Você está na página 1de 5

NOME DO ALUNO: Allan Dias Velasque

RESENHA DO LIVRO: A igreja

CIDADE: CUIABÁ/MT
ANO: 2023

Resenha crítica apresentada em cumprimento às exigências da


Teologia Sistemática VII (Eclesiologia) do Curso Médio em
Teologia do Instituto Bíblico Rev. Augusto Araújo-IBAA,
ministrada pelo prof. Nelson Júnior Abreu.
Nome: Allan Dias Velaque
Curso: Médio em Teologia
Data: 17/11/2023
Disciplina: Teologia Sistemática VII (Eclesiologia)
Professor: Nelson Júnior Abreu.

1. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

A igreja/Edmund P. Clowney – São Paulo. Cultura Cristã: 2007

2. APRESENTAÇÃO DO AUTOR

(1917-2005) foi professor emérito de Teologia Prática no Westminster Theological


Seminary, na Filadélfia, onde serviu durante mais de trinta anos, dezesseis dos quais
como reitor. Clowney foi pastor ordenado pela Igreja Presbiteriana Ortodoxa e autor de
vários livros, entre eles, How Jesus Transforms the Ten Commandments, concluído
pouco antes de sua morte, em 2005, e Pregando Cristo em toda a Escritura, publicado por
Vida Nova. Foi casado com Jean Granger Wright com quem teve cinco filhos.

3. PERSPECTIVA TEÓRICA DO LIVRO

O livro aborda a doutrina bíblica da igreja sob diversas perspectivas. Uma delas é o
enfraquecimento dessa doutrina pelos eruditos da teologia moderna que questionam a
possibilidade de comprovação histórica da fé professada pela igreja. Com isso, temas
fundamentais, como a ressurreição de Cristo, deixam de ser pilares que mantém a igreja
de pé e passam a ser vistos apenas como uma questão de fé ou interpretação. Outra
perspectiva, embora óbvia, é urgente e frequentemente ofuscada pela primeira: a
perspectiva bíblica. Ela busca responder o que a Palavra de Deus diz sobre o seu povo,
como deve ser a vida da comunidade dos redimidos de Deus e qual é a missão dessa
comunidade até a volta de Cristo.

4. BREVE SÍNTESE DO LIVRO

O autor desenvolve os tópicos iniciais discorrendo sobre o papel de cada pessoa da


Trindade. Ele aborda o início da igreja, tanto em Atos como nos primeiros séculos,
debatendo os conceitos esquematizados do catolicismo e distinguindo a verdadeira igreja
por meio de marcas que ela carrega. A principal e mais importante é que a igreja é tanto
visível quanto invisível, ou seja, existe uma igreja que é vista por Deus e outra que é vista
por nós. Elias, por exemplo, embora fosse um profeta de grande envergadura espiritual,
sentiu-se sozinho na caminhada da fé em Deus, até que o Senhor lhe revelou a existência
de 7 mil almas que não se dobraram a Baal. Essa revelação foi possível porque a igreja
que vemos não é completa; Deus vê a igreja do passado, presente e futuro, sendo Ele o
Senhor que governa sobre ela.
O ápice, ou talvez o elo mais importante do livro, é o capítulo 9, onde o autor discorre sobre
a nossa necessidade de Deus e como servi-Lo contribui para conhecê-Lo. Isso começa
pelo serviço do culto e se estende ao chamado da igreja, dividido em blocos: adoração,
nutrição e testemunho. A partir disso, o livro desenvolve todo o restante do conteúdo,
demonstrando como a missão da igreja é, na verdade, a missão de Deus.

5. PRINCIPAIS TESES DESENVOLVIDAS NO LIVRO

O livro começa com uma teologia bíblica da igreja, cobrindo seus atributos e marcas, e
conclui com reflexões sobre o relacionamento da igreja com a cultura e sua estrutura. Os
capítulos abordam desde a natureza da igreja como colônia celestial até seu envolvimento
com culturas mundiais, o reino de Deus, o estado e a estrutura da igreja de Cristo.

Fundamentos da Obra:

A obra fundamenta-se na crença de Clowney de que a igreja começou como o povo de


Deus no Antigo Testamento, não em Pentecostes. Destaca a visão da igreja como entidade
universal e a relevância da igreja local no cotidiano dos cristãos.

O Papel do Cristão Individual e da Igreja:

Enfatiza a importância do trabalho individual do cristão e do papel da igreja no plano de


Deus. A igreja é vista como representante de Cristo na Terra, necessitando executar os
comandos de Deus em unidade para testemunhar eficazmente ao mundo.

Interpretações e Análises Teológicas:

O autor interage com estudiosos católicos romanos e conservadores, apresentando uma


crítica equilibrada em temas como o Evangelho de Mateus, governo da igreja e
sacramentos.

Uso Histórico e Interpretação Teológica:

Utiliza exemplos da teologia pré-Calcedônia, da Reforma e moderna para elucidar questões


históricas e conceitos importantes, um dos pontos fortes do livro.

Interação com Questões Contemporâneas:

Clowney aborda temas atuais como os dons do Espírito e o ministério das mulheres na
igreja, demonstrando boa interação com questões contemporâneas.
Teologia Bíblica da Igreja:

Os primeiros cinco capítulos dedicam-se a uma teologia bíblica da igreja, explorando a


continuidade entre os Testamentos Antigo e Novo e definindo a igreja como povo de Deus,
corpo de Cristo e comunhão do Espírito Santo.

A Igreja e Seus Atributos:

Capítulos subsequentes discutem os atributos da igreja com base no Credo Niceno,


abordando sua unicidade, santidade, catolicidade e apostolicidade.

Marcas e Ministério da Igreja:

Explora as marcas da igreja e seu ministério, enfatizando seu propósito de adorar a Deus
e nutrir o povo de Deus.

Estrutura da Igreja:

Aborda tópicos controversos como a relação entre igreja e estado, mulheres na igreja, dons
do Espírito e sacramentos.

Visões Secundárias e Divergências Doutrinárias:

Apesar de discordâncias em doutrinas secundárias, Clowney enfatiza verdades universais


e evita a vilanização de pontos de vista divergentes.
6. REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE O LIVRO E IMPLICAÇÕES PARA O MINISTÉRIO

O Senhor afirmou que Ele edificaria a Sua igreja. Contudo, Ele a constrói por meio de Sua
Palavra, no poder do Espírito Santo, utilizando homens que Ele convoca para defendê-la.
Cristo é o maior defensor dela, e não devemos duvidar de Sua fidelidade em estabelecer
Seu Reino na Terra através dela. Ele já o fez, está fazendo e continuará a fazer com que
a igreja cumpra sua missão.

Faz parte do chamado dos mestres discutir sobre como o Evangelho, visto, testemunhado
e transmitido pelos apóstolos, extrapolou os limites do conhecimento individual para
construir uma comunidade da fé, chamada pelo apóstolo Paulo de Corpo de Cristo e por
Jesus de Sua noiva. Essa igreja não começou com a morte e ressurreição de Jesus, se
quisermos dialogar com a doutrina da soberania de Deus. O pacto da redenção foi definido
pela Trindade na eternidade, antes da fundação do mundo, e o Cordeiro que foi morto,
morreu antes mesmo da primeira letra escrita por Moisés em Gênesis. Nesse sentido
específico, à luz da soberania de Deus, a igreja existe antes da criação do tempo. Assim,
a morte e ressurreição de Cristo aconteceram na plenitude dos tempos. A ideia da plenitude
dos tempos (do grego 'Pleroma') é que a encarnação do Senhor Jesus não foi um ato
desesperado ou indesejado por Deus, mas sim o clímax de Sua revelação, que como um
copo cheio transbordou para a igreja pelo Espírito Santo revestindo-a de autoridade para
testemunhar sobre a água e o sangue derramados da costela de Cristo.

Toda a criação é uma resposta à vontade do Pai, realizada pelo Verbo e aplicada à igreja
pelo Espírito. Todos os acontecimentos, desde a luz que separou as trevas até Eva ter sido
formada da costela de Adão, encontram significado na revelação definitiva e perfeita de
Deus: Jesus Cristo na cruz. Assim como Deus fez para Adão uma auxiliadora a partir de
sua costela, Ele também preparou uma auxiliadora para Cristo, a igreja. Esta igreja está
sendo adornada para o casamento, e até lá, cabe a nós debatermos sobre como podemos
servir ao Cordeiro, Jesus, como amigos do noivo, que caminham cantando e preparando a
festa para o enlace com sua noiva.

Essa discussão precisa começar e terminar na Bíblia, mas se for apenas uma conversa
jogada fora, com a imperfeição do tempo, se perderá na história. Por essa razão, o livro de
Clowney é um registro importante de sua visão e um compêndio de referências bíblicas
excelente para quem deseja se preparar melhor para refletir sobre a igreja, discutir sua vida
e, acima de tudo, servir ao Senhor, sendo um tijolo de edificação, cuja pedra angular é
Cristo.

Você também pode gostar