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Igreja Evangélica Baptista Central

Ministração da Palavra
Marcelo Teixeira Mallet

PLANO DO CURSO

I. OBJETIVO DA MATÉRIA
O objetivo deste estudo é capacitar o aluno a ministrar a Palavra de Deus através
de uma meditação, um estudo bíblico ou de uma pregação no contexto da igreja.

II. PROGRAMA DO CURSO


A. Conceitos Introdutórios

B. Os Sete Passos para a Elaboração da Mensagem

1. A Ambientação

2. A Exegese e o Estudo Indutivo

3. A Proposição

4. As Divisões Principais

5. As Ilustrações

6. A Conclusão e a Introdução

7. O Esboço

III. SISTEMA DE AVALIAÇÃO


A. Participação em Sala de Aula 10%
B. Avaliação de Três Pregações Públicas 20%
C. A Elaboração de um Esboço de Mensagem 30%
D. A Ministração Prática da Palavra 40%
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS

I. Definição de Homilética
Homilética é considerada a arte de pregar, ou seja, utilizar os princípios da
retórica com a finalidade específica de falar sobre o conteúdo da Bíblia Sagrada.
Etimologicamente, homilética se originou a partir do grego “homiletikos”,
que, por sua vez, derivou de “homilos”, que traz a ideia uma assembleia, um grupo
de pessoas, que se reúne para ouvir um discurso.
Este termo acabou por originar a palavra “homilia”, que significa discurso
solene ou sermão destinado a explicar os textos bíblicos e outros assuntos
religiosos.
O cristianismo, desde seus primeiros pais, tem usado as regras de
homilética (retórica), a fim de tornar a mensagem do Evangelho mais clara aos
ouvintes. (“Introdução a Homilética – Apostila em PDF GRÁTIS”)
O termo “homilética”, referindo-se à pregação, foi mais utilizado a partir do
século XVII, quando o cristianismo adotou as características básicas da retórica
criada pelos gregos.
A homilética ajuda a trazer orientação ao orador, que, assim, proporciona
uma melhor compreensão do texto ao ouvinte.
Neste aspecto, a homilética está intrinsecamente relacionada com o
conceito da hermenêutica, que consiste na técnica de explicar e interpretar um
texto ou discurso.
II. Tipos de Mensagens Bíblicas
As mensagens podem ser classificadas como:
Temática, Textual e Expositiva.
a. Mensagem Temática.
É aquela cujas divisões principais derivam do tema, independentemente
do texto.
A mensagem temática gira em torno de um tema, e não requer um texto
base para a mensagem.
As divisões principais sairão a partir da escolha do tema da mensagem.
Mas, apesar de não ter um texto base, as divisões deverão ter o apoio
de um texto bíblico.
Cada divisão deve estar embasada em um ou mais versículos da Bíblia.
As verdades apresentadas devem girar em torno do tema, mas com o
embasamento dos textos bíblicos dentro dos seus contextos.
Exemplo de uma mensagem temática:
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TEXTO: Efésios 4:29.


TEMA: O Uso Reflexivo das Palavras.
OBJ. PRINCIPAL: Ético.
OBJ. ESPECÍFICO: Levar os ouvintes a decisão de quererem ser
prudentes no uso das palavras e, assim, serem instrumentos de Deus
na vida das pessoas com quem se relacionam.

INTRODUÇÃO
1. Efésios 4:29.
Não saia da boca de vocês nenhuma palavra suja, mas unicamente a que
for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita
graça aos que ouvem.
2. Argumentação.
3. Aplicação.
4. Proposição:
A.T.
Precisamos ser cheios do Espírito Santo para conseguirmos fazer um
uso reflexivo das nossas palavras e, assim, sermos instrumentos de
Deus na vida das pessoas com quem nos relacionamos.
S.T.
Sobre o uso reflexivo das palavras, existem 4 tipos de pessoas:

I. AQUELES FALAM E NÃO PENSAM - O Estulto


1. Um exemplo de um personagem bíblico é Nabal: I Samuel 25:2-44.
2. O “estulto” é aquele que não reflete nas suas palavras, mesmo
quando ouve os argumentos contraditórios comprovados.

II. AQUELES FALAM E DEPOIS PENSAM - O Impulsivo


1. O personagem que melhor representa esse tipo, é o apóstolo
Pedro.
2. O “impulsivo” fala com as emoções e não com a razão.

III. AQUELES QUE PENSAM E DEPOIS FALAM - O Prudente


1. Apesar dos erros que cometeu no final da sua vida, Salomão foi um
homem que fez uso prudente das suas palavras.
2. Um exemplo disso foi o episódio com as duas prostitutas: I Reis
3:16-27.
IV. AQUELES QUE PENSAM E NÃO FALAM - O Covarde
1. Um personagem bíblico que agiu assim algumas vezes foi Abraão:
Gênesis 12.10-20.
2. O medo leva a pessoa a se acovardar.

CONCLUSÃO
1. P.P. Provérbios 15:28.
O coração do justo medita o que há de responder, mas a boca dos
ímpios derrama maldades.
2. Argumentação:
a. Os níveis de conflito:
✓ O estulto: Conflito constante.
✓ O impulsivo: Conflito frequente.
✓ O prudente: Conflito ocasional.
✓ O covarde: Conflito ausente.
b. A solução: Ser cheio do Espírito Santo...
✓ João 16:8 - O Espírito Santo nos convence do pecado.
✓ Salmos 139:23-24 - O Espírito Santo sonda os nossos
corações.
✓ Marcos 3:11 - O Espírito Santo nos orienta o que devemos
falar.
✓ Atos 1:8 - O Espírito Santo nos dá poder para falar.
3. Proposição:
A.T.
Precisamos ser cheios do Espírito Santo para conseguirmos fazer um
uso reflexivo das nossas palavras e, assim, sermos instrumentos de
Deus na vida das pessoas com quem nos relacionamos.
4. Aplicação.
____________________________________________________________________________________

b. Mensagem Textual
É aquela em que as divisões principais são derivadas de um breve texto
da Bíblia.
Na mensagem textual o texto serve como base para o tema e para as
divisões principais da exposição.
Todo o esboço principal está baseado estritamente no texto.
As divisões principais são derivadas do texto, que também fornece o
tema da mensagem.
Exemplos de Mensagem Textual:
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Primeiro Exemplo

TEXTO: Jó 42:1-6
TEMA: O Consolo de Deus Diante dos Infortúnios da Vida.
OBJ. PRINCIPAL: Encorajador
OBJ. ESPECÍFICO: Levar o ouvinte a decisão de querer aprofundar o
seu conhecimento da Pessoa de Deus, a fim de encontrar o verdadeiro
consolo diante dos infortúnios que enfrenta nessa vida.

INTRODUÇÃO
1. Ilustração. “Torres Gêmeas”.
2. Argumentação:
a. O livro de Jó, do ponto de vista humano, é um livro que fala de
tragédias.
b. Mas, o tema central é o consolo diante dos infortúnios da vida.
3. Aplicação.
4. Proposição:
A.T.
O aprofundamento do conhecimento da Pessoa do nosso Deus é a
melhor forma de encontrarmos o consolo para a nossa alma cansada e,
assim, conseguirmos superar os infortúnios que enfrentamos nessa vida.
S.T.
Esse aprofundamento do conhecimento da Pessoa de Deus
vai produzir em nós dois resultados...

I. UMA PERCEPÇÃO DA GRANDEZA DA SOBERANIA DE DEUS: v. 2


1. Argumentação:
a. Deus tudo pode.
b. Nenhum dos planos dEle pode ser frustrado.
✓ Isso deveria nos consolar.
2. P.P. Romanos: 28
3. Aplicação.

II. UM RECONHECIMENTO DA INSUFICIÊNCIA DO HOMEM: v. 3a, 6


1. Argumentação:
a. Existem coisas que nós: v. 3b
✓ Que nós não entendemos.
✓ Que são grandiosas demais para nós.
✓ Que nós não conhecemos.
b. Diante do sofrimento devemos nos humilhar e buscar o
arrependimento diante de Deus: v. 6
✓ A palavra “arrependo” poderia ser traduzida por
“consolo”.
✓ ...me “consolo” no pó e na cinza.
2. Ilustração: “A Cirurgia da Sofia”.
3. Aplicação.

CONCLUSÃO
1. Argumentação:
a. Eu me conheço na medida em que eu conheço a Deus.
b. O conhecimento de Deus produz consolo em nossas vidas.
2. Proposição:
A.T.
O aprofundamento do conhecimento da Pessoa do nosso Deus é a
melhor forma de encontrarmos o consolo para a nossa alma cansada e,
assim, conseguirmos superar os infortúnios que enfrentamos nessa vida.
3. Ilustração:
“A transformação que Deus operou na vida de Jó”: v. 10-17
4. Aplicação.
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Segundo Exemplo

TEXTO: I Tessalonicenses 1:2-3


TEMA: Como Compreender o Verdadeiro Sentido da Vida Cristã.
OBJ. PRINCIPAL: Encorajador.
OBJ. ESPECÍFICO: Levar os ouvintes a decisão de quererem permitir
que o Senhor opere uma genuína transformação em suas vidas, a fim
de terem uma clara percepção do sentido da vida cristã nesse mundo.

INTRODUÇÃO
1. Argumentação:
c. Tessalônica era a capital da província da Macedônia.
d. Era um próspero centro comercial e cultural da região.
e. Mas, os crentes da igreja nessa cidade estavam enfrentando,
basicamente, três problemas:
✓ As perseguições: muito intensas no começo da igreja (Atos
17:1-9).
✓ Possíveis mortes repentinas de alguns membros.
✓ Incerteza em relação ao futuro.
f. Isso, talvez, tenha levado muitos crentes a questionarem o sentido
de tudo isso na vida cristã.
g. O resultado é que alguns estavam vivendo de forma ociosa.
h. Outros estavam se envolvendo em imoralidade.
i. Mas, Paulo vê nessa igreja uma transformação genuína...
2. Ilustração: “A Tríade Paulina” (I Coríntios 13:13; Colossenses 1:3-5).
3. Aplicação.
4. Proposição:
A.T.

Precisamos permitir que o Senhor opere uma genuína transformação


em nossas vidas, para podermos compreender o verdadeiro sentido
da vida cristã em meio as turbulências que enfrentamos nesse mundo.
S.T.

Quando essa genuína transformação acontece, surgem alguns


resultados na nossa vida, que nos possibilitam compreender o
verdadeiro sentido da vida cristã, mesmo em meio as turbulências
desse mundo.

I. OPEROSIDADE NA FÉ.
1. Argumentação:
a. Uma fé que se concretiza.
b. A fé sem obras está morta: Tiago 2:26.
c. A nossa fé em Jesus foca no PASSADO.
d. A obra que Jesus fez por nós na cruz.
e. Essa fé está relacionada com a nossa MENTE.
2. Ilustração.
3. Aplicação.

II. DEDICAÇÃO NO AMOR.


1. Argumentação:
a. Um amor que vai além das emoções.
b. O verdadeiro amor é muito mais que sentimento.
c. O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta:
I Coríntios 13:7.
d. O amor coloca o seu enfoque no PRESENTE.
e. Esse amor está relacionado com a nossa VONTADE.
2. Ilustração.
3. Aplicação.

III. FIRMEZA NA ESPERANÇA.


1. Argumentação:
a. Uma esperança que não se desfaz.
b. A verdadeira esperança olha par aquilo que não se vê.
c. A esperança que se vê não é esperança: Romanos 8:24.
d. A verdadeira esperança focaliza no FUTURO.
e. Essa esperança traz ânimo, afetando as nossas EMOÇÕES.
2. Ilustração.
3. Aplicação.

CONCLUSÃO
1. Argumentação:
a. A fé foca o passado e afeta a nossa mente.
b. O amor enfoca o presente e depende da nossa vontade.
c. A esperança focaliza o futuro e pode transformar as nossas
emoções.
2. Proposição:
A.T.

Precisamos permitir que o Senhor opere uma genuína transformação


em nossas vidas, para podermos compreender o verdadeiro sentido
da vida cristã em meio as turbulências que enfrentamos nesse mundo.
3. P.P. I Tessalonicenses 5:8
Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da
couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da
salvação.
4. Aplicação.

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d. Mensagem Expositiva
É aquela em que uma porção, mais ou menos, extensa da Escritura é
interpretada e aplicada de acordo com o seu tema.
A maior parte do material desse tipo de mensagem, provém
diretamente da passagem.
Tanto as divisões, assim como as subdivisões, estão todas ligadas a
passagem bíblica.
O esboço consiste em uma série de ideias progressivas que giram em
torno de uma ideia principal.
A mensagem expositiva é uma explanação minuciosa da passagem
bíblica observando os detalhes do texto, trabalhando o seu significado
e aplicando a mensagem aos dias de hoje.
Exemplo de Mensagem Expositiva:
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TEXTO: II Crônicas 14:1-8 e 16:11-14.


TEMA: O Crescimento na Comunhão com Deus através da
Perseverança.
OBJ. PRINCIPAL: Consolador.
OBJ. ESPECÍFICO: Levar os ouvintes a decisão de quererem perseverar
com diligência, diante das dificuldades, para poderem crescer de
forma contínua e constante na comunhão com Deus.

INTRODUÇÃO
1. Argumentação:
j. Existe uma diferença entre o Asa de 14:1-8 e o Asa de 16:11-14.
k. No começo do seu reinado vemos o rei Asa buscando o Senhor
(14:3ss), e no final da sua vida vemos o rei Asa buscando os
“médicos” (16:12).
l. Na vida cristã o mais importante não é como você começa sua
caminhada com o Senhor, mas como você termina.
2. Ilustração.
3. Aplicação.
4. Proposição:
A.T.

Precisamos perseverar com diligência, mesmo diante das maiores


dificuldades que venhamos a enfrentar nessa vida, para podermos
crescer de forma contínua e constante na nossa comunhão com Deus.
S.T.

Entre o Asa que começou a reinar e o Asa que terminou o seu reinado,
existem 2 aspectos que ele negligenciou e não perseverou...

Asa deixou de confiar no poder de Deus.


I. PRECISAMOS CONTINUAR CONFIANDO NO PODER DEUS.
1. Argumentação:
a. O confronto com a Etiópia: 14:9-10
✓ Orou com fervor ao Senhor: 14:11
✓ O Senhor concedeu a vitória: 14:12-13a
b. O confronto com Israel: 16:1
✓ Buscou o socorro de Bem-Hadade, rei da Síria: 16: 3-6.
2. Ilustração.
3. Aplicação.
Asa deixou de ouvir a Palavra de Deus.
II. PRECISAMOS CONTINUAR OUVINDO A PLAVRA DE DEUS.
1. Argumentação:
a. A Palavra profética de Azarias quando Asa voltou da guerra
contra os etíopes: 15:1-7
✓ Removeu os ídolos que havia no país: 15:8a
✓ Renovou o altar do Senhor: 15:8b
✓ Convocou o povo e ofereçam sacrifícios ao Senhor:
15:9-11
✓ Fizeram uma aliança de buscar o Senhor de todo
coração e alma: 15:12
✓ Quem não buscasse o Senhor seria morto: 15:13
✓ Fizeram votos e louvaram ao Senhor: 15:14
✓ Se alegraram na presença do Senhor: 15:15a
✓ O Senhor lhes deu paz por toda parte: 15:15b, 19
✓ Asa depôs a sua avó Maaca da condição de rainha mãe
por causa da sua idolatria: 15:16
✓ Asa foi fiel ao Senhor de coração: 15:17
✓ Consagrou ouro, prata e utensílios a Deus: 15:18
b. A palavra profética de Hanani quando Asa voltou da guerra
contra Israel: 16:7-9a
✓ Ficou indignado contra o profeta: 16:10a
✓ Mandou prender o profeta: 16:10b
✓ Ficou enfurecido por causa da Palavra: 16:10c
✓ Oprimiu alguns do povo: 16:10d
2. Ilustração.
3. Aplicação.

CONCLUSÃO
1. Argumentação:
No confronto com a Etiópia:
✓ Asa fez uma aliança com o Senhor: 15:12
✓ O Senhor lhe deu paz: 15:15b
✓ Ganhou muitos despojos dos inimigos: 14:13b-15
No confronto com Israel:
✓ Asa fez uma aliança com Ben-Hadade: 16:3
✓ Asa enfrentou guerras: 16:9b
✓ Pagou Bem-Hadade com os bens da casa do Senhor: 16:2
2. Proposição:
A.T.

Precisamos perseverar com diligência, mesmo diante das maiores


dificuldades que venhamos a enfrentar nessa vida, para podermos
crescer de forma contínua e constante na nossa comunhão com Deus.
3. Ilustração.
4. Aplicação.
____________________________________________________________________________________

III. Objetivos da Mensagem Bíblica


A mensagem bíblica deve ter um OBJETIVO PRINCIPAL e um OBJETIVO
ESPECÍFICO.
a. O Objetivo Principal.
O Objetivo Principal está relacionado com o propósito de Deus para
a Sua igreja.
Existem, pelo menos, cinco objetivos principais.
✓ Evangelístico
✓ Doutrinário
✓ Ético
✓ Consagratório
✓ Consolador
b. O Objetivo Específico.
O Objetivo Específico está relacionado diretamente ao ouvinte. É
aquilo que queremos alcançar com a mensagem na vida da pessoa
que ouve a mensagem. O objetivo específico é a ação que queremos
que o ouvinte realize a partir da mensagem que anunciamos.

Exemplo de Objetivos:

____________________________________________________________________________________

TEXTO: Filipenses 3:1; 4:4


TEMA: A Alegria que Independe das Circunstâncias.
OBJ. PRINCIPAL: Encorajador.
OBJ. ESPECÍFICO: Levar os ouvintes a decisão de quererem se alegrar
no Senhor independentemente das circunstâncias que os cercam.
____________________________________________________________________________________
OS SETE PASSOS PARA A ELABORAÇÃO DA MENSAGEM

Este é um momento de muita atenção em relação ao estudo das Escrituras e a


direção do Espírito Santo.
É muito importante termos a certeza de que a mensagem que vamos trazer é
uma Palavra específica de Deus para as pessoas que vão ouvir. Por isso, a
construção da mensagem deve ser feita como um ato de devoção a Deus.
Antes de continuarmos, precisamos escolher um texto que tenhamos a certeza
de que foi Deus quem nos orientou nessa escolha.

I. Primeiro Passo: A AMBIENTAÇÃO


Nesse primeiro passo temos que nos ambientar com o texto que
escolhemos e queremos compartilhar.
A. Tema do Texto Bíblico
Leia todo o texto, do começo ao fim e certifique-se da idéia ou tema
dominante que existe em cada parágrafo.
Uma forma de destacar o tema é observar a repetição de palavras,
frases ou idéias.
Exemplo:
____________________________________________________________________________________

Texto: Filipenses 1.3-11


Versículo 3 - "... por tudo que recordo de vós".
Versículo 4 - "... fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós, em todas as
minhas orações".
Versículo 7 - "... vos trago no coração".
Versículo 8 - a "saudade que tenho de todos vós".
Versículo 9 - "... faço esta oração".
____________________________________________________________________________________

Vemos claramente que três frases falam sobre afeição e três sobre
oração. Daí, então, o tema: "Oração intercessória e afeição" ou "O
amor que motiva a intercessão". "O expositor poderá querer
confirmar estas conclusões, repetindo este exercício com uma versão
moderna ou estrangeira do parágrafo bíblico." (“PASSOS NA
ELABORAÇÃO DE UMA MENSAGEM EXPOSITIVA - III - Blogger”)

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B. Paráfrase do Texto Bíblico
Escreva uma paráfrase pessoal do parágrafo da pregação.
Este exercício ajuda no envolvimento emocional e espiritual do
pregador com o texto bíblico.
Leia o parágrafo da pregação do começo ao fim, versículo por
versículo, e extraia de cada um os substantivos, verbos e locuções
verbais mais importantes.
Consulte cada substantivo e cada verbo num dicionário e copie um
sinônimo para cada um na coluna correspondente.
Uma das formas de escrever uma paráfrase é preparar uma folha de
pesquisa da seguinte maneira:
Exemplo:
____________________________________________________________________________________

Texto: Filipenses 1.3-11

V. Substantivos Sinônimos Verbos Sinônimos

3 Deus Ser Supremo Dar graças Agradecer


Recordar Lembrar

4 Orações Pedidos Fazer súplicas Solicitar

5 Cooperação Associação
Evangelho Boas novas

6 Boa obra Bom trabalho Estou certo Convicto


Dia de Cristo Dia do julgamento Completar Continuar

7 Justo Correto Pensar Reagir


Algemas Prisão Trazer Ter
Graça Privilégio Defender Proteger
Confirmar Endossar
Participar Compartilhar

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8 Saudade Terno amor Testemunhar Depor

9 Oração Súplica
Amor Devoção Aumente Transborde
Conhecimento Iluminação
Percepção Discernimento

10 Excelentes Melhores Aprovar Descobrir


Dia de Cristo Dia do julgamento Ser puro Autêntico
Ser inculpável Imaculado

11 Fruto Resultado Ser cheio Reaprovision


ar
Justiça Integridade Ser mediante
Fluir de
Jesus Cristo Salvador
Glória Radiância
louvor elogio
____________________________________________________________________________________

Com base neste exercício, escreva uma paráfrase do texto bíblico


somente com sinônimos dos substantivos e dos verbos.
Exemplo:
____________________________________________________________________________________

3. Agradeço ao Ser Supremo, especialmente quando me lembro de vocês. 4. Em


todos os meus pedidos, sempre solicito (a Deus) por vocês com prazer, 5. Devido
a associado de vocês comigo nas boas novas, desde o primeiro dia até agora, 6.
Estando convicto de que Deus, que começou um bom trabalho em vocês, irá
continuá-lo até o dia do julgamento. 7. "É correto que eu reaja emocionalmente
desta forma, pois eu os tenho no coração, amados; então, esteja eu na prisão ou
ocupado protegendo e endossando as boas novas, vocês ainda compartilham do
perdão de Deus comigo." (“PASSOS NA ELABORAÇÃO DE UMA MENSAGEM
EXPOSITIVA - III - Blogger”) 8. O Senhor depõe a meu favor como desejo, com o
terno amor de Jesus, tê-los perto de mim. 9. E esta é minha súplica: que a devoção

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de vocês (por Cristo) possa transbordar em profusão com iluminação e profundo
discernimento, 10. De modo que vocês possam descobrir aquilo que é excelente
e ser autênticos e imaculados até o dia do julgamento de Cristo, 11. Sendo
reaprovisionados com o resultado da integridade piedosa que flui em nós, através
de Jesus Cristo para a honra radiante e o elogio de Deus.
____________________________________________________________________________________

C. Limites do Texto Bíblico


Quando vamos pregar uma mensagem precisamos definir os limites
do texto bíblico que vamos usar. Neste procedimento vamos verificar
e definir os limites dos versículos do parágrafo da pregação:
1. Escreva o tema do parágrafo. Ele deve ser claro como cristal.
2. Copie os substantivos e locuções verbais que mais se
repetem no parágrafo.
3. Leia o parágrafo seguinte e verifique se o tema e/ou os
principais substantivos e verbos são freqüentemente
repetidos. "Caso sejam, inclua este novo material e revise a
paráfrase e os limites dos versículos do parágrafo." (“PASSOS
NA ELABORAÇÃO DE UMA MENSAGEM EXPOSITIVA - III -
Blogger”)
Exemplo:
____________________________________________________________________________________

Texto: Filipenses 1.3-11

1. TEMA: Amor, a motivação de uma oração intercessória.


2. REPETIÇÕES: "minhas orações"; "fazendo, com alegria, súplicas"; "faço esta
oração"; "recordo de vós"; "vos trago no coração"; "saudade que tenho de todos
vós".
3. PARÁGRAFO SEGUINTE: Faltam semelhanças no parágrafo seguinte. Assim,
Filipenses 1.3-11 é autônomo e pode ser tratado como um parágrafo a ser
cuidadosamente exposto.
____________________________________________________________________________________

D. O Esboço Analítico do Texto Bíblico


O parágrafo tem uma lógica inerente e um fluxo de idéias em si.
O expositor deve captar este fluxo, a fim de evitar divagações
tangenciais ao pregar.
"Um fato misterioso, mas sempre reincidente, é que muitos
pregadores têm dificuldade em preparar sermões, por não

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pensarem em linha reta." (“PASSOS NA ELABORAÇÃO DE UMA
MENSAGEM EXPOSITIVA - III - Blogger”) Isto quer dizer que eles não
desenvolvem um sermão como se fosse um todo unificado e lógico.
O esboço analítico serve para dar ao mensageiro de Deus
sensibilidade a estrutura literária do parágrafo.
Este senso de estrutura dará unidade a mensagem depois de pronta.
Ajudará a cativar e manter a atenção dos ouvintes, pelo fato de a
mente humana ser atraída naturalmente pela ordem lógica.
Quais são os elementos essenciais de um esboço analítico?
Primeiro, ele é um esboço seqüencial do parágrafo. Ele nunca
ultrapassa os limites dos versículos do parágrafo e sempre
acompanha a disposição exata dos versículos.
Em segundo lugar, ele é um traçado visual das principais idéias
do parágrafo.
Em terceiro lugar, é um esboço do conteúdo real do parágrafo,
sem interpretações conscientes ou adornos da homilética.
Portanto, este esboço não deve ser confundido com o esboço
homilético final da mensagem.
Observe no próximo exemplo de esboço analítico o
mecanismo do esboço.
As divisões principais são representadas por algarismos
romanos e as subdivisões com algarismos arábicos. "Cada divisão
principal tem um endereço, isto é, um versículo ou versículos que
delineiam aquela idéia." (“PASSOS NA ELABORAÇÃO DE UMA
MENSAGEM EXPOSITIVA - III - Blogger”)
As subdivisões também são indicadas com versículos ou partes
deles.
Observe também que não são utilizados os recursos
homiléticos de introdução e conclusão.
Exemplo:
____________________________________________________________________________________

Texto: Atos 2.14-41

I. O APÓSTOLO EXPLICA O MILAGRE DA PROFECIA QUE SE CUMPRIU (2.14-22)


1. Pedro, falando pelos onze, dirige-se formalmente a multidão (v. 14).
2. Pedro promete uma explicação do milagre (v. 15).
3. Pedro cita a profecia de Joel (vv. 16-21).
4. O milagre destina-se a levar as pessoas a salvação (v. 21).

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II. A APRESENTAÇÃO DE JESUS COMO O MILAGRE DE DEUS (2.22-28)
1. Jesus realizou milagres (v. 22).
2. Deus estava agindo em Jesus na realização dos milagres (v. 22).
3. Deus planejou com antecedência a vida de Jesus sobre a terra (v. 23).
4. Deus ressuscitou a Jesus dentre os mortos (v. 24).
5. Davi profetizou estas coisas (vv. 25-28).
III. JESUS É O MESSIAS PROFETIZADO (2.29-35)
1. A morte de Davi é um fato histórico (v. 29).
2. Davi profetizou que seu descendente seria o Messias (v. 30).
3. Davi profetizou a ressurreição do Messias (v. 31)
4. A aplicação de Lucas: Deus ressuscitou a este Jesus (v. 32).
5. Este Jesus foi exaltado à destra de Deus (v. 33).
6. Este Jesus recebeu a promessa do Espírito Santo (v. 33).
7. Davi não era o Messias, mas profetizou acerca de Jesus, o Messias (vv. 34, 35).
IV. EXORTA-SE A QUE SE ACEITE JESUS COMO SENHOR/MESSIAS (2.36-41)
1. A clara conclusão de que Jesus é Senhor (v. 36).
2. A evidência do Espírito que convence as pessoas (v. 37).
3. Pedro esboça os passos para a salvação (vv. 38, 39).
4. As muitas pessoas que ouviram e responderam (vv. 40, 41).
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Você deve tentar fazer este exercício de quatro etapas, empregando um


parágrafo selecionado e, assim, irá experimentar o desejo vivificante de expor a
Palavra eterna de Deus.
Para levarmos uma mensagem da Palavra de Deus é muito importangte
que estejamos ambientado com o texto bíblico que vamos expor.

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II. Segundo Passo - A EXEGESE E O ESTUDO INDUTIVO

O objetivo deste projeto está sobre os pregadores que nunca tiveram


oportunidade de estudar as línguas originais da Bíblia. Todos nós podemos expor
as Escrituras com profundidade sem o conhecimento do grego e do hebraico.Hoje
existem excelentes comentários, dicionários e bíblias de estudos que muito
podem nos ajudar nessa tarefa.
A Exegese e o Estudo Indutivo são exercícios, tanto espirituais,
quanto intelectuais. Devemos orar pedindo que Deus nos livre de entraves pré-
concebidos, sejam culturais ou psicológicos (Hb. 9:14; I Tm. 3:9).

A. A Exegese

A exegese é uma parte muito espiritual no preparo das exposições


bíblicas. Com o pequeno ou grande preparo teológico que possamos ter, todos
podemos fazer uma boa exegese do nosso texto.

Exegese é uma análise, interpretação ou explicação detalhada e cuidadosa


de uma obra, um texto, uma palavra ou expressão. Etimologicamente, este
termo se originou a partir do grego exégésis, que significa “interpretação”,
“tradução” ou “levar para fora (expor) os fatos”. (“Exegese (O que é e
Significado): bíblica, hermenêutica e jurídica”)
(https://www.significados.com.br/exegese/)

O parágrafo da pregação terá uma série de palavras de ação


chamadas verbos. Estes verbos expressarão uma ação, uma ocorrência, ou
indicarão uma condição. Os verbos declaram alguma coisa sobre o substantivo
(sujeito) ou fazem uma ponte entre o sujeito e outra palavra que completa o
pensamento sobre ele. No parágrafo bíblico que estiver sendo estudado,
encontraremos estas palavras de ação em maior ou menor número. Uma vez
compreendidos, os verbos dão ao pregador o sentimento das exigências,
obrigações ou benefícios que Deus faz ou oferece a humanidade naquele
parágrafo bíblico em particular.
Em suas funções mais simples, os verbos expressarão ações,
ocorrências e condições nos seguintes tempos: a) presente, b) pretérito, c) futuro,
d) presente perfeito (ação iniciada no passado com efeitos ainda no presente), e)
pretérito perfeito (algo que começou e terminou no passado) e f) futuro perfeito
(ação que começará e terminará no futuro).
A exegese requer uma análise sadia das palavras e frases no
parágrafo da pregação.

18
Uma exegese simples pode ser feita da seguinte maneira:

Principais palavras Tempo em que Direção da ação Pessoas, lugares e


de ação (verbos) acontece a ação coisas que
praticam a ação

Com a folha de pesquisa pronta, faça o seguinte exercício, a fim de entender


com maior exatidão o texto:
✓ Copie debaixo da primeira coluna as principais palavras do
parágrafo que mostrem ação, ocorrência ou condição (verbos
principais).
✓ Copie o tempo em que as ações acontecem (presente, pretérito,
futuro, presente perfeito, pretérito perfeito, futuro perfeito, etc.)
debaixo da coluna respectiva.
✓ Observe a ação de cada verbo para ver se a sujeito recebe a ação
(passivo) ou se ele pratica a ação (ativo), escrevendo "P" ou "A"
debaixo da terceira coluna.
✓ Copie os nomes dos sujeitos que praticam ou recebem a ação,
escrevendo debaixo da coluna de pessoas, lugares ou coisas.

Reserve espaço na folha de pesquisa para escrever algumas conclusões


para cada coluna baseadas em respostas a estas perguntas:
✓ Quantos verbos principais na primeira coluna são idênticos e/ou
sinônimos? Qual a ligação lógica entre os verbos principais, se é que
existe alguma?
✓ Existe na segunda coluna um tempo verbal dominante no
parágrafo? Existe alguma seqüência lógica nos tempos verbais, à
medida que avançam no parágrafo? A ação dominante é algo
contínuo, completo ou pertence ao futuro?
✓ Na terceira coluna, qual a direção dominante da ação principal? As
pessoas ou coisas praticam ou recebem a ação? As ações são
condicionais, ordenadas ou são exemplos a serem seguidos?
✓ Na coluna número quatro, quem ou quais coisas dominam o
parágrafo? Há alguma "categoria" de agente(s)? Há uma seqüência

19
de agentes? As pessoas, lugares ou coisas são figurados, fictícios ou
reais? Como as pessoas se identificam com seus ouvintes?
✓ Utilizando um comentário, dicionário ou outro livro teológico de
referência, copie na folha de pesquisa definições esclarecedoras de
cada palavra obscura ou difícil.
✓ Baseado nestas definições, reescreva o tema do texto bíblico feito
na Ambientação.

A exegese é uma forma inteligente e piedosa de se ouvir a Palavra do


Senhor, a fim de sermos fiéis ao texto e inspirados pelo Espírito.

B. O Estudo Indutivo

O Estudo Indutivo pode nos oferecer muito material que poderá ser
usado na mensagem. Mas, nem tudo que produzimos no Estudo Indutivo deverá
estar no conteúdo da mensagem.
Este exercício leva o aluno a estudar o texto cuidadosamente,
observando todos os particulares e pormenores, para então tirar uma conclusão.
(“MÉTODOS DE ESTUDOS BÍBLICOS I. INTRODUÇÃO”)

Diferença entre dedução e indução:

Dedução Indução

1. Concluir do geral para particular 1. Concluir do particular para o geral


2. Concluir primeiro, observar depois. 2. Observar primeiro, concluir depois.
3. Vai do todo para as partes. 3. Vai das partes para o todo.

P P
Todo
A
A Todo
R

R
T
T
E
E
S
S

Indução é um método científico. Isto, por quê:

Determina o Coleta Classifica as Estabelece a Faz se Declara a lei/fato


Alvo informações informações hipótese experiências

20
Este método é uma mentalidade que deve ser adquirida pelo aluno.
No entanto, ele será sempre o objeto de nossa ênfase.
Esse exercício deve conduzir o expositor a descoberta de duas coisas.
A primeira é o princípio geral (máxima) ou ensino que cerca todo o parágrafo. A
segunda é uma série de argumentos que defenderão, provarão ou elucidarão
aquele princípio geral.

O Estudo Indutivo envolve três aspectos:

Observar - É olhar, notar, notificar, sondar e ver.


- É perceber os fatos, ideias e dados do texto.
- É responder à pergunta: Que vejo no texto?

Interpretar - É achar o significado de que foi observado.


- É compreender os fatos, as ideias e os dados do texto.
- É responder à pergunta: Que significa o que vi?

Aplicar - É contemporizar a verdade interpretada.


- É injetar os fatos, as ideias e os dados no coração e na
vida diária dos dias de hoje.
- É responder à pergunta: Como funciona na prática?

A Observação.
A habilidade da observação é algo que se desenvolve com o passar
do tempo e pode ser desenvolvida para toda a vida, especialmente para o estudo
e compreensão das Escrituras. Enquanto observamos cuidadosamente o
parágrafo da pregação, o Espírito de Deus irá nos apontar as nuanças de detalhes
que transformarão a exegese em expressões práticas do sermão.

A Interpretação.
O expositor interpreta agora a intenção básica da verdade das
palavras e frases do parágrafo. "O que o autor do parágrafo diz sobre vida, Deus,
humanidade, estruturas sociais, pecaminosidade, piedade, deveres, etc.?"
(“PASSOS NA ELABORAÇÃO DE UMA MENSAGEM EXPOSITIVA - V - Blogger”) Como
estas declarações se unem num tema básico? O que as figuras de linguagem (caso
existam) dizem sobre o significado do tema?
Um dos segredos da boa interpretação é o ato de fazer perguntas
precisas que forcem o texto a se interpretar. Uma série de perguntas chaves irá,
com freqüência, revelar o sentido básico do texto. Quem é (são) a(s) pessoa(s) no
texto? Por que certa palavra é usada apenas uma vez (ou repetida)? Quais
ameaças ou promessas estão no texto? Quais são as implicações ou resultados
das afirmações, súplicas ou ordens dadas no texto? Como o alinhamento dos fatos

21
no texto causa impacto sobre o tema? Quando acontece o evento, ação ou
afirmação? Quais palavras ou frases são difíceis de entender? O que torna obscura
esta passagem? Há alguma coisa faltando que, caso fosse providenciada,
esclareceria o texto? Que idéia(s) nos parágrafos anteriores e posteriores fazem
um elo com o significado destas palavras ou frases obscuras ou difíceis?

A Aplicação.
Neste processo toma-se um fato observado, decide-se qual era seu
sentido original e, então, determina-se seu significado para o pregador e ouvinte
de hoje. A pergunta chave é: o que isto significa para mim (nós)? Como eu (nós)
pratico, adoto, demonstro e apresento o(s) princípio(s) da verdade contida neste
parágrafo? Num sentido real, este passo de aplicação prática é muito pessoal. Ele
começa com o expositor, é personificado em sua mente e alma e transmitido aos
ouvintes, por meio de uma pregação permeada de certeza. O segredo da fase de
aplicação é o mesmo das outras. Ele envolve um interrogatório persistente sobre
o modo como esta verdade penetra na vida do dia a dia.
A aplicação é a seqüência natural da observação e da interpretação.
A pessoa procura chegar ao significado de um texto, a fim de incorporar seus
princípios a seu estilo de vida. A observação e interpretação sem aplicação
terminam como um exercício acadêmico, destinadas a superficialidade, podendo
até conduzir ao erro. Através de sua Palavra, Deus quer transformar motivos e
condutas. O expositor precisa viver no processo de integração da verdade, a fim
de pregá-la com convicção e aplicabilidade.
Quanto à folha de pesquisa, cada um a fará de maneiras diferentes,
mas aqui vai uma sugestão para ajudar o expositor a manter as idéias em ordem
e sempre a mão. Para este estudo, sugiro o tamanho da folha de sulfite.

ESTUDO BÍBLICO INDUTIVO

TEXTO:

Perguntas de atos observados, interpretados e aplicados

Observação

Quem?
(Pessoas)
O que?
(Coisas)
Quando?
(Tempo)
Onde?
(Locais)

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Interpretação

Por que?
(Razões)
O que?
(Sentido ou
significado)
Por que?
(Importância)
O que?
(Exigências)

Aplicação

Como?
(Como funciona?)
Quando?
(Quando aplico?)
Quem?
(Quem está incluído/
excluído?)
Por que?
(Por que os ouvintes
de hoje precisam disso?
O que?
(Que promessa pode ser
reivindicada agora? Que
mandamento deve ser
obedecido? Em favor de
que se deve orar? etc.)

Outras sugestões para esse momento:


Quais eventos ou experiências do AT ou do NT ilustram ou definem
todas estas idéias?
Faça aqui anotações destes eventos ou experiências que se liguem
de modo mais direto com as idéias observadas, interpretadas e aplicadas.
Tome as palavras ou conceitos chaves dos versículos que estão
sendo interpretados e procure-os numa concordância.
Use, também, as passagens paralelas na Bíblia que provem, ampliem,
alegorizem, definam, ilustrem ou de alguma forma sublinhem os pensamentos e
princípios centrais da passagem.
Uma boa concordância bíblica pode ajudar em todo esse processo.

23
III. Terceiro Passo - A PROPOSIÇÃO

A. Definição de Proposição.

A Proposição é o coração da mensagem. A proposição é a tesse principal


apresentada de forma resumida. É a grande ideia da mensagem.

Vejamos alguns conceitos alegóricos da Proposição:

1. A proposição é o coração da mensagem. Assim como o coração


bombeia o sangue, dando vida ao corpo humano, a proposição
vitaliza a forma e o conteúdo do sermão.
2. A proposição é o eixo principal da mensagem. Assim como o
pino central numa dobradiça controla e limita o movimento da
porta, a proposição controla e limita o alcance da forma e do
conteúdo do sermão.
3. A proposição é a bússola que indica a verdadeira direção da
mensagem. Através da proposição é possível dizer se as divisões
principais, as ilustrações e os argumentos gerais estão
apontando na mesma direção do parágrafo da pregação.
4. A proposição é o GPS da mensagem. Ela nos orienta na direção
em que devemos andar.
5. A proposição é uma mola comprimida da mensagem. Ela tem
energia inerente em si para se expandir.
6. A proposição é a mensagem em miniatura e contém a essência
de sua forma e conteúdo.
7. A proposição é o alicerce da estrutura da mensagem.

Algumas definições técnicas sobre o conceito da proposição:

"Assunto que vai ser discutido ou asserção que vai ser defendida."
(O Novo Dicionário Aurélio).

"Parte de um discurso onde se apresenta e expõe o assunto que se


pretende provar, estabelecer, discutir, contar, ensinar ou descrever."
(O Dicionário Caldas Aulete)

Podemos dizer que a proposição é uma abreviação da mensagem. Surge


na forma de uma sentença no começo do sermão, ou seja, na introdução. É
uma declaração vigorosa, sugestiva e provocante. Na mensagem expositiva, ela
é elaborada a partir do texto da pregação. Portanto, sua essência é teológica. É
afirmação de um princípio divino. Ela é didática, específica, extraída do sentido
"histórico-gramatical" do texto bíblico.

24
B. Os Componentes da Proposição.

1. Afirmação Teológica (A.T.)

A Afirmação Teológica ou Afirmação Principal é a essencia da


proposição. É a verdade teológica básica que se encontra
implícita ou explícita no texto bíblico.
Os passos da Ambientação, da Exegese e do Estudo Bíblico
Indutivo nos dão as condições espirituais e lógicas para defininir
o tema do texto bíblico e, assim, elaborar uma Afirmação
Teológica.
Essa Afirmação deve ser uma declaração simples do assunto
que o pregador se propõe apresentar, desenvolver, provar ou
explicar a partir do texto bíblico que será exposto.
É uma Afirmação concisa, direta, desafiadora, relevante, positiva
e de fácil memorização, em forma de princípio.
Deve ter uma abrangência de 10 a 15 palavras.

2. Sentença de Transição (S.T.)

É a ponte literária que leva o ouvinte do princípio temático para


os argumentos que o favorecem.
Estes argumentos são as divisões principais da exposição.
A Sentença de Transição deve conter uma parte da Afirmação
Teológica e a Palavra Chave.

3. Palavra Chave (P.C.)


A Palavra Chave é sempre um substantivo no plural. Este
substantivo no plural é o "coração" do coração da mensagem (a
proposição). A Palavra Chave está contida dentro da Sentença
de Transição. Assim, a palavra chave aparece implícita ou
explicitamente em cada divisão da mensagem. Cada aspecto da
palavra chave é comprovada e ilustrada em uma das divisões
principais da mensagem.

Muitas vezes será necessário escrever e reescrever a proposição


várias vezes até que ela possa ser verbalizada de forma natural como uma
expressão pessoal da natureza do texto bíblico.

25
C. Exemplos de Proposição.

1. Miquéias 6:6-8.
Proposição:
A.T.
Precisamos aprender a descansar no Senhor para podermos
experimentar a verdadeira paz, que só o Senhor pode nos dar.
S.T.
Podemos ver três atitudes em Miquéias 6:8, que podem nos
ajudar a descansarmos no Senhor...

2. II Coríntios 6:14 - 7:1


Proposição:
A.T.
Precisamos nos separar das coisas deste mundo, aperfeiçoando,
assim, a nossa santidade, através do temor a Deus, a fim de
alcançarmos a purificação interna e externa do nosso ser.
S.T.
Nos versículos 14b à 16a, Paulo apresenta 5 razões para nos
separarmos das coisas desse mundo, aperfeiçoando, assim, a
nossa santidade através do temor a Deus, a fim de alcançarmos
essa purificação plena.

D. Exemplos de Palavras Chave.


Observe que estas palavras chaves estão no plural. Isto se atribui ao
fato de que a maioria das exposições se divide em duas ou mais
partes. Também se baseia no fato de que os parágrafos dos textos
bíblicos quase sempre lidam com dois ou mais aspectos da verdade
proposta.

abusos elos notas


acusações enredos nutrientes
afirmações erros objetivos
amostras exortações obrigações
armadilhas forças oportunidades
aspirações frutos paralisias
assassinos fugas pecados
barreiras gestos perguntas
batalhas gigantes provisões
buscas hábitos punições
características heresias reclamações
clamores ídolos refutações

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classes ilusões sementes
condições impurezas tesouros
crenças juízes tiranos
defeitos luzes ultimatos
desvantagens mandamentos vantagens
dilemas máscaras venenos
direções mentiras viagens
disciplinas necessidades vontades

A palavra "coisas" é proibida. Revela falta de reflexão e


aprofundamento no texto bíblico. Além de ser um termo muito geral para ser
utilizado como palavra chave.

EXERCÍCIO

Olhando para o seu material de Ambientação, Exegese e Estudo Bíblico Indutivo,


elabore agora a sua Proposição no espaço abaixo:

Texto Bíblico:

Afirmação Teológica:

Sentença de Transição:

27
IV. Quarto Passo - AS DIVISÕES PRINCIPAIS
A proposição é o coração da mensagem e a palavra chave é o coração da
proposição. Associadas ao parágrafo da pregação através da palavra chave, as
divisões principais são expressões literárias da verdade a ser transmitida.
Podemos dizer que cada divisão principal está ligada a palavra chave, que
pode aparecer explicitamente ou estar subentendida em cada divisão.
Se a palavra chave na sentença de transição é, por exemplo, o substantivo
no plural “condições”, então cada divisão deve ter algum tipo de condição. A
afirmação teológica deve declarar isto de forma sucinta. A sentença de transição
aponta para estas condições, e cada divisão principal prova e ilustra uma das
condições.
Se a palavra chave representa com fidelidade os pensamentos centrais do
parágrafo, então o mesmo deve se dar com as divisões principais. A palavra chave
é crucial para uma formulação adequada das divisões principais.
Cada divisão principal deve ter o embasamento de uma parte do texto bíblico
que está sendo exposto.
Exemplo:

TEXTO: Efésios 5:22-6:4.


TEMA: Os Quatro Pilares do Ambiente Familiar Saudável.

Proposição:
A.T.
Precisamos vivenciar os pilares essenciais do ambiente familiar estruturado,
a fim podermos desenvolver relacionamentos familiares saudáveis.
S.T.
Vejamos os 4 pilares do ambiente familiar estruturado

I. O AMOR DO MARIDO PELA ESPOSA: 5:25-30.


II. O RESPEITO DA ESPOSA PELO MARIDO: 5:22-24,33.
III. A EDUCAÇÃO DOS PAIS PARA OS FILHOS: 6:4.
IV. A HONRA DOS FILHOS PELOS PAIS: 6:1-3.
____________________________________________________________________________________

Uma forma para escrever as divisões principais é rever o esboço analítico


feito no primeiro passo da pesquisa de Ambientação. Esse esboço é um perfil dos
pensamentos principais do texto bíblico. Eles não foram compostos
homiléticamente. Mas, com uma proposição clara e uma palavra chave exata, o
esboço analítico pode ser usado como base.
A seqüência natural das idéias no parágrafo do texto bíblico, pode ser

28
seguida nas divisões principais.
A proposição (A.T. + S.T.) podem ser reafirmadas entre cada divisão principal,
afim de proporcionar clareza na sequência da mensagem e enfatizar a
centralidade do tema que está sendo abordado.

A. As Qualidades das Divisões Principais:

1. As divisões principais sejam redigidas com frases de fácil


memorização.
2. As divisões princiapis devem ser concisas e claras.
3. As divisões principais devem ser ser autônomas, isto é, devem
ter sua série de argumentos sem infringir a outra.
4. As divisões principais devem ter o mesmo e estilo literário em
toda a mensagem. Se a primeira é colocada em forma de
pergunta, então as restantes também devem ser. Se a primeira
divisão está na forma de exclamação, então as outras também
devem estar.
5. As divisões principais devem ter simetria. As divisões devem
ter o mesmo padrão no tamanho.
6. As divisões principais devem ter unidade. Para isso o foco da
mensagem deve ser a proposição. Ela é o coração da
mensagem. As divisões principais expoem a verdade declarada
na proposição.
7. As divisões principais devem ter progressão. Cada divisão
principal deve avançar no desenvolvimento do conteúdo da
mensagem levando ao apelo final da conclusão.

B. O Conteúdo das Subdivisões.

As subdiviões formam o conteúdo base de cada divisão principal.


Esse material e essas informações podem vir dos passos de Ambientação, Exegese
e Estudo Bíblico Indutivo.
As subdivisões devem ser alinhadas abaixo de cada divisão principal
para facilitar a visibilidade na hora da exposição da mensagem.
As subdivisões podem ser formadas por quatro partes:

1. Argumentação.

2. Passagem Paralela.

3. Ilustração.

4. Aplicação.

29
Exemplo:
____________________________________________________________________________________

TEXTO: Colossenses 3:12-17.


TEMA: A Gratidão nos Relacionamentos.

Proposição:
A.T.
A atitude de gratidão é uma das evidências de alguém que tem uma
sanidade espiritual e emocional no seu relacionamento com Deus e
com as pessoas.
S.T.
Duas dicas para cultivarmos uma atitude de gratidão nos
relacionamentos.

I. PROCURE SUPRIR OS SEUS ANSEIOS MAIS PROFUNDOS NO SEU


RELACIONAMENTO COM DEUS.
1. Argumentação:
a. O ser humano tem dois anseios profundos:
Significado e Segurança.
b. Quando buscamos suprir essas necessidades nas pessoas,
criamos enormes expectativas nos nossos relacionamentos.
c. Isso nos torna pessoas insatisfeitas nos relacionamentos.
d. Quando buscamos suprir essas necessidades em Deus, não
temos grandes expectativas no relacionamento com as
pessoas.
e. Isso nos torna pessoas gratas nos relacionamentos.
2. P.P. João 4:7-18.
3. Aplicação.

II. PROCURE DESENVOLVER UMA AUTOIMAGEM REALISTA NO SEU


RELACIONAMENTO COM AS PESSOAS.
1. Argumentação:
a. Quando pensamos de nós além do que convém damos
espaço para uma atitude de orgulho.
b. O orgulho é um veneno que corrói a atitude de gratidão nos
relacionamentos.
c. Acreditamos que o que as pessoas fazem por nós é uma
obrigação.
d. Isso nos torna pessoas exigentes nos relacionamentos.

30
e. Quando entendemos que não somos melhores ou mais
importantes do que os outros, não exigimos nada das
pessoas.
f. Isso nos torna pessoas gratas nos relacionamentos.
2. P.P. Lucas 17:11-19 (Ver o contexto anterior – v. 7-10)
3. Aplicação.

____________________________________________________________________________________

EXERCÍCIO

Olhando para o seu material de Ambientação, Exegese e Estudo Bíblico Indutivo,


e tendo como base a sua Proposição, elabore no espaço abaixo as suas divisões
principais com a suas subdivisões:

Texto Bíblico:

Proposição
A.T.

S.T.

Divisões Princiapis:

I.

II.

III.

IV.

V.

31
V. Quinto Passo - AS ILUSTRAÇÕES
Uma mensagem bíblica, por tratar de realidades espirituais, muitas vezes
pode ser muito abstrata. As pessoas precisam "ver" e sentir a verdade. As
ilustrações ajudam na “visualização” mental desses conceitos.

Quais são as vantagens das ilustrações?

A ilustração proporciona uma pausa para o descanso mental dos ouvintes.


A concentração para ouvir uma mensagem, exige esforço da mente. As ilustrações
proporcionam um intervalo neste investimento de energia.
As ilustrações são como janelas. Através da associação, elas lançam luz
sobre o tema que está a ser abordado. Quando o ouvinte associa o espiritual com
alguma coisa concreta, ocorre o que podemos chamar de “iluminação”.
As ilustrações ajudam o ouvinte a relacionar a sua vida ao conceito
abordado. Neste processo de associação, o ouvinte se torna um participante que
pensa, em vez de ser alguém que recebe as informações de forma passiva.
As ilustrações intensificam as emoções, o que leva o ouvinte a guardar e
assimilar com mais profundidade o conceito, tornando-o um participante sensível
no processo da comunicação da Palavra.

O que o expositor deve evitar ao usar ilustrações?

Primeiro, as ilustrações que não se encaixam na proposição. Um exemplo


ou ilustração pode ser espetacular e assim mesmo não contribuir para o
pensamento central da mensagem. A proposição ajudará o expositor a empregar
apenas ilustrações que sejam relevantes ao tema da mensagem.
O segundo erro a ser evitado é o uso de muitas ilustrações. Alguns
pregadores perdem a autoridade, porque são vistos como contadores de
histórias. Em geral, um pregador que conta muitas histórias é considerado um
pregador eloquente, mas consistentemente preguiçoso. É visto como alguém que
não se prepara bem. Muitas ilustrações tendem a se misturar na mente do
ouvinte, e o resultado disso é uma confusão de idéias. Como alguém já disse, as
ilustrações são como mel; muitas colheres cheias fazem a pessoa ter náuseas. O
ideal é uma ilustração para cada divisão.
O terceiro erro é o uso de ilustrações inacreditáveis ou muito fantásticas.
Elas provocam uma digressão no pensamento: "Como pode ser isto?" "Será que
isso é verdade?" "Tem alguma coisa de estranho nisso tudo!". Esse tipo de
pensamento nos ouvintes, leva o expositor a perder a credibilidade e o respeito.
O quarto erro é não usar ilustrações. Expositores que omitem as ilustrações
podem parecer áridos, vagos e obscuros. A omissão de exemplos e ilustrações
selecionadas é um erro didático.
Um quinto erro é o uso desautorizado da informação ou a ausencia da fonte
da informação. Com esse cuidado muitos constrangimentos podem ser evitados.

32
Quais são as melhores fontes de ilustrações?

A Bíblia é uma grande fonte de ilustrações. Ela possui muitas histórias,


parábolas e exemplos da verdade. O passo do estudo bíblico indutivo incluiu uma
verificação de passagens paralelas. Elas quase sempre fornecerão exemplos que
o pregador criativo poderá usar com linguagem e contexto atuais.
A internet, os jornais, devocionários, revistas e a televisão oferecem ao
expositor uma variedade de comparações e exemplos. Noticiários credíveis com
freqüência fornecem excelentes imagens que podem ser recordadas
instantaneamente pelos ouvintes, quando o mensageiro as aplica à verdade
bíblica. Quanto a internet, é muito importante verificar a autenticidade da
informação. Existem hoje, muitas informações falsas, fora de contexto e
desatualizadas nas redes sociais.
O contexto social da igreja indicará quais os tipos de ilustração que mais
facilmente iluminarão a verdade na mente da congregação. Uma igreja
freqüentada predominantemente por operários "verá" as ilustrações mecânicas
com mais clareza do que as ilustrações literárias. Jesus empregou ilustrações
agrícolas e pastoris para as pessoas com inclinação rural de seus dias.

Como selecionar as ilustrações?

Para selecionar as ilustrações devemos sempre olhar para a proposição. Ela


é o ponto de referência temático da mensagem. Depois observe as divisões
principais e selecione o conceito ou argumento que for mais abstrato e faça a
seguinte pergunta: Qual história bíblica, experiência humana, objeto físico ou
parte da natureza esclarece melhor este conceito? Repita isto em cada divisão.
A seleção das ilustrações deve ser realizada com critério e direção do
Espírito Santo. Depender da inspiração do momento para as ilustrações pode
gerar constrangimento e confusão. Isto não quer dizer que nunca devemos usar
uma ilustração espontânea. A exposição da Palavra de Deus é um processo
dinâmico, e o Espírito Santo deve ter liberdade para controlar o ato da ministração
da Palavra, bem como o preparo através do estudo.

____________________________________________________________________________________

EXERCÍCIO

1. Observe a sua proposição com atenção e reflita quais histórias bíblicas,


informações, experiências, objetos ou aspectos da natureza podem ilustrar esse
conceito.
2. Depois disso, olhe para as divisões principais e destaque os conceitos ou
argumentos mais abstratos e faça a mesma reflexão acima.

33
VI. Sexto Passo - A CONCLUSÃO E A INTRODUÇÃO
A introdução e a conclusão devem ser preparadas com reflexão e direção
do Espírito Santo.
A recomendação básica é fazermos, nesse momento, a conclusão primeiro
e deixarmos a introdução por último.
Assim como nas divisões principais, quatro elementos podem aparecer na
introdução e na conclusão, além da proposição:
✓ Argumentação.
✓ Passagem Paralela.
✓ Ilustração.
✓ Aplicação.

A Conclusão

A proposição é a fonte para a estrutura e conteúdo de toda a mensagem.


Assim, a conclusão também deve estar em conexão com a proposição.
Perguntas que podem auxilar na elaboração da conclusão:
✓ Qual exigência está implícita ou explícita nesta proposição?
✓ O que o ouvinte deve fazer, para que esta proposição se torne uma
realidade em sua vida?
✓ Quais passos podem levar o ouvinte a cumprir a verdade desta
proposição?
✓ Quais ações, normas, conceitos, idéias e atitudes que o ouvinte deve
adotar?
✓ Existe alguma solução prática que deve ser apresentada?
Parece óbvio, mas “uma conclusão tem que concluir” (Campbell Morgan).
Muitos mensageiros da Palavra de Deus possuem muitas dificuldades para
finalizar uma mensagem. Como um avião que se prepara para aterrar e arremete
para mais um giro no ar, eles não conseguem “pousar” (terminar a mensagem). Se
dissermos “concluindo...”, precisamos concluir.
A conclusão é o momento crucial para a assimilação do desafio central da
mensagem exposto na proposição e a consequente transformação que ela pode
produzir na vida do ouvinte. Por isso, prepare a conclusão com dedicação tanto
intelectual, quanto espiritual, através da oração.
Uma boa conclusão é simples, clara, breve, apropriada, específica, prática,
objetiva e positiva, tendo sempre como guia a proposição. Também deve ser
transmitida com um “tom” amoroso e viva de energia.
A conclusão também não pode ser um beco sem saída para o ouvinte.
Precisamos mostrar aos ouvintes as soluções, alternativas e possibilidades que o
Senhor Jesus lhe oferece.

34
A Introdução

Quando vamos iniciar uma ministração da Palavra é muito importante


saber fazer uma distinção entre os comentários informais e a introdução
propriamente dita. Para isso, podemos fazer uma transição separando esses
comentários iniciais da introdução dando uma boa pausa, ou realizando a leitura
do texto bíblico, ou, ainda, fazendo uma oração.
A introdução é a forma e o momento de apresentarmos a nossa proposição.
Por isso, tudo na introdução deve estar alinhado a proposição e conduzir para ela.
Uma boa introdução deve despertar o interesse do ouvinte, tornar claro o
propósito da mensagem e estabelecer um ambiente entre o ministrante e os
ouvintes. Também deve ser curta, apropriada e cordial.
Perguntas que podem auxilar na elaboração da conclusão:
✓ Como posso declarar esta proposição com outras palavras que
despertem interesse nos ouvintes? (Essa pergunta pode e deve ser
respondida de duas ou três formas diferentes).
✓ Quais acontecimentos atuais (locais, nacionais ou internacionais) que
estão na mente dos ouvintes e quais se relacionam com a proposição?
✓ Quais são as questões materiais, sociais, emocionais ou espirituais, que
podem ser abordadas a partir da proposição?
✓ Que evento cultural ou histórico nos antecedentes do livro da Bíblia,
que está o nosso texto, serve nesta proposição?
✓ Como posso criar uma expectativa nos ouvintes em relação ao tema
que será abordado na mensagem?
Depois de elaborada a introdução verifique a sequência das informações
apresentada. É muito importante que haja uma sequencia lógica na introdução
que conduza para a proposição.
____________________________________________________________________________________

EXERCÍCIO

1. Releia o material que você já fez (proposição, divisões principais com as


subdivisões e ilustrações).
2. Reflita e procure responder as perguntas de auxílio para elaboração da
conclusão e da introdução.
3. Peça a direção do Espírito Santo para elaborar a sua conclusão e
introdução.

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BIBLIOGRAFIA
https://www.significados.com.br/homiletica/
https://pt.about-meaning.com/11036844-meaning-of-homily
LACHLER, Karl. Prega a Palavra: passos para a exposição bíblica. Vida
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CHAPELL, Bryan. Christ-centered preaching: Redeeming the expository
sermon. Baker Academic, 2018.
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entrega de sermões expositivos. São Paulo: Editora Schedd, 2002.

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