Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Currículo académico/escolar
O currículo consiste numa organização sequencial de conteúdos (o que se ensina) planeada e dirigida pela
instituição de modo a atingir os seus fins educativos. Frequentemente é usado para designar o esquema de conteúdos
programáticos de uma determinada matéria, revestindo-se de versatilidade relativamente às diversas áreas do
conhecimento. Além disso, segundo Ochs (1974), o termo poderá ter num sentido mais amplo, abrangendo as várias
atividades e experiências educacionais por meio das quais o conteúdo é transmitido, isto é, os materiais e métodos
empregados (como se ensina e com o quê).
Segundo Johnson (1981), através do currículo são analisados os pressupostos de partida, os objetivos a
alcançar (para que se ensina) e os passos a dar, permitindo assim, prescrever e antecipar os resultados do ensino. Deste
modo, constata-se uma dualidade entre aprendizagens e ensino.
Etapas:
- avaliação curricular !! Não deverá ser deixado para último
- justificação curricular
- planeamento curricular
- implementação curricular
- comunidade educativa (fatores externos, meio envolvente)
Etapas:
- princípios, fins e objetivos
- conteúdos
- estratégias
- resultados da aprendizagem
Sendo processos dinâmicos não tem um princípio nem um fim (ordem) rígida! Assim, caracteriza-se como um
desenvolvimento dinâmico, flexível e adaptável.
Tipos de currículos
▪ Formal – O currículo formal como o próprio nome indica segue um protocolo estabelecido e regida por
documentos oficiais nacionais, havendo, portanto, um estabelecimento prévio e centralização dos objetivos,
conteúdos, propostas metodológicas, materiais e avaliação. Assim, revela-se uma preocupação especial para
com os produtos de aprendizagem. Constata-se uma definição clara e objetiva dos papéis dos professores
e dos alunos e a lógica temporal (dos acontecimentos) é transversal e longitudinal.
▪ Não formal
o Oculto – O currículo oculto não se rege por documentos oficiais, não havendo um padrão curricular.
No entanto, a sua existência está confinada à escola. De facto, tal reflete-se pela inexistência de um
percurso de formação claro e objetivo. Pelo contrário, a preocupação central é a das atitudes do
“saber-ser” (abordagem bio-psicológica), “saber-estar” (abordagem socio-crítica), “saber-fazer”
(abordagem tecnicista). Pela descontração curricular não existe uma definição clara dos papéis dos
professores e alunos.
o Informal – Tal como o nome indica não há qualquer tipo de protocolos e barreiras. A escola poderá
ser a “casa” da aprendizagem, mas esta poderá concretizar-se também fora. Neste tipo de currículo
prevalecem o estímulo de atitudes e ambientes que visam a socialização dos indivíduos e conta com
o envolvimento de pessoais externas (família, amigos, pares, associações, clubes...). Exemplo deste
tipo de currículo são os ATL.
Abordagem “ideal” = Perspetiva sistémica: consiste num equilíbrio das abordagens anteriormente mencionadas.
Diferentes abordagens curriculares originam diversas conceções de escola e agrupamento. Assim, temos várias
vertentes educativas/tipos de escolas:
Individualidade:
- Cooperativo – trabalho feito em “fatias”, existindo diferentes pontes que se unem num resultado
final uno
Vs.
- Colaborativo – trabalho feito e construído em conjunto desde o início até ao seu fim. Desta forma,
todos os elementos têm conhecimento de todos os conteúdos.
Os currículos são rígidos não deixando margem de manobra ao professor e são concebidos a fim de obter
objetivos comportamentais e uniformizastes. Para tal, é valorizado como ensinar e não o que ensinar. Sendo de cariz
técnico a avaliação é instrumentar e compartimentada. O aluno não é o centro da decisão nem o mais importante.
▪ Escola transmissora
Importa salientar que a decisão relativa à abordagem a ter é somente do professor. Poderá haver uma linha
orientadora generalizada, mas a experiência idiossincrática de cada um dita qual o melhor caminho/abordagem.
As concretizações e decisões curriculares passam pela criação de caracter politico seja ele de dimensão generalizada
ou mais centralizada pelas direções de serviços das diversas regiões do país, à gestão (de caracter ?????) e à ação por
parte das escolas, agrupamentos e professores. VER SLIDE 13
! O nível de escolaridade até ao 3º ciclo serve para formar pessoas. Por sua vez, o nível secundário para formar
trabalhos, vias profissionalizantes.
1. Objetivos
O objetivo educacional é um fim ou o resultado das experiências educacionais podendo ser ao nível do
intelecto ou comportamental. Por outras palavras, ao comportamento e às mudanças deste que se espera encontrar
no aluno como consequência de determinadas atividades, comportamento este que deverá ser possível de ser
observado e avaliado. Ao nível intelectual, o que o aluno deve atingir, fazer e enunciar no decurso da sua
aprendizagem e, consequentemente, no fim do percurso educativo.
Assim, a existência de objetivos permite uniformizar a linguagem e, consequentemente, facilitar a
comunicação. Além disso, clarifica a classificação atribuída, uma vez que são atribuídos os mesmos objetivos a
todos os alunos.
Para tal, os objetivos deverão ser claros e congruentes, sequenciais, mensuráveis, alcançáveis/realizáveis,
exclusivos/compatíveis, relevantes e equilibrados.
Tipos de domínios:
▪ Cognitivo: diz respeito ao processamento de informação e às atividades mentais. Em suma, é relativo
ao conhecimento albergado. Compreendem modos organizados de operação e técnicas generalizadas
para tratar materiais e problemas que exigem ou não informação especializada e técnica.
Exemplos.: (LOTS) conhecimento; compreensão; aplicação; análise; síntese; avaliação (HOTS)
▪ Afetivo: respeitante às atitudes e sentimentos.
Exemplos.: Atenção/Perceção; Resposta; Valorização; Organização e Conceptualização;
Caracterização e Valorização
▪ Psicomotor: consiste nas capacidades de manipulação sejam elas manuais ou físicas.
Exemplos.: Imitação; Manipulação; Precisão; Articulação; Naturalização
2. Conteúdos
Os conteúdos são a base através da qual as atividades de aprendizagem estão coerentemente unidas entre si.
3. Estratégias
Uma estratégia pode ser considerada como uma atividade mental ou comportamental cuja finalidade é encontrar a
melhor forma de adequar os métodos e os meios disponíveis a fim de concretizar os objetivos estabelecidos.
Tipos de modelos estratégicos:
▪ Cognitivos ou de processamento de informação: foca-se na memorização e reprodução de informação
▪ Sociais ou de interação social: estratégia contextualizada que permite a aquisição de competências sociais e de
cidadania
▪ Humanistas ou “Pessoalistas”: tem foco na auto-aprendizagem, aoto-estima, atonomia...
Tipos de estratégias:
▪ Diretas: memória (utilizar imagens e sons, criar elos mentais), cognitivas (analisar, prática), compensação (??)
▪ Indiretas: metacognitivas (organizar, avaliar), afetivas (reduzir a ansiedade, avaliação emocional), sociais
(cooperação, empatia)
4. Avaliação e Classificação
A avaliação consiste num processo sistemático/contínuo de recolha de informação que permite determinar se
os objetivos educacionais foram alcançados pelos alunos e desta forma, verificar decisões relativas ao planeamento
de um sistema de aprendizagem (= identificar situações problemáticas) e adaptá-los (= melhorar e/ou aperfeiçoar a
planificação, sugerindo novas metodologias e recursos), caso necessário, ao nível das turmas, condições sociais,
económicas e institucionais. Desta forma, se saberá se os programas determinadas áreas são adequadas. Esta
componente curricular proporciona um maior domínio do processo educacional (=permite a previsão de resultados
futuros), não sendo, portanto, um fim em si próprio. De facto, não interessa a classificação/formulação de um juízo,
mas sim a ação a fim de um maior progresso. Em suma, a avaliação tem a função de motivar, estimular e envolver os
alunos e professores no processo ensino e aprendizagem.
Tipos de avaliação:
1. Planificação = teste diagnóstico: fornece feedback de orientação
2. Execução = teste formativo (tem uma menção/texto avaliativo/comentário apreciativo): fornece feedback de
regulação
3. Avaliação
= teste sumativo (tem uma nota quantitativa): fornece feedback de certificação !!! Sumativo (=síntese)
=/ Somativo (adição das partes)
= teste de aferição: fornece feedback do sistema educativo (professores, alunos...). Permite averiguar o
nível de avaliação de currículos (político, ação, gestão)
Técnicas de avaliação:
▪ Técnicas de testagem
o Teste escrito
▪ Objetivo (resposta curta, escolha múltipla, correspondência)
▪ Composição (curta, longa)
o Teste oral (intervenções preparadas, debates)
▪ Técnicas de não testagem
o Técnicas de observação (escalas, grelhas de observação)
▪ ALUNOS:
Positivo: permite saber o que está efetivamente aprendido; deteta dificuldades; alerta para a relação produtividade e
metodologias de estudo
Negativo: “estudar para a nota”; promoção de atitudes competitivas, “presunções intelectuais” e estratégias
“fraudulentas”
▪ PAIS:
Positivo: melhor acompanhamento da vida académica dos filhos; fator de estimulação (sensação de trabalho em
equipa com a escola); efetivo canal de informação da escola
Negativo: forma de pressionar filhos, professores e escola; gera conflitos
▪ PROFESSORES:
Positivo: Medição dos conhecimentos dos alunos; objetividade dos conteúdos e procedimentos
Negativo: Forma exclusiva de motivação; forma de prestigio e poder; forma de desanimo para os menos dotados
▪ SISTEMA:
Positivo: avaliação da ação; informação para futuras reorientações; visa a promoção e sucesso
Negativo: “sentença” definitiva e de livre arbítrio do professor
Tipos de pedagogia:
▪ Na pedagogia tradicional ou “normativa” a distribuição das notas/classificações é feita segundo a curva de ???,
logo as notas são atribuídas tendo em conta a área definida pela curva graficamente. Curiosamente a curva tende
para o 0 e para o 20 (numa classificação de 1-20). Por outras palavras, os valores 0 e 20 terão que ser escassos e
os restantes distribuídos tendo em conta a dimensão delineada pela curva.
▪ Na pedagogia para a mestria ou “criterial” ou em “J” tende a aumentar o número de alunos consoante os
resultados, No fundo, é um gráfico de proporcionalidade direta.
Níveis de aprendizagem:
▪ Níveis mínimos de aprendizagem:
o Conteúdos simplificados pelo professor e, portanto, mais fáceis
o Mais importantes
o Primeiros a atingir
▪ Níveis de desenvolvimento de aprendizagem
o Mais difíceis
o Últimos a aprender e atingir
o Menos importantes (conhecimentos secundários)
O projeto educativo é realizado por professores, alunos, pais, autarquias, conselho geral, conselho pedagógico,
departamentos, serviços administrativos, associação de pais, diretor de turma, coordenador dos diretores de turma,
EMAEI.
Autonomia curricular
Pressupõe-se que a educação deve fazer dos destinatários não meros recetores de uma informação, mas, sim,
agentes produtores do seu conhecimento construído em situações de vivência social que tornem a aprendizagem
significativa e funcional, ou seja, o saber é importante, mas não apenas para ser acumulado como se tratasse de uma
«educação bancária». A educação não é algo que se deposite, mas um contexto de aprendizagem de decisão.
Assim, a autonomia é uma competência que pretende adquirir e desenvolver alunos através da prática dos
objetivos. As competências não se ensinam, apenas se criam condições para as adquirir.
Este conceito pressupõe o desenvolvimento de competências a partir de vivências de relações estruturadas em
torno de uma equipa educativa e de uma comunidade de formação, isto é, já não é apenas o professor, sozinho, com o
seu aluno, mas sim a equipa de formadores e formandos e alargada para fora das fronteiras do espaço escolar. Além
disso, é preciso que os professores não sejam meros ensinantes, mas que sejam, principalmente, educadores.
De certa forma, a premissa acima enunciada é contraditória, uma vez que os professores têm de ter em conta a
educação para transmitir os valores dado estes não serem os mesmos para todas as famílias (alimentação, religião).
Ao nível curricular, em sociedades onde a diversidade e o multicultural são cada vez mais aspetos que as
caracterizam, não faz sentido a continuação do privilégio dos currículos nacionalistas e etnocêntricos, onde apenas
alguns se revêm e se sentem legitimados.
Só organizações autónomas têm a capacidade de produzir projetos próprios porque só elas têm a capacidade
de escolher e decidir. A autonomia da escola enquanto «unidade social» e não como mera «unidade administrativa»,
implica uma coesão entre os diferentes elementos dessa organização, ou seja, implica que alunos, professores, outros
trabalhadores da escola, pais e outros elementos da comunidade se envolvam num projeto que tem objetivos comuns,
embora com participações diferentes, por parte de cada um destes intervenientes.
A escola, no fundo, é uma federação de interesses de professores, alunos, funcionários administrativos, sendo
eles todos distintos entre si. O Projeto Educativo pode ser, e deve ser, mediador desses interesses diversos, desde que
seja estruturado em processos de negociação. Porém esta negociação não implica uma mera distribuição de papéis,
implica sim a construção de algo coletivo.
Por sua vez, o projeto curricular visa melhorar a qualidade das respostas educativas às realidades locais.
Assim, deverá estruturar-se um diagnóstico dessa realidade, ou seja, uma identificação da história da organização
escolar, dos valores dos seus membros, da situação em que a escola se encontra, do estilo geral das relações, etc. Desta
forma, é possível expressar numa situação futura os objetivos que o orientam e o plano estratégico para o desenvolver,
as prioridades e os meios para a eles chegar.
Ninguém educa ninguém, mas também ninguém se educa sozinho. A educação é, no fundo, um ato pessoal
onde cada um de nós se educa a si próprio numa situação de relação com os outros. Ou seja, é necessário, para uma
formação deste nível, em primeiro lugar, querer.
Assim, torna-se necessário proporcionar aos professores saberes que lhes permitam, por um lado, desenvolver
uma mentalidade curricular, ou seja, uma consciência do sistema em que se está inserido e do papel (ou papéis) que
nele desempenham, ou podem vir a desempenhar. Por outro lado, é necessário fornecer também algo que lhes permita
assumir um papel de configuradores do currículo, ou seja, de serem seus co-autores e não apenas meros recetores.
Em suma, verifica-se o envolvimento dos professores em equipas de reflexão sobre as ações que vão
desenvolvendo e, consequentemente, o conhecimento é construído naquilo que Schön (1994) designa por reflexão na
ação e reflexão sobre a ação. Constata-se portanto o processo de: planificação -> ação -> observação -> reflexão ->
revisão etc etc etc.
SLIDE 9 E 10 ???
Massificação: Uma escola para todos e em que todos são diferentes exige dos professores a capacidade e a
flexibilidade para inovar na linha de um paradigma que proporcione o êxito e a mudança, sem despersonalizar e
aculturar.
1. Uniformidade: Uma escola para todos torna todos “iguais”
2. Flexibilidade: