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A IGREJA INSTITUCIONALIZADA

RESUMO
(Deixar um espaço de 1,5 cm entre o título e o texto da seção)
O Resumo deve apresentar, de forma clara e concisa, o objetivo do artigo, no caso, apresentar
reflexões sobre as potencialidades e dificuldades encontradas no trabalho com a linguagem na
educação básica. Deve, ainda, ser elaborado em um único parágrafo, contendo até 250
palavras e digitado em fonte Arial 10 com espaçamento simples. Apague o texto explicativo e
digite neste espaço.

Palavras-chave:.

1. INTRODUÇÃO

A proposta deste trabalho tem como premissa destacar aspectos importantes, sobre a
igreja, destacando tanto sua origem nas escrituras, e algumas controvérsias envolvendo a sua
historia desde seu nascedouro, refletindo nos aspectos históricos quanto a movimentos
contemporâneos prejudiciais a Igreja. Essencialmente, a igreja é, foi e sempre será uma única
comunidade de adoração, permanentemente reunida no verdadeiro santuário que é a
Jerusalém celestial, o lugar da presença de Deus. Aqui todos os que estão vivos em Cristo, os
que vivem fisicamente com os fisicamente mortos (isto é, a igreja militante com a igreja
triunfante) adoram continuamente. No mundo, porém, essa igreja aparece na forma de
congregações locais, cada chamada a cumprir o papel de ser um microcosmo (uma amostra
representativa em pequena escala) da igreja como um todo. Isso explica como é que para
Paulo a única igreja universal é o corpo de Cristo, assim como a congregação local.

A teologia eclesiástica talvez em sua maioria possa ter sua origem traçada retroativamente,
a concepções diferentes em relação a natureza essencial da igreja e associação que Cristo
instituiu.1 Outro fator importante recai sobre o cristianismo e seu desenvolvimento na historia,
a reforma representou um dos movimentos históricos fundamentais que marcaram o início dos
tempos modernos, sendo motivada por um complexo conjunto de causas que ultrapassaram os
limites da mera contestação religiosa à Igreja Católica. Isso porque o homem do século XVI
refletia, no plano da religião, toda uma série de descontentamentos que se referiam às suas
condições de vida material, tanto no plano político como no social ou no econômico.2

1
BANNERMAN, James. A Igreja de Cristo OS PURITANOS 2014 p.28
2
CAMPOS Dawson Disponível em: http://www.geocities.com/Athens/Bridge/3039 Acesso 18/out/2022
Devido ao vários processos no decorrer do tempo movimentos surgiram como iremos destacar
no capitulo 4 conhecidos como os desigrejados, logo após partindo para uma apologética a
respeito da institucionalização da igreja, como podemos lidar com essa realidade seria correto
como alguns advogam que argumentam Institucionalizar algo significa apenas “incorporar em
um sistema estruturado e muitas vezes altamente formalizado.” Isto pode ser certo ou errado,
e a maneira como é feito pode também certa ou errada. Um “sistema altamente formalizado”
pode canonizar um conjunto de tradições humanas, resultando no repúdio da ortodoxia
doutrinal e liberdade espiritual. Contudo, a culpa então recai no que é formalizado, e não na
própria idéia de uma organização formal. Então mesmo a institucionalização não tem nada de
inerentemente questionável em si, tampouco é necessariamente adversa para ou pelo
Cristianismo.3

2. O CONCEITO DE IGREJA SEGUNDO AS ESCRITURAS

O termo grego ekklesia do Novo Testamento usado para designar Igreja tem três
conotações diferentes no hebraico, e os escritores neotestamentários lançam mão desses
significados em seus registros, os quais são: “povo de Deus”, o povo separado para Deus em
tudo o que faz; já o termo hebraico qahal traz a ideia de uma assembleia que se reúne com o
propósito de adorar ou para outra finalidade; por fim, o “termo ‘edah denota a estrutura
governamental e organizacional da Igreja (ou qualquer outra organização).4
Nesse sentido, Jordan afirma que a Bíblia revela haver três dimensões para Igreja:

● Igreja como o povo de Deus. Como o povo de Deus, a Igreja permanece em


contraste ao mundo. O livro de Efésios se foca nessa dimensão da Igreja, de forma
que após uma discussão sobre a natureza da Igreja nos capítulos 1-3, aplicações são
feitas a tudo da vida nos capítulos 4-6;
● Igreja como uma assembleia reunida diante do Trono de Deus, e isso permanece
em contraste a todas as outras atividades culturais. Dessa forma, falamos de “ir à
Igreja”, e com isso não queremos dizer ir a um edifício particular, mas ir adorar. O
livro de 1 Coríntios foca a atenção sobre a Igreja como uma assembléia reunida;
● Igreja como uma instituição governamental, e como tal permanece em contraste
a outras instituições (Estado e família) governamentais. Os livros de 1 Timóteo, 2
Timóteo e Tito focam a atenção sobre essa dimensão da Igreja. 5

3
Disponível em: http://monergismo.com/novo/vida-crista/colossenses-1-1-8/ Acesso 18/out/2022
4
JORDAN, James B. O que é a Igreja. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/igreja/o-que-e-
igreja_james-jordan.pdf. Acesso em: 13 out. 2022.
5
Ibid.
Essa última dimensão, Igreja Governamental ou Institucional, muitos têm-se levantado
com inúmeras objeções contra tal status, cujo principal argumento é que Jesus não organizou
e nem deixou nenhuma forma de igreja institucionalizada. Entretanto, o fato da igreja não está
fixada em uma instituição como se conhece nos dias de hoje, na prática, existe uma igreja em
formação que Jesus deixou plantada, com seus líderes, e até mesmo a presença de mulheres,
onde estavam em constante oração, e essa assembleia tinha umas cento e vinte pessoas, pode-
se notar isso em (Atos 1.12-15), e logo após isso, a igreja foi tomando forma, até chegar aos
moldes como se conhece nos dias de hoje. Com pastores, diáconos, presbitérios, reuniões
conciliares e até mesmo suas decisões teológicas. Ou seja, existe uma instituição estabelecida
por meio de Cristo.

3. O CONCEITO DE IGREJA NA HISTÓRIA DO CRISTIANISMO

E isso é observado por meio da história da igreja, Matos afirma que, “na igreja primitiva
o abandono da comunhão cristã geralmente estava associado à apostasia, à deserção da fé,
sendo condenado vigorosamente”,6 pelo que o apóstolo João escreve: “Eles saíram do nosso
meio; entretanto não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam
permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é
dos nossos” (1 Jo 2.19).
Fato é que não há uma igreja pura e perfeita nesta vida, visto que é formada por
pecadores redimidos pela graça de Jesus, e, portanto, ainda há os resquícios do pecado em sua
carne, pelos quais têm de mortificá-la a cada dia, a fim de não satisfazer seus apetites e
desejos (Rm 6.11-14; Cl 3.5-9). Todavia, não há como ser igreja e não congregar com aqueles
que foram salvos e estão unidos em Cristo, retendo firme a confissão da esperança, sem
vacilar, e isto por meio da mútua cooperação, a fim de nos estimularmos ao amor e às boas
obras, sem jamais deixarmo-nos de congregar (Hb 10.23-25).
Também é fato que a igreja até o século IV sobreviveu vigorosamente, reunindo-se em
diversos ambientes, como casas, cavernas, vales, campos, e até cemitérios, com o intuito de
adorar a Deus e comungar com os da fé. “Os templos cristãos só foram erigidos após a
oficialização do Cristianismo por Constantino, no séc. IV.” 7 Nesse período, de aliança entre
igreja e Estado “a deserção é que se tornou passível de castigo, principalmente no caso dos
6
MATOS, Alderi Souza de. “Não Deixemos de Congregar-nos”: Enfrentando o Problema da Evasão de
Membros. Fides Reformata v. XIX, n. 1, 2014, São Paulo: Mackenzie. p. 22.
7
LOPES, Augustus Nicodemus. Os Desigrejados. Disponível em:
http://tempora-mores.blogspot.com/2010/04/os-desigrejados.html. Acesso em: 14 out. 2022.
heterodoxos. Um bispo espanhol, Prisciliano, e alguns de seus seguidores, foram os primeiros
indivíduos a serem executados por heresia na história do cristianismo, em 385.”8
Assim, desde aquele tempo até ao período da Reforma, “os súditos de um estado eram
ao mesmo tempo membros da única igreja”, mas a Reforma põe diversidade na religiosidade
do homem europeu, dando aos cidadãos de determinada região escolher sua religião.
Também, nesse tempo surge o Renascimento e o Humanismo com uma proposta de uma
mentalidade secularizada, conduziu muitos a rejeitar qualquer religiosidade institucional,9
tendo o ápice de incidente na Revolução Francesa, em 1789, quando muitos mosteiros foram
incendiados e depredados.
No entanto, mesmo nesse cenário a igreja institucional permaneceu, “fosse ela luterana,
reformada ou anglicana. [...] A única exceção eram os anabatistas, que rejeitavam qualquer
associação entre a igreja e o estado. Assim, permaneciam fisicamente juntos servindo uns aos
outros, priorizando adorar a Deus corporativamente. Sobre isso os membros da Assembleia de
Westminster (1646) reproduziram tal preocupação ao expressar no capítulo 21 da Confissão
de Fé de Westminster a devida atenção sobre a manutenção do culto público: “... assembleias
públicas, que não devem ser descuidadas, nem voluntariamente negligenciadas ou
desprezadas, sempre que Deus, pela sua providência, proporciona ocasião”.10
Dessa forma, ser igreja “significa essencialmente participar juntos em algo, e está
baseada numa participação comum na vida de Deus” (1Jo 1.3,7; 2Ts 1.3), mas não sem regras
ou de modo indiscriminado, pois em casos de rebelião “uma pessoa podia ser excluída da
comunhão (1Co 5.4s; 2Ts 3.14) e a comunhão não se estendia aos que negavam a ‘doutrina
dos apóstolos’ (At 2.42; Gl 1.8s). Sendo o amor ágape e intensamente prático o cerne dessa
comunhão em Cristo (1Jo 3.17s; Rm 15.25s; 2Co 8-9).11
Para James, “o termo básico usado no Novo Testamento para indicar comunidade é
koinonia. Essa palavra significa compartilhar de uma vida comum, de uma comunhão comum,
de uma comum fonte de bênçãos. [...] é algo tão profundo como o próprio Deus.
Compartilhamos na comunhão do Espírito Santo, e, como somos companheiros, ‘habitamos’

8
MATOS, Alderi Souza de. “Não Deixemos de Congregar-nos”: Enfrentando o Problema da Evasão de
Membros. Fides Reformata v. XIX, n. 1, 2014, São Paulo: Mackenzie. p. 23.
9
Ibid.
10
CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER. XXI.6. Disponível em:
http://monergismo.com/textos/credos/cfw.htm. Acesso em: 14 Out 2022
11
FERREIRA, Franklin. Communio sanctorum: as tarefas e responsabilidades da Igreja. Disponível em:
http://www.monergismo.com/textos/igreja/igreja_franklin.htm. Acesso em: 13 out. 2022.
na mesma vinha. Trata-se de uma vida juntos na Santa Trindade. De fato, a comunhão cristã é
uma extensão da própria vida do Deus trino”.12

4. ASPECTOS CONTEMPORÂNEOS SOBRE OS DESIGREJADOS

O Dr. Augustus Nicodemus em seu artigo “Os Desigrejados” 13, reflete sobre a desilusão
que muitos crentes tiveram com a igreja institucional e organizada, que a cada dia surgem
novas denominações e as antigas, denominadas históricas, abraçam a secularização, que
somado a profissionalização do ministério pastoral e aos métodos e técnicas de crescimento
de igrejas, bem como os escândalos no seio da igreja por parte de líderes, formam o
arcabouço para muitos se desiludirem, abandonando a fé e a igreja, ou apenas a igreja e
mantendo a fé, sendo “cristãos” sem pertencer a uma igreja, ou seja, deixam de se congregar.
Lopes enumera outros cincos argumentos, além daquele supracitado, que os
desigrejados erguem a fim de defender a desigrejação do cristianismo, sendo eles:

1) Cristo não deixou qualquer forma de igreja organizada e institucional.


2) Já nos primeiros séculos os cristãos se afastaram dos ensinos de Jesus,
organizando-se como uma instituição, a Igreja, criando estruturas, inventando
ofícios para substituir os carismas, elaborando hierarquias para proteger e defender a
própria instituição, e de tal maneira se organizaram que acabaram deixando Deus de
fora. Com a influência da filosofia grega na teologia e a oficialização do
cristianismo por Constantino, a igreja corrompeu-se completamente.
3) Apesar da Reforma ter se levantado contra esta corrupção, os protestantes e
evangélicos acabaram caindo nos mesmíssimos erros, ao criarem denominações
organizadas, sistemas interligados de hierarquia e processos de manutenção do
sistema, como a disciplina e a exclusão dos dissidentes, e ao elaborarem confissões
de fé, catecismos e declarações de fé, que engessaram a mensagem de Jesus e
impediram o livre pensamento teológico.
4) A igreja verdadeira não tem templos, cultos regulares aos domingos, tesouraria,
hierarquia, ofícios, ofertas, dízimos, clero oficial, confissões de fé, rol de membros,
propriedades, escolas, seminários.
5) De acordo com Jesus, onde estiverem dois ou três que crêem nele, ali está a
igreja, pois Cristo está com eles, conforme prometeu em Mateus 18. Assim, se dois
ou três amigos cristãos se encontrarem no Frans Café numa sexta a noite para falar
sobre as lições espirituais do filme O Livro de Eli, por exemplo, ali é a igreja, não
sendo necessário absolutamente mais nada do tipo ir à igreja no domingo ou
pertencer a uma igreja organizada.
6) A igreja, como organização humana, tem falhado e caído em muitos erros,
pecados e escândalos, e prestado um desserviço ao Evangelho. Precisamos sair dela
para podermos encontrar a Deus.

12
HOUSTON, James. Orar com Deus: desenvolvendo uma transformadora e poderosa amizade com Deus. São
Paulo: ABBA, 1995, p. 307.
13
LOPES, Augustus Nicodemus. Os Desigrejados. Disponível em:
http://tempora-mores.blogspot.com/2010/04/os-desigrejados.html. Acesso em: 14 out. 2022.
Embora a evasão de seguidores seja um fenômeno bem elevado em nossos dias, que
segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2010, o grupo que mais
cresceu foi os que se declararam “sem religião”. Sendo que 4 milhões de evangélicos se auto
intitulam como desigrejados, isto é, sou evangélico não praticante.14 Todavia, ela não é algo
novo, pois nos dias de Jesus, em seu discurso mais contundente, muitos de seus seguidores o
abandonaram (Jo 6.66).
A pandemia de COVID-19, que levou o fechamento de toda atividade pública, incluindo
as igrejas, revelou a insensatez dos que eram contra a igreja institucional, pois oportunizou
uma “crescente desvalorização do culto público”, como Campos Júnior afirma:

O “cuidado de vidas” se tornou o contexto para menosprezar o cuidado do coração.


Muitas foram as críticas em torno de reuniões eclesiásticas, dizendo que cultuar
publicamente era um risco desnecessário. Ironicamente, o povo evangélico sempre
admirou a igreja primitiva por adorar em catacumbas durante as perseguições do
Império Romano, assim como admira a igreja perseguida que faz de tudo para reunir
um grupo pequeno de pessoas numa sala escondida a fim de cultuar. No entanto, por
que é que irmãos do passado faziam e do presente fazem, mesmo envolvendo tantos
riscos? É porque entenderam que o culto público é uma atividade essencial, sem a
qual minguamos espiritualmente. Eles entenderam que o culto público, a adoração a
Deus enquanto povo, é a atividade mais emblemática de nossa existência. Eles
entenderam que a graça é melhor do que a vida (Sl 63.3).15

Admitindo-se que uma igreja pura e perfeita não é possível nesta vida, e que a
comunhão entre os cristãos e a glorificação de Deus pela igreja acham-se intimamente ligadas
(Rm 15.7). C. S. Lewis diz: “Nenhum cristão e, mesmo, nenhum historiador podem aceitar o
epigrama que define a religião como ‘aquilo que o homem faz com sua solidão’. Creio ter
sido um dos irmãos Wesley que disse não haver no Novo Testamento o menor indício de
religião solitária.” E conclui ao dizer que “somos proibidos de negligenciarmos nossas
reuniões. O cristianismo já é institucional desde o mais antigo dos seus documentos. A igreja
é a noiva de Cristo. Somos membros uns dos outros”.16

5. UMA APOLOGÉTICA EM RELAÇÃO A IGREJA INSTITUCIONALIZADA

6. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
14
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso
em: 14 out 2022.
15
CAMPOS JÚNIOR, Heber Carlos de. O Valor do Culto Público na Vida Cristã. Fides Reformata v. XXVII,
nº 1, 2022, São Paulo: Mackenzie. p. 48.
16
LEWIS C. S. Peso de glória. São Paulo: Vida Nova, 1993, p. 37.

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