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O diá cono que nã o vive para servi a igreja de Deus, nã o serve para viver como
ministro de Cristo. A essência do diaconato é o serviço; do diaconato, o serviço é o
amoroso fundamento. E sem serviço a diaconia é impossível. Nesse sentido, quã o
excelso e perfeito diá cono foi o senhor Jesus.
DEFINIÇÃO
A palavra diá cono é originada do vocá bulo grego diá konos e significa,
etimologicamente, ajudante, servidor. Já que o diá cono é um servidor, pode ele ser
também visto como ministro; a essência do ministério cristã o, salientando, é
justamente o serviço. No dicioná rio de língua portuguesa Houaiss diá cono
significa: clérigo que ajuda (quem recebeu as ordens sacras, sacerdote cristã o). Em
seu dicioná rio do Novo Testamento Grego, oferece-nos W. C. Taylor a seguinte
definiçã o de diá cono: garçom, servo, administrador e ministro. Na Grécia clá ssica,
diá cono era encarregado de levar as iguarias à mesa, e manter sempre satisfeitos
os convivas.
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Se quisermos entender a real funçã o do diá cono, ver-nos obrigados a recorrer ao
ético da palavra diaconia. No original, ostenta o referido vocá bulo estes sentidos:
distribuiçã o de comida, socorro, ministério e administraçã o. Nã o sã o esses
basicamente os misteres do diá cono eclesiá stico?
A palavra diá cono aparece cerca de trinta vezes no Novo Testamento. Á s vezes a
realça o significado de servo; outras, o de ministro. Finalmente, sublima funçã o que
passou a existir na Igreja Primitiva a partir de Atos capítulo seis. Observamos,
entretanto, que, nesta passagem de Atos dos Apó stolos, nã o encontramos a palavra
diá cono. O cargo é descrito, e o título nã o é declinado. A obviedade do texto,
contudo, nã o atura dú vidas: referiam-se os apó stolos, de fato, ao ministério
diaconal.
A INSTITUIÇÃO DO DIACONATO
Ora, naqueles dias, crescendo o nú mero dos discípulos, houve grande murmuraçã o
dos helenistas contra os hebreus, porque as viú vas daqueles estavam sendo
esquecidas na distribuiçã o diá ria. E os doze, convocando a multidã o dos discípulos,
disseram: Nã o é razoá vel que nó s deixemos a palavra de Deus s sirvamos à s mesas.
Escolhei, pois, irmã os dentre vó s, sete homens de boa reputaçã o, cheios do Espírito
Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço. Mas nó s
perseveraremos na oraçã o e o no ministério da palavra. O parecer agradou a todos,
elegeram a Estevã o, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Pró coro,
Nicanor, Timã o, Pá rmenas, e Nicolau, prosélito de Antioquia, e os apresentaram
perante os apó stolos; estes, tendo orado, lhes impuseram as mã os (At 6. 1-7).
O CRESCIMENTO DA IGREJA
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O maior problema da Igreja primitiva, naquele momento, era o desconcerto social
gerado pelo clamor da viú vas helenistas que, na distribuiçã o diá ria, vinha-se
preteridas em relaçã o à s hebréias.
O DESCONTETAMENTO SOCIAL
Relata-nos Lucas que ´´houve uma murmuraçã o dos helenistas contra os hebreus,
porque as viú vas daqueles estavam sendo esquecidas na distribuiçã o diá ria``. Tal
contingência nã o podia esperar; exigia –se imediata soluçã o. caso nã o houvesse
uma alternativa urgente e sastifató ria, a situaçã o deteriorava-se, agravando a
injustiça social, e aprofundando a fissura entre os dois principais segmentos sociais
em Jerusalém: os hebreus e helenistas. A situaçã o que se desenhava deixou os
apó stolos mui preocupados. Como israelitas, sabiam eles que a injustiça e as
desigualdades sociais eram intolerá veis aos olhos de Deus (Dt 15.7; 11).
A NATUREZA DO DIACONATO
O que é diá cono? Um ofício? ou um ministério? tendo em vista o que já foi exposto,
podemos dizer que é o diaconato tanto é um ofício quanto um ministério.
1- O diaconato como ofício. O ofício é uma ocupaçã o que exige um grau mínimo
de habilidade. Nesse sentido, o diá cono é um ofício; sua funçã o acha-se claramente
delimitada: suprir as necessidades dos santos. O ofício bá sico do diá cono, portanto,
é a assistência social. Se o diá cono nã o se presta a este mister, nã o pode se
considerado com tal. É tudo menos diá cono.
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Os diá conos foram formalmente ordenados (At 6.6), os diá conos receberam a
imposiçã o de mã os (At 6.6; 13.1-3). Se nã o sã o ministros os diá conos, porque
receberam a imposiçã o de mã os e a oraçã o? A real dimensã o do diaconato. Convém
ao diá cono entender que, embora ministro, jamais deve ignorar a autoridade que
tem o pastor sobre todos os ministérios, ó rgã os e departamentos da Igreja. Que ele
reconheça sempre a verdadeira dimensã o seu cargo e a exata razã o de sua
chamada, e coloque-se à inteira disposiçã o de seu pastor. Seja amigo e
companheiro deste. O diá cono nã o foi chamado para ter honrarias, mas para servir
a Deus e a Igreja.
Louvamos a Deus, porque os diá conos exercendo tã o o seu ofício e ministério que,
desde a sua instituiçã o, a palavra diá kbono cresceu de importante; transcendeu
seu primitivo significado. Se antes evocava a imagem de um garçom solícito, hoje
lembra um autêntico ministro de Cristo. Se no judaísmo o serviço aos pobres era
exercido através de esmolas, os diá conos vieram a demonstrar ser isso
insuficiente. É necessá rio proporcionar aos necessitados um serviço relevante.
Foi o Senhor um diá cono em tudo perfeito. Na declaraçã o que Ele faz em Marcos
10.45, encontramos a variante da palavra diakonia duas vezes: “O Filho do Homem
também nã o veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de
muitos”.
Ele era Senhor e servia a todos. Era rei prometido, mas se dizia servo de todos os
servos de Deus. Em Isaias vemo-lo com servo sofredor. A fim de assumir a sua
diaconia, despojou-se de suas prerrogativas, assumiu a nossa forma e pô s-se a
servir indistintamente a todos. Este é o nosso Senhor; Diá cono dos diá conos. O
ministério diaconal reveste-se de especial importâ ncia à Igreja de Cristo. É
imprescindível aos santos. Por isso, deve ser exercido com amor e eficiência ou
eficiência amorosa. Nã o menospreze. O diaconato é um ministério; tem de ser
exercido integral e plenamente. Pense nisso e assuma seu compromisso com Deus.
AS QUALIFICAÇÔES DIÀCONAIS
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Atenhamos para recomendaçã o do apó stolo: “Seja maridos de uma só mulher ( 1
Tm 3.12), o que Paulo aqui demanda é que o candidato ao ofício diaconal tenha
vida conjugal sem embaraços ou equívocos. Nada de deve prendê-lo ao passado;
todos os seus problemas sentimentais têm de estar bem resolvidos, sem casos
pretéritos, nem episó dios que estejam a reclamar explicaçõ es e desdobramentos.
É gerir os negó cios do lar de tal forma a que este venha funcionar produtiva e
eficazmente. Governa bem a casa implica em contemplar-lhe e suprir-lhes todas as
carências e demandas; fazer com que as rendas da família seja bem empregadas (1
Tm 3.12). Afinal ‘, terá o diá cono de, em algumas igrejas, administrar o bem destas.
Se nã o tem ele o governo de sua casa, como haverá de gerir as a casa de Deus? Se
nã o sabe lhe dar com pró prio dinheiro, como lidará com o dinheiro dos santos?
Que esta pergunta seja respondida com sinceridade por todos os diá conos.
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Os diá conos sã o encarregados dessa providência, e que no momento da adoraçã o,
esteja o santuá rio devidamente arrumado. Diá cono seja cuidadoso com seu pastor,
propicie-lhe as necessá rias condiçõ es afins de que possa ele (pastor) dedicar-lhe à s
suas tarefas. Nó s devemos cuidar de nosso ministério ( Igreja ), orar pelos santos e
alimentá -los com palavra de Deus, devemos também conhecer nossa histó ria e
nossa cultura. Oxalá se todo pastor estivessem passado pelo diaconato. Amém.
Quando Jesus pega a toalha e a bacia para lavar os pés dos seus discípulos (Jo 13.1-
17), seu ato de assumir um papel de servo demonstra mais do que humildade, mas
também evidencia a segurança psicoló gica essencial a um líder. O estilo de vida e
liçõ es de Jesus estabelecem o estilo de um novo tipo de líder – o líder servo (Mt
20.26-28). O líder servo se conduz mediante uma posiçã o de segurança pessoal,
isto é, sabendo o que Deus tem feito para ele/ela ser, e descansando na certeza e
confiança pacíficas de que a mã o de Deus está ordenando seu destino pessoal. O
líder piedoso é alguém que se curva para ajudar o outro, que considera os outros
melhores do ele mesmo (Fp 2.3,4), que sacrifica sua vida pelos outros (Jo 10.11),
que busca servir ao invés de ser servido (Lc 22.27). Até que uma pessoa esteja
pronta para lavar os pés, ela nã o está qualificada para ser um líder do reino.
REFLEXÃO
Onde fica seu coraçã o quando a questã o é servir? Você deseja se torna um líder por
causa privilégios e benefícios? Ou é motivado pelo desejo de ajudar os outros?
Se você quer se tornar um tipo de líder que as pessoas desejam seguir, terá que
resolver a questã o do servir. Se sua atitude é de ser servido, em vez de servir, pode
está indo ao encontro de problemas. Se isso é um problema em sua vida, observe
este conselho:
Na verdade aqueles que devem ser grandes precisam ser os mais humildes entre
todos.
REFERÊ NCIAS
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PAGANELLI, Magno – O Livro dos diá conos – 1ª ediçã o: Sã o Paulo, Arte editorial –
2004.
HOUAISS, Antô nio. VILLAR, Mauro de Sales. FRANCO, Francisco Manoel de Mello.
Minidicioná rio de língua portuguesa. Rio de Janeiro, Editora Objetiva, 2004.