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NOVO TESTAMENTO

OS EVANGELHOS- PARTE I

l Introdução

A partir daqui vamos aprender mais a respeito dos Evangelhos, e as principais


características de cada um deles. Especificamente Mateus, Marcos e Lucas que
chamamos de Evangelhos Sinóticos.

É muito comum que as pessoas façam certa confusão com relação ao conteúdo
dos Evangelhos. Precisamos atentar ao fato de que todos eles falam sobre relatos
da vida de Jesus, porém, cada um à sua maneira. Para entendermos melhor,
vamos fazer uma analogia: imagine um pai que faz uma festa e convida todos os
seus filhos.

No dia seguinte, cada um irá contar a respeito da festa para seus amigos. No
entanto, é inevitável que nenhum deles conte os detalhes de forma idêntica um
ao outro. Isso, porque cada um tem o seu próprio ângulo de visão, que é diferente
do outro.

O que acontece nos Evangelhos é que cada escritor percebe aquilo que foi
testemunhado com características únicas, para que todo cenário esteja bem
construído eu preciso juntar as peças. A seguir, vamos compreender as principais
características de cada um.

O livro de Marcos é considerado a fonte mais antiga, o livro mais antigo dos
evangelhos, 76% do material é encontrado em Mateus, Marcos e Lucas, 3% do
material de Marcos e Lucas são comum, você também vê 3% de material inédito,
só se encontra nestes livros, 18% do material você verá em Marcos e Mateus.
Existe 20% de semelhança entre o livro de Lucas e Mateus e 25% de semelhança
entre Mateus e Lucas. 10% de semelhança entre Marcos e Mateus e 35% do
conteúdo de Lucas é inédito.

Nesta primeira parte, estudaremos o livro de Mateus.

l Livro de Mateus

Começa com uma genealogia para nos situar na história. Essa analogia é como se
fosse um mapa, ela nos localiza na história. O livro de Mateus é escrito para os
judeus. Existe aquela preocupação de que o judeu conheça a vida de Jesus, para
que ele possa fazer uma conexão entre o que aprendeu na torá e o que Jesus nos
ensinou quando estava aqui. Trata-se de um livro litúrgico, didático, doutrinário,
escrito para combater o farisaísmo, visando trazer o crescimento da igreja.

O período que este livro é escrito é entre 66 a 70 d.C.

Na mentalidade judaica nós temos o torá, que é identificado nos 5 primeiros livros
da Bíblia. Além disso, temos a tradição oral que era muito forte na época. O livro
de Mateus, então, vem para cumprir um objetivo: combater a tradição oral, o
legalismo que está incutida nos fariseus. E assim, este Evangelho mostra que a lei
faz todo o sentido (porque é de Deus), mas que essa tradição oral precisa ser
quebrada, pois é justamente essa tradição que tem impedido que os fariseus e
outras pessoas entrem no reino dos céus.

Tradição oral é tudo aquilo que ouvimos de boca a boca. É todo o conhecimento
que é transmitido de pai para filho, nosso conjunto de experiência. Portanto, não
é somente o fariseu que tem uma tradição oral.

O que Jesus questiona é a dependência que essas pessoas têm de se basear em


suas experiências ou naquilo que é transmitido de boca a boca. Ou seja, o povo
não estava conseguindo conciliar experiência com o que está escrito na palavra.
Quando baseamos nossa fé na experiência, podemos nos perder. E Jesus está
querendo minar essa tradição oral para que o cerne da lei possa ser novamente
entendido.

Não há problemas com as experiências, pois todos nós devemos ter nossas
experiências com Deus. O problema, é que chegou um momento em que as
experiências passaram a ser um obstáculo para as pessoas poderem entender e
viver o Evangelho.

Vemos, então, no discurso de Jesus, a tentativa de mostrar a diferença que havia


entre a tradição oral e a lei. E assim podemos dividir o livro de Mateus em um
grupo de ensinamentos, textos e sermões. Se olharmos ao longo do livro, todas as
histórias acontecem num período entre uma pregação e outra. É uma coletânea
de sermões.

l Sermão do Monte

No capítulo 5 Mateus, nós temos o Sermão do Monte, uma mensagem para


ensinar o significado de felicidade, à luz da Bíblia. O monte, olhando pra
geografia de Israel, faz parte do dia a dia, mas também era um lugar especial
que contava a história da fé daquele povo, os cultos, os ancestrais, a lei. Era
também um lugar pra se afastar do centro da cidade, um lugar de calma. E é
esse lugar que Jesus escolhe para falar sobre as características do que é ser uma
pessoa feliz, um bem-aventurado. Vejamos quais são elas:

Pobres de espírito: Essa palavra tem sido erroneamente mal interpretada e até
mesmo evitada. Ninguém quer ser pobre de espírito. No entanto, Jesus nos diz
que isso é felicidade. Mas, por quê? Porque o pobre de espírito enxerga o que ele
tem falta. E porque ele enxerga isso, é também capaz de depender de Deus. Ele
olha para si mesmo e enxergar suas limitações, por isso pode ir até a cruz.

Mas observe que uma coisa é um pobre de espírito jejuando. Outra coisa é
alguém que não é pobre de espírito fazendo o mesmo. O jejum é um ato de
contrição de um pecador que reconhece seu estado de pecado, e está em busca
de misericórdia. Assim sendo, o jejum na vida do pobre de espírito remete à
ideia de que ele reconhece a sua condição de pecador e, por isso, busca
misericórdia. Dessa forma, o jejum se torna uma auto percepção, uma conversa
com Deus. Por outro lado, quando a pessoa não tem essa percepção, ela acredita
que seja autossuficiente e, por isso, tem merecimento próprio de alcançar
benefícios da parte de Deus.

O pobre de espírito consegue entender muito bem a frase de Isaías quando ele
recebe o chamado: “ai de mim que sou pecador”. E assim compreendemos que a
experiência de santidade nunca começa com “ai de você”, começa com “ai de
mim”.

Fome e sede de justiça: Aqui Jesus não está se referindo à justiça humana, mas
à fome de justiça de Deus. E a justiça do Evangelho vem pela fé.

Misericordiosos: Aqueles que enxergam que a misericórdia é uma necessidade


do corpo e da alma das pessoas. Ser misericordioso é ser alguém que enxerga a
miséria no coração do outro e quer fazer alguma coisa, quer ser benevolente.

Puros de coração: Quando a bíblia fala de pureza de coração ela não está
falando de uma pessoa que não tenha falta, a ideia de pureza principalmente no
pensamento hebraico é de algo que não está dividido.

Pacificadores: Estes buscam a paz, são construtores de pontes, trazem a


realidade da paz para a vida das pessoas.

Perseguidos e maltratados ...

O tempo todo nós vivemos buscando felicidade. Por esse motivo, faz-se
necessário que nos concentremos sobre o que Jesus nos ensina sobre as bem
aventuranças.
l Sermão da Seara

No capitulo 10 de Mateus, Jesus fala para os discípulos sobre a necessidade de


levar a mensagem, o propósito deles serem discípulos.

l Sermão da Praia

No capitulo 13 de Mateus, onde Jesus faz uma coletânea de parábolas, do


semeador, do tesouro, da rede, do joio.

l Sermão da Cidade

No capitulo 18 de Mateus, onde ele fala de Jerusalém e Cafarnaum e faz uma


relação acerca do Reino dos Céus.

l Sermão da Sinagoga

Neste discurso Jesus evidencia mais uma vez os costumes religiosos, os líderes
religiosos que acham que entenderam tudo sobre a fé cristã.

l Sermão Escatológico

No capitulo 24 de Mateus, neste sermão Jesus está pregando para responder três
perguntas, quando o templo será destruído, os sinais da sua vinda futura e sobre
qual o verdadeiro sinal do fim.

A nossa pregação precisa responder ou provocar inquietações, ou promover este


equilíbrio trazendo acalento as almas que estão aflitas. Vamos estudar um
pouco de cada sermão destes em nossas aulas.

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