâncias, os impostos votados pareciam-
lhes ilegais e abusivos. No primeiro congresso de Filadélfia, os colonos americanos discutiram
os seus direitos e defendiam a ideia de que apenas aos colonos cabia o poder de levantar os
impostos na América do Norte. Nesse congresso, os colonos, baseando-se nos princípios da
igualdade e da liberdade, reiteraram na Declaração dos Direitos de 1774 que possuíam
direitos inalienáveis e tomaram medidas mais concretas como o boicote aos produtos
ingleses, tendo em vista atingir a economia da metrópole.

Identificar a reação dos colonos ao domínio britânico


Muitos movimentos de protestos às imposições fiscais fizeram-se sentir em vários portos das
colónias americanas. A reação mais carismática dos colonos às imposições do Parlamento
inglês culminou na revolta do Boston Tea Party (1770), em que um grupo de colonos
disfarçados de índios, lançou ao mar a carga de chá de três navios da Companhia das índias.
Consequentemente o Porto de Boston foi encerrado, a cidade foi obrigada a pagar uma
indemnização à companhia e as reuniões foram proibidas. Decididos a lutar pelos seus
direitos, delegados das colonias reuniram-se no primeiro Congresso de Filadélfia em 1774.

Em 1775, as topas inglesas e os colonos americanos defrontaram-se na primeira batalha da


revolução americana (batalha de Lexington). Mas, a determinação das colonias em afirmar a
independência, e a consciência do seu direito à liberdade, levou a que, ainda antes do
desfecho a 4 de julho de 1776, no segundo congresso continental em Filadélfia, fosse
aprovada a Declaração da Independência, que consagrava a independência das 13 colonias
americanas, proclamada pelos representantes dos Estados Unidos.

Contudo, a capacidade militar dos colonos para enfrentar o exército britânico era reduzida,
pelo que foi necessário encontrar apoios na Europa, junto a França e Espanha, com o intuito
de combater o inimigo inglês. A ação diplomática desenvolvida por Benjamim Franklin foi
determinante na obtenção destes apoios, em especial da França.

Nas batalhas pela independência foi fundamental o papel de George Washington com o
general e comandante-chefe do exército americano. A vitória americana na batalha de
Saratoga pôs fim as hesitações francesas e conduziu a um aliança formal, entre os colonos
revoltos e a França.
Em 1779 a Espanha juntava-se á causa americana, como aliada da França, pelo que a
insurreição das colonias deixava de ser um a guerra civil circunscrita ao império britânico,
para assumir um caracter internacional.

Em 1781 as tropas britânicas ficaram encurraladas em Yorktown, entre os americanos, em


terra, e os franceses, no mar. Inglaterra saiu derrotada o que levou à rendição inglesa e pôs
fim ao domínio britânico na América do Norte. Em 1783, foi assinada a paz de Paris entre a
Inglaterra, as colónias americanas, a França e a Espanha:

o Reconheceu-se a independência das colonias e definiram-se as fronteiras que eram


limitadas pelos Grandes Lagos a norte,
o O Mississípi e os Montes Apalaches a oeste, abrangendo territórios que iam para além
daquilo que fora conquistado e ocupado militarmente.
o A Flórida foi cedida à Espanha, a França recuperou o Senegal e Tobago, tendo o
Canadá permanecido sob o domínio britânico.

Explicar a importância da Declaração da Independência


Após a Declaração da Independência de 1776 e o reconhecimento dos Estados Unidos da
América iniciava-se o processo e afirmação de um a nova nação e de um novo Estado.

Os EUA formaram-se como nação e como Estado em resultado de uma revolução liberal, num
movimento que os libertou do jugo do império colonial inglês, com a justificação de que as
suas liberdades e direitos tinham vindo a ser postos em causa pelo soberano inglês e pelo
Parlamento da metrópole.

Revolução Liberal: Designa o movimento de revolta contra a restrição das liberdades e dos
direitos. Defende a liberdade do indivíduo como um princípio supremo e inalienável, bem
como a limitação do poder político. Defende que o Homem possui direitos naturais,
fundamentais, que não podem ser restringidos ou postos em causa por nenhum poder. Entre o
século XVII (Revolução Gloriosa) e meados do século XIX (Primavera dos Povos de 1848),
assistiu-se a uma vaga de revoluções liberais na Europa e na América.

Pela primeira vez na História os ideais iluministas da liberdade, da igualdade entre os


homens, da soberania popular e do contrato social eram aplicados na libertação de um povo.

Apresentar as características do modelo político instaurado nos


Estados Unidos da América
O modelo político adotado pela jovem nação veio a ser o de uma República Federal, a
república dos EUA consagrada na Constituição de 1787.

Segundo este modelo (Republicano):

o Governo central ocupava-se das questões militares, monetárias e das relações


internacionais;
o Estados Federados gozavam de autonomia judicial e administrativa, autoridade
policial e de um sistema de ensino próprio;
o Ao povo americano cabia a função de, através do voto censitário, a eleição do
Congresso e por sufrágio indireto a eleição do presidente;

o O poder legislativo confiado a um Congresso bicameralista, formado por duas


câmaras (Senado e a camara dos representantes);
o O poder Executivo pertencia ao Presidente, eleito por sufrágio universal indireto;
o O poder Judicial pertencia ao Tribunal Supremo.

Constituição: Designa a lei fundamental de um país, que estabelece a organização politica,


os direitos e deveres dos cidadãos; define os poderes e a estrutura do Estado e dos órgãos
de governo.

Voto censitário: O voto ou sufrágio censitário é o direito de voto concedido a um


determinado grupo de pessoas que cumpram certos requisitos económicos por exemplo,
somente homens livres, maiores de 25 anos, é que podiam votar.

REVOLUÇÃ O FRANCESA
Identificar as causas que estão na origem da Revolução Francesa
A Revolução Francesa significou uma profunda transformação em termos políticos, sociais e
económicos: pôs fim à monarquia absoluta, instaurou, primeiro, uma monarquia
constitucional, seguida de uma república, aboliu o Antigo Regime, e com ele os direitos
senhoriais e os privilégios da sociedade de ordens. A Revolução Francesa criou uma nova
sociedade, na medida em que os franceses deixaram de ser súbditos e tornaram-se cidadãos
livres e iguais perante a lei; consagrou a ideia de que a soberania assentava no povo
(soberania popular), pois os cidadãos delegavam o poder nos seus representantes, através de
eleições.

A Revolução Francesa foi um processo complexo de transformação ligado a causas de


natureza diversa. Causas estruturais de natureza económica e financeira e de natureza social
e política. Quanto às causas económicas e financeiras verificaram-se elevados défices das
finanças públicas, os ministros dos reis Luís XV e de Luís XVI tentaram realizar uma reforma
do sistema de impostos.

Quanto às causas sociais e políticas, persistia uma sociedade desigual em que os privilégios
judiciais e fiscais isentavam o clero e a nobreza, o Terceiro Estado estava sujeito a diversos
impostos e obrigações, os privilegiados resistiam à reforma do Estado que punha em causa os
seus privilégios ou isenções e a sobrecarga de impostos afetava os fracos rendimentos dos
estratos mais baixos do Terceiro Estado.

Identificar os problemas subjacentes à reunião dos Estados Gerais


Em 1789 a França afigurava-se um país próspero, em que o luxo de Versalhes servia de
inspiração às demais cortes europeias. Contudo uma crise agrícola, as dificuldades industriais
bem com o défice crónico das finanças, em que as receitas não chegavam para cobrir as
despesas do Estado (gastos com guerra, excessos da coroa, etc.), levou vários ministros de
Luís XVI a reformas do sistema administrativo e fiscal. Esta pretendia uniformizar a
tributação, com um novo imposto, do qual não eram excluídas as ordens privilegiadas.

Esta proposta de taxação encontrou forte resistência da nobreza nos parlamentos.

As dificuldades económicas e a miséria levaram a um clima de revoltas socias. Incapaz de


suster a reação nobiliárquica e de pôr cobro à agitação social, Luís XVI convocou os Estados
Gerais para maio de 1789,o rei solicitara às três ordens sociais a redação de cadernos de
queixas em que podiam expressar o seu descontentamento e as suas reclamações. A
mobilização geral para a preparação e participação nos Estados Gerais permitiu a
manifestação clara das aspirações sociais, patentes nos cadernos de queixas.

Explicar a importância da Assembleia Nacional Constituinte

Depois do discurso de abertura feito pelo rei, Necker (ministro) deu conta, aos representantes
das três ordens, da insustentável situação financeira vivida pela França. Não houve qualquer
menção à questão da votação, que era fundamental para a aprovação das reformas
necessárias, nem quanto às regras a adotar. Perante a intransigência do clero e da nobreza
quanto à votação tradicional por ordem, o Terceiro Estado reforçou o argumento de que
representava a Nação. Deste modo, gerou-se um impasse, na medida em que o Terceiro
Estado se opôs ao prosseguimento dos trabalhos e acabou por se proclamar como
Assembleia Nacional.

Perante esta situação, o rei mandou encerrar a sala de reunião dos três estados. Porém, o
Terceiro Estado encontrou um a nova sala de reunião, a Sala do Jogo da Pela, onde juraram
não se separar até redigirem uma Constituição para a França. Estava então formada a
Assembleia Nacional Constituinte que tinha com o objetivo fundamental elaborar a
Constituição (estava, assim, em curso um processo revolucionário que Luís XVI não desejou e
jamais controlou). Enunciar as medidas que contribuíram para a desagregação da ordem social
do Antigo Regime.

Os acontecimentos que contribuíram para o fim da ordem social do AR (absolutismo régio)


foram:

o A tomada da Bastilha
o A abolição dos direitos feudais:
o A declaração dos direitos do Homem.
..etc

Reconhecer a importância da tomada da Bastilha


Os acontecimentos que deram lugar à tomada da Bastilha tiveram na sua origem as
sublevações populares que ocorreram nos dias anteriores a 12 e 13 de julho de 1789. A fome
que grassava na cidade de Paris, devido à alta de preços do pão, revoltou a população que
procurou reunir armas e assaltar os depósitos de cereais. Estas sublevações conduziram à
organização de milícias populares para conter as tropas reais que o rei havia mandado reunir
para pôr fim à insurreição. Deste modo, a 14 de julho de 1789, teve lugar um dos
acontecimentos mais simbólicos da Revolução Francesa: a tomada da fortaleza da Bastilha,
que assumiu especial significado na medida em que marcou a entrada do povo na Revolução.
A tomada da prisão- fortaleza resultou da necessidade de ali ir buscar a pólvora para as armas
necessárias à insurreição. A Bastilha era vista como o símbolo da arbitrariedade, onde os
presos eram encarcerados sem processo judicial, mas no reinado de Luís XVI era usada para
prender delinquentes e ofensores da moral pública. A tomada da Bastilha não deixou de
adquirir um significado simbólico de liberdade, não só por ser a prisão -símbolo do Antigo
Regime, mas também por estar ligada à revolta que pôs fim ao absolutismo.

Reconhecer a importância da abolição dos direitos feudais


Os acontecimentos de 14 de julho repercutiram-se um pouco por toda a França, tanto nas
cidades, como nos campos, de forma mais ou menos violenta. Desencadearam-se movimentos
antis senhoriais contra os direitos feudais, que assumiram maior expressão no campo, um a
vez que a opressão senhorial era nas zonas rurais mais pesada. As revoltas fizeram -se sentir
entre 15 de julho e 6 de agosto de 1789 e traduziram -se em ataques a castelos, fornos, lagares
em moinhos, bem como na destruição de registos senhoriais e inclusive, matando senhores
que lhes faziam frente. Este movimento, conhecido por grande medo, levou os nobres a
consentirem na supressão dos direitos e privilégios feudais. Este movimento, conhecido por
grande medo, levou os nobres a consentirem na supressão dos direitos e privilégios feudais. A
assembleia determinou a abolição de muitos outros direitos senhoriais ao clero e nobreza
pondo fim na sociedade do AR. e dando lugar a uma sociedade livre baseada na igualdade de
todos perante a lei.

Identificar a importância da Declaração dos Direitos do Homem e do


Cidadão
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, assinada a 26 de agosto de 1789, assumiu
– se como o texto fundamental da Revolução Francesa e foi o resultado da necessidade de
consagrar os valores da liberdade, da igualdade e da propriedade. Estes princípios iluministas
de valorização do individuo, e dos seus direitos naturais inalienáveis, constituíram-se como a
declaração formal da abolição do feudalismo e do absolutismo de origem divina. A Declaração
contribui para a edificação de uma nova sociedade, pondo fim aos privilégios adquiridos pelo
nascimento e à desigualdade perante a lei, fazendo da lei universal o garante da igualdade, da
liberdade e da soberania nacional, de onde emanava o poder. A Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão constituiu-se, deste modo, como o documento que, de forma
irreversível atribuiu um novo papel ao Homem, no mundo contemporâneo, na sociedade e no
exercício do poder.

Enunciar as medidas consignadas pela constituição civil do clero


Não obstante o processo da Revolução se encontrar em curso, a pesada herança financeira do
Antigo Regime, que havia despoletado a convocatória dos Estados Gerais pelo rei, continuava a
ser um problema e era necessário arranjar novas fontes de receita Assim, como forma de
tentar resolver esta situação, no dia 2 de Novembro de 1789, a Assembleia Nacional
Constituinte, na sequência da abolição dos privilégios das ordens, decretou o confisco dos
bens do clero, tornando-os bens nacionais; criou os assignats, isto é, títulos de empréstimo
emitidos pelo Estado; a lei de 12 de julho de 1790 foi denominada Constituição Civil do Clero e
estabelecia que os membros do clero se tornavam funcionários do Estado; tal implicou a
obrigatoriedade de um juramento de fidelidade à nação e à Constituição, o que não foi aceite
pela maior parte dos bispos, originando a divisão entre clero constitucional e clero refractário.
Alem do mais, a forma de eleição dos bispos foi alterada, muitos ofícios eclesiásticos foram
suprimidos e as ordens monásticas foram dissolvidas em Fevereiro de 1790.

Caracterizar a monarquia constitucional


A Constituição de 1791, votada a 3 de Setembro pela Assembleia Constituinte, foi aceite onze
dias depois por Luís XVI, pôs fim à monarquia absoluta e instaurou, em França, a monarquia
constitucional em que o rei, detentor da primeira magistratura do Estado, jurava fidelidade e
submetia-se à Constituição. A Constituição de 1791 assumiu-se como o resultado destas
diferentes influências e das leis votadas pela Assembleia Constituinte desde 1789, tendo com o
preâmbulo o texto da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, consagrando: Um a
nova form a de exercício de poder e de governo as sente nos princípios da divisão do poder, os
direitos naturais do homem (liberdade e igualdade); o princípio da soberana popular,
defendido por Rousseau; o monarca deixava de ser rei de França para se tornar rei dos
franceses, afirmando-se, assim, a soberania nacional:

o O rei era o chefe do executivo, exercia a sua autoridade por intermédio dos ministros
que nomeava. Para além de ser responsável pela política externa,
o Detinha o direito de veto suspensivo e temporário;
o A Assembleia Nacional detinha o poder legislativo e era constituída pelos eleitos
como representantes da nação (deputados);
o O poder judicial e assegurado por juízes e tribunais.
o A soberania nacional definida na Constituição era, no entanto, limitada:
o A Constituição de 1791 definia o sufrágio censitário e indirecto e apenas os
designados
o Cidadãos ativos, com 25 ou mais anos, é que o podiam exercer;
o O voto censitário excluía da participação política um grande número de cidadãos a
quem eram reconhecidos direitos civis mas que não tinham direitos políticos ou de
voto.

Identificar as consequências da tentativa de fuga de Luís XVI e da


família real
Luís XVI tornou-se monarca constitucional sem grande convicção, pois, o monarca revelou-se
hesitante perante o novo modelo de governação. As suas indecisões culminaram na tentativa
de fuga falhada, do rei Luís XVI e da família real, em junho de 1791 solicitando o auxílio do
imperador da Áustria, seu cunhado. As pressões sobre os monarcas absolutos europeus, como
o rei da Prússia e o Imperador da Áustria, fez-se também sentir por muitos emigrados nobres
que fugiram para o exterior A notícia de que tropas estrangeiras se aproximavam das
fronteiras para repor o poder absoluto de Luís XVI, levou a Assembleia Legislativa a decretar a
Pátria em perigo. Em 10 de Agosto de 1792 uma multidão assaltou o palácio das Tulherias, o
rei foi suspenso das suas funções e a família real foi encarcerada. Meses depois o rei foi
julgado, acusado de traidor, condenado e executado em 1793, na guilhotina.
Caracterizar as medidas implementadas durante o período da
Convenção
A instituição do regime do "terror" contava com a existência de um Comité de Segurança que
supervisionava as prisões e procedia ao envio dos réus para os tribunais. Este foi reforçado
com a criação do Tribunal Revolucionário com vista a julgar todos os crimes contra-
revolucionários. A partir de 6 de Abril de 1793, o Comité de Salvação Pública tornou-se o órgão
central do governo, responsável pela execução da política da Convenção. A ação revolucionária
da Convenção estendeu-se por toda a França, através de organizações revolucionárias
jacobinas que atuavam em nome do Estado revolucionário, de modo a controlar os suspeitos,
a proceder a prisões e a reprimir insurreições. Um dos meios do regime do "Terror" foi a
adoção da Lei dos Suspeitos que criou na sociedade francesa um clima de suspeição e de
perseguição, acompanhado pelo confisco de bens dos que eram considerados inimigos da
República que seriam redistribuídos de modo a criar uma classe de pequenos proprietários.
Foram instituídos tribunais revolucionários por toda a França, marcados pelo julgamento
sumário daqueles que eram acusados e declarados como inimigos da República. A guilhotina
tornou-se o símbolo deste período, durante o qual cerca de 17000, essas suspeitas foram
guilhotinadas e 500000 foram presas. Ao nível económico foi promulgada a Lei do Máximo, no
sentido de fixar o valor dos salários e o preço máximo dos produtos considerados essenciais,
com forma de evitar o açambarcamento e para fazer frente à desvalorização da moeda e à
falta de alimentos. Foi também adotado um sistema de uniformização dos pesos e das
medidas. Em termos sociais, a Convenção pôs fim ao que restava dos direitos feudais e
decretou a abolição da escravatura nas colónias. Relativamente à educação, ainda que a
Constituição do Ano III a tenha consagrado com o um "direito humano básico", o facto do
texto constitucional nunca ter estado em vigor fez com que os efeitos desta intenção não se
tenham feito sentir. O vazio deixado no campo do ensino pela supressão da atividade das
ordens religiosas só foi preenchido mais tarde se procedeu a um a reforma do sistema
educativo.

Apresentar as características do Diretório


O Diretório é um a forma de governo constitucional que vigorou entre 26 de outubro de 1795
e 9 de novembro de 1799. Foi um período marcado pelo afastamento das fações mais radicais,
ligadas à Convenção, bem como das camadas populares, apoiados pela burguesia que tinha
como objectivo firmar as conquistas políticas e sociais alcançadas com a Revolução e garantir o
controlo do poder. A Constituição do Ano Ill teve como principal preocupação evitar a
concentração de poderes: o poder legislativo foi entregue a duas assembleias (o Conselho dos
Quinhentos e o Conselho dos Anciãos, que votava as leis propostas pelo primeiro) e o poder
executivo foi entregue a cinco diretores eleitos pelo Conselho dos Anciãos. O período do
Diretório as sumiu diversas características políticas e sociais: coincidiu com um tempo de crise
económica mas também de especulação e corrupção, com a ascensão de uma classe de
burgueses enriquecidos, acentuou os contrastes socio económicos entre os franceses: foi
marcado por forte instabilidade política, resultante de rivalidades entre fações opostas e das
tentativas
Nascimento de uma nação sob a égide dos ideais iluministas
A Revolução Americana resultou na insurreição das 13 colónias inglesas da América do Norte.
O espírito das Luzes desenvolveu-se entre os colonos ingleses que valorizavam o uso da razão,
tinham presente o valor da liberdade e a defesa dos direitos naturais do homem e a difusão do
poder. Quando os colonos americanos sentiram que estes valores e princípios estavam a ser
colocados em causa, reagiram opondo-se ao modo como os ingleses exerciam o seu domínio
sobre as colónias americanas, principalmente a partir de 1763 no final da guerra dos 7 anos,
deste modo um movimento que começou por ser de resistência acabou por se tornar numa
revolta, que culminou em 1776 na declaração da independência (4 de Julho de 1776).

Reconhecer a importância de Napoleão Bonaparte para o fim da


Revolução
Francesa, Foi em resultado do golpe de 9 de novembro de 1799 que surgiu o Consulado. Este
regime político vigorou na França entre 9 de novembro de 1799 e 18 de maio de 1804.O
Consulado, dirigido por três cônsules, entre os quais se destacou Napoleão Bonaparte,
pretendeu garantira pacificação e estabeleceu uma nova ordem jurídica e institucional. Iniciou-
se um novo regime com a aprovação da nova Constituição que marcou uma rutura com as
anteriores, baseando-se no princípio orientador de que a confiança deve vir debaixo, mas a
autoridade tem de vir de cima e não fazendo qualquer referência quer aos direitos do Homem,
quer à defesa das liberdades.

Enunciar as medidas tomadas durante o Consulado


Durante o Consulado, sob a direção de Napoleão, retomou-se a paz interna e o espírito de
reconciliação entre os diferentes facões foi alcançado. A liberdade de culto foi concedida, os
emigrantes foram autorizados a regressar a França, e foi suprimida a lei que autorizava a
prisão dos familiares dos emigrados. O clima de pacificação fez-se sentir também no exterior,
no entanto, não foi suficiente, havendo necessidade de consolidar e modernizar o poder de
Estado. Uma das principais iniciativas do Consulado napoleónico foi a codificação das leis, ou
seja, a fixação, em código, das leis escritas. Ainda que estivessem reunidos em 1801, apenas
foram publicados em marco de 1804, no final do Consulado de Napoleão. Com estes
instrumentos legais e jurídicos consagrou-se uma maior uniformização da França e a igualdade
dos cidadãos perante a lei. Especial destaque teve o Código Civil, que garantia as liberdades
individuais e a laicização da Igreja. O aparelho do Estado foi modernizado, mas também
burocratizado, e assumiu-se claramente a função pública ao serviço do Estado, com salários,
sem compra e venda de cargos, com carreiras abertas ao talento e não ao nascimento.
Valorizou-se a instrução com a criação de liceus e escolas superiores, de modo a formar os
cidadãos chamados a ter um papel ativo e competente na sociedade e no Estado. Outra das
iniciativas deste período foi a reforma administrativa e fiscal para obter o equilíbrio financeiro.
Deste modo, no ano de 1802, o orçamento de Estado estava equilibrado. Foi criado o Banco de
França, no ano de 1800,e, em 1803,assistiu-se a uma reforma monetária que se traduziu no
surgimento de uma nova moeda (franco germinal). A administração local também foi
reformada, especialmente no domínio judicial. Criaram-se as prefeituras, manteve-se a divisão
do território em departamentos, surgiram os bairros e os cantões, áreas que dispunham de
funcionários nomeados e de assembleias eleitas. Napoleão procurou a pacificação religiosa,
tendo assinado a Concordata em 1801, sendo possível, a partir de então, reorganizar a Igreja
de França, colocando fim às divergências com a Santa Fé.

Identificar a revolução como momento de rutura e de mudança


irreversível de estruturas
As revoluções liberais contribuíram para dar voz à maioria da população que no Antigo Regime
estava subjugada aos interesses dos mais poderosos. As revoluções liberais alteraram as
estruturas políticas e sociais do Antigo Regime, instaurando um Estado democrático assente na
divisão tripartida dos poderes e na soberania popular onde os direitos fundamentais dos
cidadãos são assegurados na Constituição. São conquistas que o povo não mais deseja perder.

Compreender o fenómeno revolucionário liberal como afirmação da


igualdade de direitos e da supremacia do princípio da soberania
nacional sobre a legitimidade dinástica
A Revolução Liberal significou o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. O
povo ganhou mais autonomia e seus direitos sociais passaram a ser respeitados. A vida dos
trabalhadores urbanos e rurais melhorou significativamente. Por uutro lado, a burguesia
conduziu o processo de forma a garantir o seu domínio social. As bases de uma sociedade
burguesa e capitalista foram estabelecidas durante a revolução. Os ideais políticos
(principalmente iluministas) foram a base de todas as revoluções. As ideias iluministas
serviram, junto à utilização da razão para interpretar o mundo, para os revolucionários
franceses questionaram o carácter sagrado do poder, defendido pelos reis, pela aristocracia e
pela Igreja. Todos os homens poderiam exercer o poder. Mas para isso era necessário criar
instituições que garantissem esse exercício. Nesse sentido, a República foi a principal dessas
instituições. Ela representava o fim dos privilégios da aristocracia e a libertação dos
camponeses dos lacos de servidão que os prendiam à nobreza e ao clero. Nas cidades, tinham
fim as corporações feudais que limitavam os negócios da burguesia.

Perguntas para a professora

Revolução Americana:

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