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SINTESES DOS TRABALHOS E CONFERENCIAS

PRIMEIRA AULA

No dia 02 de Agosto de 2022 tivemos como a primeira conferência com o tema a desigualdade
social, e diferença social Quando a falamos da diferença social referimo-nos a riqueza; status
social como a profissão, aspecto económico, o poder, privilégios, a cultura, além dessas
desigualdades sociais vai ter aquelas que estão relacionadas ou produzidas por domínios
económicos espirituais e politico que forma a civilização. As desigualdades podem ser
entendidas como produtos da distribuição diferenciada de recursos socialmente valorizadas, tais
como: conhecimento.

SEGUNDA AULA

No dia 08/08 /2022, na sala 1 da história na universidade Save, extensão da Massinga realizou-se
a segunda aula com o tema: Teorias De Estratificação Social:Max Webber, Karl Marx E Émile
Durkheim e falamos das classes segundo Marx weber onde dissemos que Nas sociedades
estruturadas pelo mercado, tenderiam a predominar os conflitos no plano econômico mais estrito,
de modo que Weber propõe compreender a divisão social em termos de “classes” ou, mais
precisamente, de “situações de classes”. Estas possuem como determinante fundamental, e
mesmo exclusivo, a competição dos indivíduos pelo acesso aos bens materiais (econômicos) e
pela obtenção de renda segundo as leis do mercado (tanto de bens como de trabalho), que
definem, assim, a posição objetiva dos indivíduos na hierarquia social (aproximando-os ou
afastando-os uns dos outros).
Vimos tambem A clivagem entre sociedades de classes segundo Karl Marx, onde dissemos que
Nas sociedades de classes, a divisão do trabalho e a propriedade produzem clivagens sociais que
instauram a desigualdade e a exploração entre os homens, de um grupo sobre outro (Marx e
Engels, 2007). O comunismo, por outro lado, eliminaria as classes ao extinguir o fundamento
material de sua existência, introduzindo a igualdade de fato entre os homens e acabando com a
exploração do trabalho alheio. Esse ponto de vista da apresentação geral da história nos dá a base
para compreender o papel das classes nas sociedades, mas é ainda muito abstrato para fins
sociológicos.
Vimos tambem A teoria crítica do capitalismo segundo Karl Marx, onde dissemos essa teoria
concentra-se, assim, na contradição fundamental entre duas classes: burguesia vs proletariado
(capital X trabalho) – assim como o era senhor vs escravo ou senhor feudal vs servo em modos
de produção anteriores.
Vimos tambem A divisão do trabalho social e a solidariedade orgânica segundo Durkheim, Onde
Émile Durkheim acredita que a divisão do trabalho social influencia mais do que apenas no
âmbito das relações de ordem econômica. Segundo ele, “de facto, os serviços econômicos que
ela pode prestar são pouca coisa em comparação com o efeito moral que ela produz, e sua
verdadeira função é criar entre duas ou várias pessoas um sentimento de solidariedade.
A solidariedade social pode ser de dois tipos: mecânica e orgânica. A solidariedade orgânica:
Durkheim
A solidariedade orgânica surge com base na diferenciação dos indivíduos. Se na solidariedade
mecânica os indivíduos se assemelham, este tipo, eles se diferenciam por conta da actividade
profissional que desempenham e, quanto mais complexa a divisão do trabalho social, maior será
a ocorrência de solidariedade orgânica e isso representa desenvolvimento social.
A intensificação da divisão do trabalho social é vista por Durkheim como um indício de
desenvolvimento, tanto dos tipos individuais, que passam a se especializar em determinadas
actividades, como dos tipos sociais, que comportam um nível elevado de especialidades em seu
seio.

SEMINARIOS ORIENTADOS PELO DOCENTE

PRIMEIRO SEMINARIO O SISTEMA DE CASTAS NA ÍNDIA

As castas têm sua origem histórica remota há muitos milénios, aproximadamente a 3.000 ano, os
seus portadores por um lado presume-se ser os arianos que invadiram a península indiana
traduziram o conceito varna (cor em hindú) pelo termo casto. Por ai em diante a designação de
casta se difundiu e se popularizou, antes da conotação apropriada de varna ou até da dominação
actual jati.
Sistemas fechados
As sociedades de estratificação fechada podem ser escravocratas, de castas e estamentos. Com
efeito, apresentam-se, de seguida, as características da sociedade de casta tendo como exemplo a
sociedade de casta da índia.

Sociedade de Castas
A casta, em particular a hindu, constitui um exemplo notório do desenvolvimento de status
atribuído como o princípio da desigualdade social. Na casta, quanto acontece no racismo, o
status é atribuído independentemente dos méritos individuais ou das qualidades pessoais.
Portanto, as castas são sistemas de hierarquias ou posições rígidas.

Características

Os sistemas de castas fechadas que se caracterizam:

 Pelo status atribuído por ocasião do seu nascimento;


 Pela permanência dentro de uma casta pelo resto da vida;
 Pela prática de endogamia, isto é, o indivíduo só poderá casar dentro da sua casta;
 A ocupação dentro da casta é hereditária.
De acordo com Oliveira (1989), o sistema de castas divide o conjunto da sociedade em um
grande número de grupos hereditários distintos e ligados por três caracteres:
 Separação em matéria de casamento e alimento;
 Divisão do trabalho, tendo cada um destes grupos uma profissão tradicional ou teórica
e;
 Hierarquia1, que ordena os grupos em posições relativamente superiores ou inferiores
umas às outras.

Estrutura hierárquica das castas na índia


Em termos de estruturação, a sociedade indiana tradicional apresentava quatro castas ou
varnas:
 Os brâmanes ou sacerdotes;
 Os xatrias ou guerreiros;
 Os vaicias ou mercadore e artesãos;
1
 Os sudras ou camponeses e outros trabalhadores (servos).
As castas não são definidas pela existência de territórios fixos a cada uma delas, diferentemente
das tribos e guildas, mas os membros vivem, em grande parte, segregados em vilas. Toda casta
se subdivide em subcastas com posições sociais distintas. Não são associações políticas e sim
associações sociais influenciadas por questões religiosas.

Os Brâmanes constituem a Casta formada por sacerdotes, religiosos, magos e filósofos. Os


brâmanes são os mais nobres, ocupando cargos religiosos e exercendo actividades intelectuais.
Esta organização teve forte influência do mito sobre deus Brahma. Acreditara-se que Brahma,
que para eles é o Deus que criou e comanda o universo, dividiu as pessoas em grupos. Os
principais são: Os brâmanes (sacerdotes e letrados): nasceram da cabeça de Brahma.

Xátrias; Era a segunda casta de maior prestígio, era formada por guerreiros, pessoas com
atribuições administrativas, e policiais. Segundo a crença estes nasceram dos braços de brahma.
Abaixo destes existiam os Vaixás: Castas dos comerciantes e camponeses. Acredita-se terem
nascido das penas do Brahma.
A seguir eram os Sudras casta formada por servos que faziam os trabalhos manuais. Acredita-se
terem nascido dos pés do Brahma
Por fim existiam os Párias, (intocáveis, dalits) que são aqueles que não pertenciam à nenhuma
classe, eles são um grupo que é excluído do sistema, sofrendo muita discriminação.

Sistema de castas na actualidade

Ao longo do tempo, a Índia passou por muitas mudanças. A primeira Constituição do país depois
da independência em 1949, tirou o valor legal da sociedade de castas contudo, apesar de tal
divisão da sociedade não existir legalmente, ela ainda persiste, contribuindo muito para a
desigualdade social (CARDOSO, 2018, p. 21).

2.8. Sistema de castas no Japão

elucida que, a ideia de casta nos faça lembrar de seu caso extremo, a Índia, há outros exemplos
em outras culturas, como no Japão tradicional, dominado pela casta guerreira samurai, e mesmo
a aristocracia ocidental. As castas são características de sociedades tradicionais, estáveis e
fechadas.

Os daimios, que eram os grandes proprietários de terra, buscavam aumentar o seu poder e
entraram em conflito pela posse de terras. O imperador e os xoguns, sem autoridade, não
conseguiam conter as guerras internas. Aproveitando-se dessa situação, os portugueses chegaram
aos portos japoneses e estabeleceram relações comerciais. Um dos produtos levados pelos
portugueses que despertou grande interesse dos daimios foram armas de fogo, especialmente o
mosquete. Com a aquisição de armas, as técnicas tradicionais de guerra da cultura japonesa
foram modificadas. Os daimios que ainda mantinham um exército de samurais (integrantes da
nobreza que passavam por um longo e cuidadoso treinamento) foram facilmente derrotados pelos
mosqueteiros.

Origens dos dois sistemas

O sistema social de quatro camadas do Japão surgiu da filosofia confucionista, e não da religião.
De acordo com os princípios confucionistas, todos em uma sociedade bem ordenada conheciam
seu lugar e respeitavam aqueles que estavam acima deles. Os homens foram mais elevados do
que as mulheres; os idosos eram mais elevados do que os jovens. Os agricultores ficaram logo
após a classe samurai dominante porque produziam a comida da qual todos os outros dependiam.

Diferenças entre castas indianas e castas japonesas


No sistema social feudal japonês, o shogun e a família imperial estavam acima do sistema de
classes. Ninguém estava acima do sistema de castas indianas, no entanto. De fato, reis e
guerreiros foram agrupados na segunda casta - os Kshatriyas.

As quatro castas da Índia foram, na verdade, subdivididas em literalmente milhares de subcastas,


cada uma com uma descrição de trabalho muito específica. As classes japonesas não foram
divididas dessa maneira, talvez porque a população do Japão fosse menor e muito menos
diversificada étnica e religiosamente. No sistema de classes do Japão, monges e monjas budistas
estavam fora da estrutura social. Eles não eram considerados humildes ou impuros, apenas
desvinculados da escala social. No sistema de castas indiano, em contraste, a classe sacerdotal
hindu era a casta mais alta - os brâmanes.
Semelhanças entre os dois sistemas

Nas estruturas sociais japonesas e indianas, os guerreiros e os governantes eram a mesma coisa.
Obviamente, ambos os sistemas tinham quatro categorias primárias de pessoas, e essas categorias
determinavam o tipo de trabalho que as pessoas faziam.

Tanto o sistema de castas indianas quanto a estrutura social feudal japonesa tinham pessoas
impuras que estavam abaixo do degrau mais baixo na escala social. Em ambos os casos, embora
seus descendentes tenham perspectivas muito mais brilhantes hoje, continua a haver
discriminação contra pessoas que são percebidas como pertencentes a esses grupos "excluídos".

Os samurais japoneses e os brâmanes indianos foram considerados bem acima do grupo seguinte.
Em outras palavras, o espaço entre o primeiro e o segundo degrau na escala social era muito mais
amplo do que entre o segundo e o terceiro degrau.

Relação entre casta e estamentos


Tanto como sistema de casta e os estamentos são sistemas fechados, rígidas e hierarquizadas e
ambos sistemas se caracterizam:

i) pelo status atribuído por ocasião do seu nascimento;

ii) pela permanência dentro de uma casta ou estamento pelo resto da vida;

iii) pela prática de endogamia, isto é, o indivíduo só poderá casar dentro da sua casta;

iv) a ocupação dentro da casta assim como no estamento é hereditária;

v) tanto como na casta assim como no estamento o modo de produção é feudal.

Relação entre o sistema de casta e apartheid da África do Sul


Um país que costumava ter um sistema de casta é a África do Sul. O termo apartheid significa
ʺsegregaçãoʺ ou ʺdivisãoʺ e se refere à total separação das raças que havia no país. Essa política
foi posteriormente denominada ʺvida separadaʺ.

O regime racista da apartheid foi introduzido na África do Sul em 1948 e relegou os negros a
uma casta muito inferior a dos brancos. Durante o apartheid, a maioria negra era subjugada pela
minoria branca. Regras de segregação foram impostas: os negros eram proibidos de frequentar os
mesmos locais públicos que os brancos, de estudar nas mesmas escolas, de morar nos mesmos
bairros e de casarem com brancos. Sob o regime do apartheid, os negros eram proibidos de votar.
Com excepção daqueles que eram empregados por brancos, os negros do país não podiam nem
adentrar as áreas onde vivia a população branca. Os negros não podiam nem mesmo percorrer o
país livremente.

SEMINARIO II

DIFERENTES TIPOS DE FORMAÇÕES SOCIAIS (CONT.): -SOCIEDADE


ESTAMENTAL (EUROPA MEDIEVAL); SOCIEDADE DE CASTA (ÍNDIA E JAPÃO)
A Sociedade é uma associação entre indivíduos que compartilham valores culturais e étnicos e
que estão sob um mesmo regime político e económico, em um mesmo território e sob as mesmas
regras de convivência.

Estratificação social é a divisão dos elementos da comunidade ou sociedades de acordo com a


sua actividade e o seu nível de riqueza. Tal como as castas, os estamentos também não são
definidas somente ao nível da apropriação económica do poder. Categorias socioculturais como
tradição, linhagem, vassalagem, honra e prestígio estão presentes na orientação das relações e
das classificações de seus membros. Sendo assim, considerar os elementos citados é fundamental
para a conceituação típico-ideal do estamento.

A sociedade estamental é caracterizada por ser uma sociedade em que o nascimento é


determinando para a atribuição do status social. O status social é relativo ao estamento, ou
segmento da sociedade, em que a pessoa nasce, portanto, a mobilidade social é bastante baixa
neste modelo de sociedade. É uma sociedade característica da Idade Média, porém não restrita a
mesma. Modelos estamentais podem ser observados em outros locais em diferentes tempos,
porém com suas próprias particularidades e com intensidades e mobilidades diferentes do caso
da Europa medieval, ou seja, a sociedade estamental era uma Sociedade organizada em rígidos
estamentos (grupos) sociais onde não há mobilidade social( mudança de classe social), isto é,
quem nasce servo morre servo, quem nasce nobre morre nobre. Existia o teocentrismo (Crença
de que todos os acontecimentos estão diretamente ligados a Deus, de modo que Deus é colocado
no centro de tudo).
Mobilidade Social

Contudo, diferentemente das castas, a sociedade estamental permite, mesmo de modo bastante
reduzido, algum nível de mobilidade social com ascensões verticais. Os grupos de status se
condensam em comunidades e são ou não contemplados com o status social. Aqueles que o
possuem usufruem-no no presente por serem considerados “dignos” para tal, já os grupos com
prestígio reduzido, entendem esse descrédito como uma dignidade posterior que Deus proverá.

A organização/hierarquia social

Segundo Ferrari (1983 p.76), a sociedade estamental na Idade Média da Europa funcionava da
seguinte maneira: todas as pessoas faziam parte de uma das quatro categorias sociais: rei, clero,
nobreza e servos. Essa separação de indivíduos era, em geral, baseada na origem de nascimento e
não podia mudar ao longo da vida; ou seja, não havia mobilidade social.

Função de cada classe social

Rei

Embora com papel enfraquecido no feudalismo, em diferentes localidades o rei possuía uma
força política e simbólica importante na sociedade. Em alguns casos, como na Europa Central,
alguns reis se tornaram senhores feudais.

Clero

Uma vez que uma das marcas do feudalismo era a presença do teocentrismo, ou seja, o Deus
cristão no centro de todas as coisas, o clero desempenhava um papel importante, sendo também
proprietário de terras. O clero era composto pelos homens da igreja, grupo fundamental não
apenas para a manutenção do poder ideológico do ponto de vista religioso, mas porque
desempenhavam um papel estratégico e fundamental para o apoio e manutenção do status quo do
poder real. A função deste estamento era a de rezar, ou seja, zelar pela vida espiritual das
pessoas.

Nobreza
Era o grupo que constituía os senhores feudais, concentrando o poder militar da época. Assim, os
nobres davam apoio ao rei e exerciam seu poder político sobre os servos, tinham por função o
combate, a defesa do reino em batalhas.
Servos

Considerado o grupo mais baixo na hierarquia da sociedade estamental, os servos trabalhavam,


sendo responsáveis pela produção do sustento material dos demais na hierarquia. (Ibd., p.242)

Bases fundamentais dos Estamentos


De acordo com LEMOS (s /d., p.7), tal como as castas, os estamentos também não são definidos
somente ao nível da apropriação económica do poder. Categorias socioculturais como tradição,
linhagem, vassalagem, honra e prestígio estão presentes na orientação das relações e das
classificações de seus membros Sendo assim, considerar os elementos citados é fundamental
para a conceituação típico-ideal do estamento

Elementos da estrutura dos Estamentos


Na perspectiva de Ferrari (1983., p. 144). O sistema estamentário està organizado de cima para
baixo, a partir de que quem detém a dominação e se estende para os grupos que estão
subordinados. O sistema estamental apresenta como fundamentais os seguintes elementos:
Casamento e a luta em torno dele (endogamia estementária); serviços militares e sacerdotais; o
despenho de cargos públicos; a propriedade territorial; os títulos de nobreza; o conceito espacial
de honra e os privilégios decorrentes.

A Idade Média e o fim da Sociedade Estamental


Na Idade Média, a sociedade feudal era hierárquica, dividida basicamente em quatro
estamentos ou estados: Rei, Nobreza, Clero e Servos, sendo que os dois primeiros possuíam
privilégios em relação ao último grupo subordinado.

Num período marcado pelo Teocentrismo, as pessoas aceitavam as condições em que viviam
uma vez que para eles, “Deus” havia escolhido aquele destino.

SEMINÁRIO III
Estratificação social

A estratificação social é ordenação diferencial das pessoas que constituem um determinado


sistema social, no qual se estabelece uma ordem de superioridade e inferioridade recíprocas,
sobre assuntos que são socialmente importantes.

A estratificação social ainda pode ser definida como as desigualdades estruturadas entre
diferentes agrupamentos de pessoas”. Resumindo, podemos dizer que estratificação social é um
recurso heurístico que auxilia no estudo das diferenças e das desigualdades entre pessoas e
grupos em uma dada sociedade ou em uma parte dela, permitindo identificar a posição que cada
um ocupa na estrutura social, de acordo com um critério estabelecido teoricamente.

Mobilidade social

Mobilidade social é definida como um fenómeno em que indivíduos ou grupos se deslocam de


uma classe social para outra. Ou o deslocamento de indivíduos e grupos entre posições
socioeconómicas diferentes.

A mobilidade social é um campo de estudo da sociologia bastante usado para a compressão de


formas pelas quais os diferentes grupos humanos diferenciam os integrados de uma cultura ao
possibilitar mudanças de posições sociais, acarreta consequentemente alterações sociais e novos
papéis sócias. A mobilidade tem importância função de pensar as vias e possibilidades de troca,
ascensão ou rebaixamento que um determinado indivíduo possui no meio em que estabelece suas
relações.

Tipos de Mobilidade social

A mobilidade social implica um movimento significativo na posição económica, social e política


de um indivíduo ou grupo. Essa mobilidade pode ser observada de modo individual ao longo da
vida de uma única pessoa, ou pode ser vista de modo colectivo, como a mobilidade realizada por
uma família, um grupo social, uma região ou mesmo uma nação inteira. Isso implica reconhecer
que há diferentes tipos de mobilidade social.
Mobilidade social horizontal

A mobilidade horizontal refere-se a um deslocamento significativo dentro do mesmo nível


social, isto é, que não implica a alteração da situação de estrato social. Esta se refere
principalmente a deslocamentos geográficos entre bairros, cidades ou regiões, que podem ser
identificados como movimentos migratórios. Muitas vezes, a mobilidade vertical e a horizontal
se combinam

Mobilidade social vertical


A mobilidade vertical refere-se às mudanças de subida ou descida de um estrato social a outro,
quando um indivíduo passa de uma classe social para outra, de uma posição de prestígio ou
poder para outra. A Mobilidade Social Vertical é notória em todas as sociedades abertas, embora
em graus diferentes. Ela consiste em um indivíduo ou grupo passar de uma classe para outra,
adquirindo um novo status. Esta passagem pode significar descida ou subida de escala.

A mobilidade ascendente
Quando um indivíduo ou o grupo cresce na hierarquia é ascende uma classe superior a que estava
antes, por outra corresponde ao deslocamento de indivíduos e grupos das camadas mais baixas
para os estratos elevados como, por exemplo, uma pessoa passa em um concurso público e
ascende na pirâmide social, tendo uma condição financeira melhor do a que estava antes; Ocorre
quando uma pessoa desloca-se para uma posição superior na pirâmide socioeconómica. Idem

A mobilidade descendente
Quando um indivíduo ou o grupo decresce na hierarquia e passa a integrar uma classe social
inferior à que estava antes. Por exemplo, uma família de três pessoas na qual ambos os pais
possuem trabalho, caso um dos pais perca o emprego e a família passe a viver com o salário de
somente um deles, isso pode fazer com que eles decresçam na pirâmide social. Ocorre quando
alguém perde posições e desloca-se para uma posição social inferior. Por outra ocorre quando as
pessoas e grupos não podem manter-se nas suas posições elevadas, ou nas classes em que
nasceram, sendo obrigados a descer na escala social. Se as pessoas permanecerem firmemente
fixadas na posição de classe de seus pais, então está-se perante uma sociedade de classe fechada.
Factores da mobilidade social
A mobilidade social é firmada por uma série de factores ou causas que determinam o sucesso ou
o fracasso, a estima ou a reprovação, o aumento ou a diminuição do poder e prestígio, a
concentração da riqueza ou o empobrecimento. Assim os factores da mobilidade social podem
ser extrapolados em dois conjuntos:
factores colectivos e factores individuais.
Os factores colectivos são decorrentes: i) da própria estrutura ocupacional e; ii) do intercâmbio
de posições. Os factores individuais da mobilidade social são: educação, adiamento de
gratificação, família, casamento, inteligência, motivação e etnicidade.

Factores individuais

Entre as características individuais que facilitam a promoção de um posto para o outro estão os
factores como: inteligência, constância ou dedicação, educação, gratificação adiada, família,
casamento e etnicidade. O factor educacional representa valioso canal de ascensão social,
principalmente nas sociedades em que predominam os analfabetos. O factor adiamento da
gratificação, no sentido de mobilidade, significa apenas adiar a fim de obter vantagens numa
meta posterior.

Formação social grupal

Factores colectivos

A estrutura ocupacional e a mobilidade social relacionam-se com o incremento de novas


profissões, devido aos influxos económicos e tecnológicos da industrialização. As profissões que
oferecem melhor remuneração e mais prestígio propiciam a passagem para o status mais
valorizado

O intercâmbio de posições é outro factor que permite a mobilidade social. Neste caso, a
sociedade proporciona aos membros dos estratos mais baixos meios para competir com os que
estão numa estrutura social mais alta, a partir da abertura de oportunidades para mudança de
profissões ou cargos no mercado de trabalho.
SEMINARIO IV

FACTORES DE MOBILIDADE SOCIAL

Compreender os factores de mobilidade social só é possível devido à existência de uma


sociedade estratificada onde indivíduos ocupam posições sociais distintas. Indivíduos alocados
em uma mesma posição social compartilham, em algum nível, condições de vida, vantagens e
desvantagens sociais. É preciso entender no estudo da mobilidade, portanto, o sistema de
estratificação a fim de compreender de que forma são definidas as posições sociais e que bens
são levados em conta nesse processo de estratificação

Principais factores de mobilidade social

 Capitais escolares
Os capitais escolares são um indicador relevante para a compreensão dos processos de
mobilidade social contemporâneos. Embora não substituam nem suplantem as desigualdades de
classe, complementam-nas pela importância crescente que as qualificações têm no mercado de
trabalho e, desse modo, influenciam a inserção profissional dos indivíduos.

 A escola como instituição de reprodução das desigualdades sociais


Ao ministrar aos alunos a aprendizagem que lhes permite ler, escrever e contar, e ao alargar a
visão do mundo que os rodeia, o papel da escola é tido como o de transmitir conhecimentos que
contribuem para o desenvolvimento das habilidades que lhes serão úteis na solução dos
problemas do quotidiano, tornando-os qualificados para determinadas profissões. Portanto, a
escola assume-se como uma instituição central da vida social, quer pela sua capacidade de
reorientação dos destinos dos indivíduos, quer pela sua forte criação de expectativas de sucesso
por parte dos indivíduos, quer ainda pela sua importância para o funcionamento da sociedade,
quer, finalmente, pela sua ligação às ideologias igualitárias da sociedade.
 Associação entre posição social e a saúde
As associações existentes entre a posição social e a saúde diferem ainda quanto à direcção do
fenómeno, ou seja, hora a saúde aparece como resultante de diferentes condições
socioeconómicas e outra, agindo sobre as chances de alcançar e manter uma boa posição social.
Habitação
Moradia mista é a ideia de que pessoas de diferentes níveis socioeconómicos podem morar em
uma área. No entanto, o consenso geral é que a habitação mista permitirá que os indivíduos de
baixo nível socioeconómico adquiram os recursos e conexões sociais necessários para subir na
escala social. Outros possíveis efeitos que a habitação mista pode trazer são mudanças
comportamentais positivas e melhor saneamento e condições de vida mais seguras para os
residentes de baixo nível socioeconómico. Isso ocorre porque os indivíduos de nível
socioeconómico mais elevado são mais propensos a demandar residências, escolas e infra-
estrutura de melhor qualidade.

Raça
A raça como factor da mobilidade social tem origem na época colonial. Tem havido discussão
sobre se a raça ainda pode prejudicar as chances de um indivíduo ter mobilidade ascendente ou
se a classe tem uma influência maior. O significado de raça afecta as chances de um indivíduo de
mobilidade ascendente se não começar na população de classe alta. Outra teoria sobre raça e
mobilidade é que, com o passar do tempo, a desigualdade racial será substituída pela
desigualdade de classe.

Género
Em países como a Índia, é comum que mulheres instruídas não usem sua educação para subir na
escala social devido a costumes culturais e tradicionais. Espera-se que se tornem donas de casa e
deixem a vitória do pão para os homens. Além disso, as mulheres em todo o mundo não têm
acesso à educação, pois suas famílias podem achar mais benéfico economicamente investir na
educação e no bem-estar de seus homens do que de suas mulheres. Aos olhos dos pais, o filho
será quem os sustenta na velhice, enquanto a filha se mudará com o marido. O filho vai gerar
uma renda, enquanto a filha pode precisar de um dote para se casar.

TIPOS DE MOBILIDADE SOCIAL


 Mobilidade Estrutural ocorre no início do desenvolvimento de uma região, em
virtude do surgimento de novas ocupações no mercado de trabalho. Nesse período, as
pessoas ascendem na escala social, ao preencher essas novas posições, mesmo sem
estarem qualificadas. Assim, esse tipo de mobilidade inclui a movimentação entre
estratos de origem e estratos de destino, que reflectem os efeitos da mudança na
composição da estrutura no mercado de trabalho.
 Mobilidade Circular é a movimentação entre as pessoas, em que a oportunidade de
mudança de posição ocorre devido à ascensão ou descensão na classe social ou por
algum indivíduo ter saído do mercado de trabalho. Ou seja, a mobilidade é resultado de
um processo interno do mercado de trabalho.
 Mobilidade Intrageracional: compara-se o desempenho social de uma determinada
pessoa ou grupo de pessoas com características comuns, durante um período de tempo.
Ou seja, em relação às posições ocupacionais anteriores, desde a entrada no mercado de
trabalho, até a posição ocupacional presente.
Esse tipo ocorre quando há mobilidade social na vida de um indivíduo ou de uma
geração.

 Mobilidade Intergeracional: comparação da posição social entre as gerações


passadas e a geração atual. Por exemplo, a condição de um filho em relação à condição
de seu pai.

SEMINARIO V

Mobilidade Social
Entende-se como mobilidade social “toda passagem de um individuo ou de um grupo de uma
posição social para outra, dentro de uma constelação de grupos e estratos sociais” Destacamos as
definições de Johnson e Sorokin para melhor entendimento da dimensão deste conceito da
mobilidade social.

Mobilidade social refere-se ao deslocamento de indivíduos e grupos entre posições


socioeconómicas diferentes”. Eventos de vida, como transição para a universidade, mudança de
emprego, união matrimonial ou o nascimento de uma criança causam um conjunto de
consequências na vida dos sujeitos, inclusivamente implicam ou estimulam a mobilidade no
contexto social, afectam as necessidades e preferências por um determinado ambiente
residencial, influenciam os recursos necessários para obter a casa desejada e impõem restrições
na procura de habitação.

Fundamentos psicobiológicos

a “mobilidade esta geralmente associado a problemas psicológicos e ansiedades, nos quais os


indivíduos perdem a capacidade de manter os estilos de vida que estão acostumados a ter”.

A influencia da carrega genética dos progenitores para genitores é um alicerce sine qua non
psicobiológico da mobilidade social e os processos psicológicos humanos se desenvolvem como
um resultado do modo de produção, relações sociais de uma sociedade.

As relações sociais são as forças motrizes das funções psicológicas superiores, “geneticamente
relações sociais, relações reais entre as pessoas, são a base de todas as funções superiores e suas
relações”.

Fundamentos histórico-cultural
Na história de qualquer grupo social e culturalmente organizado ocorrem períodos em que a
mobilidade (social) aumenta de forma notável, os principais fundamentos histórico-culturais que
aceleram esta mobilidade estão associados as crises, ideologias, revoluções, e depressões
económicas1. Os elementos histórico-culturais são veículos de mobilidade em que o capital
próprio do individuo e a sua experiencia vão assumindo cada vez mais protagonismo.

Cultura

No contexto de estrutura de classe a mobilidade é concebida como movimento entre posições de


classes dentro da estrutura social, no contesto hierárquico a mobilidade é compreendida como o
movimento dentro de uma hierarquia social.
Para aqueles que seguem a primeira tradição, a mobilidade se refere ao movimento entre
posições sociais que são identificadas em termos de relações nos mercados de trabalhos e
unidade de produção, para aqueles que seguem a segunda, mobilidade se refere ao movimentos
de indivíduos entre grupos sociais ou agregados que são ranqueados de acordo critérios tais
como prestígios de seus membros, status, recursos económicos

A mobilidade social e o seu impacto sobre a estratificao social


A mobilidade social inscreve-se nas análises de desigualdades, na medida em que esclarece
processos de cristalização ou redistribuição, permanência ou mudança nas chançes de alocação e
em posições da estrutura social

Os factores hierárquicos têm maior poder, para quem tem menor poder formar essa pirâmide de
disparidade e restrições da sociedade, o sistema capitalista contribui directamente para que este
problema perdure, já que prega justamente a vantagem das grandes empresas sobre os
empregados. as desigualdades podem ser entendidas como produto da distribuição diferenciada
de recursos socialmente valorizados, tais como conhecimento. Renda monetária, propriedade,
prestigia e poder politica. Um dos mecanismos usados pelos cientistas sociais para investigar
essas desigualdades é as teorias e esquemas de estratificação social. Estes oferecem subsídios
para descreverem a maneira como os recursos se concentram entre diferentes grupos e classes
sociais.

Factores mobilidade social geral e de Moçambique


Existe vários factores de mobilidade social em Moçambique, que são:

 Escolaridade;

 Económicos;

 Casamento;

 Profissionais;

 Problemas psicológicos e ansiedades;

 Desemprego;
Escolaridade

Aeducação poder ser equiparada a um investimento cujo remuneração é maior quando o


investimento é em si mesmo mais importante. Em termo mais prosaicos, a posição social (e seus
respectivos benefícios) e’ normalmente dependente do nível de instrução escolar.

 Quanto maior fosse o nível de escolaridade maior seria aposição social e, por
conseguinte, o nível de renda e de bem-estar.

 A escolaridade torna – se factor da mobilidade social ascendente quando a mobilidade é


influenciado pelo sucesso escolar. Isto é, quando um individuo move – se de uma classe
para outra classe por resultado da formação escolar.

Económicos

Este factor não depende do nível de escolaridade, verifica – se na medida em que um indivíduo
de baixa renda tenha a capacidade de acumular economia e passa duma classe baixa para outra
classe.

Casamento

Mulheres que é da origem duma família de rendimento baixa e casa – se com uma família de
rendimento económico alta, moda o estilo de vida passando para uma vida confortável e de uma
classe para outra classe.

Profissão

Profissão é um dos elementos mais importante para a mobilidade social, visto que com a
profissão de um individuo ou grupo, muda de processo de produção de renda (Idem).

Problemas psicológicos e ansiedades

Problemas psicológicos na influência da descendência são observados em várias formas, a


incapacidade indivíduo de alcançar outra classe, os indivíduos deixarem de ser capazes de
manter o estilo de vida a que estavam habituados (Idem).

Desemprego
A falta de trabalho é outra das principais causas de mobilidade descendente, o indivíduo por falta
de emprego permanece na classe baixa.

Económicos

Ao falarmos de factor de choques económicos não se pode apenas olhar pelo acumulo de
economia mais sim, também a incapacidade de mater a economia na mesma posição ou de
progredir.

SEMINARIO VI
ELITE
Refere a elite “aqueles que dispõem de maior acesso aos valores e ao seu controlo, às pessoas
que ocupam as mais altas posições numa determinada sociedade. Além da elite do poder (elite
política), existem elites de riqueza, responsabilidade e conhecimentos”.
Teorias das Elites

A teoria das elites surgiu no final do século XIX, tendo como fundador o filósofo e pensador
político italiano, (Mosca) estabeleceu os pressupostos do elitismo ao salientar que em toda
sociedade, seja ela arcaica, antiga ou moderna, existe sempre uma minoria que é detentora do
poder em detrimento de uma maioria que dele está privado.
Os poderes económicos, ideológicos e políticos são igualmente importantes, mas em seus
escritos Mosca deu ênfase à força política das elites. O restrito grupo de pessoas que a detém
também pode ser denominado de classe dirigente. De acordo com esta teoria as sociedades estão
divididas entre dois grupos: os governantes e os governados. Os governantes são menos
numerosos, monopolizam o poder e impõem sua vontade valendo-se de métodos legítimos ou
arbitrários e violentos ao restante da sociedade.
Governantes e governados
 Elite Governante: são os indivíduos que participam do governo. E desta forma fazem
parte da estrutura mais importante do Estado. São eles a elite económica, a elite da
administração publica, os cargos mais elevados das forças armadas.
 Elite Governada: não participam activamente do governo, mas são denominadas elites
por se destacarem na sociedade. São eles grupos da política, desportistas, artistas.
Factores das Elites
Para Bottmore (1965), quanto aos factores das Elites podemos destacar os seguintes:
 Factores geográficos;
 Factores sociais;
 Factores culturais;

Factores Geográficos
Determinados cataclismos naturais, como inundações, secas, ciclones, tufões, furacões,
maremotos, terramotos, erupções vulcânicas, nevascas, pragas e outros, podem alterar, de forma
transitória ou permanente, a organização ou a estrutura de uma comunidade.
Factores Biológicos
Epidemias, elevação da taxa de mortalidade, rápido crescimento da população e a miscigenação
de grupos étnicos dão origem a transformações sociais.
Factores Sociais
Guerras, invasões e conquistas, assim como luta de classes e revoluções, alteram as estruturas
sociais, modificam o status de nações, escravizam povos, transformam a vida e destroem
culturas.
Factores Culturais
Descobertas científicas. Alteram a mentalidade, abrem novas perspectivas, modificam atitudes
básicas e transformam a sociedade pela aplicação dos conhecimentos científicos a todos os
campos da vida social.
Tipos de Elites
Nos tipos de Elites podemos destacar os seguintes:
 Elites tradicionais;
 Elites tecnocráticas;
 Elites carismáticas;
 Elites ideológicas;
 Elites de Propriedades;
 Elites simbólicas;
Elites Tradicionais
Possuem autoridade ou influência decorrente de ideias, crenças ou estruturas sociais, baseadas no
passado e reforçadas pela tradição. São tradicionais as elites aristocráticas, cuja nobreza tem
tanto mais prestigio quanto mais antiga for sua linhagem; são também geralmente tradicionais as
elites religiosas, cuja autoridade ou influencia decorre do respeito a certas verdades reveladas aos
homens, no passado.

Elites Carismáticas
Os líderes carismáticos são portadores de dons específicos (do corpo ou do espírito)
considerados sobrenaturais, não acessíveis a todos, e cujo exercício corresponde as necessidades
do grupo. Encontramos muito mais comummente o carisma ligado a uma pessoa do que ao
grupo; entretanto, o poder de um líder carismático pode, até certo ponto, ser estendido a sua
equipe. Como exemplo de elites carismáticas podemos verificar as castas superiores da índia, de
origem religiosa. Idem
Elites de Propriedades
Sua autoridade ou poder decorre da posse de capitais ou de bens, em virtude dos quais podem
exercer pressões sobre as elites tecnocráticas ou tradicionais. Pertencem a este tipo os grandes
proprietários de terras, industriais, banqueiros etc., capazes de influenciar a vida económica,
política e social de uma comunidade.
Elites ideológicas
São formadas pelas pessoas que concebem uma ideologia, que a difundem ou representam.
Constituem a elite do poder, se a ideologia que representam e a oficial; por outro lado, quando se
opõem a elite do poder, formam as elites de influência, ou contra elites (elites. de oposição, de
contestação). Entre todos os tipos de elites, as ideológicas e as carismáticas são geralmente as
mais dinâmicas e inovadoras.
Elites Simbo1icas
Quase todas as elites possuem urn carácter simbo1ico a medida que representam uma causa,
valores, ideias, modos de viver, qualidades ou virtudes. Entretanto, existem indivíduos ou grupos
cuja função e, mais do que tudo, simbólica. Poder-se-iam citar certos elementos da nobreza,
mulheres de políticos famosos, pessoas da alta-roda, artistas e desportistas famosos.
Divisão social do trabalho das elites
A divisão social do trabalho é um conceito que concerne a especialização de realização de tarefas
para específicas funções. O objectivo é dinamizar, optimizar e aprimorar a produção da indústria.
O processo auxilia a aumentar a eficiência e a velocidade do sistema produtivo. A especialização
retratada realiza a delimitação das específicas funções a serem exercidas em determinadas etapas
da produção. Ela será determinada a partir do fluxo do comércio, do andar do sistema capitalista
e da intensificação da produção. A divisão social do trabalho acarreta ao trabalhador a
capacidade motora repetitiva que possibilite uma execução mais rápida das tarefas.
As fases da divisão social do trabalho tiveram como objectivo, gradualmente, aumentar a
produtividade da classe trabalhadora. Tudo isso contribuiu para surgimento de uma classe
dominante e outra subordinada. Dentro do contexto do capitalismo, a produção trabalha com o
intuito de obtenção de lucro progressivo. O desenvolvimento da divisão social do trabalho se dá
de maneira espontânea. Uma vez que o avanço dos ramos de produção aumenta, mais a
competitividade e o trabalho progridem. Com a globalização vigente, o comércio internacional
acaba influenciando neste contexto.
Os sociólogos e a divisão do trabalho
Émile Durkheim
Os princípios da divisão do trabalho são sobretudo morais, acima dos económicos. Esses factores
unem as pessoas dentro da sociedade, gerando um sentimento de solidariedade para indivíduos
que realizam as mesmas funções. Ainda segundo Durkheim, utilizando uma metáfora do corpo
humano.
Karl Marx
A divisão do trabalho de acordo com as especialidade produtivas, acaba gerando uma hierarquia
social na qual as classes dominantes. Isto é, a burguesia, subjugam as classes dominadas,
estabelecendo as instituições, assim como a detenção dos meios de produção. Além disso, ele
também afirmava que a especialização das actividades produtiva em uma sociedade, acabou
gerando uma divisão social do trabalho como uma forma indispensável de sobrevivência. Em
decorrência desse processo, quando a humanidade superar as necessidades básicas, ela acaba
criando outras.
Max Weber
Para Weber a sociedade pode se afectar por acções individuais. Ademais, ele percebeu diferença
entre a divisão social do trabalho entre os católicos e os protestantes. Segundo ele, os
protestantes, eram rigorosos e valorizavam o trabalho. Além do mais, aliaram a doutrina religiosa
com o capitalismo. Desse modo, criou-se uma tendência empreendedora nas populações
protestantes. Além disso, a visão do sociólogo em relação a burocracia como modo racional da
divisão do trabalho, quando os cargos ocupados por burocratas que detém funções e atribuições
específicas, são dependentes a um cargo mais elevado, acontecendo a distinção social do
trabalho. Por fim, a burocracia, ajuda a classe dominante na divisão do trabalho entre dominantes
e dominados.
Multiplicação dos papéis sociais
Entende-se como multiplicação de papéis sociais quando um indivíduo assume dentro da
sociedade ou instituição mais que um papel. Algo que é incontornável, uma vez que os
indivíduos são sujeitos a papéis sociais e a papéis profissionais. Nos papéis sociais alguém pode
em simultâneo ser esposo/a, pai/mãe, pastor/a, conselheiro/a, e mais. Nos papéis profissionais
tem ocorrido o mesmo, um indivíduo pode exercer mais de um papel, na mesma instituição ou
outras instituições em simultâneo.
Importância dos papéis sociais
Os papéis sociais têm sua importância na estrutura social, na medida que eles são os definidores
do status dos indivíduos. A importância dos Papéis Social reside no facto deles ser o meio
classificador dos indivíduos dentro das classes sociais. Entende-se como classes sociais grandes
grupos ou camadas de indivíduos que se diferenciam, basicamente, pela posição objectiva que
ocupam na organização social da produção.

SETIMO SENTESE
A GLOBALIZAÇÃO E SEUS IMPACTOS
O mundo actual é caracterizado pela proximidade entre lugares ou regiões que por muito tempo
considerou-se que estivessem distantes. Essa proximidade é resultante dos avanços de ordem
tecnológica, os quais resultaram na invenção e no melhoramento técnico de vários meios de
informação e comunicação, como também de transportes, permitindo, dessa forma, a redução do
tempo-lugar para a interacção entre pessoas localizadas em diferentes pontos do planeta.

Origem e conceptualização da Globalização


a origem da globalização pode ser encontrada na Revolução Industrial do século XVIII. Todavia,
foi no século XX que o termo ganhou notoriedade, concretamente na última década, não obstante
ao seu uso, pelos intelectuais, durante o século XIX, para a descrição do processo de
modernização que implicava uma crescente integração mundial. Fundamentalmente, a
globalização pode-se entender como resultado do desenvolvimento do capitalismo a uma escala
mundial e igualmente a continuidade da lógica civilizacional designada pela modernidade. Em
termos práticos, este fenómeno sucedeu ao final da Guerra Fria, tendo-se instalado com a
hegemonia do capitalismo.

Abordagem sobre os factores da Globalização/homogeneização


A globalização é, actualmente, entendida como se de um fenómeno caracteristicamente
económico se tratasse, fazendo com que, muitas vezes a análise centre-se no tocante ao papel das
transnacionais, cujas gigantescas operações ultrapassam as fronteiras dos países, influenciando,
deste modo, os processos globais de produção e distribuição internacional do trabalho. Não se
menospreza o papel das forças económicas, mas é errado pensar que tais por si só fazem a
globalização, pois em realidade, trata-se de um resultado de conjugação de factores de ordens
económica, social, política e cultural. Entretanto, o progresso da globalização encontra-se
fundado no desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação.
Impacto da globalização
enquanto fenómeno, a globalização «existe aqui e agora», afectando as nossas vidas pessoais e
íntimas de inúmeras formas. Este posicionamento dá a entender que não é apenas em uma
perspectiva colectiva que a globalização opera, como também opera em situações individuais e
íntimas, e, mais ainda, interpreta-se como um fenómeno de grande dimensão, na medida em que
entende, o autor, que afecta de diversas formas, portanto, isso reflecte-se na diversidade de faces
que este fenómeno apresenta. Assim, entende Giddens (2008: 61) que a globalização está a
traduzir-se num fenómeno de mudança radical da natureza de experiências quotidianas, pois à
medida que as sociedades sofrem profundas transformações, as instituições que as sustentavam
tornam-se obsoletas, o que leva a uma obrigação de redefinição de determinados aspectos
íntimos e pessoais.

IMPACTO DA GLOBALIZACAO CONTEXTO SOCIAL


A realidade actual tornou-se em uma fábrica da perversidade, onde a fome deixa de ser um facto
isolado ou ocasional, passando a ser um dado generalizado e permanente; o desemprego é algo
comum; ficou mais difícil atribuir educação de qualidade e mesmo erradicar o analfabetismo; a
pobreza aumenta. Portanto, a perversidade deixa de manifestar-se por factos isolados, atribuídos
a distorções da personalidade, para estabelecer-se como um sistema, e a causa essencial disso é a
instituição, por lei geral da vida social, da competitividade como regra absoluta, pois ela escorre
sobre todo o edifício social.A globalização provocou transformações profundas no mundo do
trabalho, pois os novos padrões de comércio internacional e o surgimento de uma economia de
informação tiveram um impacto profundo nos padrões de emprego de longa duração. O comércio
global e as novas tecnologias tiveram um profundo impacto nas comunidades que assentavam na
manufactura tradicional, pois, muitos trabalhadores industriais ficaram desempregados e sem
tipo de aptidões necessárias para fazer parte de nova economia baseada na informação.

Contexto cultural
A globalização cultural é uma das mais directamente percebidas e vivenciadas. Esta dimensão de
globalização traduz-se na internacionalização de marcas de consumo, celebridades, música,
cinema, moda, entre outros elementos, e constitui, de certa forma, manifestações de globalização
mais recentes e presentes na vida quotidiana do cidadão comum. Salienta-se ainda, ser
inconcebível, nos dias actuais, o total isolamento de uma sociedade, sem sofrer influência de
outras e sem corpo de elementos culturais comuns a outras culturas.

Sociedades Globalizadoras e Globalizadas


As sociedades que globalizam destacam-se pelo uso de recursos técnicos mais avançados em
relação aos usados pelas sociedades globalizadas, e como resultado, os primeiros procuram
influenciar os segundos, mas controlando o avanço dos segundos, de modo que estes (segundos)
persistam dependentes dos primeiros. Outro aspecto ao qual Santos faz menção liga-se ao
processo expansionista da rede empresarial das sociedades que globalizam, esta que acaba
ofuscando as empresas das sociedades globalizadas, pois procuram dominar, a todo custo, todo o
mundo através de seus produtos.

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