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SER HUMANO, SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE

Prof.ª. D. Sc. RENATA SILVA GOMES

1. O ESTUDO DO SER HUMANO inicia-se com a


ANTROPOLOGIA - Compreensão do ser humano (o homem é
objeto de estudo da Antropologia)
 Não existe um observador imparcial
OBS: não existe ciência imparcial – busca a
imparcialidade (limite do possível)
 O observador existe dentro de um contexto
 Conceitos prévios
 Conhecer o fato em si – (manutenção do conceito
prévio = pré – conceito)
 Um pano de fundo, paradigma da sociedade em que o
observador vive.
 Toda norma precisa ser interpretada (lei, decreto,
medida provisória, portaria)

 Cada cultura tem sua forma construtiva própria, sua forma de


organização hierárquica, sua forma de organização familiar,
técnicas de cultivo, de cuidados e curas, além de normas
éticas e de convívio social.
 Não existe desenvolvimento linear no tempo
 É importante o acúmulo de conhecimento, mas não existe
uma linearidade no desenvolvimento desse conhecimento.
Ex. :
 O Código de Hamurabi baseado nas Leis de Talião
(“Olho por olho, dente por dente”) é um conjunto de leis
para organizar e controlar a sociedade, criadas na
Mesopotâmia, por volta do século XVIII a. C.
 Os aquedutos dos astecas
 O ancestral do computador Grego
 Formas de tratamento e cura:
1. Babilônios - Os sacerdotes curandeiros
desempenharam para a Medicina um grande
papel, já que fizeram o detalhamento de várias
doenças, e descobriram dezenas de princípios
médicos.
2. Egípcios - Imhotep, o primeiro médico conhecido
pelo nome, destacasse a cura de diversas
doenças a cerca de 2.850 anos antes de Cristo.
3. Hindus - Esse povo foi o responsável pela
descoberta de muitos efeitos relacionados à idade,
doença e morte.
4. Hebreus - os médicos da região de Israel tinham
como principal função fazer a supervisão das
regras de higiene social. A evolução da Medicina
nessa época se deu devido à dissecação de
animais sacrificados.
5. O imperador chinês Shen Nung (ca. 2696 a.C.),
considerado “pai da medicina e farmacologia
chinesa”, tinha um jardim botânico com plantas
medicinais e tóxicas e foi o autor do primeiro
tratado sobre drogas na China antiga, onde
identificou 365 drogas divididas em três níveis:
superior, não-tóxicas (wudu), as que evitam o
envelhecimento e prolongam a vida; intermédio,
não-tóxicas e tóxicas (youdu), as que previnem
doenças e fortalecem o corpo; e, inferior,
maioritariamente tóxicas, as que curam
efectivamente as doenças
OBS: não terão preconceito em relação à nenhum de
técnica sejam elas do passado ou de outras
culturas.

 A relação do homem com o meio ambiente pode ser


harmônica ou desarmônica, dependendo da cultura
desenvolvida por cada comunidade.

 Em um país como o Brasil, onde a diversidade cultural é


muito grande, vimos casos terem diferentes
entendimentos, isso , devido as variadas formas de vida,
em suma o que é crime no sul pode não ser no norte,
o que é proibido no leste pode não ser no oeste, tudo
conforme os costumes, o entendimento, a forma de
aplicação da norma. Mais do que isso: o que se entende
como justo por um grupo pode ser considerado inaceitável por
outro.

PRÉ-HISTÓRIA DA ANTROPOLOGIA

1. O EUROPEU ENCONTRA UM MUNDO QUE


DESCONHECIA – “descoberta do novo mundo”

Durante o século XVI a Europa foi invadida por escritos e


crônicas a respeito dos povos até então desconhecidos. - A
maioria desses escritos estava impregnada de informações
fantasiosas. Chegou-se a duvidar da condição humana do
aborígine.

 As Relações Jesuítas, coletânea de relatórios enviados pelos


missionários dessa congregação religiosa aos seus superiores.
São 73 volumes repletos de descrições e opiniões a respeito
dos novos povos, dos produtos da terra, dos seus hábitos e
costumes)

2-ESTRANHAMENTO

 Estranhamento significa perplexidade diante de uma cultura


diferente. Essa perplexidade implica reconhecer que algo,
antes considerado natural, passe a ser problemático.
Ex: Práticas sociais diferentes, costumes diferentes,
organização familiar diferente, outra cultura, visão de mundo
diferente.
 Assim, o encontro de culturas distintas e distantes pode
provocar um novo olhar sobre si mesmo e sobre os hábitos,
práticas ou costumes antes considerados evidentes.

 o ser humano é dotado de uma extraordinária aptidão


para inventar diferentes modos de vida e formas de
organização social.

 A variedade de culturas introduz diferenças entre os


seres humanos, mas também permite reconhecer algo
comum a todos – a extraordinária capacidade de elaborar
costumes, crenças, línguas, instituições, modos de
conhecimento –, que aponta para uma humanidade plural.

 “O desafio se perfaz, neste momento, não só em familiarizar o


‘exótico’, mas também o de estranhar o familiar, o que se
constitui numa tarefa nem sempre bem-sucedida (Velho
2003). No final das contas, quando os antropólogos se voltam
para suas próprias sociedades, o desafio da objetividade
mostra-se mais árduo, demandando um esforço heurístico
ainda maior. E ao se voltar para as suas próprias sociedades
seu olhar será cada vez mais onipresente, lançando-se sobre
a sexualidade, a religiosidade, as festas, e também os
processos educativos que se encontram nestas sociedades,
tanto os formais, quanto os não-formais.” (OLIVEIRA, 201.
On-line)

1.1. O FASCÍNIO PELO ESTRANHO: significa enaltecer a cultura


das sociedades primitivas e censurar a cultura europeia;

OBS: a forma como vamos fazer ciência e determina a nossa


compreensão da ciência alheia.

1.1.1.A FIGURA DO BOM SELVAGEM À DO MAU CIVILIZADO.

a) LAS CASAS: (Sevilha, 1474 ou 1484 — Madrid, 17 de


julho de 1566)um frade dominicano espanhol, cronista, teólo
go, bispo de Chiapas (México) e grande defensor dos povos
nativos das Américas. Esse dominicano, em l550, opõe-se à
classificação dos índios como bárbaros, afirmando que eles
têm aldeias, vilas, cidades, reis, senhores e uma ordem
política que em alguns reinos é melhor que a dos europeus;

 Encomiendas – troca de trabalho compulsório por


conversão à religião católica.

b) Américo Vespúcio: sobre os “índios” da América afirma


que se trata de pessoas bonitas, de corpo elegante e que
nenhum possui qualquer coisa que seja seu, pois tudo é
colocado em comum;
 Não existia a ideia de propriedade exclusiva, a
propriedade era comum

c) Cristóvão Colombo: sobre os habitantes do Caribe afirma


que não há no mundo homens e mulheres nem terra melhor;

d) La Hotan: em 1703 escreve que os hurons (América do


Norte) vivem, em suas tribos, sem prisões e sem tortura,
passam a vida na doçura, na tranquilidade e gozam de uma
felicidade desconhecida dos europeus;

e) Diderot, Século XVIII, por exemplo, chegou a sugerir que


as sociedades primitivas constituíam um apogeu a partir do
qual a humanidade só conheceu decadência.

 A figura do bom selvagem, contudo, encontrará sua


formulação mais sistemática e mais radical com
Rousseau (início do século XVIII).
 No Brasil é possível enxergar esse fascínio na obra
literária de José de Alencar (meados do século XIX),
especialmente nos romances O guarani e Iracema.
Cabe também mencionar o pensador luso-brasileiro.
 Padre Antônio Vieira, que, em seus Sermões,
protestou veementemente contra a escravidão dos
índios.
1.2. A RECUSA DO ESTRANHO: significa censurar e excluir
tudo o que não seja compatível com a cultura europeia.

Para gregos e romanos, tudo que não participava da sua


cultura era catalogado como bárbaro. A civilização europeia
utilizou o termo selvagem com o mesmo sentido. Os termos
selvagem e bárbaro evocam um gênero de vida animal, por
oposição à cultura humana.

1.2.1.A FIGURA DO MAU SELVAGEM E DO BOM CIVILIZADO

 “A extrema diversidade das sociedades humanas raramente


apareceu aos homens como um fato, e sim como uma aberração
exigindo uma justificação.

 o Renascimento, os séculos XVII e XVIII falavam


de naturais ou de selvagens (isto é, seres da floresta),
opondo assim a animalidade à humanidade. O
termo primitivos é que triunfará no século XIX, enquanto
optamos preferencialmente na época atual pelo de
subdesenvolvidos.

 Essa atitude, que consiste em expulsar da cultura, isto


é, para a natureza todos aqueles que não participam da
faixa de humanidade à qual pertencemos’ e com a qual
nos identificamos, é, como lembra Lévi-Strauss, a mais
comum a toda a humanidade, e, em especial, a mais
característica dos “selvagens”. (LAPLANTINE, 1999, p.
40)

São vários os critérios utilizados para se saber se aos índios podia


se conceder o estatuto de humano. Laplantine (1999, p.41) cita
alguns:

A) a aparência física: eles estão nus ou “vestidos de peles de


animais”;
B) os comportamentos alimentares: eles” comem carne crua”, e é
todo o imaginário do canibalismo que irá aqui se elaborar;
C) a inteligência tal como pode ser apreendida a partir da
linguagem: eles falam “uma língua ininteligível”.

OBS: Assim, não acreditando em Deus, não tendo alma, não tendo
acesso à linguagem, sendo assustadoramente feios e
alimentando-se como um animal, o selvagem é apreendido nos
modos de um bestiário.

E esse discurso sobre a alteridade, que recorre


constantemente à metáfora zoológica, abre o grande leque
das ausências: sem moral, sem religião, sem lei, sem escrita,
sem Estado, sem consciência, sem razão, sem objetivo, sem
arte, sem passado, sem futuro. E ainda, “sem barba”. “sem
sobrancelhas”, “sem pelos”, “sem espírito” “sem ardor para com
sua fêmea”.

Muitos textos da época vão reforçar esta concepção: a de que os


indígenas representariam o avesso da “civilização”. De um lado, a
civilização e a humanidade (Velho Mundo), do outro, a natureza e a
barbárie (Novo Mundo). 

Importante frisar, que além dos povos da América, os do continente


Africano eram suscetíveis da mesma leitura.

 Tudo, na África, é nitidamente visto sob o signo da falta


absoluta: os “negros” não respeitam nada, nem mesmo
eles próprios, já que comem carne humana e fazem
comércio da “carne” de seus próximos. Vivendo em uma
ferocidade bestial inconsciente de si mesma, em uma
selvageria em estado bruto, eles não têm moral, nem
instituições sociais, religião ou Estado.

Petrificados em uma desordem


inexorável, nada, nem mesmo as força
da colonização, poderá nunca preencher
o fosso que os separa da História
universal da humanidade”. 
(LAPLANTINE, 1999, p. 45).

Portanto, quem se afastasse do modelo dito como “civilizado”, era


reduzido à condição de coisa, de objeto sem valor.

Nesse sentido as manifestações de alguns juristas e historiadores:

a) Selpuvera: esse jurista espanhol, em 1550, afirma


que os europeus, por superarem as nações bárbaras em
prudência e razão, mesmo que não sejam superiores em
força física, são, por natureza, os senhores; portanto, será
sempre justo e conforme o direito natural que os bárbaros
(preguiçosos e espíritos lentos) estejam submetidos ao
império de príncipes e de nações mais cultas; (encomenda
– trabalho compulsório) – escravidão.

b) Gomara: em seu livro História geral dos índios, escrito


em 1555, afirma que a grande glória dos reis espanhóis foi
a de ter feito aceitar aos índios um único Deus, uma única
fé e um único batismo e ter tirado deles a idolatria, o
canibalismo, a sodomia, os sacrifícios humanos, e ainda
outros grandes e maus pecados, que o bom Deus detesta
e que pune;

c) Oviedo: na sua História das Índias, de 1555, escreve


que as pessoas daquele “país” são, por sua natureza,
ociosas, viciosas, de pouco trabalho, covardes, sujas e
mentirosas;

d) Cornelius de Pauw: no seu livro Pesquisas sobre os


americanos, de 1774, refere-se aos índios americanos
como raça inferior, insensíveis, covardes, preguiçosos,
inúteis para si mesmos e para a sociedade, e a causa
dessa situação seria a umidade do clima.
e) Hegel passou a afirmar que os nativos africanos e
americanos vivem em estado de selvageria e em situação
deplorável; que as religiões desses povos são meras
superstições, motivo pelo qual os levam a divinizar vacas e
macacos; que não possuem instituições sociais e por isso
vivem inconscientes de si mesmos. Nessa trilha afirma
“que a diferença entre os povos africanos e asiáticos, por
um lado, e os gregos e romanos e europeus, por outro,
reside precisamente no fato de que estes são livres e o
são por si; ao passo que aqueles o são sem saberem que
são, isto é, sem existirem como livres”

 O PENSAMENTO LÓGICO-RACIONAL DOS CIVILIZADOS


(EUROPEUS) considerado superior, verdadeiro e evoluído

 O PENSAMENTO PRÉ-LÓGICO E PRÉ-RACIONAL DOS


SELVAGENS OU PRIMITIVOS (AFRICANOS, ÍNDIOS,
ABORÍGINES). inferior, falso, supersticioso e atrasado,
cabendo aos europeus “auxiliar” os selvagens “primitivos” a
abandonar sua cultura e adquirir a cultura “evoluída” dos
colonizadores.

A ideologia da recusa do estranho forneceu ao colonialismo as


justificativas para o uso da força no sentido de escravizar os
índios ou de integrá-los à cultura europeia.

Essa ideologia também serviu para negar humanidade aos negros


africanos e submetê-los ao regime de escravidão nas colônias
americanas.

Assim, no Brasil, o colonizador europeu impôs a sua cultura, mas


uma cultura inspirada na ideologia da recusa do estranho, razão
pela qual o direito brasileiro, do período colonial, é essencialmente
um direito que visa garantir e perpetuar os interesses dos
colonizadores. Na prática, trata-se de um modelo jurídico que visa
proteger uma economia colonial fundada na propriedade fundiária e
cuja produção depende do uso da mão de obra escrava. Segundo
relato de Stuart Schwarz (LOPES, 2000, p. 265), a cidade de
Salvador, por volta do ano de 1700, tinha aproximadamente 40.000
habitantes, dos quais 57% eram escravos.

É importante fixar que a ideologia da recusa do estranho, maquiada


com outros discursos, continua presente no mundo contemporâneo
e, às vezes, até de forma mais violenta que no período colonial.

OBS: Nas grandes Antilhas, conforme relata Lévi-Strauss, alguns


anos após a descoberta da América, enquanto os espanhóis
enviavam comissões de investigação para pesquisar se os
indígenas tinham ou não uma alma, os indígenas dedicavam-se a
afogar brancos prisioneiros, a fim de verificar, por uma observação
demorada, se seus cadáveres eram ou não sujeitos à putrefação.
Essa passagem ilustra um paradoxo: quem pretende estabelecer
uma discriminação cultural acaba por se identificar com aquilo que
se pretende negar. O europeu, por exemplo, ao recusar
humanidade ao africano, colocou sob suspeita a sua própria
humanidade.

OBS2: nós (os civilizados: europeus e norte-americanos) e os


outros (os bárbaros: nativos de lugares exóticos ou povos de
países periféricos). Os outros são representados como um grupo
indiferenciado, caracterizado por suas diferenças em relação aos
europeus (nós), uma diferença sempre desfavorável para eles (os
outros), que são tidos como irracionais, supersticiosos,
obstinadamente conservadores, movidos pela emoção,
sexualmente descontrolados, propensos à violência, e assim por
diante.

São essas diferenças que motivam e justificam o colonialismo e


outras formas de dominação. Said conclui que o orientalismo é um
tipo de projeção ocidental (civilização) sobre o Oriente (barbárie) e o
desejo de governá-lo. Algumas pessoas acreditam que as culturas
podem ser classificadas como superiores e inferiores, e tendem a
prezar mais a sua própria cultura.

O nacionalismo anda nesse sentido, quando faz menção à


superioridade da cultura nacional. Alguns teóricos entendem que,
em termos de cultura, as fronteiras nacionais se diluíram, portanto,
não faz sentido falar da cultura de determinado Estado nacional,
visto que o fenômeno da globalização unificou o Ocidente numa
única cultura, a cultura de consumo cuja expressão maior são os
Estados Unidos.

1. DOUTRINA RACISTA

Johann Blumenbach, considerado o fundador da


antropologia física, dividiu a espécie humana em cinco raças e
explicou as diferenças raciais como consequência das influências
ambientais sobre uma forma ancestral única e comum a todos os
seres humanos.
Essa teoria:
 ao estabelecer que todos os seres humanos têm
uma origem comum, reafirma a crença do
iluminismo na unidade da humanidade.
 Mas, ao afirmar a existência de raças, tornou
possível o estabelecimento de um vínculo entre
raças e culturas.
 A partir de então, a antropologia física tem sido
manipulada com o intuito de explicar as diferenças
culturais em termos biológicos ou raciais. Nessa
trilha, as disparidades culturais e sociais são entendidas
como a expressão de diferenças raciais, ou seja, a raça
determinaria a cultura, e, por conseguinte, existiriam
raças e culturas superiores.

OBS: Ao não reconhecer ao nativo sua condição de Sujeito: ao


mirá-lo com um olhar distanciado e carente de empatia, construí-lo
como um objeto exótico, diminuí-lo como um primitivo não igual ao
observador, negar-lhe o direito humano à interlocução, o
antropólogo se coloca acima do outro que é seu objeto de estudo.
(CASTRO, 2002). Ele acredita que sabe demais sobre o nativo
desde antes do início da partida, ou seja, desde antes de conhecê-
lo de fato. Ele predefine e circunscreve os mundos possíveis
expressos por esse outrem; a alteridade de outrem foi radicalmente
separada de sua capacidade de alteração.” (CASTRO, 2002)
No final do século XIX com o francês GOBINEAU,
considerado o fundador da TEORIA RACISTA
CONCEITO - O racismo pode ser definido como uma
doutrina segundo a qual todas as manifestações culturais, históricas
e sociais do homem e os seus valores dependem da raça.
GOBINEAU:
 Coloca a ideia de que a raça determina a cultura
(errado)
EX: Se a raça determinasse a cultura, todas as
comunidades de uma mesma raça seriam iguais.
 Raça inferior gera cultura inferior (errado)

Depois da Primeira Guerra Mundial, os nazistas viram no


racismo um mito consolador, uma fuga da depressão da derrota.
Nessa trilha, Hitler transformou o racismo no carro-chefe de sua
política, cuja doutrina, elaborada por Alfred Rosenberg em 1930
(Mito do século XX), afirma um rigoroso determinismo racial ao
estabelecer que qualquer manifestação cultural de um povo
depende de sua raça. Assim, a diversidade de culturas reforçava
uma teoria racial da diferença. Esse determinismo será combatido
por vários intelectuais alemães, especialmente pelo antropólogo
Franz Boas, quando afirma categoricamente a sua principal
hipótese: a raça não determina a cultura.

Em síntese, as teorias racistas pretendem provar:


a) que existem raças; (errado)
b) que as raças são biológicas e geneticamente
diferentes; (errado)
c) que há raças atrasadas e adiantadas, inferiores e
superiores; (errado)
d) que as raças atrasadas e inferiores não são capazes
de desenvolvimento intelectual e estão naturalmente
destinadas ao trabalho manual, pois sua razão é muito
pequena e não conseguem compreender as ideias
mais complexas e avançadas; (errado)
e) que as raças adiantadas e superiores estão
naturalmente destinadas a dominar o planeta e que, se
isso for necessário para seu bem, têm o direito de
exterminar as raças atrasadas e inferiores; (errado)
f) que, para o bem das raças inferiores e das
superiores, deve haver segregação racial (separação
dos locais de moradia, de trabalho, de educação, de
lazer etc.), pois a não segregação pode fazer as
inferiores arrastarem as superiores para o seu baixo
nível, assim como fazer as superiores tentarem
inutilmente melhorar o nível das inferiores (CHAUÍ,
2002: 86). (errado)

Observa Chauí que as teorias racistas estão a serviço da


violência, da opressão, da ignorância e da destruição.
A biologia e a genética afirmam que as diferenças na
formação anatômico-fisiológica dos seres humanos não
produzem raças. Raça, portanto, é uma palavra inventada para
avaliar, julgar e manipular diferenças biológicas e genéticas.
As teorias racistas não são científicas; são falsas e irracionais,
implicam práticas culturais, econômicas, sociais e políticas
para justificar a violência contra seres humanos.

Provas de que a teoria racista é incorreta


 Angkor Wat (ou Angkor Vat) é um templo situado 5,5 km a norte
da cidade de Siem Reap, na província homônima do Camboja –
entre os séculos IX e XV. Angkor abrange uma extensão em torno
de 200 km², embora recentes pesquisas estimem uma extensão
de 3 000 km² e uma população de até meio milhão de habitantes,
o que o tornaria o maior assentamento pré-industrial da
humanidade.
 Culturas muito desenvolvidas na África subsaariana, antes
da colonização
O Império Etíope, também conhecido como Abissínia, foi
um império que ocupou os presentes territórios
da Etiópia e da Eritreia, existindo de aproximadamente
1270

 Os Incas, os Maias e os Astecas

1.1. DIVERSIDADE DE CULTURAS


Mesmo com o apoio de alguns intelectuais, o projeto
nazista fracassou, não apenas militarmente, mas, sobretudo,
teoricamente. É certo que existe pluralidade ou diversidade de
culturas, motivo pelo qual é até possível, com base no critério do
desenvolvimento tecnológico, falar de uma cultura dominante ou
hegemônica. Mas, ao contrário do que afirma a doutrina racista, não
existem aptidões raciais inatas, tendo em vista que há muito mais
culturas humanas do que “raças” humanas.
Além disso, conforme observações de Lévi-Strauss (1993:
329), duas culturas elaboradas por homens pertencentes à mesma
raça podem diferir tanto quanto ou mais que duas culturas
provenientes de grupos radicalmente afastados.

REFLEXOS DA TEORIA RACISTA

1. TEORIA DO TIPO DE SER HUMANO CRIMINOSO

1.1 A conduta é determinada pela genética

 Em 1876, o criminológo e médico Cesare Lombroso publicou


sua obra mais notória, denominada “O Homem Deliquente”.
Nesta, o autor evidencia seu estudo realizado para identificar
deliquentes e criminosos por meio de aspectos genéticos e
físicos, incluindo-os em padrões pré-estabelecidos.
 Autópsia de criminosos – características do criminoso
nato
 A genética determinava a conduta do ser humano –
características físicas.
 Vários estudos classificar as características do
criminoso nato.
 Ex. tem olhos escuros, atavismo (características de não
evolução do sujeito)

 Marcas no corpo do indivíduo, no rosto como se fossem as


marcas da criminalidade.
 Marcas de nascença, pintas, qualquer singularidade era
considerado a marca do criminoso.
 Ex.: tatuagem – já foi ligada ao crime
 O estereótipo do criminoso nato
 Não tinha livre arbítrio, logo, ele não poderia escolher.

 Determinismo biológico
 Pena para o criminoso nato – pena de morte ou exílio.
 Genocídios, extermínios de etnias inteiras.
 Ex.: Judeus eram os criminosos natos para os nazistas

 https://youtu.be/54tK1GWrQsg

 https://youtu.be/VP8DD9TGNlU

 Porém, no decorrer dos séculos XX e XXI, esse estudo


mostrou-se insuficiente para determinar quais indivíduos
seriam ou não criminosos, perdendo em grande parte, sua
validade científica. Entretanto, os padrões preconceituosos e
estereotipados da teoria não obtiveram o mesmo status de
insuficiência, permanecendo marcados no senso comum da
população brasileira, gerando grandes incidências de
discriminações das minorias e evidenciando que a democracia
racial no Brasil está distante de sua concretização, tendo o
racismo velado se propagado amplamente.

 Lombroso também acreditava que o delinquente seria um ser
atávico, tendo esse uma predisposição genética favorável ao
crime, tendo essa passado de geração a geração de forma
hereditária, acreditando assim, na existência de um “gene do
crime”

 O atavismo (produto da regressão, não da evolução das


espécies) do criminoso seria demonstrado por uma série de
“estigmas”. De acordo com o seu ponto de vista, o
delinquente padece de uma série de estigmas degenerativos,
comportamentais, psicológicos e sociais (MOTA, 2007, p.3).

 Em decorrência da aceitação das ideias lombrosianas no


Brasil, Marcos Alvarez (2002) defende que se criou uma
cultura de se estudar o criminoso como um ser humano
complexo, onde seus aspectos físico-biológicos e mentais 481
determinariam suas atitudes. Dessa forma, o enfoque no
estudo do crime passa a não se atentar a aspectos como a
desigualdade social, desigualdade de oportunidades, falta de
recursos de saúde e educação e o não acesso a moradia. Em
consequência desse fato, Alvarez afirma que se criaram fortes
raízes eugênicas e preconceituosas ao redor dos estudos dos
crimes e dos criminosos.
 Dessa forma, segundo a referida autora, percebe-se que os
estudos positivistas de Lombroso foram responsáveis pela
criação de controles sociais agressivos contra a população
marginalizada pois essa seria, de acordo com o senso comum
e as leis jurídicas, a que mais poderia trazer riscos aos bens e
a ordem da sociedade.

 A genética, logo as características exteriores derivadas da


genética e posteriormente as características sociais – influenciaria
as condutas do sujeito

1) TEORIA ANTROPOLÓGICA DO EVOLUCIONISMO

Os evolucionistas baseiam a sua teoria em uma crítica à


teoria racista.
 Principal crítica: a raça não determina a cultura, dado
que toda cultura tem o mesmo caminho de
desenvolvimento. (correta)
 Linearidade – toda cultura se desenvolve da mesma
forma. (Não existe evolução linear, logo os
evolucionistas estavam errados neste quesito)
 Todas as culturas começariam com a selvageria
(tribos primitivas) e chegariam com o tempo à
civilização (europeia)

1.1. Evolução universal de todas as comunidades – foco:


comunidade e suas formas culturais. Fases de
desenvolvimento da cultura:
a) Infância - selvageria – Comunidades tribais
b) Adolescência – Bárbarie – comunidades orientais
c) Fase adulta (maturidade) – civilização europeia.

1.2. Selvageria (comunidades tribais) –----------- Barbárie


(orientais) –------ civilização (europeus)
OBS: Reflexo do evolucionismo é a Classificação
Subdesenvolvidos ----- em desenvolvimento ----
desenvolvidos.
1.3. Estudo das sociedades de “primitivas” – “simples”
(estudos não científicos)
 Toda comunidade começa matriarcal – (selvagem)
 Misticismo, magia, manifestações religiosas não
legítimas (sem “religião legítima”) – selvageria
 Não possuíam organizações sociais adequadas

1.4. Uma origem única (universalidade) de todas as


comunidades

 Única origem
 Uma evolução única (universalidade) – toda
comunidade se inicia selvagem e evolui até a
civilização.
 Uma única experiência (universalidade)

1.7 – Parentesco e formas familiares


 Matrilinear -------- patrilinear

1.7 Crença no sobrenatural


 Magia (misticismo) -------- Magia/Religião --------
Religião ----- Ciência
 Os positivistas – só final sobraria apenas à ciência

1.8 – Críticas
 Não existe evolução linear
1. Paradigmas – pano de fundo
intersubjetivamente compartilhado
 Pluralidade de culturas
 Não tinham metodologia científica – A hipótese de
evolução linear não tem comprovação científica
OBS: mandavam pessoas à campo para recolher
dados – adequar os dados às teorias deles.
 Ciência não é neutra – e o evolucionismo muito
menos.
 Justificação do colonialismo clássico e cultural.
 Se existem comunidades que estão em sua
infância, logo, as comunidades que estão na fase
adulta devem conduzir, governar as comunidades
que estão na fase infantil.
 “Culturas Desenvolvidas” – exportassem sua
cultura, seus instrumentos, mercadorias, formas
de vida e formas de arte para as outras culturas.
(foi muito utilizado pelo capitalismo)

2) TEORIA ANTROPOLÓGICA DO DIFUSIONISMO

 Nasce criticando o evolucionismo


 Não há desenvolvimento linear, as culturas se
desenvolvem de formas diferentes (pluralidade de
culturas)
 Método científico – catalogar os vestígios de todas as
comunidades.
 Arqueologia – a descrição de artefatos de
comunidades já extintas.
 Método descritivo.
 Foco em comunidades que se extinguiram.
 Questionamento: Por que temos elementos iguais em
culturas diferentes?
o Transmissão dos elementos de uma cultura para
outra.
 Quando existe contato entre uma cultura e
outra. Esse contato modifica ambas as
culturas.
o Ex.: Pirâmides – Cultura doadora seria os egípcios
o Culturas doadoras (é aquela que passa o seu
conhecimento para a outra cultura) e culturas
receptoras (recebem o conhecimento o
reproduzem).

2.1. origem - final do século XIX – teoria que tem influência


sobre os setores do conhecimento é o iluminismo.
2.2. Foco – Processo de transmissão dos elementos de uma
cultura para a outra.

 As grandes invenções teriam local de origem certa e se


propagariam por difusão, migração, apropriação,
aculturação ou assimilação, depois adquirindo
conotações locais.

 Centros de difusão cultural –

Lendas e especulações de contatos


transoceânicos: quando os europeus encontraram
civilizações com tecnologias complexas nas Américas,
Ásia e África sub-sahariana foi dificultoso admitirem a
igualdade entre eles e esses “bárbaros”. Logo surgiram
explicações mirabolantes: continentes submersos,
fenícios viajantes, cidades desparecidas e tribos
perdidas de Israel.

2.2.1. Características gerais:


a) Reação ao evolucionismo
 Pontos divergentes – evolução cultural não linear
 Pontos convergentes – preocupação em explicar a
cultura como fenômeno universal e humano pela
variável tempo.
 Algumas críticas comuns ao evolucionismo e ao
difusionismo são um etnocentrismo aliado a um
colonialismo europeu, juntamente com uma
metodologia reprovável de especulações
infundadas com base em uma comparação
massiva de traços culturais.

b) Interesse pelos traços culturais semelhantes


Enfoque em traços culturais de várias instituições em uma
área ou comunidade delimitada ao invés de instituições
específicas.

 Caráter dinâmico – contato entre os povos


d) Mais rigor metodológico – etnografia – pesquisa de
campo
I. Pesquisa de campo – enviam vários
antropólogos, arqueólogos e historiadores para
estudar as culturas. Principalmente através de
escavação.
 Estudo da língua local – início da preocupação com o
aprendizado das línguas dos povos estudados.
 Ponto forte – coleta e sistematização de dados
 Interpretação dos dados coletados – método de
interpretação falho. Para interpretar eles utilizam uma
teoria pré-concebida de culturas doadoras e culturas
receptoras – ponto fraco.
d) Desenvolvimento de técnicas de pesquisa – ponto forte
e) Pequeno interesse em culturas particulares – ponto
fraco.

2.3. Críticas ao difusionismo:


a) Comunidade doadora e comunidades receptoras (conclusão
errada)
EX: Direito – doadora era Roma (civilizada) – elo que prova que
Roma é a doadora.
 Construção – Egito (civilizada)- doadora
 A teoria de Frobenius (Alemã) afirma que deveria ter existido
uma civilização branca na África austral, pois a organização
militar era muito avançada entre povos como os Zulus.
Difusionismo Britânico
 Conhecido também como hiperdifusionismo, teoria defensora
de uma visão extremada de difusionismo. A civilização — um
conjunto de tecnologias, artes e instituições sociais
complexas — teria surgido no Egito e de lá propagada para o
mundo. Essa corrente ganhou notoriedade em 1911.

b) ideia de que existiam culturas mais e menos desenvolvidas


c) determinismo cultural – iluminista de universalidade
 Não era toda cultura que tinha a capacidade de criar.
 Absorvia-se mecanicamente o conhecimento que repassado.
 Não focavam nas comunidades particulares propriamente –
focavam na comparação.

ANTROPOLOGIA CONTEMPORÂNEA
1- Multiculturalismo
2- Autodeterminação dos povos
 Respeito direitos humanos é limite.
 Não cabe: casamento infantil, violência sexual, não
discriminação, misoginia, mutilação, penas cruéis e
degradantes, tortura.
3- Busca de uma pesquisa verdadeiramente científica para
compreender o ser humano.
 Agregar conhecimento.
4- Afastar o preconceito étnico, religioso, de crença, orientação
sexual, identidade de gênero.
OBS: No Brasil discriminação de qualquer tipo é crime.

 A Lei 7.716/89, conhecida com Lei do Racismo, pune todo tipo de


discriminação ou preconceito, seja de origem, raça, sexo, cor, idade.
Em seu artigo 3º, a lei prevê como conduta ilícita o ato de impedir ou
dificultar que alguém tenha acesso a cargo público ou seja promovido,
tendo como motivação o preconceito ou discriminação. Por exemplo,
não deixar que uma pessoa assuma determinado cargo por conta de
raça ou gênero. A pena prevista é de 2 a 5 anos de reclusão.
(engloba discriminação étnica, religiosa, orientação sexual, de gênero)
 Imprescritível e inafiançável
5- Todos os seres humanos são iguais – ainda que cada um seja
um ser individual (respeitar as particularidades sem esquecer
a nossa humanidade que nos torna iguais)

Crítica à apropriação cultural - lucro

1 . SEGUNDA UNIDADE

ESTADO, PODER E SOCIEDADE

Sociologia é uma palavra formada de outras duas: socius, que em


latim significa sócio, social; e logos, que em grego significa estudo.
Sociologia, portanto, significa, em sua origem, o estudo do social,
ou da sociedade, ou de tudo o que se refere a mais pessoas.

 Por isso, sempre que se falar em grupos de pessoas, em


cultura, em organização das pessoas em coletividades, em
sociedades, em grupos, em organizações sociais, em
instituições, em sistemas, a Sociologia terá algo pertinente.

 Nesse sentido, a Sociologia é a ciência que estuda a


natureza, as causas e os efeitos das relações que se
estabelecem entre os indivíduos organizados em sociedade.

 Preocupa-se com a descrição e a explicação do


comportamento social.

 Logo, o objeto da Sociologia são as relações sociais, as


transformações por que passam essas relações, como
também as estruturas, instituições e costumes que têm origem
nelas.

Objetivo – vida digna – felicidade (eudaimonia)


Indicação: Ética à Nicômaco – Eudaimonia - Aristóteles
1. ARISTÓTELES - o homem como um animal cívico, “mais social
do que as abelhas e os outros animais que vivem juntos”
(ARISTÓTELES, 1991, p. 4).
 Esse homem se reúne para formar uma sociedade, pois de
outro modo não poderia satisfazer suas necessidades físicas
e intelectuais e afetivas. O respeito ao direito forma a base da
vida em sociedade e os juízes são os seus primeiros órgãos.
 A finalidade do Estado é facilitar a consecução do bem-
comum;
 Leis e normas justas - as que servem ao bem-comum do
povo e não só aos governantes;
 Normas injustas - as que servem ao bem dos governantes e
não ao bem-comum. Nesse segundo caso, está-se tratando
do perecimento do Estado e da corrupção do regime político;
 Heráclito já afirmou que: “Não nos banhamos duas vezes
num mesmo rio!”, ou seja, as pessoas e a sociedade estão
mudando constantemente.

ROMA

Codex – Código Civil Romano

Sanção – pena
Ex.: Ilícito penal (crime) – Homicídio 6 – 20 anos
Nexum – o corpo da pessoa que sofre a pena.

Organização Estatal – polis

OBS: Formação dos Estados nacionais


 Contrato social – os indivíduos abrem mão da sua liberdade e
o poder total sobre si, suas decisões – passa uma parte
desse poder para outra pessoa – (ESTADO)
 Chefe de Estado – representa o Estado – organiza o Estado

Forma de manter conquistados que era através da absorção


da cultura.

OBS: A Cidade Antiga de Fustel de Coulanges


Invasões Nórdicas – “invasões bárbaras” –

Desconstrução da forma organizacional romana.

Propriedade privada - absoluta

NA IDADE MÉDIA

A Idade Média também produziu um pensamento social, embora


baseado na especulação e não na investigação objetiva dos fatos.

Além disso, nesse período se impôs a concepção da ordem natural


e social como decorrência da vontade divina, já que a Igreja
Católica era a instituição predominante.

 Pode ser citado Santo Agostinho que, embora tivesse vivido


um pouco antes da Idade Média, teve influência significativa
no período medieval.

 Abstinência nessa época pregada pela igreja católica era


também uma política pública.

 Confusão entre religião e Estado:

1. Chefe religioso e o chefe de Estado de


Estado passam a ser a mesma pessoa
em algumas.
2. As normas religiosas (aquilo que
representaria pecado) passa a ser um
crime. As penas que são aplicadas são
do sistema penal.
3. Ex.: a pessoa é encarcerada e morta por
não usar véu.
4. O código de vestimentas que é próprio da
religião – torna-se crime não cumprir
esse código.
5. Casamento passado – conjunção carnal

OBS: a Igreja podia alunar os
casamentos quando não havia a
conjunção carnal.
6. Hoje- Casamento contrato, uma
instituição – da vontade das partes.

 O Estado na Idade Média estava muito ligado à religião e as


relações familiares.

1. Reis figuras divinas;


2. Determinavam as normas segundo a sua
vontade e não segundo o bem comum;
3. Manutenção do território conquistado;
4. Poder nesse momento era ligado à morte
do à uma vida boa.
5. Penas de morte públicas – capacidade
gerar morte e sofrimento é que mantinha
o poder.
6. O rei e a nobreza retiravam de seus
súditos o poder sobre vida, honra, suas
posses – poder uno.

OBS: Hoje no Brasil: Separação dos poderes:


1. Poder executivo (Federal) – Presidente
da República e vice-presidente da
República. – Governar -
2. Poder legislativo – Câmara de
Deputados Federais e pelo Senado –
cria normas, leis, comandos.
3. Poder judiciário - julgar

Razão de Estado – desenvolvimento de uma filosofia de Estado,


como governo para a manutenção do Estado, crescimento e
fortalecimento do Estado.
 Desconstruir a ideia de que o rei é um ser divino – passa
a compreender o rei como um ser humano – passível de
erros.
 Teorias de governo
 Controle mais consciente da população
 Governo da população – biopolítica – política de governo
da vida
 Instrumento estatística
 População é necessária para manutenção do Estado –
saudável, ativa, produtiva.

2. ORDENAMENTO JURÍDICO – conjunto de normas que


ordenam a vida no país, ordenam as profissões.
Ex.: Normas que limitam a construção, normas limitam entrada
de fármacos no país e formas de tratamento, etc. Normas que
determinam e limitam a profissão.
 No Brasil é livre o exercício de qualquer tipo de profissão,
desde que cumpridos os requisitos estabelecidos em leis.

Positivismo jurídico:

Norma fundamental – é aquela que em uma determinada


comunidade política unifica e confere validade às suas normas
jurídicas as quais, em razão e a partir dela, se organizam e/ou se
estruturam em sistema.
 Hans Kelsen – é aquela que constitui a unidade de uma
pluralidade de normas, enquanto representa o
fundamento de validade delas.
 Pressuposta – hipótese - não é uma norma positiva

EVOLUÇÃO HISTÓRICA
 Antiguidade Clássica
 O constitucionalismo surge com os Hebreus – os
profetas tinham o poder político de fiscalizar os atos
governamentais
 Idade Média
 Magna Carta de 1215 – apresenta a proteção ainda
que formal de importantes direitos individuais
 Idade Moderna
 Destacam-se os pactos e as cartas de franquia ou
forais – buscavam resguardar os direitos individuais
 Idade Contemporânea

 CONSTITUCIONALISMO MODERNO

 A Constituição é o local onde ficam as normas mais


importantes de uma comunidade, uma sociedade de um
Estado.
 Movimentos contra o absolutismo – povo como legítimo
possuidor do poder
 Objetivo: restringir o poder dos governantes:
 Surgimento das constituições escritas:
1. Constituição dos EUA de 1787
2. Const. da França de 1791 – teve como
preâmbulo a declaração dos direitos do Homem e
do Cidadão de 1789
 Direitos e garantias para restringir o poder
dos governantes.
Os governantes no absolutismo, antes das
primeiras constituições:
o Decretos de morte – não tinha
julgamento, não tinha juiz;
o Violação da honra
o Violação da Propriedade privada

 As primeiras constituições possuem a


limitação do poder dos governantes através
da garantia de direitos:
 direito a vida – (se houver violação do
direito à vida/ assassinato – teremos uma
pena).
o Direito a privacidade – (inviolabilidade
de domicílio) -
o Assunto das normas:
o Direito à liberdade religiosa – crença
(sua fé – direito de acreditar em
qualquer forma de espiritualidade ou
de não acreditar em nada) e culto
(manifestação da crença).
o Liberdade de ir e vir –
aproximadamente 1600 – Habeas
Corpus – liberdade do sujeito em caso
de prisão irregular.
o Liberdade de ofício – liberdade de
escolher a minha profissão.
o Liberdade de expressão –
o Igualdade – formal – homens cis,
brancos, heterossexuais. – Propósito
de trazer o princípio da igualdade –
acabar com as diferenças de
nascimento (eliminar os privilégios da
nobreza).

 Constitucionalismo liberal:
1. Individualismo
2. Propriedade
3. Liberdade
4. Igualdade formal
5. Não intervenção do Estado na economia – a
economia devia se autorregular.
6. Valorização da propriedade privada
7. Proteção do indivíduo
OBS: Gerou a concentração da renda e a exclusão social,
monopólios.
 O estado foi chamado para evitar abusos e limitar o
poder econômico.
 Surgimento do ESTADO SOCIAL:

1. Intervenção do Estado na economia –


estabelecendo direitos coletivos:
 Pessoa (sujeito de direitos e obrigações)
 Direitos trabalhistas, (carga horária máxima
de trabalho).
 Direitos previdenciários – receber um
benefício depois de sua aposentadoria.
 Educação pública
 Saúde pública
2. Constituição do México - 1917
3. Constituição de Weimar (Alemanha) – 1919
4. No Brasil – 1934, se fortalece com Constituição
de Getúlio Vargas de 1937 (ditadura).
 Subversivo (contrário ao governo de
Vargas)
 Não tem liberdade de expressão em
ditadura.
 Trabalhadores e trabalhadoras

 Positivismo Jurídico – Século XIX


 Não havia necessidade de interpretar nenhuma norma
do direito.
 Direito = norma (para os positivistas direito é norma)
OBS: Certo: norma/lei = Texto normativo +
interpretação.

Ex.: Placa Pare –


- Finalidade da norma – segurança no trânsito
Ex.: Norma que garante educação pública para
todos
- finalidade da norma – educação efetiva –
possibilidade aprender.
 pirâmide de Kelsen
1. Separação entre o direito e a moral ou ética (valores
sociais)
2. O direito pode ter qualquer conteúdo – desde que a
norma seja posta por uma autoridade competente.

 Pós-segunda Guerra Mundial – Surge o


questionamento: Qualquer conteúdo pode ser
Direito?
 Começou-se a abandonar o positivismo
jurídico
 Teoria da injustiça estrema (Gustav Radbruch)
o O que é extremamente injusto não é direito

Despatrimonialização do direito civil:


1. Proteção dos interesses sociais dentro das
relações entre os indivíduos
2. Restrição da autonomia da vontade

 Além disso, a leitura dos demais ramos jurídicos, até


mesmo para se amoldar à harmonia e hierarquia do
ordenamento, toda e qualquer lei deve ser vista sob o
prisma da Constituição.

5- NEOCONSTITUCIONALISMO, PÓS-POSITIVISMO E NÃO


POSITIVISMO
5.1. Não positivismo –
5.1.1. Gustav Radbruch (injustiça extrema) – não é direito a
norma ou decisão judicial que seja extremamente injusta
5.1.2. Alexy – Para ser direito a norma e a decisão judicial
precisam ter pretensão de correção moral (valores sociais)
5.2. Neoconstitucionalismo – depois da segunda Guerra
Mundial

 Além da simples limitação de poder do governante, o direito


constitucional deve ser perquirido na sua real eficácia.
(Barroso)
1. Princípio da igualdade – concretizado (otimização)
1.1. Todos são iguais perante a lei
1.2. Isonomia (igualdade material)

2. Princípio da Liberdade - concretizado (otimização)


2.1. Liberdade de crença e culto (material)
3. Acesso à justiça - concretizado (otimização)
 Defensoria pública
 Justiça gratuita
 Advogados dativo

 Ao constitucionalismo social será acrescido o


constitucionalismo fraternal e de solidariedade
 Direitos seja de todo ser humano (concretizado)
 O que determina o fato de sermos sujeitos de direito é
termos nascido ser humano (fraternidade)
 Ferramenta para implantação de um Estado Democrático de
Direito
 Foco – eficácia da constituição - A ideia é que o texto
constitucional deixe de ter um caráter meramente
retórico e passe a ser mais efetivo, especialmente
diante da expectativa de concretização dos direitos
fundamentais.

 Kildare:
 “O seu modelo normativo não é o descritivo ou
deontológico, mas o Axiológico;
 No constitucionalismo moderno a diferença entre
normas constitucionais e infraconstitucionais era
apenas de grau, no neoconstitucionalismo a
diferença é também axiológica (os valores
fundamentais estão na nossa Constituição);

Direito de imagem, liberdade, igualdade, inviolabilidade do


domicílio, crimes do direito penal (ex.: homicídio), saúde, educação,
habitação, posse e propriedade, casamento, união estável, guarda,
pensão alimentícia;

 A ‘Constituição como valor em si’;


 “O caráter ideológico do constitucionalismo
moderno era apenas o de limitar o poder do
governante, o caráter ideológico do
neoconstitucionalismo é o de concretizar os
direitos fundamentais”.

Características:
1. Positivação e concretização de um catálogo
de direitos fundamentais
2. Onipresença dos princípios e das regras
constitucionais
3. Inovações hermenêuticas – interpretação
segundo a constituição
 Ex:
4. Desenvolvimento da justiça distributiva – Dar
a cada um aquela parte que lhe cabe no todo
social (Josef Pieper)

Obs: o grande desafio do neoconstitucionalismo passa a ser


encontrar mecanismos para sua efetiva concretização.

Resumindo, Barroso:

1. Marco Histórico – (segunda guerra mundial) a


formação do Estado constitucional de direito,
cuja consolidação se deu ao longo das décadas
finais do século XX;

2. Marco Filosófico - o não-positivismo, com a


centralidade dos direitos fundamentais e a
reaproximação entre Direito e moral (valores
sociais);

 Teoria da Injustiça Extrema de


Rardbruch
 O direito precisa ter uma pretensão de
correção moral
1. A norma não pode pretender ser
injusta
2. O julgado não pode pretender ser
injusto

3. Marco Teórico - força normativa da Constituição;


a expansão da jurisdição constitucional e o
desenvolvimento de uma nova dogmática da
interpretação constitucional.
OBS: Desse conjunto de fenômenos resultou um processo extenso
e profundo de constitucionalização do Direito.

CONSTITUIÇÃO
1. Centro do sistema

2. Norma jurídica – imperatividade (norma é obrigatória) e


superioridade
3. Carga valorativa - axiológica – dignidade da pessoa humana e
direitos fundamentais
4. Eficácia irradiante em relação aos poderes e sobre os
particulares
 Poder executivo – presidente e vice-presidente (federal)
 Poder legislativo – senadores e deputados federais
 Poder judiciário – todas as instâncias julgadoras

5. Garantia de condições dignas mínimas

A RELAÇÃO HOMEM/NATUREZA NA MODERNIDADE

 No pensamento grego, o homem era parte da natureza


(animal), sendo sua racionalidade (inteligência,
intelectualidade) usada para observá-la para que assim
conhecesse a si mesmo, se autodeterminar.
 Logo, uma violação contra a natureza é uma violação
contra o ser humano.
 Por meio da contemplação da natureza, chamada à
época de physis o homem grego determina o que é o
certo, a melhor forma de agir, o agir virtuoso, que é
determinado pela ordem natural das coisas (a forma
como os fatos se encadeia dentro do meio natural).
Logo, dentro do paradigma (forma de pensar de uma
época) da antiguidade clássica o homem e a natureza
se imbricam para constituírem um só organismo.
(AUBENQUE, 2008; ARISTÓTELES, 1996).
 Contemplação da natureza (contemplação do todo)
existe para gerar o bem comum (bem da comunidade).
 Coragem – agir com prudência, no tempo certo, com a
intensidade certa, da forma correta. (virtude)
 Acima da coragem existe a temeridade (vício)
 Abaixo da coragem existe a covardia (vício)

IDADE MÉDIA

 Passou-se a compreender todos os fenômenos da


natureza como vontade das divindades.

 Os seres humanos não tinham nenhum poder em


relação a natureza.

 As ações humanas eram iníquas (não eram capazes de


gerar danos) em relação ao poder dos Deuses.
(principalmente em relação ao Deus Católico).

 Para esse paradigma não tinha sentido falar em


preservar a natureza dado que Deus dominava a
natureza.

 Não tinha o sentido lógico na natureza, não cabia


observação. Os fenômenos naturais não podiam ser
compreendidos.

 Queimaram os estudiosos da natureza, queimaram


quem utiliza a natureza para técnicas curativas.

ANTROPOCENTRISMO - homem e natureza como entes


separados e o homem no domínio da natureza (cientificismo).

 Como somos racionais – dominamos os seres irracionais

 Sugar, depredar a natureza para satisfazer as vontades e


necessidades humanas.

 Nas palavras de Fraikson Gomes (2015) houve uma clara


mudança da atitude intelectual do homem diante da natureza
a partir do século XVII. Embora possa se afirmar que o
homem em virtude de sua sobrevivência sempre estabeleceu
uma relação de apropriação em face do meio ambiente, essa
apropriação não refletia como passou a refletir, na
modernidade, a supremacia do homem sobre a natureza.

 Descartes é o autor que no século XVII estabelece uma


fronteira que marca o início da transformação da relação
entre o homem e a natureza. Esse autor desenvolve o
método que permite ao homem abandonar o
pensamento orgânico da antiguidade e estudar os
diversos elementos que compõe a natureza de forma
isolada.

o Domínio da natureza através do


conhecimento.

 Francis Bacon (2003) constrói uma ideia de progresso


que se refere ao domínio humano em relação à
natureza, no sentido de que a investigação, a
transformação e a utilização das forças naturais
permitem ao homem ter uma vida confortável e feliz.
Mais tarde, Kant (2004) concentra-se em deslocar o
homem para o centro do mundo, distinguindo-o da
natureza, colocando-o como ser superior e
independente.

 Pensamento colonizador – superioridade do ser


humano em relação a natureza.

 Kant a separação que existe é entre seres racionais


e irracionais.

 OBS: Cada tipo de objeto científico é estudado de forma


independente.

 Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o


Meio Ambiente Humano, de 1972, quando informa em
seu primeiro proclama que “O homem é ao mesmo
tempo obra e construtor do meio ambiente [...]” (ONU,
1972, on-line).

 Dentro do turbilhão da era moderna e do iluminismo, a


ciência permite ao homem crer que tem o domínio da
natureza e que aquilo que ainda não foi por ele
dominado é porque ainda não foi estudado e
esquadrinhado suficientemente. Há a crença que existe
uma fórmula matemática para solucionar todo e
qualquer problema que a natureza possa causar ao
homem. Toda a filosofia clássica, do estado das coisas
é substituída pelos princípios matemáticos, leis, que a
governam.

 Ex.: Acreditava-se na neutralidade da ciência.

 O cientista, nesse novo paradigma, fixa-se nas questões


que se impõe à matemática “A matemática passa a ser
o paradigma da ciência, aplicando seus métodos à
física, à química, à biologia, à geologia e à astronomia”
(AZEVEDO, 2014, p. 34). Tenta-se usar a matemática
para prever inclusive a dinâmica das relações sociais.

 O cientificismo exprime a convicção de que as ciências


(físicas e matemáticas) constituíam o caminho para
solucionar todos os problemas humanos, sendo assim
consideradas como as verdadeiras ciências. A filosofia e
as ciências humanas foram em parte absorvidas pelos
cálculos matemáticos e o que não pode ser
matematizado foi relegado ao status de não ciência
(MACINTYRE, 2001).

 Essa nova relação entre homem e natureza polariza-se


em torno do problema da satisfação das necessidades
do homem, ou seja, a natureza torna-se o celeiro
humano (ALIER, 1992). Visão, que depois de alguns
anos, acabou por gerar grandes prejuízos à natureza.
Prejuízos que se configuram em impactos e desastres
globais, base empíricas da construção dos discursos
ambientais.
 Os problemas ecológicos, vivenciados pelo homem na
atualidade, são reflexos dessa concepção filosófica de
natureza surgida no renascimento (SASS, 2008). Se o homem
moderno acreditava que através do seu domínio sobre a
natureza poderia desenvolver um crescimento econômico, de
produção de bens consumo ilimitados, hoje, o contemporâneo
homem ressente-se diante da evidência de que seu sucesso
de dominação revela a fragilidade das condições naturais.

ECOCENTRISMO – meio ambiente equilibrado

 Encontra-se diante de uma crise dos conceitos produzida a


partir da visão renascentista de dualidade, homem e natureza
como entes separados e o homem no domínio da natureza
(cientificismo) e uma perspectiva nova, em que a natureza e o
homem são parte de um ecossistema, se integralizam no que
se pode denominar meio ambiente. Essa nova visão tem vária
vertentes que não se assemelham muito à concepção Grega
de respeito do homem em relação à natureza, enquanto
pertencente a ela.

 OBS: Qual a finalidade da norma de direito ambiental? Um


meio ambiente equilibrado para nós e para as gerações futuras.

 A norma que protege o meio ambiente é uma norma eficaz?

MODERNIZAÇÃO ECOLÓGICA, DESENVOLVIMENTO


SUSTENTÁVEL E SOCIEDADE DE RISCO.
 As primeiras conclusões sobre o que causa a devastação do
meio ambiente e quais as formas de proteger o meio
ambiente:
1. Os pobres não têm tecnologia adequada para explorar o
meio ambiente, por isso eles geram degradação. (os
países que autodominam desenvolvidos é que chegaram a
essa conclusão).
2. Tecnologia e modernização – logo, os países
desenvolvidos iriam vender, doar, tecnologia para os
países não desenvolvidos. (países desenvolvidos, em
desenvolvimento e subdesenvolvidos). “colonização do
saber tecnológico”.
 A sociologia ambiental, enquanto produção científica e
acadêmica, emergiu a reboque dos movimentos de
contestação social surgidos no início dos anos 60 e da
constatação da situação emergencial de degradação dos
recursos naturais e do desenvolvimento do industrialismo.
 Direito difuso – direito de todo ser humano e das gerações
futuras.
 O nascimento do movimento na década de 1960
surpreendeu os sociólogos, que naquele momento não
dispunham de um corpo teórico ou tradição empírica que os
guiasse em direção ao entendimento da relação entre
sociedade e natureza.
 Os pioneiros da sociologia clássica (Durkheim, Marx e Weber)
tinham abordado a questão de modo tangencial; além disso,
apenas raramente surgiam trabalhos isolados, sem, no entanto,
promover uma acumulação considerável de conhecimento que
permitisse a criação de um campo teórico.
 A “MODERNIZAÇÃO ECOLÓGICA está centrada
primordialmente nos atores de mercado e no setor industrial”
(SPAARGAREN, 2000, p. 46).
 A modernização ecológica está ligada à compreensão
de que a pressão sobre o meio ambiente e seu
desequilíbrio estavam ligados à falta de tecnologias.
 Criação de novas tecnologias para que o uso dos
recursos fosse mais eficiente.
 Levar a tecnologia aos países nessa época
denominados de subdesenvolvidos.
 A tecnologia era vendida por preço muito alto, enquanto
os produtos dos países denominados de
subdesenvolvidos eram vendidos por um preço baixo =
desequilíbrio da balança comercial.
 Os países pobres ficam mais pobres para que ocorra o
equilíbrio ambiental.
 OBS: Os habitantes e os comerciantes americanos são de longe
os que produzem mais detritos por pessoa entre os países mais
ricos: em média 773 quilos por ano, mais de três vezes mais que
a média mundial e sete vezes mais que os etíopes.
 OBS: Pegada ecológica – é uma forma de contabilizar a
pressão que cada indivíduo faz no planeta.

 O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
 Produção industrial X equilíbrio do meio ambiente.
 Problema a ser resolvido: Como continuar desenvolvendo,
produzindo industrialmente, extraindo recursos minerais, etc.
e manter o meio ambiente equilibrado?
 Desenvolvimento sustentável - alia o desenvolvimento
econômico e a proteção ambiental.
 Barry (1999) situa o compromisso da sustentabilidade com as
gerações humanas presentes e futuras. O Relatório Bruntland
conceitua o Desenvolvimento Sustentável como sendo capaz
de satisfazer as necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das gerações futuras de satisfazer as suas
próprias necessidades.
 Tratados de Direito Internacional – Assinado pelos países que
se tornaram signatários desses acordos em prol do meio
ambiente.
 Ex.: substituir energia nuclear por energias limpas (eólica,
hidrelétricas, energia solar)
 Utilização incorreta da teoria e aplicação de políticas
governamentais de sustentabilidade.

 SOCIEDADE DE RISCO tem Ulrich Beck (2010) e Anthony


Giddens (2009) - as ameaças e os perigos produzidos são
partes da modernização, especialmente o desequilíbrio que é
distribuída de forma ampla, ao contrário do que era na
Sociedade Industrial.

 Será que tudo que a ciência nos proporciona fazer nós


devemos fazer?

 Novas formas e práticas de vida que geram risco para meio


ambiente.
 Alimentos transgênicos, mutação genética em animais e nos
humanos.

 Ex.: O trabalho remoto

A BIOÉTICA

CONCEITO - “o estudo sistemático das dimensões morais –


incluindo visão, decisão e normas morais – das ciências da
vida e dos cuidados da saúde, utilizando uma variedade de
metodologias éticas num contexto multidisciplinar” (CLOTET,
FEIJÓ, OLIVEIRA, 2005)

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – LEI 6.938/81

1. O que é uma política nacional?


Conceito

 o estabelecimento de um conjunto de ações e/ou políticas


públicas articuladas que devem ser levadas a cabo de forma
cooperada por todos os entes da federação de modo a
impactar na realidade e alcançar um ou mais objetivos
constitucionais.

 Toda Política Nacional estabelece um feixe de políticas


públicas e ações que devem ser coordenadas,
implementadas, geridas e operacionalizadas em nível
nacional.

 São ações, programas e serviços desenvolvidos pelo


Estado para garantir direitos que estão previstos na
Constituição da República e no ordenamento jurídico
como um todo (normas nacionais e internacionais).

 As políticas deveriam visar a proteção do meio ambiente.

 As políticas de proteção do meio ambiente no Brasil são


ineficientes.

 Exemplos de Políticas Nacionais: Política Nacional


de Assistência Social, de Resíduos Sólidos, de
Atenção Básica no SUS, de Medicamentos, de
Política Pública, de Combate à Fome (substituída pela
PNAS), de combate ao Crime Organizado, dentre
inúmeras outras.

Características de uma Política Nacional


 toda Política Nacional é regida por Princípios, Diretrizes,
Objetivos, Indicadores, público/realidade atingida, Formas de
Gestão e de controle.

Princípios
 um mandamento, um comando, uma disposição fundamental
que se irradia para as normas e lhes compõe o conteúdo e a
lógica interpretativa.
Ex.: princípio do poluidor pagador, princípio da transparência;

Diretrizes
 em linhas gerais, são ordens, imperativos (no sentido
kantiano), linhas de ação para que uma política nacional
possa ser levada a cabo.
Justificativa:
 decorre do diagnóstico sobre a necessidade de alterar a
realidade a partir de ações nacionalmente coordenadas.

2. Qual é a “moldura normativa” de uma “Política Nacional”?


Em princípio, toda política nacional tem como objetivo implementar,
de forma cooperada nacionalmente (União, Estados e Municípios),
um conjunto de políticas públicas com o objetivo de transformar a
realidade de acordo com os fundamentos e os objetivos
republicano-constitucionais.
Neste sentido, uma política pública possui, necessariamente, um
amparo constitucional. Ou seja, uma PN é, necessariamente, criada
a partir de uma norma constitucional.

3. Objetivos Gerais e Específicos da PNMA


Objetivos: O art. 4º da Lei 6.938/81 estabelece os objetivos
específicos da Política Nacional do Meio Ambiente:
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a
preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio
ecológico; 
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa
à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios;               
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade
ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos
ambientais; 
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais
orientadas para o uso racional de recursos ambientais; 
VII – Poluidor/pagador

4. SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE


4.1. órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de
assessorar o Presidente da República na formulação da política
nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os
recursos ambientais;
4.2. órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar
e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas
governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e
deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e
essencial à sadia qualidade de vida; 
 É um conselho deliberativo, composto por representantes
de todas as esferas de governo, bem como
representantes da sociedade civil organizada, em
atendimento ao princípio da democratização. É órgão
consultivo e deliberativo e edita atos como resoluções,
proposições, recomendações, dentre outros.
Art. 8º Compete ao CONAMA:  
I - estabelecer normas e critérios para o licenciamento de
atividades efetiva ou potencialmente poluidoras,
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de
estudos das alternativas e das possíveis consequências
ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos
órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades
privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos
estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de
obras ou atividades de significativa degradação ambiental,
especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional.

OBS: O Secretário do Meio Ambiente é o Presidente do CONAMA.


 É um conselho deliberativo, composto por representantes de
todas as esferas de governo, bem como representantes da
sociedade civil organizada, em atendimento ao princípio da
democratização. É órgão consultivo e deliberativo e edita atos
como resoluções, proposições, recomendações, dentre
outros. Se cabe ao conselho de governo assessorar a
presidência, o CONAMA assessora o Conselho de Governo.
4.3. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE: III - órgão central: a
Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a
finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como
órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais
fixadas para o meio ambiente;  
4.4. ÓRGÃOS EXECUTORES:
 o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico
Mendes, com a finalidade de executar e fazer executar a
política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio
ambiente, de acordo com as respectivas competências; 

OBS: O IBAMA quando nasceu tinha função de exercício do poder


de polícia e licenciamento na esfera federal e gestão das unidades
de conservação criadas pela União. Atualmente, ele não atua na
gestão das unidades de conservação que, em 2007, passou a ser
de competência do ICM-Bio (Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade). O IBAMA agora apenas fiscaliza e
licencia.
4.5. DEMAIS ÓRGÃOS:
ÓRGÃOS SECCIONAIS: os órgãos ou entidades estaduais
responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle
e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação
ambiental; 
ÓRGÃOS LOCAIS: os órgãos ou entidades municipais,
responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas
suas respectivas jurisdições; 

4.6. PADRÕES DE QUALIDADE AMBIENTAL: o estabelecimento


de padrões de qualidade ambiental;
Trata-se da adoção de critérios técnicos que deverão nortear o
desenvolvimento das atividades efetiva ou potencialmente
poluidoras, com o intuito de promover o desenvolvimento
sustentável. Em outras palavras, é a definição dos níveis de
poluição e da técnica ou tecnologia a ser utilizada.
Ex.: Limites à poluição sonora; Limites à poluição atmosférica de
automotores veículos similares.
4.7. ZONEAMENTO AMBIENTAL: instrumento de planejamento do
uso do solo que procura delimitar as áreas de acordo com a suas
características ecológicas, econômicas e sociais, determinando as
atividades que podem ou não ser desenvolvidas em determinada
região.

I - O Brasil é um país com Estado laico, pois em nossa Constituição há um artigo que
garante liberdade de culto religioso;

II – No Brasil existe, a separação entre o Estado (União) e a Igreja;

III – Até o ano de 2010 o Brasil era um país confessional católico.

Está(ao) correto(s) o(s) item(ns): 

a) I, apenas;
b) II, apenas;
c) III, apenas;
d) I e II, apenas;
e) I, II e III.

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