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CENTRO DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA BATISTA DO ESPÍRITO SANTO

CURSO DE TEOLOGIA - ÊNFASE EM MINISTÉRIO PASTORAL

AUGUSTO CEZAR COZER

RESENHA DO LIVRO: O EVANGELHO MATRAPILHO

VILA VELHA
2019
AUGUSTO CEZAR COZER

RESENHA DO LIVRO: O EVANGELHO MATRAPILHO

Resenha apresentada para a disciplina de


Metodologia da Pesquisa, no curso de Teologia -
Ênfase em Ministério Pastoral, do Centro de
Educação Teológica Batista do Espírito Santo -
CETEBES.

Prof. Benedito Andrade Filho.

VILA VELHA
2019
RESENHA

MANNING, Brennan. O Evangelho Maltrapilho. Traduzido por Paulo Purim. São


Paulo. Mundo Cristão, 2005. 224 fls.

Sobre o Autor

Brennan Manning, nasceu e cresceu no Brooklyn, um bairro do subúrbio de


Nova Iorque, EUA.  Pensador brilhante, especialista em Escrituras e Liturgia,
Filósofo, Teólogo e sacerdote Franciscano construiu uma curiosa trajetória
ministerial permeada pelo trânsito entre a academia e as favelas, a universidade e
as vilas, povoados e cortiços; e pela prática do tipo de cristianismo com o qual se
comprometera desde o início de sua vocação: o da compaixão e serviço abnegado.
Autor de mais de vinte livros, ficou conhecido por sua autenticidade ao
abordar os dilemas do homem em contraste ao amor e à graça de Deus. Sua luta
contra o alcoolismo, a saída do sacerdócio, casamento e divórcio fazem de sua
biografia um eloquente testemunho de restauração e esperança. Durante sua
vida, Brennan conduziu retiros espirituais para pessoas de todas as idades e
empreendeu viagens pelos Estados Unidos e pelo exterior com o objetivo de
compartilhar a Boa Nova do Evangelho e comunicar o amor incondicional de Deus
por cada um de seus filhos. Faleceu em 12 de abril de 2013.   

Sobre a obra

O autor inicialmente vai nos apresentar que secretamente admitimos que o


chamado de Jesus seja exigente demais, que a entrega ao Espírito Santo está além
do nosso alcance e que a sua impressão é de que a nossa cultura tornou a palavra
graça impossível de se compreender, banal e desgastada pelo mau uso e pelo uso
em excesso, onde um imensurável número de Cristãos vive na casa do temor e não
na casa do amor. A interpretação clara e aprofundada do autor demonstra que a
análise dos acontecimentos narrados é feita de forma segura e esclarecedora.
Analisa que Deus tem um único posicionamento inflexível com relação a nós: Ele
nos ama. Ele é o único Deus jamais conhecido pelo homem que ama os pecadores.
O Pai de Jesus ama a todos, não importando o que façam, Ele nos ama!
Brennan também aborda a questão de que Jesus veio para os pecadores,
para aqueles tão marginalizados quanto cobrador de impostos e para os enredados
em escolhas sórdidas e sonhos desfeitos, ou seja, Jesus veio para todos, tanto para
os justos quanto para os pecadores. Quaisquer que sejam as nossas falhas, não
precisamos nos esconder de Jesus, nos esconder de sua presença. O Evangelho de
João, em seu capítulo primeiro relata: “veio para o que era seu, os seus não
receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de Deus”. Manning é taxativo ao dizer que somos aceitos. Aceitos por alguém
que é maior que nós.
Outro aspecto apresentado por Brennan é a demonstração da lei da graça,
uma nova chance na vida. Relata em sua obra que a Igreja deve estar
constantemente consciente de que não há um único pecado ou falha do qual ela não
seja de um modo ou de outro culpada. Embora seja verdade que a igreja deva se
dissociar do pecado, ela em nenhum momento pode ostentar qualquer desculpa
para manter qualquer pecador à distância. Salienta que viver pela graça significa
reconhecer o lado bom e o ruim. Admitir que se fossemos verdadeiramente homens
e mulheres de oração, pararíamos de colocar a culpa nos outros.
O autor também relata que não importa quão dedicados e devotos sejamos
não somos capazes de salvar a nós mesmos. Quando, porém, aceitamos a posse
de nossa impotência e nosso desamparo, quando reconhecemos que somos
miseráveis à porta da misericórdia de Deus, então Deus pode fazer algo belo de
nós! Essa é uma das características dos pecadores que vivem pela graça! Uma
oração dessas pessoas pode ser uma única palavra. Ainda assim essa palavra pode
representar tudo para Deus. Nesse sentido, não existe oração ruim. A ternura de
Jesus não é de modo algum determinada pelo modo como oramos ou pelo que
somos ou fazemos. Embora Jesus chame cada um de nós para uma vida mais
perfeita, não somos capazes de fazê-lo por nossos próprios esforços. Estar vivo é
estar incompleto; estar incompleto é carecer da graça. É através da graça apenas
que qualquer um de nós pode ousar esperar tornar-se mais como Cristo.
Precisamos redescobrir o evangelho da graça e o mundo da graça!

Conclusão

O assunto abordado no livro é de extrema relevância para nós os


maltrapilhos e principalmente para aqueles que apresentam ferimentos profundos na
alma. Contudo é importante considerar que quando falamos de vida cristã dois erros
são comuns: o legalismo exacerbado ou, com o mesmo exagero, o liberalismo. As
pessoas costumam se colocar entre um ou outro extremo. Ou não pode nada ou
pode tudo. É verdade que a lei não justifica ninguém, mas não é verdade que
podemos ignorar qualquer mandamento em nome da graça. A graça salva aqueles
que pecam sim, mas não salva aqueles que pecam e não estão nem ai para isso. E
o autor parece puxar um pouco para esse lado mais universalista.

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