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ECUMENISMO

Belo Horizonte
ECUMENISMO

INTRODUÇÃO

A fé cristã professa, como elemento essencial da sua identidade, a


unidade da Igreja de Jesus Cristo: “Creio na Igreja una, santa, católica e
apostólica.” Com esta formulação do Credo de Niceia-Constantinopla (381)
afirmam as principais Igrejas e Comunidades eclesiais que a sua fé no Deus
Trino se traduz na realidade da Igreja, comunidade visível de crentes que
procuram viver na fé, na esperança e no amor o seguimento de Jesus ao longo
dos tempos. Nesta afirmação do Credo a Igreja é colocada em relação com o
Espírito Santo e sua ação na história.

http://www.pulpitocristao.com/2010/07/ecumenismo-isso-e-bom-ou-ruim.html

A unidade da Igreja aparece assim, simultaneamente, como dom ligado


ao agir salvífico de Deus, que quer construir uma nova humanidade na verdade,
na justiça, no amor e na paz, e como tarefa a cumprir pela fidelidade dos crentes,
interpelados a “manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz. Há um
só Corpo e um só Espírito, assim como a vossa vocação vos chamou a uma só

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esperança; um só Senhor, uma só fé, um só baptismo; um só Deus e Pai de
todos, que reina sobre todos, age por todos e permanece em todos” (Ef 4, 3-6).

Desde o início, a história do Cristianismo, modelada por pessoas em


busca de fidelidade a Deus mas sempre também sujeitas a falhas e pecados,
apresenta-se marcada por tensões e divisões, algumas delas tornadas
irreversíveis e configurando o rosto atual da cristandade. O Evangelho de Jesus
não nos é transmitido no mundo de hoje por cristãos que professam em comum
o essencial da mesma fé, mas por cristãos divididos entre si, separados uns dos
outros. Diferenças na compreensão da fé, sobretudo concepções diversas
acerca da Igreja e da sua unidade, dos sacramentos e dos ministérios, continuam
a impedir a realização de uma unidade visível e, de modo particular, a celebração
comum da eucaristia. Uma realidade que, contrastando com a sua confissão de
fé, interpela os cristãos a uma atitude ecuménica na busca de comunhão e
unidade, em ordem a um testemunho crível da mensagem salvífica do Evangelho
a favor da humanidade.

O presente texto parte da consciência de que a tarefa de contribuir, cada


um a seu modo e dentro do seu âmbito de responsabilidade, para a unidade da
Igreja de Jesus Cristo na história é dever irrenunciável e tarefa prioritária dos
cristãos e das Igrejas no seu conjunto.

http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=73922

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O fato de, no nosso país, a Igreja católica ser amplamente maioritária não
diminui, antes reforça a necessidade de aprofundar o tema ecuménico. Depois
do Concílio Vaticano II e na fidelidade ao que a consciência eclesial nos indica
através do magistério, não se pode viver com fidelidade a identidade católica
sem uma atenção particular ao problema ecuménico.

A Igreja católica não se considera a si mesma simplesmente como uma


“Confissão” cristã entre outras. O diálogo ecuménico nunca foi fácil, mas parece
viver-se na atualidade uma fase menos determinada, nalguns aspectos marcada
até por algum cepticismo. Não se verificam só sinais de aproximação ecuménica,
mas existem também tendências e riscos de novos afastamentos. A convicção
ecuménica brota radicalmente da esperança cristã, não se baseia na simples
confiança nas nossas próprias forças. A unidade da Igreja que será possível
realizar na história depende do grau de fidelidade que tivermos, mas só o Espírito
Santo a poderá levar à sua realização e pelos caminhos e modos que só Deus
conhece.

O QUE É?

Ecumenismo - O ecumenismo é parte integrante da ação evangelizadora.


De acordo com Decreto Unitatis redintegratio, todos os batizados são
responsáveis pel reconstrução da unidade. “Todos na Igreja devem se interessar
pelo trabalho da unidade, tanto leigos como pastores. Esse trabalho atinge cada
um em particular conforme sua capacidade, seja na vida cristã diária, seja nas
pesquisas da teologia e da história” UR § 5.

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http://www.ofielcatolico.com.br/2001/06/o-verdadeiro-ecumenismo-urgencias-e.html

A paz acontecerá “em todo universo habitado” quando o ecumenismo for


parte integrante de toda humanidade sem exclusão de raça, etnia, sexo e
religião. Não haverá paz sem Ecumenismo.

Oikoumene é uma palavra do vocabulário grego que significa “todo o


universo habitado”. Quando penso no mundo, em cada um dos continentes:
Africano, Americano, Asiático, Europeu e na Oceania, lembro também que cada
povo tem sua cultura, seus costumes e suas tradições. Mas, homens e mulheres
são todos seres humanos, habitantes do mesmo planeta e experimentam a
mesma realidade. Apesar das inúmeras diferenças culturais, religiosas e
políticas, há uma unidade: os habitantes do mundo formam uma só humanidade.

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http://cristoembrevevira.com/cristaos-em-busca-da-unidade-no-oriente-medio/oikoumene/

No campo religioso é muito comum usar a expressão unidade na


diversidade; unidade é muito diferente de uniformidade. No Novo Testamento o
termo OIKOUMENE aparece como terra habitada. “O evangelho do reino será
proclamado em toda OIKOUMENE” (Mateus 24,14). “Naqueles dias, apareceu
um edital de César Augusto ordenado que se fizesse o recenseamento de toda
OIKOUMENE” (Lucas 2, 1).

Nos primeiros séculos do Cristianismo, a palavra OIKOUMENE foi


traduzida por ECUMENISMO. E no contexto religioso ela passou a ser usada
para designar a UNIDADE DOS CRISTÃOS. Mas, “não é correto limitar o uso do
termo ecumênico apenas à esfera religiosa da existência humana. De fato, a
unidade dos seres humanos, das nações e de todo o povo de Deus inclui a
dimensão geográfica, cultural e política”.

Desde os primeiros séculos também, a Igreja usou esta palavra para


designar a reunião de seus representantes (bispos), provenientes do mundo
então conhecido, chamando-a de “Concílio Ecumênico”.

“O uso atual dos termos ecumênico e ecumenismo não é completamente


unânime. A Igreja católica romana continuou, até o dia de hoje, a designar com

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esse adjetivo os concílios representativos de sua universalidade. Assim, o
Vaticano II, celebrado de 1962 a 1965, é considerado oficialmente como o 21º
Concílio ecumênico”.

http://profeciasdescubiertas.blogspot.com.br/2014/01/ecumenismo-la-torta-
envenenadaque.html

Além disso, a Igreja Católica, hoje, emprega o termo ECUMENISMO


exclusivamente ao relacionamento entre cristãos, entre aqueles que confessam
que Jesus Cristo é o Senhor e o Salvador. E o objetivo central do ECUMENISMO
é restaurar a unidade visível da Igreja.

Ecumenismo e Aconselhamento Pastoral

Além de uma prática interdisciplinar, o aconselhamento pastoral também


requer uma prática interconfessional, como anteriormente foi citado por
Schneider-Harpprecht. Especialmente em grandes centros urbanos onde a
convivência comunitária tende a ser menos intensa do que em contextos rurais
e de cidades menores, a proposta de um centro de aconselhamento ecumênico
parece ser muito apropriada. Nada, porém, impede uma ação poimênica
interconfessional em locais menores.

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Nas grandes cidades onde há pouca convivência comunitária por
causa das distâncias, existe a possibilidade de instalar centros
ecumênicos de aconselhamento em que leigos e profissionais
atendem as pessoas. Para atingir a população em favelas e
vilas, o serviço de aconselhamento deve estar ligado a
instituições como creches ou postos de saúde.

A prática do ecumenismo é algo inerente ao próprio ser cristão. Ser cristão


e não querer ser ecumênico é praticamente inviável. De acordo com Brakemeier,

a comunidade cristã tem em Jesus Cristo o identificador. É ele


quem une os membros num só corpo. Embora as comunidades
cristãs sejam muitas, “[...] há um só Senhor, uma só fé, um só
Batismo, um só Deus e Pai de todos[...]” (Efésios 4.5ss). A
cristandade possui uma só Bíblia, professa sua fé nos termos do
Credo apostólico, celebra culto ao mesmo Deus. O fundamento
cristão é igual em todos os lugares e tempos.
Quem o abandona deixa de ser cristão.

Na linguagem da poimênica e do aconselhamento pastoral, portanto,


pode-se falar do “Bom Pastor” que é pastor de todas as pessoas crentes e
paradigma de toda forma de aconselhamento pastoral. Se, portanto, é o Bom
Pastor o identificador do aconselhamento pastoral, é também ele que reúne
aconselhantes e aconselhandos/as num mesmo corpo, independente da
denominação religiosa.

Como pessoas cristãs, os/as aconselhantes pastorais reconhecem que o


Deus Criador, por meio de sua criação, age de diferentes formas para o bem da
humanidade. Ele age através dasmais variadas profissões e religiões existentes.
“Deus age no mundo e em sua criação, ainda quando seus servos e instrumentos
não querem reconhecê-lo como fonte de bem e restauração”. A partir dessa ação
divina, as pessoas que realizam o aconselhamento pastoral não necessitam
“colocar apêndices religiosos para se apresentarem como tais ou para darem
glória a Deus”. É apenas necessário que realizem o trabalho de ajuda ao outro/a

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de maneira eficaz e responsável, e que seja capaz de expressar o testemunho
cristão na sua forma de servir.

História do movimento ecumênico

Mendonça situa as raízes do ecumenismo nas missões protestantes


modernas e nos movimentos leigos de jovens. Segundo ele, à expansão colonial
dos povos protestantes seguia-se a expansão religiosa. O enriquecimento destes
povos gerou recursos capazes de prover a expansão missionária. Associada a
estes dois fatores, a teologia de John Wesley (17031791) trouxe uma resposta à
busca de salvação do homem em um mundo de profundas transformações. Sua
teologia serviu para superar o divisionismo protestante ao nível das formas de
crença e ajudou a uniformizar a mensagem missionária. A partir daí, foi possível
o surgimento de um pan-protestantismo e o surgimento de diversas sociedades
missionárias interdenominacionais: a Sociedade Missionária de Londres (1795),
a Sociedade de Tratados Religiosos (1799), a Sociedade Bíblica Britânica e
Estrangeira (1804), a Sociedade Bíblica Americana (1816), a Sociedade
Americana de Tratados (1825) e outras. Posteriormente algumas destas
sociedades tornaram-se denominacionais. "As missões constituíram forte
elemento de aproximação das igrejas pela necessidade de companheirismo e
cooperação entre os agentes missionários, na maioria das vezes trabalhando em
situações muito adversas"[1]. Nesta colaboração, concentravam os esforços
comuns na disseminação da Bíblia e a promoção da saúde através da fundação
de hospitais. No campo da educação, as escolas eram denominacionais.

Em 1846, foi criada em Londres a Aliança Evangélica, com a finalidade de


congregar as diversas igrejas diante da ameaça de fragmentação do
Protestantismo. Esta aliança tinha como finalidade preparar um "concílio
ecumênico evangélico universal". Durante a primeira reunião da Aliança
Evangélica em Londres, o pastor calvinista francês Adolphe Monod ressalta o
"espírito ecumênico" demonstrado pelos organizadores do evento.

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A partir da segunda metade do século XIX, surgiram as associações
mundiais leigas de jovens, que foram fundamentais para o desenvolvimento do
ecumenismo. A primeira destas associações de cunho ecumênico foi a
Associação Cristã de Moços, criada em Londres em 1844, por George William,
que se espalhou pelo mundo e organizou-se em uma Associação Mundial a partir
de 1855. A Associação Cristã Feminina, também londrina, foi criada em 1855.
Outras organizações também tiveram sua importância: Movimento de
Estudantes Voluntários para as Missões Estrangeiras, de 1886, e a Federação
Mundial de Estudantes Cristãos, de 1895, ambos organizados por John Raleigh
Mott, que foi um grande líder das iniciativas ecumênicas.

No âmbito católico, o papa Leão XIII, ao promulgar a encíclica Provida


Mater, em 1895, instituiu um tempo de novena pela reconciliação dos cristãos
entre as festas da Ascensão e de Pentecostes, que foi constituído em um tempo
perpétuo dois anos depois[4].

Em 1908, os anglicanos Spencer Jones e Lewis Thomas promoveram oito


dias de oração pela unidade dos cristãos entre 18 de janeiro (Festa da cátedra
de São Pedro) e 25 de janeiro (festa da conversão de São Paulo).
Posteriormente, Watson converteu-se ao catolicismo e foi instituído na Igreja
Católica a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos neste mesmo período.

Em 1905, foi criado nos Estados Unidos o Conselho Nacional das Igrejas.
A Conferência Missionária Mundial, em Edimburgo, em 1910, é
considerada o marco do ecumenismo como é entendido hoje: a busca da unidade
entre as igrejas cristãs. Foi idealizado e realizado por John Mott. Ao convocar
esta conferência, Mott conclamava os líderes do protestantismo para a
necessidade de cooperação entre as igrejas no campo missionário, para além
das diferenças confessionais. A Conferência resultou em dois congressos
posteriores, em Estocolmo, em 1925 e Oxford em 1939. A partir de então
floresceram diversas iniciativas ecumênicas: a criação do Conselho Internacional
de Missões (1921), o Conselho Universal da Vida e do Trabalho (Estocolmo,

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1925) e o Conselho Mundial Fé e Ordem (Lausanne, 1927), que estavam a gestar
a criação de um organismo internacional das igrejas cristãs.

Entretanto, o papa Pio XI via com suspeita estes movimentos e publicou


em 1928 a encíclica Mortalium animos, que afirmava que a única igreja
verdadeira é a igreja romana e que a salvação só pode ser alcançada pelo
regresso a ela. Apesar desta posição oficial, diversas iniciativas no âmbito
católico foram efetuadas no sentido da aproximação e cooperação com outras
denominações cristãs.

Em 1948, foi criado o Conselho Mundial das Igrejas - CMI, que reuniu
inicialmente 197 denominações. No âmbito desta organização, o termo
ecumenismo designa os esforços entre Igrejas com vista a uma reconciliação
cristã que aceite a realidade da diversidade das diversas igrejas cristãs.

Numa edição especial, a revista Sem Fronteiras (As Grandes Religiões do


Mundo, p. 36) descreve o ecumenismo como um movimento que se preocupa
com as divisões entre as várias Igrejas cristãs. E explica: "Trabalhase para que
estas divisões sejam superadas de forma que se possa realizar o desejo de
Jesus Cristo: de que todos os seus seguidores estivessem unidos, de assim
como Ele e o Pai são um só."

A Igreja Católica incorpora-se oficialmente ao movimento ecumênico a


partir de 1960, quando o papa João XXIII criou o Secretariado Romano para a
Unidade dos Cristãos. Este organismo participou ativamente no assessoramento
ao papa e aos bispos durante o Concílio Vaticano II, além de ajudar os padres
conciliares na elaboração do decreto Unitatis Redintegratio de 1964, do Papa
Paulo VI. Este decreto define o movimento ecumênico como uma graça do
Espírito Santo, considera que o caráter ecumênico é essencialmente espiritual e
estabelece que o olhar da Igreja Católica é dirigido às igrejas separadas do
Catolicismo: as Igrejas Ortodoxas e as Igrejas Protestantes.

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O Papa Paulo VI instituiu diversos grupos de trabalho na linha do diálogo
inter-religioso: o Secretariado para os Não-Cristãos, a Comissão para o Diálogo
com os Judeus e o Secretariado para os Não-Crentes.

Do ponto de vista institucional, o Secretariado para a Unidade dos Cristãos


estabeleceu o diálogo sobre a doutrina com outras igrejas, assessorou as
Conferências Episcopais pelo mundo no tema do ecumenismo. Foi responsável
ainda pelos documentos Diretório Ecumênico (1967-1970) e A colaboração
ecumênica em nível regional, nacional e local (1975). O Papa João Paulo II
reafirmou o ecumenismo como essencial para a fé cristã na Encíclica Ut unum
sint ("Que todos sejam um").

Algumas denominações protestantes participam do movimento


ecumênico. Outras, entretanto, não só não o aceitam como creem que o
ecumenismo cumpre perfeitamente as profecias bíblicas no livro do Apocalipse
que prevê o seu líder - o falso profeta - que levará a humanidade a aceitar o
Anticristo que está por vir (Apocalipse 13.11-12). Esta visão é compartilhada
sobretudo pelos pentecostais e neopentecostais.

http://www.snpcultura.org/unidade_plural_cristaos_desafios_ecumenismo.html

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Tipos de ecumenismo

O ecumenismo tem uma face plural. As iniciativas e o diálogo ecumênico


ocorrem em diferentes níveis e entre diferentes atores. Bosch classifica estas
iniciativas segundo:

Ecumenismo espiritual - O ecumenismo espiritual pressupõe que a


superação das diferenças humanamente insuperáveis é uma obra de Deus.
Requer uma atitude orante e também uma atitude de diálogo que brota da
convicção de unidade espiritual entre aqueles que creem em Jesus Cristo. O
Concílio Vaticano II afirma que "a oração é a alma do ecumenismo".

Valoriza a oração. O Cardeal Walter Kasper, em seu livro Guia para uma
espiritualidade ecumênica, nos fala sobre a dimensão de ecumenismo espiritual
e fala do Espírito Santo:

Hoje muitos cristãos de várias tradições têm vivenciado uma profunda


experiência da presença do Espírito Santo. Como resultado, a oração no
Espírito Santo é para eles uma fonte de renovação pessoal e mais
profunda pertença ao Corpo de Cristo. Invocando o Espírito Santo, eles
se aproximam mais de Jesus Cristo e uns dos outros. Os critérios para
o discernimento de uma autêntica obra do Espírito Santo dados por São
Paulo (1 Cor 12,14;Gal 5, 22-26) e depois desenvolvidos na tradição
espiritual da Igreja, são uma ajuda e uma norma para esses e para todos
os cristãos. Com atenção a esses critérios, uma vida de discipulado e
oração aberta ao Espírito Santo pode se tornar um meio autêntico de
edificação mútua e aprofundar os laços de comunhão entre cristãos.

Na RCC é possível acontecer esta dimensão de unidade ecumênica com


os irmãos evangélicos, mas, principalmente, com irmãos pentecostais que
também fazem a experiência do batismo do Espírito Santo em suas reuniões de
orações. Este caminho do ecumenismo para a RCC no Brasil, em parte, já foi
encontrado e está sendo seguido por um grupo que se chama Encontro de
Cristãos para a Unidade e a Santidade (ENCRISTUS).

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Ecumenismo institucional - Ecumenismo institucional é aquele que
ocorre ao nível das instituições promotoras do ecumenismo, como o Conselho
Mundial de Igrejas e o Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos. O
teólogo dominicano Francês Yves Congar (1904-1995) tem a visão do termo
ecumenismo como sendo uma “amplitude” uma representação de um todo, logo
dentro deste há um dinamismo expresso por diferentes propostas das quais Lira
elenca algumas em seu artigo “O Ecumenismo como instrumento de Ação
Afirmativa do Centro Ecumênico de Cultura Negra (CECUNE).”:

O ecumenismo não pode ser entendido sem a tensão entre o institucional


e o pessoal. Os pioneiros ecumênicos nunca renunciaram a vinculação eclesial.
Encontramos exemplos dessa forma organizada e estruturada nos organismos
ecumênicos: Conferencia Missionaria Mundial de Edimburgo (1910),
Assembleias de Lausane e de Edimburgo, que geraram os movimentos ‘Fe e
Ordem’ e ‘Vida e Ação, que constituem elementos de uma estrutura coerente e
organizada a fim de zelar pelo objetivo do ecumenismo.

Ecumenismo oficial: é aquele que envolve as autoridades eclesiásticas


das diversas igrejas.

Ecumenismo doutrinal: trata-se das iniciativas de diálogo sobre as


diversas questões doutrinais que estão na raiz das divergências. Busca-se atingir
pontos de convergência no que é o essencial do cristianismo através de
encontros, colóquios e diálogos entre as diversas igrejas.

O ecumenismo doutrinal e uma expressão subjacente ao ecumenismo


institucional. O que não quer dizer que esteja fora do institucional. Cientes de
que as causas das separações da Igreja se deram a partir de questões ligadas a
profissão da fé verdadeira (ortodoxia), precisamos admitir que estes problemas
de ordem doutrinal continuam gerando infindos colóquios. Por esta razão, o
ecumenismo doutrinal se torna importante, pois ele constitui como verdadeiro
passo em direção a unicidade crista em sua totalidade.

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Nos textos litúrgicos e devocionais de católicos, ortodoxos, anglicanos e
protestantes, apresentam-se orações que pedem a Deus pela unidade da
Igreja. Sem negar a tarefa doutrinal, e notório que a unidade em sua plenitude e
contemplada pela convergência na espiritualidade compartilhada entre todas as
pessoas cristas. Estas orações comuns que relatam a intensidade de petição
pela unidade constituem um passaporte valido para a unidade: a oração
compartilhada nos leva a um sentimento de união com o Senhor de todos e
todas.

Ecumenismo local: o ecumenismo local corresponde às iniciativas e


ações comuns que ocorrem na base das igrejas.

Se dá mediante uma realidade expressiva, rica e diversa; diferentemente


das outras antes citadas. Embora o ecumenismo local não deixe de ser um
ecumenismo institucional, doutrinal e espiritual, a medida que exigia a
representação da hierarquia nos movimentos sociais que lutavam por justiça,
costumava identifica-lo como ‘ecumenismo de base’. Em linhas gerais,
ecumenismo local significa o ambiente ou âmbito em que pessoas leigas,
paroquias, constituem uma ‘base’ ecumênica, ou, em termos eclesiológicos,
representa o espaço do povo de Deus.

Ecumenismo secular: o ecumenismo secular é uma corrente do


movimento ecumênico representada por aqueles que, diante do impasse e da
lentidão das diversas instituições em realizar a unidade, creem que somente a
aplicação do método indutivo – que parte da história concreta em que se está
inserido e da encarnação como tema central - poderá levar adiante a tarefa
ecumênica. Segundo os secularistas, o pensamento e a ação ecumênicas devem
estar centradas no mundo secular, no serviço do ser humano. Assim, o
ecumenismo secular coloca-se na busca da justiça, da paz, da ecologia e da luta
contra a pobreza expressa nas diversas teologias da libertação.

Diante de alguns problemas quanto a uma decisão e atitude para uma


unidade, o ecumenismo eclesiástico parecia insustentável. Por esta razão, surge

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o chamado ‘ecumenismo secular’, como fruto de uma reflexão teológica, em uma
proposta por meio de um método indutivo, partindo-se da história de nosso tempo
e considerando a encarnação como tema central dessa reflexão, terá a
capacidade de revivificar um ecumenismo que jazia entre as paredes e muros
das fronteiras eclesiásticas.

Através da apresentação dos diversos tipos de ecumenismo fica claro


como não cabe um mero reducionismo que o coloque apenas como a busca pela
unidade eclesial há os que não querem fugir desta visão (doutrinalteológica),
uma vez que “Enfrenta a suspeita de promover o sincretismo”, porém tanto na
esfera política quanto social o ecumenismo é atuante - “Para o CMI, a unidade
da Igreja jamais tem sido um fim em si mesma. Deveria ser instrumento de paz
entre todos os habitantes desta terra” -, pois reconhece o que dialogo pode ser
a forma de mediar e remediar conflitos como esclarece Brakemeier.

Fica claro, pois, que o problema da unidade não se esgota numa questão
de dogmática cristã. É assunto eminentemente prático, de abrangentes relações
sociais. Busca evitar o tão falado clash of cívilizations, a colisão das culturas. É
engajamento em favor da "paz na terra, entre as pessoas a quem Deus quer
bem" (Lc 2.11). O "Ecumenismo" pode ser o mutirão em favor da dignidade
humana, do que tem sido um bonito exemplo a "Campanha da Fraternidade
Ecumênica" no ano 2000.

Diante do desprezo pela vida humana, as Igrejas se vêem compelidas a


cooperar, a despeito de suas diferenças doutrinais. Buscam o consenso ético
numa práxis diaconal que a seu modo questiona o dissenso no dogma. Mais
desta vez o termo "ecumenismo" adquire um significado peculiar. Reúne um
público distinto daquele que busca o consenso na teologia, processa-se em
outros moldes, persegue não exatamente os mesmos objetivos.

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http://www.tempodoapocalipse.com/2012/06/ecumenismo-e-vontade-de-deus.html

Características do Ecumenismo

1) Oração - Oração é a alma do ecumenismo, não pode existir


ecumenismo sem oração. É ela que dá vida e dinamiza o diálogo, isto porque o
ecumenismo é uma ação do Espírito Santo. Nossa oração pelo ecumenismo
pode ser pessoal, comunitária e também em grupos de cristãos de diferentes
denominações.

O Decreto “Unitatis Retintegratio”, documento do Concílio Vaticano II, nos


diz que: “para os católicos tem um significado mesmo solene reunir-se
freqüentemente para aquela oração em prol da unidade da Igreja que o próprio
Salvador rezou ardentemente ao Pai, na vigília de sua morte: “Que todos sejam
um” (§ 8). A oração entre cristãos de diferentes denominações é o meio mais
eficaz para pedir a graça da unidade: “onde dois ou três estiverem reunidos em
meu nome, ali estou eu no meio deles”, diz o Senhor (Mt 18,20).

2) Estudo - Estudo é a dinâmica do ecumenismo. Sem conhecimento não


pode existir um ecumenismo fundamentado na verdade e na caridade. O estudo

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é uma forma de se conhecer a Igreja, história e doutrina do outro e dar
oportunidade aos outros de conhecerem a nossa Igreja. Gosto de lembrar
sempre que este conhecimento não é doutrinação, mas é partilha de informação.

O § 5 do Decreto “Unitatis Redintegratio” afirma: “a solicitude para


instaurar a união se impõe a toda a Igreja, tanto aos fiéis como aos pastores e
afeta a cada um em particular, de acordo com sua capacidade, quer na vida cristã
quotidiana, quer nas investigações teológicas e históricas”. O estudo comum da
Bíblia, é um meio eficaz, que “alimenta a vida da Igreja de diversas formas e é
um instrumento excelente na poderosa mão de Deus, para que se alcance a
unidade que o Salvador oferece a todos”. (Diretório)

3) Ação social - Ação social é o testemunho vivo do trabalho ecumênico,


expressão de solidariedade. Além disto, hoje mais do que nunca, são
necessárias parcerias nos trabalhos sociais, visando o desenvolvimento integral
e a libertação de nossa sociedade. É preciso que haja colaboração entre irmãos
e irmãs de diferentes denominações cristãs nas atividades de promoção humana
e de socorro aos necessitados. Destes três pontos essenciais para a ação
ecumênica, poderemos dar pequenos passos em direção à realização do grande
desejo de Jesus “que todos sejam um... para que o mundo creia”. Estou certo de
que o ecumenismo está no coração de Jesus.

Concluo, com as palavras do Apóstolo Paulo: “irmãos e irmãs vivei na


alegria, trabalhai para o vosso aperfeiçoamento, encorajai-vos, tende muita
concórdia, vivei em paz, e o Deus de amor e de paz estará convosco” (2Cor 13,
11).

A origem do Conselho Mundial de Igrejas

Da Conferência Missionária Mundial realizada em Edimburgo em 1910,


originaram-se três movimentos:

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a) Fé e Ordem é um movimento dedicado a trabalhar pela
reconciliação das denominações divididas. As conferências foram
realizadas em 1927, Lausanne e em 1937, Edimburgo.
b) Vida e Trabalho é movimento preocupado com a relação da fé
cristã com as questões sociais, políticas e econômicas. As
conferências foram realizadas em 1925, Estocolmo e em 1937,
Oxford.
c) Concílio Missionário Internacional foi formado em 1921 e em
1961 se integrou formalmente ao Conselho Mundial de Igrejas.
Ambas as conferências de Vida e Trabalho e Fé e Ordem de 1937
aprovaram a formação de um Conselho Mundial de Igrejas e uma conferência
em Utrecht em 1938 esboçou sua constituição. Mas a guerra retardou o seu
lançamento formal por mais dez anos. O Conselho Mundial de Igrejas foi
formalmente constituído em 1948 em Amsterdã por delegados de 147 igrejas de
44 países. Hoje ele congrega mais de 340 igrejas, denominações e associações
de igrejas em mais de 100 países e territórios no mundo, representando cerca
de 400 milhões de cristãos e incluindo a maioria das igrejas Ortodoxas no mundo,
representações das denominações das igrejas tradicionais da Reforma
Protestante como a Anglicana, Batista, Luterana, Metodista e Reformada, bem
como muitas igrejas unidas e independentes. Exceto a Igreja Católica2 e
algumas (mas não todas) igrejas evangélicas pertencem ao Concílio Mundial de
Igrejas. Os romanos atuam conjuntamente com CMI em várias questões comuns
relacionadas ao ecumenismo.

Além do trabalho na sede em Genebra, o Conselho Mundial de Igrejas tem


realizado conferências mundiais de Fé e Ordem, Missão Mundial, Evangelismo
e outros temas semelhantes. Mas, seus principais eventos são as assembléias3
gerais, das quais oito têm acontecido até hoje.

1º) Amsterdã (Holanda – 1948): Entre 22 de agosto e 4 de setembro, mais


de 350 delegados, representando 147 igrejas de 44 países, reuniram-se em

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Amsterdã. O tema foi As desordens humanas e os desígnos de Deus. Esta
reunião completou a tarefa de criação de um conselho ecumênico internacional.

2º) Evanston, Illinois (EUA – 1954): com o tema Cristo – esperança do


mundo reuniu 161 igrejas membro. Os alvos do evangelismo foram: levar
pessoas a um encontro pessoal com Jesus Cristo como Salvador e Senhor, sua
incorporação a plena vida da igreja e a tranformação da sociedade para
conformá-la à intenção de Deus.

3º) Nova Deli (India – 1961), com o tema Jesus Cristo – luz do mundo
reuniu 197 igrejas-membro. Foi a primeira assembléia a se reunir fora do
ocidente. As igrejas ortodoxas orientais se uniram ao concílio mundial de igrejas
em Nova Deli e a base de membrezia foi expandida.

4º) Uppsala (Suécia – 1968), com o tema Olhem! Eu faço novas todas as
coisas reuniu 235 igrejasmembro. Seis grupos de estudos se reuniram para
discutir e corrigir documentos relacionados aos diferentes tópicos. O mais
controvertido foi o documento Renovação em Missões4.

5º) Nairobi (Quênia – 1975), como tema Jesus Cristo Liberta e Une reuniu
285 igrejas-membro. Em Nairobi a ênfase de Uppsalla e Bangkok sobre o social
e a dimensão horizontal é conservada, mas é melhor integrada com o espiritual
e dimensão vertical. A frase "a igreja toda levando o evangelho todo as pessoas
no mundo todo" apreende o tom da assembléia. O evangelho todo inclui tanto
reconciliação com Deus como a "responsabilidade de participar de uma batalha
por justiça e dignidade humana". A missão é a confissão de Jesus Cristo tanto
por palavras como por atos.

6º) Vancouver (Canadá – 1983) com o tema Jesus Cristo – a Vida do


Mundo reuniu 301 igreasmembro. Este foi precedido em 1982 por um documento
da Comissão sobre a Missão e Evangelismo intitulado Missão e Evangelismo –
Uma Afirmação Ecumênica, que estreita mais a divergência entre o Conselho

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Mundial de Igrejas e a posição evangélica como descrita em linhas gerais no
Congresso de Lausanne.

7º) Canberra (Austrália – 1991) com o tema Venha, Espírito Santo –


Renove Toda a Criação reuniu 317 igrejas-membro. Aqui houve um enfoque
sobre o Espírito Santo, mas de uma maneira que às vezes pareceu estar
desvinculado da pessoa de Cristo. Uma cerimônia particular envolveu idéias
xamanísticas coreanas e a invocação dos espíritos da "criatura da terra, ar, água
e do mar". Os delegados ortodoxos orientais ficaram preocupados neste e em
outros acontecimentos que publicaram uma declaração expressando
preocupação no afastamento da base do CMI e das "interpretações cristãs
biblicamente baseadas" de várias doutrinas. Eles se perguntaram se o tempo
havia chegado para os ortodoxos e outras igrejas reverem suas relações com o
CMI.

8º) Harare (Zimbabe – 1998) com o tema Volte-se para Deus, Regozijese
na Esperança reuniu 336 igrejas-membro.

As ações do CMI têm propiciado um sentimento ecumênico dentre as


diversas denominações cristãs. Cada vez mais há um espírito de cooperação e
amizade. As igrejas, na maioria, reconhecem que elas não possuem a verdade
toda e estão abertas a aprenderem umas com as outras. Observa Tony Lane que
"até a Igreja Católica Romana tem modificado significativamente suas
reivindicações anteriores de possuir a verdade toda. Os evangélicos estão
divididos em sua atitude com o movimento de unidade ecumênica, mas a maioria
está pronta para reconhecer os outros como cristãos iguais de quem eles podem
aprender".

Como a 9ª Assembléia do CMI irá acontecer aqui no Brasil, o tema


ecumenismo volta à pauta dos estudiosos, teólogos e líderes religiosos do
Brasil.

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A emergência do movimento ecumênico e os conflitos decorrentes

AS RAÍZES DOS CONFLITOS

No mundo protestante não obstante ser o conjunto do Protestantismo


brasileiro profundamente marcado por uma espécie de cultura antiecumênica,
produzida, em grande parte, pela natureza dogmática e conservadora das Igrejas
aqui implantadas, a consolidação do esforço pela Unidade na Europa e na
América do Norte encontrou ressonância em significativos setores dessas
mesmas Igrejas.

Cumpre notar, ainda, que os resultados da obra missionária em nosso


contexto sempre suscitaram inquietações e questionamentos entre muitos de
seus agentes diretos quanto à unidade cultural imposta em grande parte pelo
Catolicismo Romano frente à desagregadora diversidade oferecida pelas
inúmeras e diferentes Igrejas evangélicas de procedência estadunidense que
aqui missionavam. Assim, desde o “Congresso Missionário do Panamá”, em
1916, significativos encontros nacionais – como o que criou a Confederação
Evangélica do Brasil, em 1933 – e internacionais foram consolidando uma
vontade de cooperação e unidade entre os protestantes ao longo desses anos
por todo o continente.

Esses movimentos foram realizados pelas Igrejas institucionais em meio


a avanços e retrocessos, e tiveram sua culminação na criação definitiva, em
1982, do Conselho Latino-Americano de Igrejas (Clai), e, no plano nacional, no
estabelecimento, nesse mesmo ano, do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do
Brasil (Conic), com a plena participação da Igreja Católica Romana.

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http://www.ofielcatolico.com.br/2001/03/porque-igreja-catolica-e-romana.html

Ao lado dos esforços de setores das Igrejas Evangélicas, de procurar


corrigir o empenho missionário denominacional criando espaços de cooperação
entre as Igrejas, e tendo como pano-de-fundo uma compreensão mais
consolidada da realidade sociopolítica e econômica do continente, é preciso
destacar a importante e decisiva colaboração do Conselho Mundial de Igrejas
(CMI) na construção de espaços ecumênicos na região latino-americana. Por
iniciativa de sua Comissão de Igreja e Sociedade, o CMI promoveu, em 1953, na
cidade de São Paulo, uma Conferência sobre a temática.

Esse evento inspirou a articulação de esforços de diferentes setores


evangélicos, que começaram a se preocupar com o sentido e as conseqüências
das relações entre as Igrejas e as diferentes expressões nacionais da sociedade
latino-americana. Ou seja, esta Conferência influiu sobremaneira nos esforços
desenvolvidos pelos setores mais politizados, e teologicamente mais abertos,
que faziam parte da série de encontros continentais conhecidos como
“Conferências Evangélicas Latino-Americanas” (Celas).

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É a partir desses empenhos que se cria, em 1961, a Junta
LatinoAmericana de Igreja e Sociedade que, logo em seguida, passou a ser
conhecida sob a sigla Isal (Igreja e Sociedade na América Latina). Em princípio,
este grupo foi composto, oficialmente, por representantes de departamentos ou
secretarias das Igrejas do Continente que se ocupavam da ação social, ou seja,
com a inflexão diaconal das Igrejas no interior das sociedades latino-americanas.
A América Latina como um todo, e o Brasil de modo especial, experimentavam
um crescente clima de ebulição política. Os nacionalismos tendiam a se
consolidar ante a descoberta e rejeição da ingerência política norte-americana
na região.

O triunfo inequívoco da revolução cubana, cujos líderes ascendem ao


poder em 1959, passa a exercer, nesse momento, um papel catalisador decisivo
sobre os movimentos de jovens estudantes e intelectuais cristãos. Com isso, a
polarização política rapidamente se alastra por todos os países, instalando-se,
também, no interior das Igrejas. A crise de identidade das denominações não
demorou a aflorar.

É que as Igrejas que compunham o leque do Protestantismo, tanto latino-


americano como brasileiro, naquele momento estavam muito mais preocupadas
com a sua auto-afirmação, seu direito de existir num contexto religioso
esmagadoramente católico-romano, que tornaram absoluta a sua proposta
eclesiológica, perdendo toda a sensibilidade histórica para perceber as
mudanças que ocorriam no interior das sociedades nas quais se encontravam.
Ante o temor de que a crise política pudesse pôr em perigo seus interesses
consolidados, as Igrejas fecharam-se em si mesmas, sacralizando seu modo de
ser e expurgando de suas fileiras todos os que não concordavam com essa
opção.

As ações desenvolvidas pelo Setor de Responsabilidade Social da Igreja,


da Confederação Evangélica do Brasil (estudos, publicações, eventos),
tornaram-se catalisadoras das tensões entre ambas as tendências que
conflitavam no interior do Protestantismo brasileiro. A realização, em 1961, em
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Recife, PE, da chamada “Conferência do Nordeste”, terceira de uma série de
Encontros sobre as relações entre Igreja e Sociedade, marcou de forma decisiva
a divisão teológica e político-ideológica que, desde então, atravessa
horizontalmente todas as denominações e caracteriza, em termos gerais, as
duas faces do Protestantismo brasileiro.

A solução autoritária e conservadora encontrada pelas Igrejas para fazer


frente à luta político-ideológica que agitava a sociedade em todos os seus
segmentos revelou algo mais grave: o esgotamento do modelo eclesiológico
implantado pelos organismos missionários, que não foi capaz de resistir às
mudanças provocadas pela democratização do país a partir do fim da Segunda
Guerra Mundial. O rápido processo de industrialização, a urbanização veloz, os
planos de desenvolvimento tecnológico e econômico, a afirmação da brasilidade,
que foram apanágio dos governos de Vargas e Kubitschek, marcaram a década
de cinqüenta com a afirmação de um Brasil que entrava com disposição na
Modernidade, como que afirmando que frente ao Brasil rural da Velha República
um novo Brasil era possível.

A não percepção destas novas realidades congelou uma forma de ser


Igreja em assintonia com a nova sociedade que se formava no país. O resultado
imediato foi a perda, por parte das Igrejas, de grandes contingentes de sua
juventude e de seus quadros intelectualizados mais promissores.

Estabeleceu-se um conflito geracional, que vai se estender por toda a década


seguinte. É quando acontece, então, o golpe militar em 1964, também marcado
pelo autoritarismo tão ao gosto das estruturas eclesiásticas.

Constata-se, a partir de então, a aberta ideologização da mensagem das


Igrejas protestantes em função do status quo econômico-político imposto e
garantido pelas armas. No mundo católico-romano Até a constituição do
Conselho Mundial de Igrejas, em 1948, a Igreja Católica Romana manteve-se,
oficialmente, alheia aos movimentos pró-unidade das Igrejas conduzidos por
protestantes e ortodoxos. Mas nem por isso deixou de acompanhar esse

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processo. Os primeiros sinais de mudança dessa atitude começaram a aparecer
em 1949, quando foi promulgado um documento do Santo Ofício intitulado
“Ecclesia Sancta”. Nesta declaração reconhecia-se a legitimidade dos esforços
ecumênicos das demais Igrejas. Dentre outras coisas, afirmava-se que se tratava
de um movimento “inspirado pelo Espírito Santo e fonte de alegria no Senhor
para os filhos da verdadeira Igreja.”

A grande mudança de atitude, no entanto, viria com a convocação, em


1959, pelo Papa João XXIII, do “Concílio Vaticano II”. Já no anúncio dos objetivos
do conclave sublinhava-se que se tratava de um Concílio para a renovação
(aggiornamento) da Igreja e sua abertura ao Ecumenismo e ao mundo moderno.
No ano seguinte, foi criado o Secretariado Romano para a
Unidade dos Cristãos. A partir da “3ª Assembléia do Conselho Mundial de
Igrejas” (Nova Délhi, Índia, 1961), observadores oficiais da Santa Sé passaram
a participar do encontro mais importante do CMI: suas Assembléias Gerais. Em
1964, o Papa Paulo VI promulga o “Decreto Conciliar” sobre o ecumenismo
intitulado “Unitatis Reintegratio”, que ampliou notavelmente o horizonte
eclesiológico da Igreja Católica.

Na América Latina e, de modo particular, no Brasil, a Igreja Romana


manteve uma atitude de rechaço e, em alguns casos, até de beligerância, em
relação às Igrejas Protestantes até o término do “Concílio Vaticano II”. Somente
a partir de 1968, com a realização da “Conferência Episcopal de Medellín”
(Colômbia), convocada para a aplicação das decisões do “Concílio Vaticano II”
às condições próprias do contexto latino-americano é que a abertura do
Catolicismo latino-americano ao movimento ecumênico começa a dar seus
primeiros e firmes passos institucionais.

Mas, cumpre notar, os mesmos conflitos político-ideológicos


experimentados pelas Igrejas Protestantes, a partir da década dos cinqüenta,
também vão se dar no interior do Catolicismo, e influenciar de forma expressiva
a tendência católica de abertura ao movimento ecumênico. Também aqui os

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movimentos de juventude vão reclamar uma abertura e engajamento da Igreja
nas questões sociopolíticas e confrontar abertamente os estamentos dirigentes
da Igreja a ponto de serem desautorizados e, até mesmo, suprimidos pela
hierarquia eclesiástica, à semelhança do que aconteceu no mundo protestante.

Após a “Conferência de Medellín”, os bispos, pela primeira vez na história


do Continente, desatrelam a Igreja Católica de seus históricos compromissos
com as elites dominantes latino-americanas e conclamam a Igreja a uma tríplice
opção preferencial: pelos pobres, pelos jovens e pelas Comunidades Eclesiais
de Base (CEBs).

Na raiz e gênese de todo esse processo de renovação da estrutura


católico-romana, é mister observar a importante contribuição de movimentos (de
jovens, intelectuais e leigos impulsionados pela Ação Católica) e personalidades
católicas (principalmente bispos comprometidos com as decisões do “Concílio
Vaticano II”) que muito influíram, tanto no Concílio, como também no
desenvolvimento da Conferência Episcopal do Continente.

Esta decisão transcendental da hierarquia romana latino-americana, junto


com os esforços de reflexão teológica dos grupos protestantes, todos engajados
numa prática essencialmente ecumênica, iria criar as condições para a irrupção
das diferentes expressões da Teologia da Libertação. Esta, ao não encontrar
guarida no espaço eclesiástico protestante, seria assumida, por mediação da
prática pastoral das Comunidades de Base e das pastorais especializadas no
âmbito católico-romano, como uma produção confessional/institucional,
esquecendo-se sua vertente protestante e modificando-se algumas de suas
proposições eclesiológicas demasiadamente arrogantes para a dogmática
romana.

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O desenvolvimento das práticas ecumênicas no Brasil

A partir de meados dos anos sessenta e em plena vigência do regime


militar-autoritário no Brasil, com o apoio aberto ou velado de muitos bispos
católicoromanos, metodistas e episcopais, presidentes de outras Igrejas
(poucos) leigos, padres, pastores, militantes das CEBs, das Pastorais
especializadas católicas e suas versões protestantes (presbitérios, paróquias,
regiões eclesiásticas, programas especializados etc.) e, ainda, lideranças do
movimento social organizado, deram origem a uma crescente demanda por
formação política, educação de base, organização de movimentos populares
reivindicativos de direitos, formação teológica, análises do desenvolvimento da
conjuntura polítco-econômica, defesa e promoção dos Direitos Humanos,
documentação histórica das lutas populares, planos de ação pastoral etc., que
começaram a ser respondidas e articuladas tanto por entidades ecumênicas
autônomas em relação às estruturas eclesiásticas formais, como pelas estruturas
de serviço diaconal das Igrejas e pelos organismos ecumênicos oficiais
estabelecidos pelas instituições eclesiásticas.

As articulações ecumênicas eclesiásticas e eclesiais revelam a


emergência, no cenário sociopolítico do país, de um conjunto de novas práticas
sociais representadas por um número sempre crescente de Organizações Não
Governamentais (ONGs) – muitas das quais podem ser também vistas como
organizações não-eclesiásticas, mas referidas diretamente às práticas eclesiais
– de assessoria aos movimentos sociais organizados pela vertente dos
empenhos de ação sociocomunitária das Igrejas, tendo como horizonte o
processo mais amplo de construção da democracia no país, destacando-se,
aqui, o protagonismo da Igreja Católica Romana.

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http://guerreirospaz.blogspot.com.br/2010/01/oracoes-e-ritos-da-igreja-catolica.html

Os recursos para o financiamento e sustentação de incontáveis programas


e projetos de mobilização, organização e emancipação oriundos de iniciativas
populares carreadas por instâncias das Igrejas e de organismos ecumênicos e,
muitas vezes, monitorados por ONGs especializadas que emergiram desse
complexo processo de construção da democracia a partir das bases da
sociedade, provieram, em sua maioria, de Agências Internacionais de
Cooperação ao Desenvolvimento, tanto européias como norte-americanas,
destacando-se, aí, as Agências de Cooperação Ecumênicas (ACEs), articuladas
pelo Conselho Mundial de Igrejas, as Agências Católicas (ACs) e outras sem
caráter confessional.

Associações cristãs

No final do século XVIII, surgiram na Europa fenômenos políticos, sociais


e culturais como a Revolução Francesa, o racionalismo, a revolução industrial, o
capitalismo e o socialismo, o liberalismo, que exigiram um posicionamento das
Igrejas. Esse posicionamento foi diferenciado conforme cada igreja, entre o

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fechamento e a condenação da realidade social, de um lado, e a integração e
diálogo com essa realidade, de outro.

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Nesse contexto surgiram várias associações cristãs, que influenciariam


decisivamente no futuro movimento ecumênico. Destacam-se: a Associação
Cristã de Jovens (1844) e Associação Cristã de Mulheres Jovens (1854), a
Federação Mundial de Estudantes Cristãos (1895). A preocupação não era, na
verdade, aproximar as Igrejas mas evangelizar a sociedade e os meios
universitários, buscando a “ampliação do Reino de Deus entre a juventude”
(NEILL, p.327-9). Entretanto, essas associações favoreceram as relações e
intercâmbios entre as Igrejas. Três elementos contribuíram para isso:

1) o internacionalismo das associações, que fundam novas sedes e


isso exige um contato estreito com as Igrejas;

2) a competência para organizar eventos internacionais, que torna


seus líderes peritos das futuras assembleias ecumênicas;

3) a preocupação missionária, com interesse sobretudo pelas “igrejas


jovens” da Ásia e da África, ajudando as demais Igrejas a uma unidade na missão
(NAVARRO, p.121).

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A conferência para a paz, celebrada em Haia (1907), deu origem à Aliança
Mundial para a Amizade Internacional, congregando as Igrejas para, na
iminência da Guerra Mundial, atuarem na promoção da paz. Uma conferência
protestante realizada em Lausanne e outra católica em Lieja, ambas em agosto
de 1914, redigiram resoluções em favor da paz. Não evitaram a guerra, mas
desenvolveram a cooperação ecumênica em favor da paz e do atendimento aos
atingidos.

Tais iniciativas prepararam o terreno para as Igrejas realizarem debates


sobre a relação entre missão e unidade (Londres, 1888; Nova Iorque, 1890).
Sentia-se a necessidade da cooperação, do testemunho comum, da interação
ecumênica nos projetos missionários confessionais. Chegou-se, assim, ao
grande evento que marca, de fato, a origem do movimento ecumênico moderno,
a Conferência Missionária Internacional, realizada em Edimburgo, em 1910.
Participaram dessa Conferência 1.200 delegados de 159 sociedades
missionárias. O tema da Conferência foi “Problemas que surgem no confronto
entre missões cristãs e religiões não-cristãs”. Dessa Conferência surge, em
1921, o Conselho Missionário Internacional (Lake Mohonk, EUA), que se
integrará ao Conselho Mundial de Igrejas na Assembleia Geral em Nova Delhi
(1961).

OS DOIS MOVIMENTOS DA UNIDADE CRITÃ

Dois outros movimentos são criados para fortalecerem a aspiração


ecumênica manifestada em Edimburgo:

1) Vida e Ação, que busca unir as Igrejas em projetos de ação social. A


inspiração foi do arcebispo luterano da Suécia, Nathan Soderblom
(1866-1931), que buscava unir as hierarquias eclesiásticas dos países
em guerra. Em 1920, Soderblom convocou uma conferência mundial
com o nome de Vida e Ação, que se realizou em Estocolmo, em 1925,
tratando de questões sociais como a economia, a moral, as relações
internacionais, a educação cristã, os métodos de cooperação e

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federação. Não se tratou de questões dogmáticas, por entender-se
que “a doutrina divide, a ação une”. Em 1937, foi realizada uma
segunda conferência em Oxford, refletindo sobre
“Igreja, Nação, Estado”,condenando o fascismo e o Estado
transformado em ídolo.
2) O segundo movimento é Fé e Constituição, que surgiu por iniciativa
do bispo anglicano Charles H. Brent (1862-1929), na Conferência
realizada em Lausanne, em 1927, debatendo questões doutrinais
como a unidade, a evangelização, a natureza da Igreja, a confissão
da fé, o ministério, os sacramentos. Uma segunda conferência
realizada em Edimburgo, em 1937, refletiu sobre a graça de Jesus
Cristo, a Igreja de Cristo e a palavra de Deus, a comunhão dos
santos, a Igreja, o ministério e os sacramentos, a unidade da Igreja na
vida e no culto. O Conselho Mundial de Igrejas

Os dois movimentos vistos acima tentaram formar um Conselho Mundial


de Igrejas numa reunião em Utrecht, em 1938. Mas isso só aconteceu de fato
em 1948, em Amsterdã.

O Conselho Mundial de Igrejas é o fruto mais maduro da aspiração pela


superação da divisão dos cristãos. Ele é hoje composto por 349 Igrejas de todas
as tradições eclesiais, exceto o catolicismo, e busca manter entre as igrejas-
membros um diálogo estável e projetos de cooperação que fortaleçam as
relações fraternais. A ideia de um conselho de Igrejas se manifestava com
frequência desde a Conferência de Edimburgo (1910). Foi proposta pelo
patriarcado de Constantinopla em 1920 como uma liga de igrejas, e pelos bispos
anglicanos na Conferência de Lambeth (1920), além da tentativa dos
movimentos Vida e Ação e Fé e Constituição, em Utrech (1937). Dessa última
tentativa, surgiu o “Comitê dos Quatorze”, que em 1938 reuniu-se novamente em
Utrech e criou um comitê provisório para pensar a criação de um Conselho de
Igrejas. Após duas reuniões desse comitê (Clarens, na Suíça, em 1938 e Saint-
Germain, na França, em 1939), os trabalhos foram dificultados por causa da

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Guerra, até 1948, quando se realizou a assembleia de fundação do Conselho
Mundial de Igrejas, em Amsterdã, com a presença de 147 Igrejas.

https://observatoriodaevangelizacao.wordpress.com/2015/08/18/peregrinacaoec
umenica-do-conselho-mundial-de-igrejas-chega-a-america-latina/

O Conselho Mundial de Igrejas não é uma “super Igreja”, nem a Igreja


universal, nem aUna Sancta. Ele não toma decisões em nome das Igrejas e a
sua teologia não expressa uma concepção particular de igreja confessional,
como também as Igrejas não consideram relativas suas eclesiologias por causa
de sua pertença ao Conselho (Wisser´t Hooft, p.278). Para ser membro do
Conselho é necessário aceitar a base doutrinal aprovada na Assembleia em
Nova Delhi (1961):

(…) o Conselho Mundial de Igrejas é uma associação fraternal de Igrejas


que creem em Nosso Senhor Jesus Cristo como Deus e Salvador segundo as
Escrituras e se esforçam por responder conjuntamente à sua vocação comum
para a glória do único Deus, Pai, Filho e Espírito Santo (Nouvelle-Delhi, 1961,
Rapport de la Troisième Assemblée – Delaxaus et Niestlé, Neuchâtel, 1962, 147-
148).

Assembleias do Conselho Mundial de Igrejas

O Conselho Mundial de Igrejas desenvolve suas atividades por muitas


formas e através de diferentes meios, como o Instituto Ecumênico de Bossey, o

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escritório do Conselho em Nova Iorque, o departamento de comunicações, com
seus boletins, revistas, livros e gravações em diferentes línguas, bem como a
biblioteca que possui em sua sede em Genebra. Mas o trabalho de articulação
maior entre as Igrejas acontece nas Assembleias Gerais, dez já realizadas ao
longo de sua história. A saber:

1) Amsterdã, 1948 – participam 147 Igrejas de 44 países. O tema geral


foi “A desordem do homem e o desígnio de Deus”;
2) Evanston, 1954 – participaram 162 Igrejas, tendo como tema geral
“Cristo, única esperança do mundo”;
3) New Delhi, 1961, com a presença de 198 Igrejas cristãs e o tema geral
“Cristo, luz do mundo”;
4) Upsala, 1968 – o tema foi “Eu torno novas todas as coisas”;
5) Nairóbi, 1975 – contou com 286 Igrejas-membros e refletiu sobre o
tema “Jesus Cristo liberta e une”;
6) Vancouver, 1983 – teve como tema geral “Jesus Cristo, vida do
mundos”;
7) Camberra, 1991 – participaram 317 Igrejas e o tema geral foi “Vem,
Espírito Santo, renova toda a criação”;
8) Harare (Zimbabwe), 1998, com o tema “Buscar a Deus com a alegria
da esperança”;
9) Porto Alegre, 2006, com o tema “Deus, em tua graça transforma o
mundo”;
10) Busan (Coreia do Sul), 2013, com o tema: “Senhor da vida, conduznos
à justiça e à paz”.

As Igrejas e o movimento ecumênico

As diferentes tradições cristãs logo se integraram no movimento


ecumênico, desde suas origens. Nas associações e no movimento missionário,
havia representantes de praticamente todas as Igrejas do protestantismo, do
anglicanismo e das tradições ortodoxas. Os cristãos protestantes são pioneiros

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das iniciativas ecumênicas. Dentre eles destacam-se o metodista John Mott
(1865-1955), o luterano Nathan Soderblon (1866-1931), o reformado holandês
Willem Adolf Visser’t Hooft (1901-1985), os metodistas Philip Potter (1921) e
Emílio Castro (1927-2013). Esses, entre muitos outros, contribuíram
significativamente para que as Igrejas luteranas, reformadas e metodistas
aderissem ao movimento ecumênico desde suas origens.

https://amp746.wordpress.com/2010/05/26/o-que-diz-a-igreja-anglicana-sobre-a-lei-de-deus-eo-
sabado/

Os anglicanos foram impulsionados ao diálogo ecumênico pelo


Movimento de Oxford (1833-1845), que buscava recuperar as tradições
primitivas do cristianismo, que muito favoreceu para o diálogo com a Igreja
católica, sobretudo pelos esforços de Henry Newmann (1801-1890). Esse
diálogo foi fortalecido pelas Conversações de Malinas (1921- 1926), junto com o
padre Portal e o cardeal Mercier. A Conferência de Lambeth, em 1920,
apresentou quatro elementos fundamentais para a reconstituição da unidade da
Igreja: as Escrituras, o Símbolo de Niceia e dos Apóstolos, os sacramentos e os
ministérios. Com relação aos ortodoxos, ainda em 1902, o patriarca Joaquim III

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de Constantinopla publicou uma encíclica que muito incentiva o ecumenismo.
Em 1920, os doze metropolitas do Sínodo de Constantinopla também publicaram
uma carta encíclica propondo a criação de uma liga das igrejas e apresentando
elementos pastorais para isso.

A Igreja católica teve duas posições frente ao movimento ecumênico:


a) resistência ao diálogo – reiteradas vezes as autoridades católicas recusaram
o convite para participarem das iniciativas ecumênicas. Entre outras: em 1910,
pela ocasião da Conferência de Edimburgo; em 1925, na criação do Movimento
Vida e Ação; em 1927, na criação do Movimento Fé e Constituição; em 1948, na
assembleia de fundação do Conselho Mundial de Igrejas. A primeira vez que a
Igreja romana enviou delegados oficiais em um encontro ecumênico foi em 1961,
na assembleia do Conselho Mundial de Igrejas, em Nova Delhi.
b)integração na caminhada ecumênica: a abertura para o ecumenismo na Igreja
católica surge apenas em meados do século XX, com a instrução do
Santo Ofício Ecclesia Catholica(conhecida como De motione oecumenica), de 20
de dezembro de 1949, reconhecendo a importância do movimento ecumênico e
apresentando os critérios para os católicos dele participarem. Trata-se do
primeiro pronunciamento oficial da Igreja Católica Romana que valoriza o
movimento ecumênico, entendendo-o como uma “inspiração da graça do Espírito
Santo”.

O caminho da Igreja católica para o ecumenismo foi aberto em cinco


direções:

1) na teologia – as primeiras intuições ecumênicas no meio católico


são encontradas em teólogos do século XIX, sobretudo Johann Adam Möhler
(1796-1838) e John Henry Newmann (1801-1890), que propunham uma
concepção de unidade eclesial que supera a perspectiva institucionalista,
juridicista e visibilista, própria da eclesiologia da “sociedade perfeita” de então.
Mas os esforços mais consequentes surgem mesmo no século XX, tendo como
marco a obra de Y. M. J. Congar, Chrétiens Désunis. Principes d´un
oecuménismecatholique (1937). Na mesma direção estão K. Rahner, H. Urs Von
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Balthasar e J. Danielou, apenas para citar os que mais influência tiveram no
Concílio Vaticano II.

2) na espiritualidade – o Papa Leão XIII, no seu Breve Providae Matris


(1865), recomendou uma Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos na
primeira semana de Pentecostes. Em 1867, escreve, na Carta Encíclica Divinum
illud múnus, sobre o valor da oração em que se pede que o bem da unidade dos
cristãos possa amadurecer. A Semana de Oração ganha força originalmente no
meio protestante e anglicano, a partir de 1908. Quando a Society of the
Atonement se tornou corporativamente membro da Igreja católica, o Papa Pio X
concedeu, em 1909, a sua bênção oficial à Semana de Oração pela Unidade dos
Cristãos no mês de janeiro. Mas foi Bento XV que a introduziu de maneira
definitiva na Igreja católica. Em 1937, o padre Paul Couturier (1881-1953), junto
com Paul Wattson (1863-1940), fortaleceram ainda mais a Semana de Oração
pela Unidade, integrando decididamente as comunidades católicas. É
significativo o fato de o papa João XXIII ter anunciado a realização do Concílio
Vaticano II no dia 25 de janeiro de 1959, encerramento da Semana de Oração
pela Unidade dos Cristãos.

3) na criação de organismos ecumênicos – o monge beneditino


Lambert
Beauduin (1873-1960) fundou, em 1925, os “monges da união”, na Bélgica, e,
em 1939, a revistaIrenikon, ainda hoje uma das principais nos meios
ecumênicos. Uma série de outros organismos ecumênicos vão surgindo pela
iniciativa de católicos romanos, como o CentroIstina (Paris), o movimento Una
Sancta (Alemanha), o Centro Pro Unione (Roma).

4) na busca do diálogo estável – entre os anos 1921 e 1925, um grupo


de teólogos anglicanos e católicos romanos desenvolveram conversações
doutrinais (Malines) de fundamental importância para a unidade das duas
Igrejas.

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5) na ação social – cristãos de diferentes igrejas solidarizaram-se nos
esforços pela promoção humana, sobretudo durante os dois grandes conflitos
mundiais.

http://www.encantosdaitalia.com/single-post/2015/04/04/ROMA-2-VATICANO-CASTELO-DE-
SANTANGELO

O ecumenismo no Concílio Vaticano II

O Concílio Vaticano II (1962-1965) teve como um dos seus principais


objetivos promover a unidade dos cristãos (Unitatis redintegratio, n.1). Na
intenção do papa João XXIII, o ecumenismo não era um tema de segunda
importância, mas um dos elementos que configuram a Igreja conciliar, em seu
ser e em seu agir. E para se fortalecer como um objetivo do Vaticano II, o
ecumenismo perpassa a teologia, a espiritualidade, a eclesiologia, a missiologia
do concílio. Tornou-se uma perspectiva da discussão dos padres conciliares em
praticamente todos os 16 documentos conclusivos do concílio, tendo como
passagens mais significativas: LG 8.13.15; CD 16; OT 16; DV 22; AA 27; GS 92;
PO 9; AG 6.15.29.36.39.

O Vaticano II foi um fato ecumênico. Mostram isso o seu objetivo, a


explicitação da dimensão ecumênica das diferentes temáticas do concílio, a
presença dos observadores cristãos não católicos romanos na Assembleia dos
padres conciliares. A publicação do Decreto sobre o Ecumenismo, Unitatis

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Redintegratio, em 21 de novembro de 1964, foi a expressão maior da convicção
ecumênica da Igreja conciliar.

O Decreto entende que a divisão dos cristãos “contradiz abertamente a


vontade de Cristo”, é “escândalo” e prejudica a pregação do Evangelho (UR n.1).
Para mudar essa realidade surge o movimento ecumênico, por moção do Espírito
Santo, como uma “divina vocação” e “graça” a todos os cristãos. Dentre os
princípios que orientam a ação ecumênica, o concílio destaca: o entendimento
que a Igreja de Cristo é una e única, pois sendo Cristo um só, uma só é a
comunidade que Ele quer para todos seus discípulos (Jo 17,21); a unidade cristã
é significada e realizada na Eucaristia; tem como princípio o Espírito Santo e
como modelo a Trindade; é vivida em uma só fé, num mesmo culto e na fraterna
concórdia; e se organiza na história em fidelidade aos Doze, tendo Pedro à sua
frente (UR n.2). É reconhecida a eclesialidade das Igrejas oriundas das reformas
dos séculos XVI-XVIII, conferida pelos elementos ou bens da Igreja de Cristo
nelas presente, como a Palavra de Deus, a vida da graça, a fé, a esperança e a
caridade (UR n.3; LG n.15). Por esses elementos, “o Espírito de Cristo não
recusa a servir-se delas como meios de salvação” (UR n.3).

Decreto Unitatis redintegratio - O Decreto sobre o De oecumenismo foi


tratado nos três períodos do concílio. Isso serviu como atualização ecumênica
aos padres conciliares, o que possibilitou o documento final, em três capítulos:
princípios do ecumenismo (cap. I), a prática do ecumenismo (cap. II) e a relação
com as tradições eclesiais do Oriente e do Ocidente, considerando as
especificidades de cada uma (cap. III).

Nas orientações práticas para a ação ecumênica, o Decreto destaca: os


esforços por eliminar palavras, juízos e ações que separam os cristãos (UR n.4).
E enfatiza: o ecumenismo deve interessar a todos, fiéis e pastores (UR n.5); ele
possibilita a renovação da Igreja e a fidelidade à sua própria vocação (UR n.6);
exige a conversão do coração e da mente, a humildade e a generosidade para
com os outros (UR n.7); se fortalece na oração comum,

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“alma de todo o movimento ecumênico” (UR n.8); é fundamental o conhecimento
mútuo, pelo estudo das doutrinas, espiritualidades e costumes das tradições
eclesiais (UR n.9), bem como a formação ecumênica (UR n.10); propõe um
método na exposição da doutrina que considere a hierarquia das verdades (UR
n.11); incentiva a cooperação das Igrejas na ação social (UR n.12).

Diretório ecumênico - A partir das orientações ecumênicas do Concílio


Vaticano II, o então Secretariado para a Unidade dos Cristãos emanou normas
e critérios para a atuação ecumênica dos cristãos católicos. O principal
documento é o Diretório para a aplicação dos princípios e normas sobre o
ecumenismo, publicado em etapas: em 1967, tratando das comissões
ecumênicas diocesanas e nacionais, o mútuo reconhecimento do batismo, e a
comunhão nas coisas espirituais; em 1970, apresentando os princípios e a
prática ecumênica na formação em colégios, universidades e seminários; e em
1993, atualizando as mudanças ocorridas no Código de Direito Canônico (1983).

O Diretório ecumênico visa “fornecer normas gerais universalmente


aplicáveis para orientar a participação católica na atividade ecumênica” (n.7). É
composto por cinco capítulos: as razões da busca da unidade dos cristãos; a
organização do serviço da unidade no interior da Igreja romana; a formação para
o ecumenismo; a comunhão de vida e de atividade espiritual entre os batizados;
e a cooperação ecumênica, o diálogo e o testemunho comum.
Esses temas são apresentados à luz do Concílio, buscando “reforçar as
estruturas que foram já preparadas para manter e orientar a atividade ecumênica
a todos os níveis da Igreja” (n.6).

As estruturas ecumênicas

A realização do ideal da unidade exige condições estruturais que


possibilitem sua concretude, destacando-se:

Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos - No


dia 5 de junho de 1960, o papa João XXIII instituiu o Secretariado para a Unidade

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dos Cristãos para ajudar a Igreja católica a melhor integrar-se no movimento
ecumênico, contribuindo para que todos os cristãos encontrem “mais facilmente
a estrada para alcançar aquela unidade pela qual Cristo rezou”. A atuação do
Secretariado foi fundamental para colocar o ecumenismo em foco no Concílio.
Ele foi responsável pelas conversações com as Igrejas para que enviassem seus
representantes no Concílio e para que enviassem também suas observações
sobre os temas a serem estudados. A ele coube a responsabilidade dos
documentos promulgados pelo Concílio sobre ecumenismo, liberdade religiosa
(Dignitatis Humanae), relações da Igreja com as religiões (Nostra Aetate) e divina
revelação (Dei Verbum), este último preparado conjuntamente com a comissão
teológica. O Secretariado foi também responsável pelas relações religiosas da
Santa Sé com os hebreus, criando o comitê internacional de relações entre
católicos e hebreus. Após o Concílio, em 3 de janeiro de 1966, o papa Paulo VI
confirmou o Secretariado como instituição permanente da Cúria Romana,
especificando sua estrutura e competências. Esse organismo continua como o
responsável, no âmbito universal, pela orientação ecumênica dos cristãos
católicos e a articulação do diálogo da Igreja católica com as outras Igrejas e
organizações ecumênicas.

Em 1989, o papa João Paulo II reestruturou o Secretariado dando-lhe o nome de


Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos.

As comissões de diálogo bilateral e multilateral - A partir das relações


oficiais estabelecidas com as Igrejas, formaram-se comissões (bilaterais e
multilaterais) de diálogo com organismos representantes das mais diferentes
tradições eclesiais. Em nossos dias, consolidou-se, no nível nacional e
internacional, uma vasta rede de diálogos bilaterais e multilaterais, envolvendo
quase todas as Igrejas. Esses diálogos são oficiais, porque autorizados pelas
respectivas autoridades eclesiásticas, que nomeiam delegados para tratarem de
questões doutrinais, buscando superar as divergências na compreensão e
vivência da fé no Evangelho e na Igreja. Atualmente, a Igreja católica participa
de 70 dos 120 Conselhos de Igrejas existentes no mundo; em 14 Conselhos

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Nacionais e em 3 dos 7 Conselhos Regionais. Além disso, ela compõe 16
comissões de diálogo bilateral tratando das mais variadas questões, como
autoridade na Igreja, Eucaristia, ministérios, eclesiologia, etc.[2]

As comissões nacionais e diocesanas para o ecumenismo - Para que


as orientações ecumênicas do Vaticano II cheguem às igrejas diocesanas e às
comunidades paroquiais, o Concílio Vaticano II confiou o trabalho ecumênico
especialmente “aos Bispos de todo o mundo, para que o promovam e orientem
com discernimento”. Esta diretiva, muitas vezes aplicada individualmente por
Bispos, por Sínodos das Igrejas Orientais Católicas ou por Conferências
Episcopais, foi incluída nos Códigos de Direito Canônico (can.755). Mais, orienta-
se que em cada conferência episcopal exista alguma organização, comissão ou
setor, que motive a recepção e vivência das orientações ecumênicas do Concílio.
A eles cabe incentivar para que também nas dioceses exista alguma estrutura
que motive a ação ecumênica da igreja local, função desenvolvida pelo delegado
e uma comissão diocesana para o ecumenismo (Diretório, n. 44).

http://wcc2006.info/po/noticias-imprensa/artigos/portuguesefeatures/browse/2/article/469/congresso-
teologico-inte-1.html

Ecumenismo na América Latina

O ponto de partida do movimento ecumênico na América Latina pode ser


encontrado no descontentamento dos missionários latino-americanos sobre a
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forma como a Conferência Missionária, realizada em Edimburgo (1910),
desconsiderou a América Latina de suas preocupações. Esses realizaram uma
reunião em Nova Iorque (1913) onde criaram um Comitê de Cooperação para a
América Latina. O Comitê realizou o Congresso da Ação Cristã na América
Latina, no Panamá (1916) – primeiro evento ecumênico latino-americano – com
o objetivo de compreender os desafios para a missão no continente e estabelecer
pistas de cooperação intereclesial. Outros congressos semelhantes foram
realizados, como Montevidéu (1925) e La Habana (1929), até se chegar a
realização de várias Conferências Evangélicas Latino-Americanas – CELA
(Argentina, 1949; Peru, 1961; Buenos Aires, 1969, entre outras). Essas
conferências deixaram clara a necessidade de se dar uma expressão orgânica
aos anseios de um maior intercâmbio, cooperação e coordenação das relações
intereclesiais, o que deu origem à Unidade Evangélica Latino-Americana –
UNELAM (Campinas, 1969). Essas iniciativas possibilitaram desenvolvimento da
consciência ecumênica numa significativa parte do mundo evangélico
latinoamericano, e logo sentiu-se a necessidade de um novo organismo que
possibilitasse a afirmação do projeto ecumênico na região, frente aos novos
desafios que emergiam, tanto do interior das Igrejas quanto da realidade social
a partir dos anos 70 do século XX. Surgiu, assim, o Conselho Latino-Americano
de Igrejas – CLAI (Peru, 1982), principal organismo ecumênico no âmbito
evangélico no continente na atualidade, constituído por cerca de 150 Igrejas
batistas, congregacionais, episcopais, evangélicas unidas, luteranas, morávias,
menonitas, metodistas, nazarenas, ortodoxas, pentecostais, presbiterais,
reformadas, valdenses, assim como organismos cristãos especializados em
áreas de pastoral da juventude, educação teológica, educação cristã, em 21
países da América Latina e do Caribe.

O CLAI tem como objetivos principais: promover a unidade entre as


Igrejas; apoiar a tarefa evangelizadora de seus membros; promover a reflexão e
o diálogo sobre a missão e o testemunho cristão no continente. Assim, o CLAI
se propõe como espaço de encontro, formação, diálogo, cooperação, incidência
pública e articulação, em relação a processos, dentro do universo ecumênico,
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inter-religioso e em relação à sociedade civil e aos organismos multilaterais. Está
estruturado em cinco Secretarias Regionais: México e Mesoamérica (Manágua,
Nicarágua), Caribe e Grã-Colômbia (Barranquillla, Colômbia); Andina (Santiago,
Chile); Rio da Prata (Buenos Aires, Argentina) e Brasil (Londrina).

Naturalmente, não são apenas as Igrejas evangélicas que realizam o


ecumenismo na América Latina. As Igrejas anglicanas, ortodoxas e católica
romana também têm suas organizações ecumênicas e também integram
organismos ecumênicos com a presença de Igrejas evangélicas em cada nação,
a exemplo do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC (1982).
Situam-se aqui, por exemplo, o setor de ecumenismo nas conferências
episcopais da Igreja católica em cada país e o Departamento de Comunhão
Eclesial e Diálogo, do Conselho Episcopal Latino-Americano – CELAM (1955),
que tem a responsabilidade de promover o ecumenismo nos meios católicos em
todo o continente.

Frutos do ecumenismo - Em seus 100 anos de existência, o movimento


ecumênico produziu significativos frutos nos esforços de aproximação e unidade
das Igrejas, nos campos da doutrina, da pastoral, da espiritualidade e da
cooperação na ação social. Os cristãos separados não mais se consideram
estranhos, concorrentes ou inimigos, mas irmãos e irmãs, linguagem
desconhecida até bem pouco tempo. Em sua encíclica sobre o ecumenismo, Ut
Unum Sint(1995), o papa João Paulo II afirma que é a “primeira vez na história
que a ação em prol da unidade dos cristãos assumiu proporções tão amplas e
se estendeu a um âmbito tão vasto” (UUS n.41). O mesmo papa reconhece como
frutos do diálogo: a fraternidade reencontrada pelo reconhecimento do único
Batismo e pela exigência que Deus seja glorificado na sua obra; a solidariedade
no serviço à humanidade; convergências na palavra de Deus e no culto divino; o
apreço mútuo dos bens nas diferentes tradições eclesiais; o reconhecimento de
que “aquilo que une é mais forte do que o que divide” (UUS n.20.41-49).

Esses frutos permitem elencar cinco aspectos de crescimento nas


relações ecumênicas:
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a) nas relações dos dirigentes das Igrejas, existe a localização de pontos
de encontro e mútua procura de avizinhamento e diálogo;
b) no nível teológico-doutrinal, chegou-se a importantes convergências e
consensos sobre vários elementos da fé cristã e eclesial;
c) nas comunidades dos fiéis, cresce o convívio entre cristãos de
diferentes confissões, vencendo-se preconceitos e hostilidades;
d) no campo pastoral, a cooperação ecumênica é realidade em muitos
ambientes;
e) cresce a sensibilidade ecumênica na espiritualidade.

Da perspectiva polémica-apologética à atitude ecuménica

Uma compreensão mais profunda e ampla dos pressupostos


hermenêuticos e de metodologia de uma teologia ecuménica exige que se
recorde, ainda que muito sumariamente, nas suas expressões típicas
fundamentais a história da relação entre as confissões cristãs antes do Concílio
Vaticano II.

Só à luz da memória das principais formas históricas de relacionamento


interconfessional após as rupturas, em particular na sequência da reforma
protestante, é possível compreender em todo o seu alcance o que significa a
atitude ecuménica pós-conciliar no seio da Igreja católica romana. Aliás, ao falar-
se aqui de formas históricas, não se está simplesmente a referir estádios
sequenciais em termos de evolução no tempo (ainda que aqui se trate,
fundamentalmente, de uma descrição diacrónica), mas assinalam-se, antes,
modos de encontro e de discussão confessional que têm significado também
para hoje: nuns casos e face a sempre possíveis retrocessos, como lembrança
e indicativo de caminhos que não se devem seguir; noutros casos, como
elementos que, de um modo ou de outro, integram os esforços multifacetados de
uma teologia ecuménica.

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A primeira expressão que emergiu naturalmente na sequência das
rupturas confessionais e que existiu, acompanhando praticamente desde Trento
- no que ao Ocidente se refere - o relacionamento católico-protestante, foi a
mentalidade e a atitude de polémica, que conheceu um certo apogeu, em termos
teológico-sistemáticos e na sua vertente específicamente apologética, nos fins
do século XIX e princípios do século XX.

Como modo de considerar o relacionamento entre as confissões a


polémica caracterizava-se (caracteriza-se) pela convicção de que se estava na
posse exclusiva da verdade, pela demonstração de que o adversário estava no
erro, era um hereje e punha assim em risco a sua salvação, pelo que era
fundamental libertá-lo da fé errada que vivia e reconduzi-lo à verdadeira Igreja.
Como método de discussão confessional, a polémica tendia a partir
exclusivamente do quadro de pensamento da própria Igreja e a singularizar,
isolando-as do seu contexto, as questões de divergência.

Embora, em última instância, se tivesse em vista alguma compreensão do


adversário e uma eventual possibilidade de um futuro entendimento com ele,
naturalmente que tanto o ponto de partida como a metodologia seguida não
permitiam atingir esse objetivo.

A atitude irénica - Uma maneira de pensar e agir completamente


diferente no modo de olhar para as questões da divisão cristã concretizou-se
(concretiza-se) na “atitude irénica” e nas assim designadas “teologias da união”,
que aqui e acolá surgiram no contexto europeu sobretudo no século XVII, após
a Paz de Vestefália (1648). Foi levada à prática por teólogos que se esforçavam
pela reconciliação e pela paz entre as Igrejas e, assim, propunham - apelando,
sobretudo, ao regresso às fontes da Escritura e da Tradição normativa dos
primeiros séculos, mas também acentuando como prioritários os valores da
vivência individual da fé e do compromisso prático do amor cristão - programas
concretos de reunião entre cristãos.

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O seu objetivo era superar a divisão das Igrejas, relativizando as
realidades confessionais existentes ou passando mesmo por cima delas.
Buscavam o fundamento da união entre os cristãos à margem das pretensões
confessionais de posse exclusiva da verdade e apontavam, assim, para a busca
de realização de uma “Igreja universal” (a unidade da Igreja desejada) para além
dessas realidades confessionais. Alguns círculos humanistas no tempo da
Reforma, direta ou indiretamente influenciados por Erasmo de Roterdão, o
teólogo luterano Georg Calixt (1586-1656), os espiritualistas místicos, ou seja,
teólogos que espiritualizaram radicalmente o conceito de Igreja e acreditavam,
assim, criar espaço para todas as confissões e estabelecer a unidade, N. L. von
Zinsendorf (1700-1760), com a sua acentuação da adesão dos corações crentes,
são alguns dos exemplos desta atitude irénica em termos históricos. É óbvio que,
apesar da intenção positiva e de algumas intuições que se têm de valorizar
ecumenicamente, havia (há) uma desvalorização das realidades confessionais
existentes que, realisticamente, não podia ter futuro.

Simbólica - Precisamente a consciência de que não se podia ignorar


essas realidades confessionais conduziu a um terceiro modo de abordagem da
relação interconfessional – a Simbólica, característica do século XIX. Nela
procura-se analisar e valorizar teologicamente os símbolos, as confissões de fé
fixadas oficialmente na história do Cristianismo e, assim, sobretudo os
documentos doutrinais que se originaram dentro das diversas confissões cristãs
desde o século XVI como expressões das diferenças de fé e de doutrina
existentes entre cristãos. A Simbólica pretende, pois, a captação, apresentação
e comparação da doutrina das diversas Igrejas para ter uma imagem e um
conceito exactos delas.

Essa concentração nos aspectos doutrinais das diversas Igrejas originou


estudos de um modo puramente comparativo (comparação entre doutrinas) ou,
como foi o caso de Johan Adam Möhler3, concretizou-se numa perspectiva mais
normativa: a partir do campo da própria Igreja católica romana tenta-se formular
critérios para um juízo sobre a doutrina das outras Igrejas. No centro deste tipo

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de reflexão teológica está, em concreto, a tentativa de mostrar a dependência
orgânica das diferenças doutrinais especí- ficas, pondo-se em relevo aquilo que
constitui a ideia fundamental do “Catolicismo” e do “Protestantismo”, para que
seja possível, a partir daí, encontrar caminhos de entendimento mútuo e chegar
à reunião na mesma fé. Há, assim, nesta Simbólica normativa de raiz católica
um objectivo último de unidade cristã, ou seja, a esperança de uma fusão das
diversas confissões na Igreja católica romana como única verdadeira Igreja de
Cristo, síntese desde sempre existente de todas as oposições e antagonismos.
Mas considera-se que isso só pode acontecer através da nítida apresentação e
clarificação dos antagonismos que persistem, vistos como uma compreensão
diferente de algo fundamental comum.

Como se percebe e apesar de alguma validade indiscutível deste modo


de proceder, uma metodologia que procura estruturalmente salientar as
diferenças é, em última instância, um caminho frágil e contraditório numa busca
autêntica e profunda da unidade, busca essa que reconhece e valoriza, mas
pretende ao mesmo tempo superar e integrar as diferenças existentes. Por outro
lado e sobretudo, a análise das confissões de fé (símbolos) não chega para uma
compreensão completa de uma comunidade eclesial, com a sua história e as
diversas dimensões de vida que a constituem.

Confessionologia - Confessionologia surgiu assim com naturalidade a


Confessionologia, que procura uma descrição o mais possível completa da
realidade das outras Igrejas. Não basta conhecer as doutrinas, mas é necessário
incluir nesse estudo a sua origem histórica e a evolução havida, o culto, a
organização eclesial, a espiritualidade, os costumes, etc. Procurando investigar
o âmbito global da vida de uma Igreja, tenta analisar os elementos que
justificaram o seu aparecimento, o modo como se desenvolveu na história e as
expressões de identidade específica que revela no presente. Tal como a
Simbólica, também a Confessionologia se concretizou, conforme os autores,
numa via puramente histórico-descritiva e numa orientação mais
dogmáticonormativa (procurando-se, neste último caso, não apenas a descrição,

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mas também a avaliação da realidade confessional em estudo). Na riqueza dos
elementos que traz para o indispensável conhecimento da vida das confissões
cristãs existentes, a Confessionologia faz parte de uma teologia ecuménica:
oferece uma compreensão histórica da diferenciação da cristandade tal como
existe no presente; ajuda a descobrir e a aprofundar os elementos da identidade
de cada realidade confessional; põe em relevo riquezas e limites que cada
confissão traz consigo.

Teologia da Controvérsia - A progressiva tomada de consciência da


realidade específica de cada confissão cristã e das questões de divergência
confessional, estimulada pelos impulsos do Movimento Ecuménico, conduziram
à chamada “teologia da controvérsia”, entendendo-se por tal o objetivo
programático que determinou o encontro entre católicos e protestantes sobretudo
desde os anos 30 até ao Vaticano II. Teologia da controvérsia pergunta pela
divergência teológica concreta e sua razão de ser, tomando a sério os problemas
existentes na separação que aconteceu e que ainda se mantém. Não se trata de
uma atitude polémica, como o nome poderia sugerir, mas é uma procura
verdadeira e honesta de compreensão das razões doutrinais de separação e da
sua discussão teológica em ordem a um possível reencontro.

A “teologia da controvérsia” estimulou o debate teológico e foi um


enriquecimento para a teologia católica, pela maior atenção que obrigou a dar à
Escritura, pela exigência que trouxe de se olhar para a totalidade da Tradição,
pela necessidade que mostrou de se atender mais conscientemente à
complexidade do caminhar da Igreja na história. Nesse sentido seria uma
afirmação demasiado simples dizer-se que a “teologia da controvérsia” acabou,
para ser substituída pelo diálogo ecuménico. Mas, de facto, tendo como
perspectiva dominante a pergunta por “aquilo que nos separa”, não tem aquele
horizonte amplo indispensável para ser uma hermenêutica e uma metodologia
adequadas no sentido de impulsionar decisivamente os caminhos em ordem à
unidade da Igreja. Feita com um carácter dialogal, o objectivo de uma “teologia
da controvérsia” continua a ter, no entanto, o seu lugar numa teologia ecuménica.

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OS DESAFIOS DO ECUMENISMO NA REALIDADE

Mas permanecem sérios desafios a serem superados na caminhada


ecumênica. Verifica-se em nossos dias pouca disponibilidade ao diálogo em
muitas instâncias das Igrejas, mesmo nas que propõem o ecumenismo em seus
documentos normativos. A tendência é o recentramento identitário das Igrejas
provocado, por um lado, pelo contexto plural que exige uma redefinição do seu
ser e agir; por outro lado, por tensões internas que tendem a fragilizar as
convicções ecumênicas. Aumenta a tensão entre o espírito de abertura e diálogo
e a necessidade de salvaguardar a própria identidade. Em função disso, em
alguns ambientes os fiéis sentem-se obrigados a caminhar de um jeito próprio,
no ecumenismo popular, por vezes distanciando-se das orientações oficiais. E
as estruturas eclesiais tendem a voltar-se para si mesmas, sentindo-se
ameaçadas pelo dinamismo das iniciativas ecumênicas populares. A
consequência é que as convicções ecumênicas apresentadas nos documentos
e nos pronunciamentos oficiais das Igrejas não se articulam com a vida concreta
das comunidades dos fiéis.

Assim, há um desencontro entre ecumenismo e Igreja, como se fossem


realidades separadas ou que se tocam apenas superficialmente. Isso manifesta-
se por uma setorização do compromisso ecumênico, quase exclusivo aos
ambientes oficialmente vinculados às relações intereclesiais e não na
comunidade eclesial como um todo; na carência de estruturas, de pessoas e de
recursos destinados ao trabalho ecumênico; na pouca formação teológica e
pastoral que priorize o diálogo como o jeito de ser e de agir da Igreja. Acresce-
se a esses desafios a realidade social de divisão e a pluralidade do campo
religioso; a intensa prática do proselitismo, o fundamentalismo e o
conservadorismo; a perda de sentido da pertença eclesial; a privatização da
prática de fé dos cristãos; o trânsito dos cristãos de uma confissão para outra em
busca de uma experiência religiosa satisfatória; o hibridismo dos símbolos
religiosos.

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Enfim, o status quaestionis da divisão dos cristãos se configura atualmente
em 6 principais horizontes:

1) Teologia – as Igrejas estão divididas na interpretação dos


elementos que constituem a natureza e o conteúdo da fé cristã, como a doutrina
da graça os sacramentos, a natureza da Igreja e os ministérios, entre outros;

2) Estruturas eclesiais – as Igrejas divergem tanto sobre os elementos


estruturais da Igreja, quanto sobre a compreensão teológica que se tem deles;

3) Espiritualidade – a compreensão da fé e a vida eclesial são


alimentadas por espiritualidades diferentes no interior de cada tradição eclesial.
Esse fato – que poderia ser apenas manifestação da diversidade da atuação do
Espírito – num contexto de divisão manifesta tensões e o distanciamento de uma
tradição eclesial em relação às outras;

4) Pastoral – as divergências nos tópicos anteriores leva as Igrejas a


se dividirem quanto ao conteúdo e ao método da evangelização;

5) Ética – existem também divisões no horizonte da ética e dos


costumes, na sua origem, expressão e fundamentação teológica;

6) Questões sociopolíticas – não há consenso entre as Igrejas na


compreensão da sociedade e no modo de situar-se nos conflitos que nela
ocorrem.

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