Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Esperamos que vocês estejam, na medida do possível, com saúde e serenidade. Enfrentamos, como
é de conhecimento geral, a pandemia contra a Covid-19, que levou de modo precoce pessoas
queridas, nos deixando, por vezes, com o coração aflito. Passados esses momentos mais tensos da
tempestade, os trabalhos pastorais que não foram feitos de maneira presencial durante os dois anos
mais fortes de pandemia retomam em 2022 nos pedindo muito mais parceira e coragem, além de
ser grande esta saudade de estar perto, construindo a tão sonhada Civilização do Amor com vocês.
Assim, com nosso coração pulsante e esperançoso, a Pastoral da Juventude da Arquidiocese de
Fortaleza convida vocês a estarem presentes no Dia Nacional da Juventude 2022, evento histórico
de luta e de celebração da vida dos jovens de nosso país.
Por meio do tema “e o Verbo se fez carne” (Jo 1, 14), o DNJ 2022 convoca os jovens de comunidades,
pastorais e movimentos a refletirem sobre a presença encorajadora de Jesus de Nazaré, o mestre
que caminha ao lado dos pequenos e marginalizados na sociedade. No Início, como é narrado no
primeiro capítulo do Evangelho de João, o Verbo promove ruptura por meio de sua luz. O Verbo é
um Deus-Palavra que liberta, rompe os caminhos de morte e dissipa as trevas da ignorância. O
Deus-Palavra, deixa de ecoar sem uma forma definida e toma corpo de gente vindo habitar entre
nós. Sente o mundo com todo seu ser e com toda a sua amorosidade mostrando ensinamentos que
desafiavam a cultura injusta de sua época. Essa pedagogia revolucionária de Jesus, de modo
comparativo aos dias atuais, deve ser o resultado de uma educação que liberta e abre caminhos de
Vida. Diante de um sistema de exclusão e de extrema desigualdade social, a educação libertadora,
pautada por muitos educadores, como Paulo Freire, comunga com os valores de Jesus, quem,
diante de qualquer situação não justa, impelia àqueles que sofriam a uma ação transformadora
diante de si e da sociedade ao seu redor.
Para bem trabalharmos nosso DNJ, este material propõe 3 encontros (1. Reparando em para mim, 2.
Reparando o outro e 3. Reparando ao redor) para que os grupos e movimentos possam bem rezar a
temática da educação associada ao fazer religioso com compromisso de construção de vida em
abundância a todas as pessoas. Sob a perspectiva de uma educação dentro e fora dos espaços
religiosos, que possa transformar os corações e mentes das pessoas por meio do diálogo e do
empoderamento ante situações excludentes, convidamos vocês a fazerem parte desta festa bonita
com a gente! Alegres e confiantes, esperamos que vocês estejam junto a nós festejando, dialogando
e tecendo a Civilização do Amor.
* Estas fotografias devem ser solicitadas com antecedência pelo animador do encontro.
2. Boas-vindas: o animador do encontro dá as boas vindas ao grupo, pode cantar alguma música
alegre para acolhida. Em seguida, inicia-se o mantra a seguir:
3. Mantra inicial:
4. Dinâmica:
Escolha um participante para ler o texto abaixo ou pode ser feita uma leitura partilhada, na qual,
cada pessoa do grupo leia um parágrafo. Após uma leitura atenta, sugere-se que as impressões do
grupo sejam orientadas pelas perguntas ao final do texto.
A palavra “pedagogia” é de origem grega. Significa conduzir uma criança. Mas um dado muito
interessante na história da palavra é que o principal “pedagogo” era um escravo. [...] O que era
entendido dessa maneira, atualmente, é uma profissão que compreende a importância da
formação significativa de crianças e jovens. Nesse sentido, para que possamos ter uma sociedade
com equidade, é preciso garantir uma sociedade justa é necessário se reconectar ao povo.*
Porém, a grande pergunta é: COMO? Depois de Paulo Freire e tantos mestres do trabalho popular,
não deveríamos ter tanta dúvida. Mas temos. Temos porque não fomos “pedagogos”. Temos
porque, como diz Freire, comparando o método de Jesus com a nossa prática: “O ensino do Cristo
não era nem poderia ser o de quem, como muitos de nós, julgando-se possuidor de uma verdade,
buscava impô-la ou simplesmente transferi-la”. Sim, a nossa cabeça ocidental e positivista não
permite reconhecer sabedoria em quem narra a história com categorias pouco precisas para os
nossos padrões. Queremos treinar seres humanos como treinamos cachorros, macacos, papagaios
etc. Temos interesse pelas histórias que acontecem ao redor das pessoas e não com a história das
pessoas. Os mecanismos simbólicos de construção da subjetividade não são reconhecidos como
uma força de resistência e de luta pela vida.
Mal comparando, é como dizer a uma pessoa com depressão que ela só está deprimida porque
quer. Assim, vamos formulando “chavões” para justificar opções pedagógicas equivocadas como
“pobre de direita”, “cada povo tem o governo que merece”, “o povo não sabe votar” e não nos
perguntamos por que determinadas situações tomarem rumos que consideramos absurdos. E
então colocamos na conta da ausência de formação quando acontece uma resposta popular que
não vai em direção àquilo que acreditamos ser o melhor. A chamada conscientização nem sempre
é pedagógica. Achamos que o cérebro é um computador que pode ser programado conforme a
direção que queremos. Não se percebe os processos contínuos sob os quais a vida vai sendo vivida
e tudo o que está em jogo para sobreviver.
O aprendizado é um processo que exige mente e coração. É preciso fazer a experiência de
aprender, melhor ainda, apreender, isto é, trazer para dentro. Conhecer é um processo de
emancipação, autonomia e liberdade. [...] Um processo pedagógico que envolva mentes e corações
dá trabalho. Mas como diz um ditado árabe: “quem planta tâmaras não colhe tâmaras”, porque a
tamareira leva de 80 a 100 anos para dar frutos. Aprender a aprender exige paciência. [...]
E falando especificamente das CEBs, comunidades cristãs, deveríamos nos espelhar n’Aquele que é
a razão de nossa fé. Deus se fez história. Escolheu o caminho humano processual, isto é, gravidez,
infância, juventude, até se tornar adulto. Fez parte de uma família, certamente com todas as tensões
que isto representa. E fez isto como escravo: “Ele tinha a condição divina, e não considerou o ser
igual a Deus como algo a que se apegar ciosamente. Mas esvaziou-se a si mesmo, e assumiu a
condição de servo” (Fl 2, 1-11).
Que a nossa ligação com o Senhor da vida nos permita ter “os mesmos sentimentos de Cristo
Jesus”. Que possamos redescobrir aquilo que os povos tradicionais sempre souberam e continuam
sabendo, muitas vezes no meio do barulho e da confusão, o que significa caminhar em direção ao
BEM-VIVER.
Autor do texto: Celso Pinto Carias, doutor em Teologia pela PUC-Rio. Assessor da Ampliada Nacional das CEBs e do
Setor Cebs do Comissão Pastoral Episcopal para o Laicato da CNBB. Da equipe do Iser Assessoria e morador de Duque
de Caxias, RJ – Baixada Fluminense.
*grifo nosso
b) olhando essas fotos e relembrando o passado, a educação recebida em sua infância e juventude
possibilitaram um aprendizado/apreender significativo para suas vidas?
5. Texto bíblico: O encontro de Jesus com a mulher que seria apedrejada (Jo 8, 1-11).
→ Para o animador: Com antecedência, deve ser escolhido um participante para realizar a leitura.
Uma leitura bem realizada promove uma compreensão mais significativa do conteúdo do texto.
II. O que significa a atitude de Cristo de escrever no chão? O que ela pode demonstrar sobre a
atitude pedagógica de Jesus para nós?
III. De que maneira você acha que essa leitura é uma mostra da importância do conhecimento
pessoal? Como sabendo de nossas próprias limitações podemos ter um olhar diferente sobre nós e,
consequentemente, para os outros?
Qr code do texto
2. Boas-vindas: o animador do encontro dá as boas vindas ao grupo, pode cantar alguma música
alegre para acolhida. Em seguida, convida o grupo a ficar de pé para executarem todos/as juntos/as
a dança circular a seguir:
Te ofereço paz
Te ofereço amor
Te ofereço amizade
Ouço tuas necessidades
Vejo tua beleza
Sinto os teus sentimentos
Minha sabedoria flui
De uma fonte superior
E reconheço esta fonte em ti
Trabalhemos juntos
Trabalhemos juntos
→ O animador, com antecedência, deve conferir o vídeo no Youtube que mostra os passos desta
dança circular.
Para o animador: Com antecedência, deve ser escolhido um participante para realizar a leitura.
Uma leitura bem realizada promove uma compreensão mais significativa do conteúdo do texto.
III. A alegria do Pai, que se rejubila diante do regresso do filho que havia ido embora, representa um
olhar revolucionário diante dos “erros” dos outros. Isso incomodou o filho mais velho. Em nossa
vida, agimos mais como o filho mais velho ou como o filho mais novo?
→ Para o animador: Sugere-se que o animador leia, antes do encontro, para aprofundamento, o
texto Ternura e misericórdia de Deus, extraído do livro “O avesso é o lado certo”, de Carlos Mesters
e Mercedes Lopes
A bênção do Deus
A bênção do Deus de Sara, Abraão e Hagar;
a bênção do Filho, nascido de Maria;
a bênção do Santo Espírito de amor,
que cuida com carinho, qual mãe cuida da gente,
esteja sobre todos nós. Amém!
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
2. Boas-vindas: o animador do encontro dá as boas vindas ao grupo, pode cantar alguma música
animada para acolhida.
3. Iniciando o encontro: O animador faz uma breve recordação da caminhada traçada até o
momento. Pede-se que os participantes recordem os momentos mais tocantes para eles. Em
seguida, o animador convida o grupo a ouvir atentamente a canção “Trono do Estudar”, do cantor
brasileiro Dani Black. Sugere-se que os participantes fiquem em dupla com a letra impressa para
acompanhar a canção.
5. Entendendo a canção:
Segundo o site do Jornal Grande Bahia, “a canção ‘O Trono do Estudar’, foi composta pelo artista em
apoio à luta dos estudantes de São Paulo, contra a medida de fechamento de 100 escolas,
promovida pelo governo estadual de Geraldo Alckmin (PSDB), foi gravada por dezoito artistas, entre
eles Chico Buarque, Dado Villa-Lobos, Paulo Miklos e Zélia Duncan.
A música foi cantada durante a Virada Ocupação, realizada nos dias 6 e 7 de dezembro de 2015. O
evento reuniu artistas a exemplo de Tiê, Criolo, Pitty e Emicida. Observa-se que o fato gerador da
música de protesto ocorreu há alguns anos, mas a música mantém a perenidade em decorrência da
constante luta pelo direito social à educação de qualidade.”
→ Para o animador: Após a leitura do texto, o animador pede que as duplas grifem os versos que
mais chamaram a atenção delas. Em seguida, motiva os participantes a falarem sobre a educação
brasileira e sobre suas experiências em seu tempo de escola. Para este momento, sugere-se a
pergunta para o grupo: como a educação brasileira pode aprender com a pedagogia de Jesus?
6. Preparando a caminhada:
→ Para o animador: A sugestão para a oração final é a leitura orante do poema “Fome de
educação”, do cordelista Bráulio Bessa. Com antecedência, o animador convida 6 pessoas para
recitarem. Pode ser feito por meio de leitura ou por memorização, para aquele participante que
tiver habilidade de decorar. A cada estrofe, todo o grupo responde em coro.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~