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História Antiga Ocidental

Aula 1 - A História da História: discutindo a


Antiguidade
INTRODUÇÃO

Nesta, aula identificaremos a periodização de tempo que estudaremos em história, aprendendo o que é História Antiga
e as dificuldades que possuímos para conhecê-la.

Reconheceremos também a ideia de Ocidente, desconstruindo a noção genérica geográfica.

Por fim, compreenderemos que a noção do que é história é algo mutável.

OBJETIVOS
Identificar a periodização de tempo que estudaremos em história, aprendendo o que é História Antiga e as dificuldades
que temos para conhecê-la.

Reconhecer a ideia de Ocidente, desconstruindo a noção genérica geográfica.

Comparar como a própria noção do que é história é algo mutável, e que não basta um discurso que afirme o que seja
história para que nós o reconheçamos.
PARA QUE SERVE A HISTÓRIA?
Você sabe para que estudamos história?

Fonte:

A História é viva. Ela nos permite pensar, discutir independente do espaço que estejamos observando.

Comentário
,
O ensaísta Tom Holland faz, na introdução de Fogo Persa, uma reflexão que é fundamental para vermos como a observação
histórica é muito mais rica que somente um conhecimento por gosto. É necessário amar a História para se perder em seus
descaminhos.

OS OBJETIVOS DESTA AULA SÃO:

Fonte da Imagem: Dacian G / Shutterstock

Identificar elementos da cultura greco-romana que ainda estão presentes em nosso cotidiano;

Relacionar o mapa conceitual ao cabedal de conceitos que será adquirido ao longo do semestre;

Perceber a importância do estudo da História Antiga para o curso de Licenciatura;

Conhecer o plano de ensino, os procedimentos de aula, o caderno de textos, os métodos de avaliação, a bibliografia
básica e complementar.

HISTÓRIA ANTIGA
É o período que se estende desde o aparecimento da escrita até a desestruturação do Império Romano. A invenção da
escrita retira o homem da pré-história e o coloca na história.

Vejamos a linha do tempo a seguir:

Aí vamos nós: será que esse modelo é um consenso, algo inquestionável? Quem inventou isso? Imagine a situação:
Odoacro e seu grupo de guerreiros se reunindo e questionando no dia seguinte a queda de Rômulo, o último imperador
romano do Ocidente. Perceberam o que a gente fez ontem? Acabamos com a Idade Antiga!

A divisão da história existe com fins didáticos, foi elaborada pelo homem. Não devemos nos preocupar com os
marcos, mas sim, refletir sobre as relações de poder na transição destes períodos.

Para realizar nosso curso, devemos resgatar a importância dos povos antigos, e é partir daí que encontramos
problemas com os quais devemos nos acostumar:

Quanto de material nos sobrou da história antiga?

Exemplo
,
Oriente e Ocidente nas Guerras Médicas;, ,
Ocidente e Oriente na Guerra Fria;, ,
Oriente e Ocidente puderam já estar no Império Romano.
Você pode ficar confuso e se perguntar: onde é oriente e onde é ocidente?

A resposta é: Depende!

Vai depender do momento em que você está estudando. Em nosso recorte, buscamos a velha versão iluminista que
dividiu nossa linha do tempo, a noção de cultura ocidental como filha da tradição greco-romana.

, GRÉCIA E ROMA ANTIGA


Estudaremos nesta unidade os espaços da Grécia e da Roma antiga, identificando sua formação política e social, discutindo
aspectos de sua cultura e sociedade.
Sobre estes aspectos é importante pensarmos um pouco em como um dos maiores historiadores de História antiga explica o seu
próprio campo de pesquisa.

leoks / Shutterstock

O mau humor de Finley é contra exercícios bobos de historiadores em buscar engrandecimentos sem necessidade. Não
precisamos de subterfúgios, nem de mitos, nem tão pouco de generalizações perigosas, para justificar seu estudo.

Não é a visão contemporânea de história, da disciplina; somos cientistas, discutimos, reunimos dados de maneira cuidadosa, não
julgamos.

Precisamos ter muito cuidado, pois a história que os gregos escreviam não tem nada diretamente relacionado ao nosso olhar.
Para Homero, por exemplo, história é um exercício de observação. A função do historiador para o grego é julgar as ações, verificar
os erros e as falhas.

Outro dos famosos historiadores gregos foi Tucídides: que pensava a história de maneira direta, quem viu pode relatar, quem não
viu, não. Só existiria o historiador do tempo presente. Bom, se isso fosse verdade eu, por exemplo, estaria desempregado.

Comentário
,
Costumamos brincar que dados e datas não são objetos do historiador, mas sim de reunião de dados. O Google, por exemplo, lhe
responde com facilidade, veja: página do Wikipédia para cronologia de história antiga.
Vejamos Finley falando de Arqueologia:
Exemplo
,
Um exemplo que demonstra a necessidade urgente dessa "doutrina severa" merece ser examinado — a notável fábula da Grande
Deusa Mãe. Para Jacquetta Hawkes, essa deusa era tão onipresente e onipotente na Creta (minoana) da Idade do Bronze que a
própria civilização é rotulada de "força predominantemente feminina". O caso baseia-se numa coleção de pequenas estatuetas
neolíticas, comum à altura média de menos de duas polegadas, que ela descreve assim: "As evidências materiais da vida religiosa
desses agricultores da Idade da Pedra consistem, em sua maior parte, de estatuetas em forma de mulher (entalhadas ou
modeladas) que eles guardavam em suas casas ou, às vezes, em casas sagradas construídas para elas.

Fonte:

Que fique claro: a arqueologia é uma matéria própria, não é história; tal qual o objetivo do trabalho do historiador é
estudar o homem no tempo, o do arqueólogo é estudar o artefato no tempo. Ambas podem se ajudar se
permanecermos com a ideia de que a Arqueologia é uma ciência autônoma.

Pontuando

Mundo ocidental

Conceito ideológico, não geográfico. Caracteriza povos que viveram em áreas de influência
da cultura Greco-romana.

Mundo oriental

Caracteriza povos que viveram fora da esfera da influência da cultura Greco-romana ou


considerados “menos civilizados” por eles.
Glossário

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