Desafio: Conquistando

uma vida Virtuosa!

Quais Virtudes preciso trabalhar?

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 Quais virtudes preciso trabalhar? Por onde começar?
Reflitamos sobre a seguinte passagem: “Quem de vós, querendo fazer uma
construção, antes não se senta para calcular os gastos – os meios – que são
necessários, a fim de ver se tem com que acabá-la?” (Lc 14,28).
Primeiro é preciso ter um projeto, saber o que se quer construir. Depois é
imprescindível parar e refletir com calma – sentar-se para calcular –, a fim
de ver qual deve ser o investimento e o material necessário.
Agora pensemos que as virtudes são os materiais que usamos para
reformarmos nosso próprio ser, na construção de uma morada cristã.
Façamos a pergunta: que material já tenho (valores, bons hábitos) e qual me
falta? É sobre isso que vamos refletir agora.

Passo 01: Vencer o orgulho!

São Josemaria lembrava a antiga sentença que dizia que o melhor negócio
do mundo seria comprar os homens pelo que realmente valem e vendê-los
pelo que creem que valem.
Todos nós precisamos ouvir humildemente as palavras de Cristo na sétima
carta do Apocalipse: Conheço as tuas obras … Dizes: Sou rico, de nada
necessito –e não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu…
Aconselho-te que compres de mim um colírio para ungir os olhos, de modo
que possas ver claro (cf. Ap 3,17-18). Vamos pedir a Deus esse colírio?

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 Passo 02: Vencer o conformismo!

É importante reconhecer os nossos defeitos. Muitas vezes assumimos para

nós mesmos: “sou preguiçoso, falta-me delicadeza, sou desordenado, não
dou para isso ou aquilo.” Podemos pensar depois: “Mas, o que fazer, se eu
sou assim, se esse é o meu jeito? Paciência!”
Quando nos ocorre um pensamento desse tipo, deixemo-nos sacudir por
esta frase do livro Caminho: Não digas: “Eu sou assim…, são coisas do meu
caráter”. São coisas da tua falta de caráter. (n. 4). Aquele que não aspira a
mudar, a melhorar, não aspira a viver. O conformismo com os defeitos
equivale a desistir da realização e optar por ficar empalhados em vida, é
vegetar como o frango conservado no freezer.
Com razão, Deus poderia dizer-nos: “Você é assim mesmo, certo. Mas já
quis ser diferente, já tentou ser melhor, alguma vez?“
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 Passo 03: Conhecer-se?

A resposta a essa pergunta já deu origem a muitos livros. Agora leia as três
pistas, dentre as sugeridas por Cristo, para que você encontre a verdade no
fundo do seu coração (Salmo 51,8).

I) Primeira: Onde está o teu tesouro, lá também está o teu coração (Mt 6,21).
“Tesouro” é aquilo que mais prezamos, que mais amamos. Pode ser uma
pessoa querida, ou o nosso sucesso, ou o dinheiro, ou o prazer… O “coração”
– o mundo íntimo dos nossos pensamentos, sonhos, projetos e desejos –
está centrado naquilo que mais estimamos e julgamos necessário para a
nossa felicidade.
Para muitas pessoas, o “tesouro” são os três esses: Sucesso, Satisfação,
Sossego. Se você se enquadra aí, não duvide: precisa urgentemente
começar a lutar contra o egoísmo.
Para outras pessoas, o “tesouro” consiste em acumular riquezas. Não
entendem que se os bens materiais são o seu Tesouro (com letra maiúscula
mesmo), estão a caminho de um suicídio moral e podem despedir-se da
felicidade que Cristo promete: Felizes os pobres em espírito [os que são
desprendidos e generosos, ainda que tenham bens], porque deles é o Reino
dos céus (Mt 5,3).
Para outros é a liberdade. Por enquanto, reflita: liberdade para quê?
Dependendo da resposta, você vai conhecer seu coração. Se é liberdade
para “fazer o que eu quero”, você é um lamentável egoísta; se for liberdade
para poder dar-se mais a Deus e dedicar-se a grandes ideais em favor dos
outros, você tem a virtude da generosidade. Medite.
Qual é seu “tesouro”? Qual o “rei” que domina em seu mundo íntimo?
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II) Segunda: A boca fala daquilo de que o coração está cheio (Lc 6,45)
Reflita sobre estas palavras do livro Caminho: «Obstinas-te em ser o sal de todos
os pratos… e – não te zangues se te falo claramente –tens pouca graça para ser
sal… Falta-te espírito de sacrifício. E sobra-te espírito de curiosidade e de
exibição» (cf. n. 48).
Do que você mais fala? De você mesmo? Fala muito e escuta pouco?
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Você critica muito os outros? Acha logo defeito em tudo? Precisa adquirir a
virtude da compreensão.
Você alimenta em seu íntimo as mágoas e rancores? Se sim, precisa – mais do
que o ar que respira – aprender a virtude da misericórdia.
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Você é “boca-suja”, que fala muito de pornografia e xingamentos? Precisa

descobrir e começar a praticar uma virtude que provavelmente ignora e até
despreza: a castidade.
Precisa também praticar a veracidade, isto é, lutar para não ficar enganando,
traindo os compromissos de fidelidade que assumiu.
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Você pensa muito em comidas, bebidas, prazeres que não consegue se

desapegar? Também é urgente que aprenda como se adquire a virtude da
temperança.
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III) Terceira: Por que estais tristes? (Lc 24,17) É a primeira pergunta que Jesus
ressuscitado fez aos discípulos de Emaús, quando voltavam para casa
desesperançados, depois do “fracasso” da Cruz. As alegrias e as tristezas são
excelentes radiografias das doenças do coração. Reflita se você se alegra com
aquilo que é o mais fácil, ainda que seja moralmente errado? Diz, todo feliz:
“Consegui driblar um compromisso”? Então, no seu coração há um buraco negro
no lugar que deveria ocupar a virtude da responsabilidade.
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Você se alegra mais com o que recebe do que aquilo que dá? se sim, há um vazio
no lugar da caridade e da abnegação.
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Quando se porta mal, você se entristece com as suas ofensas a Deus e ao

próximo, ou sente apenas a humilhação de se ver fraco e ruim?
Precisa, então, de ganhar as virtudes da humildade e do arrependimento.
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Alegra-te com o fracasso dos outros, quando faz brilhar mais o seu sucesso? Não
demore a iniciar uma luta séria contra os feios vícios da inveja e a vanglória.
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«Examina com cuidado o que é que amas, o que é que temes, de que te alegras, com que te
entristeces. Todo o coração consiste nestes quatro afetos» (São Bernardo).
As virtudes que nos faltam são um cartaz luminoso. Cada uma delas nos lança um apelo: Veja o
caminho que ainda deve percorrer, e comece a andar.
Pense. Reze. Peça luz a Deus e procure ver a verdade no fundo do seu coração.
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