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IVY ENBER CHRISTIAN UNIVERSITY

MESTRADO EM TEOLOGIA

OS EFEITOS DA AÇÃO HUMANA SOBRE A SÃ DOUTRINA DE CRISTO

RAFAEL AMOREIRA DA PAIXÃO

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BRAGA - PORTUGAL
2022

RAFAEL AMOREIRA DA PAIXÃO

OS EFEITOS DA AÇÃO HUMANA SOBRE A SÃ DOUTRINA DE CRISTO

Projeto de Pesquisa apresentado como


requisito parcial para obtenção da nota
na disciplina Metodologia Científica,
pelo Programa de Mestrado
Internacional em Teologia da Ivy Enber
Christian University.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................4
2. OBJETIVOS................................................................................................................9
3. JUSTIFICATIVA .....................................................................................................10
4. REFERÊNCIAL TEÓRICO...................................................................................15
5. METODOLOGIA......................................................................................................21
6. CRONOGRAMA.......................................................................................................22
REFERÊNCIAS.............................................................................................................22

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1. INTRODUÇÃO

Segundo a Bíblia Sagrada relata em Lucas 1:32, Jesus, o filho do Altíssimo, o

verbo encarnado, é prometido a Maria, a fim de cumprir a profecia de Isaias 7:14. Sua

tarefa de cumprir a Lei e com isso reatar a relação entre a humanidade e Deus é

cumprida em plenitude, livrando a todo crente, através da fé nEle, da sentença

determinada por Deus (‫ )יהוה‬ao que pecar. Até os dias de hoje, Seu sublime amor e

senso de justiça serve de exemplo moral, social e relacional.

Sua trajetória nas escrituras, se inicia no grandioso gesto de abandonar a sua

natureza divina encarnando como homem nascido de virgem, onde enfrentou o mal,

aflições, provas e tentações que se apresentaram a Ele e a toda a humanidade, desde a

criação.

Abdicando de seu poder divino e respeitando as limitações que a natureza

humana lhe impunha, seja a matéria, os meios, as limitações do tempo, dos recursos

físicos e materiais, venceu sem deslize, tropeço ou subterfúgios o pecado, que até hoje,

segundo a fé cristã, é uma tarefa impossível para humanidade.

Em continuidade ao atendimento do propósito salvífico de Deus, Jesus se

impõem como líder, obedecendo as leis, recrutando voluntários, dando testemunho,

ensinando por meio de ações, gestos e palavras simples, que refletiam o amor de ‫יהוה‬

(Hei Waw Hei Yud) à humanidade, democratizando assim o acesso ao Deus único, que

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até então, segundo a doutrina dominante a época se restringia ao povo de Israel.

Além de abdicar de sua própria vida para que se cumpra de forma definitiva e

eterna a lei e suas sentenças, se manteve fiel ao propósito de dar testemunho ao mundo

de que Deus é compreensão, amor, justiça e por fim juízo.

A doutrina proposta a Igreja de Cristo é simples, ampla em seus alcances e

resultados, já se provou eficiente, certeira e cumpridora de seu propósito. Porém é

inegável de que a fundação de uma igreja como organização, criada e gerida pelo

homem, venha sofrer influencia desse pecado no tocante a manutenção da doutrina

original proposta pelo seu Criador, proporcionando a contaminação do propósito divino,

do que é santo e sagrado pelo interesse humano em ter poder e controle sobre tudo. O

fato é que isso aconteceu, as organizações distorceram, convencionaram dogmas,

sacramentos, práticas que contradizem a doutrina original e desvirtuando seus

propósitos através de interpretações, traduções, registros e ações, descontextualizam o

texto e contexto original, criando narrativas para apoio aos seus objetivos.

Estas organizações contaminam a aplicação e o propósito original do texto

inspirado, que a grosso modo, fazia parte da cultura judaica transmitida de geração a

geração pela tradição oral, tornando-o sujeito ao desprezo, menosprezo, crítica e dúvida.

Para que possamos compreender todo o plano de Hei Waw Hei Yud se faz

necessário acreditar que os Escritos Sagrados são fruto de uma única fonte, o Deus

Único, que embora redigido ao longo de 1500 anos por meio de quase 40 autores

humanos, devidamente inspirados, foi dado com objetivos claro de orientar ao povo em

como reatar a relação com o Criador, que por sua natureza não convive com o mal em

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Seu meio.

Seu relato inicia-se em Gênese 1:1, escrito por volta de 1405 a.C (MacArthur, p.

55) e se estende até Apocalipse 21:22, em 95 dC

(MacArthur, p. 892), onde Deus se revelou e os seus propósitos progressivamente.

Agora, como saber o que deveria fazer ou não parte do cânone das escrituras?

Segundo o Manual Bíblico MacArthur (pg 26), três princípios amplamente

reconhecidos foram utilizados para validar os escritos bíblicos e validar sua inspiração

pelos concílios e ou sínodos: Primeiro, precisava ser escrito por um profeta ou apóstolo.

Segundo, seu conteúdo não poderia discordar ou contradizer outro escrito. Terceiro,

deveria obter consenso entre os clérigos sobre sua inspiração.

Quanto ao Antigo Testamento, até os dias de Cristo, todo o AT havia


sido escrito e aceito pela comunidade judaica. O último livro, Malaquias,
havia sido concluído em torno de 430 a.C. Não apenas o cânone do AT dos
dias de Cristo está de acordo com o AT que desde então tem sido utilizado
ao longo dos séculos, como também ele não contém os livros apócrifos
espúrios e não inspirados. Os livros apócrifos são catorze escritos
fraudulentos que foram anexados ao AT após Malaquias, em torno de 200-
150 a.C., na tradução grega do AT hebraico chamada Septuaginta, e que
aparecem até os dias de hoje em algumas traduções da Bíblia. No entanto,
nenhuma passagem dos livros apócrifos foi citada pelos autores do NT e
Jesus jamais afirmou qualquer coisa a respeito deles ao reconhecer o
cânone do AT de seu tempo (cf. Lc 24:27,44). Até os dias de Cristo, o cânone
do AT havia sido dividido em duas listas de 22 ou 24 livros, cada uma delas
contendo o mesmo material dos 39 livros de nossas versões modernas. No
cânone com 22 livros, Jeremias e Lamentações eram considerados um único
livro, assim como Juízes e Rute. (Veja na página seguinte como os 24 livros
eram divididos.) Os mesmos três testes principais de canonicidade aplicados
ao AT foram também aplicados ao NT. No caso de Marcos e Lucas/Atos,
considera-se que os autores foram, na verdade, escrivães de Pedro e Paulo,
respectivamente. Tiago e Judas foram escritos pelos meios-irmãos de Cristo.
Embora Hebreus seja o único livro do NT cuja autoria é desconhecida, seu
conteúdo está tão alinhado com o AT e o NT que a igreja primitiva concluiu
que deve ter sido escrito por um associado apostólico. Os 27 livros do NT
foram universalmente aceitos por volta de 350-400 d.C. como inspirados por
Deus. (MacArthur, pg.25)

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Como o apresentado, apesar da fé no mesmo Deus, a interferência humana é

notória e determinante na composição do cânon bíblico.

Mas como ter certeza que a Palavra de Deus escrita e falada, inspirada aos

profetas e reconhecida pela igreja apostólica primitiva chegou a atualidade em sua

integra? Como ter convicção de sua mensagem original mesmo sabendo que seu

conteúdo tem sofrido investidas desde o inicio dos tempos? O próprio conteúdo bíblico

aponta em diversos trechos as tentativas das forças de oposição ao reinado de Deus em

desacreditar o conteúdo inspirado. Vide, Genesis 3: 3-4, Jeremias 36: 23-26 e Mateus 4:

6-7. Aqui está a resposta para este questionamento, o profeta Isaías, no capítulo 40,

versículo 8 revela: “A relva murcha, e as flores caem, mas a palavra do nosso Deus

permanece para sempre”, fato este confirmado pelo apostolo Pedro em sua primeira

carta no capitulo 1, versículo 25.

Diante da escassez de material sistêmico em língua portuguesa sobre o problema

apresentado acima, que permita de forma isenta, entender a origem, o contexto e o

propósito das doutrinas e dogmas criados pelas principais correntes cristãs e os efeitos e

impactos causado a seus fieis ao longo dos mais de 2000 anos de cristianismo. Se faz

necessário, como objetivo geral, delimitar, esquematizar e registrar de forma clara,

através da análise dos textos originais das escrituras, estudos de registros históricos que

apontem a realidade à época, o contexto social e cultural dos atores e personagens

presentes nos textos pátrios. E com isso ter a ideia da mensagem original e traduzi-la

para a realidade atual, buscando oferecer literatura que permita aos crentes

entendimento e posterior cumprimento fiel dos desígnios de Deus, revelados a nós pelas

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escrituras sagradas. E quais seriam estes desígnios? Restaurar a Sua relação com a

humanidade, através da fé e obediência a Sua palavra, pois esta relação deve ser

caracterizada pela confiança, obediência, intimidade, amor, generosidade e justiça.

Importante frisar que fica claro nos textos gregos e hebraicos o interesse de Deus

em dar liberdade plena a humanidade, sendo que isso só é possível dando a ela a

possibilidade de traçar e trilhar a sua própria trajetória. Muitos acreditam que o

conteúdo transmitido por Ele ao homem, acaba por seciar a Liberdade, pois estabelece

regras e consequências, a quem nem sempre as consegue cumprir . Muito dessa ideia é

oriunda da falta de conhecimento a respeito do conteúdo puro proposto e inspirado por

Deus. A ideia do Senhor é de organizar a criação, para com isso evitar dor, sofrimento,

desperdício de energia e recursos ofertados por Ele a nós.

Convém elencar certas diferenças que são tema de constantes debates no meio

acadêmico, conceitos como o de “Escritura” e de “cânone” precisam de uma atenção

especial, já que ambos implicam Escrituras sagradas autorizadas, mas não retratam a

mesma coisa. Apesar do “cânone bíblico” assemelhar-se a uma Escritura sagrada, na

medida em que estabelece normas de conduta para comunidades religiosas, as pessoas

se confundem. A Escritura, tem relação com a condição divina de um livro escrito,

enquanto um cânone de Escrituras é uma coleção fixa de escritos sagrados que define a

fé e a identidade de determinadas comunidades religiosas. Nesse sentido, Lee Martin

McDonald, em seu livro, a Origem da Bíblia, trás a seguinte afirmação:

enquanto toda Escritura tem certa autoridade divina, um cânone


bíblico é uma coleção fixa de Escrituras de inspiração divina que

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constitui a autoridade definidora plena para um corpo religioso. O termo
grego kanon deriva originariamente de um empréstimo semítico (kaneh),
que denota uma “vara de medir” ou “cana de medição”. Os gregos
usavam a palavra para se referir a um padrão ou norma pela qual todas
as coisas eram julgadas ou avaliadas, seja a forma perfeita a seguir na
arquitetura ou o critério pelo qual a coisas devem ser apreciadas.
(McDonald, p. 20)

Os textos bíblicos retratam uma Divindade acessível, real, paciente e tomada por

um enorme desejo de estar em constante afinidade e intimidade conosco. Mas será que

esta mensagem tem sido bem entendida e bem transmitida ao longo da história ? Este

questionamento é que gerou motivação para o estudo proposto.

2. OBJETIVOS

O estudo tem como objetivo específico analisar registros históricos, descobertas

arqueológicas, traduções, literatura cientifica específica de estudiosos consagrados no

mundo académico, buscando uma visão clara da divindade de Cristo, suas

características, princípios, aparições, identidade, nomes e caráter que os escritos

sagrados, em seus diferentes cânons, revelam, apontando Suas expectativas com a

humanidade.

Este conteúdo buscará evidências que a crença em Deus não é tão irracional ou

ingênua como alguns ateus ou agnósticos pregam e colaboraria não só para a aplicação

social mas também para o fortalecimento e aprimoramento da fé dos mais de 31,5% da

população mundial, que é cristã.

Com isso teremos a base necessária para atingir o objetivo geral da pesquisa, que

é apontar os efeitos sociais, culturais e morais, seus impactos e abrangência sobre a

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doutrina proposta por Jesus, antes e depois do fechamento do cânon bíblico em suas

versões, dentro dos períodos históricos, suas regiões de origem e na atualidade.

As causas e consequências que tais efeitos provocaram e provocam ao corpo de

Cristo, que segundo os textos de 1 corintios 12:27 e romanos 12: 4-5, traduzido do

grego e interpretado dentro do contexto original, são os que creem que o Messiah de

Deus, que é o próprio Deus, encarnado no papel de filho na figura de Jesus, que cumpre

rigorosamente as Lei, entregue a Moisés, cujo objetivo era e é de orientar e ordenar a

conduta do povo de Israel, que estava mergulhado no pecado e perdido em suas crenças,

costumes e práticas idólatras.

O sacrifício de Cristo veio como solução dada pelo Pai, proporcionando aos que

O reconhecem como Deus e único caminho de acesso ao Criador, a redenção e expiação

de suas iniquidades e transgressões.

Hoje as diversas doutrinas eclesiásticas criadas pelo homem que desvirtuam o

caráter original do projeto divino e acabam por retirar a virtude e manchar

completamente a ideia prática, filosófica, moral, social, econômica e espiritual do relato

dos apóstolos sobre o caminhar de Jesus e o Seu caráter divino.

Complementado o objetivo geral se faz necessário deixar claro em registro

sistemático e expositivo as ideias e propósitos das leis e parábolas enviadas por Deus,

apontando de forma objetiva o contexto, seu significado, Seus objetivos e Sua

mensagem.

Além dos objetivos apontados anteriormente será realizada também análise do

Antigo e do Novo Testamento, consulta à literatura teológica e filosófica, a fim de

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constituir um arcabouço teórico que permita de forma isenta, sistêmica e objetiva

indicar os efeitos da bíblia sobre a igreja de Cristo, sua sã doutrina e impactos na

sociedade moderna.

3. JUSTIFICATIVA

Deus deixa claro que desejava orientar a conduta do Seu povo a fim de evitar

sofrimento e reatar sua relação com a humanidade. O relato bíblico apresenta uma série

de comportamentos humanos reprováveis segundo os olhos de Deus. A desobediência

de Adão e Eva, o egoísmo de Caim, a corrupção e maldade da humanidade pré

diluviana, e o ego pós diluviano achando que alcançariam a Deus construindo uma

torre, a praticas e costumes pagãos do povo Hebreu no Egito, tomado pela imoralidade,

desobediência, idolatria e incredulidade.

Deus não deixa de cumprir seus acordos, a promessa que fez a Abrão precisava e

foi cumprida. Para que o povo se consertasse Ele envia as tábuas da lei ao povo

escolhido que acabara de ser libertado do cativeiro egípcio e carregava parte da cultura

politeísta daquele povo. Segundo o relato bíblico, Deus fez questão de registrar em

pedra os pontos importantes para nortear a vida dos Israelitas. Esse desejo de ser como a

divindade, autossuficiente, desde a criação acaba por aflorar uma fragilidade imensa em

nós. Esta fragilidade é tão notória que os escritos enviados por Deus claramente tem

como objetivo corrigir e orientar as práticas daqueles que acreditam Nele.

O Livro de Apocalipse apresenta em seus capítulos 2 e 3 um alerta do Primogênito

de Deus a sua igreja, aonde os exorta ao arrependimento e correção de suas práticas

enquanto é tempo. Será que tais advertências se referiam somente aos fieis daquelas

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cidades e daquela época? Será que nos dias de hoje tais práticas ainda existem? Se

existem, como identifica-las se já fazem parte da rotina da sociedade moderna? Quais

são elas? Se aplicam a realidade bíblica de hoje? Houve mudança de entendimento ou

flexibilização de praticas por parte de Deus? A falta de consciência real pode estar

sendo uma grande causa para apostasia que a Igreja de Cristo vive na atualidade.

Como se arrepender se a consciência do erro não se materializa em suas mentes.

Grande parte das pessoas mergulham de olhos vendados em “verdades organizacionais”

e as tem como absolutas. Porque isso ocorre? O psiquiatra Suíço Carl Jung em seu

livro, Os arquétipos do inconsciente coletivo apresenta um conceito ligado diretamente

a natureza humana que pode servir como resposta a estas questões apresentadas.

Uma camada mais ou menos superficial do inconsciente é


indubitavelmente pessoal. Nós a denominamos inconsciente pessoal. Este,
porém, repousa sobre uma camada mais profunda, que já não tem sua
origem em experiências ou aquisições pessoais, sendo inata. Esta camada
mais profunda é o que chamamos inconsciente coletivo. Eu optei pelo termo
“coletivo” pelo fato de o inconsciente não ser de natureza individual, mas
universal; isto é, contrariamente à psique pessoal ele possui conteúdos e
modos de comportamento, os quais são cum grano salis os mesmos em toda
parte e em todos os indivíduos. Em outras palavras, são idênticos em todos
os seres humanos, constituindo, portanto, um substrato psíquico comum de
natureza psíquica suprapessoal que existe em cada indivíduo. [4] Uma
existência psíquica só pode ser reconhecida pela presença de conteúdos
capazes de serem conscientizados. Só podemos falar, portanto, de um
inconsciente na medida em que comprovarmos os seus conteúdos. Os
conteúdos do inconsciente pessoal são principalmente os complexos de
tonalidade emocional, que constituem a intimidade pessoal da vida anímica.
Os conteúdos do inconsciente coletivo, por outro lado, são chamados
arquétipos. [5] O termo archetypus já se encontra em Filo Judeu[2] como
referência à imago dei no homem. Em Irineu[3] também, onde se lê: “Mundi
fabricator non a semetipso fecit haec, sed de alienis archetypis transtulit” (O
criador do mundo não fez essas coisas diretamente a partir de si mesmo, mas
copiou-as de outros arquétipos). No Corpus Hermeticum[4], Deus é
denominado τὸ ἀρχέτυπον φῶς (a luz arquetípica). Em Dionísio Areopagita
encontramos esse termo diversas vezes como “De coelesti hierarchia”[5] αἰ
ἀύλαι ἀρχετυπίαι (os arquétipos imateriais), bem como “De divinis
nominibus[6]”. O termo arquétipo não é usado por Agostinho, mas sua ideia
no entanto está presente; por exemplo em “De diversis quaestionibus”,
“ideae [...] quae ipsae formatae non sunt... quae in divina intelligentia

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continentur[7]” (ideias... que não são formadas, mas estão contidas na
inteligência divina). Archetypus é uma perífrase explicativa do εῖδος
platônico. Para aquilo que nos ocupa, a denominação é precisa e de grande
ajuda, pois nos diz que, no concernente aos conteúdos do inconsciente
coletivo, estamos tratando de tipos arcaicos – ou melhor – primordiais, isto
é, de imagens universais que existiram desde os tempos mais remotos. O
termo représentations collectives, usado por Lévy-Bruhl para designar as
figuras simbólicas da cosmovisão primitiva, poderia também ser aplicado
aos conteúdos inconscientes, uma vez que ambos têm praticamente o mesmo
significado. Os ensinamentos tribais primitivos tratam de arquétipos de um
modo peculiar. Na realidade, eles não são mais conteúdos do inconsciente,
pois já se transformaram em fórmulas conscientes, transmitidas segundo a
tradição, geralmente sob forma de ensinamentos esotéricos. Estes são uma
expressão típica para a transmissão de conteúdos coletivos, originariamente
provindos do inconsciente. [6] Outra forma bem conhecida de expressão dos
arquétipos é encontrada no mito e no conto de fada. Aqui também, no
entanto, se trata de formas cunhadas de um modo específico e transmitidas
através de longos períodos de tempo. O conceito de archetypus só se aplica
indiretamente às représentations collectives, na medida em que designar
apenas aqueles conteúdos psíquicos que ainda não foram submetidos a
qualquer elaboração consciente. Neste sentido, representam, portanto, um
dado anímico imediato. Como tal, o arquétipo difere sensivelmente da
fórmula historicamente elaborada. Especialmente em níveis mais altos dos
ensinamentos secretos, os arquétipos aparecem sob uma forma que revela
seguramente a influência da elaboração consciente, a qual julga e avalia.
Sua manifestação imediata, como a encontramos em sonhos e visões, é muito
mais individual, incompreensível e ingênua do que nos mitos, por exemplo.
O arquétipo representa essencialmente um conteúdo inconsciente, o qual se
modifica através de sua conscientização e percepção, assumindo matizes que
variam de acordo com a consciência individual na qual se manifesta[8]. [7]
O significado do termo archetypus fica sem dúvida mais claro quando se
relaciona com o mito, o ensinamento esotérico e o conto de fada. O assunto
se complica, porém, se tentarmos fundamentá-lo psicologicamente. Até hoje
os estudiosos da mitologia contentavam-se em recorrer a ideias solares,
lunares, meteorológicas, vegetais etc. O fato de que os mitos são antes de
mais nada manifestações da essência da alma, foi negado de modo absoluto
até nossos dias. O homem primitivo não se interessa pelas explicações
objetivas do óbvio, mas, por outro lado, tem uma necessidade imperativa, ou
melhor, a sua alma inconsciente é impelida irresistivelmente a assimilar toda
experiência externa sensorial a acontecimentos anímicos. Para o primitivo
não basta ver o Sol nascer e declinar; esta observação exterior deve
corresponder – para ele – a um acontecimento anímico, isto é, o Sol deve
representar em sua trajetória o destino de um deus ou herói que, no fundo,
habita unicamente a alma do homem. Todos os acontecimentos
mitologizados da natureza, tais como o verão e o inverno, as fases da lua, as
estações chuvosas etc., não são de modo algum alegorias[9] destas
experiências objetivas, mas sim, expressões simbólicas do drama interno e
inconsciente da alma, que a consciência humana consegue apreender
através de projeção – isto é, espelhadas nos fenômenos da natureza. A
projeção é tão radical que foram necessários vários milênios de civilização
para desligá-la de algum modo de seu objeto exterior. No caso da
astrologia, por exemplo, chegou-se a considerar esta antiquíssima scientia
intuitiva como absolutamente herética, por não conseguir separar das
estrelas a caracterologia psicológica. Mesmo hoje, quem acredita ainda na

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astrologia, sucumbe quase invariavelmente à antiga superstição da
influência dos astros. E todo aquele que é capaz de calcular um horóscopo
deveria saber que desde os dias de Hiparco de Alexandria o ponto vernal é
fixado em 0° de Áries e assim todo horóscopo se baseia num zodíaco
arbitrário, porque desde essa época o ponto vernal avançou gradativamente
para os graus iniciais de Peixes devido à precessão dos equinócios. (JUNG,
pp.12-16)

Em síntese, vemos que a citada herança do pecado original é apontada pela própria

psicanalise moderna. Buscaremos mostrar que é possível concluir que existe uma

inclinação humana, herdada, a querer traçar o próprio mapa de acesso a Deus, baseado

sempre no seu próprio eu, em seus instintos, em suas experiências, em suas expectativas

e ou sua visão, por mais que ela se mostre absurda e controvertida ao carater do Deus

que se apresenta a nós nas Sagradas Escrituras.

É correto ignorar verdades e insistir em práticas próprias, por mais que se mostrem

equivocadas? Isso é realmente o mais racional? Acreditar que somos capazes de traçar

um caminho melhor para nós em um mundo que já foi entregue pronto? Será que o

acaso (big bang) é capaz de produzir resultados tão complexos como criar vida

inteligente e que esta vida inteligente, criada do acaso, seria incapaz de, do nada, criar

vida ou qualquer outra coisa?

Para muitos é mais racional acreditar que uma explosão de nada no vazio, ao invés

de destruição, provocaria criação de coisas extremamente complexas. Sendo que, para o

mesmo grupo, irracional é pensar em um criador incriado e inteligente, capaz de

arquitetar e depois criar toda a complexidade do universo de si próprio. Sob a ótica da

razão, se pararmos para pensar, em ambos os casos baseamos o “pensamento racional”

em hipóteses e não na observação ou experimentação.

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A produção de conhecimento cientifico é feito através da observação, hipóteses,

registro e proposição. É ignorância descartar a fé como um elemento essencial para a

produção de conhecimento cientifico, principalmente Teológico.

O que seria de nós se homens como Isac Newton, Einsten, Galileu e Freud não

acreditassem serem capazes de produzir e provar as ideias nas quais acreditavam. Pois

para produzirmos ciência se faz necessário acreditar na existência de um problema, de

um fato ou de uma hipótese. Segundo Stephen Hawking “Qualquer teoria física é

sempre provisória, no sentido de não passar de uma hipótese: nunca consegue provar-se.

Por muitas vezes que os resultados da experiência estejam de acordo com alguma teoria,

nunca pode ter-se a certeza de que na vez seguinte o resultado não a contrarie. Por outro

lado, pode refutar-se uma teoria descobrindo uma única observação em desacordo com

as predições da teoria." (HAWKING, p. 20)

Diante disso, identificar aonde e quais os efeitos que a bíblia sagrada produziu na

igreja de cristo nos séculos 20 e 21 me parece de grande relevância para toda a

sociedade. É necessário identificar erros e contradições entre suas práticas, doutrinas e

costumes. Permitindo assim compreensão sobre a verdadeira proposta de redenção de

Deus e posterior conversão em seus rumos se for o caso.

Olhando os efeitos que a bíblia tem causado ao longo da historia poderemos avaliar

melhor se há erro nos escritos, na leitura ou na interpretação e uso daqueles que

mergulham em seu conteúdo e creem.

4. REFERENCIAL TEÓRICO

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Utilizaremos 3 eixos do conhecimento humano para guiar a pesquisa, por se

tratar de uma pesquisa qualitativa, acreditamos que este método ajudará a organizar

melhor a proposta geral apresentada, ajudando a cumprir os objetivos deste projeto. São

eles a historicidade, a psicanalise, e as organizações religiosas. A seguir apresentaremos

detalhes sobre os eixos de referência de nossa pesquisa.

4.1. A historicidade

Será utilizada para apontar de forma clara as mudanças, a cronologia, a

“evolução da doutrina”, as alterações na proposta e em seus propósitos e as

contribuições das organizações religiosas cristãs ao longo dos séculos. Percebo que

grande parte da Sociedade parece sofrer de amnésia histórica. Fatos são fatos, ideias são

ideias. Fatos produzem conclusões, ideias produzem expectativas. Desde de muito

jovem meus pais insistiam na frase: “olhe para o passado para que não venha a cometer

os mesmos erros”. Porque ignorar uma contribuição tão grande como a do registro

histórico? O próprio Deus demonstrou seu interesse em apontar a importância do tempo

a seu povo. Ao anunciar Páscoa ao povo de Israel, Ele diz:

” Naquele mesmo dia, contarás a teu filho, dizendo: É isto pelo que o
SENHOR me fez, quando saí do Egito. E será como sinal na tua mão e por
memorial entre teus olhos; para que a lei do SENHOR esteja na tua boca;
pois com mão forte o SENHOR te tirou do Egito. Portanto, guardarás esta
ordenança no determinado tempo, de ano em ano.
Quando o SENHOR te houver introduzido na terra dos cananeus, como te
jurou a ti e a teus pais, quando ta houver dado, apartarás para o SENHOR
todo que abrir a madre e todo primogênito dos animais que tiveres; os
machos serão do SENHOR. Porém todo primogênito da jumenta resgatarás
com cordeiro; se o não resgatares, será desnucado; mas todo primogênito
do homem entre teus filhos resgatarás. Quando teu filho amanhã te
perguntar: Que é isso? Responder-lhe-ás: O SENHOR com mão forte nos
tirou da casa da servidão. Pois sucedeu que, endurecendo-se Faraó para
não nos deixar sair, o SENHOR matou todos os primogênitos na terra do

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Egito, desde o primogênito do homem até ao primogênito dos animais; por
isso, eu sacrifico ao SENHOR todos os machos que abrem a madre; porém a
todo primogênito de meus filhos eu resgato. E isto será como sinal na tua
mão e por frontais entre os teus olhos; porque o SENHOR com mão forte nos
tirou do Egito.”

Conhecer a história do cristianismo nos permite separar a moda, da sã doutrina,

em outras palavras, o que é efêmero do que é eterno e também o que é sagrado do que é

profano. No livro a história do cristianismo de o autor Bruce Shelley, de forma

magistral reforça esta ideia da necessidade de análise da historicidade “Todos nós

sabemos que a palavra é feita de cera, isto é, podemos torcê-la de modo a se encaixar

em nossos próprios gostos.”(SHELLEY, p. 15). Com base nesta afirmação fica claro a

necessidade do fato histórico, documentado através de achados arqueológicos ou

documentos narrativos, para endossar interpretações e doutrinas propostas pelo homem.

Não existe consenso entre os academicos se a igreja hoje é ou deve ser um

movimento ou uma organização. A resposta para esse problema esta na observação e

análise das obras produzidas pelo Corpo de Cristo ao longo do tempo. Por tais motivos

defendemos a ideia de usar a historicidade como ferramenta hermenêutica no

desenvolvimento de literatura teológica assim como na análise dos efeitos que os

escritos sagrados e cânons provocaram a sociedade ao longo de sua jornada até os dias

atuais. Utiliza

4.2. A Psicanalise

É inegável a necessidade de entendermos que, sob o ponto de vista da ciência, a

mente humana lute de forma inconsciente ou consciente atender suas necessidades,

buscando e construindo elementos que venham a justificar suas ações. Sabemos que a

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composição humana é dotada de uma parte material e outra imaterial. A segunda é que

acaba por motivar a primeira. Freud, o pai da psicanalise, defende essa ideia em seu

livro o Ego e o id, de 1923.

“Ora, todo o nosso conhecimento está invariavelmente ligado à


consciência. Só podemos vir a conhecer, mesmo o Ics., tornando-o
consciente. Detenhamo-nos, porém: como é isso possível? O que queremos
dizer quando dizemos ‘tornar algo consciente’? Como é que isso pode
ocorrer? Já conhecemos o ponto do qual temos de partr, com relação a isso.
Dissemos que a consciência é a superfície do aparelho mental, ou seja,
determinamo-la como função de um sistema que, espacialmente, é o primeiro
a ser atingido a partir do mundo externo, e espacialmente não apenas no
sentido funcional, mas também, nessa ocasião, no sentido de dissecção
anatômica.1 Também nossas investigações devem tomar essa superfície
perceptiva como ponto de partida. Todas as percepções que são recebidas de
fora (percepções sensórias) e de dentro — o que chamamos de sensações e
sentimentos — são Cs. desde o início. Mas e aqueles processos internos que
podemos — grosseira e inexatamente — resumir sob o nome de processos de
pensamento? Eles representam deslocamentos de energia mental que são
efetuados em algum lugar no interior do aparelho, à medida que essa
energia progride em seu caminho no sentido da ação. Avançam eles para a
superfície, fazendo com que a consciência seja gerada? Ou a consciência
abre caminho até eles? Esta é, claramente, uma das dificuldades que surgem
quando se começa a tomar a sério a idéia espacial ou ‘topográfica’ da vida
mental.

FREUD, SIGMUND. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas

Completas de Sigmund Freud Volume XIX; O Ego e o Id, e outros Trabalhos

(1923-1925) .p.483. Imago Editora. Edição do Kindle.

Carl Gustav Jung, apresenta a ideia que o desgaste do cristianismo esta relacionado com

a transformação da experiência em objetos. A tentativa do homem em materializar o

divino acaba por vulgariza-lo tornando-o alcançável por meios próprios.

Por que é a psicologia a mais nova das ciências empíricas? Por que não se
descobriu há muito o inconsciente e não se resgatou o seu tesouro de
imagens eternas? Simplesmente porque tínhamos uma fórmula religiosa
para todas as coisas da alma – muito mais bela e abrangente do que a
experiência direta. Se a visão cristã do mundo esmaeceu para muitos, as
câmaras dos tesouros simbólicos do Oriente, ainda repletos de maravilhas,

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podem nutrir por muito tempo o desejo de contemplar, usando novas vestes.
Além do mais, estas imagens – sejam elas cristãs, budistas ou o que for – são
lindas, misteriosas e plenas de intuição. Na verdade, quanto mais nos
aproximarmos delas e com elas nos habituarmos, mais se desgastarão, de tal
modo que só restará a sua exterioridade banal, em seu paradoxo quase
isento de sentido. O mistério do nascimento virginal ou a homoousia do
Filho com o Pai, ou a Trindade, que não é uma tríade, não propiciam mais o
voo da fantasia filosófica. Tornaram-se meros objetos de fé. Não surpreende,
portanto, que a necessidade religiosa, o sentido da fé e a especulação
filosófica do europeu culto se sintam atraídos pelos símbolos do Oriente –
pelas grandiosas concepções da divindade na Índia e pelos abismos da
filosofia taoísta na China – tal como outrora o coração e o espírito do
homem da Antiguidade foram seduzidos pelas ideias cristãs. Há muitos que
se entregaram inicialmente aos símbolos cristãos a ponto de se
emaranharem numa neurose kierkegaardiana, ou cuja relação com Deus –
devido ao crescente depauperamento da simbólica, evoluiu para uma
insuportável e sofisticada relação Eu-Tu – para caírem depois vítimas da
novidade mágica e exótica da simbólica oriental. O sucumbir à nova
simbólica não significa necessariamente sempre uma derrota; apenas prova
a abertura e vitalidade do sentimento religioso. Observamos a mesma coisa
nos orientais cultos, que não raro se sentem atraídos pelo símbolo cristão e
pela ciência tão inadequada à mente oriental, desenvolvendo mesmo uma
invejável compreensão dos mesmos. Render-se ou sucumbir a estas imagens
eternas é até mesmo normal. É por isso que existem tais imagens. Sua função
é atrair, convencer, fascinar e subjugar. Elas são criadas a partir da matéria
originária da revelação e representam a sempre primeira experiência da
divindade. Por isso proporcionam ao homem o pressentimento do divino,
protegendo-o ao mesmo tempo da experiência direta do divino. Graças ao
labor do espírito humano através dos séculos, tais imagens foram
depositadas num sistema abrangente de pensamentos ordenadores do
mundo, e ao mesmo tempo são representadas por uma instituição poderosa e
venerável que se expandiu, chamada Igreja.

Jung, C. G.. Os arquétipos e o inconsciente coletivo Vol. 9/1 (Obras


completas de Carl Gustav Jung) (pp. 17-18). Editora Vozes. Edição do
Kindle.

A psicanalise será utilizada no trabalho para apontar e justificar desvios


hermenêuticos, propositais ou não na revelação de Deus ao homem e a mulher. Após a
identificação e registro, trabalharemos nos efeitos causados por eles.

4.3. As Organizações Religiosas na Atualidade

É evidente a tentativa de pormenorizar cada vez mais a fé na atualidade. As

ideias, ensinos e exemplos dados por Cristo tem sido cada vez mais relativizados,

marginalizados, tachado de obsoletos e distorcidos. Em uma sociedade que a todo

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instante defende que os fins são justificados pelos meios, tendo como amparo a

satisfação e interesses pessoais de seus membros, vemos o desenvolvimento do ego e do

existencialismo como primícia.

Mas de onde se origina este movimento que provoca duros golpes ao

cristianismo ? Podemos identificar ou atribuir isso as organizações religiosas? A visão

destas organizações pode causar consequências na sociedade? A interpretação e

posterior criação de doutrinas que descaracterizam a personalidade do divino e do

sagrado se justificam sob o propósito da abrangência?

A associação da fé cristã a organizações religiosas para alguns estudiosos serve

como efeito crível para uma destruição e posterior reconstituição das organizações e da

essência da doutrina Cristã. Ideia defendida por Bruce Shelley em seu livro a história do

Cristianismo.

As notícias sobre a morte do cristianismo no Ocidente podem ser


prematuras. No mínimo, ele será influente em virtude de seu dinheiro e das
instituições educacionais, uma vez que graduações obtidas em universidades
ocidentais ainda são bastante privilegiadas no Sul Global. É difícil fazer
uma avaliação mais completa, mas algumas observações podem ajudar. O
ambiente cultural é cada vez mais secular e hostil à fé, então, cristãos em
busca da cristandade (um domínio cristão marcado por uma parceria
orgânica e cooperativa entre Estado e Igreja) ficarão desapontados. Os
cristãos e suas convicções podem esperar ser mais marginalizados e
perseguidos; além disso, pastores sendo perseguidos por discursos de ódio e
escolas cristãs perdendo recursos federais parecem ser cenários quase
inevitáveis. As grandes denominações sofrerão declínio geral, embora
variem conforme sua adaptação às normas culturais; algumas podem voltar
instintivamente à grande tradição da Igreja e redescobrir o evangelho (isto é
chamado de pós-liberalismo).

Shelley, Bruce. História do cristianismo (Portuguese Edition) (pp. 750-751).


Thomas Nelson Brasil. Edição do Kindle.

Hoje o “progresso” e a defesa as minorias tem servido de justificativa e impulso

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para discussões e defesa de temas como o aborto e a ideologia de gênero, que colidem

em direto com a doutrina cristã original. É necessário lembrar que ajustar culturalmente

um padrão espiritual sob o ponto de vista social não é ignorar a essência do seu carater e

propostas originais.

Desconstruir a Lei de Deus é destruir a personalidade Dele, pois Ele se apresenta

como o princípio e o fim de tudo, sendo imutável e perfeito. Mas este mesmo

“progresso”, que se coloca como uma necessidade social, não se dispõe a aceitar a

opinião da maioria, respeitando ideias como a democracia.

5. METODOLOGIA

Este estudo apresenta um carater bibliográfico, onde utilizaremos o método

dialético, para analisar os efeitos que a doutrina cristã provocou na sociedade ao longo

de sua existência.

Será realizado levantamento de obras publicadas sobre o tema e objetivos

propostos. A natureza da pesquisa é qualitativa, com levantamento histórico,

comparativo, estruturalista e etnográfico, onde investigaremos fenômenos sociais e

comportamentais no decorrer da existência da fé cristã.

Como técnica de pesquisa utilizaremos a documentação indireta, haja vista a

impossibilidade de observação presencial do experimento, já que para uma defesa

efetiva da temática se faz necessário levantar e analisar o passado a fim de comprovar as

variações sofridas pelo objeto do estudo em sua existência.

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Existe farta existência de documentação e achados arqueológicos a respeito da

história do cristianismo, muitos até esquematizados e orientados a promover relatos que

comprovem a veracidade dos escritos sagrados e da existência do Deus da bíblia.

Através destes documentos busco construir um arcabouço de ideias não que comprovem

a existência do Deus da bíblia e da igreja, mas um retrato de Seu caráter, personalidade,

comportamento e projeto. Garantindo a gerações futuras uma fonte de consulta

teológica cristã isenta e racional que permitirá a revelação do Deus da bíblia com a Sua

forma original preservada.

Primeiro levantaremos na literatura existente os principais fatos que impactaram a

sociedade relacionados as organizações religiosas. Como exemplo, a perseguição crista,

instituição do cristianismo como crença oficial no Império Romano, a reforma

protestante, sínodos entre outros.

Depois o apontamento do impacto e efeitos destes eventos e práticas na sociedade

da época e na atualidade. Elencando cronologicamente tanto suas ações práticas os

efeitos culturais e espirituais provocados por elas.

Por fim consolidaremos tais informações permitindo traçar um perfil claro do

Deus da bíblia e algumas de suas aspirações no tocante ao caminhar da humanidade.

6. CRONOGRAMA

ANO E SEMETRES 2022 2022 2023 2023


ATIVIDADES 1º SEM. 2 º SEM. 1 ºSEM. 2 º SEM.
Confecção do Projeto de Pesquisa X X

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Levantamento e pesquisa bibliográfica X X X
Discussão do projeto com a orientadora X X
Planejamento e coleta de dados X X X
Análise dos dados X X
Qualificação da Dissertação X X
Revisão pós-qualificação e conclusão X
dos capítulos da Dissertação
Defesa da Dissertação X

7. REFERÊNCIAS

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 2. ed. SP: Atlas, 1991.

JUNG, C.G. Os Arquétipos e o inconsciente coletivo. Petrópolis: Editora Vozes, 2002


2ª ed.

JUNG, Carl Gustav (1 de março de 2011). Tipos psicológicos. Petrópolis: Editora


Vozes Limitada. 614 páginas

JUNG, C. G. (2018-06-06T23:58:59.000). Os arquétipos e o inconsciente coletivo Vol.


9/1 (Obras completas de Carl Gustav Jung) . Editora Vozes. Edição do Kindle.

JUNG, Carl Gustav (1 de março de 2011). O eu e o inconsciente. Petrópolis: Editora


Vozes Limitada. 204 páginas

LAKATOS, Eva e Marconi, Marina. Metodologia do Trabalho Científico. SP: Atlas,


1992.

MACARTHUR, John. Manual bíblico MacArthur (Portuguese Edition) (p. 55). Thomas
Nelson Brasil. Edição do Kindle.

MACARTHUR, John. Manual bíblico MacArthur (Portuguese Edition) (p. 892).


Thomas Nelson Brasil. Edição do Kindle.

MACARTHUR, John. Manual bíblico MacArthur (Portuguese Edition) (p. 26). Thomas
Nelson Brasil. Edição do Kindle.

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MARTINS, Roberto de Andrade. Universo: teorias sobre sua origem e evolução. São
Paulo: Editora Livraria da Física, 2012.

SHELLEY, Bruce. História do cristianismo (Portuguese Edition) (pp. 750-751).


Thomas Nelson Brasil. Edição do Kindle.

DE CESAREIA, Eusébio. História Eclesiástica. CPAD. Edição do Kindle.

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