Você está na página 1de 19

1

O império de Carlos Magno e a renascença carolíngia

Letícia Pimenta1

Pesquisadora - UFRGS

Pepino, O Breve pôs fim à dinastia merovíngia, tomando o poder de


Childerico em 751. Celebra um acordo com o bispo de Roma, no sentido de
proteger a cidade contra a ameaça lombarda. Pepino, então, invade a Itália,
derrota os lombardos e doa ao papa as terras conquistadas, entre Roma e
Ravena, tornando-o governante do que passou a se chamar Estados
Pontificais. Estêvão III então em 754, numa magnífica cerimônia em Saint-
Denis renova a coroação de Pepino, ungindo-lhe e à sua família e conferindo-
lhe a sacralidade divina legitimada pela Igreja, declarando-o “patricius
romanorum”. Assim se estabelece uma aliança entre a monarquia franca e o
pontífice romano.

Com a morte de Pepino, segundo o costume franco, o reino é repartido


entre seus filhos, Carlos e Carlomano. Mas eles não tinham uma relação
harmônica, sobretudo em virtude da divisão das terras, cabendo a Carlos
Magno as partes mais vulneráveis. Bertrade, a mãe de Carlos e Carlomano,
visava assegurar paz com os lombardos casando Carlos com Desirée, a filha
do rei Didier, rei dos lombardos. Embora a Carlos não agradasse a idéia,
acabou por ceder à vontade da mãe, casando com Desirée em 770. Em 771,
Carlomano falece, quando então Carlos Magno toma posse de todas as terras
do irmão. Sua mãe falece pouco depois2.

A despeito da tentativa de apaziguamento com o povo lombardo, Didier,


que visava tomar toda a Itália3, iniciou se apossando das cidades de domínio
pontifical. Adriano I então suplica ajuda de Carlos Magno, que invade a Itália.
1
Foi bolsista FAPERGS de Direito Educacional.
2
BRION, Marcel. Senhor dos homens, protetor do Papado. História Viva, São Paulo, ano II, vol. 22,
agosto de 2005, p. 44.
3
Deve-se ressaltar que a Itália nesse período não existia tal como hoje a concebemos. É sabido que a
nação italiana somente passaria a existir a partir do século XIX com a unificação italiana. Naquele
período, a região conhecida como Itália era constituída pelos lombardos.
2

Carlos tentou em vão uma solução pacifica, mas Didier não concordou.
Ingressa então na Itália pela Suíça, sitiando Pádua e lá se confrontando com os
lombardos, onde se sagra imperador com a coroa de ferro.

A coroação de Carlos Magno no Natal de 800 é entendida como uma


restauratio et translatio imperii, uma vez que visava não apenas restaurar o
Império no Ocidente como também a transferência do Império Romano do
Oriente para o Ocidente,e visto que os bizantinos, conforme a visão dos
clérigos de Roma e da corte carolíngia, haviam perdido sua dignidade imperial
(com o episódio da mutilação do filho de Irene a mando seu) do Império
Romano do Oriente para o Ocidente.A já mencionada doação de Pepino, aliada
à expansão do reino carolíngio que reconstituiu em grande parte o Ocidente fez
com que se quisesse fazer do rei carolíngio novo imperador.

Mas o Bizâncio não viu isso com bons olhos. Chegou-se a pensar na
possibilidade de um casamento político do imperador franco, à época viúvo,
com Irene, mas ela fora deposta por Nicéforo. Ainda que Nicéforo fosse
partidário de um entendimento com os francos, as intrigas da chancelaria
bizantina incomodavam Carlos.4Este resolve então enviar uma tropa para
tomar a Dalmácia e Veneza, recuperada posteriormente pelos
bizantinos.Miguel, sucessor de Nicéforo aceitou transigir com Carlos Magno e
este reconheceu-lhe a possessão da Dalmácia e de Veneza, ao passo que
aquele o investiu do título de basileus que ostentava.Assim, o Império Bizantino
reconhecerá em 814 a restauração do Império5, mas jamais a sua translação.

No natal de 800, Carlos Magno, em razão de sua estada, é coroado


imperador pelo papa. Estava ele assistindo a uma missa na Basílica de São
Pedro. De cabeça inclinada, orou quando o papa Leão III pôs sob sua fronte a
coroa imperial; na Igreja; clérigos e leigos o aclamaram: “A Carlos Augusto,

4
BRION, p. 47
5
Interpretações hodiernas realçam que a renovatio romani imperii se inspira em um texto bíblico
(Eclesiastes 46,16) em que refere que Samuel renovavit imperium no sentido de repetir ou renovar um ato
bíblico, ao passo que o vocábulo romano não significa o Império Romano no sentido da unidade política
e sim os povos cristãos regidos péla Igreja de Roma, enquanto esta é a cabeça dos povos da cristandade
latina. A respeito ver SÁNCHEZ, 2004, pp. 55 e ss.
3

coroado por Deus, grande e pacífico imperador dos romanos, vida e vitória.”
(BRION, Senhor dos homens..., p. 47).

A idéia de se restabelecer o Império no Ocidente não fora, portanto,


idéia carolíngia, mas pontifical. Jacques Le Goff elenca as vantagens vistas por
Leão III em dar a coroa imperial a Carlos Magno: preso e perseguido por uma
nobreza romana hostil, necessitava ver sua autoridade restaurada, de fato e de
direito, por um poder que a todos se impusesse sem contestação; como chefe
de um estado temporal, o Patrimônio de São Pedro, ele desejava ver este
poder temporal reconhecido por um rei superior a todos os outros; enfim,
pretendia fazer de Carlos Magno imperador de todo mundo cristão, incluindo o
Bizâncio, com o intuito de lutar contra a heresia iconoclasta e de estabelecer a
supremacia do pontífice romano sobre toda a Igreja. (LE GOFF, 2005, p. 45).

Carlos Magno acreditava ter sido escolhido por Deus para conduzir o
povo à salvação. Um admirador de Santo Agostinho, pretendia transplantar
para a Terra a Civitas Dei6, incorporando a missão de protetor e difusor da
Cristandade. O Estado franco era um Estado teocrático, em que os elementos
secular e religioso estavam imbricados. Alcuíno quem concebeu a idéia do
imperium christianum. Ele considerava Carlos Magno rector ecclesiae, ou seja,
condutor da sociedade dos cristãos e acreditava que ele, por suas virtudes e
sucessos pessoais possuía um poder superior ao do papa e do imperador
oriental e por isso era o único que poderia proteger as Igrejas e em virtude
disso Deus lhe concedeu o poder supremo sobre os diversos povos. 7Assim se
expressa um dos seus missi dominici8

“Hemos sido enviados- dice – por nuestro Señor, para


nuestra salvación eterna encargándoos vivir
virtuosamente de acuerdo con la ley de Dios y cabalmente

6
Civitas Dei é a cidade eterna e imortal apontada por Cristo quando estava na cruz. Segundo Santo
Agostinho, o homem não deveria se cingir à vida terrena, mas visar a salvação no reino de Deus. Carlos
Magno realizou uma política de cristianização dos povos sob sua tutela com vistas a realizar na Terra a
Cidade de Deus.
7
BIBIANI, Daniela e TÔRRES, Moisés. A evolução política da Alta Idade Média na Europa Ocidental:
Da Pluralidade dos Reinos Romano-Germânicos à Unidade Carolíngia. Brathair: Rio de Janeiro, vol. 2,
n. 01, p. 09.
6
Missi Dominici , ou enviados do Senhor, eram funcionários encarregados por Carlos Magno de
percorrer o Império e informar o soberano sobre a administração dos seus domínios.
4

según la ley del mundo. Ante todo, quisiéramos supieseis


que débeis creer em um solo Dios, el Padre, el Hijo y el
Espíritu Santo.” (FUSTEL DE COULANGES apud
Dawson, 2007, p. 207)

Carlos Magno ao se tornar o principal soberano franco, dá


prosseguimento às ações de Pepino, buscando atribuir ordem e unidade aos
territórios sob sua tutela. Guizot salienta que “... no reinado de Carlos Magno,
seja qual for o aspecto debaixo do qual o estudemos, encontraremos sempre o
mesmo caracter; a saber, a luta contra o estado bárbaro e a manifestação do
espírito de civilização. É o que se torna bem patente no ardor com que funda
escholas, anima os sábios, protege os eclesiásticos , e em geral tudo o que lhe
afigura que pôde influir sobre a sociedade ou sobre o homem.”(GUIZOT apud
Vitoretti, 2004, p. 869). E foi com este espírito que empreendeu um verdadeiro
renascimento cultural – a chamada renascença carolíngia.

Foram inúmeras as razões que levaram Carlos Magno a empreender tal


reforma. Havia, inicialmente, um propósito de restaurar o antigo Império
Romano, consoante já assinalado. E este ideal se expressava através de uma
restauração cultural. Carlos Magno era um admirador da cultura romana e,
como o imperador Augusto, queria estabelecer uma política de mecenas.
Pretendia, ainda, proteger a Igreja. O Clero não bem desempenhava suas
funções devido ao estado de ignorância que lhe sobrepairava, mormente
quanto à língua latina. Visava elevar o nível cultural com o intuito de obter
colaboradores instruídos aptos a gerenciar seu imenso império. Queria, enfim,
melhor seu próprio nível intelectual e de seus filhos e em geral atender a uma
necessidade de organização e sistematização do seu reino. Rabade Romeu, a
respeito dos motivos que ensejaram a renovatio studii, afirma:

“(...) hay de educar,hay de formar los inspectores y


delegados(missi) que él debe enviar a los amplios
territórios sometidos a su corona, hay de recobrar las
9
GUIZOT apud VITORETTI, Regiani Aparecida. Carlos Magno e as propostas de reforma social e
educacional: final do século VIII e início do século IX. 2004. Dissertação (Mestrado) - Universidade
Estadual de Maringá, Maringá, 2004
5

normas de la tradición jurídica romana que sirvam de


legitimación de su poder. E incluso que hay de superar las
costumbres germánicos de la tradición oral.”(ROMEO
apud Vitoretti, 2004, p. 89).

A reforma educacional de Carlos Magno não surgiu ex nihilo, mas ao


reverso resulta de práticas em curso durante várias décadas nos círculos
eclesiásticos de algumas regiões da Europa Ocidental: Itália, Espanha, Grã-
Bretanha e Irlanda.

Na Espanha, teve lugar desde o século VI o que se designa


Renascimento Visigótico ou Isidoriano, cujo principal expoente fora o bispo de
Sevilha Isidoro, notável escritor e enciclopedista. Consoante Banniard 10, Isidoro
dedicou-se à reforma cultural da Igreja na Espanha, se preocupando em dotá-
la dos utensílios necessários a uma renovação que considera indispensável.

Na Itália, graças ao rei visigótico Teodorico, a vida escolar subsistiu até


o final do século VI e ainda após a invasão lombarda, em Ravena, Roma e
Nápoles. Partiria de Roma a missão evangelizadora nas Ilhas Britânicas e que,
além do Cristianismo, levou a língua latina. Em tais locais o latim, língua
estrangeira, era disseminado com a preocupação de manter sua pureza e
correção.11

Os clérigos e monges irlandeses e anglo-saxões desempenharam papel


deveras importante no desenvolvimento da reforma carolíngia. Os irlandeses
desde o século VII e os anglo-saxões no século VIII se instalaram no
continente e fundaram mosteiros, transladando seus hábitos intelectuais, e
criando condições de aparição, em particular na Gália do Norte, de um
movimento de pré-reforma.12

Um dos mais importantes instrumentos empregados por Carlos Magno


para realizar a renascença fora a adoção das capitulares, dispositivos jurídicos

10
BANNIARD apud Vitoretti, p. 90.
11
VITORETTI, 2004, p. 91.
12
GUERREAU-JALABERT, Anita. La renaissance carolingienne: modèles culturels, usages
linguistiques et structures sociales. Bibliothèque de L’école des Chartes, Paris, v. 139, n. 1,1981, p. 08
6

de caráter geral destinados à aplicação em todo o Império. 13 Dentre estas, três


se destinam a seu propósito de reforma educacional.

A capitular Admonitio Generalis, de 23.03.789, sintetiza grande parte dos


objetivos do Renascimento Carolíngio, quais sejam: a reforma dos costumes e
a elevação do nível da formação intelectual.14 Quando trata da criação de
escolas nos bispados e mosteiros, regulamenta o conteúdo a ser ensinado
nessas escolas – o ensino da leitura, dos salmos, cantos, cômputo e gramática.
Recomenda o recrutamento de clérigos tanto entre filhos de homens livres
15
quanto entre filhos de servos. Preocupa-se ainda com a utilização dos livros
corrigidos e com uma correta cópia dos mesmos, devendo esta ser feita por
pessoas capazes.16A formação intelectual era pressuposto para que os
religiosos desempenhassem adequadamente suas funções.Garcia Turza17 a
este tocante salienta que “... la preocupación fundamental era la exatitud en la
proclamación pública de las palabras sagradas.” Para o imperador franco, a
Sagrada Escritura continha a chave da verdade, era guia supremo da conduta.

La misión del erudito era copiarla, y caso necesario,


encomendarla, para que fuese inteligible, asi como
explicarla a sus discípulos, y de modo que nunca faltasen
hombres qualificados para desempeñar esta erudita tarea,
se promovió um gran labor educativa en todas las
diócesis y en todos los monastérios del Imperio.18

A Karoli Epistola de Litteris Colendis, escrita entre 780 e 800 e


endereçada a Baugulfo, abade de Fulda, o soberano franco defende a
imprescindibilidade do cultivo das letras para um melhor entendimento das

13
LOYN, Henry. Dicionário da Idade Média. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997, p. 74.
14
VITORETTI, 2004, p. 116.
15
VITORETTI, Regiani.A. Carlos Magno e a educação. In: LUPI, João e DAL RI JUNIOR, Arno.
Humanismo medieval – caminhos e descaminhos. Ijuí: Editora Unijuí, 2005, p. 302.
16
VITORETTI, 2004, ibid.
17
TURZA, Javier G. La transmisión cultural hispana y el renacimiento carolíngio. X Semana de
Estudios Medievales, Nájera, 1999, p. 18.

18
FISCHER, H.A. Historia de Europa. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, ano..., p. 206.
7

Sagradas Escrituras; solicita então que os clérigos sejam iniciados nas ciências
profanas. O documento assim refere19:

que nos bispados e mosteiros por beneplácito de Cristo


confiados ao nosso governo cuidem que aqueles a quem
foi concedido por Deus a graça de aprender, exercitando-
se também na prática das letras, além da dedicação
regular e do zelo pela santa religião, se empenhem de
igual modo no esforço de ensinar, pois como a norma da
vida regular ordena a honestidade dos costumes e a
realização do ensinar e aprender dispõe e exorna a série
de palavras, assim quem quer agradar a Deus vivendo
corretamente, também não negligencie agradá-lo falando
corretamente.

Ainda de acordo com Carlos Magno, convém falar a Deus e de Deus


corretamente. Diz que a linguagem correta agrada a Deus, e que um falar
defeituoso deveria ser evitado sobretudo por aqueles que escolheram ser
servidores da Verdade. Afirma que os erros de linguagem são perigosos e com
muito mais razão os erros de compreensão, razão por que pretendia estender o
estudo das artes liberais, para uma melhor apreensão do sentido das Sagradas
Escrituras.20

Exortamo-vos a não só não desprezar o estudo das


letras,como também a dedicar-se a ele com gosto, com
uma perseverança cheia de humildade e prazerosa a
Deus, para que possais penetrar com maior facilidade e
justeza nos mistérios da Sagrada Escritura. Como ela
contém imagens, tropos e outras figuras semelhantes,
ninguém duvida que o leitor não se eleve com maior
velocidade no sentido espiritual se estiver iniciado na
inteligência gramatical do texto.(DURKHEIM, 1995, p. 48)

19
VITORETTI, 2004, p. 118.
20
NUNES, Ruy C. História da Educação na Idade Média.São Paulo: EDUSP, 1979.
8

Tal passagem faz alusão à idéia agostiniana de que o sentido espiritual


das Sagradas Escrituras devia ser perscrutado por intermédio de uma
interpretação literal das mesmas21, cujo teor se encontra dotado de linguagem
figurada. Assim, para compreender as alegorias bíblicas, não era necessário se
dedicar a práticas ascéticas ou ser possuidor de uma especial “iluminação”,
bastaria ter cultura, a que Riché chama de “culture littéraire de base”, ou seja, a
gramática latina.22

Giles Brown assim salienta o papel das disciplinas do trivium para a


correta compreensão das Sagradas Escrituras:

O estudo da gramática (principalmente) retórica e


dialética era considerado ferramenta essencial para
desvendar o sentido da Bíblia e a revelação da vontade
divina. Pois a escritura, como observa Cassiodoro, é
suscinta sem suas definições, bela em seus ornamentos,
excepcional em sua propriedade de uso, hábil em
arquitetar silogismos, reluzente no uso de suas
habilidades técnicas 23

Neste documento ainda Carlos Magno, aliada aos objetivos puramente


religiosos, há ainda uma razão política: ele queria que o Clero gozasse, aos
olhos do povo, de prestígio que assegurasse sua autoridade, com vistas a que
a fé fosse mantida e com isso a unidade da Igreja e do Império. E para isso,
não bastava que ele mantivesse sentimentos interiores de piedade; mister seria
24
que fossem de fato superiores a seus fiéis, e se sentissem superiores.

A Karoli Epistola Generalis, da qual se desconhece a data, o soberano


franco demonstra sua preocupação com o contínuo progresso da Igreja,
salientando que está baseado no cultivo das artes liberais por um grande
número de religiosos.

21
VERGER, Jacques. Cultura, ensino e sociedade no Ocidente nos séculos XII e XIII. Bauru: EDUSC, 2001,
p. 38.
22
VITORETTI, 2004, p. 121.
23
BROWN apud Vitoretti, id., ibid.
24
DURKHEIM, 1995, p. 48.
9

Por isso, porque é de nossa preocupação que o estado de


nossas Igrejas progrida sempre, envidamos esforços para
reparar com vigilante zelo o quase esquecido, por incúria
dos nossos antepassados, laboratório das letras. E para
que haja total dedicação ao estudo das artes liberais,
convidamos também com nosso exemplo a quantos
podemos.(VITORETTI, 2004, p. 123).

A capitular De Litteris Colendis é a origem da multiplicação das escolas


monásticas e catedrais. As escolas monásticas compreendiam a schola
interior, ou claustral, reservada aos religiosos do mosteiro, e a schola exterior,
em que eram admitidos padres seculares e demais estudantes. A maioria
destas escolas estavam vinculadas a mosteiros beneditinos, de que Saint-
Martin de Tours, Fulda,Saint-Denis, Saint-Germain-des-Prés, Saint-Riquier e
Fleury-sur-Loire são exemplos. Todos seguiam a regra beneditina. As escolas
catedrais, episcopais ou capitulares organizaram-se ao redor das igrejas
catedrais, sob a direção pessoal do bispo e por vezes com sua colaboração
efetiva. Laon, Reims, Chartres, Paris,Tours, Mogúncia, Worms e Tréveros
conhecem grande desenvolvimento, sendo que delas se originarão mais tarde
as universidades. 25

Carlos Magno resgata a Escola do Palácio da época merovíngia, a


Escola Palatina.Era uma espécie de Academia, assim designada em virtude da
constante menção que seus membros faziam ao Jardim de Atenas, onde
lecionou Platão. Seria em torno dela que se concentrariam os principais
intelectuais da época. Nela se encontravam também não só os filhos dos
aristocratas como também jovens clérigos.

Seguidamente, os membros desta academia - e o próprio Carlos Magno


– se reuniam para a realização de debates nos quais, dentre os assuntos
abordados, destacavam-se os atinentes à religião e à cultura. (VITORETTI,
2004, p. 92).

25
GILSON, Etienne. A filosofia na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 227.
10

Os principais membros dessa academia adotavam pseudônimos de


origem clássica, mitológica ou bíblica: Alcuíno era Flaccus; Carlos Magno era
Davi; Teodulfo era Píndaro; Paulino de Aquiléia era Timóteo. Por meio destes
pseudônimos, embora se fizessem referência aos bíblicos, observa-se uma
revalorização da Antiguidade Clássica.(NUNES, 1979, p. 132).

Tous le écrivains de l’Academie palatine sont littéralement


impregnes de Cicéron et de Virgile; ils sont aussi des
Pères de l’Eglise, et au premier chef de Saint Augustin. Ils
se situent donc au confluent de deux cultures, la culture
païene(ou profane) et la culture chrétienne, on pourrait
dire aussi la culture antique et classique, et la culture
biblique et patristique. Ce sont, en tout cas, des hommes
qui se mettent à l’école de Rome(celle d’Auguste et celle
d’Augustin, pourrait-on dire) comme autrefois Rome s’était
mise à l’école de la Grèce. Ils se veulent avant tous des
continuateurs, et de cette volonté témoignent les surnoms
littéraires qu’ils se donnent à qui mieux mieux, et qui sont
d’ailleurs empruntés à la Grèce autant qu’à la Rome
antique: Flaccus, Pindare, et même Homère! Ces choix
manquent peut-être de modestie, mais ils sont révélateurs
do culte que nos “Académiciens” vouent à la Antiquité
greco-romaine et à sa culture.(MARTIN, 1998, p. 336)26

Dentre os expoentes do renascimento Carolíngio, destaca-se o monge


Alcuíno, espécie de ministro da instrução pública, diretor da Escola Palatina e
braço direito de Carlos Magno. Ele fora o principal colaborador do soberano

26
Todos os escritores da Academia Palatina estão literalmente impregnados de Cícero e de Virgílio; eles
estão também dos Padres da Igreja , e principalmente de Santo Agostinho. Eles se situam portanto na
confluência de duas culturas, a cultura pagã(ou profana) e a culltura cristã, pode-se dizer também a
cultura antiga e clássica, e a cultura bíblica e patristica. São,em todo caso, homens que se colocam na
Escola de Roma(a de Augusto e a de Agostinho, pode-se dizer) como outrora Roma se colocou na Escola
da Grécia. Eles se pretendiam antes de tudo continuadores , e disto serão testemunhos os apelidos
literários que eles se dão , e que aliás são emprestados tanto da Grécia quanto da Roma antiga: Flaccus,
Píndaro e mesmo Homero! Estas escolhas faltam talvez modéstia, mas são reveladoras do culto que os
“acadêmicos” dedicam à Antiguidade greco-romana e à sua cultura.
11

franco em sua reforma eclesiástica, na restauração dos estudos e na difusão


da cultura.

Guizot afirma que “...sous le vue pratique, comme premier ministre


intellectuel de Charlemagne, Alcuin a fait surtout trois choses:1° il a corrige et
restitue les manuscritesde l’ancienne littérature; 2° il a restauré les écoles et
ranimé les études; 3° a lui-même enseigne.”27

Anglo-saxão nascido em Northumbria por volta de 730, cedo ingressa na


Escola catedralícia de York onde, sob a direção do arcebispo Egberto, adquire
sua formação moral e intelectual. Seu mestre Egberto, que ensinava a seus
discípulos as artes liberais, dizia que elas não eram obra dos homens, mas de
Deus, onde aqueles só precisavam descobri-las.(Gilson, 1995, p. 228).

Em 766 fora nomeado professor da escola de York, de que


igualmente fora diretor desde 778. Em 781, como que por acaso, durante uma
estada sua em Parma, encontra-se com Carlos Magno, que o invita a viver na
corte franca. Em 782 recebe permissão de seus superiores ingleses para tal, ali
permanecendo por oito anos, lecionando artes liberais e organizando a
educação. Após esse período vai para Northumbria, retornando para a Escola
Palatina a pedido de Carlos Magno em 793.

Teólogo, filósofo e poeta singelo, se notabilizou mais pela reforma


educacional que implementou do que por sua obra. A grande ambição de
Alcuíno era

(...) bâtir en France une nouvelle Athènes, supérieure à


l’ancienne puisque le Christe l’aura enseignée. Instruite
par Platon, la première eut l’éclat des sept arts libéraux;
les sept dons du Saint-Esprit élèveront la seconde au-

27
Sob o ponto de vista prático, como primeiro ministro intellectual de Carlos Magno, Alcuíno fez
sobretudo três coisas: 1° ele corrigiu e restituiu os manuscritos da literatura antiga; 2° ele restaurou as
escolas e reanimou os estudos; 3° se ensina(GUIZOT apud Vitoretti, 2004, p. 94)
12

dessous de tout la sagesse de ce monde. (RENUCCI,


1953, p. 25)28

Carlos Magno deixou a seu encargo também a revisão da Vulgata,


buscando restabelecer o texto de São Jerônimo, bem como criou um livro de
cerimônias litúrgicas, o sacramentário, uniformizando a celebração litúrgica na
Igreja.

Mister salientar seu método pedagógico, dialogado,procurando dissecar


de forma minudente a questão através de uma conversação entre o mestre e o
discípulo, sistemática que contribuiria para preparar o método dialético
escolástico. Instaurou o estudo das artes liberais na escola palatina, as quais
considerava os sete pilares da sabedoria.

As obras de Alcuíno são embasadas em grande parte nos autores


antigos. A Grammatica foi escrita nos moldes de Prisciano, Donato, Isidoro e
Beda.A Rectorica era uma transcrição do De inventione de Cícero.A
Dialectica,uma cópia de uma obra pseudo-agostiniana sobre as categorias.

Pode-se ainda enumerar como expoentes da renascença carolíngia três


italianos: Paulo Diácono, Pedro de Pisa e Paulino de Aquiléia. Paulo Diácono
(725-797?) era um lombardo que foi à França para libertar seu irmão,
prisioneiro de guerra em 776. Carlos Magno o conheceu ao acaso. Sua estada
na corte carolíngia fora breve, onde ensinou grego durante cinco anos – de 782
a 786 -, tendo posteriormente se retirado para o Monte Cassino, onde faleceu.
Sua principal contribuição para a reforma carolíngia fora a revisão de uma
coleção de Homilias, publicadas por Carlos Magno, com a seguinte
advertência:

Impomo-nos a tarefa de fazer reviver, com todo o zelo de


que somos capazes, o estudo das Letras, abolido pela
negligência de nossos antecessores. Convidamos todos,
na medida em que são capazes, a cultivarem as artes

28
“Construir na França uma nova Atenas, superior à antiga, posto que Cristo ensinou.Instruída por
Platão, a primeira teve o brilho das sete artes liberais; o sete dons do EspÍrito Santo elevaram a segunda
acima de toda a sabedoria deste mundo.”
13

liberais, do que lhe damos exemplo.(GILSON, 1995, p.


225)

Pedro de Pisa, gramático, fora convidado por Alcuíno a lecionar na Escola


Palatina, quando o ouviu durante uma estada em Roma.Já era idoso quando
ensinou latim a Carlos Magno. Paulino de Aquiléia teve passagem célere pela
Escola do Palácio, que parece ter durado tão-somente de 777 a 787. Gramático e
poeta, fora um grande conselheiro, tanto político, quanto eclesiástico de Carlos
Magno, sendo um grande aliado no combate à heresia.

Somem-se ainda dois espanhóis, refugiados da Espanha na França.


Agobardo, nascido em 769, foi para Lyon em 792, sendo ordenado padre em 804 e
tornando-se arcebispo da cidade em 816. Escreveu sobre a história da teologia, da
liturgia e do folclore. De sua biblioteca advém o manuscrito mais antigo de
Quintiliano, Parisinus 622. Teodulfo de Órleans , poeta e teólogo, compôs os Libri
Carolini. Inspira-se para escrever em Virgilio, Ovídio, Horácio, Lucano, Cícero e
Prudêncio.

Referências Bibliográficas:

BASCHET, Jérôme. A civilização feudal: do ano mil à colonização da


América. São Paulo: Globo, 2006. 578 p.

BERMAN, Harold J. La formación de la tradición jurídica de Occidente.


México: Fondo de Cultura Económica, 1996.

BIBIANI, Daniela e TORRES, Moisés R. A evolução política da Alta Idade


Média na Europa Ocidental: Da Pluralidade dos Reinos Romano-Germânicos à
Unidade Carolíngia. Brathair: Rio de Janeiro, vol. 2, n. 01, p. 03-13, 2002.
Acesso em 14.06.2009. Disponível em
www.brathair.com/revista/numeros/02.01.2002/Evolucao_politica.pdf -

BOEHNER, Philotheus; GILSON. Etienne. História da Filosofia Cristã. 11ª ed.


Petrópolis: Vozes, 2008.

BRAGANÇA JUNIOR, Álvaro; SANTOS, Maria Beatriz. D. Considerações a


respeito do Renascimento Carolíngio. Acesso em 15.04.2009.Disponível em
www.pem.ifcs.ufrj.br/RenascimentoCarolingio.pdf. .
14

BRION, Marcel. Senhor dos homens, protetor do papado. História Viva, ano II,
n° 22, agosto de 2005, p. 44-49.

BROOKE, Christopher. La baja edad media : el florecimiento de la europa


medieval. Barcelona: Labor, 1968.

CAMBI, Franco.História da Pedagogia. São Paulo: Editora UNESP, 1999.

CAVALLO, Guglielmo e CHARTIER, Roger. História da leitura no mundo


ocidental. São Paulo: Editora Ática, 1998-1999.

CLAUSSE, Arnauld. A Idade Média. In: DEBESSE, Maurice; MIALARET,


Gaston. Tratado das Ciências Pedagógicas. Vol. 2. São Paulo: Nacional,
1974. p. 81-186.

DAWSON, Christopher. Los Orígenes de Europa. Madrid Ediciones Rialp,


2007.

DELHAYE, Philippe. La Philosophie Chrétienne au Moyen Âge. Paris:


Librairie Arthème-Fayard, 1959.

DURKHEIM, Émile. A evolução pedagógica. Porto Alegre: Artes Médicas,


1995.

FASSÒ, Guido.Historia de la Filosofia del Derecho. Vol I – Antiguedad y


Edad Media.3ª ed. Madrid: Ediciones Pirámide S.A, 1982.

FORMENT, Eudaldo. História de la Filosofía. Vol. II. Madrid: Ediciones


Palabra, 2005.

FRANCO JR., Hilário. A Idade Média : Nascimento do Ocidente. 2ª ed. São


Paulo: Brasiliense, 2001.

GENICOT, Léopold. Europa en el siglo XIII. 2ª. ed. Barcelona: Editorial Labor
S.A, 1976.

________ Linhas de rumo da Idade Media. Porto: Livraria Apostolado da


Imprensa, 1963.

GHISALBERTI, Alessandro. As raízes medievais do pensamento moderno.


Porto Alegre: EDIPUCRS, 2001.

GILSON, Etienne. A filosofia na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes,


1995.

GONZÁLEZ, Susana. El saber de los claustros: las escuelas monasticas y


catedralicias em la Edad Media. Árbor: Ciencia, Pensamiento y Cultura ,
Madrid, v. 184, n. 731, p.443-455, 2008.
15

GUERREAU-JALABERT, Anita. . La renaissance carolingienne: modèles


culturels, usages linguistiques et structures sociales. Bibliothèque de L’école
des Chartes, Paris, v. 139, n. 1, p.05-35, 1981.

GROSSI, Paolo. El orden jurídico medieval. Madrid: Marcial Pons, 1996.

HEERS, Jacques. História Medieval. 6a ed. Rio de Janeiro: Editora Bertrand


Brasil, 1991.

HASKINS. Charles H. The rise of universities. London: Cornell University


Press, 1979.

HILSDORF, Maria Lúcia S. O aparecimento da escola moderna – uma


história ilustrada. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2006.

HOLTZ, Louis. La grammaire carolingienne. In: AUROUX, Sylvain. Histoire


des idées linguistiques. Liège: Mardaga Éditeur, 1992, p. 96-106.

JEANEAU, Edouard. A filosofia medieval. Lisboa: Edições 70, 1963.

JOHNSON, Paul. História do Cristianismo. Rio de Janeiro: Imago Editora,


2001.

KOSCHAKER,P. Europa y el Derecho Romano. Madrid: Editorial Revista de


Derecho Privado,1955.

LE GOFF, Jacques.A civilização do Ocidente Medieval. Bauru, SP: EDUSC,


2005.

_______ Em busca de la Edad Media. Buenos Aires: Paidós, 2004.

_______ O homem medieval. Lisboa: Editorial Presença, 1989.

_______ Os intelectuais na Idade Média. Rio de Janeiro: José Olympio


Editora, 2003.

______ Para um novo conceito de Idade Média: Tempo, trabalho e cultura


no Ocidente. Lisboa: Editorial Estampa, 1993.

______ Raízes medievais da Europa. Petrópolis: Vozes, 2007.

LE GOFF, Jacques e SCHMITT, Jean-Claude. Dicionário Temático do


Ocidente Medieval. 2 vols. Bauru: EDUSC; São Paulo: Imprensa Oficial do
Estado, 2002.

LIBERA Alain de. Filosofia Medieval. São Paulo: Loyola, 1998.


16

LIBERA, Alain de; ROSIER, Irène. La pensée linguistique médiévale. In:


AUROUX, Sylvain. Histoire des idées linguistiques. Liège: Mardaga Éditeur,
1992. cap. 2, p. 115-186.

LOYN, Henry R. Dicionário da Idade Média. Rio de Janeiro: Jorge Zahar


Editor, 1997.
MAGALLÓN IBARRA,Jorge M. . El renacimiento medieval de la
jurisprudência romana. México: UNAM, 2002.

MANACORDA, Mario A. História da Educação – Da antiguidade aos nossos


dias. 2ª ed. São Paulo: Cortez Editora; Editora Autores Associados, 1989.

MARTIN, René. Poesie, politique et religion à l’époque carolingienne.


Humanas, Porto Alegre, v. 21, n. 2, p. 333-353, 1998.

MAYORGAS, Ana R. El concepto de artes liberales a fines de la República


Romana. Estudios Clasicos: Madrid, v. 46, n° 125, p. 45-64,2004.

MONGELLI, Lenia et alli. Mudanças e rumos: O Ocidente Medieval (séculos


XI – XIII). Cotia: Íbis, 1997.

MONGELLI, Lenia.Trivium & Quadrivium: As artes liberais na Idade


Média.Cotia: Íbis, 1999.

MONGELLI, Lenia. A indisciplinada retórica de Platão. In: STEIN, Ernildo. A


cidade de Deus e a cidade dos homens: de Agostinho a Vico. Porto
Alegre : EDIPUCRS, 2004.

MONROE, Paul. História da Educação. 9ª ed. São Paulo: Companhia Editora


Nacional, 1970.

NASCIMENTO, Carlos Arthur. O que é filosofia medieval. São Paulo:


Brasiliense, 1992.

NUNES, Ruy A. da C. História da Educação na Idade Média. São Paulo:


EPU; EDUSP, 1979.

OLIVEIRA, Terezinha . Considerações sobre o caráter histórico da Escolástica .


In: OLIVEIRA,Teresinha. Luzes sobre Idade Média. 01 ed. Maringá: EdUEM,
2002, v. 01, p. 24-35.

OLIVEIRA, Terezinha. . Instituição e pensamento: a Universidade e a


Escolástica. In: LUPI, João; RI JUNIOR, Arno Dal. Humanismo medieval:
caminhos e descaminhos. Ijuí: Unijuí, 2005. p. 363-373.

OLIVEIRA, Terezinha. Luzes sobre a Idade Média. Maringá, Paraná: Editora


da UEM, 2002.
17

OLIVEIRA, Terezinha. Universidade Medieval: uma memória. Mirabilia, v.6.


Acesso em 15.04.2009. Disponível em
http://www.revistamirabilia.com/Numeros/Num6/art5.html

PAUL, Jacques. Historia Intelectual del Occidente Medieval. Madrid:


Edicciones Cátedra, 2003.

PIRES, Celestino. Disciplinas integrantes do ensino no século XII.


Leopoldianum – revista de Estudos e Comunicações, vol. 17, n. 48, p. 29-
57, 1990.

RÁBANOS, José M. S. Las escuelas urbanas y el renacimiento del siglo XII. X


Semana de Estudos Medievales, Nájera,1999 p. 207-241.

RAMOS. Alejandro. La ciudad de Dios en Santo Tomás de Aquino. Madrid:


Editorial Fasta, 1995.

REALE, Giovanni e ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Antiguidade e


Idade Média. 3ª ed. São Paulo: Paulus, 1990.

RENUCCI, Paul. L’aventure de l’humanisme européen au Moyen Âge.


Paris: Societé d’Édition Les Belles Lettres, 1953.

RICHÉ, Pierre. As bibliotecas e a formação da cultura medieval. In: BARATIN,


Marc; JACOB, Christian. O poder das bibliotecas: a memória dos livros no
Ocidente. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2000. p. 246-256

ROMERO, Jose Luiz. La Edad Media. 3ª ed. México: Fondo de Cultura


Económica, 1956.

SARANYANA, Jose Inacio. Historia de la Filosofia Medieval. Pamplona:


Eunsa, 1985.

SANCHEZ, Yolanda G. Enseñar la Idea de Europa. Madrid: Editorial


Universitaria Ramon Areces,2004.

SAVIGNY, F.C. Histoire du Droit Romain. Paris: Charles Hingray Éditeur, (?).
Acesso em 15.05.2009. Disponível em
http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k54596162.image.r=SAVIGNY.f1.langFR .

SOUZA FILHO, Danilo M. de. Significatio, appelattio, suppositio. Considerações


sobre a linguagem na filosofia medieval. Leopoldianum – revista de Estudos
e Comunicações, vol. 17, n. 48, p. 15-27, 1990.

STORCK, Alfredo.Filosofia Medieval.Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.

TAMAYO Y SALMORÁN, Rolando. La Universidad: Epopeya Medieval.


México: UNAM, 1987.
18

TÔRRES, Moisés R. O desenvolvimento da cultura letrada nas Ilhas do Norte e


sua influência no mundo carolíngio (séculos VI ao IX). Brathair: Rio de Janeiro,
vol. 01, n° 01, p. 59-74, 2001.Acesso em 24.03.2009. Disponível em
www.brathair.com/revista/numeros/01.01.2001/cultura_letrada.pdf -

TÔRRES, Moisés R. O sentido religioso da noção germânica de


Império.Brathair:Rio de Janeiro, vol.04, n. 01, p. 80-95, 2004.Acesso em
05.06.2009. Disponível em
www.brathair.com/revista/numeros/04.01.2004/sentido_religioso_imperio.pdf
-

TRUYOL Y SERRA, Antonio. Historia de la Filosofia del Derecho. Madrid:


Revista de Occidente S.A, 1954.

TURZA, Javier G. La transmisión cultural hispana y el renacimiento carolíngio.


X Semana de Estudios Medievales, Nájera, 1999, p. 17-38.

VAN STEENBERGHEN, Fernand. História da Filosofia – período cristão.


Lisboa: Gradiva, 1984.

VAUCHEZ, André. A espiritualidade na Idade Média Ocidental – séculos


VIII a XIII. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1995.

VERGER, Jacques. As universidades na Idade Média. São Paulo: Editora da


UNESP, 1990.

VERGER, Jacques. Cultura, ensino e sociedade no Ocidente nos séculos


XII e XIII. Bauru, SP: EDUSC, 2001.

VERGER, Jacques. Homens e saber na Idade Média. Bauru: EDUSC, 1999.

VERGER, Jacques. O alvorecer das Universidades. História Viva, São Paulo,


ano II, n. 17, p. 52-59, mar 2005.

VIDAL, F. Canals. Historia de la Filosofía Medieval. Barcelona: Editorial


Herder, 1985.

VITORETTI, Regiani A. Carlos Magno e a educação. In: LUPI, João e DAL RI


JUNIOR, Arno. Humanismo medieval – caminhos e descaminhos. Ijuí:
Editora Unijuí, 2005, p. 297-304.

VITORETTI, Regiani Aparecida. Carlos Magno e as propostas de reforma


social e educacional: final do século VIII e início do século IX. 2004. 154 f.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2004.

WOLFF, Philippe. L’eveil intellectuel de l’Europe. Paris: Éditions du Seuil,


1971.
19

ZILLES, Urbano. Fé e razão no pensamento medieval. Porto Alegre:


EDIPUCRS, 1993.

Você também pode gostar