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EEEM ANDRÉ LEÃO PUENTE

SOCIOLOGIA – 3º ANOS – PROFª ANA LUCIA.

Raça e etnia

Os conceitos de raça e etnia diferem-se na forma de abordagem das diferenças


entre os grupos humanos.
Mesma espécie, raças diferentes?
O conceito de raça é altamente complexo e objeto de grandes estudos
sociológicos. O uso por parte do senso comum dessa forma de categorização
perpetuou a ideia de que os grupos humanos são divididos de acordo com
características biológicas.
As teorias sobre as diferentes raças humanas surgiram inicialmente no final do
século XVIII e início do século XIX, tendo como autor principal Joseph Arthur
de Gobineau (1816-1882) – o “pai do racismo moderno” –, filósofo francês e
principal defensor da ideia de superioridade da raça branca. Desde então,
vários trabalhos derivados da ideia de raças diferentes entre a espécie humana
foram concebidos, de modo que, enquanto alguns autores distinguiram quatro
ou cinco raças, outros chegaram a especificar mais de 20.
As teorias raciais surgiram como forma de tentar justificar a ordem social que
surgia à medida que, países europeus, tornavam-se nações imperialistas,
submetendo outros territórios e suas populações ao seu domínio. O conceito foi
amplamente adotado em todo o mundo até o período da Segunda Guerra
Mundial, quando o surgimento da ameaça nazista elevou a proporções
astronômicas o preconceito e o ódio em relação a grupos humanos específicos.
Os trabalhos científicos que abordaram as diferenciações entre grupos
humanos mostraram que, apesar das diferenças fenotípicas (cor dos olhos, da
pele, cabelos etc.), as diferenças genéticas que existiam entre grupos de
características físicas semelhantes eram praticamente as mesmas quando
comparadas com as diferenças genéticas entre grupos de características
físicas diferentes. Portanto, em termos biológicos, não existem “raças” com
contorno definido, apenas um grande número de variações físicas entre os
seres humanos.
Anthony Giddens descreve o conceito de raça como sendo um “conjunto de
relações sociais que permite situar os indivíduos e os grupos e determinar
vários atributos ou competências com base em aspectos biologicamente
fundamentados”. Isso quer dizer que a ideia de distinção racial vai além de
tentar categorizar indivíduos por suas características biológicas, pois está
também relacionada com certas formas de desigualdade social e outros
fenômenos sociais.

Etnicidade

Enquanto o conceito de raça está ligado à ideia errônea ligada a traços


biológicos definitivos, o conceito de etnicidade é puramente social. Ao
tratarmos de etnicidade, estamos fazendo referência a construções culturais de
determinada comunidade de pessoas. Os membros dos grupos étnicos
enxergam-se como culturalmente diferentes de outros grupos sociais e vice-
versa. Portanto, características como religião, língua, história e símbolos, por
exemplo, são pontos de diferenciação entre etnias.
A manutenção da identidade de um grupo está relacionada com o cultivo de
aspectos culturais. As tradições culturais são o mais claro exemplo disso.
Comemorações que evocam memórias passadas ou realimentam mitos que
constituem o conjunto de ferramentas interpretativas do mundo de cada grupo
permitem que a constituição étnica atravesse gerações e perpetue-se no
mundo social. Isso, porém, não significa que a etnicidade esteja em estado
inalterável, isto é, não significa que a etnicidade seja uma estrutura imutável.
Apesar de ser mantida por meio da tradição, a etnicidade ainda está sujeita às
circunstâncias imprevisíveis do mundo social que habita. Grupos étnicos que
migram para regiões completamente diferentes das de origem geralmente
passam por uma restruturação de sua organização ao longo do tempo. Temos
como exemplo mais próximo os imigrantes que chegaram em nosso país
principalmente entre as décadas de 1920 e 1940. Eles passaram pelo processo
de mudança de certos traços culturais que compunham sua etnicidade, como a
adoção de uma língua estranha.
Resumindo:

Esses dois conceitos (raça e etnia) são confundidos inúmeras vezes, mas
existem diferenças sutis entre ambos: raça engloba características fenotípicas,
como a cor da pele, e etnia também compreende fatores culturais, como a
nacionalidade, afiliação tribal, religião, língua e as tradições de um determinado
grupo.

Darwinismo Social

Darwinismo social é a teoria da evolução da sociedade. Recebe esse nome


uma vez que se baseia no Darwinismo, que é a teoria da evolução
desenvolvida por Charles Darwin (1808-1882), no século XIX.

Este estudo social foi desenvolvido entre os séculos XIX e XX pelo filósofo
inglês Herbert Spencer (1820-1903), que antes de Darwin pensou no tema da
evolução.

Significado de Darwinismo
O darwinismo social acredita na premissa da existência de sociedades
superiores às outras.

Nessa condição, as que se sobressaem física e intelectualmente devem e


acabam por se tornar as governantes.

Por outro lado, as outras - menos aptas - deixariam de existir porque não eram
capazes de acompanhar a linha evolutiva da sociedade.

Assim, elas entrariam em extinção acompanhando o princípio de seleção


natural da Teoria da Evolução.

Darwinismo Social e Racismo


Em virtude de ser uma teoria que considera a sociedade em raça superior e
raça inferior - a chamada superioridade racial, o darwinismo social - que tem
também como base ideais nacionalistas - consiste em um pensamento
preconceituoso e racista.

Deste modo, acreditava que se os europeus eram tão bons dominadores esse
fato decorria de a sua raça ser superior às demais.

Da mesma forma, o monopólio do comércio acompanhado pelos progressos


científicos e tecnológicos era reflexo dos povos capacitados para essa
situação.
Enquanto isso, os países que ficaram limitados ao fornecimento de mão-de-
obra seriam inferiores, os menos capazes.

Exemplos de Darwinismo Social


Além das situações europeias citadas acima, destacamos como exemplo da
teoria de Herbert Spencer o nazismo e o fascismo.

Na Alemanha, o movimento nazista tinha como dogma a superioridade da raça


ariana e resultou no extermínio de milhares de pessoas, especialmente judeus,
no conhecido holocausto.

Na Itália, o imperialista sistema político de nome fascismo tinha como uma de


suas principais características o racismo ao pregar a premissa da purificação,
uma vez que a mistura de raças era considerada uma contaminação.

Darwinismo Social no Brasil


A presença do darwinismo social é revelada no racismo no Brasil, que tem
origem na época da colonização.

Embora os brasileiros não admitam, grande parte deles discriminam os negros.


O resultado desse comportamento é revelado nas estatísticas que mostram,
por exemplo, que a grande parte da população carente no Brasil é negra.

Neocolonialismo e Imperialismo
O darwinismo social tem ainda lugar no neocolonialismo ou imperialismo (não
nos modelos antigos, mas de um imperialismo contemporâneo).

Trata-se da política de expansão e domínio político e econômico e é resultado


da exploração dos países colonizados, em virtude da demanda industrial das
potências emergentes.

Assim, a propósito do darwinismo social era corroborado pelo processo de


dominação política e econômica e legitimação das potências emergentes, o
chamado neocolonialismo.

Como consequência, decorria a conquista de povos, que transmitia a ideia de


benefício para o povo conquistado.

Assim, eles passariam a ser dirigidos por pessoas capazes para transformar e
progredir seu povo. Isso, conferia ao conquistador a sua superioridade, visto
que as nações superiores tinham a missão de “civilizar” as inferiores.

Eugenia
A eugenia também trata do tema da evolução humana como fator de controle
social.

Foi criada por Francis Galton (1822-1911), que acreditava que a melhoria
genética era determinante para a qualidade racial tanto no aspecto físico como
no aspecto mental.

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