Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2023
DEDICATÓRIA
1 BIBLIOLOGIA
1.1 REVELAÇÃO
Entende-se por Revelação o ato e/ou os meios pelos quais Deus se faz
conhecido aos seres humanos. Tendo em vista que, por ser Deus um ser infinito, e
nós seres humanos finitos, não podemos conhecê-Lo sem que seja de Sua própria
vontade o revelar-se. É impossível ao ser humano (e a qualquer outro ser) conhecer
a Deus por sua própria iniciativa (Is 59.8; Rm 3.17).
1.1.1 Revelação Geral
Revelação Geral é a auto manifestação de Deus através da natureza e da
personalidade do homem. Como disse o salmista: “Os céus declaram a Glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra de Suas mãos” (Sl 19.1), bem como Paulo, ao dizer
que: “as coisas invisíveis, o eterno poder e a divindade de Deus se entendem e se
veem pelas coisas criadas, tornando a raça humana totalmente sem desculpas de
seus pecados.” (Rm 1.18-20). E, quando se fala de Deus revelar-Se pela
personalidade do homem, veem-se traços singulares que não são vistos em qualquer
outro ser: o de ter sido feito à imagem e semelhança de seu Criador (Gn 1.26-27).
1.1.2 Revelação Especial
Uma vez que Revelação Geral não comunica plena e especificamente quem é
este Deus, apenas a Revelação Específica demonstrará quem Ele é e como é possível
relacionar-se com o Criador. Daí o fato de Deus se fazer manifesto, por exemplo, a
Adão e sua família, Abrão, Jacó, Moisés (e muitos outros), de maneira consciente e
voluntária, sem que houvesse qualquer iniciativa ou contrapartida da criação (Gn 3,
12.1-3, 28.12-13; Ex 3.2). O ápice desta revelação culmina na pessoa de Jesus e nas
Escrituras em sua composição final (Cl 1; Hb 1.1-3). De maneira que, em Cristo e em
Sua Palavra, temos revelação suficiente para a vida e piedade na presença de Deus.
(Dt 8.3; Mt 4.4; Ap. 22.18-19)
1.2 INSPIRAÇÃO
Na medida em que a Revelação trata da comunicação e do conhecimento que
Deus dá de Si mesmo à criatura, a Inspiração consiste na transmissão dessa
comunicação. Em 2Tm 3.16, a palavra, em seu idioma original, traz consigo a ideia de
ter sido “soprada por Deus” e diz respeito à influência do Espírito Santo sobre os
agentes humanos que redigiram as Escrituras, dirigindo-os com precisão seus
pensamentos, ainda que tenham utilizado o vernáculo que lhes fosse familiar e em
conformidade com sua formação pessoal e com a cultura de suas épocas.
O apóstolo Pedro deixou isto cristalino ao firmar que nenhuma profecia
sobreveio de particular interpretação dos autores humanos, mas que estes falaram
movidos (em algumas versões, impelidos) pelo Espírito Santo (2Pe 1.19-21).
5.1 CRIAÇÃO
Deus criou o primeiro homem à Sua imagem a partir do pó da terra e com Seu
sopro de vida, no sexto dia da Criação (Gn 1.27, 2.7). Nunca existiu uma criatura
subumana ou um processo de evolução. No que tange a sua estrutura, a pessoa
humana é constituída de uma parte material, o corpo físico, e outra imaterial,
alma/espírito (Ec 12.7). Há, basicamente, duas concepções distintas acerca da
estrutura do ser humano: (i) o tricotomismo (corpo + alma + espírito), baseando-se
em 1Ts 5.23 e Hb 4.12; e (ii) o dicotomismo (corpo + alma/espírito), com fulcro em
alguns textos tais como Mt 10.28; Lc 1.46-47 (aqui há um paralelismo em que alma e
espírito são sinônimos); Rm 8.10; 1Co 5.5; 2Co 7.1, e outros, nos quais as duas
palavras são intercambiáveis, casos em que, substituindo-se uma pela outra, seu
significado semântico permanece inalterado (1Co 5.5; Tg 1.21; 2Co 7.1; 1Pe 1.22).
O problema central do homem é o pecado que nos separa de Deus (Is 59.2),
sendo Sua Palavra o meio pelo qual Ele nos apresenta a salvação encontrada em
Cristo (Ef 1.13) e a fé o meio pelo qual somos alcançados por esta salvação (Ef. 2.8-
9).
Fonte: Millard J. ERICKSON, Introdução à Teologia Sistemática (Edições Vida Nova, 1992) p. 377.
Trata-se da doutrina que visa compreender a natureza e a obra dos anjos à luz
das Escrituras. Anjos são seres espirituais criados por Deus e que ministram e louvam
continuamente na presença do Soberano (Sl 148.2,5). Os anjos qualificam-se como
personalidades porque possuem aspectos de inteligência (1Pe 1.12), emoções (Jó
38.7; Tg 2:19) e vontade própria (Jd 6). O Senhor ensinou que os anjos não podem
gerar filhos angelicais (Mt 22.30) e que eles não morrem (Lc 20.36). São criaturas
distintas dos homens (Hb 2.7-9).
Trata-se da doutrina das últimas coisas, ou seja, o estudo atinente aos eventos
futuros, em cumprimento das profecias bíblicas proferidas no passado e que ainda
pende ser concretizados, que abrange o ensinamento bíblico a respeito do estado
intermediário, do arrebatamento da Igreja, da Tribulação, da Segunda Vinda de Cristo,
das ressurreições e do milênio.
10.5 O MILÊNIO.
Trata-se do período de reinado de Jesus Cristo na terra, assessorado pela
Igreja glorificada, atestando para o mundo quão diferente e singular será este governo
quando comparado com todos os governos humanos que o antecederam. Jesus
governará sobre a terra a partir de Jerusalém, que será a capital do mundo.
Semelhantemente como acontece com o arrebatamento, o Milênio também enfrenta
questionamentos sob a perspectiva da segunda vinda de Cristo. De sorte que, são
assim chamados de pré-milenistas os que entende que Jesus, ao voltar, inaugura
Seu Reino literal de 1000 anos sobre a terra; e os que concebem a vinda de Jesus
após o período de 1000 anos de Seu reinado (apenas no âmbito espiritual), são
chamados de pós-milenistas. São conhecidos como amilenistas, os que não creem
em um reino de Jesus na terra antes do estado eterno, que compreendem como
alegoria a menção de um reino de 1000 anos em Apocalipse 20.1-7.
JUSTO GONZÁLEZ, ed. Juan Carlos Martinez, trans. Silvana Perrella Brito,
Breve Dicionário de Teologia, Hagnos, São Paulo, 2009.