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SITUAÇÃO POLITICA NOS TEMPOS DE JESUS

1. DIVISÃO POLÍTICA
Jesus iniciou seu ministério com 30 anos de idade (Lc 3:23). Conforme Lc 3:1, o ministério de
Jesus iniciou no 15º ano do Imperador romano Tibério Cesar, o que fornece uma data por volta de 28
ou 29.
Nessa época a Palestina estava dividida em 3 regiões chamada de Tetrarquias foram divididas
entre os filhos de Herodes: Herodes Antipas, Filipe e Arquelau
 Herodes Arquelau seria rei da Judeia (incluindo Samaria e Idumeia)
 Herodes Antipas seria tetrarca da Galileia (incluindo a Pereia)
 Filipe seria tetrarca da Traconítida (incluindo Galianítida, Batanéia, Auralnitis e Panéia).

Lucas cita o Lisânias, tetrarca de Abiline. Abiline é uma região que fica na Síria.
Lucas também informa que Pôncio Pilatos era governador da Judeia quando Jesus iniciou seu
ministério.
O governador Pôncio Pilatos tratava apenas
dos impostos e rebeliões armadas contra Roma.
Logo, Herodes era submisso ao imperador
romano, representado por Pôncio Pilatos.
Problemas que envolvessem a religião e a lei
dos judeus eram julgados por Herodes. Isso
explica o porquê de Pilatos enviar Jesus à
jurisdição de Herodes, pois a problemática era no
âmbito da religião e não da política.

2. PARTIDOS POLÍTICO-RELIGIOSOS
No contexto do Novo Testamento, a nação
judaica não era homogênea. Ao contrário disso,
ela estava dividida em vários grupos e partidos
com doutrinas, ideologias e tradições distintas,
movidos ora por motivações políticas, ora
religiosas. Nesse sentido, saduceus, fariseus,
essênios, zelotes e herodianos formavam os
principais partidos políticos e seitas religiosas daquela época.

HERODIANOS
Os herodianos eram os defensores da dominação romana na Palestina. Estavam a serviço de
Herodes e eram os mais ferrenhos perseguidores dos movimentos subversivos.
Os herodianos se opunham a Jesus por receio que Ele pudesse promover perturbações públicas
por meio de seus ensinamentos morais.

SADUCEUS
Os saduceus eram o partido religioso, econômico e político dominantes na época de Jesus. A ele
pertenciam a maioria dos sacerdotes. Favoráveis à presença romana, eram materialistas e não
acreditavam na ressurreição, nem nos anjos.
Apesar da pequena quantidade, os saduceus representavam a aristocracia dominante do
judaísmo nos tempos do Novo Testamento.
Eles formavam o escalão superior dos sacerdotes e parte do Sinédrio, exercendo, por isso,
grande influência política.
Ao contrário dos fariseus, que reconheciam a importância da tradição oral, os saduceus
aceitavam somente a Lei escrita (Torá).
Por influência do helenismo e da cultura pagã, era uma religião materialista e secularizada, que
negava a existência do mundo espiritual (At 23,8) e não acreditava na ressurreição dos mortos (Mc
12,18) nem na vida futura. A vida para eles, portanto, se resumia ao aqui e agora, sobre a qual Deus
não tinha nenhuma interferência.

Fariseus
Em maior número que os saduceus, os fariseus (parash: “separar”) representavam o núcleo mais
rígido do judaísmo, formado basicamente por pessoas da classe média e com grande influência entre o
povo (Jo 12,42-43). Eram meticulosos quanto ao cumprimento da Lei mosaica e, por isso, a maioria
dos escribas (Mt 15,1; 23,2) pertencia a esse grupo.
Enfatizavam mais a tradição oral do que a literalidade da lei. Além de dar grande valor às
tradições religiosas, como o lavar as mãos antes das refeições (Mc 7,3) e ao recolhimento do dízimo
(Mt 23,23), os fariseus jejuavam regularmente (Mt 9,14) e enfatizavam a observância do sábado (Mt
12,1-8).

Escribas
Os escribas da antiga Israel eram homens instruídos cujo trabalho era estudar a Lei, transcrevê-la
e escrever comentários sobre ela. Eles também eram contratados em ocasiões em que surgiu a
necessidade de um documento escrito ou quando era necessária a interpretação de um ponto legal.
Esdras era um "escriba versado na Lei de Moisés" (Esdras 7:6).
Os escribas levavam seu trabalho de preservar as Escrituras muito a sério; eles copiavam e
copiavam a Bíblia meticulosamente, contando até letras e espaços para garantir que cada cópia
estivesse correta

Zelotes
Os zelotas eram membros do partido judaico que se opunha à dominação romana por julgá-la
incompatível com a soberania do Deus de Israel. Em períodos mais turbulentos apelavam à violência.
Praticavam sequestros e assassinatos de opositores políticos.
Os sicários eram uma ala dos zelotas e eram assim chamados porque carregavam um punhal
escondido. Eram um movimento subversivo caracterizado por violentos atentados.
Os zelotes formavam um grupo extremista que usava a rebelião e a violência contra a dominação
dos romanos, pois acreditavam que tal submissão era uma traição a Deus.

Sacerdotes
No início, o sumo sacerdócio era um cargo hereditário e vitalício, mas os asmoneus o usurparam
no segundo século AEC.* Herodes, o Grande, nomeava e destituía os sumos sacerdotes, deixando
claro que era ele a verdadeira autoridade. Os governadores romanos da Judéia seguiam uma prática
semelhante.
Esses acontecimentos levaram à formação de um grupo que as Escrituras chamam de “principais
sacerdotes”. (Mateus 26:3, 4) Além de Caifás, esse grupo incluía ex-sumos sacerdotes, tais como Anás
que havia sido deposto, mas continuava com o título. O grupo também incluía familiares imediatos dos
sumos sacerdotes, tanto dos em exercício como dos antigos.
Caifás (Joseph Caiaphas) foi um sumo sacerdote contemporâneo de Jesus. É citado várias vezes
no Novo Testamento (Mt 26,3; 26,57; Lc 3,2; 11,49; 18,13-14; Jo 18,24.28 e At 4,6). O historiador judeu
Flavio Josefo diz que Caifás tornou-se sumo sacerdote por volta do ano 18, nomeado por Valério
Grato, e que foi deposto por Vitélio em torno do ano 36 (Antiquitates judaicae, 18.2.2 e 18.4.3). Estava
casado com uma filha de Anás. Também segundo Flavio Josefo, Anás havia sido o sumo sacerdote
entre os anos 6 e 15 (Antiquitates judaicae, 18.2.1 e 18.2.2). De acordo com essas datas, e conforme o
que assinalam os evangelhos, Caifás era o sumo sacerdote quando Jesus foi condenado a morrer na
cruz.

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