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A FORMAÇÃO POLÍTICA
HEBRAICA
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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Compreender a inovação em termos religiosos introduzida pelos hebreus com a adoção do monoteísmo;
2. perceber a importância do Judaísmo como influência para o surgimento de outras religiões monoteístas;
3. compreender a Lei Mosaica, ou seja, os Dez Mandamentos, não so como um documento de cunho religioso,
mas também de foro legal, pois introduzia conceitos de ordem moral e penal;
4. analisar o relativo isolacionismo conservado pelos judeus como uma maneira de manter sua coesão, apesar de
Bons estudos!
Pense...
Figura 1 - Ampulheta
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Se você respondeu que sim, está correto. Mas, fique atento!
Este é o primeiro desafio desta aula: entender o processo das transformações dos grupos em busca de terras
Saul pode ser considerado o criador de um governo único, aquele que recebe a pecha de aglutinador das tribos
Existem os clãs que saíram do Egito, os clãs próximos, populações presente e outros grupos que estavam
na região e que, dentro dessa organização, tem-se a necessidade de afirmar uma estrutura à unificação.
Não significa a criação de uma unidade à qual todos passam a reconhecer. O reino, nesse caso, é diferente
do reino no qual pensamos, assim como nem de perto é um Estado ou uma Nação, da maneira que
entendemos.
É uma unificação da qual a cultura, o poderio militar e o exército se aproximam e então se começa a
constituir em torno de Saul uma liga, um sentido para o conselho que aparece anteriormente constituído
por Moisés.
O problema dessa liga é que se tem, em um primeiro momento, Baal sumindo de todos os documentos, ficando
Seguindo um pouco a história, o texto bíblico tende a observar a separação das tribos de Israel e Judá a partir do
casamento de Salomão e Salomé, e ela traria a discórdia. É óbvio que há uma disputa de poder que se manifesta
A partir do momento em que se tem uma união militar para justamente se opor aos grupos locais, dentro dessa
conformação, Saul não é considerado um bom unificador, ele é considerado aquele que trai os direitos corretos, é
aquele que não "vence as vitórias" mas, mantém simplesmente e é beneficiado por Deus. Mas, ainda era
necessário alguém que viesse com a função de transformar e, nesse sentido, a figura de Davi é especial.
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Figura 2 - Figura de Davi
A figura de Davi é emblemática. Seu poder é afirmado de forma clara ao derrotar o gigante Golias, a vitória sobre
um adversário mais forte, mesmo tendo um poder inferiorizado. Começa-se a ter, a partir de Davi, e depois isso
A figura de Davi é emblemática. Seu poder é afirmado de forma clara ao derrotar o gigante Golias, a vitória sobre
um adversário mais forte, mesmo tendo um poder inferiorizado. Começa-se a ter, a partir de Davi, e depois isso
Saiba mais
As forças militares do Crescente Fértil nesta formação, os semitas, são pensados na figura
hebraica. Eles são os grupos ou principais grupos da raiz do crescente Fértil, de fato. Por
exemplo, os fenícios eram semitas.
Depois desse parêntese, voltando aos hebreus, o conjunto das tribos em um conjunto de terras traz a
necessidade da especialização da defesa frente aos diversos grupos da região, se unificam a partir de Saul, dentro
de um discurso militar.
Esse discurso vai ter o seu auge no momento em que é associado à figura do sacerdote e chefe militar, que é um
O entendimento do que é nascimento de um espaço que passa a ser reconhecido como hebraico nos leva a notar
que não existe um espaço. O espaço é justamente a essência da promessa, dentro de uma sociedade com
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características claramente nômades. As referências bíblicas são os momentos da fundamentação entre a
promessa e o reino, daí é tão importante a representação alcançada pelo rei, pois ele é a prova da promessa.
A proposta, a quebra filosófica é incrível, não no sentido de construção necessariamente do monoteísmo, mas
sim de afirmar que existe a chance de se romper com uma dinastia divina que não é favorável. A partir daquele
momento, uma determinada representação passava ao status de Deus único. Os problemas são aprendizados e
nada pode alterar a noção de que algo maior está por vir. O inominável seria justamente a representação máxima
de um grupo.
Tal qual era manifestado nas principais sociedades do Crescente Fértil, Deus não era algo distante para Abraão e
todo o restante daquela formação inicial. Bastava olhar e Deus estava ali do lado, conversando com eles,
Todo o discurso do Gênese é claramente filosófico e essa noção filosófica vai ser buscada e se espalha em fatores
que encontramos em outras sociedades. O que chama atenção são as quebras dos elementos diferenciais. Por
exemplo, quando se nega nascedouro, quebra-se, dentro de uma estrutura, o que era comum na Mesopotâmia.
Fique ligado
Quando uma determinada cidade quer se sobrepor às demais ou evitar que aquela
região seja atacada, ela se aglutina. Buscam-se identificações e, não havendo nada em
comum, que pelo menos o Deus seja o mesmo.
Se há vários clãs, cada um tendo dentro da sua hierarquia local os responsáveis pela
defesa, com um sendo o representante máximo da defesa, é oferecido a eles uma série
de clãs que vão garantir que a organização de uma frente, sempre que for necessária a
batalha, tenha uma condição diferenciada de defesa.
Saul não fez uma unificação social, fez apenas uma unificação militar e, por isso, quando se tem o
estabelecimento de um período de paz, o governo de Saul é contestado porque ele é reconhecido, não como uma
liderança social; ele não surge como um sacerdote, mas sim como a figura de um rei.
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Figura 3 - Tropas
Há claramente uma construção hierárquica. Primeiro tem-se o conselho e é a liderança do conselho que vai dar,
depois, essa representação de uma figura, que pode ser identificada como um príncipe, um rei, mas que no limite
é a figura de um líder. A formação do conselho é feita pelos clãs e tem haver com etnia, com família. Na origem
étnica não se tem um hebreu, têm-se grupos semitas que se aproximam socioculturalmente e esses grupos
Dessa construção observamos depois o nascimento das principais religiões monoteístas do mundo. Cristianismo
por exemplo trás a figura do messias profético, como uma figura que estabelece um reino divino e é a salvação de
todos os homens a partir de seu sacrifício. Mas a construção teológica é mantida. O Islão busca na figura de
Ismael uma origem única, e Maomé é o profeta derradeiro, não como Messias, ele some na proposição islâmica, o
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A presença de Saul não elimina a divisão de Israel e Judá, as disputas permanecem só desaparecendo diante de
inimigos comuns como Filisteus, Assírios e Babilônios. A organização política é complexa, não é fruto de um
povo. Essa ideia de um conjunto único, que se une por conta das suas raízes
tradicionais não é a presença. É um grupo que se aproxima, com uma identificação clânica e religiosa e que, a
partir de Saul, vai ter uma identificação também militar. Davi não cria só uma proposição de ser uma liderança
Ele reforça a lógica de uma segmentação da estrutura social: mais funções, mais homens atrelados a esse
Quando percebe-se o governo se manifestando não só no momento da batalha, tem-se em Davi uma valorização
dos trabalhos dos escribas, que depois são à base dos profetas, em que uma das principais preocupações é "Se
Deus é dos hebreus e não deste grupo que ele representa, no momento da batalha contra qualquer outro, se há
derrota, foi Deus quem perdeu. Mas, se na verdade existe um só deus, no momento da derrota Deus está
ensinando, o derrotado está sofrendo por que não fez tudo o que deveria ter sido feito."
Ainda há a discussão se desaparecem ou não os outros deuses dentro da composição do espaço. Mas, pelo
menos, se tira da disputa do Panteão o Deus que se identifica como principal, vê nos outros forças que Deus
permite dentro dos seus interesses atuar, como mais tarde a figura do diabo.
Muito se defende que, inclusive a figura personificada do diabo, só teria parecido após a influência do
Zoroastrismo. Nele se tem claramente o pontuar de dois deuses, o que representa o bem e o que representava o
mal. Aqui, e entre os profetas que sucedem, Deus é único, o diabo não é deus.
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•1
1- Existe um momento em que se afirma a necessidade de reformas, que transforma os elementos das
instituições e que se valoriza a figura dos juízes. Muitos autores relacionam esses juízes às figuras dos
vizires, que seriam figuras que faziam parte da administração mais sedimentada. Outros autores
defendem que eles seriam os principais guardiões da moral, dos costumes e das formas. Essa é mais
difícil porque já existe a valorização dos sacerdotes e profetas, que teoricamente são os responsáveis por
essa função. Isso ainda é mais discutido por conta da ascensão de Salomão.
•2
Salomão é aquele que dirime o certo e o errado. No limite, a função do juiz na administração é demarcar
as disputas, fazer cumprir os códigos jurídicos e é o rei que está na ponta dessa hierarquia de juízes.
Tanto que Salomão, normalmente, é exaltado por conta da capacidade de mediar esse tipo de conflito,
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Quando se tem a sofisticação do sistema com Davi, passa-se a ter vários conselhos que fazem referência
ao poder central de Davi. Dentro desses conselhos tem-se uma hierarquia, com escritos, sacerdotes e
juízes. Essa organização hierárquica é arbitrada, pensada a partir de Davi, e não é um elemento novo
dentro do Crescente Fértil. No século X a. C já existe a clareza de organizações desse tipo há vários
•4
O conselho é a "casa dos velhos" e, dessa forma, é a representação de ser a casa que representa a tradição
estabelecida e que vai tomar as decisões sobre as leis, sobre as formas etc. A ideia de uma separação de
Israel e Judá nos leva a duas grandes tribos que se opõem e isso é levado ao limite no governo ou após o
governo de Salomão.
Salomão não se destaca apenas por ser aquele que melhor media as estruturas do poder, mas, também, pelas
construções e pelas vitórias militares. Ele é considerado pela estratégia militar e a força que consegue dentro das
estruturas militares. Assim, podemos entender que esse sistema sofisticado vai ter que ser negociado com os
vizinhos.
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Na proposição clara de crítica à moral de Salomão, ele vai ser acusado de prevaricação. Ele é acusado de ter
muitas mulheres e, na prática, casamento é aliança. Percebe-se a construção desse harém em torno de uma
construção de várias alianças com reinos vizinhos, destacando-se o casamento com Jezebel.
A ideia é que se tem um governo que está mais organizado e fortalecendo estruturalmente e, por isso, vai
começar a negociar com os reinos vizinhos. Por um lado, existem os defensores da moral e do outro, à questão da
transformação desse Estado, tem-se os grupos que defendem a necessidade da manutenção de Yahweh e outros
que defendem que Yahweh seria pouco, que Baal, por ser um deus vencedor, daria uma representação, uma
capacidade muito maior. Há um rompimento, claramente, por conta do próprio fortalecimento, que da mesma
forma que a religião aglutina o limite, quando as disputas são estabelecidas em torno do filho de Salomão, ela
separa.
Figura 4 - Reinos
O processo político durante o governo, especialmente de Saul, Davi e Salomão foram os que depositaram toda
uma primeira tradição de escritos e começa-se a ter uma série de disputas: filisteus, assírios, babilônios,
sociopolíticas, retorno.
Dentro dessas disputas, tem-se a figura de que, se os monarcas vinham de um momento de exaltação e teriam
garantido pela primeira vez a constituição à promessa de Abraão, a terra prometida e a defesa da terra
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Durante o momento em que esse mesmo líder ou rei, como é comumente chamado, começa a passar por uma
série de fracassos, estes vão ser justamente a representação de uma série de derrotas que acabam gerando toda
uma necessidade de buscar ou organizar escritos, pontuados dentro daquele período, que vão falar da
necessidade de um retorno.
Saiba mais
Se Deus não pode mais estar presente no mundo, porque Deus agora está construído de
maneira onisciente e onipresente, a única forma do reino de Israel retornar à sua condição é
com a volta do rei. Começa-se a ter um movimento destacado na figura dos profetas, que é
chamado de messianismo: A espera da vinda do Messias. O messias que vem para reorganizar
o reino.
Davi unifica a liderança dos dois pontos. Ele é o líder pontifício. O messias não pode ser o líder.
Nesse contexto, volta-se a pensar na figura de Jesus.
O Messias não pode ser um líder apenas religioso. A ironia romana faz referência a uma
tradição que os romanos reconheciam e fazia parte daquele grupo "Aqui Jaz o Rei dos Judeus".
Rei dos Judeus porque é a representação desse messianismo, é o discurso recorrente.
É claro que se pode falar de uma série de outras tradições locais que defendem que o Messias
não seria, sem isso e essa multiplicidade de grupos, em especial quando se fala de um
argumento em torno dessas figuras dos profetas, um claro líder político que se manifesta com
a voz do protesto.
O profeta é o crítico social, é aquele que vem marcar a necessidade do povo se arrepender pelos seus erros, que
diz que a política é problemática, que as alianças estabelecidas geraram a crise. A figura do profeta vai ser aquela
que, por parábolas ou uma maneira direta, vai sinalizar a esperança, os erros, a condenação.
O profeta não é só crítico, ele também fornece esperança, e é quem reforça a ideia de messianismo de grupo, do
discurso que agrega, independente da condição de governo, mas, obviamente, ele terá também uma posição
crítica.
Os Assírios são os primeiros a vencer, mas estabelecem uma área de protetorado. É a ideia de impostos,
reconhecimento do poder, e que as batalhas dos Assírios seriam também desse grupo. Eles estavam
Essa presença e a leitura estrangeira, obviamente, com tradições estrangeiras, dentro da região, vão gerar uma
série de críticas aos monarcas que sucedem Salomão. Esses protetorados chegam a uma posição limite no século
VI a. C. Isso não quer dizer que só houve cativeiro na babilônia, no século VI a.C – V a.C.
Ao longo das disputas da organização, vários grupos que manifestaram uma estrutura de resistência foram
espalhados propositalmente. Entre os assírios , tem-se a maior clareza de pontuar de dominação local, ou seja,
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aquela organização sociopolítica que se estende a Saul e, especialmente, Davi e Salomão e que começa a ser posta
Essa dominação não é integrada, é uma dominação por protetorado. Isso significa que a região não está
totalmente protegida, ela vai travar outras batalhas. Nessas outras batalhas, rende-se o direito de várias regiões:
muitos grupos vão ser quebrados pelos Assírios ou por outro grupo, acusados de resistência , ou enviados para
Esse domino babilônico vai gerar, por conta da resistência proporcionada, uma quebra de toda a estrutura.
Marca, segundo os princípios babilônicos pela destruição do templo. Nem todas as tribos vão para o cativeiro da
babilônia, uma parte vai e outra fica na região em especial nos antigos reinos de Judá mas vão sofrer com as
Esse é o momento sócio-político da produção dos Profetas. Quando a Babilônia atacada pelo Novo Império -
medo (Persas) - que ascende ao poder e vai estruturar uma dinastia que tem muito claro a posição, ou há
rendição antes deles entrarem ou se destrói tudo quando entrar, para ficar marcado e não haver resistência dos
outros grupos. A invasão da cidade da Babilônia por Ciro, líder persa, vai fazer com que vários grupos sobre
Após os contatos com os Mesopotâmicos e Persas os Hebreus modificaram aspectos do seu credo, relacionando
por exemplo Jeová a figura antropomórfica, passa a adotar com mais clareza a figura do Mal como um perigo que
O retorno do cativeiro da Babilônia gera que os grupos de imigrantes que se aproximarem dos antigos habitantes
Esse espaço, no entanto, será novamente conquistado e será inserido na religiosidade Mundial por conta da
Inseridos no mundo romano, que serão os responsáveis pela reconstrução do Grande Templo de Jerusalém, os
É em meio a estas práticas que conhecemos diversos movimentos que ficarão famosos durante o período de
Jesus.
Um dos fundamentos do Império persa é o estabelecimento do Rei dos Reis. Isso significa autonomia
política plena àquele que o segue, oportunidade de crescimento é a construção, melhoria. É claro que
outros grupos apoiaram a invasão persa. Quando se entende que esse processo de reunificação é atípico,
religião, mas, isso só é possível dentro de um determinado contexto político, só é possível dentro de uma
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Falar da influência da língua é justamente dizer que a pregação, o sentido do reconhecimento é
importante. É entender que, ao invés do que se pode imaginar, não há línguas inteiramente diferentes.
As linguagens têm raízes parecidas. Mas, isso não quer dizer que os povos se entendem, apenas alguns
O próprio desenvolvimento da língua em outras regiões se tornará importante entre os animais e chama atenção
ou aramaico.
A valorização da escrita que vê aqui vai ser um elemento que vai transformar um elemento aramaico em um
traço, em uma organização em um texto de caracteres cursivos, como um dos elementos fundamentais para a
CONCLUSÃO
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Compreender o sentido de monoteísmo na história judaica;
• aprender que a figura do profeta no mundo hebraico é uma síntese da sua relação com os poderes
políticos e uma crítica social;
• identificar que o messias hebraico não é uma figura divinizada, mas sim alguém que remete à figura do
líder, como Davi;
• verificar que apesar das sucessivas ocupações, conseguiu-se a manutenção de elementos da identidade.
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