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Módulo 4 – A Europa nos séculos XVII e XVIII – sociedade, poder e dinâmicas coloniais
O século XVIII é o século das Luzes ou do Iluminismo. Este conceito evoca, antes de mais, a luz
da Razão (inteligência, esclarecimento). O raciocínio humano seria o meio de atingir o progresso
em todos os campos (científico, social, político, moral). Por contraposição, os autores
identificavam, nesta época, a ignorância com as trevas: Galileu, nomeadamente, refere a
importância da linguagem matemática sem a qual “vagueia-se num labirinto; ás escuras”.
A corrente filosófica iluminista acreditava (na esteira de John Locke, filósofo do século XVII) na
existência de um direito natural – um conjunto de direitos próprios da natureza humana (e,
como tal, naturais), nomeadamente:
-a liberdade de todos os homens (em consequência da igualdade, “nenhum homem tem uma
autoridade natural sobre o seu semelhante”, escrevia Jean-Jacques Rousseau; porém, este
direito natural não previa a abolição das diferenças sociais);
-o direito à posse de bens (tendo em conta que o pensamento iluminista se identifica com os
anseios da burguesia em ascensão);
O pensamento iluminista defendia, assim, que estes direitos eram universais, isto é, diziam
respeito a todos os seres humanos e, por isso, estavam acima das leis de cada Estado. Os Estados
deveriam, antes, usar o poder político coo meio de assegurar os direitos naturais do Homem e
de garantira sua felicidade.
Paralelamente, o Iluminismo pugnava pelo individualismo: cada individuo deveria ser valorizado
independentemente dos grupos em que se integrasse.
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3.Avaliar o seu carácter revolucionário. (Página nº 132 à 137 do Manual)
-Jean-Jacques Rousseau defende a soberania (poder político) do povo. É o povo que, de livre
vontade, transfere o seu poder para os governantes mediante um pacto (ou contrato social).
Consegue, desta forma, respeitar a vontade da maioria sem perder a sua liberdade.
Em troca, os governantes têm de atuar com justiça, sob pena de serem depostos (obra de
referência: O Contrato Social).
Estas ideias foram aplicadas na prática, nas revoluções liberais, sob a forma das constituições
políticas.
4.Distinguir os meios de difusão do pensamento das Luzes. (Página nº 138 à 139 do Manual)
O Iluminismo, apesar da oposição que sofreu na sociedade do seu tempo, foi-se difundindo
graças a alguns apoios importantes, como sejam:
-a admiração que alguns monarcas nutriam por estes novos ideais (Frederico II da Prússia, por
exemplo, acolheu Voltaire na corte quando este estava exilado);
-os salões, espaços privados da aristocracia que se abriam ao debate das novas propostas
filosóficas;
-a Maçonaria, a sociedade secreta com origem na Inglaterra do século XVIII que pugnava pela
liberdade política e pelo progresso científico;
-o uso da língua francesa – conhecida dos intelectuais europeus – nas obras filosóficas editadas;
-os clubes privados, a imprensa e as academias, que faziam eco das novas propostas.
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-A defesa do contrato social transforma o súbdito passivo e obediente em cidadão interventivo:
deste modo, e ao contrário do que acontecia no Antigo Regime, “um povo livre (…) tem chefes
e não senhores” – Rousseau.
-A teoria da separação dos poderes acaba com o poder arbitrário exercido no Antigo regime.
-A ideia de tolerância religiosa conduz à separação entre a Igreja e o Estado, presente nos
regimes liberais.
-A teoria do direito natural leva a que os iluministas condenem todas as formas de desrespeito
pelos direitos humanos (tortura, pena de morte, escravatura,…), contribuindo para alterar a
legislação sobre a justiça em vários países.
O despotismo iluminado foi a forma de poder real praticada no século XVIII em várias regiões da
Europa, nomeadamente:
Sob o despotismo iluminado ou esclarecido, o rei tinha o poder absoluto (era um déspota), mas
justificava a sua autoridade através do pensamento iluminista. O rei, iluminado pela razão e
apoiado pelos filósofos iluministas, propunha-se reorganizar o reino para o bem público e o
progresso.
Este regime permitiu, por um lado, reforço do poder que os monarcas pretendiam e, por outro
lado, a aplicação prática dos princípios iluministas desejada pelos filósofos.
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1.Integrar as medidas do Marquês de Pombal nos padrões do pensamento setecentista.
(Página nº 142 à 152 do Manual)
-o Erário Régio, que centralizava a recepção das receitas públicas e a sua redistribuição por todas
as despesas;
-a Real Mesa Censória, organismo do Estado que retirava a função de censura da alçada da
-o suplício dos Távoras (família da alta nobreza, opositora a Pombal, que foi executada por
suspeita – infundada, pelo que se pôde apurar no reinado de D. Maria I – de tentativa de
regicídio);
-a expulsão da Companhia de Jesus, de Portugal e das suas colónias (pois os Jesuítas controlavam
a missionação e o ensino).
-traçado geométrico;
-criação do Real Colégio dos Nobres (para preparação dos filhos da nobreza de acordo com as
novas concepções pedagógicas);
-fundação das Escolas Menores, entre elas, as de ler, escrever e contar, que eram oficiais e
gratuitas;
-Instituição de várias classes de Latim, Grego, Filosofia, Retórica, para preparação para a
Universidade;
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-reforma da Universidade de Coimbra (preparada pela Junta da Providência Literária e custeada
por um imposto denominado Subsídio Literário), a qual foi dotada de novos estatutos que
introduziram as faculdades de Matemática e Filosofia, bem como do suporte de um laboratório
de Física, de um jardim botânico e de um observatório astronómico; por seu turno, a faculdade
de Medicina adquiriu um caráter mais prático.
Este novo ensino era alargado a um conjunto ais vasto a população e aberto às novas ideais da
ciência experimental, de acordo com a Filosofia das Luzes; além disso, servia o propósito de
preparar uma elite culta, de apoio à governação, colmatando a ausência dos jesuítas.