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HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS

 Humanismo jurídico
 Os juristas quiseram acompanhar o que se passava noutras áreas do
conhecimento.
 Queriam ter fundamentos para dizer que o trabalho dos comentadores e dos
glosadores tinha sido mal feito.
 O individuo passava a ter um papel importante na procura e na elaboração do
conhecimento.
 O contributo de cada um passava pela racionalização, do que cada um pode ou
consegue fazer
 Ao mesmo tempo que mantinham uma filiação ao Papa continuavam a ter em
conta o racionalismo
o 1º Escolástica – fase dos comentadores e glosadores
o 2º Escolástica – correntes que se desenvolvem dentro da universidade.
Introduziu o racionalismo individualista.
 Criaram-se as bases do que chamamos de direito internacional publico e de
direitos fundamentais.
 Francisco Suarez – lançou o que seriam as bases do que seria o
jusracionalismo.

 1º reforma no ensino do direito – 2º Escolástica


 1298 – 1523 – é a partir de 1523 que a universidade se fixa definitivamente em
Coimbra
 D. João III quer importar novos conhecimentos fora do seio da igreja, porém era
extremamente defensor da igreja e não o consegue fazer sem a intromissão da
igreja
o Ao mesmo tempo que se deseja uma reforma da universidade, quer
importar filósofos para virem desenvolver o seu pensamento na
universidade
o Damião de Góis que veio para cá a convite do rei, porém foi preso pela
igreja devido ao seu pensamento, sem protegido pelo rei.
o Pretende extinguir a universidade de Lisboa e recriá-la em Coimbra com
professores diferentes que ensinassem o direito de acordo com o
humanismo jurídico.
o Procuravam professores para ensinarem o direito em Coimbra. A
universidade entra numa fase de prestígio onde ensinam professores
conceituados.
o Martinho Aspilcueta foi um professor basco muito conceituado que ensinou
em Coimbra.

 2º Escolástica – origem

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 Usa-se para designar uma época em que o ensino universitário se baseava nas
ideias de São Tomás de Aquino.
 Tinha com influência a universidade de paris que estudava a filosofia,
estudavam um pouco de todos os conhecimentos principalmente as matérias
relacionadas com a natureza. Discutiam-se questões que Deus teria querido num
determinado momento.
 São Tomás de Aquino rera de origem italiana e fez a sua vida na universidade
de paris ensinando filosofia e teologia. Tinha um mérito específico e rera adepto
do que mais tarde se chamaria de racionalismo.
 Quando se questiona um questão de crença não se consegue demonstrar
cientificamente a existência de deus, não é uma verdade cientificamente
demonstrada.
 Recorriam-se a fundamento lógicos par se afirmar a realidade da crença.
 Segundo a crença a vida é um dom de deus, e esta ideia foi mantida ao longo de
muito tempo.
 No seculo XVIII e XIX um individuo chamado Charles Darwin escreve uma
obra que tinha o nome “A origem das espécies”, onde propunha uma forma de
pensar racional.
 Os que duvidavam da existência de deus, mas não encontravam outra forma
para a sua existência baseavam-se nessa forma de pensar em que se dizia que a
vida surgiu por mera casualidade.
 Darwin dizia que a evolução das espécies (vida) que foi o resultado da seleção
natural de soluções que combinaram elementos químicos e que se mostraram
visáveis ao lado de outras milhões de combinações que se mostraram inviáveis.
 Foram vingando as combinações que se mostraram uteis
 São tomas de Aquino introduz na filosofia uma certa discussão racionalista do
direito no ensino
 Na 2º Escolástica os filósofos criam uma forma de pensar mais ligada ao
humanismo, mais racionalista e com uma abertura maior do pensamento
Tomista.

 Componentes do racionalismo
 Componente antirreligiosa – necessidade de valorizar o papel do individuo, os
seus atributos no ato jurídico sem recorrer ao conceito de Deus. A igreja
monopolizou os conceitos de deus.
o Critica em relação à igreja e menos à religião propriamente dita. As ideias
do jus naturalismo não se reviam na autoridade do Papa.
 Direito natural – dispensava a existência de Deus para fundar as suas
ideias. O direito natural correspondia ao último recurso que a
sociedade tinha para se defender dos abusos de poder. Desempenhava
o papel que hoje desempenhavam as constituições. Por trás do direito

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natural está a razão – crenças (matérias listas) – o que importa é
matéria da crença (a realidade)

 Racionalismo em Portugal
o Adaptação do direito a certas vertentes do racionalismo (surge no séc.
XVIII com Marquês de Pombal.
o Marquês de Pombal vê no direito pátrio e subsidiário aspetos que tinham de
ser reformados/adaptados à nova maneira de pensar (ao despotismo
iluminado – racionalismo).
o Só deixa espaço para a lei no direito pátrio e criou limitação ao recurso do
costume e ao estilo da corte.
o O costume devia ter vigência há mais de 100 anos, só poderia ser o
costume prater legem, o costume tinha de ser conforme à boa razão (era
aquilo que o poder político decide)
o O estilo da corte só podia ser usado se fosse utilizado com uma autorização
da casa da suplicação.

o Era a jurisprudência constante que só poderia ser aprovada por todos os


juízes que tinham medo do poder político.
o Revogaram-se todos as fontes de direito subsidiário para além do direito
romano desde que fosse conforme à boa razão. Em matérias comerciais
eram usados os costumes ou as normas de direito canónico ligadas ao
comercio, neste caso podiam ser utilizadas as normas dos países civilizados
e polidos da europa
o O Marquês de Pombal afunilou todo o direito na lei e dizia que estava
contido nas ordenações o que não acontecia.
o Marques de pombal mostrava um ódio aqueles que se mostravam contra o
seu poder de governar.
 EX: foi lançado um imposto sobre a pesca em lisboa e a maior parte
dos pescadores estava na Trafaria, não aceitavam muito bem o imposto
e o bairro foi cercado pela tropa que queimou o bairro e matava a tiro
quem tentasse fugir.

 Reformas das universidades (Coimbra 1772)


 Marquês de pombal era inimigo dos jesuítas
 Não conseguira impor a sua maneira de ensino com os jesuítas no seu caminho
e consegue que a ordem seja expulsa do país.
 Fez uma reforma das universidades – pela primeira vez cria disciplinas que
estudavam o direito português (história do direito português e romano/ outra
instituição do direito civil e criminal/ direito criminal e das gentes – na
perspetiva do iluminismo)

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 Altera o modelo de ensino, passa do modelo analítico (que vinha da época de
Bolonha) para o modelo sintético (dar uma visão completa de todos os institutos
de uma determinada matéria sem aprofundar muito a questão)

O método analítico visava um estudo muito específico de algumas


partes sem haver grande aprofundamento

 Devem ser feitos manuais que contenham toda a matéria e devem ser escritos de
forma clara e simples.
 Segue ao rei que morreu D. Maria I que não apoiava politicamente o Marquês
de Pombal – Marquês de Pombal foi exilado e expulso da corte.
 Começa a ser criada uma pressão para rever as ordenações filipinas (1782).
 Havia dois aspetos que precisavam especialmente de atenção:
o Poderes do rei – porque o despotismo iluminado tinha acentuado a
concentração do poder do rei, tinha de se saber se o rei podia alterar as leis
que quisesse ou não, como as leis fundamentais. Querem que o povo volte
a intervir no poder político do rei.
o Direito penal – a rainha chama uma pessoa que tinha ajudado o Marquês
na reforma da universidade, um jurista renomado que, porém, tinha um
pensamento absolutista (Pascoal de Melo) e propõem uma alteração nos
poderes do rei que defende os poderes limitados do rei.
o Criaram um debate político e jurídico onde cada um escrevia as suas obras
e as publicava.

 A revolução francesa e o despotismo iluminado


 Começou a revolução francesa que foi uma mudança radical na sociedade, no
plano político, social e económico.
 Começou a sentir-se o perigo de outra revolução nas cortes europeias e
concluiu-se que o despotismo iluminado favoreceu um debate de ideias que
pareciam ser as mais adequadas.
 Foram-se criando as duvida de se o poder despótico era racional, se a crença
de que o rei recebia o poder de Deus fazia algum sentido.
 Alguns dos filósofos tiveram a capacidade de tratar de forma lógica e racional
e então essa racionalidade foi aceite e então o povo devi ser chamado a
escolher quem queria que governasse e a interagir no poder político com a
representação própria, cujos representantes eram eleito por voto.
 O exercício do poder é por todos exercido como iguais, criando um sistema de
classes.
 Em França já havia um núcleo de pessoas capazes de controlar o seu estatuto
social que era a burguesia.
 Era um grupo do terceiro estado com uma capacidade económica maior, com
mais estudos que ascendiam na sociedade e não aceitavam um estatuto social

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inferior à nobreza. Era um grupo com vontade de mudança, que acreditava na
mudança.
 A revolução francesa começou com uma crise económica e por isso a estrutura
de poder estava em queda. A intensão não era, como aconteceu, acabar com a
monarquia, mas sim passar para uma monarquia representativa.

 Começou a criar-se um enorme exército que se mostrava estar do lado da


mudança. Pensava-se nas outras cortes da europa que o problema da revolução
era o despotismo iluminado, então para se assegurarem deveriam retornar ao
período antes do despotismo.
 Aquilo que foi uma tentativa de reforma nunca se desencadeou, ou seja, o
nove código, as alterações às ordenações nunca sucederam.
 Em França o poder foi-se estabilizando pelas forças militares que controlavam
a revolução e a sociedade, onde foram mortas várias pessoa na guilhotina.
 É nesta altura que se evidencia me França um militar (Napoleão) que vai
liderar todo o processo de expansão do país. O seu poder era tao grande que
ninguém contrariava a sua posição passando um dia a ser o Império de
Napoleão.
 Portugal tinha uma aliança com Inglaterra que nesta altura se tinha tornado um
inimigo de Napoleão devido à sua frota marítima e ao seu controlo sobre o
comércio o que impedia a sua expansão.
 Para obter todos este feito Napoleão precisava de conquistar a Inglaterra e
para isso determinou que todos os países europeus deviam fechar os seus
portos à Inglaterra sufocando a sua economia.

 A invasão francesa
 Portugal recusa o bloqueio continental dando origem às invasões francesas.
 Napoleão queria colocar um exército em Lisboa para controlar o rei, e envia
em exército liderado por Junot que foi bem recebido pelos oponentes do
regime, da monarquia portuguesa.
 Só através das armas é que napoleão conseguiria abolir a monarquia.
 O modelo inglês era pouco autoritário e não precisava de uma revolução para
acabar com a sua monarquia.
 Dá-se o bloquei continental – proibição aos navios de fazer comercio na
europa.
 1908- 1910 – invasões francesas em Portugal, porque Portugal não aceitou o
bloqueio continental.
 A sociedade aproveita a revolução francesa para destruírem as próprias
monarquias.
 Com estas invasões o rei e a corte fogem para o Brasil e assim o governo
governa o país a partir do Brasil sendo assim qualquer que se tentasse impor
seria de maneira ilegítima uma vez que o rei ainda era vivo.

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 O rei vai estar no Brasil durante 12/13 anos. Em 1920 dá-se uma revolução
liberal em Portugal e o rei ainda estava no Brasil.
 D. João VI morre envenenado por arsénico
 A revolução de 1920 dá origem à primeira constituição/código. É uma
constituição influenciada pelo movimento francês e retira todos os poderes ao
rei transferindo-os para o parlamento. As constituições de 1926 e 1938 são
menos rígidas e são constituições monárquicas que limitam os poderes do rei.
 A revolução francesa introduz o conceito de lei com a base no poder do povo.
 O novo código tinha as seguintes características: científico, sistemático,
sintético.
 Uma sociedade não vive só de acontecimentos militares.

 Direito português
 O direito comercial era principalmente costumeiro.
 1886 – 2º código comercial
 Código penal – 1852 – 1º código penal – Levi Maria Jordão. Ainda não
reflete o humanismo.
 1866- 2º código penal – integra a legislação que sobrou do 1º código mais as
novas normas que começaram a vigorar. Não se pode pressupor que a pena de
morte contribuía para a diminuição das mortes.
 1 de junho de 1867 – abolida a pena de morte em Portugal (a constituição
permitia a pena de morte nos casos de crimes de guerra.
 Com o humanitarismo revogaram-se quase todas as ordenações filipinas do
livro V.
 Direito administrativo – regula as pequenas instituições publicas
o Surgiram 5 códigos administrativos até ao século XX
 Direito processual – distinção entre processo penal e civil.
o Revogaram o livro das ordenações que tinham a ver com o direito
processual.
 As ordenações que tinham de ver com o direito civil vigoraram no Brasil até
1917.
 Código civil – 1867 – 1º código civil português
o Código de Napoleão que vinha muito no pensamento romano
o Elaborado por António Luís de Seabra – utilizou muitas ideias que ainda
vinham do código de Napoleão que naquela altura já tinha sido bastante
discutido e comentado.
 Não seguiu o modelo do código de Napoleão
 Era um código original
 1966 – 2º código civil
 O direito civil no séc. XIX começa a ser entendido com as regras do sujeito de
direitos

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o Visa regular os poderes que cada pessoa tem sendo que esses poderes não
devem ser limitados.
o Contem as regras que disciplinam tais
o Importância do direito de propriedade
o O proprietário não pode usar a sua propriedade como quiser – abuso de
direito. A propriedade quando usada de forma abusiva não é ético. O
direito de propriedade não é um direito absoluto, não pode ser usado para
causar danos a terceiros.
o Seabra desenha o seu código civil em função do sujeito de direitos
o Os direitos sociais estavam a começar a mudar
o O código de Seabra começou a ser alvo de críticas visto que foi feito por
uma única pessoa em a “discussão” entre várias pessoas.

 Mouzinho da silveira
o Era jurista, mas exerceu função de primeiro-ministro no reinado de D.
Pedro IV.
o Tinha um pensamento liberal que adequava à realidade os portugueses.
o Desenhou uma serie de leis que viriam a incidir no sistema português.
o As leis foram feitas e guardadas até ao momento em que seriam aplicadas.
o É na altura que as forças liberais ganham a guerra civil que Mouzinho da
Silveira pode pensar em aplicar as suas leis, umas que seriam mesmo
aplicadas e outras que não se adequavam ao modelo português.
o A 1º reforma agraria deu-se por causa das leis de Mouzinho da Silveira
o Extinguiram-se os forais – 1832-1835.
o As medidas administrativas foram um conjunto de medidas que criou ao
longo da vida que seriam aplicadas depois da guerra civil em Portugal.
o Estas medidas consistiram na extinção dos forais e reforma agraria.

 D. Pedro IV
o Abdicou do cargo em Portugal para se tornar imperador do Brasil e voltou
para exercer poderes em Portugal.
o Não tinha legitimidade política para ser governante de Portugal pois
defendia a independência do Brasil.
o Como sabia que em Portugal existia um corrente liberal que não podia ser
exercido pois estava no poder um rei com poderes absolutistas, apresenta-
se como unificador do pensamento liberalista contra o pensamento do seu
irmão D. Miguel.
o Propôs-se a destituir os seu irmão absolutista
o Promove a reunião de quem lhe dava apoio e tenta instaurar o liberalismo
em Londres para se opor a Portugal.
o Tentou criar uma base na madeira ou nos açores onde se instala pois não
aceitavam um sistema absolutista.

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 Transformou a Ilha Terceira numa base política para mais tarde
conseguir destituir o irmão.
 Vai construindo um modelo e um plano para se tivesse sucesso ter já
medidas pensadas.
 Deixou a organização liberalista do país a Mouzinho da Silveira que
era seguidor do modelo napoleónico.

o Conseguiu montar um pequeno exército e vir para o continente para


conquistar o país. Reuniram os apoiantes que vinham dos acores e outros
de Londres com financiamento de bancários ingleses.
 Os ingleses emprestaram dinheiro pensando que o futuro estado
português não poderia pagar, e sendo assim, Portugal ficaria com
uma divida perante Inglaterra.
 Desembarcou na área do porto, pois muitas das pessoas que se
haviam exilado em londres eram do porto e por isso pensava que teria
aí uma rede de apoio.
 Ficou cercado pelas tropas de D. Miguel não conseguindo sair do
porto. Conseguiu que parte das suas tropas fossem para o Algarve.
 Iniciou-se assim uma guerra civil, porque, ao mandarem as tropas
para o Algarve enfraqueceu as tropas de D. Miguel conseguindo
assim sair do porto dando início à guerra civil.
 Os conflitos formaram-se também nas famílias porque numa família
uns eram liberais e outros não.
 Ganharam as forças liberais e D. Miguel exila-se em Áustria.

 A extinção dos forais 1832-1835


 Os forais davam uma falsa autonomia ao conselho
 O regime liberal aceitava a propriedade privada, estava longe de ser um estado
distribuidor de riqueza. Não era um estado social.
 Era um sistema controlador, temiam perder o poder que tinham ganho com a
guerra civil. Era um poder centralizado.
 O facto de os conselhos acharem que tinham poder por causa dos forais punha
em causa o pensamento do sistema liberalista de ter o poder centrado em si.
 Os deputados não aceitavam bem os forais, porque podiam simbolizar um
poder desmedido por parte das populações dos conselhos
 Acabar com os forais podia causar descontentamento na população e por isso
criaram uma desculpa dizendo que os forais eram bastante antigos e que
oprimiam as pessoas. Inventaram motivos como o facto de que os forais eram
o símbolo da opressão sobre o povo.

 Reforma agraria
 Terras da coroa – terras vinculadas/ Morgadilhas”

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o As terras eram não eram doadas, mas as pessoas que o rei gostava
ficavam com poderes, principalmente no âmbito sucessório e acabavam
por não sair da família
o O que não mudou é que normalmente sabe-se quem é o herdeiro natural
de quem morre
 “de cujos” – aquele em relação à qual se deve saber quem sucede.
 Normalmente com a morte extinguem-se os direitos de personalidade,
mas há direitos que não se extinguem e são passados para os
herdeiros, mas há direitos que não podem ser passados, porém poder
ser defendidos, como o direito à imagem é pessoal, mas os sucessores
têm o direito a proteger a imagem da pessoa.
o O rei deixava de ter poderes diretos dessas coisas.
o E as famílias que se beneficiavam dessas terras passavam
sucessoriamente.
o Até ao séc. XIX usou-se frequentemente uma linha sucessória excluindo
os outros herdeiros – o pai excluía quem quisesse, as mulheres eram
excluídas pelo casamento, não era obrigatório, mas havia possibilidade de
o fazer.
o Com o tempo e alguns e alguns fenómenos essas terras transformaram-se
em pedaços de território inutilizáveis.
o Eram inutilizáveis porque:
 Normalmente eram dadas as terras muito boas e férteis.
 A nobreza aqui em Portugal não fazia nada com as terras, ao
contrário dos ingleses (eram empreendedores).
 Havia uma colégio criado por jesuítas depois com conhecimentos foi
passado para o estado, e foi aproveitada no intuito de ensinar os filhos
do nobres (economia entra outras coisas).
 Assim sendo, as terras não eram devolvidas, os nobres levavam
estilos de vida que as rendas já não suportavam, pediam empréstimos
aos bancos, hipotecavam as terras, mas os bancos também não as
podiam utilizar porque eram terras da coroa.
 Assim passaram a ser inutilizadas até que foram entregues a quem as
fosse desenvolver e a partir daí essas pessoas podiam vender a quem
quisesse comprar ou podiam desenvolvê-las.

 Direito social
 Os quadros jurídicos deixam de ser relacionados a uma pessoa só para
passarem a ser o que chamamos de vontade do povo.
o Isto dá-se através do voto que resulta numa menor usurpação e num
menor abuso do poder.
 Quem vota não sabe qual a utilidade que irá ser dada ao seu voto em
termo de decisões futuras. As pessoas votam em quem se identificam
mais.

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 As pessoas não conhecem verdadeiramente o pensamento ideológico
daqueles em quem votam.
 Não se sabe como e que a pessoa eleita vai usar o poder que lhe foi
dado.
 O parlamento representa o povo e por isso as leis que saírem do
parlamento representam também o povo.
 1820 – Início do pensamento democrático
o Havia restrições ao direito na generalidade (nível etário)
o Havia uma tendência censitária (as pessoas analfabetas não podiam
votar).

 Séc. XIX até ao séc. XX – DIREITO SOCIAL


o Os códigos continham a vontade do povo em forma de lei
o Cada povo tem a tendência para achar que o seu sistema é o melhor.
o O direito começa a orientar-se para determinadas balizas que vão criando
o seu espaço e se vão estabilizando.
o Houve áreas que resultaram apenas de mudanças tecnológicas e outas
surgiram através de mudanças no pensamento. Surgiu assim o direito
social.
o Direito social – direito que deve ter na sua base a preocupação da defesa
social (as partes mais fracas da sociedade)
 Existem problemas na sociedade que se não forem resolvidos vaio
afetar parte da sociedade e pessoas que depois não irão conseguir
resolver esse problema.
 É então dever do direito social a proteção na velhice, na doença, na
pobreza, minimização dos danos ocorridos em certas atividades
através dos seguros que existem desde a época das sociedade
nómadas e dos transportes marítimos.
o O início da agricultura dá-se com o início da sedentariedade (ocorreu no
crescente fértil entre 8 mil e 10 mil A.C.). Estas áreas eram caracterizadas
como zonas extremamente férteis porque se encontravam perto de rios
que hoje já não existem.
 Indício das povoações mais antigas próximas da europa. Estes povos
chegam à europa por volta do segundo milénio A.C.
o Aparecimento de áreas jurídicas antes existentes.
o As universidades contribuíram para o aparecimento destas novas áreas do
direito.
o 1772 – Começaram as sucessivas reformas nas universidades, onde foram
surgindo novas disciplinas.
o Nos finais do séc. XIX – os juristas começam a pensar na criação de
novas áreas que podiam não ser bem novas como no caso do Direito
Administrativo que já se encontrava nas ordenações.

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o Existiam áreas que nunca tinham sido vistas como áreas importantes
como os direitos sociais.
 Existia uma consciência socialmente elaborada
 A sociedade era diferente da que conhecemos hoje
 As pessoas morriam cedo. A esperança de vida é baixa, as
famílias tinham muitos filhos e não eram todos os que
sobreviviam a várias doenças como o Tifo e a Cólera. Como
não existiam medicamentos muitas crianças morriam até aos 4,
5 anos de idade.
 Não havia um registo civil e por isso as certidões de
nascimento, casamento e mortes eram todas feitas pela igreja e
não pelo registo civil (1911). O nascimento corresponde ao
documento de batismo.

o Com a melhora das condições sanitárias as doenças diminuíram e no séc.


XIX foi descoberta a cura para a Varíola.
o Conforme vão melhorando as condições de vida e as pessoas começam a
viver até mais tarde começou a ser necessária a criação de uma segurança
social.
o O direito penal torna-se uma necessidade e os códigos do séc. XIX
começam a refletir o pensamento humanitarista.
o A engenharia visava a área da urbanização (construção em gaiola para
evitar o desmoramento em épocas de terramotos – época do Marquês de
Pombal.
o República
 Momento de grande expansão da programática jurídica
 Do ponto de vista político entre 1820 e 1910 – mantem-se o sistema
monárquico embora constitucional. Em 1910 é implantada a
república.
 A revolução que implanta a república é fruto do
desenvolvimento de ideias políticas.
 Queriam criar um modelo de sociedade onde o rei já não
existisse.
 Séc. XIX e XX – há factos políticos que foram aproveitados
pela minoria republicana e trazidos para a discussão sobre o fim
da monarquia.
 Começam a surgir pensamentos que os revolucionários
franceses já tinham utilizado.
 Começam a surgir problemas entre Portugal e Inglaterra sobre
certos territórios na Africa do Sul.
 No séc. XIX os ingleses começaram a olhar para África como
fonte de matérias-primas e entram em conflito com os
holandeses que já se tinham fixado no litoral sul da África.

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 Os ingleses querem a zona da costa onde estão os povos
holandeses (os boas) e apercebem-se que nessas terras para
onde mandou os boas havia riquezas naturais como o ouro e os
diamantes.

o Também tiveram lugar as mudanças políticas


o Revolução republicana de 1910
 Esta época teve componentes muito dispares. Era proibido a
existência de partidos monárquicos. Não foi um verdadeiro sistema
democrático devido às limitações ao direito de voto que não tinham
quaisquer fundamentações políticas.
 A laicização da sociedade extremamente agressiva. Não permitia o
livre exercício do culto.
o Foram tomadas mediadas legislativas que se transformaram em leis.
 Criação dos registos, registo civil – sistema de arquivo da situação
jurídica relativa às pessoas. Registo de atos que são considerados
importantes do ponte de vista do direito civil – nascimento,
casamento e morte.
 Nascimento – um determinado ser passa a ser titular de
direitos. Pessoa que tem personalidade jurídica.
 Casamento – o sistema jurídico atribui determinados poderes
patrimoniais àqueles a quem considera juridicamente casados.
É importante para efeitos de natureza pessoal (em relação aos
filhos).
 Morte – desencadeia o fenómeno sucessório.
o Define a existência da pessoa face ao estado e aos outros.
o Criado em 1911 – foi criado por razões ideológicas. Já existia um sistema
que substituía o que seria o registo civil.
o Criou-se um registo laico, devido aos conflitos com a igreja o estado
retirou esses poderes à igreja.
o Antes de 1911 estes registos já existiam, mas eram feitos pela igreja.
 A igreja tinha três livros
 Batizados
 Casamentos
 Óbitos
 Estes atos são importantes para o direito civil por questões de
natureza religiosa. O batizado significava a entrada no mundo de
Deus.
o Separação da igreja e do estado – trata-se de realidades diferentes (o
estado respeita a crença, o estado não se mete na vida da igreja e a igreja
não se mete na vida do estado e tradicionalmente o cristianismo na europa
sempre se posicionou de maneira diferente do estado.
o São elaboradas leis que proíbem crenças públicas (Ex: missas nas igrejas).

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o A mudança de época republicana para a época do estado novo
(autoritária) fez-se de maneira gradual.
 O sidonismo teve uma razoável aceitação, porque se minimiza as
ideias anteriores
 Reforma integral na forma de entender o estado
 Salazar era professor de finanças na universidade de Coimbra. É
convidado para ser presidente do conselho de ministros em 1930.
 Isto levou à criação de uma nova constituição para acompanhar
aquilo que era o Estado Novo (1933).
 Tinha uma estrutura bicamaral (câmara dos deputados e câmara
corporativa),
o Câmara dos deputados - dava pareceres importantes
sobre diplomas que estivessem a ser debatidos na camara
do deputados.
o Câmara corporativa – representantes das corporações –
comunidades importantes do país aos quais os
representantes se reúnem na câmara corporativa.
 Não existe liberdade para a criação de partidos que tenham
ideias diferentes das ideologias do primeiro-ministro (Salazar)
 Existia uma polícia que estava atenta a comportamentos que
podiam colocar em risco o poder.
o O código civil é redigido na época de estado Novo – 1966
 Perfilha uma redação com base no pensamento alemão
 Procura usar o modelo que os alemães já tinham usado no seu código
civil.

o Começa a existir, depois da II guerra mundial uma tendência para dar


maior importância ao pensamento alemão do ponto de vista jurídico.
 O pensamento alemão era um pensamento amoral, sem moral, sem
equacionar a moralidade dos acontecimentos.
 O pensamento alemão era um pensamento mais logico e mais
imediato
 O pensamento francês era um pensamento mais simples, mais claro
para que toda a gente pudesse entender o direito sem precisar de
grandes formações.
o O direito era valido desde que cumprisse o processo de feitura
independentemente do seu conteúdo. Não depende da validade da norma,
do seu conteúdo, mas sim da maneira da sua feitura.
 Isto pode levar ao aproveitamento de uma maneira de favorecer
determinados grupos e de ser poder fazer leis que são prejudiciais.

o Direito sucessório

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 Regula a transmissão de bens na sequência de uma facto jurídico, a
morte.
 A morte produz efeitos jurídicos porque o sujeito de direitos,
suscetível de ter direitos e deveres desaparece num determinado
momento e há que saber com rigor qual o destinos dos bens dessa
pessoa.
 O direito tende a reconhecer o direito de propriedade, tende a
reconhecer que o sujeito é titular de direito sobre os bens e esses
direitos podem se exercer singularmente ou podem ser exercidos de
modo coletivo como no casamento.
 Se a generalidade dos comportamentos jurídicos reconhece a
existência de direitos sobre os bens não podiam deixar de existir uma
pré regulação do destino desses bens.
 Existiam bens de ninguém é contra a natureza do sistema de direito
de propriedade, onde se abria uma situações onde todos erma
potenciais candidatos a esse bem e esta situação é potencialmente
conflituosa.
 Criva-se uma situação de rés nulius – coisa de ninguém.
 Os juristas tiveram um papel importante porque através da logica,
conceberam as alternativas possíveis para regular esta matéria.
 A única coisa que variou no tempo foi as opções tomadas, as
alternativas não são ilimitadas.
 Consoante o momento optaram por umas em vez de outras, porque
cada uma correspondia a uma maneira muito própria de regular esta
matéria.
 Sucessão mortis causa em contradição com a sucessão inter vivos.

contratual
Voluntária
Testamentária
Sucessão mortis causa
Legitima
legal
legitimária

 Voluntária – são as regras jurídicas nas quais existe uma


componente em que existe uma vontade do de cujos.
 Contratual – duas ou mais pessoas estabelecem regras em
determinadas circunstâncias. Acordo de vontades. Pode ser

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feita por acordo entre aquele que sabe que vai morrer e queria
revelar o destino dos seus bens antes de morrer e aquele que o
próprio de cujos gostaria que lhe sucedessem, mas que ainda
não lhe sucederam porque ele ainda está vivo. Se for feito em
vida por ambas as partes chama-se contrato sucessório
 Testamentária - na maior parte dos caos o de cujos regula a
sua secessão não por contrato, mas por testamento – o de cujos
não pergunta a ninguém se querem fazer um contrato com o
qual se lhe vai suceder. Negócio jurídico unilateral.

 Legal – são as regras que não comtemplam nenhuma atenção à


vontade do de cujos. São tratados os bens que foram negados ser
recebidos dos herdeiros.
 Legitima – está na lei, mas não é absolutamente imperativo,
obrigatório. Podem não ser aplicadas, não por vontade das
partes, mas porque há regras na lei que se sobrepõem àquelas
que são as regras legitimárias. São supletivas.
 Legitimária – esta na lei, mas são obrigatórias.

 Também existe o costume onde uns têm em conta a vontade do de


cujos e outras não.
 Se não houver filhos, cônjuge, irmãos ou pais não há herdeiros
legitimários. Então os bens vão para os herdeiros legítimos, os
primos, tios, sobrinhos.

 O poder do pater era tao intenso que não podia ser posto em causa.
Não havia sucessão legitimária.
 Surgiu uma lei chamada lex falsiria – se no testamento o pater
reservasse uma quarto dos bens para os herdeiros que não eram
legítimos então não podiam impugnar o testamento.
 Queriam que o herdeiro fosse inteligente e que fosse uma pessoa
que tivesse capacidades para resolver as questões políticas.
 Se o pater deixa-se ¼ dos bens aos restantes filhos, o testamento não
podia ser impugnado. Um herdeiro não podia receber mais de ¾ dos
bens ficando o outro ¼ para os restantes filhos.
 Não viam que a validade do testamento seria valida após a morte,
porque o testamento não dia ser valido após a morte.
 Em vida aquele que queria decidir o destino dos bens combinava
com outro pater que lhe transferiria os bens que queria que fossem
para o herdeiro e que quando morresse esses bens deveriam ser
dados ao herdeiro.
 Existiam dois riscos neste ato:

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 1º risco – a pessoa a quem se doou morre primeiro e os bens já
eram seu património.
 2º risco – a pessoa que doou morre primeiro e a outra pessoa
não transfere os bens para o filho herdeiro.

 Se o pater não tivesse testamento todos os filhos recebiam os bens


em partes iguais.
 Na época do direito germânico o património da família era de todos
e não especificamente de ninguém.
 Não existia testamento porque não havia nada para deixar porque os
bens erram de toda a família.
 Desconhecia-se o testamento. O mecanismo sucessório era de
utilização muito limitada.
 Temos um direito sucessório bastante escasso.

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