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RESUMO ANTROPOLOGIA - PROVA 2

- Aparência:
- Durante toda a história da humanidade, a cor ou aparência nunca foi o principal fator
de exclusão social, levando muito em consideração as diferenças culturais, como
língua, costumes, residência, etc.;
- Somente após o século XVIII, a relevância da cor foi determinante para excluir
pessoas “este sujeito era totalmente negro da cabeça aos pés, prova clara de que o
que ele dizia era estúpido”. Frase de Kant, 1764.
- Linhagem ou sangue:
- Espanha séc. XV e Inglaterra séc. IX
- Também não é definido apenas pela descendência familiar;
- Exclusão de pessoas, por fazerem parte de uma cultura diferente do local em que
residiam, como os mulçumanos na Espanha;
- Porém existiam exceções em casos de aceitação da religião, capacidade de ajudar,
competência em alguma área necessária.
- Meio ambiente:
- Chave para explicações contemporâneas sobre raça;
- Pouca distinção entre biologia e cultura;
- Traços característicos passando de geração a geração;
- Vínculo entre o meio ambiente e o ser humano;
- Os espanhóis acreditavam que se os índios comessem alimentos europeus, se
tornaram como eles;
- Adaptação do corpo conforme a relação com a natureza.
- Isso tudo é raça?
- Antes do século XVIII, raça era vista de maneira parecida com a cultura
- Comportamentos, religião, moralidade;
- A partir do séc XV começa a existência de diferença mentais-corporais ou
físico-morais entre categorias de pessoas, devido a colonização e escravidão;

- Etnologia: quem é está pessoa?

- Buscando uma lógica por trás das etnias e etnilogias, da ordem simbólica e não entender a
tradução.

- Busca princípios que organizam todas essas particularidades.

- Levi considera que as etnografias são necessárias e precisamos sim conhecer a diversidade
e acessar a variedade de possibilidades de estar no mundo.

- Mas em termos de reflexão, não basta pensar somente na diversidade, mas sim como é a
sua estrutura, como a diversidade é produzida?

- Pensar estruturalmente a vida social.

- A experiência do que é conhecido, é confortável, e a experiência do trabalho de campo da


etnografia é exaustiva e de afastamento daquilo que são as nossas condições mais
confortáveis.

- Levi é muito mais etnólogo do que etnógrafo. O trabalho é muito mais baseado na etnografia
de vários outros autores.
- A diversidade das culturas é muito maior do que a que chegamos a conhecer.

- Pensar que a cultura está ligada a território, é reduzir a complexidade da cultura e a limitar
somente a geográfico.

- Não basta só recorrer a geografia.

- As pessoas descrevem a cultura a partir da sua visão.

- Os padrões e culturas existem, mas não necessariamente as comunidades são estados e


nações.

- Quando se fala de etnologia, não estamos comparando nações e sim a sociedade.

- Culturas que nunca tivemos contatos podem ser mais parecidas do que a de um mesmo
tronco.

- "O cangaceiro tem alma de samurai”.

- Princípios de organização e de ação, podem ser muitos semelhantes em lugares e contextos


muitos "distantes”.

- Diversidade são estruturas em completa mudança, a experiência que tivemos a 10 anos


atrás, não são as mesmas que temos agora. A cultura se transforma, não é estática.

- Quando a gente não consegue identificar a identidade cultural do outro, a gente lança ele na
natureza, dizemos que é bárbaro, que é selvagem.

- Ninguém vive fora da natureza, nós também estamos na natureza (não precisamos comer?
Carne, salada, grãos)

- Relativismo cultural, aí sim é um esforço consciente de tentar entender o outro nos termos do
outro.

- Falso evolucionismo é uma tentativa de suprimir a diversidade dizendo que todos somos
humanos e a diferença é que alguns estão em uns estágios e outros estão em outros
estágios. Supõe que todos somos iguais, nas impõe uma diferença hierárquica. Nos faz
pensar em mais evoluídos e menos evoluídos.

- O evolucionismo social é anterior ao evolucionismo biológico.

- Negociação é também implantar as lógicas da diversidade.

- Há um tipo de raciocínio que pensa que algumas instituições ou sociedades são menos
desenvolvidas, como se ela estivesse na mesma temporalidade mas manos evolutivas.
Temos que tomar cuidado com esse raciocínio, Isso significa que as pessoas tem interesses
intelectuais diferentes.

- O progresso não é necessário e nem repentino, podendo haver saltos e mudanças de


direção.
- A etnologia moderna não quer criar o leque que os americanos queriam criar, ou seja, um
inventário dos traços separados, mas sim as origens secretas dessas opções.

- As pessoas e as culturas não têm medo da novidade, elas estão interessadas nesse acesso
à ocidentalização e negociações, mas isso não quer dizer que contribui para o apagamento
das sociedades.

- O problema é a desigualdade da relação das forças, alguns impõe as suas vontades,


interesses e poderes a outros, dizendo que outros não têm força para combater.

- O problema não é o encontro de interesses diversos, mas sim a desigualdade de "forças" que
está em questão.

- É suposto que a ciência da sociedade "civilizado" seja algo baseado em pesquisas,


tecnologias, investigações do mundo, e que as outras sociedades não possuem essa
capacidade, sendo assim tudo considerado como sorte, ou que eles fazem isso apenas por
sobrevivência.

- Porque há essa desvalorização do conhecimento?

- Não existem sociedades mais tecnológicas ou menos tecnológicas.

- O encontro entre as culturas é o que nos faz criar conhecimento.

- O mérito da invenção de determinada coisa nunca é somente de uma certa cultura,


justamente porque cada conhecimento se dá através do encontro com outras culturas.

TEXTO 3 - WADE, Peter. Raça: natureza e cultura na ciência e na sociedade In: HITA, Maria
Gabriela. Raça, racismo e genética em debate científicos e controvérsias sociais. Salvador:
EDUFBA, 2017 (p.47-79).

O artigo questiona a cronologia convencional do conceito de raça que acredita que a raça deixou de
ser uma ideia cultural e passou a ser biológica, e depois voltou a ser cultural. O autor explora como a
ideia de raça se transformou ao longo do tempo, com ênfase no papel da ciência, e enfoca diferentes
discursos natural-culturais sobre os corpos, o meio ambiente e o comportamento. O autor argumenta
que é importante entender que "a natureza" não se limita apenas à biologia e que a natureza e a
biologia não implicam necessariamente determinismo, rigidez e imutabilidade. O autor conclui que o
conceito de raça está vinculado a muitos critérios e não há uma definição simples para ele. Em vez
disso, o autor esboça a trajetória do conceito e como os cientistas da natureza e da sociedade o têm
compreendido ao longo do tempo.

A narrativa ou cronologia convencional


O texto discute as diferentes abordagens históricas sobre o conceito de raça, apontando que há
interpretações diversas sobre sua origem e evolução. No entanto, há um consenso entre muitos
pesquisadores de que o conceito de raça não existia em épocas anteriores, e que, no contexto
europeu entre os séculos XIII e XVII, o termo surgiu ocasionalmente, mas relacionado sobretudo à
religião, comportamento e meio ambiente.
A consolidação do conceito de raça, de acordo com a cronologia aceita por muitos pesquisadores,
ocorreu no século XVIII e XIX, em que a ideia de raça estava relacionada principalmente ao corpo,
natureza e biologia, dando origem ao determinismo racial e ao racismo científico. No século XX, após
a Segunda Guerra Mundial, entramos na época do "racismo cultural", em que a separação entre
biologia e cultura começou a dominar as ciências sociais, e as diferenças físicas entre humanos
foram explicadas principalmente em termos culturais.
Embora o conceito e a palavra raça tenham se tornado cada vez mais rejeitados no discurso político
em muitas partes do mundo ocidental, o racismo ainda persiste, muitas vezes direcionado às mesmas
pessoas que antes eram consideradas como pertencentes a raças biológicas. Alguns ainda falam da
inteligência como determinada pela biologia racial, enquanto outros voltam a se interessar pela
biologia da diversidade humana em termos de ancestralidade genética. Em resumo, a cronologia da
evolução do conceito de raça mostra que tanto a cultura quanto a natureza têm um papel importante,
e que a natureza não é tão fixa como muitas vezes se supõe na época do racismo biológico.

Surge a raça, séculos XIV a XVIII


O texto aborda a etimologia e a evolução do conceito de raça ao longo do tempo. A palavra "raça"
tem uma etimologia incerta, com algumas teorias defendendo a derivação da palavra latina "ratio" e
outras do árabe "ras". A palavra começou a ser usada no século XIV na Itália e Espanha, inicialmente
para se referir à estirpe e linhagem de animais. A ideia fundamental da raça é a de uma linhagem ou
grupo de indivíduos com algo em comum por meio de vínculo genealógico. Embora a análise cubra
um período muito longo, algumas características do conceito de raça na época destacada incluem
sua ampliação e difusão no pensamento ocidental ao longo do século XVIII.
APARÊNCIA:
O texto discute a evolução do conceito de raça ao longo do tempo e argumenta que a
física, embora importante, não era um elemento fundamental antes do século XVIII. A discriminação
era baseada em critérios como a "limpeza de sangue", que não era necessariamente visível. Mesmo
quando os europeus chegaram ao Novo Mundo e começaram o tráfico de escravos africanos, a
diferença entre "índio" e "branco" não era apenas uma questão de cor de pele. Somente no século
XVIII, a cor se tornou cada vez mais relevante na percepção das pessoas negras ou africanas,
indicando que o conceito de raça tinha diferentes matizes dependendo da categoria discriminada.
Portanto, o texto destaca que não estamos diante de um conceito de raça no qual a cor era
predominante desde o início.
MEIO AMBIENTE:
O texto aborda o papel do meio ambiente na formação da diversidade humana. Desde os gregos
antigos, a biologia e a cultura eram vistas como elementos básicos do corpo e da mente, sem uma
clara distinção. Os traços da pessoa poderiam ser transmitidos à próxima geração com certa
flexibilidade, já que o meio ambiente influenciava a transmissão hereditária por meio da herança de
características adquiridas. Buffon atribuiu a variedade física ao clima, dieta e "modos". O papel do
meio ambiente era determinante, mas também flexível. Rebecca Earle mostra que o corpo não era
entendido como entidade estável e fixa, precisando de manutenção constante para reter qualidades
básicas. Teorias ambientalistas permitem a possibilidade de mudanças radicais no corpo, mas nem
sempre foram exploradas. Nas colônias inglesas, resistiam à ideia de que a constituição física do
corpo inglês estaria suscetível a mudanças, enquanto ganhava terreno a crença de que o corpo
nativo era essencialmente débil.
RAÇA OU NÃO?
O conceito de raça não era muito desenvolvido no discurso científico ou político antes do século XVIII,
embora houvesse uma clara hierarquia social com os europeus no topo e práticas como escravidão e
colonialismo. Antes do século XVIII, a classificação de culturas e corpos era mais culturalista,
baseada em comportamento, religião, moralidade, civilização, entre outros. A partir do final do século
XVIII, Blumenbach descreveu as cinco grandes raças do mundo com base em medidas
antropométricas, o que pode ser considerado o início do conceito de raça. No entanto, antes disso, já
havia elementos-chave para a composição do conceito de raça, incluindo diferenças físicas e morais
entre categorias de pessoas, definidas em um contexto de dominação e exploração colonial, e
entendidas como elementos de uma combinação de hereditariedade e meio ambiente. O conceito de
raça contém tanto natureza quanto cultura, mas ambos têm acepções distintas das atuais. É
importante reconhecer que esses critérios de diferenciação natural-cultural estavam integrados em
uma hierarquia social e política em um contexto de dominação colonial. Se propusermos um conceito
de raça para esta época, devemos estar atentos ao significado de corpo, natureza, hereditariedade e
ideias contemporâneas sobre comportamento, moralidade, virtude e honra.
RAÇA COMO TIPO BIOLÓGICO: O RACISMO CIENTÍFICO
Em meados do século XIX, o conceito de raça tornou-se uma ferramenta intelectual fundamental para
entender as diferenças humanas globalmente, com diferenças anatômicas e fisiológicas formando a
base para entender a civilização, a moralidade e a inteligência. O médico escocês Robert Knox
escreveu em seu livro "The Races of Man" que a raça era tudo, o fato mais extraordinário e completo
já anunciado pela filosofia. O conceito de raça evoluiu de análises sistemáticas do corpo e do crânio
por meio da anatomia comparativa, começando no final do século XVIII.
O texto aborda o contexto histórico em que surgiram as novas teorias raciais no final do século XIX e
início do século XX. Esse contexto inclui a abolição da escravidão, o surgimento do liberalismo como
princípio político, a contradição entre igualdade e desigualdade, a expansão imperialista europeia, o
rápido crescimento das ciências naturais e a mudança para a bio-política. Embora não haja vínculos
simples entre esses processos contextuais e o desenvolvimento de novas teorias raciais, eles
surgiram em um contexto de crescente imperialismo, dominação europeia e norte americana e
ideologias políticas de igualdade.

A CIÊNCIA RACIAL
O texto discute o conceito de raça durante o período em que se desenvolveram novas teorias raciais,
mostrando que não havia consenso entre os cientistas sobre como entender e explicar a diversidade
humana. A ciência revelava realidades ocultas e medições meticulosas eram feitas para provar que
europeus possuíam crânios maiores. As teorias geralmente dividiam a humanidade em quatro ou
cinco raças permanentes e distintas, organizadas em hierarquia, com europeus sempre no topo.
Alguns cientistas aderiram à teoria do poligenismo, propondo que as raças fossem espécies
biológicas com origens antigas distintas. A história da espécie humana era vista como um processo
evolutivo que ia das formas primitivas sociais da caça e da coleta, passando pela agricultura para
chegar à civilização europeia. No entanto, algumas raças eram vistas como estando paralisadas no
progresso e destinadas a permanecer em posição inferior.

A FLEXIBILIDADE NA CIÊNCIA RACIAL


O texto aborda a flexibilidade e as ideias sobre o impacto do meio ambiente no conceito de raça. Os
teóricos reconhecem que a noção de tipo racial era uma realidade abstrata e invisível, e mesmo o
crânio, suposta chave para conhecer o tipo racial, era sujeito a modificações de acordo com o meio
ambiente. Embora a ciência racial enfatize o determinismo biológico, os círculos biológicos e médicos
tinham teorias de herança de características adquiridas. A eugenia, muitas vezes entendida como a
máxima expressão do determinismo biológico, tinha também um forte lado ambientalista, enfatizando
a higiene social e buscando melhorar o ambiente familiar, os hábitos das crianças e dos pais, além de
controlar a reprodução sexual daqueles considerados como não "aptos".
O texto discute a flexibilidade do pensamento racial durante o final do século XIX e início do século
XX nas colônias holandesas da Ásia sul-oriental, ilustrando como a suposta clareza das definições
raciais na teoria não era alcançável na prática colonial.
O texto aponta para a preocupação das autoridades coloniais em relação à hereditariedade branda e
ao impacto do ambiente tropical sobre a constituição física e moral do homem, levando à ideia de que
um branco poderia se tornar javanês sob certas circunstâncias. A flexibilidade do pensamento racial
não conduziu ao declínio do racismo, mas sim ao controle e vigilância das autoridades coloniais para
evitar a degeneração racial. O racismo era encontrado tanto na ideia de que o trópico e nativos
poderiam contagiar o branco com a degeneração racial quanto na ideia de que os nativos sempre
seriam inferiores e brancos superiores devido à natureza imutável. A aparente rigidez da ciência
teórica racial era uma reação à falta de rigidez gerada por ideias antigas sobre a natureza plástica do
ser humano e sua relação com o meio ambiente.

RAÇA COMO CONSTRUÇÃO POPULACIONAL E SOCIAL


No século XX, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, o conceito de raça passou por uma
transformação radical, perdendo autoridade e se fragmentando. Isso ocorreu devido a vários
momentos e figuras, incluindo Charles Darwin, que ajudou a desfazer o conceito de tipo racial
permanente e fixo, Franz Boas, que questionou o conceito de tipo racial fixo e imutável, e a rejeição
ao nazismo e à eugenia. Na biologia, o conceito de raça foi substituído pelo conceito de população,
caracterizado por frequências alélicas que variam de forma gradual ou clinal através do espaço. Nas
ciências sociais, a raça se converte em uma construção social ou cultural. No entanto, persistem
elementos biologizantes e naturalizantes no conceito de raça pós-guerra, que merecem ser
questionados.

POPULAÇÕES RACIAIS
O texto aborda a questão do conceito de raça na biologia e na sociedade. A declaração da UNESCO
de 1950 afirmou que a raça era apenas uma realidade biológica e não influía na inteligência nem
justificava hierarquias raciais. Em 1951, outra declaração permitiu a investigação da relação entre
raça e inteligência. Alguns psicólogos ainda defendem a relação entre raça e inteligência. Embora o
conceito de raça tenha sido questionado, em 1985, a maioria dos biólogos especializados em
comportamento animal e antropólogos biológicos acreditavam na existência de raças biológicas na
espécie humana. Com a sequenciação do genoma humano, os geneticistas afirmam que os grupos
raciais e étnicos diferem geneticamente e que essas diferenças têm implicações biológicas, como a
suscetibilidade a doenças. As "populações" ainda são tratadas como raças biológicas, embora às
vezes se evite o uso do termo "raça".

POPULAÇÕES RACIALIZADAS
O texto aborda a forma como a pesquisa genética, mesmo com objetivos antirracistas, acaba dando
base para pensar que as categorias sociais, incluindo as “raças”, atingem uma dimensão genética. Os
geneticistas utilizam critérios sociais e biológicos para identificar grupos para a amostra e produzir um
perfil genético desses grupos. No entanto, a amostra específica pode se converter no representante
de uma categoria muito mais ampla, criando vínculos entre categoria social e perfil genético. Além
disso, os estudos genéticos muitas vezes coletam amostras separadas de populações indígenas,
afrodescendentes e mestiças, apresentando-as como populações distintas em suas publicações,
mantendo essas classificações, apesar de que os dados demonstram que a imensa maioria das
populações latino-americanas são “mestiças”.

RAÇA NO DISCURSO POPULAR


O texto discute se as pessoas deixaram de se referir à raça em favor da cultura e se a raça se tornou
um assunto tabu em alguns países, como França, Alemanha e Espanha. Nos Estados Unidos,
embora a raça seja um assunto público, ainda existem discursos que ocultam a cor e a raça, e a
Oficina do Censo se constrange em definir raça em termos biológicos. No Reino Unido, o Race
Relations Act de 1974 se aplica a relações com base em cor, raça, nacionalidade ou origens étnicas
ou nacionais. Embora muitas pessoas se preocupem com noções racializadas de genealogia, sangue
e aparência, muitas vezes os estudantes respondem em termos de cultura quando perguntados sobre
raça. No entanto, a aparência racializada ainda é relevante na esfera de parentesco e família,
refletindo a noção individual de que a aparência física racializada de alguém é explicável em relação
à origem familiar. O conceito de "congruência parentesco-raça” é desenvolvido para capturar essa
ideia.

RAÇA E CORPORALIZAÇÃO
O texto discute a relação entre biologia e cultura no conceito de raça, e defende uma
abordagem que capture a flexibilidade da biologia sem ser determinista. Exemplos são
dados, como a influência da experiência na prática de esportes em diferentes contextos
culturais, e os efeitos do racismo na saúde física e mental de diferentes grupos raciais.
A ideia central é que a biologia é durável, mas não fixa, e é influenciada pela prática e
experiência. A proposta é ir além da divisão simplista entre biologia e cultura e
reconhecer como elas se entrelaçam.

TEXTO 4 - LÉVI STRAUSS, C. "Raça e História". In. Antropologia Estrutural Dois. São
Paulo: Ubu Editora, 2017 (p.337-376).

RAÇA E CULTURA
No trecho citado, o autor aborda a questão da contribuição das raças humanas para a civilização
mundial. Ele reconhece que destacar as contribuições específicas de cada grupo étnico para o
patrimônio comum pode parecer surpreendente em uma coleção de brochuras antirracistas, uma vez
que não há base científica para afirmar a superioridade ou inferioridade intelectual de uma raça em
relação a outra.
O autor ressalta que tentar caracterizar as raças biológicas por meio de propriedades psicológicas
específicas se afasta da verdade científica. Ele menciona que teorias racistas, como as de Gobineau,
concebiam as raças de forma desigual em valor absoluto e também diferentes em suas habilidades
particulares. No entanto, o autor argumenta que essa abordagem é um erro intelectual que leva à
legitimação involuntária de discriminação e exploração.
O autor enfatiza que, ao falar da contribuição das raças humanas para a civilização, não está
afirmando que os contributos culturais de diferentes continentes se devem às características raciais
dos habitantes. Em vez disso, ele sugere que a diversidade cultural está relacionada a circunstâncias
geográficas, históricas e sociológicas, não a características anatômicas ou fisiológicas dos grupos
raciais.
O autor destaca a importância da diversidade cultural, que é muito mais ampla do que a diversidade
racial. Ele argumenta que existem mais culturas humanas do que raças humanas e que duas culturas
desenvolvidas por indivíduos da mesma raça podem diferir tanto ou mais do que duas culturas de
grupos racialmente distintos.
Por fim, o autor levanta a questão de como explicar a disparidade de desenvolvimento entre a
civilização do homem branco e outras civilizações de cor, sem recorrer a aptidões raciais inatas. Ele
afirma que essa questão precisa ser examinada para evitar que preconceitos racistas sejam formados
em um novo contexto, e que a diversidade cultural está intimamente relacionada à questão da
desigualdade das raças humanas.

DIVERSIDADE DAS CULTURAS


O texto aborda a diversidade das culturas humanas e as dificuldades em compreendê-las
completamente. Destaca que as culturas não diferem da mesma maneira nem no mesmo nível, pois
existem sociedades contemporâneas próximas umas das outras, assim como sociedades do passado
que só podem ser conhecidas por meio de documentos escritos ou monumentos deixados por elas.
O autor ressalta que a diversidade das culturas é muito maior do que aquilo que podemos conhecer,
mesmo com a humildade de reconhecer nossas limitações. Existem forças que agem na direção da
manutenção dos particularismos culturais, assim como outras que levam à convergência e afinidade
entre as sociedades.
O estudo da linguagem é mencionado como um exemplo de como as línguas podem se diferenciar ou
desenvolver características comuns dependendo da sua origem e do contexto geográfico. O autor
levanta a questão se as sociedades humanas têm um ponto ótimo de diversidade, no qual não podem
ultrapassar nem descer sem perigo, e esse ótimo pode variar de acordo com vários fatores, como o
número de sociedades, sua importância numérica, distância geográfica e meios de comunicação
disponíveis.
Além disso, a diversidade também existe dentro de cada sociedade, com diferentes grupos atribuindo
importância a suas próprias diferenças. O texto sugere que a diversificação interna tende a aumentar
em sociedades volumosas e mais homogêneas.
Por fim, o autor enfatiza que a diversidade das culturas não deve ser entendida de forma estática,
como um corte de amostras inerte, mas sim como resultado das relações entre as sociedades.
Mesmo quando aparentam estar separadas, as sociedades nunca estão completamente isoladas,
pois mantêm contatos estreitos com outros grupos. A diversidade cultural é influenciada tanto pelo
isolamento quanto pela proximidade e pelo desejo de diferenciação.

ETNOCENTRISMO
Lévi-Strauss começa observando que a diversidade cultural é muitas vezes considerada uma
monstruosidade ou escândalo, em vez de ser vista como um fenômeno natural resultante das
interações entre as sociedades. Ele aponta para a tendência das pessoas de repudiar formas
culturais diferentes das suas próprias, rejeitando-as como "selvagens" ou "estranhas".
Essa atitude de repúdio às culturas diferentes, de acordo com o autor, paradoxalmente reflete
características dos próprios "selvagens" que são rejeitados. Aqueles que negam a humanidade aos
outros, os considerados mais "selvagens" ou "bárbaros", estão imitando suas atitudes típicas. O
bárbaro, nesse contexto, é aquele que acredita na própria barbárie.
Lévi-Strauss argumenta que proclamações de igualdade natural e fraternidade entre todos os seres
humanos, sem distinção de raças ou culturas, podem ser enganosas, pois negligenciam a diversidade
cultural real que pode ser observada. Ele reconhece que a diversidade cultural existe, mas critica as
tentativas de suprimi-la através de especulações filosóficas e sociológicas que buscam estabelecer
compromissos entre emoções afetivas chocantes e a compreensão intelectual.
O autor também destaca a diferença entre o evolucionismo biológico e o evolucionismo cultural.
Enquanto o primeiro é baseado em observações e evidências físicas, o segundo é mais aproximativo
e metafórico, muitas vezes negligenciando a falta de conhecimento sobre instituições, crenças e
gostos passados. Ele argumenta que o evolucionismo cultural é uma apresentação conveniente dos
fatos, mas não possui o mesmo rigor científico que o evolucionismo biológico.
Em resumo, Lévi-Strauss desafia as atitudes de repúdio e a negação da diversidade cultural,
argumentando que tais atitudes refletem características daqueles que são rejeitados. Ele destaca a
complexidade da diversidade cultural e critica abordagens simplistas que buscam suprimi-la.

CULTURAS ARCAICAS E CULTURAS PRIMITIVA


O trecho apresentado sugere a divisão das culturas em três categorias: contemporâneas, localizadas
em outro lugar do globo; prévias no mesmo local, mas anteriores no tempo; e culturas que existiram
em tempos e lugares diferentes. No entanto, ressalta-se que esses grupos são desigualmente
compreensíveis.
No caso das culturas sem escrita, arquitetura e técnicas avançadas, é afirmado que pouco se pode
saber sobre elas, e qualquer informação apresentada seria apenas uma especulação. Por outro lado,
é tentador estabelecer relações de sucessão temporal entre as culturas contemporâneas que
parecem refletir estágios anteriores do desenvolvimento da civilização ocidental. No entanto, esse tipo
de raciocínio é considerado pernicioso, pois muitas vezes é desmentido pelos fatos.
O texto menciona exemplos de instrumentos de pedra lascada utilizados por tribos contemporâneas e
pré-históricas, mas argumenta que o conhecimento desses instrumentos não é suficiente para
compreender completamente o uso de ferramentas da época paleolítica. Há dúvidas sobre o
propósito de certas ferramentas e tecnologias antigas, bem como sua relação com a linguagem,
instituições sociais e crenças religiosas.
Uma interpretação popular, inspirada no evolucionismo cultural, considera as pinturas rupestres do
período paleolítico como representações mágicas relacionadas a rituais de caça. No entanto, o texto
critica essa interpretação, afirmando que não há evidências suficientes para suportá-la.
Além disso, o texto destaca que todas as sociedades humanas têm um passado, embora muitas
vezes seja desconhecido. Não existem "povos sem história"; todos têm histórias, mesmo que não
tenham sido registradas. Sugere-se que as sociedades utilizaram o tempo passado de maneiras
diferentes, mas seria injusto considerar algumas como estágios menos desenvolvidos de outras. A
concepção de uma história progressiva e acumulativa é questionada, pois cada cultura pode ter seu
próprio desenvolvimento e direção.
Em resumo, o trecho discute a dificuldade de compreender e categorizar as culturas humanas de
forma adequada, enfatizando a limitação do conhecimento e a necessidade de evitar interpretações
simplistas e generalizações infundadas.
IDEIA DE PROGRESSO
Ele aborda a complexidade de compreender e classificar as diferentes culturas e períodos históricos,
especialmente aqueles que precederam a cultura contemporânea. O autor menciona que as
evidências arqueológicas, pré-históricas e paleontológicas demonstram a existência de várias
espécies humanas na Europa, cada uma com suas próprias culturas e níveis de desenvolvimento
tecnológico. À medida que essas culturas se sucediam, ocorriam avanços na fabricação de
ferramentas, agricultura, criação de animais e metalurgia. No entanto, o autor questiona como essas
distinções históricas devem influenciar nossa compreensão das culturas contemporâneas, que
também apresentam variações e diferenças.
O autor ressalta que o progresso humano não é necessariamente linear e contínuo, mas ocorre por
meio de saltos e mutações. Ele usa a metáfora de um jogador de xadrez cujos movimentos são
determinados pelos diferentes resultados dos dados. O progresso humano não é como subir uma
escada, mas sim um processo complexo e variável.
Além disso, o autor menciona que a história cumulativa não é exclusiva de uma civilização ou período
específico. Ele destaca o exemplo da América, onde grupos humanos nômades conseguiram um
notável progresso cultural em um curto período de tempo, desenvolvendo tecnologias avançadas,
domesticando plantas e animais, e contribuindo com substâncias e conhecimentos para as
civilizações do Velho Mundo.
Em suma, o texto discute a complexidade de compreender e classificar as diferentes culturas e
períodos históricos, bem como a natureza não linear do progresso humano. Ele enfatiza a importância
de uma abordagem mais cautelosa ao considerar o desenvolvimento cultural e destaca a capacidade
das culturas antigas de alcançar realizações notáveis em um curto espaço de tempo.

HISTÓRIA ESTACIONÁRIA E HISTÓRIA CUMULATIVA


O autor questiona se a distinção entre esses dois tipos de história é baseada na natureza intrínseca
das culturas ou se é resultado de uma perspectiva etnocêntrica.
O autor sugere que a percepção de uma cultura como estacionária ou cumulativa depende da
posição do observador em relação a ela e dos interesses e referências culturais do observador. Ele
argumenta que a história cumulativa é atribuída às culturas que desenvolvem valores semelhantes
aos do observador ou que fornecem contribuições que são valorizadas por ele. Por outro lado, as
culturas que não são significantes para o observador podem ser consideradas estacionárias, não
necessariamente porque o são intrinsecamente, mas porque sua linha de desenvolvimento não é
mensurável pelos critérios do observador.
O autor também discute como essa distinção é aplicada dentro de uma mesma sociedade. Ele
menciona que pessoas mais velhas podem considerar a história que ocorre durante sua velhice como
estacionária em comparação com a história cumulativa que testemunharam em sua juventude. Além
disso, os oponentes de um regime político tendem a condenar sua evolução e excluí-lo da história,
enquanto os defensores desse regime podem perceber sua evolução de maneira positiva. Assim, a
percepção da história como estacionária ou cumulativa também pode depender da posição e dos
interesses individuais.
O autor argumenta que a distinção entre culturas progressivas e culturas inertes é influenciada pela
perspectiva e posição do observador. Ele usa a analogia do observador em relação a um trem em
movimento para ilustrar que o movimento aparente depende da posição do observador. Da mesma
forma, a ativação ou estacionariedade de uma cultura é percebida em relação à cultura do
observador. Além disso, ele discute a relação entre a quantidade de informação e significado que
pode ser compartilhada entre indivíduos ou grupos, dependendo da diversidade de suas culturas.
O autor conclui afirmando que a percepção de uma cultura como inerte ou estacionária pode resultar
da ignorância do observador sobre os verdadeiros interesses e perspectivas dessa cultura. Ele
sugere que a diversidade cultural e os diferentes critérios de desenvolvimento tornam as
classificações entre culturas estacionárias e cumulativas ambíguas, dependendo da perspectiva
adotada.
LUGAR DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL
No texto, o autor discute a possibilidade de objeções teóricas contra a ideia de que a civilização
ocidental é superior a outras culturas. Ele menciona que, ao longo da história, todas as civilizações
reconheceram a superioridade da civilização ocidental, adotando suas técnicas, estilo de vida,
entretenimento e vestuário. Isso é visto como prova de que uma forma de civilização é superior a
todas as outras.
No entanto, o autor reconhece que essa adesão à civilização ocidental pode não ser tão espontânea
quanto parece. Ele argumenta que a influência ocidental foi estabelecida através de soldados,
feitorias, plantações e missionários, e as populações subjugadas tiveram que aceitar as soluções
oferecidas ou lutar para alcançá-las. Portanto, a superioridade da civilização ocidental pode estar
relacionada não apenas ao consentimento livre, mas também à desigualdade de poder e força.
O autor também menciona que a civilização ocidental busca aumentar a quantidade de energia
disponível por pessoa e proteger a vida humana. Esses são considerados valores fundamentais da
civilização ocidental. No entanto, ele observa que esses objetivos não são exclusivos da civilização
ocidental, já que todas as sociedades humanas ao longo da história buscaram progresso e melhorias
em suas vidas.
Além disso, o autor critica a ideia de que as invenções e progressos tecnológicos ocorreram apenas
por acaso. Ele argumenta que mesmo as técnicas mais elementares envolvem um conjunto complexo
de operações e conhecimentos que não podem ser explicados apenas pelo acaso. Ele destaca a
importância do esforço humano, da inteligência e da imaginação na criação e desenvolvimento das
civilizações.
No geral, o texto parece explorar a questão da superioridade da civilização ocidental em relação a
outras culturas, abordando tanto o consentimento quanto a desigualdade de poder como fatores
importantes nesse processo. Ele também questiona a visão simplista de que os avanços tecnológicos
foram apenas resultado do acaso, destacando a complexidade e o esforço humano envolvidos nas
conquistas civilizacionais.

ACASO E CIVILIZAÇÃO
O autor argumenta contra a ideia de que as invenções surgiram por acaso ou por meio de eventos
fortuitos. Em vez disso, ele destaca que a criação de novas técnicas e invenções requer esforço
intencional, imaginação e experimentação.
O autor também discute a transmissão de conhecimentos técnicos entre gerações e afirma que as
sociedades primitivas não têm menos pessoas com capacidades inventivas do que as sociedades
modernas. No entanto, ele ressalta que a acumulação de conhecimento técnico ao longo do tempo é
um processo cumulativo e que a civilização ocidental tem sido particularmente prolífica nesse
aspecto.
O texto menciona a Revolução Neolítica e a Revolução Industrial como dois exemplos de períodos
em que houve uma multiplicidade de invenções orientadas na mesma direção. Essas revoluções
transformaram as relações humanas com a natureza e possibilitam outras transformações. O autor
também faz uma reflexão sobre a proeminência da Europa ocidental na Revolução Industrial, mas
ressalta que as questões de prioridade e orgulho nacional perdem significado ao longo de milênios.
Em resumo, o texto discute a natureza complexa das invenções e técnicas humanas, argumentando
contra explicações simplistas baseadas no acaso. Ele enfatiza a importância do esforço intencional,
da experimentação e da acumulação de conhecimento ao longo do tempo para o progresso
tecnológico e destaca a necessidade de considerar o contexto histórico, econômico e sociológico para
compreender as mudanças culturais.

COLABORAÇÃO DE CULTURAS

O autor argumenta que uma cultura isolada não seria capaz de desenvolver uma história cumulativa,
pois estaria limitada a pequenas séries de elementos e teria poucas chances de alcançar uma série
longa de progresso. No entanto, quando diferentes culturas se combinam e compartilham seus
resultados favoráveis, é possível construir uma história cumulativa.
O autor também discute a ideia de que não existe uma cultura superior a outra. A história cumulativa
não é uma propriedade intrínseca de determinadas raças ou culturas, mas sim uma forma de
existência das culturas, resultante de sua capacidade de se unir e colaborar. Culturas que se unem e
trocam conhecimentos têm mais chances de alcançar um desenvolvimento cumulativo.
Além disso, o autor menciona que a história cumulativa não está relacionada a uma raça ou cultura
específica, mas sim à conduta e às escolhas das sociedades. Ele argumenta que as contribuições
culturais não podem ser atribuídas a uma cultura em particular, pois muitas vezes são incertas e
podem surgir de diferentes fontes. Da mesma forma, as contribuições culturais podem ser divididas
em aquisições isoladas, de importância limitada, e sistemas mais abrangentes que refletem a maneira
única de cada sociedade expressar e satisfazer as aspirações humanas.
O autor também questiona a ideia de uma "civilização mundial" como beneficiária de todas as
contribuições culturais. Ele argumenta que essa noção é abstrata e pobre em conteúdo intelectual e
afetivo, e que avaliar as contribuições culturais apenas em relação a uma civilização mundial seria
empobrecê-las. Em vez disso, ele enfatiza a importância de reconhecer e valorizar as diferenças
entre as culturas, e a humildade de reconhecer que nem sempre é possível compreender
completamente a natureza de outras culturas.
Em resumo, o trecho discute a importância da colaboração e combinação de diferentes culturas para
o desenvolvimento cumulativo da história, e questiona a ideia de superioridade de uma cultura sobre
outra. Ele destaca a importância de reconhecer e valorizar as diferenças entre as culturas e enfatiza
que a contribuição cultural não pode ser reduzida a uma única entidade abstrata.

DUPLO SENTIDO DE PROGRESSO

O autor argumenta que o progresso cultural depende da colaboração entre culturas diversas. No
entanto, essa colaboração pode levar à homogeneização das culturas, o que enfraquece as
possibilidades de progresso. O autor propõe duas soluções para esse paradoxo: a primeira é a
introdução de diferenças internas dentro de cada cultura, como desigualdades sociais, e a segunda é
a admissão de novos parceiros externos, como o imperialismo ou o colonialismo. Ambas as soluções
aumentam o número de jogadores e preservam a diversidade. No entanto, essas soluções são
apenas temporárias, pois as diferenças tendem a diminuir ao longo do tempo.
O autor sugere que a humanidade deve manter os extremos da colaboração e da diversidade
presentes em sua mente, evitando o particularismo exclusivo de uma raça, cultura ou sociedade, mas
também reconhecendo que uma humanidade unificada em um único estilo de vida é inconcebível e
prejudicial. O autor destaca a responsabilidade das instituições internacionais em lidar com essas
questões e afirma que elas devem trabalhar para preservar a diversidade das culturas, incentivando
novas formas de adaptação e sendo abertas a surpresas e rupturas. A tolerância é vista como uma
atitude dinâmica que promove o que pode ser, em vez de simplesmente aceitar o que foi. O objetivo é
alcançar uma colaboração entre as culturas que contribua para a generosidade mútua.

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