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SEMINÁRIO BÌBLICO PALAVRA DA VIDA

MESTRADO – QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS DO MINISTÉRIO


MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO DA MATÉRIA
ALUNO: JADIEL DO NASCIMENTO GOMES

SUCESSÃO MINISTERIAL

2022
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INTRODUÇÃO

O mundo e suas instituições passam pelas mais drásticas mudanças em anos e algumas
preocupações são comuns a toda comunidade que se preocupe com a continuidade de seus
valores e propósitos. As igrejas, seminários, denominações e instituições paraeclesiásticas
também estão envolvidas nessas mudanças e precisam ter em seus estatutos soluções que
atendam as novas necessidades que os tempos atuais nos exigem.

Na Igreja de Cristo, tudo que se propões a ser feito, necessariamente passa pela
consciência de estar sendo feito para um propósito perene e eterno. Ficando assim implícito que
cada membro da Igreja de Cristo que exerce o seu ministério, precisa de antemão saber que em
algum momento ele precisará deixar alguém tão bom ou melhor que si mesmo para dar
continuidade ao que se havia iniciado, ser líder na Igreja de Cristo significa exatamente isso,
servir até que alguém possa servir melhor ainda.

Um líder fiel é um líder humilde que lidera, principalmente, por amor, não por medo. Um líder fiel
não se preocupa em ser estimado por todos. Um líder fiel sabe delegar, confia em seus delegados e
não se preocupa com quem recebe o crédito. (Líderes são antes de tudo servos - Burk Parsons – 2021
– artigo Ministério Fiel.)

Este trabalho tem o objetivo de fazer uma análise bíblica e histórica de como a sucessão
ministerial pode exercer uma influência de grande impacto e de longo prazo no
desenvolvimento das instituições e propor uma linha de requisitos mínimos e em quais
circunstâncias a sucessão ministerial deve acontecer.

A Bíblia, logo em seus primeiros capítulos de Gênesis, revela a importância das


genealogias das famílias que representavam as diferentes linhagens em que a humidade se
dividiu, basicamente uma linhagem que não agradou ao Senhor e uma linhagem que preservou
o culto ao Deus do céu e sobreviveu ao seu julgamento sobre a maldade humana.

O zelo pela preservação de valores, princípios e costumes deixou de ser apenas uma
questão familiar e deu origem as nações, religiões, partidos, até que na plenitude dos tempos
Jesus instituir aquilo que se tornaria a mais nobre e perfeita estrutura social: Igreja de Cristo.

Estados, reinos e partidos políticos permanecem por algum tempo e criam seus legados
temporários, porém a Igreja de Cristo vêm até hoje cumprindo o seu papel de forma única,
sustentada pelo seu criador e composta por homens e mulheres que entendem que são
passageiros mas exercem ministérios de valor eterno, devido isso a seriedade em estabelecer
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uma metodologia correta de sucessão é um mandamento do Senhor Jesus e uma


responsabilidade dos líderes que assumem a liderança ministerial enquanto estão aptos a exercer
o governo delegado pelo próprio Deus sobre a sua Igreja.

A complexidade que há em compreender a natureza divina da Igreja pode conduzir uma


parcela, dos que dizem fazer parte dela, ao erro de permitir que em seus corações algo diferente
do que a Bíblia orienta a respeito da sucessão de seus ministérios, pois ao mesmo tempo que a
Igreja é espiritual e celestial ela também é representada por uma igreja local física, possui um
patrimônio, custeia suas atividades e remunera seus líderes com dinheiro corrente, todos esses
aspectos se relacionam e precisam ser considerados num momento de transição como a
sucessão ministerial de líderes de igrejas locais, denominações ou outras instituições
semelhantes.

PANORÂMA BÍBLICO E HISTÓRICO

Após a criação estabelecida e o primeiro casal devidamente orientado de suas


atribuições no paraíso, também advertido sobre sua restrição moral de não provar do fruto
proibido, tudo estava no seu devido lugar para que o propósito de Deus acontecesse de forma
plena, a multiplicação da espécie, o governo sobre toda a criação e um relacionamento profundo
e pessoal com o Criador.

No meio disso o pecado surgiu como o divisor do plano perfeito de Deus para o homem
e seus descendentes e foi necessário que o plano da redenção fosse aplicado de forma que a
história humana conhecida passasse a ser uma transição entre a realidade caída de um mundo
abalado pelo pecado até que novos céus e nova terra fossem reestabelecidos no epilogo da
história. Porém a natureza de continuidade da espécie permaneceu necessária de forma que
novos indivíduos contaminados pelo pecado necessitariam aprender a lidar com a criação e com
o Criador.

Como resultado trágico da queda temos o homicídio de Abel por seu irmão Caim, que
sentenciado por Deus deu origem a uma geração que se demonstrou perversa e não encontrou
uma forma digna de vida que pudesse agradar ao Criador, entretanto Adão e Eva tiveram novos
filhos e entre eles o texto sagrado destaca Sete e seu descendente Enos que a partir de então se
passou a “invocar o nome do Senhor”.

No início da humanidade os valores e propósitos eram transmitidos a partir da célula


familiar, Enos foi responsável por ser o descendente fiel de Adão que conduziria sua família a
um relacionamento intimo e verdadeiro com o Criador, da sua descendência surgiram grandes
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nomes que se opõem a cultura de violência e indiferença predominante nas demais linhagens
dos filhos de Adão, nomes como Enoque que andou com o Senhor , foi poupado da morte e
conduzido aos céus e Noé, que encontrou graça aos olhos de Deus e o único poupado, com sua
família, do juízo do dilúvio sobre toda a criação.

A riqueza de detalhes no registro das genealogias desde Adão, passando por Noé, seus
filhos, até os patriarcas do povo de Israel são evidências da responsabilidade assumida por estes
homens diante de seus descendentes, a necessidade da transmissão oral dos relatos históricos,
o compromisso moral em ser exemplo e principalmente exercer um ministério dentro dos
parâmetros revelados de Deus até então, sejam por suas aparições e alianças, também pelas
evidentes demonstrações na natureza, tal liderança nesse período tem muito a nos ensinar até
nos dias de hoje.

Ou seja, há claramente uma conexão bíblica entre o Adão histórico e a teologia associada com ele,
e a conexão é tal que a teologia depende dessa história e não existiria sem ela. Ou, dizendo-o em
outras palavras, essa história gera a teologia. (A importância teológica da historicidade de Adão,
Bruce Ware, 2021, Artigo Ministério Fiel)

No período conhecido como o tempo dos “patriarcas” o texto sagrado começa a


demonstrar uma transição de método de governo e sucessão de lideranças, Abraão gerou Isaque
e Isaque gerou Jacó, de Jacó em diante percebe-se que a responsabilidade em preservar a
história, valores e propósitos passam a ser exercidos de forma mais tribal do que propriamente
familiar, pois os descendentes dessa linhagem são reconhecidos como um só povo de Deus
dotado de identidade e suas subdivisões em forma de tribos.

Uma vez estabelecido como nação, agora Israel tem a responsabilidade de representar o
Criador as demais nações e sua liderança espiritual, social e política passa por diversos
momentos, desde o tempo de escravidão no Egito, até que um novo líder ser forjado na corte
real de Faraó, também no exílio do deserto para que então pudesse ser um libertador e dar novos
rumos aquilo que se tornaria o contexto religioso que o Messias viria a nascer.

Moisés, o grande líder da história de Israel exerceu seu chamado de forma intensa e fiel
a tudo que o Senhor seu Deus o propusera, não sendo perfeito foi advertido e disciplinado pelo
próprio Deus mas conseguiu preservar os valores necessários em seus sucessores que os
fizessem respeitar tudo o que até então o próprio Deus lhes tinha determinado.

A partir de Moisés o povo de Israel recebeu uma lei escrita da parte de Deus para
normatizar as relações interpessoais, o culto a Deus e preparar seus descendentes para os anos
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que viriam antes e depois de assumirem a terra prometida, em tudo que Moisés exercia pode-
se notar os primórdios de uma delegação de autoridade entre os representantes do povo e a
ascensão de um sucessor adequado para dar continuidade as missões estabelecidas por Deus.

A sucessão de Moisés para Josué talvez seja o melhor dos exemplos em toda a Bíblia
de como Deus preserva seus propósitos através das gerações de forma ordeira e bem sucedida
quando líderes e liderados são submissos e atentos aos seus princípios, de sorte que o povo de
Deus não parou em nada do que se havia proposto, mesmo essa transição sendo realizada em
um momento tão delicado de tomada de uma terra desconhecida.

Agora estabelecidos em um território a nação de Israel com suas tribos passa por
períodos de grande amadurecimento espiritual, moral e social, tendo o privilégio de ser dirigida
pelo próprio Deus Criador que se manifestava através de seus sacerdotes e profetas, que também
é uma forma de governo complexo, mas bem exercida gerou um tempo de maturidade ao povo
até que em seus ciclos de queda, arrependimento e redenção experimentou o período dos Juízes,
homens e mulheres que foram especialmente capacitados para liderar o povo por um período
de tempo específico com o objetivos de livrar o povo de algum inimigo ou avivar a fé dos que
eventualmente se encontravam distantes da lei do Senhor.

Vale a pena conhecer o sistema de sucessão dos sacerdotes, juízes e profetas pois eles
representam os grupos emblemáticos que foram fundamentais para os modelos seguintes de
sucessão que nos servem até os dias de hoje como referência para as propostas que pretendemos
indicar neste trabalho.

O sacerdote obedecia a um critério familiar que remetia aos dias de Arão, irmão de
Moises e uma atribuição dos descendentes dos membros da tribo de Levi na maior parte da
história até eventos políticos mudarem isso, cercada de muitos requisitos cerimoniais o Sumo
Sacerdote era um líder espiritual do povo e responsável pelos sacrifícios diante de Deus em
nome do povo, sua importância se destaca pois em Jesus temos o sumo sacerdote perfeito e
definitivo, daí a relevância da adequada sucessão durante os muitos momentos durante a história
de Israel.

Outro grupo de liderança dentro do povo de Israel foram os Juízes, as características


deste grupo são bem diferentes das demais pois sua sucessão não era sistemática, de acordo
com a necessidade Deus usava um Juiz para liderar o povo e pelejar contra seus inimigos, fruto
de arrependimento e concerto moral o juiz era capacitado, porém devido a instabilidade
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espiritual o povo tornava a pecar e ficava vulnerável aos ataques inimigos até que um novo juiz
fosse levantado por Deus para liderar o processo de arrependimento e de vitória.

Até que o ultimo juiz, Samuel, passa a exercer a liderança do povo como profeta, sendo
responsável por ser o arauto da vontade de Deus para o povo, ser o mentor e mestre da lei para
exercício da fé judaica, mais uma vez uma transição de estilo de liderança estava em curso
quando por requisição do povo Samuel unge Reis sobre Israel e passa a exercer apenas a
liderança espiritual, mas a politica e militar começa a ser exercida por essa nova figura do Rei,
que viria a ter uma forma de sucessão diferente das demais.

A história dos Reis de Israel é muito oportuna para reflexão de modelos sucessão,
principalmente os mal sucedidos, pois foi dentro desse modelo mais humano e politico que as
grandes mazelas do povo de Israel aconteceram, apesar de no seu inicio viver um apogeu
durante o reinado de Davi e Salomão, as desastrosas sucessões posteriores trouxeram divisão
do reino, decadência moral, econômica e política, o cativeiro babilônico e medo-persa, que de
alguma forma durou até o governo romano, onde a luz de esperança voltou a brilhar com o
nascimento de Jesus.

Finalmente em Jesus temos uma nova figura social e espiritual agindo em nome de Deus:
A Igreja. A Igreja de Cristo foi instituída pelo próprio Jesus e lançada ao mundo com autoridade
para anunciar o reino eterno de Deus em todas as nações, agora os princípios, propósitos e
valores precisam ser sustentados não somente de geração em geração, mas em todas as nações.
Podemos dividir esse período histórico, que vai dos apóstolos até os dias de hoje, em
pelo menos quatro momentos distintos: Apostólico, Patrístico, Católico Romano e reformado.
Em todos esses períodos existem as mais diversas controversas éticas, doutrinárias e até
politicas, entretanto sempre houveram os remanescentes fieis, que semelhantes a Enos,
invocaram o nome do Senhor e conseguiram liderar um povo para se manter firme nos caminhos
do Senhor.

No período apostólico tivemos o próprio Jesus, recrutando, discipulando e enviando


aqueles que seriam suas testemunhas por todas as nações. Diferente de todos os ritos existentes
na cultura judaica Jesus escolhe dentro o povo de Israel homens dos mais variados grupos da
sociedade, desde pescadores até cobradores de impostos para assumirem o legado que estava
sendo forjado, o autor Roland Barns diz sobre a qualidade dos membros desta igreja que juntos
passam a ser membros do corpo de cristo.
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Membresia no corpo de Cristo é o resultado da união com Cristo. Pelo batismo do Espírito Santo
(uma realidade interior, invisível e espiritual), crentes são unidos a Jesus e se tornam parte da sua
igreja universal, e pelo batismo com água (um sinal exterior, visível e físico) crentes e seus filhos
são enxertados na igreja visível, sob o cuidado dos presbíteros. (A membresia da igreja – Roland
Barns, 2022, artigo ministério Fiel).
Durante os, aproximadamente 3 anos, de ministério de Jesus os discípulos foram
orientados a dar continuidade a Igreja que agora tinha a missão de crescer e se espalhar por
todas nações. Destaca-se nesse período o Apóstolo Paulo como alguém que viveu este chamado
de forma muito intensa no ministério e deixou um grande legado aos seus liderados, registrados
nas cartas pastorais endereçadas a Tito e Timóteo, mas que nos servem até hoje como padrão
Bíblico do ministro aprovado por Deus para liderar a sua Igreja com verdadeiras marcas que
fazem um bom líder e seus sucessores.

HÁ MAIS UMA COISA NA QUAL PAULO e seus sucessores insistiriam: oração. Enquanto
sondamos com cuidado os últimos dias de Paulo, retornamos ao padrão de oração que ele havia
aprendido desde a infância e desenvolvido à luz da Jesus e do Espírito. (N. T. Wright – Paulo – uma
biografia. pg 376, Tomas Neslson)
Depois da primeira geração de crentes, liderada pelos apóstolo pode-se considerar que
a Igreja cristã começou a se organizar e crescer, ainda de forma não institucionalizada, porém
muito efetiva, gerando grandes líderes que até hoje são reconhecidos como relevantes no
primeiro século que possibilitaram a compreensão da patrística e da sistematização das
doutrinas cristãs.

O termo “patrístico” vem da palavra latina pater, “pai”, e tanto designa o período referente aos pais
da igreja quanto as ideias características que se desenvolveram ao longo desse período. (Alister E.
Macgrath, “Uma introdução à Teologia Cristã”, pag. 41, Sedd publicações)
A partir do terceiro século podemos identificar o início da institucionalização da Igreja,
dentro do decadente do Império Romano, gerando assim o ambiente propício para as
deturpações doutrinárias que acarretariam na necessária ruptura posterior, nesse período a igreja
foi denominada de Católica Romana e inclui em seu sistema de sucessão, artifícios e critérios
mundanos criando um clero corrompido e a cultura papal.

No século XVI, um novo avivamento da fé genuína culminou na conhecida reforma


protestantes que desencadeou várias revoluções, resgatando as referências morais, doutrinárias
e eclesiológicas das sagradas escrituras, apesar que durante todo o período da Igreja romana
haverem relatos de pré-reformadores que contribuíram com este momento, foi a partir daí que
podemos ver a igreja cristã se institucionalizar de forma a preservar os valores apostólicos,
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gerando assim novas denominações que também passaram a ajustar seus métodos de sucessão
até que podemos chegar nos modelos conhecidos hoje.

Panorama Atual

A Igreja contemporânea vive uma realidade desafiadora e empolgante, pois são muitas
oportunidades únicas que a geração presente desfruta para poder cumprir seu papel em
preservar para as futuras gerações os princípios, valores e propósitos de forma que a
integralidade do evangelho continue disponível a toda criatura.

Destaca-se a transformação na comunicação e acesso a internet, que revolucionou o


alcance do conteúdo cristão, tanto para discipulado quanto para formação de líderes, também a
revolução é na expectativa de vida, com os avanços na medicina a sociedade tem experimentado
uma longevidade incomum em outros períodos, tornando o tempo de liderança de pastores
muito maior, fazendo assim o padrão de sucessão das igrejas um processo mais escarço.

Entretanto a pandemia de covid-19 reascendeu essa preocupação pois muitos dos líderes
eclesiásticos encontram-se nos grupos de risco de uma doença mais agressiva com potencial de
óbito, tornando o assunto da sucessão por morte ser discutido nas assembleias e convenções de
liderança das denominações.

Dada a rápida crise do COVID-19, muitas igrejas descobrirão que direcionar as pessoas para as
reuniões on-line não é apenas uma opção viável, mas também uma necessidade. Em muitos locais
do mundo, o impedimento, imposto pelo governo, às grandes reuniões, estão forçando uma mudança
dos costumes. (jay kym, artigo ministério fiel 2020)
Além da prosperidade de algumas regiões que também reflete no porte das igrejas,
certamente existem muitas regiões e pastores que sofrem com a miséria e escarces, entretanto
temos muitos exemplos de grandes igrejas, tanto na estrutura quanto na abundancia de recursos,
que também estão exercendo seu papel na pregação do evangelho, entretanto dependendo da
quantidade de recursos disponíveis a forma e o zelo na sucessão devem ser motivo de atenção.

Aplicação do modelo de sucessão ministerial

Conhecendo o panorama histórico e bíblico e a importância que a sucessão ministerial


tem para o Reino de Deus na realidade de nossas igrejas atuais, este trabalho propõe um
parâmetro a ser considerado aos seus leitores que eventualmente estejam envolvidos em
episódios de sucessão ministerial, visando que esse processo seja vivido da melhor forma
possível.

• Consciência dos Membros


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A sucessão ministerial está longe de ser um evento pontual e insignificante a terceiros,


como que a decisão de poucas pessoas em uma reunião administrativa seja suficiente para
dirimir todos os possíveis conflitos que os membros da igreja possam enfrentar durante a
transferência de liderança.

A primeira ação de uma sucessão bem aplicada está na grandeza ministerial do líder
atual em preparar o corpo de membros da igreja local com a ideia de um dia ter um novo pastor,
independente das preferências pessoais, os membros precisam ter um coração preparado para
estar ao lado de novas ideias quando o pastor atual não estiver mais presente.

O problema é que poucos cristãos realmente entendem como o poder e a autoridade devem ser
exercidos através do ministério da igreja. Entendido biblicamente, o poder da igreja é “ministerial e
declarativo”, uma expressão que ressalta a natureza não-legislativa da igreja. Em outras palavras, os
oficiais da igreja não fazem leis, estatutos e promessas; eles declaram e fazem cumprir as leis,
estatutos e promessas da palavra de Deus que foi inspirada e possui autoridade. Entender isso é
fundamental para a saúde da igreja.
A mudança de pastor afeta os membros em todas as áreas, de forma positiva e negativa,
é imprudente imaginar que poderá agradar a todos em uma igreja ou denominação, mas o bom
senso do ministério deve prever que as possíveis mudanças levem em conta o tempo, esforço e
amor que os membros desempenham suas atividades dentro do corpo da igreja, sendo
importante que apesar da mudança de liderança as atividades e propósitos sejam mantidos na
medida do possível.

• Amparo Legal

Devido ao grande número de denominações e novas instituições religiosas que


representam a igreja serem associações previstas em leis, deve-se considerar as implicações
legais de cada estatuto, pois em eventuais sucessões por morte, por queda moral ou por
aposentadoria do ministro, caso não sejam respeitados os critérios pré-estabelecidos a sucessão
pode ter que ser decidida com intervenção judicial.

A intervenção judicial dentro de uma igreja evangélica é motivo de exortação desde a


carta aos coríntios, que procuravam o judiciário secular para resolver assuntos entre cristãos,
causando grande escândalo entre os gentios, o mesmo acontece hoje quando uma instituição
que se diz religioso não consegue prever em seus estatutos saídas justas e viváveis para que a
obra do Senhor não sofra solução de continuidade.

Em tempo oportuno e hábil, é prudente que a diretoria e liderança da igreja se debrucem


com alguma periodicidade do tema de forma que os requisitos legais estipulados estejam de
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acordo com a cultura e capacidade de igreja assimilar com naturalidade e segurança a sucessão
caso ocorra.

• Referências de Sucessão

Desde a união do clero católico com o império romano no início da história da igreja
como instituição que os modelos de administração das igrejas se baseiam nas estruturas do
estado para estabelecer alguns procedimentos burocráticos.

Existem igrejas que por cultura a sucessão é familiar, semelhantes aos antigos impérios,
igrejas que definem suas decisões por assembleias com direito a voto, como nas democracias
ou até mesmo um pleito qualificado com apenas os membros de uma diretoria ou presbíteros.

Todas as formas de sucessão podem ser acertadas se as bases bíblicas e pré-requisitos


essenciais de boa índole, ser um bom mestre, integro, e cuidar bem da família sejam atendidas
pelo candidato a assumir a posição vaga.

É importante conhecer a história da Igreja de sorte que os compromissos


administrativos, missionários e pastorais sejam preservados e que toda novidade que se
proponha seja implementado respeitando a consciência dos irmãos e o tempo adequado de
implementação de cada novo projeto.

CONCLUSÃO

Cada vez mais as obras de cada cristão será provada pelo tempo e na eternidade nossos
corações serão julgados pelo Senhor, todos prestaram contas, tudo que é feito nesta vida em
nome do Senhor Jesus não será em vão, as estruturas humanas passaram mas as palavras do
nosso Deus não passaram mas permanecem para sempre, a porta aberta do inferno não
prevaleceram contra a Igreja do Senhor.

A fome por poder, dinheiro e reconhecimento secular não deveriam faze parte no cenário
cristão, mas pelos recorrentes avisos nas escrituras tais pensamentos pecaminosos devem ser
combatidos constantemente de nossos meios.

A dependência e obediência devem ser o norte para a decisões de nossos pastores


levanto a igreja a igualmente confiar nos desígnios de Jesus para a manutenção de sua obra,
garantindo assim que os valores e propósitos eternos e princípios fundamentais estejam
preservados em nós e através de nós para as próximas gerações e para todas as nações.
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