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Robert Alexandre Gonzaga Padilha

Prof.ª Dr.ª Dilza Pôrto Gonçalves

História-UFMS

Disciplina: História Cultural

Estudo sobre as representações de cavalheiros no universo de westeros

Resumo

Nesse trabalho e estabelecido, primeiro com a concepção de cultura de Chartier, e as

representações coletivas do autor. Segundo delimitaremos os conceitos de cavaleiro na idade

média, se utilizando dos textos de Le Goff, Jean Flori e George Duby. Terceiro será uma análise

entre os conceitos dos historiadores medievalistas, e as concepções apresentadas no universo

de George R.R Martin. Posteriormente contextualizaremos as ideais cavalheirescas da idade

média, e os ideias de um cavalheiro em westeros. O intuído desse trabalho e apresentar e

diferenciar, as ideias que se tem sobre um terminado grupo social medieval (Cavaleiros), se

utilizando de um universo tão rico e famoso, como o construído por George R.R Martin, e

adaptado pelo HBO para televisão como Game Of Thrones.

Palavras-chaves: Cavalheiro. Ideal. Representação. Game Of Thrones.


Introdução

Na era contemporânea, com ascensão de diversas redes de streaming, e a facilitação do

acesso a filme e séries, as mesmas acabaram se tornando fenômenos de mídia e público. Sendo

a idade média, um grande lar das fantasias e desejos, muito usava como plano de fundo a

histórias fantásticas. Sobre esse uso Marcelo Cândido da Silva referência que “A idade Média,

ao longo do século XX, deixou de ser apenas uma ferramenta de historiadores. Literatos,

filósofos e antropólogos para se tornar um objeto de curiosidade, de interesse e de exploração

em filmes, festivais, ou seja, por parte da chamada “cultura popular”. (SILVA, 2019, P.137).

Toda cultura popular e ainda mais elevada com o sucesso da série Game Of Thnores, produzida

e por David Benioff e D. B. Weiss, baseada na série de livros A Song of Ice and Fire(As

crônicas de gelo e fogo) de George R. R. Martin. Para Silva “Game of Thrones foi adaptado

com enorme sucesso para televisão. Embora não seja um romance histórico, ou claramente

ambientado na Idade Média(...) a inspiração do cenário dos costumes e dos personagens e

evidente.” (SILVA, 2019, P.138). Sob essas diretrizes do universo fantasioso de Martin, criado

com nítida inspiração medieval, conceituaremos as percepções de alguns historiadores acerca

da origem do termo “Cavalheiro”, assim como a sua cerimônia de realização e também sua

ideia de comportamentos e compromissos. Também relacionando essas conceções descritas em

historiografias, com as representações disso em Game of Thrones, ou nas outras obras que

envolvem o mesmo universo de Martin. Para análise de comparação, recorrei as perspetivas do

historiador culturalista, Chartier, assim como a sua definição de cultura e representação

coletiva, ao qual o mesmo discorre como:

“Levantar os falsos debates em torno da divisão, dada como


universal, entre as objetividades das estruturas(...) a subjetividade das
representações(...) trabalhando em grande escala sobre as posições e as
relações dos diferentes grupos, muitas vezes identificadas a classes, os
segundos privilegiando o estudo dos valores e dos comportamentos de
comunidade mais restritas, muitas vezes tidos como homogêneos.
(CHARTIER, 1990. P.183).

Surgimento da Cavalaria.

Ao tentarmos esclarecer o surgimento da cavalaria, é bastante difícil distinguir a parte

do mito e a da realidade (LeGoff.2012). E difícil para se estabelecer um fato criador do grupo

social, para Silva ela nasce em meio a fragmentação do poder público. Já para Jean Flori ela

“nasce em um contexto histórico político-social(...) de fato, possui elos estreitos com a

vassalagem que se instaura(...), mas também com o declínio da autoridade dos reis, depois dos

condes(...) maioria desses elementos quase não aparece antes dos anos 1000. Não e, portanto,

sábio falar de cavalaria antes dessa data.” (FLORI.2005. P.12). São esses elementos que fazem

com que a representação da cavalheira seja coletiva. Nessa linha Chartier acrescenta que

“A construção das identidades sociais como resultando sempre de

uma relação de força entre as representações impostas pelos que detêm o

poder de classificar e de nomear e a definição, de aceitação ou de resistência,

que cada comunidade produz de si mesma(...) pois centra a atenção sobre as

estratégias simbólicas que determinam posições e relações e que constroem,

para cada classe, grupo ou meio, um ser-percebido constitutivo de sua

identidade. (CHARTIER, 1990. P.183-184).

Para conceituamos então a cavalaria como uma identidade social coletiva, devemos
apresentar os fatos que levaram a formação desse grupo. Na visão de Flori esses fatos são:

“Resultante da fusão lenta e progressiva, na sociedade aristocrática


e guerreira que se implanta entre o fim do século XX e o fim do século XI, de
muitos elementos de ordem política, militar, cultural, religiosa, ética e
ideológica. Esses elementos fornecem, pouco a pouco, à entidade
essencialmente guerreira na origem, os traços característicos do que ela se
torna aos olhos de todos no decorrer do século XII: a Cavalaria, a nobre
corporação de guerreiros de elite, a ponto de se transformar em corporação de
nobres cavalheiros, com uma ética que lhes é própria e, antes de se tornar um
instituição moral, uma ideologia e até um mito” (FLORI. 2005. P.15).

Essa nova corporação de guerreiros se vê à mercê de conceber um ato de cerimônia,


para adesão de novos cavalheiros a ordem. “à cerimônia que marcava o ingresso oficial na
Cavalaria(...)O jovem cavaleiro se comprometia a defender o povo e a manter a paz(...)
Cavalaria tornou-se (...) um círculo restrito, que defendia e preservava os mais puros valores
da aristocracia religiosa e mundanos.” (SILVA, 2019, P.68). Na visão do autor a função de
cavaleiro fosse transmitida de pai para filho. De maneira a cavalaria tornou-se praticamente o
único meio de acesso a aristocracia. Sendo assim ela poderia ser vista como única forma de
ascensão social, aonde ali na ordem o plebeu poderia almejar uma terra ou um título, se
conquista-se honrar e glorias na ordem cavalheira. Convergindo com os pontos de Silva, Flori
descreve a ordem “como um tipo de entidade socioprofissional guerreira e honrosa, de caráter
institucional, que tem seus ritos, seus costumes, sua moral própria, investida de uma função e
até de uma missão” (FLORI. 2005. P.52).

Função da Cavalaria

Trazer rumos e definições de serviços claros da cavalaria, e uma função complexa,


sabendo que se poderia variar muito conforme o seu senhor, ao qual Flori apresenta que são
“esquadrões de guerreiros a cavalo que escoltam os senhores em suas operações militares
contra o inimigo vizinho, ou por ocasião do recolhimento de taxas e exações que eles exigiam
da população que eles protegem, comandam administram e exploram”. (FLORI. 2005. P.55).
Dentre esses inimigos vizinhos, se destacam adversários ao controle da igreja medieval, no
qual Duby (1989, P.35) diz ser, “a ação pela paz de Deus exalta desta vez a função militar,
associa-a à construção do reino de Deus.” Toda essa construção do reino de Deus e ainda mais
exposta por George Duby, na apresentação de que classifica a cavalaria como, os poderosos
recebem de Deus a espada, não para maculá-la, mas sim para perseguir aqueles que vão contra
a autoridade da Igreja oprimindo os pobres. (DUBY, 1989, P.33).

Houveram também outros tipos de cavalheiros, alguns não se mantinham no controle


da igreja, aos quais Flori apresenta como “cavaleiros que, a título individual, colocam sua
espada a serviço de príncipes que recrutam e remuneram seus serviços(...) esses cavaleiros
mercenários(...) seu serviço obedecia a considerações mercantis” (FLORI. 2005. P.61-62).
Esse conjunto e muitas vezes apresentado pela mídia cultural como sendo apenas mercenários,
que estão sempre a busca por quem pague mais. No olhar de Flori haviam também um desejo
de se manter no posto, pois o “prestigio que eles encontram os olhos das massas camponesas
de onde saíram e para onde podem retornar a qualquer momento se servirem mal” (FLORI.
2005. P.59).

Converge-se então que, os modelos de funções que os cavalheiros desenvolveriam na


passar do tempo, era muito diversos e controle por distintos poderes, sejam eles religiosas ou
senhoriais. A qual Silva ressalta em modelos gerais que, “a igreja não foi a única a tentar
instrumentalizar a Cavalaria; reis e príncipes também tentaram coloca-la a seu serviço(...)
foram criadas diversas ordens de Cavalaria (...) torna – lá um instrumento do exercício do poder
monarquio” (SILVA, 2019, P.69). Em pares iguais, as ordens controlas pela igreja e o senhoril
detinham um conceito em comum, “servem um senhor por meio das armas(...) maneira honrosa
de combater consiste em faze-lo a cavalo, com um equipamento particular, eficaz, mas caro(...)
nesse sentido, “servem”, isto é, desempenham uma função útil, constituem uma engrenagem
na sociedade” (FLORI. 2005. P.62-63). Como será que a história construída por George R.R
Martin apresenta esse surgimento e funções?

Cavalheiros em Westeros

Certifica-se que o nome Westeros, significa o continente onde se passa toda a história
principal de George R.R Martin. A ordem cavalheiresca e apresentada como sendo uma
tradição das raízes de Ãndalas, sendo essa uma cultura de povos que chegou e dominou o
continente de westeros no mundo de Martin. A influência dessa cultura se disseminou sobre
todo o continente, o que resultou no que posteriormente vamos ver na série de livros as crônicas
de gelo e fogo. Não detemos fontes tão descritivas para verificar um nicho de acontecidos, para
o surgimento da cavalaria, como detemos nas obras de Jean Flori. O que dificulta o
desenvolvimento acerca do surgimento da classe cavalheira. Encontraremos mais base sobre a
cerimônia de nomeação de um cavalheiro, descrita de forma que,

“Atravessam a cidade descalços, a fim de demonstrar que tinham


corações humildes. Agora avançaram vestidos com camisolas de lã crua, a
fim de serem nomeados cavaleiros(...) depois de armado cavaleiro, cada um
dos homens se levantava, afivelava o cinto da espada e a se colocar sob as
janelas. Alguns tinham os pés ensanguentados da caminhada pela cidade,
porém se mantinham altivos e orgulhosos.” (MARTIN. 2011. P.587).
Essa cerimônia poderia ocorrer de forma não muito ritualística também, como é o caso
de alguns que foram armados cavalheiros em batalhas e rebeliões, nesses casos a cerimônia era
mais simples, “Tocando a lâmina no ombro direito do escudeiro, eu o exorto a ter coragem. A
espada se moveu do ombro direito para o esquerdo, e o exorto a ser justo, de volta ao direito,
eu o exorto a defender os jovens e inocentes” (MARTIN. 2014. P.111). Outro importante fator
na cerimônia era assim como nas feitas na França no século XI, detinham um forte caráter
religioso. Visto que o ritual era feito sob as imagens dos sete deuses (Pai, Mãe, Guerreiro,
Donzela, Ferreiro, Velha e o Estranho) a fé dos sete, e a religião predominante na história de
Martin, dado que eram os mais influentes sob o regime e sobre população.

Ao adentrarmos nas funções dos cavalheiros de Martin, traçaremos os como sujeitos a


comandos de um senhor (Sendo esse lorde ou nobre de uma Casa), ou um cavaleiro andante.
Os cavalheiros subjugados ao seu Senhor/Lorde, detinham tarefas mais militares e defensivas.
Podendo serem convocados para qualquer ação do lorde, sendo ela uma invasão ou um
recolhimento de impostos. Em troca recebiam no básico, comida, abrigo e dinheiro se possível.
Esses são muito parecidos com as representações historiográficas vistas, com um caráter
possivelmente honrado e ligado ao senhor. Ao qual descreve-se “O ofício de cavaleiro é manter
e defender o seu senhor territorial, pois nem rei, nem príncipe, nem alto barão poderão, sem
ajuda, manter a justiça entre seus vassalos(...) Oficio de cavalaria e guardar a terra” (SILVA,
2019, P.70). Os cavalheiros andantes muitas vezes são pessoas que vem de uma linhagem nobre,
e buscam através da cavalaria uma forma de conseguir honra, glórias e terras. Detendo um
caráter relacionado também as fontes, no qual “de maneira a cavalaria tornou-se praticamente
o único meio de acesso a aristocracia.” (SILVA, 2019, P.68).

Enquadrasse que os ideais apresentados dos historiadores medievalistas e a fantasia


descrita por George R.R Martin, se relacionam em alguns pontos, na cerimônia há traços
claramente inspirados, como a forte relação com o poder religioso. Já nas funções houvesse
uma certa adaptação de Martin aos seus cavalheiros, ao passo que o autor desenvolve o seu
universo sobre as “casas”, e se construindo assim um pouco do laço feudo-vassálico sendo esse
laço um fator determinante nas bases históricas. No entanto ainda devemos procurar um fator
primordial na essência cavalheiras, tanto na histórica, quando na desenvolvida por Martin,
sendo essa a Ética Cavalheiresca, fator determinante nas visões atuais sobre o mesmo.
Essa cerimônia poderia ocorre se forma não muito ritualística também, como é o caso
de alguns que foram armados cavalheiros em batalhas e rebeliões, nesses casos a cerimônia era
mais simples, “Tocando a lâmina no ombro direito do escudeiro, eu o exorto a ter coragem. A
espada se moveu do ombro direito para o esquerdo, e o exorto a ser justo, de volta ao direito,
eu o exorto a defender os jovens e inocentes” (MARTIN. 2014. P.111). Outro importante fator
na cerimônia era assim como nas feitas na França no século XI, detinham um forte caráter
religioso. Visto que o ritual era feito sob as imagens dos sete deuses (Pai, Mãe, Guerreiro,
Donzela, Ferreiro, Velha e o Estranho) a fé dos sete, e a religião predominante na história de
Martin, dado que eram os mais influentes sob o regime e sobre população.

Ao adentrarmos nas funções dos cavalheiros de Martin, traçaremos os como sujeitos a


comandos de um senhor (Sendo esse lorde ou nobre de uma Casa), ou um cavaleiro andante.
Os cavalheiros subjugados ao seu Senhor/Lorde, detinham tarefas mais militares e defensivas.
Podendo serem convocados para qualquer ação do lorde, sendo ela uma invasão ou um
recolhimento de impostos. Em troca recebiam no básico, comida, abrigo e dinheiro se possível.
Esses são muito parecidos com as representações historiográficas vistas, com um caráter
possivelmente honrado e ligado ao senhor. Ao qual descreve-se “O ofício de cavaleiro é manter
e defender o seu senhor territorial, pois nem rei, nem príncipe, nem alto barão poderão, sem
ajuda, manter a justiça entre seus vassalos(...) Oficio de cavalaria e guardar a terra” (SILVA,
2019, P.70). Os cavalheiros andantes muitas vezes são pessoas que vem de uma linhagem nobre,
e buscam através da cavalaria uma forma de conseguir honra, glórias e terras. Detendo um
caráter relacionado também as fontes, no qual “de maneira a cavalaria tornou-se praticamente
o único meio de acesso a aristocracia.” (SILVA, 2019, P.68).

Enquadrasse que os ideais apresentados dos historiadores medievalistas e a fantasia


descrita por George R.R Martin, se relacionam em alguns pontos, na cerimônia há traços
claramente inspirados, como a forte relação com o poder religioso. Já nas funções houvesse
uma certa adaptação de Martin aos seus cavalheiros, ao passo que o autor desenvolve o seu
universo sobre as “casas”, e se construindo assim um pouco do laço feudo-vassálico sendo esse
laço um fator determinante nas bases históricas. No entanto ainda devemos procurar um fator
primordial na essência cavalheiras, tanto na histórica, quando na desenvolvida por Martin,
sendo essa a Ética Cavalheiresca, fator determinante nas visões atuais sobre o mesmo.
Ética Cavalheiresca

Ressaltando algumas bases do conceito de cavalaria, Silva reafirma a relação próxima


com a igreja, “ao cavaleiro dá-se uma espada, feita a imagem de uma Cruz, para significar que,
como Nosso Senhor Jesus Cristo na Cruz venceu a morte que incorremos em razão do pecado
do nosso pai Adão, da mesma forma o cavaleiro com sua espada deve vencer os inimigos da
Cruz” (SILVA, 2019, P.70). O autor ainda acrescenta que a “verdadeira ética cavalheiresca,
segundo a qual o cavaleiro deveria se distinguir pela coragem e pela eficácia, pela bravura, pela
lealdade e pela generosidade” (SILVA, 2019, P.69). Esses conceitos são bem atestados por
Duby, ao qual sequência as prioridades de um cavalheiro “em primeiro lugar, defender a Igreja
e os pobres; em segundo, combater os inimigos de Cristo. Ou seja, fazer reinar a paz de Deus
(DUBY, 1989, P.47). Com as bases de ideias voltadas a religião, muitas vezes os cavalheiros
não eram vistos como ruins ao lutaram contra os inimigos de Deus. Apresentação de Le Goff
e bem próxima as vistas anteriormente, porém se mostra uma nova face de proteção, "destinado
a controlar a brutalidade dos guerreiros e submetê-los às diretivas do cristianismo e da Igreja.
Os cavaleiros receberam então a missão de proteger as viúvas e órfãos e, de modo mais geral,
os fracos e pobres” (LE GOFF.2012. P.49).

Se vermos o termo geral apresentado por Marroni, “Em geral, o cavaleiro é apresentado
como submisso às ordens do seu senhor, porém forte, fiel, honesto, dotado de uma valentia que
encantava as multidões que o procuravam em seus heróis o modelo de homem a ser seguido.”
(MARRONI, 2015, P. 3). Olharemos ao um cavalheiro como modelo de pessoa, no qual se dá
a vida pelos pobres e oprimidos. Sendo esse caráter o essencial retirado pelas obras de fantasia,
incluindo o cavalheiro perfeito de Martin, descrito como, “um Cavalheiro bom e verdadeiro,
de obedecer aos sete deuses, defender os fracos e os inocentes, servir fielmente ao meu senhor
de defender o Reino com todas as minhas forças.” (MARTIN. 2014. P.38). Convergindo com
outra citação que aparece muito nas obras, “todo cavaleiro jura proteger os fracos e inocentes.”
(MARTIN. 2014. P.87). Ressaltando sempre que um cavalheiro em sua essência, deveria ser
religioso, defender a terra e o seu senhor, além da igreja, pobres e oprimidos. O que se vê muito
também nas fontes históricas, mesmo que o caráter idealizado de proteção aos oprimidos, fique
muito mais na idealização, “Os três objetivos essenciais do cavaleiro corajoso e cortês são a
aventura, a honra e a glória.” (LE GOFF. 2012. P.51).
A idealização de um guerreiro excepcional em westeros está apresentada na guarda real,
pois ali se detinham apenas os sete melhores dos cavaleiros, e suas habilitares militares e
honrosas são o auge que cavalheiros detinham, “natureza da Guarda Real, Sete campeões para
o senhor dos Sete reinos, e todos seriam cavalheiros(...)deixariam tudo de lado, exceto o dever
com seu rei(...) precisava mais do que habilidade nas armas para protegê-lo; também precisava
de lealdade incontestável.” (MARTIN, 2014, P.58). Essa imagem de um extra da 4ª temporada
de game of thrones, ilustra o ideal centralizador da instituição da Guarda Real.

Imagem I

Concentra-se a essa elite como “Eram os melhores espadachins de todo o Reino. Eram
apenas sete, usavam armaduras brancas e não tinham esposas nem filhos, viviam apenas para
servir o rei.” (MARTIN. 2012. P.100-101).

Considerações Finais

Considerando as análises de comparação feitas na esperança de apresentar e diferenciar,


os conceitos, ideias e representações dos Cavaleiros da idade média, e os desenvolvidos por
Martin. Acredito que são importantes para explicação educativa facilitadora da época medieval,
claro que tomando as ressalvas do autor sobre as fantasias da época, porem essa pesquisa
buscou salientar com as bases culturais, alguns desses fatores que poderiam ser relacionados e
trabalhados em uma sala de aula. Se utilizando de uma série de livros e televisiva muito popular,
na compreensão do tema complexo da idade média. Essa pesquisa não está isenta de erros e de
precipitações analíticas, podendo ser melhorada e servindo de base ao um futuro trabalho de
conclusão de curso, que volte ao mesmo tema cavalheiresco, porem com uma base de analise
melhor, e abrangendo mais características das obras de George R.R Martin.

Referências Bibliográficas

CHARTIER, Roger. O Mundo como Representação. Revista das revistas.1991

DUBY, Georges. A sociedade cavaleiresca. São Paulo: Martins, Fontes, 1989. — (Coleção o

homem e a história

DUBY, Georges. História da Vida Privada: 2- da Europa feudal à Renascença.

Companhia das letras. 1990.

FLORI, Jean. A Cavalaria: A origem dos nobres guerreiros da Idade Média. São Paulo.

Madras. 2005.

LE GOFF, Jacques. Heróis e Maravilhas da Idade Média. Petrópolis. Vozes; 1ª edição

2013.

MARRONI, Paula Carolina Teixeira. OLIVEIRA, Terezinha. O pensamento Medieval e a

construção do conceito de cavaleiro: Do corpo bruto ao corpo docilizado. Seminário de

Pesquisa do PPE. Universidade Estadual de Maringá 02 a 04 de dezembro de 2015.

MARTIN, George R.R. A guerra dos tronos: As crônicas de gelo e Fogo. São Paulo. Leya.

2012.

MARTIN, George R.R. A fúria dos reis: As crônicas de gelo e Fogo. São Paulo. Leya. 2011

MARTIN, George R.R. O Cavaleiro dos sete reinos: Histórias do mundo de gelo e fogo.

São Paulo. Leya.2014.

MARTIN, George R.R. O mundo de gelo e fogo: A história não contada de Westeros e de

as crônicas de gelo e fogo. São Paulo. Leya. 2014


SILVA, Marcelo Cândido da. História Medieval. São Paulo. 1. ed. contexto 2020.

Imagem 1.

David Benioff e D. B. Weiss. Game of Thrones – A Quarta Temporada Completa:

História & Tradição (History & Lore) Extras da 4ªTemporada. Solutions 2GO. 24 julho

2020.

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