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Agradecimentos

Ao Deus Trino e Uno pela oportunidade e privilégio


de ser útil na obra dEle.

A minha esposa Benigna pelo apoio incondicional em


meu ministério.

Aos amigos e irmãos Willian de Castro, Sérgio


Ricardo Almeida e sua esposa Karla Lorena, ao Pr.
Wellington Muniz e a turma do Seminário Teológico
Batista Caxiense pela dedicação e incentivo na
elaboração deste livro.

A todos, o meu muito obrigado!

-1-
Introdução
Este livro faz parte do cumprimento de
um mandamento Bíblico que se encontra na
Epistola de Judas que me admoesta a defender a
fé que uma vez por todas foi entregue aos santos
(Jd 3). Há muito que estava em meu coração
escrever um livro sobre a defesa da fé. Contudo
foi somente no ano de 2013, a pedido de alguns
alunos do seminário Batista Caxiense em Duque
de Caxias-RJ na qual leciono a matéria de
Apologética, que arregacei as mangas e dei inicio
a esse livro cujo título é sugestivo e polêmico:
“Sou Pagão ou Sou Cristão?”. Não há qualquer
intenção aqui no titulo do livro de desmerecer a fé
de ninguém, nem tampouco de ridicularizar quem
quer que seja. O único objetivo deste livro é
mostrar, à luz da Bíblia, as revelações que o
Espírito Santo de Deus apresenta em contraste
com o que está sendo ensinado nas religiões, nas
seitas e também nas igrejas evangélicas. Meu
foco neste livro são os cristãos evangélicos. O
motivo é que o povo evangélico não está sendo
sal nessa terra, nem luz nesse mundo como Jesus
ordenou (Mt 5:13-16). O motivo é muito sério!
Os evangélicos estão se tornando cada vez mais
ritualísticos, religiosos e pagãos, e cada vez
menos bíblicos. Muitos não sabem nem em que
-2-
creem. E em todo o desenvolvimento do livro eu
sempre busco mostrar a incoerência das doutrinas
pagãs pregadas, e ensinadas, dentro das igrejas
evangélicas, em contraste com os ensinamentos
da Bíblia. O amado leitor leia esse livro e julgue
por si mesmo.

O autor

-3-
Sumário
Introdução

1. Analisando a Dimensão Do Problema


2. Similaridade nas Igrejas Evangélicas
3. Analisando Apologeticamente as Novas Revelações
4. O Fim da Lei é Cristo
5. Estudando as Raízes
6. Práticas Pagãs nas Igrejas Evangélicas
7. Um Deus Pagão nos Cultos Evangélicos
8. O Deus da Nova Era nos Cultos Evangélicos Pós-
Moderno
9. O Reino De Deus

Uma Palavra Final

Bibliografia

-4-
Capítulo 1

Analisando a Dimensão do Problema

"Quase que invariavelmente as pessoas formam suas


crenças não baseadas nas provas, mas naquilo que
elas acham atraente".
Blaise Pascal

Comecei meu ministério dando palestras e


estudos sobre as seitas heréticas que vinham
fazendo prosélitos no seio das Igrejas
evangélicas. A apologética me fascinava e eu me
sentia impulsionado a estudar cada vez mais as
seitas e as religiões com o intuito de vacinar a
Igreja de Cristo contra ensinos tão nocivos à alma
humana. Participava de debates acirrados com as
Testemunhas de Jeová, Adventistas do sétimo
dia, Mórmons e outros.

-5-
Eu sabia que a pessoa do Senhor Jesus
Cristo era o produto final de toda a seita. E
percebi que era justamente por este motivo que a
doutrina bíblica da Trindade era em especial
veementemente negada por elas.

Então mergulhei de cabeça naquilo que


me fascinava e que eu sabia antes de qualquer
coisa que era um chamado de Deus para minha
vida. Devorava livros apologéticos e teológicos,
lia os livros e os periódicos das próprias seitas,
obviamente para conhecer suas doutrinas
comparando-as com as doutrinas reveladas na
Bíblia sagrada. Pesquisava e estudava quase
como um vicio e descobri uma coisa interessante
nas seitas: Descobri que havia algo em comum
entre elas, o chamado exclusivismo, ou seja, o
ensino de que o fundador ou profeta (de cada uma
delas) foi o responsável por restaurar o
verdadeiro evangelho de Cristo. Em suma: o
ensino de cada seita é que Deus revelou a cada
um desses iluminados profetas que a Bíblia havia
sido adulterada, que havia em suas páginas uma
mistura de verdades e mentiras e, cabia ao profeta
iluminado escolhido por Deus, peneirar e corrigir
o livro sagrado. E assim cada seita é exclusivista,
ou seja, considera o seu movimento como o
verdadeiro Cristianismo restaurado por Deus
-6-
através de seu líder. Para que fique claro citarei
como exemplo revelações que alguns profetas de
algumas dessas seitas dizem ter recebido de Deus,
e que por isso consideram-se proclamadores do
verdadeiro evangelho restaurado.

Começo com a seita dos Russelitas, mais


conhecida como as testemunhas de Jeová. Essa
seita tem como certo que o seu fundador Charles
Taze Russell recebeu diretamente de Deus a
revelação de que a Bíblia estava eivada de erros e
de sectarismo. E que Russell tinha que corrigir e
eliminar esses erros.

O principal erro e distorção que Russell


tinha que eliminar situava-se obviamente na
chamada doutrina da Trindade. A revelação que
Russell havia recebido desse suposto deus é que a
doutrina da trindade defendida pelas igrejas
cristãs era uma doutrina proveniente do
paganismo. E a eliminação tinha que começar por
ela. E para negar a doutrina da Trindade revelada
nas páginas da Bíblia, Russell tinha que negar a
infalibilidade das Escrituras Sagradas. E foi isso
que ele fez! Alegou que recebeu de Deus a
revelação que a Bíblia fora adulterada e que ele
foi escolhido por Deus para restaurar a verdade
que se havia perdido, principalmente a doutrina

-7-
que diz respeito à natureza de Deus. Essa é a
grande semelhança entre as testemunhas de Jeová
e as demais seitas: a negação da doutrina da
Trindade claramente revelada nas páginas da
Bíblia. Ora, qual seria a real intenção de Russell e
dos lideres das outras seitas de negar a doutrina
da trindade? Senão a de comprometer a revelação
Bíblica das duas naturezas de Jesus: a humana e a
Divina numa só pessoa como a Bíblia claramente
ensina? (Jo 1:1, 14/ 2Pe 1:1/Cl 1:13,19) e tão
necessárias a redenção do homem. E ao mesmo
tempo negar a personalidade e a Divindade do
Espírito Santo ambas tão claramente ensinada em
toda a Bíblia? (At 5:3-4/2 Sm 23:2-3/Jo 16:7-8/
Jo 14:26).

A DOUTRINA DA TRINDADE CORRIGIDA


POR RUSSELL

As testemunhas de Jeová através de


Russel e do corpo governante (lideres atuais das
testemunhas de Jeová) numa tentativa de eliminar
a doutrina da Trindade ensinam que Deus tem
apenas um nome e que esse nome é Jeová e os
demais nomes que encontramos na Bíblia são
apenas títulos. No livro “A verdade que conduz à
vida eterna” p.17 § 2 Está escrito o seguinte: O
-8-
verdadeiro Deus, para distinguir-se dos muitos
deuses falsos, deu-se um nome pessoal. Isto o
distingue de todos os outros. Dá-se nos a
conhecer o nome pessoal de Deus por meio de
sua palavra, a Bíblia e este nome é “JEOVÁ".
Segundo as testemunhas de Jeová o Deus da
Bíblia revelado a Russell é um Deus solitário e
único e que o Senhor Jesus Cristo é o primeiro ser
criado diretamente pelas mãos desse único Deus
chamado Jeová. Segundo essa seita, Jesus é
apenas um anjo, cujo nome, no céu, era Miguel, o
arcanjo. Portanto para os Russelitas Jesus não é
Deus. E o que foi gerado no ventre da virgem
Maria pelo Espírito santo (o Espírito Santo nas
literaturas e na Bíblia das testemunhas de Jeová é
propositadamente escrito com letras minúsculas
sugerindo ser o Espírito Santo uma energia
apenas) foi apenas um homem com as lembranças
desse anjo que vivia no céu. Segundo o
evangelho restaurado das Testemunhas de Jeová,
Jesus Cristo não voltará. Ele já voltou
invisivelmente em 1914 e foi empossado como
Rei no céu. (Livro poderá viver no paraíso na
terra. Pág. 193). E atualmente é lá do céu que o
Cristo revelado a Russell, que foi ressuscitado
não em carne, mas em Espírito, dirige
diretamente a liderança máxima das testemunhas
de Jeová chamado corpo governante, dando-lhes
-9-
instruções na sua torre de vigia no Bronklim nos
EUA. Essas instruções e ensinos são dados
através de seus periódicos “A sentinela” e
“Despertai”.

OUTROS ENSINOS CORRIGIDOS POR


RUSSELL E PELO CORPO GOVERNANTE

Outro ensino corrigido por Russell e


depois ratificado pelo corpo governante com o
proposito de desacreditar a doutrina da natureza
trina de Deus revelada na Bíblia é que o Espírito
Santo é apenas uma força impessoal a serviço de
Jeová na terra, não é Deus, nem tampouco uma
pessoa, é uma energia apenas, uma força que
Jeová usa para criar e para transmitir informações
e esclarecimentos ao seu povo na terra. Mas por
que o deus revelado a Russell precisa de
semelhante força? Robert M. Bownan Jr. no seu
livro "Por que devo crer na trindade" p106, diz
com muita propriedade que a razão do deus das
testemunhas de Jeová precisar dessa força ativa é
pela simples razão de acreditarem que Jeová não
é onipresente. Acreditam que Jeová tem um corpo
constituído de Espírito e que ele está localizado
nalgum lugar nas alturas do céu, sem dúvida bem
longe, mas pelo menos nalgum lugar dentro do

-10-
universo físico do tempo e do espaço. Mas isso
cria um problema para o deus de Russell.

Se Deus no principio criou os céus e a


terra (Gn 1:1), onde estava seu "corpo espiritual"
antes dele ter criado o céu? Ademais a Bíblia
sagrada ensina que Deus não pode ser contido
dentro dos céus (1 Rs 8:27/ Is 66:1) que ele enche
o universo ( Jr 23:23-24) e que Deus é Espírito
(Jo 4:24). Mas mesmo assim as testemunhas de
Jeová insistem que Deus tem um corpo e está
limitado a uma localidade no universo físico.
Robert M. Bowman ainda levanta outra
dificuldade real para as testemunhas de Jeová de
Russell. Ele argumenta o seguinte: Se essa tal
força ativa a serviço de Jeová Deus não é Deus,
nem é uma coisa criada, pois segundo os
testemunhas de Jeová Deus a empregou para criar
todas as coisas. De onde surgiu essa força? Se
não é nem criador, nem criatura, nem Deus, nem
coisa criada, o que é essa força afinal? De onde
veio? E como esse Deus que está localizado
nalgum lugar muito distante do universo
consegue controlar essa força a partir de uma
distancia de tantos trilhões de quilômetros?
(Robert M. Bowman, Jr. "Por que devo crer na
trindade” uma resposta às testemunhas de Jeová
p. 106/107). Quanto ao fim do mundo (que eles
-11-
chamam de batalha do armagedom) o ensino
correto segundo a revelação que Russell recebeu
de Deus, é que somente as testemunhas fiéis de
Jeová terão direito a vida eterna. Porém nem
todas as testemunhas fiéis de Jeová irão Para o
céu, para o céu irão apenas à classe superior
chamada de os 144 mil.

Segundo Russell essa é a interpretação


correta que Deus lhe deu do capitulo sete do livro
do Apocalipse e que foi distorcido pela
cristandade. Somente os desta classe, a dos 144
mil, irão morar no céu. Somente estes verão a
Deus, pois somente estes segundo as testemunhas
de Jeová nasceram de novo. Só os 144 mil são
filhos de Deus são a noiva do Cordeiro. Os
restantes, chamados, de a grande multidão, que
são a grande maioria, estes, viverão para sempre
no paraíso na terra. Esses não verão a Deus, não
morarão no céu, não podem tomar da ceia do
Senhor, pois não nasceram de novo, não são
filhos de Deus; os da grande multidão terão
apenas o privilégio de reconstruir o paraíso
terrestre.

Então para as testemunhas de Jeová esse


é o verdadeiro evangelho que foi revelado a
Charles Taze Russell por Deus. Por isso as

-12-
testemunhas de Jeová consideram-se os únicos
interpretes fiéis da Bíblia, a única religião
verdadeira na terra e a única religião que tem o
verdadeiro evangelho restaurado.

A IGREJA DOS MÓRMONS

No Mormonismo acontece a mesma


coisa. Na Igreja de Jesus Cristo dos santos dos
últimos dias (comumente chamada de a Igreja dos
Mórmons) a história é que o seu fundador e
profeta Joseph Smith Jr., aos 15 anos de idade,
estava orando no bosque pedindo a Deus
orientação sobre qual seria a verdadeira Igreja. E
a resposta Divina foi que todas as igrejas haviam
se apostatado e seus credos haviam se tornado
uma abominação (Pérola de grande valor 2.5). E
que cabia a ele corrigir as doutrinas abomináveis
que as Igrejas evangélicas e protestantes de sua
época ensinavam, citando nominalmente os
Metodistas, Presbiterianos e Batistas. E assim, em
1834, Joseph Smith Jr. fundou a Igreja de Jesus
Cristo dos santos dos últimos dias.

DOUTRINAS CORRIGIDAS POR SMITH


INCLUINDO A TRINDADE

-13-
Para os Mórmons então, segundo a
revelação que Joseph Smith Jr. recebeu de Deus,
o pai, - e de Jesus seu Filho, enquanto orava, é
que não existe um só e único Deus subsistindo
em três pessoas distintas como a cristandade
ensina. Segundo a revelação que Smith recebeu
de Deus, o Pai, - e do seu filho Jesus, o que existe
são três deuses separados e distintos um do outro
(isso na realidade chama-se Triteismo). Na
doutrina mórmon, o pai é um deus chamado
Elohim. O filho que é nascido de Elohim com
uma de suas esposas é chamado Jeová que é
Jesus; e o Espírito Santo é outro deus chamado de
personagem do Espírito. E além desses três
deuses, segundo Smith, existem ainda vários
deuses e deusas. E esses vários deuses e deusas
habitam em diversos e diferentes planetas do
universo.

O DEUS E PAI DO JESUS DOS MÓRMONS

O Deus pai é um deus chamado Elohim,


que nasceu em um planeta semelhante ao planeta
Terra. Foi gerado por um deus (não se sabe qual)
e por sua esposa; e colocado no planeta terra. Em
algumas publicações dos mórmons há o ensino
que esse deus Elohim chamava-se adão e a sua
-14-
esposa Eva, mas há divergência entre eles no
tocante a esse ensino. No entanto o ensino mais
comum é que esse deus Elohim foi uma criança
indefesa em um planeta semelhante ao planeta
Terra; foi adolescente, jovem, e na idade adulta
casou e foi obediente aos deuses e também a
doutrina mórmon. E recebeu dos outros deuses
pela sua dedicação e esforço o direito de ser um
deus e de ter o seu próprio planeta para governar.
Então como prêmio ele morre e ressuscita como o
mais novo deus do pedaço. Ele também ganha o
poder de ressuscitar as suas várias esposas; e
ganha também um planeta para morar com elas,
chamado planeta Kolobe. É desse planeta Kolobe
que ele governa o planeta terra; e torna-se o deus
desse nosso mundo.

Esse deus, segundo o ensino mórmon, é


um homem exaltado de carne e osso; e com um
membro sexual como o de qualquer ser humano
do sexo masculino da Terra. Assim, ele pode
relacionar-se sexualmente com suas várias
esposas deusas no seu harém divino em Kolobe; e
nesse planeta chamado Kolobe, já como deus
empossado, ele teve vários filhos e filhas. Os
filhos e filhas nascidos em Kolobe são espíritos
sem corpos e precisam ser enviados ao planeta
Terra para receberem corpos. Elohim já havia
-15-
enviado um casal (Adão e Eva) como
missionários mórmons para povoar o planeta
Terra recebendo através da concepção esses
espíritos infantis vindos de Kolobe. Adão e Eva
estavam entre os filhos mais nobres do Pai
Elohim, mas havia um problema! Eles estavam
impossibilitados de gerarem filhos. E precisavam
pecar para poderem trazer assim a mortalidade ao
mundo novo. Por mortalidade na linguagem e
entendimento mórmon significa capacidade de
gerar filhos. Então segundo o mormonismo
quando Adão e Eva pecaram, eles se tornaram
mortais nesse exato momento; e então poderiam
gerar filhos.

Assim pela visão mórmon, a queda foi boa


e fazia parte do plano de Deus. Então o papel de
Adão e Eva na visão mórmon foi tornar possível
para os espíritos infantis vindos de Kolobe
conquistar aqueles corpos de que precisavam,
para assim passarem pelo mesmo processo que
passou Elohim (Deus pai) e em breve, eles em
uma futura igreja mórmon, na terra, teriam a
possibilidade de se tornarem deuses e deusas; e
assim poderem conquistar um planeta para depois
da ressurreição poder governar. Resumindo: Na
igreja mórmon esses espíritos sem corpos
nascidos em Kolobe, são beneficiados graças ao
-16-
pecado de Adão e Eva de poderem agora nascer
no ventre de uma mulher no planeta Terra e assim
tal qual o Pai Elohim, subir passo a passo na
escala do progresso, rumo ao alvo mórmon, - que
é conseguir ser um deus ou uma deusa e
finalmente terem uma família abençoada e um
planeta no universo para governar e, dessa forma,
depois de se tornarem deuses, também gerarem
filhos e filhas espirituais, que se tornarão deuses
para governarem outros planetas.

O JESUS DOS MÓRMONS

Para o mormonismo Jesus Cristo é outro


deus, que foi enviado por Elohim ao planeta
Terra para ser o salvador da humanidade. (Para
ser mais especifico, um dos aspectos da obra do
Jesus dos mórmons, foi indicar aos filhos
espirituais de Elohim o caminho para o
mormonismo). Segundo os mórmons houve um
concilio de deuses em Kolobe para decidir quem
seria enviado a terra para ser o salvador da
humanidade. Jesus ou Satanás? Quem seria o
salvador do nosso mundo?

A revelação que Smith recebeu do céu é


que Jesus como todos os outros filhos e filhas de

-17-
Elohim também nasceu no planeta Kolobe. A
única diferença é que Jesus (cujo nome é Jeová)
foi o primogênito de Elohim com uma de suas
esposas (deusas). Então Jesus é o primeiro filho
de Elohim, irmão de satanás e de toda a raça
humana, pois segundo a doutrina mórmon, todos
nós seres humanos nascemos originariamente em
Kolobe. Todos nós somos filhos de Elohim com
uma de suas deusas esposas; todos nós já fomos
um dia esses espíritos infantis que nasceram sem
corpos em Kolobe. E que graças ao pecado de
Adão e Eva tivemos condição de nascer do ventre
de uma mulher e adquirir um corpo. E, no
pensamento mórmon, se um espírito infantil
nascer com um corpo de cor branca e nascer
numa família Mórmon, é sinal que em Kolobe ele
foi muito obediente e especial para Elohim.

O MESSIAS DOS MÓRMONS

O ensino mórmon é que Jesus disputou


com seu irmão lúcifer quem viria a terra para ser
o salvador deste mundo. A proposta de satanás no
concilio dos deuses era que a humanidade não
deveria ter o livre arbítrio para escolher se
desejaria ser salvo (ser salvo para os mórmons
tem outra conotação; significa pertencer a uma
-18-
igreja mórmon e crescer no conhecimento dos
ensinos revelados a Joseph Smith Jr. para se
tornar um deus ou uma deusa como o Pai Elohim
se tornou). Satanás era uma espécie de Calvinista
embrionário, mas a Proposta de satanás foi
considerada arbitrária pelo concilio de deuses. Já
a proposta de Jeová (Jesus) foi que as pessoas
tivessem o pleno direito de exercer seu livre
arbítrio e escolher se querem ou não ser mórmon
(salvo). E essa proposta Arminiana de Jesus
agradou por unanimidade aos deuses do concilio.
E Jesus (Jeová) ganhou disparado. Mas acabou
gerando ódio e inveja no seu irmão satanás que
prometeu destruir a humanidade. E nesse intuito
de destruir os seres humanos que habitavam no
planeta Terra, como vingança por não ter sido
escolhido o salvador da humanidade, uniram-se a
ele em Kolobe alguns filhos de Elohim, que
também são irmãos de satanás e também de Jesus
e de toda a raça humana. Estes, segundo o
evangelho restaurado dos Mórmons, são os
demônios que foram expulsos de Kolobe e vivem
vagando sem corpo pela terra como castigo
imposto por Elohim pela insurreição em Kolobe.
Esses são os demônios que tentam desviar os
mórmons do verdadeiro evangelho através das
Igrejas Cristãs.

-19-
O JESUS SALVADOR DOS MÓRMONS SE
FAZ CARNE

Jesus teria que vir agora a terra para


realizar seu ministério e salvar a humanidade,
contudo precisava nascer do ventre de uma
mulher para ter um corpo físico como todos os
espíritos nascidos em Kolobe. Então Elohim, seu
pai, que segundo os mórmons é um deus de carne
e osso como nós terráqueos, desceu de Kolobe,
foi até a casa de Maria, relacionou-se
sexualmente com ela, e então nasceu Jesus, o
nosso salvador (há aqui muita similaridade com a
mitologia grega; onde Zeus desce do olimpo,
relaciona-se com uma mortal chamada Alcmena e
nasce Hercules). E Jesus por obediência a
Elohim, seu Pai, e por ser obediente à doutrina
mórmon, morre numa cruz pela humanidade, e
consegue também o direito de ser um deus.

Na teologia mórmon a salvação da


humanidade tem outro sentido segundo a
revelação que Smith recebeu. Segundo o
mormonismo a morte de Jesus simplesmente
significa que ele foi capaz de superar a morte
física por nós. Ou seja, a morte de Jesus apenas
abriu a porta da imortalidade para todos passarem
por ela. Ele pagou o preço por nós, para que

-20-
possamos nos levantar da sepultura. Por causa da
morte e ressurreição de Jesus, toda a humanidade
agora pode ressuscitar e tornar-se um deus. Os
mórmons dizem que o que Jesus fez na cruz foi
importante, porque, sem um corpo ressurreto,
uma pessoa não poderia se tornar um deus e dar à
luz filhos espirituais nos planetas que irão ganhar
na salvação final.

Esse é o evangelho dos mórmons


restaurado por Joseph Smith Jr. por ordem de
Deus.

A IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA

Com a Igreja Adventista do sétimo dia


não é diferente. A reivindicação Adventista é que
Deus, através de sua profetisa, a Sra. Ellen G.
White chamou os Adventistas para levar adiante a
mensagem da Reforma numa maneira em que
nenhum outro cristão individualmente, ou corpo
de cristão, seria capaz de fazer. Segundo a
revelação que os profetas adventistas receberam
de Deus é que a Igreja adventista e seus adeptos
são os herdeiros especiais da reforma do século
XVI. Somente por via da Igreja adventista pode a
obra da reforma ser conduzida aos fins

-21-
designados por Deus. “A Sra. White fala sobre
isto nos seguintes termos:” A reforma não
terminou como muitos supõem, com Lutero.
Deve prosseguir até o fim da história mundial.
Lutero tinha uma grande obra a realizar...
Realmente, a reforma não terminou com Lutero.
“TERMINARÁ, contudo, por meio do
movimento adventista”. (Ellen G. White, The
Great Controversy, pg 78,148, 253)- extraído do
livro “O Abalo do Adventismo” de Geoffrey J.
Paxton pg.17 Juerp 2ª edição- 1987. A igreja
adventista prega que ela é a única que tem a
verdade do evangelho restaurado e considera-se a
única esposa do Cordeiro, portanto a única igreja
verdadeira.

A revelação que os profetas adventistas


receberam de Deus é que a Bíblia foi adulterada
pela igreja Católica Romana. E coube a eles
restaurarem o verdadeiro evangelho, que foi
corrompido desde a reforma protestante. Os
desvios doutrinários defendidos pelos adventistas
do sétimo dia oriundos dessa suposta revelação
são os seguintes:

1) Os pecados dos Cristãos, embora já


estejam perdoados, ainda não estão cancelados
( Doutrina semelhante a da Igreja católica

-22-
apostólica Romana que ensina que o perdão dos
pecados não anula a sentença, mas tão somente
reduz a pena).

2) Prega que Jesus é o arcanjo Miguel


(doutrina semelhante a dos testemunhas de
Jeová). Logo, ao contrário do que muitos pensam,
a doutrina da trindade também é negada pela
igreja adventista do sétimo dia. A doutrina
adventista original revelada aos pioneiros do
século XIX é que só o pai é Deus, Jesus é o
arcanjo Miguel e o Espírito Santo é apenas o
poder de Deus.

No site www.capc.org.br, de autoria de


Juliana Fragetti Ribeiro Lima, uma ex-adventista
diz que os líderes adventistas fizeram uma
mudança para serem mais bem vistos e menos
rejeitados. A doutrina da trindade segundo
Juliana veio a ser oficialmente aceita e confessada
nos círculos adventistas somente em 1980. Se
esse grupo teve inicio em 1844, sendo organizado
oficialmente em 1863, por que só em 1980 a
trindade foi aceita? Um grupo, afirma Juliana,
queria mexer em algumas coisas, mas temia os
pioneiros adventistas. Somente após a morte de
todos eles é que as mudanças começaram a ser
feitas. Tanto é que no meio adventista há sérias

-23-
divergências entre eles, os que aceitam a doutrina
da trindade são tachados de modernistas e de
lobos vestidos de ovelhas; logo não há
unanimidade entre eles. Em um artigo publicado
em 1855 na Review and Herald, sob o título
"Preach the Word", James White, que era marido
de Ellen White (a profetisa exclusiva do grupo),
foi por três vezes presidente da Conferência
Geral, órgão máximo na Igreja Adventista. Ele se
expressou nos seguintes termos sobre a doutrina
da trindade: “Eles tornarão seus ouvidos para
longe da verdade e se voltarão para fábulas... aqui
temos que mencionar a trindade que contraria a
personalidade de Deus e seu filho Jesus Cristo".

J.N. Loughborough, um dos lideres


pioneiros dos adventistas discorrendo sobre a
doutrina Bíblica da trindade escreveu que a
doutrina da trindade é contrária ao senso comum
e que a sua origem é pagã.

Juliana termina seu artigo dessa forma:


Se a igreja adventista do sétimo dia se apresenta
como a igreja remanescente, a igreja que
restaurou o verdadeiro evangelho de cristo, por
que então rejeitou oficialmente a doutrina da
trindade por mais de 80 anos? Se a igreja
adventista era realmente a igreja remanescente,

-24-
porque demorou tanto para oficialmente fazer da
trindade uma crença fundamental? E como Deus
pode ter sido a fonte das revelações e sonhos da
Sra. White, sendo que eles negavam frontalmente
a doutrina da trindade? Foi Deus mesmo que a
inspirou? O que está por trás dessa mudança? E
Juliana pede para o leitor fazer o devido
julgamento.

3)Prega que a observância do domingo


será o sinal da besta. Logo o sábado torna-se para
eles uma tábua de salvação.

4)Prega que Jesus Cristo era portador da


natureza pecaminosa comum a todos os
descendentes de adão. Isso significa que os
Adventistas estão eliminando a clara e inequívoca
revelação bíblica de que Jesus nasceu sem pecado
(Jo 8:46/ Hb 7:26/ Hb 4:15/ 1 Pe 2:22/1 Jo 3:5)
em favor da "nova" revelação recebida pela sua
profetiza.

5) Que Jesus voltou no dia 22 de outubro


de 1844, de forma invisível, só visto pelos olhos
da fé. Ensinam que o retorno de Jesus Cristo
aconteceu quando Ele adentrou no Santuário
celestial, incluindo o lugar santíssimo, 40 dias
após a sua ressurreição. No livro “O Conflito dos
séculos”, pg.420 diz que “antes que se complete a
-25-
obra de Cristo para a redenção do homem, há
também uma expiação para tirar o pecado do
santuário celestial”. Desta forma, em vez de
Cristo vir a terra visivelmente em 1844 como foi
profetizado por Willian Miller, tendo como base a
profecia de Daniel 8:14, Jesus então, segundo os
Adventistas, entrou no lugar santíssimo do
santuário celestial, a fim de levar a efeito a obra
final da expiação, preparatória à sua vinda (Ibid.,
p.421). Em suma: os adventistas ensinam que a
vinda de Jesus em 22 de outubro de 1844
profetizado por Miller, de fato aconteceu.

A profecia de Miller falhou apenas no


local. Jesus não viria por enquanto a terra; não era
a terra que seria purificada, mas o santuário do
céu. O que os adventistas ensinam é que em 22 de
outubro de 1844, Cristo saiu do lugar santo, onde
esteve desde que foi elevado aos céus (At 1: 9-
10), e entrou no lugar Santíssimo ou no santo dos
santos para purificar o santuário celestial. Essa foi
à vinda de Cristo em sua primeira fase segundo a
teologia adventista. E Ele está atualmente nesse
santuário celestial fazendo tal juízo investigativo
para saber quem será salvo ou não. O que se
entende aqui por salvo pelos adventistas se
resume no seguinte: aquele que crê nas doutrinas
da igreja adventista revelada à sua profetiza, Sra.
-26-
Ellen Gould White, e crê que o que a Sra. White
escreveu são profecias corretamente exatas. E por
conta disso os salvos são os que guardam os dez
mandamentos, principalmente o sábado. Segundo
a doutrina adventista no final do juízo
investigativo, os pecados dos que creram e foram
salvos (os fiéis adventistas) serão transferidos
para Cristo e tornam-se dele. Estes pecados que
agora são de Cristo, quando ele voltar em sua
segunda fase, serão lançados sobre satanás, e
passam a pertencer ao diabo de direito (os
Adventistas fazem do diabo uma espécie de
salvador adjunto).

Nessa segunda vinda de Cristo na sua


segunda fase (agora visível a todos) satanás e
seus demônios serão aniquilados. Nessa
sequência, os pecados dos adventistas fiéis que
Jesus lançou sobre Satanás serão aniquilados
junto com o restante da humanidade. Isto é, os
adventistas infiéis e os nãos adventistas, com
raríssimas exceções, deixarão de existir. Essa é a
segunda morte para os Adventistas do sétimo dia
já que em sua teologia o inferno não existe. Esse
é o evangelho restaurado pelos Adventistas do
sétimo dia.

-27-
A IGREJA DA UNIFICAÇÃO DO
REVERENDO MOON

Sun Myung Moon, mais conhecido como


o Reverendo Moon, afirma que em 1945 recebeu
uma revelação do próprio Jesus Cristo. Diz que
Jesus revelou não ter conseguido completar a
obra da redenção, e que Moon completaria a obra
que ele havia começado. Neste mesmo ano por
orientação divina Moon procurou reinterpretar a
Bíblia e estabeleceu através de seu livro “O
principio Divino” as doutrinas corretas que
segundo ele as religiões e as igrejas protestantes
haviam propositadamente distorcido e adulterado.
E assim em 1º de maio de 1954 na Coréia do Sul
Moon fundou a igreja da unificação também
denominada: Associação do Espírito Santo para a
unificação do Cristianismo Mundial. No livro “O
principio Divino” estão as revelações que Moon
alega ter recebido de Deus e é a fonte máxima de
autoridade dos adeptos dessa seita.

DOUTRINAS CORRIGIDAS
POR MOON
Moon ensina que o proposito principal da
criação é o de estabelecer a família perfeita.
Segundo a revelação que Moon recebeu do
-28-
próprio Jesus, a família centrada em Deus é o
modelo para se formar a sociedade perfeita e
assim haver salvação no mundo. Então Moon é o
homem escolhido por Deus para formar esta
família na terra centrada em Deus e salvar o
mundo. Essa era a obra que o primeiro Adão
tinha para fazer e falhou. Segundo Moon tudo
começou quando o primeiro Adão que foi
enviado para essa missão caiu. Moon ensina que a
queda de Adão ocorreu em duas etapas: espiritual
e física. A queda se deu primeiramente no âmbito
espiritual. Eva, esposa de Adão, cometeu
adultério com lúcifer e dessa relação nasceu
Caim. A segunda etapa da queda foi física, ou
seja, depois desse suposto adultério, Eva teve
relações sexuais com Adão e dessa união nasceu
Abel. Adão então recebe as caraterísticas
malignas de satanás após manter relações sexuais
com Eva. Isso é o que Moon chama de pecado
original. O plano de Deus de constituir uma
família perfeita se desfez.

Adão fracassou; e o pecado entrou no


mundo e contaminou todas as famílias da terra.
Deus agora envia o segundo Adão, Jesus Cristo,
para levantar uma grande família na terra, se
casar, e com seu sangue gerar filhos e filhas
purificados do pecado de Adão. A lógica é que
-29-
com a relação da mulher com o homem perfeito,
Jesus Cristo, a mulher então receberia suas
características de perfeição e aniquilaria o pecado
original do primeiro Adão. Mas Jesus, o segundo
Adão, também falhou. Ele deveria se casar com
Maria Madalena, mas isso não aconteceu por
causa da sua morte na cruz. Moon ainda alega
que a morte de Jesus ocorreu por causa da traição
de João Batista. Segundo Moon, a morte de
Cristo na cruz só pôde realizar uma parte da
redenção: a espiritual! Então Deus envia Moon, o
terceiro Adão, para formar a família perfeita na
terra e assim completar a obra incompleta de
Jesus Cristo. Um detalhe que não pode ser
ignorado, é que a Bíblia Sagrada ensina que Jesus
não é o segundo Adão, Ele é chamado na Bíblia
de o segundo homem e o último Adão (1 Co
15:45,47). Logo Moon não considera a Bíblia
como a palavra de Deus e coloca-se acima dela.

Moon como o pretenso terceiro Adão, tem


a responsabilidade agora de purificar as famílias
da terra contaminadas pelo pecado do primeiro
Adão, - e assim completar a obra deixada
incompleta pelo segundo Adão Jesus. Como
Moon faz? Ele realiza casamentos em massa,
arranjados e abençoados por ele e por sua esposa
Hak já Kan. Após as cerimonias de casamento,
-30-
cada casal bebe uma taça de vinho onde o sangue
de Moon e da sua esposa é derramado na bebida
para purificar o matrimônio.

MOON E A TRINDADE

Segundo Moon, a Trindade bíblica foi


distorcida pela religião cristã. A Trindade original
era constituída por Adão, Eva e Deus. Depois da
queda, ou do suposto adultério que contaminou
Adão, e as famílias da terra, teria surgido uma
segunda trindade: Adão, Eva e satanás. Agora há
uma terceira e última trindade: o casal Moon e
Deus. Por isso Moon ensina que o Espírito Santo
é feminino numa tentativa de colocar sua esposa
como uma das pessoas da Divindade. Lembrando
que na língua hebraica o substantivo "ruach" para
"Espírito" é masculino. E no grego a palavra
"pneuma”, usada para o Espírito Santo, é
substantivo neutro. Portanto nem na Bíblia, nem
no Antigo e nem no Novo testamento o Espírito
Santo é apresentado como um ser feminino.

Esse é o evangelho restaurado pelo


Reverendo Moon.

-31-
Concluindo: para os adventistas do sétimo
dia a Sra. Ellen Gould White é a restauradora do
verdadeiro evangelho, como também Charles
Taze Russell é o restaurador do verdadeiro
evangelho para as testemunhas de Jeová, Joseph
Smith Jr. é o restaurador do verdadeiro evangelho
para os mórmons, e o Reverendo Moon é o
restaurador do verdadeiro evangelho para a igreja
da unificação. É isso o que todas as seitas têm em
comum. Isso se chama exclusivismo. Cada uma
se intitula a única que tem o evangelho de Cristo
verdadeiramente restaurado.

É claro que tudo isso não tem sentido


algum! Não podem existir vários restauradores do
verdadeiro evangelho ao mesmo tempo. Como
também não há necessidade de restaurar o
evangelho de Cristo revelado e sacramentado na
Bíblia. Nenhuma dessas seitas tem o ônus da
prova de que a Bíblia foi corrompida. Nunca
nenhuma delas apresentou qualquer prova, por
menor que seja, de que a Bíblia havia sido
adulterada.

Concordo com o apologista Ezequias


Soares da Silva que diz em seu comentário
exegético e explicativo do seu livro “Como
responder às testemunhas de Jeová” vol. 1, que

-32-
seria necessário um juízo crítico perfeito para
quem se propõe a julgar a Bíblia e acha que nela
há erros. O homem é por natureza, falho,
imperfeito e limitado; então nenhum homem,
igreja ou sistema religioso está autorizado ou apto
para julgá-la. Quem se propõe a julgar a Bíblia
está dizendo que Deus revelou a verdade
misturada com erro (acusação esta que as seitas
estão sempre fazendo) e que cabe ao homem
separar o erro da verdade. Sabemos ser isto um
absurdo. Logo, a hipótese de erro na Bíblia é
totalmente eliminada.

-33-
Capítulo 2

Similaridade nas Igrejas Evangélicas

"É melhor ter alguma dificuldade em ouvir o


evangelho do que não ter qualquer dificuldade em
ouvir o que está bem longe de ser o evangelho"
Martinho Lutero

O que me chama atenção é a similaridade


dessa falácia das seitas sobre a restauração do
verdadeiro evangelho e do exclusivismo existente
também nos arraiais evangélicos. Muitos
-34-
movimentos evangélicos também nasceram como
consequência de uma revelação divina para
corrigir alguns supostos mal entendidos na Bíblia.

Há muita divergência entre os evangélicos


sobre o que Bíblia ensina, em decorrência das
novas revelações que Deus deu a uns supostos
profetas. Agindo quase igual às seitas, esses
supostos profetas iluminados evangélicos,
também recebiam a incumbência de corrigir
algumas interpretações Bíblicas que, segundo
eles, as chamadas Igrejas históricas, não haviam
entendido direito.

Esses profetas evangélicos recebiam


também de Deus a ordem de fundar seu próprio
ministério Para poder disseminar seus novos
ensinos. Muitos seguidores desses novos profetas
consideravam essas novas denominações recém
fundadas por eles, como a restauração do
verdadeiro evangelho.

MOVIMENTO PENTECOSTAL

Nas igrejas pentecostais, por exemplo, a


revelação de Deus para os ditos profetas, é que
nas boas novas do evangelho da salvação existe
também a promessa de uma segunda benção após
-35-
a conversão. A benção da salvação e da redenção
do homem em Cristo não era suficiente como
pensavam alguns evangélicos e isso tinha que ser
corrigido. Segundo essa nova visão, além do
novo nascimento, havia também a necessidade de
um batismo no Espírito Santo, que era um
revestimento de poder vindo dos altos céus. Só
este revestimento de poder ou esse batismo no
Espírito Santo tem o poder de transformar um
crente comum em um crente especial e completo.
Por conta disso houve discórdia e divisão no
corpo de Cristo. O crente que não fosse batizado
no Espírito Santo não poderia, por exemplo,
assumir certos cargos eclesiásticos e era
estigmatizado por muitos irmãos como um crente
de segunda categoria. Logo a busca por esse
fenômeno tornou-se a necessidade numero um de
muitos cristãos.

Em nome dessa nova revelação,


começava-se a estipular métodos para que essa
espiritualidade mais apurada pudesse ser
alcançada por todos os crentes. O sinal, ou a
evidência, para saber se alguém alcançou de fato
essa segunda benção ou esse batismo no Espírito
Santo ou esse revestimento de poder vindo dos
altos céus era o falar em outras línguas ou
comumente chamada de línguas estranhas. A base
-36-
para essa nova interpretação estava contida
principalmente no livro de Atos dos Apóstolos, e
na primeira carta de Paulo aos Coríntios que os
pentecostais acreditavam que os cristãos
anteriores haviam distorcido ou não tinham
entendido corretamente.

Por conta disso houve uma ênfase


exagerada acerca dos dons espirituais de 1
Coríntios capitulo 12, como se só esses dons
chamados carismáticos fossem importantes. E
agiam como se os demais dons espirituais
registrados em Romanos 14, Efésios 4, e 2 Pedro
não tivessem importância. E tudo isso acabou
gerando nas igrejas evangélicas muitas discussão
e mais divisões. A situação chegou a um ponto
que um crente de uma determinada denominação
que não aceitava essas novas interpretações não
cumprimentava o outro que já havia recebido o
titulo de pentecostal. E isso não é tudo, alguns
entendiam que o crente que não recebesse esse
batismo no Espírito Santo, nem sequer tinha o
Espírito Santo habitando nele. Crente não
pentecostal passou a ser sinônimo de crente
carnal. E como muitos cristãos de denominações
contrárias a essa nova visão, não queriam ficar na
segunda divisão, se mudavam para as novas e
poderosas denominações com o intuito de
-37-
conseguirem esse batismo e assim passarem de
crentes carnais (como eram chamados) para
crentes espirituais.

É importante frisarmos que a Bíblia não


ensina que após a conversão o cristão se torna tão
somente carnal; e depois que ele tem outra
experiência como o batismo no Espírito Santo é
que ele se torna “espiritual”. Isso não é bíblico!
Não existe crente carnal e crente espiritual. Essa
divisão não procede das Escrituras Sagradas. Ser
carnal ou estar na carne, segundo a Bíblia,
significa o estado natural do homem em pecado.
Um estado no qual o pecado tem total domínio
sobre ele. Estar na carne ou ser carnal é a antítese
de estar no “Espírito”. “O que é nascido da carne
é carne, e o que é nascido do Espírito é Espírito
(Jo 3:6)”. Espiritual e carnal na Bíblia são
opostos entre si.

O apóstolo Paulo em sua Epistola aos


crentes de Roma deixa claro o seguinte: “Para
que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não
andamos segundo a carne, mas segundo o
Espírito”. “Porque os que são segundo a carne
(ou carnais) inclinam-se para as coisas da carne,
mas os que são segundo o Espírito inclinam-se
para as coisas do Espírito”. Porque a inclinação

-38-
da carne não pode agradar a Deus. Logo ser
“carnal” e “inclinação da carne” são sinônimos,
porque como diz o apóstolo Paulo “a inclinação
da carne é inimizade contra Deus”, pois não é
sujeita à lei de Deus nem, em verdade, o pode ser.
Obviamente, isso não pode referir-se ao Cristão;
Seguir a inclinação da carne e ser carnal significa
não ser regenerado. Ser carnal é a condição da
humanidade em seu estado não regenerado. E o
verdadeiro cristão, diz a Bíblia, não está mais na
carne, mas no Espírito. Na carta aos Romanos no
capitulo seis, Paulo diz que quanto a Cristo ter
morrido, de uma vez para sempre morreu para o
pecado; mas quanto a viver, Ele vive para Deus.
Assim também os que creem em Jesus e estão
NELE estão igualmente mortos para o pecado,
mas vivos para Deus. (Rm 6:10-11). Em que
sentido o cristão morreu para o pecado? O cristão
morreu para o domínio do pecado. Aquele que
nasceu de novo não somente morreu para a culpa
do pecado, mas morreu também para o domínio e
para o governo do pecado. Como assim? No
capitulo cinco de Romanos está escrito: Pelo que,
como por um homem entrou o pecado no mundo,
e pelo pecado a morte, assim também a morte
passou a todos os homens por isso que todos
pecaram (Rm 5:12). Essa é a situação e condição
que se encontra toda a humanidade caída, são os
-39-
que a Bíblia chama de carnais ou aqueles que
estão em Adão. Mas a Bíblia também ensina que
aquele que de fato nasceu de novo ( Jo 3:3), e que
foi justificado pela fé, agora está em Cristo. Não
está mais em Adão, está agora unido a Cristo
através do novo nascimento; e porque agora ele
está em Cristo ( 2 Co 5:17) esse cristão encontra-
se agora no domínio da graça e morto para o
domínio do pecado.

Em suma, o que a Bíblia está ensinando é


que no momento em que fomos regenerados, no
momento que fomos declarados justos pelos
méritos de Cristo, ficamos mortos para o governo
e para o domínio do pecado, por quê? Porque ao
nascermos de novo somos transportados,
transferidos do reino das trevas, para o reino do
Filho do seu amor (Cl 1:13). Mas se ainda
pecamos como podemos estar mortos para o
pecado? A resposta bíblica é que devemos saber
diferenciar entre a realidade da nossa posição, da
nossa condição em Cristo por um lado, com a
nossa experiência por outro. Nos textos lidos,
Paulo está tratando da condição daquele que está
em Cristo. Fomos retirados da esfera do reino do
pecado e fomos trazidos para o reino da graça e
colocados sob o seu domínio.

-40-
O pecado não nos escraviza mais, não nos
condena mais (Rm 8:1). A ira de Deus não está
mais sob aqueles que estão em Cristo Jesus (Jo
3:36). Os que estão em Cristo foram transferidos
para o reino da graça e o pecado não tem mais
domínio sobre eles. É o que a Bíblia ensina (Rm
6:14). Todo aquele que verdadeiramente está em
Cristo é espiritual e o que permanece em Adão é
carnal. Não existe esse tipo de divisão de cristãos
no corpo de Cristo, uns carnais e outros
espirituais. Essa confusão não vem da Bíblia.

O que podemos perceber é que a Bíblia


passou a ser nessas novas denominações e para
esses novos e orgulhosos crentes que se intitulam
espirituais, apenas um livro que se carregava para
os cultos, mas que não era estudado com a
profundidade necessária. Pois o que importava
mesmo para essa nova safra de crentes era a
busca desenfreada por esse revestimento de poder
que dava condição para esse novo tipo de crente
ser mais abençoado e assim ser mais usado por
Deus (como se as bênçãos de Deus fossem por
méritos e não por graça). E o desinteresse por um
estudo bíblico de mais profundidade foi se
tornando cada vez mais comum nas igrejas
evangélicas. A consequência disso é que
doutrinas estranhas, místicas e um retorno à lei
-41-
foram incorporados nas igrejas evangélicas até
aos dias de hoje. A neura era tamanha, como
consequência da falta de conhecimento bíblico,
que os crentes que haviam sido supostamente
batizados no Espírito Santo eram, eles e somente
eles, os responsáveis para inibir a ação de satanás
nos cultos. Eles eram por assim dizer os xerifes
de Deus nas igrejas. Por isso vemos hoje até
mesmo nas igrejas chamadas históricas, as
chamadas colunas de oração, que são homens e
mulheres fixados em cada respectiva coluna da
igreja, em pé, orando e se revezando entre eles
para que o culto possa transcorrer sem a
intromissão do diabo e de seus demônios e assim
possa haver conversões e tranquilidade nos cultos
(como se Deus dependesse disso).

O pensamento religioso que permeia na


grande maioria das igrejas evangélicas, ainda
hoje, é que Deus usa somente os crentes
espirituais que são batizados com a segunda
benção ou no Espírito Santo para mandar recados,
avisos e revelações aos crentes que ainda não
haviam conseguido essa experiência e que são
considerados carnais e sem fé pelos mais
espirituais. A santificação desses novos e
supostos crentes cheios do Espírito Santo
(batizados no Espírito Santo) era refletida no
-42-
modo como se vestiam e viviam. Só para termos
uma ideia até a leitura de um simples jornal era
considerado por esses crentes “super espirituais”
como uma atitude carnal e mundana. E assim o
movimento pentecostal é considerado por muitos
como o evangelho de Cristo restaurado.

O QUE É O BATISMO NO
ESPÍRITO SANTO?

O batismo no Espírito Santo é o


cumprimento de uma promessa de Deus feita por
Ele no Antigo testamento de derramar seu
“Espírito” sobre toda carne (Jl 2:28). Nos dias do
Messias, Deus concederia um derramar do
Espírito Santo de uma forma nova e diferente ( Is
32:15) e acessível a todos os que crerem no seu
Filho. Deus uniria seu Espírito ao espírito do
novo homem no chamado novo nascimento (Jo
3:3, 6).

No Antigo Testamento o Espírito Santo


vinha apenas sobre pessoas especiais para
ministérios especiais em épocas especiais. Porém
na era da igreja inaugurada a partir do pentecoste
( At 2:1-4) a promessa foi cumprida ( Lc 24:49).
-43-
E agora todos os crentes, de todas as raças,
línguas, e nações participam da benção do
Espírito Santo de uma forma ampla e profunda
jamais vivenciada no tempo do Antigo
testamento. Tanto que o Apóstolo Paulo
descreveu essa nova era iniciada por Jesus como
“o ministério do Espírito” chamando os cristãos
de “ministros de uma nova aliança”. Resumindo:
o batismo no Espírito Santo é algo que todos os
cristãos verdadeiros têm acesso, é um dom
prometido por Deus pela sua graça a todo aquele
que crê, não importando raça ou posição.

O reverendo John Stott colocando em


termos simples e direto diz que o batismo no
Espírito Santo longe de ser um fator diferenciador
é um grande fator unificador (uma experiência
que todos tivemos). Ele é, na verdade, o meio de
entrada no corpo de Cristo (1 Co 12:13) e não
algo que foi dado a uma classe privilegiada de
cristãos que conseguiu através de seus esforços
naturais e por merecimento um poder divino que
os qualificaria ao status de um crente especial e
mais abençoado. Essa ideia é pagã e não bíblica.
E isso não para por ai! O ensino pentecostal da
necessidade do batismo no Espírito Santo para o
crente, trás ainda em seu bojo, outra doutrina
estranha. O ensino que o cristão perde a salvação.
-44-
E isso tem levado muitos cristãos sinceros de
volta à lei, onde além da necessidade do batismo
no Espírito Santo ele ainda pratica boas obras e se
esforça para conseguir manter a sua salvação em
dia.

Ao contrário disso tudo, a Bíblia diz que o


verdadeiro cristão já tem a vida eterna, que não
entra mais em juízo, mas passou da morte para a
vida (Jo 5:24). Ele foi tirado do poder das trevas,
e transportado para o Reino do Filho do seu amor
(Cl 1:13).De igual modo o apóstolo Paulo, em
Filipenses, capitulo 3,versículo 20, descreve a
atual situação do verdadeiro cristão, daquele que
foi transportado do reino das trevas, para o reino
do Filho de Deus. Ele diz: “A nossa cidadania
está no céu” Ele não está dizendo que a nossa
cidadania vai estar lá se nós nos esforçarmos para
isso, mas sim, que a nossa cidadania está no céu
agora. Estamos vivendo na terra, porem a nossa
cidadania está lá no céu. Em Efésios, capitulo 2,
versículo 19, Paulo repete exatamente a mesma
coisa. “Já não sois mais estrangeiros, nem
forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da
Família de Deus”.

Dr. Martyn Lloyd-Jones analisando esse


texto diz que houve uma mudança total e

-45-
completa da situação do cristão. Mudamos de
reino, uma vez por todas. Antes de nos tornarmos
cristãos estávamos unidos a Adão e à sua raça
decaída, e todas as consequências do seu pecado e
da sua ação vieram sobre nós, e Deus nos
considerou culpados em Adão. Mas ao nascermos
de novo; somos despidos do pecado de Adão, e
revestidos com a justiça de Cristo. O que isso
significa? Significa que o domínio da graça é
muito mais poderoso que o domino das trevas
“onde abundou o pecado, superabundou a graça”
(Rm 5:20). Logo o que a Bíblia revela é que a
salvação final para o verdadeiro cristão é
absolutamente certa e segura. Essa é a condição e
posição daquele que está em Cristo. Mas o cristão
ainda peca! Dirão alguns! Sim! Peca! (1 Jo
1:8,10) mas temos que aprender a fazer diferença
entre a nossa experiência e a realidade da nossa
posição em Cristo.

A Bíblia diz que a partir do novo


nascimento (Jo 1:3) o Espírito Santo que vem
fazer morada no crente inicia o processo de
mortificação da carne, é o que em teologia
chamamos de processo de santificação. O Espírito
Santo está destruindo essa natureza carnal e
pecaminosa que carregamos desde nosso
nascimento natural. É um processo que dura a
-46-
vida toda. Nesse processo o objetivo de Deus é
que cada cristão a cada dia fique mais parecido
com Jesus. A Bíblia diz que a obra que Deus
começa no cristão a partir da sua regeneração ou
do seu novo nascimento, ele a completará até a
vinda de Jesus (Fp 1:6). A mesma ideia aparece
na carta aos efésios capitulo cinco quando Paulo
diz “Para que não entristeçais o Espírito Santo de
Deus, no qual fostes selados para o dia da
redenção” (Ef 4:30). Essa redenção diz respeito à
vinda de Jesus no final.

Quando nos convertemos ao verdadeiro


evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, a Bíblia
diz que somos revestidos com a justiça de Cristo,
isso quer dizer que Deus da mesma forma que
nos considerou pecadores em Adão (Rm 5:12),
agora quando cremos em Jesus e na sua perfeita
obra por nós, Deus também nos considera
perfeitos “em Cristo”. Em teologia dizemos que
fomos salvos (da culpa e da penalidade do
pecado) que estamos sendo salvos (do poder do
pecado que é o processo de santificação que dura
à vida toda) e que seremos salvos (da presença do
pecado que é o término do processo de
santificação e que resulta na glorificação do
crente). Portanto não existem classes especiais de

-47-
crentes. Uns mais espirituais e outros menos
espirituais e outros mais carnais.

A Bíblia ensina que existem apenas duas


possibilidades para todo ser humano que vive
neste mundo: Ou essa pessoa está “em Adão”, ou
está “em Cristo”. Não se pode estar nos dois ao
mesmo tempo. Essa doutrina de classes especiais
de cristãos que dependem de obras e esforço
humano para conseguir manter a salvação, não é
bíblica. É proveniente da doutrina católica
apostólica Romana pagã.

A BÍBLIA AINDA SENDO CORRIGIDA POR


NOVOS PROFETAS

Depois, ainda nos arraiais evangélicos,


houve nova divisão, por conta de novas
revelações dadas por Deus, a novos profetas, para
corrigir alguns mal entendidos dos ditos profetas
pentecostais.

E assim surge no cenário evangélico um


novo movimento chamado Neo (novo)
Pentecostalismo com uma nova revelação e novos
ensinos vindos diretamente de Jesus dado a um
jovem pregador Batista chamado Kenneth Erwin

-48-
Hagin e com ele a responsabilidade de restaurar o
verdadeiro evangelho mais uma vez.

As novas revelações eram surpreendentes,


Deus revelou a Hagin que Jesus não redimiu o
homem na cruz, e sim no inferno. Segundo
Hagin, Cristo morreu duas mortes. Uma física na
cruz e outra espiritual no inferno. Na morte
espiritual, Jesus adquiriu, como todos os homens,
uma natureza satânica, e ao morrer desceu ao
inferno, e foi atormentado pelo diabo e pelos
demônios três dias e três noites. Jesus foi uma
espécie de isca de Deus para satanás, pois no
inferno satanás descobre que Jesus nasceu sem o
pecado original. Então depois de três dias sendo
atormentado no inferno, finalmente Jesus se
revela ao diabo como o Filho de Deus que nasceu
sem o pecado original, e assim ele nasce de novo,
ressuscita, e derrota o diabo. É dessa forma que
segundo Hagin Jesus redime o homem, não na
cruz e sim no inferno. É no inferno, e não na cruz
como a Bíblia ensina (Jo 19:30) que Jesus
completa sua obra redentora que teve inicio com
a sua morte física. (“o Nome de Jesus” Kenneth
Hagin pg.25, 26, 27, 28,79).

-49-
A PROSPERIDADE É O ÁPICE DA
REVELAÇÃO DE DEUS
A KENNETH HAGIN

A passagem-chave que Hagin começa a


disseminar a partir da nova luz que ele diz ter
recebido diretamente de Cristo é a que se
encontra na Epistola aos Gálatas 3:13,14:

Cristo nos resgatou da maldição da lei,


fazendo-se Ele próprio maldição em nosso lugar,
porque está escrito: Maldito todo aquele que for
pendurado em madeiro; para que a benção de
Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a
fim de recebêssemos pela fé o Espírito Santo.

A compreensão que Hagin diz ter recebido


do próprio Cristo nesse texto é que a maldição da
lei são aquelas maldições que Moisés proclamou
à nação de Israel, no monte Ebal, em
Deuteronômio 28. E que, portanto nessa maldição
da lei, está incluída a pobreza, e a doença. Por
outro lado, a benção de Abraão, é a promessa e o
desejo de Deus para os seus filhos e filhas de que
eles sejam sempre ricos e saudáveis. Em suma, a
obra redentora de Jesus no inferno eliminou as
maldições da lei de Deuteronômio 28, e trouxe
através da benção de Abraão uma nova era de
prosperidade financeira e saúde física em todos os
-50-
sentidos para todos os que crerem nesta nova
revelação e tomar posse dela (é isso o que os
neopentecostais e Hagin chamam de fé) e assim
surge à era dos “super crentes”.

É nesse texto de Gálatas 3 : 13,14 que


praticamente toda a teologia de Hagin chamada
comumente de teologia da prosperidade ou
movimento da fé se fundamenta. E é também a
base de todos os outros textos Bíblicos citados
por ele. É também a condição para que o cristão
possa conhecer através da interpretação correta
desse texto dada por Deus a Hagin, aquilo que
pertence por direito ao crente. Segundo Hagin
depois do cristão ter conhecimento daquilo que
de fato lhe pertence e tomar posse, a segunda
condição, para o crente conquistar essas bênçãos,
são lembrar e exigir de Deus esses direitos em
oração.

Nessa nova visão, a oração dirigida a


Deus não pode ser como uma petição, mas como
exigência, caso contrário não funciona. Hagin se
expressa desta forma:

A palavra "pedir" também significa


"exigir". "E tudo quanto exigirdes em Meu
Nome, isso/ Eu, Jesus/ farei” /. (O Nome de
Jesus, pg 70).
-51-
Não termina ai, Hagin em sua nova
teologia, diz que somente conhecer seus direitos e
exigi-los de Deus em oração, não destravará as
portas e as janelas do céu, há a necessidade de
utilizar a expressão “em o Nome de Jesus", pois é
por meio desse nome que as leis espirituais na
esfera celestial são ativadas.

Hagin compara o direito ao uso do nome


de Jesus como uma espécie de procuração e diz
que essa é a chave para recebermos a resposta às
nossas orações ( O Nome de Jesus, pg.38 ), logo a
causa principal da falta de prosperidade
financeira e das enfermidades e doenças do
cristão nunca se trata de uma questão da vontade
de Deus, é sempre proveniente da falta de fé do
cristão e da forma errada e humilde que ele ora a
Deus, e também do uso inadequado que ele faz do
nome de Jesus. Hagin afirma que muitas pessoas
estão doentes e pobres por desconhecer seus
direitos como cristãs. Elas seriam curadas e
conseguiriam sucesso financeiro imediatamente
se conhecessem a interpretação correta da Bíblia.

E o Neo Pentecostalismo, hoje, é para


muitos, o verdadeiro evangelho corrigido e
restaurado por Kenneth Hagin, que foi revelado
diretamente a ele durante as oito visitas que ele

-52-
mesmo alega ter recebido de Jesus no intuito de
ensinar-lhe as verdades distorcidas e não
entendidas pelos cristãos evangélicos
denominacionais e pentecostais anteriores, e o
cristão que não aderir a esse movimento é
considerado por muitos como um crente sem fé.

A primeira pergunta que devemos fazer é:


O evangelho revelado na Bíblia tem necessidade
de ser restaurado? Corrigido? O que diz a Bíblia a
respeito dessa questão? O que o Espírito Santo
revelou aos escritores da Bíblia não foi
suficiente?

ANALISANDO BÍBLICAMENTE

A Bíblia nos ensina claramente que não


devemos ir além do que está escrito (I Co 4:6).

Na Epistola aos Hebreus está escrito que


"havendo Deus outrora, falado, muitas vezes e de
muitas maneiras, aos pais, pelos profetas. Nestes
últimos dias (desde o término da obra completa
de Cristo) nos falou pelo Filho, a quem constituiu
herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez
o universo. ( Hb 1:1, 2), ou seja o Cânon Bíblico
já foi fechado. Cânon do grego "Kanon" significa
regra, norma, padrão estabelecido, algo que já foi
-53-
medido, por isso tem o significado de vara de
medir.

O Cânon é a coleção de escritos


reconhecidos como os únicos possuídos de
autoridade normativa para a conduta e a fé cristã.
Essas Escrituras são a nossa medida. Para o
cristão é a nossa única regra de fé e prática. A
Bíblia declara a si mesma como a infalível
Palavra de Deus (Is 40:8/1 Pe 1:25) não tem o
que corrigir ou acrescentar, pois a revelação de
Deus está completa.

Não pode haver autoridade divina na


Bíblia e, ao mesmo tempo em outras fontes.

É interessante uma regrinha citada pelos


apologistas John Ankerberg e John Weldon como
prova de que a Bíblia não necessita de reparos e
que ela assume sua inerrância em todo o seu
conteúdo. A regrinha é simples e interessante.

Primeiro lugar: a inspiração divina da


Bíblia refere-se ás próprias palavras de Deus (Mt
4:4) e se estende a cada parte das Escrituras. Por
isso é que a Bíblia diz o seguinte: Toda a
Escritura (a Bíblia) é inspirada por Deus e é útil
para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir
as faltas e ensinar a maneira certa de viver (2 Tm

-54-
3:16). Segundo lugar: a Bíblia revela que a
natureza de Deus é santa; portanto, Ele não pode
mentir. Se a inspiração divina se estende a cada
palavra da Bíblia, a Bíblia em sua totalidade deve
ser considerada livre de erros, e óbvio não precisa
de correção. Em outras palavras, se Deus é
incapaz de inspirar o erro, tudo que é inspirado é
inerrante.

Finalmente, a Bíblia também revela que


Deus é Onipotente isto é, ele é Todo poderoso.
Isso significa que Ele foi capaz de proteger de
todo erro o processo de inspiração, apesar de que
a revelação tenha sido dada através de homens
falíveis. Isso significa que não existe nada
absolutamente nada para restaurar ou corrigir no
evangelho de Cristo ou na Bíblia. Desde os
tempos dos apóstolos, que a igreja de Cristo, tem
crido que a Bíblia está completa, e faço minhas as
palavras de John F. MacArthur quando ele diz
que qualquer tentativa de se somar à Bíblia, de se
receber revelações adicionais de "Deus", resulta
sempre em Seitas, Heresias, ou enfraquecimento
do corpo de Cristo.

-55-
Capítulo 3

Analisando Apologeticamente
essas Novas Revelações

"A fé e o pensamento caminham juntos e é impossível


crer sem pensar".

-56-
John Stott

Começaremos nossa análise


primeiramente pelas seitas e pela sua principal
característica que é a negação da doutrina da
natureza trina de Deus: a Trindade!

É bom não esquecermos para não


perdermos o fio da meada, que cada seita intitula-
se a representante do único e verdadeiro
Cristianismo. Os fiéis acreditam que seu líder foi
escolhido por Deus para corrigir e eliminar certas
doutrinas que foram adicionadas e distorcidas
pela religião cristã. E ao mesmo tempo eles
acreditam que Deus deu ao tal profeta a revelação
autêntica e correta do verdadeiro evangelho que
inclui principalmente a eliminação da doutrina da
trindade.

Então pela razão, de cada seita considerar


o seu líder, como um cristão autêntico e profeta
de Deus, analisaremos as principais doutrinas que
elas acreditam que foram adulteradas pela

-57-
religião cristã. Se a revelação que o profeta diz ter
recebido de Deus não estiver em harmonia com a
Bíblia em seu contexto exegético e histórico,
ficará provado que o cristianismo que eles
pregam e a revelação que o profeta diz ter
recebido não veio de Deus, e que eles não podem
ser considerados cristãos segundo o conceito
Bíblico.

A DOUTRINA DA TRINDADE
CONHECENDO O DEUS DA BÍBLIA

Tudo o que conhecemos de Deus ou o


que aprouve a Deus conhecermos Dele, está
revelado nas páginas das Escrituras. Fora da
Bíblia fica difícil alguém ter uma noção por mais
básica que seja de Deus. E uma das revelações
que encontramos sobre a natureza de Deus na
Bíblia é que Deus é três pessoas. E negar essa
verdade sobre essa natureza Trina de Deus
revelada nas Escrituras, além de ser uma afronta a
sua Palavra inspirada, compromete a soberania e
a santidade de Deus. Vejamos por que negar a
natureza Trina de Deus compromete a soberania e
a santidade do Deus revelado na Bíblia.

-58-
Primeiro: uma característica deste Deus,
junto com sua santidade, é o seu amor. Se Deus
for um ser solitário ou isolado como ensinam as
seitas e as religiões não cristãs, ele precisou criar
alguém para amar. Para um Deus autossuficiente
ser amor, ele deve existir em, pelo menos, duas
pessoas, senão ele teria a necessidade de criar o
ser humano para relacionar-se com ele em amor.
E mesmo que isso pudesse acontecer
esbarraríamos em um contrassenso, pois como
um Deus infinito, perfeitamente santo e ilimitado,
poderia aprender a se relacionar em amor com
uma criatura finita e limitada. Contudo, um Deus
na forma Trinitária como revelado na Bíblia
Sagrada, não depende de suas criaturas para
realizar-se em amor, pelo contrário, o amor
infinito de Deus sempre existiu entre cada pessoa
da Santíssima Trindade.

O amor como indicado no Novo


Testamento, é algo que vem de dentro e vai para
fora. Uma pessoa deve amar-se a si mesmo e
também aos outros. Assim, porque Deus é amor
(1 Jo 4:8), cada pessoa da Trindade ama não
somente a si mesma, mas também aos outros. No
Deus Trino, há comunicação, comunhão e amor,
logo não houve necessidade de Deus criar o
homem para poder amar, pois na Trindade há
-59-
plenitude e riqueza de relacionamentos pessoais
entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Segundo: Se não há três pessoas na


Divindade, como um Deus perfeitamente santo
pode perdoar e ter comunhão com um pecador
sem comprometer a sua santidade?

Scott Horrel professor titular de teologia


sistemática da faculdade teológica Batista de São
Paulo em seu livro “Uma cosmovisão Trinitária"
explanou com muita propriedade que para um
Deus perfeitamente santo prover perdão sem se
comprometer, é preciso que ele subsista em uma
pluralidade de pessoas. Se Deus fosse uma só
pessoa, ele poderia ser perfeitamente justo e
santo, mas seria incapaz de perdoar os nossos
pecados sem comprometer sua justiça e santidade.
É precisamente porque ele é mais do que uma
pessoa, que Deus o Pai, representando a
Trindade, enviou seu Filho Jesus para fazer
expiação pelos nossos pecados. Com a sua morte
na cruz, Jesus expiou (satisfez) a justiça de Deus,
por isso a Bíblia diz que Deus é justo e
justificador de nossos pecados (Rm 3:26), e
depois que o Filho ressuscita para nossa
justificação e sobe aos céus (At 1:9-10) o Espírito
Santo a terceira pessoa da Divindade é enviada

-60-
para morar no salvo e iniciar o processo de
santificação.

O DEUS REVELADO NA BÍBLIA É


TRINO E UNO

A Bíblia revela que só existe um Deus, e


que este único Deus criou os céus e a terra (Gn
1:1), e que não existem deuses, esses deuses que
são citados na Bíblia, são criados pela imaginação
do homem caído (Is 37:19-20). Logo, Deus é um
só (Is 43:10/44:6/ 46:9/ 1Co 8:4), essa é a
revelação contida na Bíblia e pela fé cremos e
aceitamos.

Contudo, a mesma Bíblia também revela


que existem três pessoas chamadas de Deus nas
Escrituras. O Pai é chamado de Deus (Fp 2:11) O
Filho é chamado de Deus ( 1 Jo 5:20) e O
Espírito Santo também é chamado de Deus na
Bíblia ( At 5:3-4), e cada uma dessas pessoas
chamadas de Deus na Bíblia só pode ser o Deus
único e verdadeiro pois segundo a revelação
Bíblica só existe um Deus. Ou seja, a revelação
bíblica, é que cada uma dessas pessoas chamadas
de Deus na Bíblia, é Deus pleno e absoluto. A
Trindade não são três deuses, mas três pessoas em

-61-
uma só Divindade. O que a Bíblia revela e ensina
é que nessa única essência Divina subsistem três
pessoas distintas, o Pai, o Filho e o Espírito
Santo. Dentro de Deus há três pessoas distintas
numa única essência. Esta unidade de Deus é
composta e não absoluta, e essa crença está em
total consonância com os ensinamentos da lei e
dos profetas contidas na Bíblia.

Stanley Rosenthal no seu livro “A Tri-


unidade de Deus no Velho Testamento” “diz que
o povo judaico com frequência faz objeção a Tri-
unidade de Deus porque eles acreditam que a
Shema (Dt 6:4), silencia de vez o argumento que
envolve a crença cristã histórica da Deidade de
Jesus e consequentemente a Tri-unidade de
Deus”. Entretanto diz Stanley Rosenthal, que um
exame cuidadoso do trecho de Deuteronômio 6:4,
na verdade, estabelece, ao invés de refutar, a
pluralidade de pessoas na unidade de Deus. O
mais extraordinário é que a Shema é uma das
mais poderosas declarações em favor da Trindade
que se pode encontrar reveladas na Bíblia inteira.

Stanley Rosentanthal comenta que


existem na língua hebraica (somente na língua
hebraica), duas palavras para único, um, uma,
unidade. As duas palavras são "echad" e

-62-
"yachid". Por exemplo: se alguém for comprar
uma caneta, um martelo, ou um grampeador, e
usar a palavra em hebraico para essa unidade, a
palavra que seria usada seria yachid, pois essa
unidade é absoluta. Porém, se essa mesma pessoa
resolvesse comprar um cacho de uvas, a palavra
que seria usada para essa unidade seria echad,
pois em hebraico essa unidade é composta, onde
uma unidade é mais de uma. E a última palavra
hebraica da Shema é echad. Echad é um
substantivo coletivo, ou seja, é um substantivo
que demostra unidade, mas que ao mesmo tempo
demostra que se trata de uma unidade que contém
várias entidades (“A Tri-unidade de Deus no
Velho Testamento- Stanley Rosenthal p. 2-3”.).

"Shema Yisroel Adonai Elohenu Adonai


Echad".

Ouve Israel, o Senhor Nosso Deus é o


único (unidade composta) Senhor.

O ponto é claro, echad é sempre usada


para indicar uma unidade coletiva, uma unidade
em sentido composto. A conclusão é óbvia, o
único e verdadeiro Deus revelado na Bíblia é três
pessoas. Há uma pluralidade de pessoas na
divindade. O Velho Testamento revela a unidade

-63-
na Trindade, ao passo que o Novo Testamento
revela a Trindade na unidade.

Deus em si, existe como três pessoas, cada


um é igual ao outro, isto é, as três pessoas são as
mesmas em essência e qualidade, mas cada uma é
distinta e eternamente diferente como pessoa. Ou
seja, o Filho não é o Pai, nem o Pai é o Filho,
Espírito Santo não é o Filho, nem o Pai é o
Espírito Santo, embora distintos, as três pessoas
são iguais em essência, são da mesma natureza,
são da mesma substância. Como alguém já disse,
a trindade é o nosso único Deus e o nosso único
Senhor.

No Velho Testamento a revelação das três


pessoas distintas subsistindo numa única essência
divina estava implícita (Gn 1:26/ 3:22/ 11:6-7/ Is
6:8), já no Novo Testamento o que estava
implícito tornou-se explicito ( Mt 3:16-17/ Jo
14:16,26 / 2 Co 13:13/ Mt 28:19).

A essência da revelação bíblica é o ensino


de que a Trindade é uma unidade, e criou à sua
imagem e semelhança outra unidade. Observamos
isso na própria criação do homem. O mestre
Ariovaldo Ramos diz que Deus formou o homem
do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego
de vida (Gn 2:7), e depois, Deus tomou uma das
-64-
costelas do homem e transformou-a numa mulher
(Gn 2:21-24), Ariovaldo Ramos diz jocosamente
que se tratou da primeira clonagem humana, e
que o sono que Deus fez cair sobre Adão, se fosse
nos dias de hoje, seria como se Adão estivesse
sido anestesiado. A mulher foi uma duplicação do
homem, pois como corretamente pregou
Ariovaldo Ramos só houve um sopro, e um toque
no barro, isto é, só houve uma criação (Gn 1:26-
27). Homem e mulher embora distintos eram uma
unidade.

A palavra "echad" que no hebraico como


já vimos, serve para designar uma unidade
coletiva ou composta, está presente também no
texto bíblico na constituição familiar do homem,
"Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à
sua mulher, tornando-se os dois {uma} (echad) só
carne" (Gn 2:24) é a mesma palavra hebraica
echad que encontramos na Shema de
deuteronômio 6:4 que ensina que Deus é uma
unidade composta. Isto não é aleatório! A Bíblia
revela que há uma pluralidade de pessoas na
única divindade. Revelando que Deus sendo um
só subsiste em três pessoas, e encontramos essa
mesma característica na criação do homem.

-65-
A conclusão que as Escrituras sagradas
nos faz chegar é que originalmente o homem foi
criado para ser uma unidade e assim pudesse
refletir a natureza da Trindade. Fomos feitos à
imagem da Trindade, fomos feitos para sermos
uma unidade. Encontramos mais uma vez essa
revelação na criação do homem. No livro das
origens o Gênesis, nos versículos um e dois do
capitulo 5 está escrito: "Este é o livro da
genealogia de Adão, no dia em que Deus criou o
homem, à semelhança de Deus o fez; homem e
mulher os criou, e os abençoou, e LHES chamou
pelo nome de Adão, no dia em que foram criados.
Quando Deus chamava o nome de Adão, ambos,
homem e mulher atendiam, porque Adão não era
o nome só do homem, era o nome do casal.
Podemos presumir então pelos textos seguintes
que a mulher passou a se chamar Eva depois da
queda, porque na queda o homem perde essa
unidade. E é a perda dessa unidade original que
acontece na queda, que a imagem de Deus no
homem torna-se ofuscada. Essa unidade original
é perdida e em seu lugar nasce a individualidade e
a individualidade é a triste realidade e a condição
do ser humano hoje. A individualidade é a
natureza do homem agora pervertida e autônoma.
A individualidade no homem caído é responsável

-66-
pelo preconceito, pela inveja, ciúme, cobiça, e
todos os males no mundo.

A DOUTRINA DA TRINDADE É
IMPORTANTE PARA ENTENDERMOS A
OBRA DE JESUS CRISTO.

É necessário entendermos a doutrina da


Trindade para que possamos ter uma visão
correta sobre a redenção do homem segundo o
plano de Deus.

Jesus é o nosso Salvador, a Bíblia sagrada


diz que ele "veio buscar e salvar o que se havia
perdido” (Lc 19:10). Mas porque precisamos da
salvação? A resposta é: por causa da ira de Deus.
Naturalmente, a ira de Deus, não se trata de uma
emoção descontrolada ou perda do domínio
próprio da parte de Deus. A ira de Deus é a
reação de um Deus santo, reto e justo contra o
pecado e o mal (Hc 1:13), o pecado ofende a
Deus e Deus odeia o pecado. Deus é santo e
santos são todos os atributos de Deus.

A Bíblia revela que no jardim do Éden,


em Adão, quebramos a lei de Deus e nos
tornamos transgressores. O que é a lei de Deus?
A lei de Deus ou a lei moral de Deus é a própria
-67-
expressão do caráter de Deus! Quando Deus que
é o criador de todas as coisas diz: faça isto! Ou
não faça aquilo! O que ele diz torna-se lei e a lei
de Deus é sempre para beneficiar o homem. A lei
de Deus é eterna, porque Deus é eterno, logo
Deus é a própria lei. A lei foi dada para que
vivêssemos felizes eternamente em unidade à
semelhança da trindade. Mas quando Adão, que
nos representava como chefe representativo da
raça humana no Éden, desobedeceu ao
mandamento dado por Deus, de não comer do
fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal
(Gn 2:16), ele ao ignorar e ao desobedecer
deliberadamente esta ordem causou uma ruptura
entre a sua descendência ( toda a raça humana) e
Deus.

A Bíblia diz que o homem rompe com


Deus e torna-se pecador. E essa separação de
Deus gera para o homem as seguintes
implicações: A Bíblia revela que Deus é bom (SL
34:8), logo o homem por ter rompido e se
separado de Deus trocou a bondade de Deus pela
maldade. O ser humano torna-se mal, perverso e
egoísta, o homem tornou-se agora o referencial
do bem e do mal. Agora o homem é o seu próprio
Deus, cabe ao homem decidir o que é certo e o
que é errado, o homem agora se centraliza nele. E
-68-
a nossa condição em Adão tornou-se objeto da ira
de Deus. A partir da queda o homem torna-se
inimigo de Deus. A natureza humana antes santa
e perfeita tornou-se, pervertida, insubordinada,
rebelde e maligna (Rm 3:9-18).

No Éden, Deus promete punir o pecado e


expulsa o homem e a mulher do paraíso, e lhes
fala das consequências que iriam sofrer. O
apóstolo São Paulo escreve em sua epistola aos
Romanos que “A ira de Deus se revela do céu
contra toda impiedade e injustiça dos homens que
detém a verdade pela injustiça" (Rm 1:18), a
promessa de Deus é que a ira de Deus será
derramada sobre todo o pecado e sobre todo o
pecador. A ira de Deus já começa a ser revelada
no jardim do Éden. O homem lhe desobedeceu e
Deus os expulsou do Paraiso. Tudo começou no
Paraiso. Sabe o que isso significa? Que a ira de
Deus já se manifestou, continua se manifestando,
e se manifestará em um julgamento futuro, pois
todo o ser humano na queda tornou-se ímpio e
injusto.

Dr. Martyn Lloyd-Jones oferece-nos uma


exposição do modo como a ira de Deus em
alguns casos já está sendo revelada. Tendo como
base, a Epistola de Paulo aos Romanos, o Dr.

-69-
Martyn Lloyd Jones reforça o ensino bíblico que
quando o homem caiu em pecado, Deus impôs
certos limites ao pecado e o mantém dentro de
limites. Mas, periodicamente para manifestar a
sua ira contra o pecado e o mal, Deus retira as
restrições por Ele impostas, e o homem é
abandonado, sendo deixado entregue às suas
próprias artimanhas (Rm 1: 18-32). E Paulo diz
que ainda em acréscimo a tudo isso, haverá a
aplicação de castigo numa "ira vindoura".

Contudo, a Bíblia também revela que


apesar de nossa deliberada rebelião, Deus fez
algo para poder parar de nos tratar como
inimigos, Ele planejou um meio pelo qual
pudéssemos ser reconciliados com ele. E como
Deus fez isso? Pela morte de seu Filho. E por que
o Filho de Deus teve que morrer na cruz?
Primeiro: era essencial que fosse apresentado
uma oferta à trindade. E por isso Jesus, Deus
Filho, uma das pessoas da Divindade, a segunda
pessoa da trindade, teve que sofrer o castigo pelos
nossos pecados. Segundo: A justiça de Deus tinha
que ser expiada (satisfeita), pois Deus não pode
fingir que não vê o pecado, Ele disse que puniria
o pecado e que derramaria a sua justa ira sobre o
pecado e sobre o pecador. E foi isso que Deus fez
no calvário. Ele puniu nossos pecados na pessoa
-70-
do seu Filho. Ele derramou sobre o seu amado
Filho a sua ira contra o pecado. Por isso é
imprescindível entendermos certos termos na
Bíblia. Por exemplo; a Bíblia diz que Jesus é a
propiciação pelos nossos pecados (1 Jo 2:2).

O que significa propiciação? Propiciação


significa apaziguar, aplacar, afastar a ira. O que o
apóstolo está dizendo é que Jesus foi o
instrumento vivo da ira de Deus. A palavra
propiciação que João usa, é para nos dizer que o
que o nosso Senhor Jesus Cristo fez mediante sua
morte na cruz foi aplacar a ira de Deus, e tornar
Deus propicio a nós.

JESUS É REVELADO NA BÍBLIA


COMO O SACRIFICIO PROPICIATÓRIO
DA RAÇA HUMANA

O termo usado pelo apóstolo João em sua


primeira carta no capitulo dois versículo dois nos
remete ao propiciatório que ficava no santo dos
santos do tabernáculo e posteriormente no templo
construído por Salomão no Antigo testamento.

O propiciatório era a tampa da caixa da


arca da aliança coberta por uma chapa de ouro, e
Sobre essa cobertura de ouro puro sobre a tampa,
-71-
foram feitos dois querubins também de ouro, um
em cada ponta e um de frente para o outro. Esses
dois querubins representava a presença de Deus.
De cima os dois querubins olhavam para o
propiciatório onde estava guardada a lei de Deus
representada pelas tabuas da aliança, na arca
também continha o vaso de ouro com o maná e a
vara de Arão. A lei embaixo e Deus representado
pelos querubins olhando de cima para a lei que
havia sido quebrada pelo homem. Quando o sumo
sacerdote uma vez por ano (no dia do perdão)
entrava e aspergia o sangue dos animais sobre o
propiciatório, Deus anunciava que estava
satisfeito, pois a lei tinha recebido a devida honra
e que o povo de Israel que aguardava do lado de
fora estava perdoado dos seus pecados por mais
um ano. O ensino Bíblico é que Deus foi
ofendido pelos nossos pecados, e algo precisava
ser feito para aplacar sua ira. E Cristo por meio de
sua morte na cruz, aplacou a ira de Deus, nos
reconciliando com Ele. E por que tinha que ser
pela morte de Cristo? Romanos 6:23 responde
com toda a clareza: porque o salário do pecado é
A MORTE!.

E porque o salário do pecado é a morte?


Genesis 2:17 é a base para entendermos essa
questão "Mas da árvore do conhecimento do bem
-72-
e do mal não comerás; porque, no dia em que dela
comeres, CERTAMENTE MORRERÁS. E a
epistola aos hebreus 9:22 arremata "Sem
derramamento de sangue não pode haver
remissão(perdão) de pecados. Por isso os
escritores bíblicos do novo testamento referem-se
sempre ao sangue de Cristo, ao invés de referir-se
a sua morte. A razão desta preferência é
simplesmente ajustar a morte de Jesus na cruz, e a
maneira dele nos redimir, ao ensino geral do
Velho testamento com relação aos sacrifícios de
animais.

Então segundo o Novo Testamento o


homem regenerado é aquele que creu na
revelação Bíblica que Jesus é o Deus encarnado
(Jo 1:1, 14) que creu que Jesus morreu para salva-
lo da ira de Deus, e que reconhece a sua
deplorável condição de pecador perdido. A Bíblia
diz que convencido então pelo Espírito Santo
desses fatos, ele confia na obra perfeita e
completa de Jesus por ele, se arrepende, abandona
sua rebelião e volta para Deus através do
sacrifício de Jesus. Agora ele é um novo homem.
A Bíblia diz que ele nasceu de novo, e o projeto
original de Deus reinicia nesse novo homem. Que
projeto seria esse? O projeto de continuar neste
novo homem regenerado a obra que teve inicio no
-73-
Éden antes da rebelião. Qual? O de transformá-lo
em um ser humano de verdade e perfeito. Esse
era o projeto original de Deus para o homem no
Éden. Mas por causa do pecado de Adão o plano
original de Deus naquele momento sofreu
alterações, e o homem, por causa de sua rebelião
em Adão, é hoje um ser inacabado e imperfeito.

Então todo o homem depois do pecado de


Adão nasce pecador devido à herança do pecado
do primeiro casal (Rm 5:12). Quando Adão pecou
todos os seres humanos pecaram em Adão. Deus
imputou a nós o pecado da transgressão do
primeiro casal. Então, depois da queda, o homem
gerado à imagem e semelhança de Adão (Gn 5:1,
3) não é um ser humano de verdade, perfeito,
como Deus primariamente queria que fossemos.
O homem agora é um rebelde, um transgressor.
Mas a Bíblia diz que quando cremos no
verdadeiro evangelho, revelado apenas nas
páginas da Bíblia, sem acrescentar coisa alguma,
este ser humano pecador é revestido com a justiça
de Cristo e ele torna-se uma nova criação (2 Co
5:17). Ou seja, os méritos de Cristo, que inclui
sua justiça, obediência e perfeição, são imputados
a esse novo homem ou nova mulher. Isso quer
dizer que da mesma forma que Deus nos
considerou culpados em Adão, se crermos em
-74-
Cristo e no que ele realizou no calvário conforme
revelado na Bíblia, Deus também nos considerará
perfeitos e justos em Cristo. Agora pelos méritos
de Cristo, este novo homem, e esta nova mulher,
começa a ser transformado (a) em um ser humano
perfeito, de verdade, cujo modelo é Jesus Cristo o
Filho de Deus.

Logo o foco da salvação como a grande


maioria dos evangélicos pensa, não é receber a
Cristo para ir para o céu apenas, a intenção de
Deus em nos salvar é nos transformar na imagem
do seu Filho (Rm 8:29). Biblicamente falando, a
intenção de Deus em nos salvar primariamente,
consiste através da obra redentora de Jesus,
restaurar a nossa unidade perdida no Éden (Jo
17:11,20-23,) essa unidade que reflete a trindade,
começa a ser restaurada no homem e na mulher a
partir do novo nascimento( Jo 3:3), é de glória em
gloria como diz Paulo ( 2 Co 3:18) E como isso
acontece? Através do processo de mortificação da
nossa velha natureza que herdamos de Adão. Esse
processo a Bíblia chama de santificação. Então
Qual é o proposito da santificação? É nos
transformar diariamente à imagem de Cristo (Rm
8:29).

-75-
Então como podemos observar
examinando as Escrituras, a trindade é uma
realidade essencial revelada nas Escrituras e
nega-la é negar a revelação feita pelo próprio
Deus. E se a trindade é uma realidade bíblica,
logo, Jesus é Deus. E é isso o que a Bíblia revela
através de vários textos (2 Pe 1:1/ Tt 2:13/ Jo 1:1/
Rm 9:5/ 1 Jo 5:20/ Cl 2:9/ Is 44:6 comparar com
Ap. 1: 17-18/ Is 45:23 comparar com Fp 2:10-
11).

A conclusão é simples: todos aqueles que


negam a doutrina bíblica da trindade revelada na
Bíblia, não estão honrando o Senhor Jesus Cristo
como imperativamente a Bíblia ordena que o
honrem (Jo 5:23) não importam o quanto falem
bem dele, portanto não estão pregando o
verdadeiro evangelho e não podem ser
considerados como cristãos.

Capítulo 4

O Fim da Lei é Cristo

-76-
"É para isso que Deus nos deu a Lei. Para
mostrar quem realmente somos".
Dwight L. Moody

Outro ponto que as seitas investem pesado


é sobre as palavras de Tiago em sua Epistola
universal no capitulo dois versículo vinte e
quatro. Tiago diz: “Verificais que uma pessoa é
justificada por obras e não por fé somente”.
Dizem às seitas que a forma correta de interpretar
essa passagem dada por Deus ao seu líder, é que
esse negócio de salvação somente por fé é um
engano da cristandade. Temos que fazer a nossa
parte, dizem eles! Por isso para a igreja
Adventista e outras seitas sabatistas, guardar o
sábado é imprescindível para obter a salvação.
Para os Mórmons tomar café, ter um
comportamento altamente moral, dar fielmente o
dizimo e se abster de certos alimentos é requisito
indispensável para salvação. O que eles não
conseguem enxergar claramente no texto sagrado,
-77-
é que essa não era a intenção de Tiago em sua
carta.

Os versículos anteriores revelam o


conteúdo intencional do ensinamento de Tiago.
Por exemplo: no versículo 14 do capitulo 2 Tiago
diz: "Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém
disser que tem fé, mas não tiver obras? pode,
acaso, semelhante fé salvá-lo?" v.15 "Se um
irmão ou uma irmã estiverem CARECIDOS de
roupas e NECESSITADO do alimento cotidiano."
v.16 “e qualquer dentre vós lhes disser: ide em
paz. aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes
dar o NECESSÁRIO para o corpo, qual é o
proveito disso?" v.17 “Assim, também a fé, se
não tiver OBRAS por si só está morta”. Ora, se
eu digo que tenho fé, que sou de Jesus, mas vejo
meu irmão passando necessidade e não faço
absolutamente nada, é uma incoerência absurda
dizer que sou cristão. Pois ser cristão é
compartilhar, é ajudar ao próximo na sua
dificuldade (At 4:32-35). Esse é o alvo do ensino
de Tiago e a interpretação correta da sua carta
pastoral. O ensino em pauta na epistola de Tiago
sobre essa questão, não diz respeito sobre a fé
versus graça, mas sobre uma fé viva proveniente
de uma verdadeira conversão e uma fé morta

-78-
proveniente de uma religiosidade disfarçada de
cristianismo.

A LEI E SUA FUNÇÃO

A Lei foi dada por Deus por intermédio de


Moisés, não para nos salvar, nem para nos
justificar, mas para conhecermos a malignidade
do pecado. O apóstolo Paulo diz que ninguém
será justificado diante de Deus por obras da lei,
em razão que pela lei vem o pleno conhecimento
do pecado (Rm 3:20). Ai está à razão pela qual a
lei foi dada por Deus, apenas para nos dar
conhecimento do caráter terrível do pecado.

Então porque a lei foi dada por Deus já


que ela não tem o poder de salvar? A resposta
está na carta que Paulo escreveu aos Gálatas: “De
maneira que a lei nos serviu de aio, para nos
conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos
justificados por fé" (Gl 3:24). Aio é uma espécie
de condutor, isto é, a lei fora dada por Deus, não
para que o homem fosse salvo através da lei, mas
para que ele fosse conduzido através da lei ao
Salvador, ao messias, inclusive tendo como
testemunho a Lei e os profetas (Rm 3:21).

A lei mostra a nossa condição de total


desamparo e desespero por não podermos

-79-
cumpri-la, e quando percebemos essa nossa
impotência, o Espírito Santo nesse momento, nos
conduz ao único que, pela graça de Deus, pode
nos salvar, nos libertar, e nos levar de volta para
Deus. Essa é a função e o proposito da lei
revelada na Bíblia.

Depois da cruz a lei não existe mais?


Sim! A lei continua em vigor, a lei continua a
existir! Então porque a Bíblia diz que o fim da lei
é Cristo?(Rm 10:4), o que isso significa?
Significa que a nossa tentativa desesperada e
inútil de cumprir e honrar a lei que nós
quebramos em Adão como meio de salvação, foi
colocada de lado completamente. Não porque a
lei não exista mais, mas porque Jesus Cristo o
Filho de Deus prestou perfeita obediência à lei
em nosso favor. A lei continua sendo inclusive o
instrumento do julgamento de Deus (Jo 3:36),
mas para aquele ou aquela que de fato nasceu de
novo, a Bíblia diz que agora nenhuma
condenação há, nenhuma culpa há, pois agora
estão em Cristo Jesus Nosso Senhor (Rm 8:1-4).
Então a fé verdadeira e bíblica consiste no pleno
conhecimento e aceitação dessa verdade. Ou seja,
a verdadeira fé é uma confiança em Cristo e no
que ele fez e realizou por nós na cruz pela nossa
salvação. Fé é olhar para o Senhor Jesus Cristo e
-80-
para a sua obra consumada, e descansar
unicamente Nele. Isso é graça! É bom também
esclarecer que o cristão genuíno não está sem lei,
ele está sob a lei de Cristo do Novo testamento
(Rm 8:1-2), geralmente os sabatistas legalistas
costumam fazer a seguinte argumentação usando
como base os dez mandamentos no Velho
Testamento dado como lei aos judeus. Eles fazem
a seguinte pergunta: Podemos adulterar? Fazer
imagens de escultura? Cobiçar? Matar? Não
honrar pai e mãe? ... (Êx 20: 1-17/ Dt 5: 6-21)
citam um a um , nove dos dez mandamentos e
pergunta se podem ser quebrados. A resposta de
um cristão é: "Não" então eles citam o quarto
mandamento referente à guarda do sábado e
fazem a seguinte pergunta. Como você guarda
nove mandamentos do decálogo, e o quarto
mandamento você ignora? O cristão que
geralmente está desprovido de estudos bíblicos
mais profundos fica sem resposta, e passa, a ser
uma vitima em potencial para a seita que o está
abordando. A resposta Bíblica Cristã é que não
estamos sem lei. Estamos sob a lei de Cristo. A
igreja de Cristo está inserida em um novo pacto,
em uma nova aliança, em um novo testamento.

Os dez mandamentos fazem parte do


antigo pacto que Deus fez com a nação de Israel
-81-
(Êx 20: 1), precisamos entender que os dez
mandamentos constituem uma revelação do santo
caráter de Deus apresentado de forma catalogada
ao povo de Israel. Na carta que Paulo escreve aos
crentes em Roma trata isso de maneira clara.
Paulo diz que somente aos Judeus foi dada a
explicita apresentação da lei. Paulo em sua carta
aos crentes de Roma diz que os gentios (os não
judeus), que não tem lei (a lei escrita como foi
dada aos judeus), fazem naturalmente as coisas
que são da lei, não tendo eles lei (escrita), para si
mesmo é lei; os quais mostram a obra da lei
escrita em seus corações, testificando juntamente
a sua consciência, e os seus pensamentos, quer
acusando-os quer defendendo-os (Rm 2:14-15),
ou seja os gentios( os que não eram judeus) não
tinham recebido a apresentação explicita da Lei,
mas ela estava em seus corações, por serem seres
humanos. Martyn Lloyd Jones em sua exposição
sobre a carta de Paulo aos Romanos no capitulo
dois diz que a Lei está nos corações de toda a raça
humana, mas somente aos judeus tinha sido
exposta explicitamente. Ele diz que a Lei está em
nossos corações; mas essa lei não é
suficientemente clara, pelo que Deus a tornou
explicita. Ele a mostrou claramente na Lei escrita
dada aos judeus. Por isso a razão do cristão se
abster dos pecados de Êxodo vinte, é que a lei
-82-
está toda repetida, e até ampliada, no Novo
Testamento, no novo pacto o qual estamos
inseridos. Por exemplo, o mandamento contra a
idolatria (Êx 20: 3-5) está repetido em 1 Jo 5:21,
O terceiro mandamento do decálogo que é para
não tomar o nome de Deus em vão (Êx 20: 7) está
repetido em Tiago 5:12, o quinto mandamento
que ordena honrar pai e mãe (Êx 20: 12)
encontra-se repetido em Ef 6: 1,2,4 e está
ampliado, pois contém também o mandamento
referente aos pais sobre os filhos, para não
provocarem a ira deles (Ef 6: 4),o sexto
mandamento contra o assassinato (Êx 20: 13) está
repetido em 1 Jo 3:15 e em Mt 5:21-22, o sétimo
contra o adultério (Êx 20:14) está repetido e
também ampliado em Mt 5: 27-28, o oitavo
mandamento (Êx 20: 15) está repetido em Ef
4:28, o nono mandamento (Êx 20: 16) está
repetido em Colossenses 3:9, e o décimo
mandamento que fala de avareza (Êx 20:17) está
repetido em Ef 5:5. E o quarto mandamento? O
quarto mandamento referente à guarda do sábado
(Êx 20: 8-11) não está repetido em nenhum texto
do Novo testamento, não existe nenhum
mandamento no novo pacto que me incentive a
guardar o sábado. Pelo contrário há um ensino
claro de Paulo que o sábado foi abolido junto
com dias de festas, comidas e bebidas, pois estes
-83-
faziam parte do ritual judaico no antigo pacto (Co
2 :16-16-17).

AS IGREJAS EVANGÉLICAS
E A OBRA DE JESUS

Já vimos então que as doutrinas das seitas


são diametralmente opostas ao que a Bíblia revela
e ensina. Ou cremos (como as seitas ensinam) que
a Bíblia foi corrompida e adulterada (não existem
provas sobre essa acusação), ou a conclusão
lógica e coerente que podemos e devemos chegar
é que as revelações recebidas por esses profetas e
fundadores que se intitulam restauradores do
verdadeiro evangelho não vieram do Deus da
Bíblia. A conclusão é simples; o que as seitas
pregam não passam de outro evangelho (Gl 1:8-
9) e o Jesus que elas anunciam, é outro Jesus, e
não o Jesus bíblico (2 Co 11:4). Portanto as seitas
não passaram no teste bíblico e o cristianismo
delas é falso e pagão.

Mas e as igrejas evangélicas? Passam no


teste bíblico? E as revelações dentro do próprio
movimento evangélico cuja pretensão foi de
restaurar o verdadeiro evangelho de Cristo?
Procede?

-84-
Eu não quero ser mais um a falar mal das
igrejas evangélicas, contudo eu quero mostrar
através desse livro, que algo precisa ser feito, e
que a situação das igrejas evangélicas no Brasil
na atualidade é de declínio e estagnação, nada
muito diferente das seitas. A igreja de Cristo de
nossos dias não é completamente bíblica, se
paganizou, e por conta dessa triste realidade não
está desempenhando no mundo o seu
fundamental papel de ser sal da terra e luz do
mundo (Mt 5:13-16), o Reino de Deus e a justiça
desse reino que a igreja deveria estar sinalizando
como mandamento imperativo de Jesus, está
sendo ignorado completamente. E pior que isso!
Os cristãos evangélicos nem ao menos sabem o
que significa buscar o reino de Deus e sua justiça
(Mt 6:33).

Lamentavelmente a igreja evangélica no


Brasil não está sendo um referencial do
verdadeiro evangelho. As igrejas evangélicas
brasileiras em sua grande maioria são mais
católicas e pagãs do que propriamente bíblicas. O
povo evangélico em sua grande maioria não lê a
Bíblia como deveria, e quando leem não
entendem. Isso porque não há interesse entre os
membros. E o que é pior? Grande parte dos
lideres evangélicos não se interessam que haja
-85-
nos púlpitos ensinos mais profundos de teor
teológico e apologético. Não há interesse entre
eles que o povo aprenda. É triste ouvir isso. Mas
é a pura realidade principalmente em nossos dias.
Ouvi de um pastor de uma igreja relativamente
grande, que os membros de sua igreja, não estão
preparados para estudos profundos da Bíblia, e
que ele faz questão de ser chamado de simplista
em suas pregações, o importante para esse pastor
é que os membros de sua igreja entendam e
aprendam somente o básico. Um absurdo! E
também uma clara desobediência ao mandamento
bíblico que diz para crescermos na graça e no
conhecimento da palavra de Deus (2 Pe 3:18) .
Por isso nas igrejas os cultos que deveriam ser
estimuladores para o crescimento espiritual das
ovelhas de Cristo, tornaram-se cultos religiosos,
repetitivos e chatos. A razão disso é que a sólida
palavra e o ensino correto que deveriam nortear o
culto são substituídos pelo entretenimento, pelos
shows gospel, recheado com muita música que
chamam de louvor, e que idêntico aos sermões
rápidos e simples dos pastores que fazem questão
de serem simplistas não tem nenhum conteúdo.

Capítulo 5

-86-
Estudando as Raízes

"A mente bíblica não é a que cita versículos,


mas a que raciocina dentro dos parâmetros das
Escrituras".
Robinson Cavalcante

Com o advento do movimento pentecostal


e neopentecostal com suas novas visões e
revelações, o cristão foi lendo cada vez menos a
Bíblia, foi se afastando cada vez mais do seu
principal propósito “Buscar o Reino de Deus e a
sua justiça" e foi priorizando outros interesses.
No pentecostalismo, o interesse era a busca do
batismo no Espírito Santo, cuja expectativa era
uma vida mais santa e com muito poder. Os
pentecostais acreditavam que esse batismo no
Espírito Santo era fundamental para o
desempenho dos cristãos no evangelismo. O dom

-87-
de cura, operações de milagres e profecias,
segundo eles, teriam que acompanhar a
proclamação do evangelho como nos tempos dos
apóstolos no livro de atos.

O raciocínio dos crentes pentecostais é o


seguinte: Se Jesus é o mesmo ontem, hoje, e o
será para sempre (Hb 13:8), a conclusão lógica é
que as curas que Jesus realizava no período em
que ele estava entre nós, também podem e devem
ser realizadas hoje, na mesma intensidade e
profundidade. Esse conceito pentecostal foi
incorporado, e também é defendido, pela grande
maioria das igrejas evangélicas na atualidade.
Estará correto esse pensamento? Os milagres que
Jesus realizou em seu ministério terreno tem
validade para os dias de hoje? Uma realidade que
nós temos que enfrentar e admitir se quisermos
ser honestos é que não vemos hoje, muitos
milagres acontecendo, na mesma proporção e
intensidade como acontecia nos tempos de Jesus e
dos apóstolos no inicio da igreja Cristã. Afinal
quantos cegos de nascença já vimos ser curados?
Quantos mudos já vimos voltar a falar? Quantas
pessoas vimos ressuscitar dentre os mortos?
Alguém na sua frente já andou sobre o mar?
Quem já presenciou literalmente pães e peixes
serem multiplicados? Quero desde já deixar
-88-
registrado que creio nos milagres que a Bíblia
relata. E também creio que milagres acontecem
nos dias de hoje, e devemos crer e orar por eles.
O que eu defendo é que temos que ser mais
cautelosos, pés no chão, devemos apenas pregar e
ensinar somente aquilo que a Bíblia claramente
nos autoriza. Caso contrário, corremos o sério
risco de distorcer e banalizar os milagres
descritos na palavra de Deus.

OS MILAGRES MESSIÂNICOS

A Bíblia Sagrada ensina que os milagres


que Jesus realizava tinham um propósito
definido. Provar a sua Messianidade (Jo 20:30-
31).

Havia muitos falsos Messias em Israel no


tempo de Jesus, e até nos dias de hoje ainda são
encontrados em Israel. Existem atualmente em
Jerusalém centros psiquiátricos para cuidar
daqueles que se intitulam o Messias. Então os
milagres que Jesus realizava tinham uma função,
um propósito. Provar que ele era o Messias
prometido na Lei e nos profetas (Rm 3:21-22).
Um tempo antes da vinda de Jesus, os rabinos
dividiam os milagres em duas categorias: Os que

-89-
alguém podia realizar se fosse autorizado a
realizá-los, e os reservados apenas ao Messias
quando ele viesse. Então no tempo de Jesus havia
entre os judeus o ensino rabínico de Três milagres
que somente o Messias poderia realizar, esses
milagres são chamados de milagres Messiânicos.
E Jesus realizou esses Três milagres chamados
milagres messiânicos com a intenção de provar
sua identidade messiânica. E hoje continuam
como evidências cruciais da nossa fé (Milagres
Exclusivos do Messias- Os Três milagres
Messiânicos- Arnold G. Frutchtenbaum/ Sola
Scriptura-tt.org/Cristologia). Também citado Por
Ed Rene Kivitz na mensagem o Lado B dos
milagres de Jesus- 2008-IBAB.

A CURA DE UM LEPROSO/ O PRIMEIRO


MILAGRE MESSIÂNICO

O primeiro milagre messiânico foi a cura


de um leproso. O ensino rabínico da época era
que apenas o Messias poderia curar um judeu que
havia adquirido lepra. Desde o tempo
intermediário entre a completação da Lei Mosaica
e a primeira vinda de Jesus, não houve qualquer
registro de algum judeu que tivesse sido curado
da lepra. A cura de Mirian ocorreu antes da
-90-
completação da lei. Naamã foi curado da lepra,
mas era gentio Sírio e não judeu.

A Bíblia diz que um homem coberto de


lepra enfrentou tudo e todos e veio a Jesus, e
prostrando-se com o rosto em terra, suplicou-lhe:
Senhor, se quiseres, pode limpar-me (Lc 5:12). O
leproso reconheceu claramente a autoridade de
Jesus como o Messias e por isso suplicou para
que Jesus o curasse da lepra, pois ele sabia que só
o Messias tinha o poder para curar um leproso. A
única questão da parte do leproso era a
disponibilidade de Jesus para fazê-lo. O texto
sagrado diz que Jesus tocou no leproso e logo a
lepra desapareceu (Lc 5:13), e ordenou-lhe que a
ninguém o dissesse, mas vai, disse, mostra-te ao
sacerdote e oferece, pela tua purificação, o
sacrifício que Moisés determinou, para servir de
testemunho ao povo ( Lc 5:14). O que ocorreu a
seguir é muito interessante e encontra-se
registrado em três evangelhos: Mt 9: 1-8/ Marcos
2:1-12/ e Lc 5:17-26. Os fariseus e doutores da
lei, tinham vindo de todas as aldeias da Galileia,
da Judéia e de Jerusalém (Lc 5:17) e estavam ali
assentados, escutando o ensino de Jesus. O que
Lucas declara é que estavam ali reunidos todos os
líderes Judaicos provenientes de todo o Israel. E
porque de repente todos estes líderes Judaicos
-91-
resolvem reunir-se em Cafarnaum? Qual o
motivo dessa convenção? A resposta é que Esta
foi a reação desses líderes judaicos ao primeiro
milagre messiânico. Eles sabiam que Jesus tinha
curado um leproso, e de acordo com o próprio
ensino deles, somente o Messias tinha poder para
curar. E a partir dessa circunstância, tem inicio o
processo chamado de investigação, que se daria
em duas fases. A primeira fase era a fase de
observação. Ou seja, uma delegação deveria
apenas observar o que era dito e ensinado por
Jesus, e nessa primeira fase, não era permitido
levantar qualquer objeção ou colocar qualquer
questão, depois da fase de observação eles
deveriam voltar para Jerusalém e dar um
veredicto ao Sinédrio. Se após a análise do
Sinédrio o movimento fosse decretado
significativo, então haveria uma segunda fase de
investigação chamada a "fase de inquirição".
Nessa fase, eles deveriam interrogar e fazer
objeções a Jesus numa tentativa de verificar seus
clamores messiânicos. Por isso vemos
constantemente a presença dos fariseus e doutores
da lei presentes onde Jesus publicamente se
encontrava.

-92-
O SEGUNDO MILAGRE MESSIÂNICO:
A CURA DE UM CEGO DE ASCENÇA

Da mesma forma que a cura de um


leproso era restritiva ao Messias, a cura de um
cego de nascença também. Acreditava-se em
Israel que uma pessoa nascia cega em decorrência
de alguma maldição divina. E que somente o
Messias poderia reverter essa maldição divina.
No evangelho de João no capitulo nove Jesus
cura um cego de nascença de uma forma
inusitada, o texto diz que Jesus cospe na terra, e
faz lodo com a saliva, e em seguida lambuza essa
mistura nos olhos do cego, e diz, para ele ir, e se
lavar, no tanque de Siloé, ele foi, e voltou vendo,
diz o texto (Jo 9: 6-7). Porque Jesus mandou o
cego de nascença lavar-se justamente no tanque
de Siloé? O historiador Flávio Josefo diz que
estava havendo nesse dia em Jerusalém a festa
dos tabernáculos, e fazia parte do ritual judaico
jogar água na escadaria do templo. Era um
simbolismo da provisão de Deus no deserto. E a
agua que era usada pelos sacerdotes era
justamente a do tanque de Siloé. Jesus sabia que
ali no tanque de Siloé estariam reunidos os
sacerdotes, e essa foi a sua intenção, a de mostrar
aos sacerdotes o segundo milagre messiânico.

-93-
O TERCEIRO MILAGRE MESSIÂNICO:O
EXORCISMO DE UM DEMONIO MUDO

O exorcismo no contexto judaico tinha um


método estabelecido. Quando uma pessoa era
dominada por uma entidade maligna, essa pessoa
era imediatamente trazida a um rabino, que
estabeleceria uma comunicação, uma conversa,
um dialogo com o demônio invasor. O objetivo
do dialogo era identificar o nome do demônio. A
ideia do judaísmo em relação aos exorcismos, era
de que quem detém o nome, detém a identidade,
logo, identificar um nome, é estar diante daquilo
que tem limite, e uma vez identificado o nome,
aquele que tem limite passa a ser controlado. Esse
era o método judaico de exorcismo. E existia a
crença na tradição judaica rabínica que somente o
Messias conseguiria expulsar um demônio mudo,
pois um demônio que não dissesse o seu nome,
seria um demônio não identificável, logo, não
passivo de controle. Por isso não era possível
exorcizar um mudo endemoniado. E ai só o
Messias poderia expulsar. E foi isso que ele fez
(Mt 12:22). Concluímos então, que os milagres
de Jesus, registrados na Bíblia, têm um propósito
definido e objetivo, tem a finalidade de atestar

-94-
que ele é o Messias prometido. Se Jesus já
morreu, ressuscitou e ascendeu ao céu, qual a
finalidade dos milagres de Jesus para os dias de
hoje? Segundo a Bíblia os milagres que
acontecem hoje, são provenientes dos dons
espirituais distribuído pelo Espírito Santo como
lhe apraz, a cada cristão individualmente (1 Co
12:8-11) visando sempre a um fim necessário e
proveitoso ( 1 Co 1: 7).

OS MILAGRES E OS DOIS LADOS DE UMA


MESMA MOEDA

Hoje milagres e curas é o carro chefe nas


igrejas evangélicas. A igreja que tem curas e
milagres presentes em seus cultos é considerada
uma igreja de fé. Logo, muitos migram (saem de
suas igrejas) para uma igreja onde muitos
milagres e muitas curas estão acontecendo, pois
como dizem alguns, se está havendo curas e
milagres numa determinada igreja, é porque a
mão de Deus está somente nesta igreja e não nas
outras.

O que a Bíblia nos diz a respeito disso?


Os milagres, sinais, e curas, são características de
uma igreja de fé? Nessas igrejas as curas e os
milagres que acontecem, provam que essas
denominações, são a restauração do verdadeiro
-95-
evangelho? O que dizem as Escrituras sagradas?
Ao contrário do que se pensa, a Bíblia ensina, que
milagres, não são indicadores de uma igreja de fé!
Jesus ensinou claramente isso em seu sermão das
bem- aventuranças. Disse Jesus: Muitos naquele
dia hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura,
não temos nós profetizado em teu nome, e em teu
nome não expulsamos demônios, e em teu nome
não fizemos MUITO MILAGRES? Então Jesus
lhes dirá abertamente: Nunca vos conheci.
Apartai-vos de mim, os que praticais a
iniquidade. (Mt 7:22-23), por isso precisamos ter
uma ideia certa sobre fé, já que o assunto fé
principalmente nesses novos movimentos
evangélicos é artigo de maior importância e está
diretamente ligado a milagres e curas.

O que é fé? O que significa de fato ter fé


segundo a Bíblia? E é importante se ter uma
resposta corretamente bíblica sobre fé, porque a
própria Bíblia nos alerta que sem fé é impossível
agradar a Deus (Hb 11:6). Portanto a primeira
coisa que temos de levar em consideração quando
estudamos sobre fé é que não podemos esquecer
que vivemos num mundo caído, e que existe uma
guerra espiritual em que estamos todos
envolvidos. E que a principal arma que satanás
usa contra a humanidade caída nessa guerra
-96-
espiritual é a mentira. A nossa verdadeira e
Bíblica guerra espiritual consiste ou está
alicerçada na principal estratégia de satanás.
Qual? Fazer com que a Bíblia seja desacreditada
ou interpretada de forma errada e distorcida pelos
que se proclamam profetas de Deus. Essa é a
maior estratégia do inferno, confundir e levar as
pessoas, principalmente os cristãos, a crer de uma
forma distorcida e errada os ensinos fundamentais
da Bíblia, o qual inclui a fé.

Deixe-me dar um exemplo de como a


igreja evangélica entende hoje distorcidamente a
questão da fé: A Bíblia revela que não há
impossíveis para Deus, isto é, que as
circunstâncias impossíveis da vida, Deus pode
tornar possíveis. E em cima dessa revelação
bíblica, os evangélicos criaram uma perspectiva
incorreta e incompleta sobre fé. Deixe-me
explicar e você vai entender: Que não há
impossíveis para Deus é algo verdadeiro, pois
está revelado na Bíblia que não há impossíveis
para Deus, e que tudo é possível ao que crê (Lc
1:37/ Mc 9:23), e por isso devemos crer. Isso é
fé! Porém, essa revelação não está completa. Este
é só um lado da moeda, pois, a Bíblia também
revela que em muitos casos, ou na grande maioria
dos casos, o impossível pode continuar e
-97-
continuará impossível também ao que crê. Um
exemplo disso vem do Apóstolo Paulo. A Bíblia
diz que ele orou três vezes para que o Senhor o
livrasse de um problema que o incomodava, que a
Bíblia chama de espinho na carne. Não se sabe ao
certo do que de fato se tratava, mas era algo que o
perturbava, e mesmo assim, está escrito na Bíblia
que Deus disse “não” para Paulo, e completou "A
minha graça te basta” (2Co 12-7-9), logo, o
impossível continuou impossível para Paulo. Era
Paulo incrédulo?

Outro exemplo clássico vem do rei Davi.


Davi orou para que o filho que ele teve com Bate-
Seba não morresse (2 Sm 12:16-19.) O texto
sagrado diz que Davi buscou a Deus pela criança
sete dias ininterruptos, jejuou, e passou a noite
prostrado com o rosto no chão. Mas mesmo
assim, a criança morreu, aprouve a Deus levar a
criança. O impossível continuou impossível para
Davi, um homem segundo o coração de Deus.
Então a revelação completa e correta da Bíblia, é
que Deus nem sempre muda as circunstâncias
impossíveis da nossa vida. Muitas vezes vamos
ter que conviver com os impossíveis da vida,
mesmo sem compreendermos, mas com a graça
de Deus que nos basta. Isso é fé! Mas ao
contrário do que a Bíblia ensina e revela muitos
-98-
pastores estão ensinando o povo a não aceitar o
“não" como resposta de oração, e segundo eles, se
o impossível continuar impossível é sinal de falta
de fé.

O ensino evangélico na grande maioria


das igrejas é que o cristão que tem fé é aquele que
bate na porta do céu, até Deus mudar de ideia e
transformar o impossível no possível. Esse é o
conceito de fé que permeia na grande maioria das
igrejas evangélicas. Existe até um jargão
evangélico que diz que a oração move o braço de
Deus, ou seja, o ensino é o seguinte: os crentes
tem que bombardear o céu com as suas orações!
Quanto mais oração e mais pessoas estiverem
orando, mais cedo ou mais tarde, Deus será
obrigado a ceder, e nos dará o que estamos
querendo. É por isso que a oração dos setenta e
dos 318 pastores são tão sugestivos e atrativos.
Qual a consequência que este conceito errado de
fé pode acarretar para as pessoas? A resposta é:
decepção e culpa. Porque além de ter que
conviver com o problema não solucionado, a
pessoa ainda terá que conviver com a culpa de
que se nada aconteceu é porque ele não teve fé
suficiente para colocar Deus em movimento.
Infelizmente esse tipo de fé evangélica não tem

-99-
nada a ver com a Bíblia, nem com o evangelho de
Jesus Cristo, tem a ver com o paganismo.

Capítulo 6

Práticas Pagãs nas Igrejas


Evangélicas

"Na igreja contemporânea tudo parece estar


na moda, exceto a pregação bíblica".
John MacArthur

É lamentável o paralelo entre as doutrinas


pagãs, e o que se vê nas ditas igrejas evangélicas
hoje no Brasil. No paganismo antigo, a relação
que as pessoas tinham com as divindades pagãs, é
idêntica a que os cristãos evangélicos insistem em
ter com o Deus da Bíblia. No sistema pagão o fiel
se esforça para cumprir os seus rituais e procura

-100-
andar corretamente com as divindades. Caso
contrário a divindade o amaldiçoará.

Nas igrejas evangélicas não é muito


diferente! O crente procura andar certinho com o
seu Deus e cumprir com suas obrigações e rituais,
caso contrário as bênçãos não virão, e as coisas
na vida do crente se tornarão difíceis. Vamos
tomar como exemplo o dízimo. O que é ensinado
na grande maioria das igrejas evangélicas hoje é
que se o cristão for fiel e der os dez por cento
religiosamente de tudo o que ele ganha. O Senhor
Deus o recompensará abrindo as portas do céu e
bênçãos sem medida serão derramadas sobre ele,
e ao mesmo tempo, Deus também se encarregará
de livra-lo da maldição do devorador (o que
devora), ou seja, quem não dizimar, estará sujeito
a duras penalizações e maldições do Divino. Isso
é paganismo!

O ensino bíblico no Novo Testamento ou


do Novo pacto, o qual a igreja está inserida, é
muito claro: "Cada um contribua segundo tiver
proposto no coração, não com tristeza ou por
necessidade; porque Deus ama a quem DÁ com
alegria. (2 Co 9:7) a ideia de que aquele quem
não der o dízimo vai sofrer duras retaliações da
divindade em forma de castigo e desgraça nada

-101-
tem que ver com a Bíblia, isso é paganismo. E
ainda por cima citam o texto do profeta
Malaquias no Antigo Testamento, misturando lei
Mosaica com graça. Não tem sentido!
Contribuição tem a ver com generosidade, e não
com lei. Deus ama a quem dá com alegria ( 2 Co
9-6 b).

Uma irmã certa vez estava atravessando


uma situação bastante difícil, e, não podia
dizimar, ela se culpava, e se sentia indigna de
participar dos chamados cultos. Dois anos depois,
ela recebeu um dinheiro atrasado, e óbvio tinha
muitas dividas e contas a pagar, e a sua pergunta
para mim foi: Pastor pago minhas dividas ou
pago o dízimo que não pude dar durante esses
dois anos, e fico bem com Deus? A minha
resposta foi; pague suas dividas! Pois a ordem
bíblica é que a ninguém fiqueis devendo coisa
alguma, exceto o amor com que vos ameis uns
aos outros; pois quem ama o próximo tem
cumprido a lei (Rm 13:8). Cristo já pagou as
nossas dividas na cruz. Segundo a Bíblia houve
uma reconciliação nossa com Deus em Cristo, e o
relacionamento que Deus quer ter com você agora
é de filha (eu disse para ela) não é mais um
relacionamento subordinado a regras e rituais da
Lei Mosaica.
-102-
Sem dúvida o crente verdadeiro é sempre
generoso, e contribui livremente de coração
aberto e com a liberdade que todo o cristão tem
na nova aliança com Cristo. O cristão deve
contribuir com quanto ele propuser em seu
coração sem medo que uma maldição venha sobre
a sua vida. Pois a Bíblia sagrada diz que aquele
que está em Cristo nenhuma maldição há (Rm
8:1). Acredito que a adoção do dízimo como é
feito hoje nas igrejas evangélicas, se deva ao fato
de nunca termos conseguido nos desvencilhar
completamente das heresias da igreja católica
Romana pagã.

OS JEJUNS EVANGÉLICOS

A obsessão das igrejas evangélicas em


tentar fazer Deus se movimentar, tentando
agrada-lo, com rituais e sacrifícios religiosos,
transformou o jejum numa espécie de toma lá dá
cá. É comum ouvirmos nas igrejas evangélicas,
que se for feito com fé um propósito com Deus,
de jejuar por tantos dias, Deus se agradará de nós,
e nos agraciará com as bênçãos que estamos
esperando. Porém se nada fizermos Deus também
nada fará a nosso favor. Mateus capitulo seis do
versículo 25 ao 34 derruba de vez essa crença
-103-
pagã em voga nas igrejas evangélicas. Aliás, o
jejum ensinado e praticado nas igrejas
evangélicas, tem muito a ver com o que é
praticado nas religiões pagãs.

No paganismo o jejum é uma forma de


mortificar a carne e de se santificar para
conseguir algo da divindade. Agora prestem
atenção à similaridade que há nas igrejas
evangélicas com o paganismo: Quando um crente
numa igreja evangélica pratica o jejum ele
geralmente espera mortificar a carne (sua
natureza adâmica) e assim santificar-se. E dessa
forma ele espera agradar a Deus, e agradando a
Deus, ele estará apto a receber as bênçãos por
merecimento (não é preciso dizer que se for por
merecimento, isto é, se o que se recebe de Deus é
por méritos, já não é por graça! Ef 2:8-9) e sem
perceber esse crente está desdenhando da graça
de Deus e do sacrifício perfeito e completo que
Jesus realizou por nós na cruz do calvário. A
Bíblia Sagrada ensina que Cristo morreu na cruz
pelos nossos pecados e nos reconciliou com
Deus.

Quando cremos nessa verdade pela fé, ou


seja, pelo que as Escrituras revelam, a Bíblia
sagrada diz que somos imediatamente lavados,

-104-
santificados, e justificados em nome do Senhor
Jesus Cristo e no Espírito Santo de Deus (1 Co
6:10). Segundo a Bíblia o pecado não tem mais
domínio sobre o cristão verdadeiro, pois o cristão
verdadeiro não está mais debaixo da lei, mas
debaixo da graça (Rm 6:14). Agora o cristão está
firme “debaixo dessa graça", ao passo que
anteriormente, ele estava "debaixo da lei". O
sentido disso é que, antes de crermos no Senhor
Jesus Cristo, antes de sermos justificados pela fé
em Cristo, antes Deus nos via de maneira legal,
judicial. “Estávamos “debaixo da Lei” Deus nos
via como transgressores, rebeldes, pecadores,
todos nós estávamos sob” a ira de Deus “(Rm
1:18) todavia a situação não é mais essa; não
estamos mais "debaixo da lei"; estamos agora
"debaixo da graça" ( Exposição sobre Capitulo 5
Romanos "A certeza da fé" D. M. Lloyd Jones-
Editora PES). Concluindo: todas as bênçãos que
recebemos nesta vida não é por que você jejuou,
ou deu o dízimo, ou fez alguma coisa ou deixou
de fazer. As bênçãos vem unicamente por causa
da obra completa que Jesus Cristo realizou na
cruz por nós. Não depende do que fazemos ou
deixamos de fazer. Ao cristão cabe apenas ser o
agente do Reino de Deus na terra(falaremos sobre
o Reino de Deus mais adiante)e as bênçãos de
Deus virão à reboque ( Mt 6:33).
-105-
QUAL O VERDADEIRO JEJUM CRISTÃO?

Há uma profecia para a era Messiânica no


livro do profeta Isaias onde Deus diz “Seria este o
jejum que escolhi que o homem um dia aflija a
sua alma, incline a cabeça como o junco e se deite
sobre pano de saco e cinzas? É isso que vocês
chamam jejum, um dia aceitável ao Senhor?
Porventura, não é esse o jejum que escolhi: soltar
as correntes da injustiça, desatar as cordas do
jugo, pôr em liberdade os oprimidos e romper
todo o jugo? Porventura não é também partilhar
sua comida com o faminto, abrigar o pobre
desamparado, vestir o nu que você encontrou, e
não recusar ajuda ao próximo?" (Is 58: 5-7).
Porque os defensores do jejum da atualidade
evitam esse texto? Afinal é um texto que aponta
para a era da igreja (Mt 25:34-46). Essa ideia de
que o jejum santifica e aquele que pratica está
qualificado a receber sempre algo de Deus, não é
Bíblica! É proveniente de um movimento
chamado gnosticismo.

O gnosticismo foi um movimento que


surgiu no segundo século entre 135-160 AD.
Ensinavam que Cristo não veio em carne, isto é,
que Jesus não teve um corpo literal, diziam que
-106-
Cristo apenas aparentava ter um corpo real (é o
que eles chamavam de corpo docético). A razão
disso é que eles acreditavam que tudo o que é
material desagradava a Demiurgo (deus pagão
dos gnósticos). Então como os gnósticos
consideravam o corpo material como mau em si
mesmo, via no jejum, um meio de eliminar os
apetites da carne, para que assim a pessoa
pudesse se tornar mais santa. E assim
Acreditavam que através da prática do jejum a
pessoa estava qualificada para receber os favores
de seu deus Demiurgo. A igreja Católica
apostólica Romana adotou essa filosofia pagã dos
gnósticos, através de suas penitências e jejuns. E
este modelo pagão gnóstico adotado pela igreja
católica Romana foi incorporado como tantas
outras doutrinas católicas nas doutrinas das
igrejas evangélicas. Então essa ideia de que o
jejum santifica e que por causa disso qualifica
alguém a receber as bênçãos de Deus, não vem da
Bíblia, vem do paganismo gnóstico via
catolicismo Romano.

Os evangélicos geralmente citam em


defesa do jejum o texto do evangelho de Mateus
capitulo nove que diz “Então vieram os
discípulos de João, dizendo: por que jejuamos nós
e os fariseus muitas vezes, mas os teus discípulos
-107-
não jejuam?"... Interessante é que os defensores
do jejum barganhador e santificador, nem
percebem ao citar esse texto, que os discípulos de
Cristo, não jejuavam! Ora, se o jejum era tão
importante, por que os discípulos de Jesus não
jejuavam? Afinal de contas certas castas de
demônios não só saem com orações e JEJUNS?
(Mc 9:29) por quê os discípulos de Jesus então
não jejuavam se certos demônios só saem com
jejum?. As Bíblias revisadas e corrigidas trazem a
expressão “e jejum" em colchetes. Isso significa
que os textos mais antigos do evangelho de
Marcos não trazem a palavra "jejum" neste
versículo. E ligando isso ao fato dos próprios
discípulos de Jesus não jejuarem (Mt 9:14)
comprova que Jesus não tenha falado do jejum
como uma forma de expulsar demônios, e isso
está de acordo com a Bíblia, que ensina
claramente que o nome de Jesus é poderoso e
suficiente para expulsar qualquer demônio, não
importando qual casta ele pertença.

É bom também que se saiba que o jejum


nos tempos de Jesus, está intimamente associado
ao luto, e luto, significa perda, e perda gera
tristeza. “Esse é o significado das palavras de
Jesus quando ele diz aos fariseus. Dias virão,
contudo, em que lhes será TIRADO o noivo, e
-108-
nesses dias hão de jejuar" (Mt 9: 14-15). Não
havia motivo de tristeza, de luto, o noivo estava
com eles, Jesus ainda não havia morrido. Não há
duvidas que a frase “Quando o noivo for tirado” é
uma referência à morte de Jesus na cruz, e para
entendermos biblicamente o restante da frase
“nesses dias hão de jejuar" precisamos ler todo o
contexto. Jesus continua sua explanação dizendo:
“Ninguém põe remendo de pano novo em veste
velha; porque o remendo tira parte da veste, e fica
maior a rotura. Nem se põe vinho novo em odres
velhos; do contrário, rompem-se os odres,
derrama-se o vinho, e os odres se perdem. Mas
põe-se vinho novo em odres novos, e ambos se
conservam" (Mt 9:16-17).

O vinho novo é o evangelho da graça,


enquanto que os odres velhos apontam para o
sistema religioso judaico, baseado na lei Mosaica,
com seus rituais, que incluía o jejum. O jejum
que os cristãos evangélicos em sua grande
maioria praticam hoje é o jejum dos fariseus que
a igreja católica Romana adotou. O jejum não é
instrumento de santificação, o que santifica é a
palavra (Jo 17:17), o jejum não mortifica a carne,
isso é paganismo gnóstico, se o jejum servisse
para mortificar a carne, então, a cruz de Cristo, de
nada valeu. E se alguém quiser jejuar aos moldes
-109-
dos fariseus, que faça! Mas saiba que este tipo de
jejum não torna ninguém mais espiritual, nem
mais santo, nem qualifica ninguém para receber
as bênçãos de Deus. E se fizer faça em secreto,
para não ser comparado com os hipócritas
religiosos, que praticavam o jejum simplesmente
para mostrar aos outros que eles eram espirituais
(Mt 6:16-18).

-110-
Capítulo 7

Um Deus Pagão nos


Cultos Evangélicos.

"Se você está à procura de uma religião que o


deixe confortável, definitivamente eu não lhe
aconselharia o Cristianismo".
C. S. Lewis

Conhecer o caráter de uma pessoa vai


determinar a forma de como vou me relacionar
com essa pessoa. Se a pessoa com a qual estou
lidando for uma pessoa amável, honesta, amiga, a
minha forma de me relacionar com essa pessoa
será de paz. Ao contrário, se a pessoa com a qual
me relaciono, for vingativa, mal humorada,
-111-
exigente a forma de lidar com ela será de
desconfiança, insegurança, com um pé atrás. E
assim também é em relação a Deus. A ideia que
eu tenho formada sobre Deus vai influenciar
diretamente a maneira de como me relaciono com
Ele. Por exemplo: Se a ideia que eu tenho sobre
Deus, é de um Deus zangado, castigador,
exigente, que está sempre esperando meu
próximo erro, meu próximo pecado, para mandar
um raio sobre minha cabeça.

Como vocês acham que será o perfil do


culto que presto a esse Deus? Com certeza o meu
relacionamento com Deus incluirá o medo, e
consequentemente, o meu culto se resumirá, em
sacrifícios, flagelos, e joelhos ralados, numa
tentativa contínua de apaziguar a ira de um Deus
iracundo. Por que estou dizendo isso? É que nos
ambientes religiosos e isso inclui as igrejas
evangélicas, a ideia que se tem de Deus, está sob
a influência de pensamentos puramente humanos.
E pensamentos puramente humanos significa a
maneira como a filosofia, a ciência e a religião
têm respostas paganizadas sobre a vida e sobre
Deus. Então o cristão evangélico quer saiba quer
não está sob a influência de três escolas de
pensamentos puramente humanos. Essas três

-112-
escolas são chamadas historicamente de: Pré-
modernismo, Modernismo, e Pós-modernismo.

Precisamos conhecer essas três escolas de


pensamentos para entendermos a situação que a
igreja de Cristo vive hoje. Este último o Pós-
modernismo é o atual sistema de pensamento
humano vigente no mundo. E é principalmente
sob a influência do sistema do pensamento pós-
moderno que as igrejas evangélicas vivem
atualmente. Então o primeiro passo é
entendermos o que é o pós-modernismo. O que
significa a expressão pós-modernidade? E de que
maneira tem afetado as igrejas evangélicas? Para
começar o pós-modernismo tem que ser
entendido a partir do pré-modernismo e do
modernismo (sistemas anteriores ao pós-
modernismo). O que é o pré-modernismo,
modernismo e o pós-modernismo? São tentativas
de o homem explicar quem somos? De onde
viemos? E para onde vamos? De forma religiosa,
racional e pagã.

PRÉ-MODERNIDADE

Na pré-modernidade Deus através da


igreja tinha a explicação final de tudo. Tudo o

-113-
que se desejava saber, a igreja representando a
religião tinha o devido esclarecimento. É
importante sabermos que a igreja a qual me refiro
aqui é a igreja católica apostólica Romana
medieval. Era a igreja Católica Romana da idade
média que explicava tudo. E quem discordasse
das explicações dadas pela igreja católica
Romana ia para a fogueira. Quem não se lembra
da chamada santa inquisição? Quem discordasse
das verdades da igreja, morria queimado na
fogueira.

Na pré-modernidade a visão que a igreja


católica medieval tinha do mundo e de Deus era
uma visão opressora, hierárquica e legalista. Não
havia espaço para ninguém pensar. E assim se
poderia dizer que na pré-modernidade Deus era o
centro de tudo. Porém é obvio que a explicação
que a igreja católica Romana tinha da vida e
principalmente sobre Deus era errada, distorcida,
pagã e religiosa. Logo o Deus do pré-modernismo
representado pela igreja católica apostólica
Romana medieval era um Deus pagão, vingativo,
e mal humorado.

Nesse sistema pré-moderno religioso


católico pagão, Deus era apresentado como um
pai que castiga e pune seus filhos sem piedade. E

-114-
esse Deus pagão, vingativo, apresentado no pré-
modernismo pela igreja católica deixou vestígios,
resíduos no cristianismo atual. Há fragmentos
desse Deus pagão católico nos chamados cultos
evangélico em grande escala. A ideia que temos
de Deus e a forma como a grande maioria dos
evangélicos se relaciona com Deus está
impregnado de conceitos pré-moderno oriundos
do catolicismo pagão medieval.

E como esse sistema calcado em um Deus


católico tem influenciado as igrejas evangélicas
na atualidade? Uma forma de entendermos como
esse deus do pré-modernismo tem influenciado a
igreja evangélica é vista através das frases prontas
e dos jargões que os evangélicos usam para
justificar as perdas as dificuldades e as lutas que
atravessamos de uma forma geral nesta vida. Por
exemplo: quando uma pessoa está atravessando
alguma dificuldade na vida, seja essa pessoa
cristã ou não, a resposta dada pela grande maioria
dos cristãos evangélicos é que Deus tem um
propósito nesta luta. Ou seja, Deus está usando a
dor e a dificuldade dessa pessoa para ensinar-lhe
alguma coisa.

Um irmão vinha de uma viagem com sua


esposa e com seu filho de cinco anos de idade, ele

-115-
recebeu uma fechada de outro carro, e capotou, e
nesse acidente fatal sua esposa ficou paraplégica
e seu filho morreu. A resposta comum de muitos
evangélicos, é que Deus através desse acidente
pretende ensinar alguma coisa a eles. Um
absurdo! Esse com certeza não é o Deus revelado
nas Escrituras. Essa resposta simplista e evasiva
dos evangélicos em relação às tragédias da vida
não é bíblica. Vivemos em um mundo onde
segundo a própria Bíblia colhemos o que
plantamos (Gl 6:7) estou colhendo hoje o que
plantei há uma semana, há um mês, um ano, há
vinte, trinta anos atrás, e se retrocedermos ainda
mais chegará ao Éden quando nos rebelamos
contra Deus em Adão. Colhemos o que
plantamos. Deus em sua palavra deixa bastante
claro que nesse mundo todos sofrem. Sem
exceção. Agostinho disse que Deus teve na terra
só um filho sem pecado, mas não teve nenhum
sem sofrimento. Neste mundo o sol e a chuva
vêm sobre todos indistintamente (Mt 5:44-45) o
que acontece ao cristão acontece também ao não
cristão, são as contingências da vida. Deus nunca
prometeu isentar os que são seus de desgraças,
perdas e lutas (Jo 16:33).

Na Bíblia existe inclusive o chamado dia


mau (Ef 6:13)ou seja além das tribulações que
-116-
todos nós atravessamos nesta vida, seja crente ou
não, ainda existe um dia especifico na Bíblia
chamado de dia mau. O Senhor recomenda que
nesse dia mau, os que são dele, usem “a armadura
de Deus (usar o conhecimento das verdades
reveladas na Bíblia) para que possam resistir ao
dia mau e, depois de terem vencido tudo,
permanecerão firmes”. Isto é, os crentes
atravessarão dias difíceis nessa vida, enfrentarão
o dia mau, mas os que estão firmes na palavra,
não serão destruídos durantes esses dias difíceis.
Onde os evangélicos buscaram essa informação
de que Deus para ensinar alguma coisa a alguém
provoca desgraça e dor para as pessoas? Como no
exemplo desse acidente onde a esposa fica
aleijada e o filho morre? Encontramos isso nas
culturas pagãs que foi justamente onde o
catolicismo Romano buscou inspiração.

Outra situação e outra frase de efeito das


igrejas evangélicas se dão quando um casal
cristão não consegue ter filhos, e aqui o jargão é o
seguinte: É que Deus já sabia que o filho ou filha
desse casal se nascesse seria um bandido, um
traficante, uma prostituta, e por isso Deus não
permitiu que eles tivessem filho. Outro exemplo é
quando um jovem ou uma jovem cristão morre
prematuramente e ai a explicação dos evangélicos
-117-
(e eu mesmo já ouvi muito esse tipo de
explicação) é que Deus sabia que ele ou ela iria se
desviar lá na frente, por isso Deus resolveu levar
logo agora. Existem ainda as Frases que
constantemente são ouvidas dos púlpitos
evangélicos e que soa como uma maldição: Se
você não der o dízimo Deus vai pesar a mão! Vai
mandar o devorador! O dízimo que você deixou
de dar, Deus vai fazer você gastar o triplo com
remédios. Quem não já ouviu isso? E o que é
isso? Senão resíduos de um deus pagão deixado
pelo pré-modernismo e que recebemos por
influencia do catolicismo Romano medieval.

RESIDUOS DO PERIODO MODERNO OU DA


MODERNIDADE NAS IGREJAS
EVANGÉLICAS.

No Modernismo vamos lembrar! A razão


humana agora é o centro de toda a explicação
sobre a vida. A verdade tem que ser provada e
evidenciada racionalmente e cientificamente. No
pré-modernismo só para lembrar, o Deus do
catolicismo romano era o centro de toda a
verdade. Contudo a ciência através de Copérnico,
Galileu Galilei, vem desacreditar as explicações
da igreja católica. Como por exemplo: A igreja
-118-
afirmava que o sol girava em torno da terra, e que
a terra não era redonda era plana (ideia tirada da
mitologia Grega sobre Oceano, um dos doze titãs,
o mais velho, que era representado por um grande
rio que corria em volta de toda a terra considerada
plana) e a ciência com suas explicações lógicas e
racionais, põe a religião representada pela igreja
católica Romana em descrédito. E surge o
período da modernidade. Ou seja, na
modernidade o centro não é mais o deus pagão do
catolicismo Romano, agora o centro de todas as
explicações é o homem com a sua razão e calcado
na ciência. Era a chamada era da supremacia do
homem. Tudo agora é explicado racionalmente e
cientificamente.

E como a igreja evangélica é influenciada


pelo modernismo? De duas maneiras:

1) Quando a igreja recorre à ciência


arqueológica em busca de provas e evidências de
que a Bíblia é verdadeira. Evidências do tipo:
Pedaços da arca de Noé, pedaços de pau da cruz
de Cristo, farpas da coroa de espinhos que Cristo
carregava na cabeça, etc. Precisamos de
evidências cientificas para sustentar nossa fé. A
Bíblia por si só não basta.

-119-
2) A segunda coisa é a necessidade que
temos de ver milagres e curas acontecendo nas
igrejas como evidencia, como prova, de que Deus
está agindo em nosso meio e em nossa vida. O
raciocínio é o seguinte: Se não houver milagres e
curas acontecendo em tal igreja, então Deus não
está agindo. A causa desse raciocínio estranho
existente nas igrejas evangélicas é porque
milagres e curas para a grande maioria dos
evangélicos são sinais que constituem evidências
de que se Deus está agindo através de tal igreja,
com sinais, milagres e curas é porque essa igreja
é uma igreja de fé (quanto a necessidade de se ver
milagres hoje reler o capítulo 5).

Existe uma crença no meio evangélico que


sem fé Deus não age. Sem fé as coisas não
acontecem. Será? Afirmativamente não! Não é
isso que a Bíblia sagrada ensina. Primeiro
devemos conceituar o que entendemos mais uma
vez por fé. Fé não é orar e o doente ser curado! Fé
não é orar e uma porta de emprego ser aberta!
Esse tipo de fé não é a fé que a Bíblia ensina a
isso se chama fé na fé.

Fé Bíblica é confiar no caráter de Jesus,


independente das circunstâncias e das lutas pelas
quais estou atravessando. É acreditar que mesmo

-120-
que eu continue desempregado, doente, Deus está
me sustentando, e que Ele jamais me deixará e
nunca me desamparará (Hb 13:5). O conceito
pagão sobre fé que as igrejas evangélicas também
herdaram do catolicismo Romano é a causa de
toda essa confusão.

O conceito que os evangélicos em sua


grande maioria têm de fé está completamente
paganizada e acatolicada. A Bíblia ensina que
com fé, com pouca fé, e às vezes até sem fé
nenhuma Deus age em nossa vida. Temos um
exemplo disso no evangelho de Mateus no
capitulo oito. Os discípulos estavam no barco e
sobreveio grande temporal de vento, e o barco era
varrido pelas ondas. A Bíblia diz que Jesus
dormia (Mt 8:23-24). Os discípulos desesperados
vieram acorda-lo dizendo: “Mestre salva-nos”!
Perecemos!(v. 25) perguntou-lhes, então Jesus:
por que vocês são tão tímidos (medrosos) homens
de “pouca fé”? E, levantando-se, repreendeu os
ventos e o mar; e fez-se grande bonança (v.26).
Duas coisas ficam claras neste texto.

1) Os discípulos mesmos no barco em


companhia de Jesus, não ficaram isentos do
temporal.

-121-
2)Apesar da pouca e tímida fé dos
discípulos a tempestade foi apaziguada. O texto
aqui está ensinando que a verdadeira fé consiste
em confiarmos em Deus apesar do que está nos
acontecendo nessa vida. Fé não é alguma técnica
que aprendemos que obriga Deus a fazer o que eu
quero. Isso é paganismo. E o texto de Mateus
aqui nos ensina que é na companhia constante de
Jesus, que a nossa fé vai sendo fortalecida, são
com as sucessivas tempestades que passamos ao
lado dele, que a nossa fé vai aumentando. E
mesmo que a nossa fé falte por completo, mesmo
assim, Deus não vai nos abandonar. É a Bíblia
que nos ensina isso.

No evangelho de João no capitulo onze


temos outro exemplo do que significa fé bíblica:
Lázaro a quem Jesus amava (Jo 11:3) estava
enfermo, as irmãs de Lázaro, Marta e Maria,
mandaram chamar Jesus. Ao receber a noticia diz
a Bíblia que Jesus ainda se demorou dois dias no
lugar onde estava (Jo 11:1-6). Chegando
finalmente Jesus em Betânia, a Bíblia diz que
Lázaro já estava sepultado havia quatro dias (Jo
11:17), Marta e Maria parecia que tinham
ensaiado o que disseram a Jesus: Elas disseram!
Senhor se estivesse aqui meu irmão não teria
morrido (Jo 11:21,32). Em outras palavras:
-122-
Senhor onde é que tu estavas quando meu irmão
estava doente e quase morrendo? Jesus
encaminhou-se para o túmulo de Lázaro, e Marta
disse-lhe “agora não adianta Senhor! ele já está
enterrado há quatro dias e já cheira mal” (Jo
11:38-39).

Há uma crença no meio evangélico que


diz que Marta ao proferir essa palavra de dúvida,
estava impedindo de Deus agir. Mas será que é
isso o que esse texto está ensinando aqui? Obvio
que não! O que o texto sagrado está ensinando
aqui é que independente da pouca ou nenhuma fé
de Marta e de Maria, Lázaro é ressuscitado (Jo
11:43-44).Também em Gênesis no capitulo
dezoito há outro exemplo do que é fé bíblica em
contraste com o tipo de fé ensinada na maioria
das igrejas evangélicas.

A Bíblia diz que o Senhor e dois anjos


aparecem a Abraão nos carvalhais de Manre,
Levantou Abraão os olhos e viu três homens de
pé em frente dele. Vendo-os correu da porta da
tenda ao seu encontro, e prostrou-se em terra (Gn
18:1-2). Perguntaram a Abraão: Sara tua mulher,
onde está? Abraão respondeu: está na tenda. E
disse um deles: Certamente voltarei a ti, daqui a
um ano; e Sara tua mulher dará à luz um filho.

-123-
Sara estava escutando, à porta da tenda (Gn 18: 9-
10). O texto diz que Abraão e Sara já eram
velhos, avançados em idade; e a Sara já lhe havia
cessado o costume das mulheres (vs.11). Riu-se,
pois, Sara no seu intimo, dizendo consigo mesma:
Depois de velha, e velho também o meu marido,
terei ainda prazer? Poderei ter ainda um filho?
(vs.12). Mas independente do riso incrédulo de
Sara, no ano previsto pelo anjo, Isaque nasceu.
Fica, porém claro através das Escrituras sagradas
que esse entendimento que os evangélicos têm de
fé não vem da Bíblia.

O Que significa fé segundo o conceito


bíblico? A fé Bíblica inclui três aspectos:
Significa um conhecimento da verdade, uma
aceitação da verdade, e uma confiança na
verdade. Ou seja, Fé Biblicamente falando é um
conhecimento profundo que adquiro e vou
adquirindo enquanto vou examinando as
Escrituras sagradas. Enquanto vou meditando e
estudando a palavra de Deus, eu vou conhecendo
os pormenores das revelações que Deus faz de si
mesmo, da obra do seu Filho, e das coisas
concernentes á salvação da humanidade. E
enquanto eu estou crescendo no conhecimento
dessa revelação da palavra, eu vou descobrindo e
vou entendendo pela Bíblia qual é de fato minha
-124-
posição em Cristo, e vou aceitando o fato de que
em Cristo eu sou uma nova criatura (criação) de
Deus, e que nada absolutamente nada me separará
do seu amor, tudo isso por que não estou mais em
Adão, e por não estar mais em Adão, a ira de
Deus não está mais sobre mim, sou liberto do
poder do pecado que me escravizava, estou agora
em Cristo, e com confiança olho inteiramente
para obra que ele já realizou por mim e
finalmente descanso nele independente do que
pode me acontecer. Isso é fé bíblica. É olhar com
confiança inteiramente para Jesus e para sua obra
já consumada, e descansar Nele. Haja o que
houver. Venha à tempestade que for. Era isso que
Jesus ensinava aos seus discípulos no barco (Mt
8: 23-24). Jesus dormia não era por que não se
preocupava com a tempestade que amedrontava
seus discípulos. Ele queria ensinar aos seus
primeiros discípulos e a todos os que nele iriam
crer, a descansar como ele descansava quando
vierem os dias maus. Fé não é essa neura que
vemos nas igrejas evangélicas. Esse tipo de fé que
vemos nas igrejas evangélicas, não vem da Bíblia,
vem do paganismo.

-125-
E COMO A IGREJA TEM SIDO
INFLUENCIADA PELO PÓS-MODERNISMO?

O pós-modernismo é o atual sistema que


tem influenciado o nosso tempo. Na visão pós-
moderna a razão e ciência não tem mais a
explicação final e definitiva da verdade. No pós-
modernismo a verdade torna-se subjetiva, ou seja,
cada um agora tem a sua verdade. No pós-
modernismo não há espaço para afirmações
categórica da verdade. Na pré-modernidade
quando alguém perguntava qual era a verdade? A
igreja (católica) apresentava a sua verdade com
base na religião (em sua grande maioria conceitos
pagãos) e quem discordasse dela morria na
fogueira. No modernismo quem afirmasse uma
verdade, a resposta era: prove! Prove
cientificamente e racionalmente.

No pós-modernismo (sistema atual)


quando alguém afirma ou defende uma verdade -
a resposta pós-moderna é: Essa é a sua verdade e
não a minha! A subjetividade humana ocupa
agora o centro. Já que a verdade no pós-
modernismo é relativizada, o ocultismo e a
feitiçaria começam a fazer parte das crenças
comum das pessoas. E assim o chamado
movimento da nova era encontrou no pós-

-126-
modernismo seu maior aliado. A nova era não é
uma seita, pois se compõe de varias linhas de
pensamento.

No movimento da Nova Era encontramos


práticas profundamente esotéricas e místicas
(através de tarô, búzios, runas, cristais etc.), a
psicologia transpessoal (com práticas de
regressão e similares) em suma: o movimento da
Nova Era reúne em seu corpo doutrinário
preceitos de várias religiões pagãs, inclusive da
feitiçaria (como a ordem dos magos da nova era).
O leque doutrinário e os princípios do movimento
da Nova Eram é um resumo das mentiras
diabólicas propagadas entre os milhares de
crenças pagãs espalhadas pelo mundo através dos
séculos. A ideologia da Nova Era está presente na
política, na educação, na medicina, nas religiões
orientais, na cultura e também nas igrejas
evangélicas.

-127-
Capítulo 8

O Deus da Nova Era nos


Cultos Evangélicos Pós-Moderno

"Nunca nos esqueçamos de que a mensagem da Bíblia


dirige-se em especial à mente, ao entendimento".
D. Martyn LLoyd-Jones

-128-
Muitos cristãos sinceros estão sendo
influenciados por um evangelho de cunho místico
e feiticeiro. A ideia que permeia no meio
evangélico é que se eu tiver uma fé que possa
controlar certas leis espirituais do universo, leis
estas a qual o próprio Deus também está sujeito,
Deus será forçado a fazer aquilo que eu quero. Se
eu aprender através de manuais de fé, a ter uma
fé, que possa controlar essas leis espirituais, eu
vou poder determinar o que eu quiser, e serei com
certeza muito mais abençoado e feliz. Logo, tudo
o que eu preciso fazer é aprender a exercitar o
poder dessa fé, que está à disposição de qualquer
pessoa inclusive dos ateus. No meio evangélico
isso é chamado de confissão positiva ou
movimento da fé. Então podemos concluir que
isso que os evangélicos chamam de poder da fé
ou confissão positiva, não passa de feitiçaria.

Todas as vezes que você tentar manipular


Deus ou forçar Deus a fazer alguma coisa em seu
beneficio, sejam por meio de correntes,
campanhas de sete dias, votos, jejuns, dízimos,
trízimos, objetos ungidos etc. Sempre que você
tentar manipular a vontade de Deus a seu favor,
isso é feitiçaria! A fé não tem poder nenhum em
si mesma. Esse tipo de fé que muitos evangélicos
estão invocando e praticando não está sendo posta
-129-
em Deus, mas em um poder dirigido a Deus, que
o força a fazer para nós aquilo que queremos que
ele faça, e Isso acaba tornando o Deus da Bíblia
sujeito a essas alegadas “leis espirituais “que
podemos ativar pela “fé “ao nosso bel prazer”.

O apologista David Hunt (já falecido) diz


que se tudo funciona de acordo com tal lei, Deus
não é mais soberano e não há lugar para a graça.
Tudo que alguém precisa fazer é exercitar e
desenvolver o poder da sua fé. Essa é a ideia
básica por trás da feitiçaria. (A sedução do
Cristianismo- David Hunter e T. A. Mcmahon pg.
28). Dessa forma os evangélicos quando põe em
pratica esse tipo de fé e acredita que pode
conseguir tudo de Deus de acordo com certas leis,
sem perceberem, estão relegando Deus à
condição de um gênio da lâmpada. Ou no mínimo
estão crendo em um Deus que nos salva apenas
para que aprendamos certas técnicas, e assim
possamos conseguir dele tudo o que quisermos.
David Hunter diz que muitos crentes estão
fazendo justamente isso! Sem perceberem estão
tornando Deus desnecessário. Pois quem precisa
de Deus se tudo acontece de acordo com leis que
o próprio Deus tem que obedecer. Isso elimina
inclusive os verdadeiros milagres registrados na
Bíblia (o que parece ser um milagre é apenas o
-130-
resultado de uma lei mais elevada) e torna a
oração uma mera técnica que precisa ser
aprendida para liberar o poder divino a nosso
favor. E assim os evangélicos estão
transformando o Deus da Bíblia em um ídolo
pagão.

O novo testamento nos adverte que a


feitiçaria será reavivada nos últimos dias
anteriores à segunda vinda de Jesus, e aquele que
as pratica e dela se beneficia, ficará de fora dos
novos céus e da nova terra (Ap 22:15). O atual
reavivamento da feitiçaria produz os falsos
“grandes sinais e prodígios para enganar, se
possível, os próprios eleitos” (Mt 24:24). É
importante notar que o próprio Senhor Jesus
Cristo profetizou que essas praticas pagãs da
feitiçaria seria realizada dentro das próprias
igrejas cristãs, trazidas por aqueles que se
intitulariam os profetas da atualidade
proclamando-se restauradores do verdadeiro
evangelho de Cristo. O apóstolo Paulo em sua
segunda carta aos coríntios vem corroborando
essa profecia de Jesus enfatizando que a própria
serpente que enganou Eva no Éden com a sua
astúcia, enganará a muitos, fazendo-os se
apartarem da simplicidade que há no evangelho
de Jesus Cristo (2 Co 11:3). Está escrito na Bíblia
-131-
sagrada que o próprio Satanás trará inspiração e
falsa revelação a obreiros fraudulentos que se
intitulam apóstolos de Cristo, mas que não
passam de falsos profetas e falsos apóstolos (2 Co
11:13-14) que estão à serviço das trevas e que
enganarão a muitos. Por isso Jesus em seu sermão
das bem-aventuranças diz: “Acautelai-vos dos
falsos profetas, que se apresentam disfarçados em
ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.
(Mt 7:15).

Infelizmente a grande maioria dos


evangélicos rejeitam a proposta de um estudo
mais profundo das Escrituras. Não percebem que
estão envolvidos em uma guerra espiritual de
proporções terríveis. Mas apesar dos apelos e
admoestações constantes na Bíblia de que o
cristão precisa imperativamente e
necessariamente crescer na graça e no
conhecimento de Jesus Cristo ( 2 Pe 3:18) muitos
se abstém de examinar as Escrituras através de
estudos mais profundos e apologéticos ( Jo 5:39/
At 17:11). Muitos preferem apenas frequentar os
chamados cultos a Deus, que na verdade não
passam de cumprimentos ritualísticos com o
intuito de agradar a divindade evangélica que eles
chamam de Deus, mas que na verdade não passa
de um ídolo, que eles tem de agradar através de
-132-
seus jejuns, de suas vigílias, e de seus dízimos e
ofertas. Caso contrário o deus que eles dizem
servir não os abençoará.

Os templos frequentados pelos


evangélicos, embora eles hão de rejeitar o que
vou dizer aqui, não passa de uma representação
de Maria do catolicismo Romano. A instituição
religiosa constituída de pedra, cimento, e areia
que é chamada de igreja pelos evangélicos
( igreja são pessoas e não um local) e a frequência
contínua aos cultos nessas igrejas, para muitos
evangélicos, é um meio de garantir a salvação.
Não faltar aos cultos também é um prova de
espiritualidade e amor a Deus não importa como
se está vivendo. Precisamos saber que Deus nos
ama não por causa do que eu sou, ou do que eu
faço, ou deixei de fazer. Mas por causa de quem
Ele é. Não estou com isso dizendo que sou contra
denominações e templos, pois nesses lugares
também a igreja verdadeira se reúne. O que estou
dizendo é que segundo o conceito do novo
testamento, igreja não é um local fixo, igreja são
pessoas que foram lavadas pelo sangue do
cordeiro de Deus, e que se reúnem em um
determinado local, em torno da pessoa de Cristo,
para estudarem a sua palavra e a colocarem em
prática. É pelo estudo da palavra que a igreja que
-133-
é o corpo de Cristo cresce na graça, se fortalece, e
se santifica (Jo 17:17). A função da igreja é
sinalizar o Reino de Deus nesse mundo, e não se
reunir em um determinado local para buscar
egoisticamente através de rituais religiosos
pagãos, suas necessidades e bênçãos. O raciocínio
da maioria dos evangélicos é o seguinte: Se eu
fizer tudo direitinho, não faltar aos cultos, cantar
cânticos alegres, der meu dízimo, jejuar, etc.
Deus me abençoará. Caso contrário se eu não
fizer essas coisas Deus me amaldiçoará e não me
abençoará. Isso não é cristianismo é paganismo.

Capítulo 9

O Reino De Deus

"Tenha coragem. Andamos no deserto hoje e


na Terra Prometida amanhã".
Dwight L. Moody

-134-
A prioridade do cristão é buscar o Reino
de Deus e a sua justiça (Mt 6:33).E fora isso, a
Bíblia diz, que o cristão não precisa se preocupar
com mais nada, nem com o básico. Como por
exemplo, o que comer o que beber, e o que vestir.
“Portanto, não vos inquietais com o dia de
amanha, pois o amanhã trará os seus cuidados;
basta ao dia o seu próprio mal” (Mt 6:31,34).O
que Jesus está dizendo é que se o cristão estiver
envolvido com o Reino de Deus, se a
preocupação do crente estiver centralizada no
Reino de Deus e na justiça desse Reino, todas as
demais coisas ele gratuitamente acrescentará.
Logo, campanhas para obter bênçãos, corrente da
prosperidade, votos com Deus, jejum dos 21 dias
de Daniel, culto das causas impossíveis, é
evidentemente uma contradição doutrinária. Não
tem respaldo bíblico. O que se pode então
perceber é que os evangélicos estão em
desobediência ao mandamento de Jesus que é
priorizar o Reino de Deus. E estão
deliberadamente invertendo a ordem bíblica de
buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua
justiça por estarem priorizando as demais coisas.
Mas você pode estar se perguntando! Mas o que é
o Reino de Deus? O que significa de fato buscar o
-135-
Reino de Deus e a sua justiça? É uma pergunta
significativa por dois motivos: 1) Buscar em
primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça é
uma ordem direta de Jesus aos que são seus. 2)
Muitos, e por que não dizer, a grande maioria dos
cristãos evangélicos não sabem nada a respeito do
que significa de fato buscar o Reino de Deus e a
sua justiça. É o que podemos chamar de
paradoxo.

Como já disse anteriormente não há


interesse da maioria dos Pastores em alimentar as
ovelhas de Cristo com pasto verde. O que é
lamentável e passivo de preocupação. Mas o que
é o Reino de Deus? E o que significa buscar esse
Reino e a sua justiça?

O Reino de Deus começou com João


Batista, pois o evangelho de Lucas diz que a lei e
os profetas duraram até João, desde então é
anunciado o Reino de Deus (Lc 16:16). O
anuncio do Reino de Deus é o mesmo que a
pregação do evangelho. A igreja (pessoas
regeneradas) é a agencia que representa esse
Reino aqui na terra. E é o instrumento de Deus
através do qual o Reino se desenvolve e cresce
mediante a genuína pregação do evangelho. A
manifestação e implantação completa do Reino

-136-
de Deus e da sua justiça somente acontecerão na
segunda vinda de Jesus Cristo. A Bíblia sagrada
revela que após a segunda vinda de Jesus será
estabelecido novos céus e uma nova terra (2 Pe
3:11-13). Nesse novo céu e nessa nova terra
haverá enfim um Reino de justiça. Será um Reino
onde a vontade de Deus será perfeita. Hoje a
vontade de Deus só é perfeita no céu. Por isso na
conhecida oração do Pai nosso, Jesus Cristo nos
ensina a orar assim: Pai nosso que estás nos céus,
Santificado seja o teu nome; VENHA O TEU
REINO; FAÇA-SE A TUA VONTADE ASSIM
NA TERRA COMO NO CÉU ( Mt 6:9-10).
Notem que justiça está intimamente ligada com a
expressão Reino de Deus. Por quê? Porque justiça
é parte do caráter de Deus. Isso significa que
fazer justiça onde houver injustiça é dever, é
responsabilidade de todo o cristão.

Fazer justiça faz parte do anuncio desse


Reino nesse mundo. Então buscar o Reino de
Deus e a sua justiça se dá quando através de
nossas ações, de nosso testemunho, de nosso
amor ao próximo trazemos dos céus uma amostra
dessa justiça de Deus, que será perfeita em uma
nova terra no fim dos tempos. Buscar o Reino de
Deus significa que como igreja e como agência
visível do Reino de Deus na terra é minha a
-137-
responsabilidade de gerar nas pessoas esperança e
perseverança e faze-los crer que haverá um
mundo melhor, um mundo onde haverá
verdadeira paz e verdadeira justiça depois que
este atual céu e atual terra passarem, e se desfizer,
como brasa na segunda vinda de Jesus (2 Pe
3:10). Devemos anunciar esta esperança aos que
sofrem, demonstrando amor e justiça através de
nossos atos.

A igreja de Cristo na terra deve sinalizar


esse futuro Reino de Deus, e isso acontece,
quando conseguimos fazer com que as pessoas
vejam Jesus através de nossas atitudes e serviço
ao próximo. A presença da igreja no mundo tem
que refletir o amor de Deus pelas pessoas, ao
ponto, de fazê-las olharem para a cruz de Cristo, e
perceberem, que diferente do que muitos pensam,
quão grande é o amor de Deus por uma
humanidade, que deu as costas para ele, e mesmo
assim ele não desistiu do ser humano e enviou
seu único Filho para morrer por nós. A igreja
deve anunciar que o futuro estabelecimento deste
Reino de justiça significa que haverá um novo
Éden, um novo Paraiso, que Pedro em sua
segunda carta chama de Novos céus e nova terra
(2 Pe 3:13), e o livro do Apocalipse chama de
Nova Jerusalém celestial( Ap 21:2).
-138-
A igreja deve anunciar que em breve
todos nós voltaremos para casa. Este mundo mal
não subsistirá. E que Jesus é o caminho de volta
para casa. Esta é a mensagem e a principal função
da igreja de Cristo. E é aqui que eu quero chamar
sua atenção! A igreja tem que ter credibilidade
para propagar e anunciar esse futuro Reino de
Deus. Isto é, a igreja só conseguirá êxito na
apresentação desse futuro Reino de justiça, se o
que prega, estiver em conformidade não só com
que a Bíblia ensina, mas também como o cristão
está se comportando como cidadão deste Reino
de Deus aqui e agora. Ou seja, a igreja evangélica
só conseguirá gerar esperança, perseverança e fé
no coração das pessoas, quando agir diferente
dessa sociedade ímpia, egoísta, materialista, e que
só pensa em si. E ai está um dos maiores
problemas encontrado na grande maioria das
igrejas evangélicas.

Os evangélicos em sua grande maioria


tornaram-se materialistas, egoístas, aos crentes é
ensinado a se darem bem nessa vida, e a só
pensarem em si. O cristão evangélico vai às
igrejas (e a televisão mostra isso) buscar SUA
benção, SEU milagre, SUA cura, SUA
prosperidade, SUA vitória, e o resto que se lixe. E
o mundo que também busca essas mesmas coisas
-139-
e às vezes com mais seriedade, assiste perplexo e
incrédulo o comportamento pagão e egoísta
daqueles que se dizem seguidores de Jesus. E a
palavra de Jesus ordenando aos crentes a
prioridade em buscar o Reino de Deus e a justiça
desse reino torna-se mais um texto na Bíblia que
parece sem importância. Quero deixar claro que
não estou dizendo que o cristão não pode orar por
prosperidade e bênçãos. Não é isso! E também
não defendo voto de pobreza para o cristão. O
que entendo através da Bíblia é que isso não deve
ser a prioridade do cristão. Quando eu e você
como igreja de Cristo nos reunimos com um
único propósito de buscar somente bênçãos,
prosperidade, milagres e curas para nossas vidas,
algo está errado. Está havendo algum vazamento
no nosso cristianismo. O Reino de Deus e a sua
justiça são prioridades, e as demais coisas, estas,
serão gratuitamente acrescentadas, disse Jesus.

-140-
Uma Palavra Final

"Sei mais do que sabia,


saberei mais do que sei".
Marcos Antonio Silva

-141-
A intenção deste livro não é só criticar a
religiosidade e a mornidão que a grande maioria
dos evangélicos vive hoje. Mas que através da
realidade que foi apresentada em alguns pontos
desse livro, admoestar a igreja verdadeira de
Cristo a mudar a situação caótica que vem
piorando a cada culto. Vivemos hoje momentos
de muita confusão teológica, os modismos têm
sobrepujado e muito os ensinos da Bíblia
Sagrada. Lembre-se que eu coloquei ainda mais o
dedo nessa ferida dizendo que o que se pratica
hoje na grande maioria das igrejas evangélicas no
Brasil não é um cristianismo bíblico, e sim, um
evangelho católico medieval pagão. Existem
muitas crendices e superstições nas igrejas
evangélicas.

Conta-se que um católico e um evangélico


discutiam, e o assunto girava em torno das
crendices e das superstições da igreja católica
Romana. Como por exemplo: rezar aos santos,
acender velas para as almas, utilizar objetos
ungidos como meio de obter curas e milagres etc.
E o evangélico disse ao católico que ele precisava
parar com essas crendices religiosas, que ele
voltasse para a Bíblia (conselho correto, se os
evangélicos não usassem alguns desses recursos
também) e o fiel católico riu! E respondeu o
-142-
seguinte para o evangélico: Ah é! E por que vocês
crentes se utilizam das campanhas de sete dias
com o intuito de conseguir as bênçãos de Deus?
Correntes de oração que não Passa de novenas no
catolicismo. Porque vocês evangélicos se utilizam
de sal grosso, rosa ungida e outros objetos
ungidos para se protegerem do mal? Deus não é
suficiente? E o católico continuou arremessando
contra o evangélico: Porque vocês usam a frase
herética que a oração move o braço de Deus, se a
Bíblia que você está me mandando ler diz que o
braço de Deus não está encolhido? Vocês
precisam também voltar para a Bíblia. Finalizou o
católico. E eu fiquei pensando!

Enquanto os evangélicos estiverem


usando sabonete ungido para atrair bons fluidos,
folha de arruda para dar sorte, o salmo 91 aberto
na cabeceira da cama para afastar o mal, copo
com agua em cima do rádio ou da televisão, para
que depois da oração do missionário, apóstolo,
bispo ou Pastor, Deus através da água que se
fluidificou depois da oração possa curar
enfermidades.

Enquanto os evangélicos acreditarem


ingenuamente que uma toalhinha com o suor
ungido do Pastor ou do apóstolo passada na

-143-
fechadura de um banco tem o poder de fazer
dívidas desaparecerem. Estamos proibidos de
falarmos das crendices da religião dos outros.
Sabe por quê? Por uma razão muito simples: o
nosso telhado evangélico é de vidro. Que esse
tempo que passamos juntos na leitura desse livro
tenha sido suficiente para fazer você refletir que
algo muito urgente precisa ser feito. Que o Deus
revelado na Bíblia nos dê coragem de mudar
conceitos e jargões pagãos já estabelecidos em
nosso meio. Como por exemplo: Que o brado da
igreja não deve ser: Vamos decretar nossas
bênçãos! Porque o ensino do cristianismo
genuíno não é determinar bênçãos, e sim,
agradecer por elas.

Ariovaldo Ramos acertadamente diz que


tudo que existe, existe em Deus, Nele nos
movemos, vivemos e existimos (At: 17:28) mas
deliberadamente nos separamos de Deus em
Adão no Éden (Rm 3:12) e que a consequência
desse rompimento deveria ser a inexistência do
ser humano e de toda a criação já que o ser
humano é a coroa da criação. A pergunta é: Por
que ainda estamos aqui respirando e vivendo?
Porque não fomos extintos? Resposta: A graça de
Deus em Cristo Jesus que morreu desde antes da
fundação do mundo (1 Pe 1 :19-20) nos
-144-
proporcionou a continuação da nossa manutenção
para que continuássemos existindo para que
pudéssemos ser salvos. E isso por si só já é uma
grande benção.

Outra coisa bastante interessante também


comentada pelo Pr. Ariovaldo Ramos é que
quando alguém faz aquela pergunta bastante
conhecida tipo: por que o mal existe? Essa
pergunta está mal formulada! A pergunta que
deveria ser feita não é porque o mal existe? E sim
porque o bem existe? Ora, diz o Pr. Ariovaldo
Ramos, se nós rompemos com um Deus que a
Bíblia revela que é bom, logo, quando nos
separamos de Deus, trocamos a bondade de Deus
pela maldade. E a pergunta é: por que não somos
tão maus como deveríamos ser? Por que o mal
não nos consumiu por inteiro? Por que ainda
existem juízes julgando ainda com justiça? Por
que ainda existem pessoas como a madre Teresa
de Calcutá que passou a vida cuidando de
crianças pobres na índia? Resposta: é Deus
emprestando sua graça a uma humanidade que
deliberadamente deu as costas para ele, e para que
esse mundo não se tornasse um caos total. E isso
também é uma grande benção e já devemos nos
dar por satisfeitos, pois é um milagre que se
repete todos os dias.
-145-
Outro conceito errado nas igrejas
evangélicas é que temos que ser cabeça e não
cauda. Mas a Bíblia diz que somos um corpo cuja
cabeça é Cristo. Então ninguém deve ser
estimulado a ser cabeça, pois esse cargo já está
ocupado por Jesus. E também não somos cauda
somos todos membros desse corpo. E qual deve
ser o brado da igreja? O brado da igreja deve ser:
Senhor não permita que eu fique indiferente a luta
do pobre, do necessitado, do indefeso. Plante-me
onde houver injustiça para que eu seja carvalho
de justiça (Is 61:3). Esse deve ser o brado e a
oração da igreja de Cristo. O meu clamor é:
Vamos manter os pilares do cristianismo bíblicos
firmes através do verdadeiro ensino da palavra de
Deus. Mas já aviso de antemão não será tarefa
fácil! Dentro da própria igreja evangélica haverá
resistência e perseguição. Cabe citar aqui Charles
Spurgeon, pregador Batista, que por causa dessa
mesma motivação e preocupação ele foi
abandonado pelos seus ex-alunos do seminário
por ter denunciado apostasia dentro da união
Batista Britânica. Na época uma potência
denominacional. Vale também lembrar o que
disse A. W. Tozer pouco antes de morrer. Ele
declarou o seguinte: Por causa do que eu tenho
pregado, por defender a fé bíblica, não sou bem
recebido em quase nenhuma igreja na América do
-146-
norte. São esses e outros testemunhos que me
motivam a continuar batalhando pela fé que uma
vez por todas foi entregue aos santos. E espero
que motive você também.

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