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PREFÁCIO CAPÍTULO I

A idéia deste netbook surgiu durante as várias ses-


sões de RPG em que utilizamos a ambientação do Panorama Histórico
Crepúsculo em aventuras medievais e vitorianas. Ob-
viamente, por se tratar de um RPG moderno, onde INTRODUÇÃO
uma Guerra Santa urbana é travada ao redor do mun- A ambientação do RPG Crepúsculo é baseada em
do, precisávamos fazer pesquisas e certas adaptações uma Guerra Santa Urbana travada ao redor da Terra,
para que as aventuras pudessem fluir da melhor ma- onde misticismo, magia, seres sobrenaturais, lendas
neira possível. e mitos se misturam à mais avançada tecnologia de
guerra de nosso tempo, à fé e à decadência de um
Da Era Medieval

No entanto, nosso grupo nunca encontrou dificul-


dades para jogar nessas épocas, uma vez que sua mundo à beira de um colapso. Ou seja, a Guerra Santa
temática se encaixava perfeitamente e o livro trazia é retratada no mundo moderno, no IV Crepúsculo, o
uma série de informações sobre acontecimentos rela- último e mais temido embate entre as forças do Caos
cionados aos demais crepúsculos, além de objetivos, e da Ordem. No entanto, no limiar do II e do III Cre-
estrutura e aspectos históricos de organizações místi- púsculos (vide p. 12/14 e 127/128 do Crepúsculo 3ª
cas e religiosas. Edição) podemos vislumbrar a maioria dos elementos
Assim, este netbook encontra-se dividido em duas acima descritos. Foram tempos igualmente impregna-
partes: uma relacionada à ambientação propriamen- dos pela fé e pela razão, por pecados e virtudes, por
te dita e outra à criação de personagens. Na primeira mitos e lendas. Ou seja, tempos de “Luz e de Trevas”
parte, você encontrará informações básicas referentes fizeram parte do período histórico que se estende da
ao período histórico que se estende da era medieval à era medieval à vitoriana.
vitoriana. São informações pertinentes à sociedade da Neste capítulo você encontrará informações gerais
época e, que de uma maneira ou outra, influenciam no a respeito da sociedade da época e dos acontecimen-
desenrolar das aventuras crepusculares. tos que influenciaram principalmente o pensamento
Portanto, o netbook não tem a menor pretensão de ocidental. Como complemento para suas aventuras
ser uma adaptação do RPG Crepúsculo para o perí- você poderá utilizar os dois suplementos para o RPG
odo medieval ou vitoriano, visando apenas auxiliar Crepúsculo: Veneza: Cidade dos Pombos (2ª Impres-
mestres e jogadores nesse processo de adaptação. são) e Londres: Cidades das Brumas, a ser publicado
Na segunda parte, você encontrará um passo- pela editora Conclave.
a-passo para a criação de personagens dentro do
Sistema Clavius, contendo habilidades, vantagens/ ERA MEDIEVAL
desvantagens, arquétipos de personagens, armas e O período medieval tem seu início no séc. V, com
equipamentos. a queda do Império Romano do Ocidente, através
Bem, espero que as informações aqui contidas pos- das chamadas invasões bárbaras (povos germâni-
sam realmente auxiliar na criação de seus persona- cos) e seu “fim” no séc. XV, com a queda do Impé-
gens e aventuras. rio Romano do Oriente (Império Bizantino), quan-
do da tomada de Constantinopla em 1453 pelos
Karla Nogueira Turcos Otomanos.
krnogueira@ig.com.br A era medieval é normalmente dividida em Alta
Idade Média (período de formação e consolidação
do feudalismo que vai até o séc. X) e em Baixa Ida-
Créditos: de Média (período em que o feudalismo conhece seu
apogeu - sécs. XII e XIII e decadência). Durante seu
Autores: Karla Nogueira e Marcelo Oliveira processo de formação, o Feudalismo se tornou não
Colaboradores: Victor Scanapieco Queiroz, Cris- só um sistema econômico, mas também político, so-
tiano Chaves e Carlos Oliveira. cial e cultural.
Diagramação: Cristiano Chaves
Ilustrações: Otávio Taciano

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CARACTERÍSTICAS GERAIS Clero: A Igreja era a grande senhora de terras e seus
feudos eram dirigidos por bispos, arcebispos e aba-
POLÍTICA des. Ela se dividia em alto clero (membros vindos em
Com a desagregação do Império Romano do Oci- geral da nobreza) e baixo clero. Com a fragmentação
dente, a Europa foi dividida em vários reinos inde- do poder político, a Igreja representava a unidade do
pendentes, que acabaram se dividindo em diversos mundo ocidental. O cristianismo era a religião oficial
feudos. Estes, por sua vez, levaram a uma descentra- e a Europa era a Respública Christiana. Ou seja, não
lização do poder político e à formação da chamada havia salvação fora dela, pois quem não era batizado
sociedade aristocrática. Assim, mesmo existindo a não fazia parte da sociedade e quem era excomunga-
figura do rei (o grande suserano), este, em geral, não do perdia todos os seus direitos civis e políticos. O

à Vitoriana
possuía um poder realmente centralizador. Pois den- poder da instituição ia além da religião, uma vez que
tro de cada feudo, o poder do senhor era quase que possuía uma enorme influência política, econômica e
absoluto e abusos de autoridade eram freqüentes. No social. O Papa era o grande suserano (representante de
entanto, cada senhor feudal devia ajuda e fidelidade a Deus na Terra) e sob seu poder estariam submetidos
seu suserano, que em troca dava a sua proteção. desde o homem mais comum até o reis e imperado-
res. No entanto, a posição de grande senhora de terras
ECONOMIA levou a muitos conflitos entre a nobreza e a institui-
Durante a Alta Idade Média a Europa passou por ção. Por outro lado, era a Igreja que criava hospitais,
um período de ruralização, tendo em vista as inva- leprosários e orfanatos, que proibia o trabalho servil
sões, guerras, fome e epidemias, além da própria inse- aos domingos e que prestava serviços sociais aos po-
gurança instalada nas cidades. Com isto a população bres. Ela era a mão que dava e ao mesmo tempo reti-
foi gradualmente migrando para os campos e a terra rava. Enfim, justamente por seu imenso poder, a Igre-
passou a ser sinônimo de riqueza e ao mesmo tempo, ja seria ainda na Idade Média alvo de muitas críticas,
de status social. A situação só começou a mudar na principalmente em relação à opulência de suas cons-
Baixa Idade Média, quando ocorreu a diminuição das truções e a riqueza esbanjada por seus membros. Fato
invasões e estabilização dos reinos. Fato que possibi- que levou à criação da Inquisição, a fim de se manter
litou a reestruturação das cidades e do comércio. a salvo de quaisquer tipos de ataques. Ou seja, seus
Tal processo se fortaleceu em virtude de dois fato- tribunais estavam prontos para julgar todo aquele que
res: a chamada revolução agrícola (que possibilitou se opusesse à doutrina ou aos seus anseio.
o aumento da produção e conseqüentemente de ex-
cedentes) e as Cruzadas (que libertaram o Mediter-
râneo do domínio dos muçulmanos), possibilitando a
retomada das rotas internacionais de comércio, que
foram exploradas principalmente pelas cidades italia-
nas de Gênova, Florença e Veneza. O que levou ao
crescimento não só das cidades, através das feiras e
mercados que atraíam mais pessoas para os centros
urbanos, mas também da chamada burguesia, através
das associações de comércio e corporações de ofício
(guildas).

SOCIEDADE
“(...) Portanto, a cidade de Deus que se crê única,
está dividida em três ordens: alguns rezam, outros
combatem e outros trabalham (...)”. (Adalberto, Bis-
po de Leon)
A sociedade feudal era rígida, com pouca mobili-
dade social e formada por três grupos: clero, nobreza
e povo.
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Nobreza: As relações entre os nobres eram estabe- MODO DE VIDA
lecidas segundo os laços de suserania e vassalagem.
Ou seja, quando o nobre doava um feudo, aquele que O Feudo: era a unidade básica dentro do modo de
recebia era chamado de vassalo e ele de suserano produção feudal, cuja extensão mínima era 120 hec-
(isso normalmente ocorria em virtude de serviços tares (1.200.000 m²). Em cada um existia o castelo
prestados na área militar). Desta forma, o poder fortificado, onde residia o senhor feudal e sua famí-
de um senhor feudal era medido pelo tamanho de lia, a vila ou aldeia, onde moravam os camponeses, a
suas propriedades, por suas fortificações e pelo capela, o celeiro, o açude, o forno e demais benfeito-
número de vassalos e cavaleiros que lhe deviam rias, pastagens comuns e um mercado, onde se reali-
Da Era Medieval

fidelidade. Dentro deste grupo social havia uma zavam as trocas semanais. As terras eram formadas
mentalidade fortemente “militarizada”. Isto é, a pelo manso senhorial (cuja produção era destinada ao
própria educação de seus filhos era voltada para senhor), o manso servil (reunia as glebas dos campo-
o fortalecimento físico, onde se enfatizava a arte neses, onde parte da produção era entregue ao senhor
de cavalgar e o manejo das armas. Por isso, nem pelo uso de suas benfeitorias) e pelas terras comuns
mesmo nos intervalos das guerras (que eram (pastagens e bosques), que eram de uso coletivo. Nos
constantes), suas distrações perdiam este caráter, feudos a produção estava voltada basicamente para
uma vez que seus passatempos prediletos eram atender às necessidades daqueles que lá residiam.
as caçadas e os torneios medievais. Este em es- Quando havia excedentes, estes eram trocados no
pecial, servia também para aumentar suas rique- mercado local.
zas, através do butim ou até mesmo do aprisiona-
mento do adversário, cuja libertação implicava O Castelo: era não só a habitação do senhor feudal,
em um resgate. Os nobres se dividiam em du- mas também funcionava como o centro político do
ques, marqueses e condes (alta nobreza), além de feudo. Até o séc. XI era constituído basicamente de
viscondes, barões e cavaleiros (baixa nobreza). uma simples torre quadrada, com dois ou três andares,
Os títulos nobiliárquicos eram obtidos através feita de madeira e rodeada por uma paliçada (também
do nascimento (primogênito), do casamento ou de madeira). Com o tempo, os castelos passaram a
por merecimento. Os filhos de nobres que não ser construídos em locais mais altos, rodeados de fos-
herdavam títulos normalmente se tornavam clé- sos, substituindo-se a madeira pela pedra. No início
rigos (muitas vezes pela compra de cargos ecle- as paredes de pedra bruta eram nuas, sem qualquer
siásticos) ou cavaleiros, que além de defenderem ornamentação. Porém, com o advento das Cruzadas
os reis e senhores feudais, almejavam ter um dia e da melhoria das condições materiais, os costumes
seus próprios feudos. se refinaram e os castelos passaram a contar com um
“Dei meu ouro e recebi o bispado, mas confio conforto muito maior.
recebê-lo de volta, se souber como proceder. Para
ordenar um padre, cobrarei em ouro, para ordenar As Cidades: eram normalmente circundadas por
um diácono, cobrarei um monte de prata (...) Pa- muralhas, que lhes serviam como proteção. De tem-
guei bom ouro, mas hei de rechear a bolsa”. (De- pos em tempos, com o crescimento da população,
claração de um bispo no séc. IX). ultrapassando os limites da muralha, era necessária
a construção de uma nova. Portanto, era uma carac-
Povo: Dentre as classes populares existentes es- terística comum às cidades da época, a formação de
tavam os camponeses, os comerciantes e os arte- anéis concêntricos, através da sucessão de várias mu-
sãos. A grande parcela da população era formada ralhas. Na Idade Média, mesmo nas cidades, as con-
por camponeses, que se dividiam em servos (esta- dições de vida não eram nada fáceis. A média de vida
vam presos a terra) e em vilões (não estavam pre- da população era baixa, seja pelas péssimas condi-
sos e por isso poderiam ir para outros feudos). O ções de higiene, que permitiam a proliferação de do-
peso da sociedade aristocrática recaía sobre seus enças, seja pela fome ou pela guerra. O processo de
ombros, pois trabalhavam e pagavam pesados im- urbanização crescia, mas não havia nenhum tipo de
postos para sustentar clérigos e nobres. planejamento. As ruas eram mal iluminadas e calça-

4 das e se comprimiam entre as novas construções. As


principais desembocavam normalmente no mercado
da cidade, enquanto as demais em muros de cons- valo com lanças, espadas, machados, maças etc. (os
truções religiosas ou nas muralhas de proteção. As pontos eram contados a partir de cada golpe que o ad-
construções eram em sua maioria de madeira, uma versário conseguisse infligir ao oponente). Além dos
vez que a pedra era reservada para os castelos, palá- juízes, existiam também os arautos, que anunciavam
cios reais e igrejas. Entretanto, os burgueses enrique- a linhagem do participante. Dentre as disputas que
cidos procuravam construir moradias mais elegantes ocorriam, as justas eram sem dúvida as mais impor-
e confortáveis, onde em amplas arcadas expunham as tantes. O vencedor recebia não só a maior premiação,
mercadorias que colocavam à venda. mas também era considerado o grande campeão do
torneio. Nas “arenas” montadas para as justas, haviam
As Feiras: As feiras surgiram por volta do séc. lugares especialmente reservados para membros da

à Vitoriana
XI e eram realizadas nos feudos, onde se erguiam nobreza e da realeza. Apesar das regras e da limitação
tendas para abrigar mercadorias e mercadores. Elas do poder ofensivo das armas (na ponta da lança de
normalmente duravam quatro semanas e além das justa era colocada uma coroa para que não penetras-
negociações, incluíam também várias formas de en- se na armadura), mas acidentes aconteciam. Muitos
tretenimento proporcionadas por saltimbancos, equi- cavaleiros pareciam viver para este esporte e se tor-
libristas, acrobatas, músicos e outros tantos artistas navam famosos nos torneios que aconteciam em vá-
anônimos. Muitas dessas feiras acabariam por dar rias cidades da Europa. Normalmente se preparavam
origem a cidades. para estes eventos e se apresentavam até três vezes ao
mês durante a temporada de verão. Ele se equipava
Os Torneios e apresentações medievais: Eram com o que havia de melhor para sua proteção, além
muito comuns os torneios medievais e apresentações de bons cavalos. Depois de um tempo, os torneios
em público de artistas da época, como “mágicos”, medievais se tornaram tão populares, que algumas
trovadores, dançarinos, palhaços etc. A maioria das autoridades civis, militares e eclesiásticas passaram
apresentações era destinada às classes mais baixas, a combatê-los, porque os jovens nobres não queriam
como camponeses, pequenos mais ir para as Cruzadas ou mesmo participar
comerciantes e mercenários de guerras entre Estados ou Feudos, afi-
e “organizadas” no meio da nal, poderiam faturar alto nas justas,
rua ou de uma praça. Con- sem ter que derramar o próprio san-
tudo, havia um tipo de en- gue e nem se sujeitar às intempéries
tretenimento apreciado por de uma guerra. A justa e suas regras
todas as classes sociais, embo- - para vencer o duelo, o participante
ra só membros da nobreza pu- tem que ganhar uma melhor de três
dessem participar. Eram os tor- justas, com a seguinte pontuação: 1
neios medievais, que a princípio ponto – a lança se quebra no tronco
eram realizados em campo aberto, do adversário; 2 pontos – a lança se
apenas com uma vaga delimitação, quebra no capacete do adversário
onde cavaleiros montados simula- e 3 pontos – o cavaleiro é derruba-
vam uma guerra real. Apesar dis- do da sela, neste último o vencedor
so, acidentes eram comuns. Para ainda leva o cavalo do derrotado
evitar o derramamento de san- (na maioria das vezes que isso
gue desnecessário, os torneios ocorria, o cavaleiro derru-
passaram a ser realizados em bado concedia a vitória
locais delimitados, permitindo ao outro cavaleiro).
que os juízes pudessem ter um
controle maior dos combates. As Corporações de Ofí-
Estes eram disputados geral- cio: Eram responsáveis pelo
mente por dois cavaleiros controle das atividades econô-
(outros membros da nobre- micas dentro das cidades, agru-
za também participavam),
que lutavam a pé ou a ca-
pando comerciantes e artesãos de
acordo com sua profissão ou ramo 5
de negócios. Elas exerciam um rígido controle sobre A Arquitetura: Durante os séc. XI e XII surgiram
os negócios urbanos e buscavam evitar que seu poder na França dois estilos arquitetônicos que se espalha-
sofresse concorrência de outras cidades. Em cada ci- ram pela Europa Ocidental: o românico e o gótico.
dade existia uma corporação de comércio e uma para O Românico era baseado em construções maciças e
cada tipo de ofício (ferreiros, armeiros, joalheiros, severas, apresentando paredes lisas (sem decorações),
tecelões, sapateiros etc). Os artífices encontravam-se vãos estreitos (portas e janelas), arcos redondos (so-
divididos em mestres (possuíam sua própria oficina), bre as portas) e interiores dos edifícios escuros e com
companheiros ou oficiais (que recebiam um salário) decorações estilizadas. Entre os exemplos desta ar-
e aprendizes (moravam na casa dos mestres e nada quitetura está a Catedral de Pisa e a de São Tiago de
Da Era Medieval

recebiam). Com o tempo, se tornar um mestre foi se Compostela.


tornando um privilégio para poucos (quase que de pai O Gótico ou Ogival predominou até o séc. XVI e
para filho), pois além de ter que confeccionar uma se caracterizava pelas formas agudas e à tendência
obra-prima dentro de sua especialidade, o compa- às linhas verticais. As paredes eram amplamente es-
nheiro tinha que pagar várias taxas, em geral, além culpidas e decoradas e a escultura ornamental recor-
de suas possibilidades. Além disso, as corporações ria normalmente à reprodução de figuras grotescas,
controlavam os preços e a qualidade dos produtos monstros e demônios representando os horrores do
fabricados, evitava a concorrência por parte de es- inferno e do pecado (Vide Crepúsculo 3ª edição, Ca-
trangeiros ou por aqueles que não fossem membros e pítulo IV – O Sobrenatual e Líber des Ritae, Capítu-
sustentava ainda inválidos, órfãos e viúvas. lo IV – Criaturas do Sobrenatural). O interior destas
“Todos os que queiram ter os privilégios (...) de- construções era claro e as janelas largas e alongadas,
vem fazer parte da Hansa de Londres. Quer dizer, que predominando os arcos em ogivas ou quebrados. En-
aquele que é ‘legítimo’ – (isto é, cujo pai foi membro fim, a decoração interna e externa eram riquíssimas.
da Hansa de Londres) – deve pagar, para dela fazer Entre os exemplos desta arquitetura estão a Notre-
parte, cinco soldos e três dinheiros esterlinos. O que Dame de Chartres e a de Paris e a Abadia de West-
não é ‘legítimo’ (...) deve pagar trinta soldos e três minster, em Londres.
dinheiros esterlinos de entrada. Todos os que não são Embora estes estilos de arte e arquitetura estives-
‘legítimos’ (...) em qualquer parte onde este privilégio sem intimamente ligados com as construções religio-
é observado, confiscar-se-lhes-ão todas as mercado- sas, eles também influenciaram a construção de edifí-
rias que tenham consigo”. (Determinação da Associa- cios públicos, solares e castelos. Cabe ressaltar ainda,
ção de Mercadores de Londres no séc. XIII) que a arte gótica esteve envolvida em várias “espe-
culações” místicas. Segundo dizem, a construção das
igrejas góticas levava em consideração a posição dos
astros, os signos do zodíaco e eram construídas em lo-
cais de grande concentração de energia. Tais constru-
ções estariam baseadas na geometria e na numerolo-
gia cabalísticas. O termo “gótico” significaria a “arte
dos godos”. Contudo, os godos se autoproclamavam
de origem divina, através do termo Gutans ou “Filhos
de Wotan” (Deus supremo do panteão germânico).
Destes termos teriam derivado as palavras “Gott” e
depois “God”. Portanto, a arte gótica seria a “arte de
Deus”, a chamada geometria sagrada. Além disso, a
origem dela na Europa estaria ligada aos supostos te-
souros encontrados pelos Templários, quando estes
permaneceram instalados nas ruínas do Templo de
Salomão em Jerusalém. Segundo dizem, no séc XX,
o tenente Warren da Royal Engineer teria feito uma
intrigante descoberta: túneis que teriam sido escava-

6 dos pelos templários sob as ruínas do grande templo.


Dentre as descobertas, teriam encontrado uma sala
secreta aberta em uma rocha sólida com uma passa- uma prece cantada e de intercessão. Mas existia tam-
gem para a Mesquita de Omar. bém a música profana, aristocrática ou popular, cujos
temas iam desde o sentimentalismo amoroso até os
CULTURA, CIÊNCIA E EDUCAÇÃO satíricos. Mas foi no séc. XI que se desenvolveria a
Por muito tempo a única fonte de educação foi a canção profana e aristocrática dos trovadores, cujas
eclesiástica, pois era a Igreja que detinha o contro- composições exaltavam o espírito cavalheiresco, o
le das instituições educacionais. Por isto a educação amor à mulher e o servir a Deus nas Cruzadas.
formal era algo raro, que poucos conseguiam obter. A literatura, que no início também era essencialmente
A maioria da população era analfabeta, algo que não religiosa, começou a se direcionar no mesmo sentido.
era incomum mesmo entre os nobres (estavam mais A poesia épica retratava os feitos heróicos dos cava-

à Vitoriana
preocupados em combater) e, por conseguinte, dentro leiros, valorizando-se a lealdade, a honra, o heroís-
do próprio clero (devido à compra de cargos). Como mo e a fidelidade à Cristo, pois os guerreiros sempre
o estudo das ciências, das artes e da filosofia estavam combatiam os “infiéis”. Dentro dos romances, exis-
ligados ao pensamento cristão e à própria Igreja, seus tiam os chamados romances de aventuras, que refle-
monastérios se tornaram centros difusores de cultura, tiam os ideais da aristocracia feudal, como o espí-
de ciência e de filosofia. Porém, será através do conta- rito cavalheiresco, as boas maneiras, a fidelidade,
to com os impérios muçulmano e bizantino, que a Eu- a bravura e o amor. Dentre os mais famosos estão
ropa conhecerá avanços em diversas áreas. Os árabes, aqueles relacionados aos ciclos da Távola Redonda
que também dominavam parte da Península Ibérica, e de Robin Hood. O teatro, por sua vez, foi uma das
contribuíram em muito no avanço de várias ciências artes mais populares da Idade Média. No princípio
no mundo ocidental, dentre elas, pode-se citar: a ma- se restringia na representação de milagres e misté-
temática, a medicina, a química e a geografia. Além rios encenados nos templos religiosos. Com o tem-
de contribuições na literatura, na filosofia e nas artes. po, passaram a ser apresentados em feiras e praças
públicas, onde estavam sob a responsabilidade das
A Educação: O ensino se dividia em elementar: ler, corporações de ofício. No entanto, entre as cama-
escrever e fazer contas; e em superior: trivium (gra- das populares o gênero que mais fazia sucesso era
mática, lógica e retórica) e quadrivium (música, ge- a Farsa, um tipo de comédia espirituosa e satírica,
ometria, astronomia e aritmética). Estas eram conhe- desenvolvido no séc. XIII.
cidas como as “Sete Artes Liberais”. A partir do séc.
XIII, a Igreja começou a regulamentar as universida- A Ciência: As atividades científicas não se desen-
des e dentre as que mais se sobressaíram, podemos volveram muito na sociedade medieval ocidental. Du-
citar as Universidades de Paris, de Roma, Cambridge, rante a Alta Idade Média, por exemplo, tais atividades
Oxford, Coimbra, Salerno e Bolonha. se restringiam basicamente a compilações e comentá-
rios de obras da Antiguidade Clássica, muitas vezes
A Arte: No campo artístico a influência da Igreja cheias de erros e deturpações. A ciência se via cons-
foi gradualmente se impondo e transformando a arte tantemente envolvida pela religião e pelo misticismo.
em expressão e reflexo do pensamento e do senti- Porém com a estabilização dos reinos e do chamado
mento religioso. Isto aconteceu, principalmente, em renascimento das cidades e do comércio, novas pers-
virtude do número crescente de mosteiros, que mul- pectivas puderam se abrir, muito também por influên-
tiplicavam os centros culturais de uma arte cristã. cia dos árabes e bizantinos, que guardaram os conhe-
Nos monastérios beneditinos, por exemplo, existiam cimentos antigos. Assim, várias ciências puderam ter
os Scriptoria, que eram vastas salas de trabalho, nas um relativo progresso, como a própria medicina, em
quais seus membros se dedicavam a vários tipos de áreas como anatomia e cirurgia (uso de narcóticos em
artes e ofícios. Os monges se interessavam pela ar- operações, realizações de operações em tumores e no
quitetura, pintura e escultura. Eram exímios ourives ventre). Muitos desses avanços deviam-se ao estudo
e esmaltadores, além disso, teciam sedas e tapeçarias, de obras de Aristóteles e outros filósofos gregos. A
trabalhavam com a encadernação de livros e a fabri- partir do séc. XII, através do contato com o mundo is-
cação de vidros e cerâmicas. Dentro da música, uma lâmico, começaram a surgir inúmeras enciclopédias,
das maiores criações do período medieval foi o Canto que refletiam o interesse crescente pelo conhecimento
Gregoriano ou Cantochão, que é um canto litúrgico, científico. 7
CRUZADAS entre o ocidente e o extremo-oriente), que se manteve
“Avance à frente em segurança Cavaleiros, e com basicamente urbano e que tinha no artesanato refina-
almas destemidas, partam em combate aos inimi- do e no comércio de especiarias e artigos de luxo suas
gos da cruz de Cristo, certos que nem morte nem principais atividades econômicas. Além disso, sua
vida podem separá-los do amor de Deus que está capital Constantinopla (futura Istambul) era não só
em Jesus Cristo e repitam a si mesmo nos momen- um importante centro de comércio, mas também de
tos de perigo: cultura, que atraía o interesse de filósofos, arquitetos,
Se nós vivemos ou se nós morremos nós somos o pintores, escultores e sábios da época. E foi justamen-
Senhor”. (Bernardo de Clairvaux) te este estreitamento de relações que possibilitou uma
Da Era Medieval

série de mudanças no modo de vida medieval. Segue


Em 1095, durante o Concílio de Clermont no sul da abaixo algumas informações sobre as cruzadas:
França, o Papa Urbano II lança um apelo veemente
aos cristãos: 1ª (1095-1097): Logo depois da exortação do Papa
Dos confins de Jerusalém e da cidade de Constanti- Urbano II, elementos das classes populares, sob a li-
nopla graves notícias, repetidas vezes, chegaram aos derança de Pedro, o Eremita resolveram partir para
nossos ouvidos. Uma raça oriunda do Reino dos Per- Jerusalém sem o mínimo de organização, sem arma-
sas, uma raça maldita, uma raça totalmente alheia a mentos nem mantimentos. Cerca de mais de 50.000
Deus (...) invadiu com violência as terras dos cristãos pessoas vindas principalmente da França marcharam
e as despovoou pela pilhagem e pelo fogo. Levaram pelos Bálcãs massacrando judeus e praticando a pi-
para a sua própria terra parte dos cativos e outra par- lhagem para se abastecerem. Porém, muitos já ha-
te deles mataram com torturas cruéis. Das igrejas de viam morrido por doenças ou lutas, quando a “Cru-
Deus destruíram umas e ocuparam outras para as prá- zada Popular” chegou a Constantinopla em 1096. Por
ticas de sua religião. (...) Que os ódios desapareçam outro lado, organizava-se uma “Cruzada Senhorial”
entre vós, que terminem vossas brigas e adormeçam (1097), reunindo principalmente membros da peque-
as desavenças e controvérsias. Entrai no caminho que na nobreza, liderados por Godofredo de Bouillon. As
leva ao Santo Sepulcro; arrancai aquela terra da raça embarcações bizantinas levaram os cruzados para a
malvada para que fique em vosso poder. É a terra na Ásia, onde conseguiram reincorporar a Ásia Menor
qual, disse a Escritura, escorre leite e mel (...) Jeru- ao Império Bizantino, conquistaram Edessa (Armê-
salém é o centro do mundo; sua terra é mais fértil nia), Trípoli e Antioquia (Síria) e finalmente Jerusa-
do que todas as outras (...). Quando um ataque for lém (Palestina). O massacre dos muçulmanos durante
lançado sobre o inimigo, que um só grito seja lançado a Primeira Cruzada pode ser vislumbrado pelas se-
sobre o inimigo, que um só grito seja dado pelos sol- guintes palavras: “Todos os defensores fugiram dos
dados de Deus: Deus o quer, Deus o quer! muros através da cidade e os nossos os seguiram e os
Assim, sob o mote de “Deus o Quer!” dava-se iní- perseguiram, matando-os e os acutilando com o sabre
cio às Cruzadas, as quais pretendiam libertar a Terra até o Templo de Salomão, onde houve tal carnificina
Santa dos chamados infiéis (muçulmanos). No en- que os nossos andavam com sangue até os tornozelos
tanto, existiam outros fatores por trás da libertação (...)”. Os cavaleiros que permaneceram tornaram-se
de Jerusalém. O primeiro deles era a oportunidade proprietários de Feudos e muitos cruzados ingressa-
de expandir e fortalecer ainda mais o cristianismo. O ram em ordens religiosas, eram os monges-guerreiros
segundo era a necessidade de conquistar novas ter- da Ordem dos Hospitalários (de mantos negros com
ras, uma vez que a Europa já se encontrava quase que a cruz branca), os Templários (de vestes brancas com
totalmente dividida em feudos e disputas por terras a cruz vermelha) e os Cavaleiros Teutônicos (de túni-
eram constantes. E por último, havia a questão de que cas brancas com a cruz negra). Além dos guerreiros,
os muçulmanos controlavam várias rotas comerciais muitos outros chegaram à Terra Santa e aos demais
que ligavam o ocidente ao oriente, fato que dificulta- territórios conquistados, entre eles estavam peregri-
va o comércio pelos Europeus. nos, comerciantes e aventureiros.
Assim, as cruzadas possibilitaram o estreitamento
das relações entre o ocidente e o oriente (principal- 2ª (1147-49): Foi liderada pelo rei da França, Luís

8 mente as comerciais), através do contato com o Impé- VII e buscava defender os territórios conquistados
rio Árabe e o Império Romano do Oriente (situava-se diante da contra-ofensiva dos Turcos Seldjúcidas.
3ª (1189-92): A “Cruzada dos Reis” foi liderada por zassem, outros combatessem e outros trabalhassem”.
Ricardo Coração de Leão (Inglaterra), Felipe Augusto As próprias leis que regiam o mundo dos homens es-
(França) e Frederico Barba Ruiva (Sacro Império Ro- tavam fortemente influenciadas pela “Lei Divina”.
mano-Germânico). O principal motivo desta cruzada Não obstante, a Idade Média esteve envolvida por
foi a tomada de Jerusalém em 1097 pelo Sultão Sala- diversas lendas e mitos. O mar estava cheio de pe-
dino. Durante esta cruzada, os cristãos não consegui- rigos, onde “monstros” que lá habitavam poderiam
ram reconquistar Jerusalém, mas Ricardo Coração de destruir embarcações inteiras. Porém muitas destas
Leão fez um acordo com Saladino que permitia que lendas e mitos surgiram justamente pelo sincretismo
os mesmos visitassem a cidade desde que desarma- de elementos inerentes às culturas pagãs com o pen-
dos. Além disso, o rei inglês atacou a Ilha de Chipre, samento cristão. Ou seja, o pagão seria cristianizado.

à Vitoriana
que pertencia ao Império Bizantino e a vendeu aos Festivais antigos foram transformados em comemo-
Templários. rações cristãs e deuses em santos. Dessa forma, o ho-
mem medieval tinha que ser temente à Deus e por
4ª (1204): Esta Cruzada serviu principalmente para isso, ele acima de tudo temia, temia o Diabo e seus
a reafirmação do poderio de Veneza sobre as rotas in- servos, temia o castigo divino e o inferno. O medo
ternacionais de comércio. Uma vez que os cavaleiros era tão grande que até mesmo a beleza de uma mulher
ocidentais conquistaram Constantinopla e diversas podia ser encarada como uma artimanha do Diabo.
províncias bizantinas, criando-se o Império Latino do
Oriente (1204-1261).

5ª (1217-21): Liderada por André II, Rei da


Hungria.

6ª (1228-29): Conseguem reconquistar Jerusa-


lém.

7ª (1248-54): Liderada por Luis IX, rei da


França, contra o Egito. As hostes francesas fo-
ram dizimadas pelo tifo e o próprio rei foi apri-
sionado. Só sendo libertado depois do pagamen-
to de um resgate.

8ª (1270): Foi empreendida novamente pelo


rei francês, que resultou em total fracasso depois
que a peste dizimou a maior parte da expedi-
ção, sendo que o próprio rei sucumbiu a
doença.

MISTICISMO E RELIGIOSIDADE
A mentalidade do mundo medieval era
baseada no teocentrismo, ou seja, Deus está
no centro de tudo. A sociedade ocidental en-
contrava-se impregnada pelo pensamen-
to cristão, que influenciava muito mais
do que a religião, mas também o próprio
modo de vida da sociedade, bem como a
arte, a cultura, a filosofia e as ciências. O
Catolicismo era um dos pilares da socieda-
de, pois era através dele que se sustentava
a teoria de que Deus quis que “alguns re- 9
Mesmo assim o período foi marcado pelo surgimen- do parte de seu poder com o fortalecimento do poder
to ou fortalecimento de ordens, sociedades e seitas real e da própria burguesia, a ela sempre se reserva-
Vide Crepúsculo 3ª Edição, Capítulo III – A Guerra vam altos cargos políticos, sobretudo diplomáticos,
Santa, pág. 88) e por dois grandes embates entre o militares e eclesiásticos, sempre acompanhados de
Caos e a Ordem. Um no ano de 666, que terminaria benefícios econômicos. A burguesia se dividia em:
sem vencedores e outro em 1332, onde os quatros ca- alta burguesia (banqueiros, grandes comerciantes),
valeiros espalharam a peste negra (que dizimou quase média burguesia (comerciantes, profissionais libe-
1/3 da população da Europa), a fome, a guerra e a rais) e pequena burguesia (pequenos comerciantes e
morte, culminando com a vitória do Caos (Vide Cre- produtores). Em geral, a alta burguesia procurou o
Da Era Medieval

púsculo 3ª edição, págs. 12 a 14 e 127 e 128). enobrecimento, ou seja, a aquisição do status de no-
bre. Seus membros utilizavam vários tipos de artima-
ERA MODERNA nhas para conquistá-lo, tais como: a compra de títulos
Historicamente, costuma-se datar a o início da Ida- (nobreza togada), o recebimento de privilégios reais
de Moderna em 1453, com a tomada de Constantino- em troca de empréstimos de grandes somas ao Estado
pla pelos Turcos Otomanos e seu fim em 1789, com e casamentos com famílias nobres (normalmente ar-
a Revolução Francesa, quando então se inicia a Idade ruinadas financeiramente). As classes populares, por
Contemporânea. Este é um período de grandes trans- sua vez, continuavam a ser oprimidas e revoltas eram
formações em vários setores da sociedade. É uma constantes, sendo violentamente reprimidas pela elite
época de transição do feudalismo para o capitalismo, dominante.
ou seja, coexistem o “velho” e o “novo”.
ECONOMIA
CARACTERÍSTICAS GERAIS Em termos econômicos, a base agrária foi dando
espaço às atividades comerciais e em meados do séc.
POLÍTICA XVIII à industrialização, com o advento da Revolu-
Em termos políticos, ocorre a formação dos Estados ção Industrial, que teve seu início na Inglaterra. O
Nacionais e o fortalecimento do poder real, através comércio conheceu uma expansão ainda maior com
do chamado absolutismo monárquico. O poder agora o fomento às manufaturas e as Grandes Navegações,
não estava mais concentrado nas mãos dos senhores que resultou na colonização da América. Por outro
feudais e sim do rei. O poder real era sustentado pela lado, as relações servis continuavam a existir, muito
teoria do “Direito Divino”. Ou seja, o rei era rei por embora crescesse o trabalho assalariado. Os primei-
vontade de Deus e por isso deveria ser considerado ros dois estados a se lançarem às Grandes Navega-
como seu representante na Terra. Os dois primeiros ções foram Portugal e Espanha, uma vez que foram os
Estados Nacionais a se formarem foram Portugal e primeiros a se constituírem como Estados Nacionais.
Espanha através da Guerra da Reconquista contra os Assim, tinham condições de formarem seus exércitos
mouros e da unificação de seus reinos. Depois, foi e de reunir recursos para empreenderem expedições
a vez da França e da Inglaterra, quando do término através dos mares.
da Guerra dos Cem Anos. Dentro deste contexto, a Quando a França e a Inglaterra se tornaram Esta-
burguesia apoiava o rei para que este acabasse com dos Nacionais, as melhores áreas de exploração (com
os entraves feudais, unificando moedas, línguas, cos- grande quantidade de metais preciosos) já estavam
tumes, leis, impostos etc., enquanto a Igreja e a No- nas mãos de portugueses e principalmente espanhóis.
breza desejavam manter seus privilégios. Por isso, era comum o uso da pirataria por estes Es-
tados, que não reconheciam o Tratado de Tordesilhas
SOCIEDADE (1494). O rei da França, Francisco I, se justificava
A sociedade passa a ter uma relativa mobilidade afirmando que “desconhecia a cláusula do testamento
social, no entanto, continua a ter uma estrutura basea- de Adão que repartia o mundo entre os reis da Espa-
da em privilégios. A realeza está no topo da pirâmide nha e Portugal”. Dessa forma, os galeões espanhóis
social e as diferenças entre os grupos continuavam vindos da América lotados de metais preciosos eram
a existir. Além da nobreza eclesiástica (alto clero), constantemente atacados por piratas ingleses e france-

10 havia a nobreza leiga (ou de sangue e de espada) e a


togada (ou de título). Embora a nobreza tenha perdi-
ses. Tal situação levou a uma guerra entre a Espanha e
Inglaterra durante o reinado de Elizabeth I. Sob o pre-
texto de restaurar o catolicismo no país, os espanhóis fiéis deveriam acreditar e restaurar a disciplina. Entre
enviaram sua “Invencível Armada”, que foi derrotada as várias resoluções tomadas durante o encontro, fo-
pelos ingleses, levando a Inglaterra a se tornar a “se- ram criados os seminários para aprimorar a formação
nhora dos mares”. dos religiosos, mantendo-se o celibato clerical e o la-
tim como língua de culto.
RELIGIÃO E MISTICISMO
O século XVI foi marcado pelo advento da Refor- Ordens Religiosas: foram as responsáveis pela
ma e posteriormente pela Contra-Reforma. renovação e pelo fortalecimento do clero. Dentre as
criadas, a mais importante foi a criada por Imigo de
A Reforma: o movimento protestante levou a rup- Ricaldi (Santo Inácio de Loyola, ou seja, a Compa-

à Vitoriana
tura da unidade do poder da Igreja Católica Romana nhia de Jesus), que foi reconhecida em 1540 pelo
na Europa Ocidental. Na verdade, este movimento Papa Paulo III. Cuja atuação junto com a Ordem de
estava inserido dentro do próprio contexto do cha- Cristo (“dissidência” da Ordem Templária) foi extre-
mado “Renascimento Cultural”. Os humanistas mamente importante para a conquista de novos fiéis
recriavam as concepções a respeito do universo, da nas colônias instaladas na América.
natureza, de Deus e do homem. As contribuições des-
ses homens serviriam de base para cientistas, artistas Ordens, Seitas e Sociedades: O início da Idade
e sábios, que atuavam no sentido de criar uma nova Moderna se apresentava como “novos tempos” para o
cultura. Assim esta era uma época em que se colocava misticismo, uma vez que as idéias renascentistas va-
em xeque todos os dogmas impostos pelo pensamen- lorizavam o racionalismo, combatiam o dogmatismo
to medieval. Diante deste conjunto de transformações medieval e revigoravam o paganismo, o que permitia
a Igreja seria questionada por filósofos, teólogos e hu- um enfraquecimento do poder da Igreja, que o via di-
manistas de todos os grandes centros urbanos euro- minuir diante de tantos ataques à sua instituição. No
peus. As críticas vinham de todos os lados e um sen- entanto, a aparente flexibilidade dos novos tempos
timento de descrédito em relação à instituição parecia logo se desfez ante o contra-ataque empreendido pela
inevitável. Tudo isso contribuiria para a formação das Igreja. A Inquisição ganhava mais poder e um novo
Igrejas Protestantes baseadas em ideologias como o tempo de terror e medo se iniciava, começava nova-
luteranismo, o calvinismo e o anglicanismo. mente a temporada de caça às bruxas. Esta época não
seria nada fácil para membros de várias ordens, seitas
A Contra-Reforma: diante dos movimentos refor- e sociedades. Por outro lado, o séc. XVII mostrava-se
mistas, a Igreja, a princípio, se manteve inerte. Porém, como um período de contradições, pois o Renasci-
logo perceberia que precisava conter o avanço deles. mento havia despertado o espírito crítico e a Igreja
Entre os elementos mais importantes que impulsiona- desejava retomar os dogmas medievais. Os parado-
ram a Reforma Católica, podemos citar: xos criados por essa “confusão” de idéias acabaram
contribuindo para que mais tarde tivesse início a cha-
Inquisição: foi reestruturada para conter o avanço do mada Era da Luzes, o tempo da razão e da ciência,
protestantismo. Todos os que não obedecessem a suas uma época em que se rejeitaria os desmandos da fé.
normas ou discordassem de seus dogmas estavam sujei-
RENASCENTISMO
tos ao Tribunal do Santo Ofício, o que incluía pensado-
res leigos e cientistas. Em 1564 saiu a primeira lista de
O próprio início da Idade Moderna está ligado a um
livros proibidos, ou seja, o chamado Index, que visava
processo geral de transformações culturais conheci-
proibir a circulação de livros considerados subversivos
da como Renascimento. Durante este período há uma
ou perigosos à fé. Além disso, a Inquisição tinha no Mal-
retomada da cultura clássica (greco-romana), que in-
leus Maleficarum ou Martelo das Feiticeiras (criado emfluenciará vários setores, como as artes, a ciência e
1484 pelos inquisidores dominicanos Heinrich Kramer a educação. Esse processo se desenvolveu entre os
e James Sprenger) seu manual de caça às bruxas. séculos XV e XVI, mas teve seu apogeu entre os anos
de 1490 e 1560. Embora a cultura renascentista te-
Concílio de Tentro: reuniu-se irregularmente entre nha se espalhado pela Europa Ocidental, a Itália foi o
os anos de 1545 e 1563. O Concílio tinha como um grande centro desse processo, impulsionado pelo su-
dos seus objetivos a definição dos dogmas em que os cesso comercial das cidades italianas de Veneza, Gê- 11
nova e Florença. De lá saiam vários artistas e para lá ERA VITORIANA
convergiam vários estudiosos das artes e da filosofia. O período da Era Vitoriana está inserido dentro
Contudo, não só a arte foi impulsionada durante o da chamada Idade Contemporânea, que se iniciou
período. No geral, em todos os campos das ciências do ponto de vista econômico, com a Revolução In-
houveram avanços, principalmente na medicina, na dustrial na Inglaterra e do ponto de vista sócio-po-
física e na astronomia. Sem esquecer das ciências hu- lítico, com a Revolução Francesa. A Era Vitoriana,
manas, tais como a filosofia, a história e o estudo das como o próprio nome já denuncia, se desenvolveu
línguas antigas (grego, hebraico, aramaico e latim), durante o reinado da rainha Vitória (em Londres:
que se faziam importantes para o conhecimento dos Cidade das Brumas – a ser publicado pela Editora
Da Era Medieval

textos religiosos. Assim, o humanista era acima de Conclave - há inúmeras informações sobre a épo-
tudo um sábio, um estudioso que deveria se ocupar ca), entre os anos de 1837 e 1901.
como conhecimento (principalmente das letras). A
base do humanismo era uma profunda valorização do CARACTERÍSTICAS GERAIS
homem, que modificava suas atitudes frente ao co-
nhecimento e, sobretudo, diante da vida. POLÍTICA
Tudo isso foi possível principalmente em função Em termos políticos, o séc. XIX se mostrava
das condições sócio-econômicas da época. Pois a for- como um período de consolidação do poder da
tuna acumulada permitia realização de grandes obras burguesia, através de vários movimentos libe-
de arte, edifícios suntuosos, palácios e igrejas. Além rais, que inspirados pela Revolução Francesa e
disso, permitia também a formação e o desenvolvi- pelos ideais iluministas, se espalharam pela Eu-
mento de artistas, que eram sustentados pelos chama- ropa Ocidental, levando pouco a pouco a forma-
dos mecenas. Entre os mecenas estavam burgueses ção de repúblicas ou monarquias constitucionais.
enriquecidos, reis e papas. Além disso, os países europeus industrializados
entraram em uma série de disputas políticas e
ILUMINISMO econômicas, a fim de conquistar novos mercados
A “filosofia das luzes” se desenvolveu durante o séc. consumidores e fornecedores de matérias-pri-
XVIII e caracterizou-se principalmente pelo uso da ra- mas, como a Ásia e a África. O que mais tarde
zão. Ou seja, a razão era a luz que iluminava o pensa- levaria à 1ª Guerra Mundial.
mento humano, possibilitando a elaboração de idéias
que explicariam e impulsionariam as ações humanas. SOCIEDADE
O Iluminismo combatia o absolutismo monárquico Nesse período a mobilidade social era bem mais
e o dogmatismo religioso, uma vez que estes feriam visível e a burguesia consolidava-se como a elite do-
a razão e a liberdade do indivíduo, um dos elementos minante. Por outro lado, a nobreza se via cada vez
mais importantes desta filosofia. Assim, buscava-se, mais enfraquecida diante da perda de seus privilégios
entre outras coisas, a tolerância religiosa, o libera- e até mesmo de seus títulos. Era o auge do proces-
lismo econômico e abolição definitiva da servidão. so de Revolução Industrial e as classes populares
Dentro do processo de expansão das idéias iluminis- sofriam com a exploração exacerbada existente nos
tas, que influenciaram movimentos liberais não só na centros industrializados da Europa. Os operários das
Europa, mas também na América, destaca-se a atua- fábricas tinham que suportar longas jornadas e péssi-
ção de dois elementos: os salões e as chamadas socie- mas condições de trabalho.
dades de pensamento.
Os salões eram verdadeiros centros culturais e so- ECONOMIA
ciais, geralmente dirigidos por mulheres que se desta- O período foi marcado pelo fortalecimento da pro-
cavam socialmente e eram restritos à elite. Dentre as dução industrial e pelo expansionismo comercial ain-
sociedades, merece destaque a atuação da Maçonaria, da maior, em virtude do processo de colonização e de
que teve um grande crescimento durante o período, determinação de áreas de influência na África e na
impulsionado pela própria ascensão da burguesia ao Ásia. O destaque da época é a Inglaterra, que à frente
poder político. Seus membros foram bastante perse- no processo industrial, se tornou um grande império

12 guidos em toda a Europa, com exceção da Inglaterra, colonial sob o reinado da rainha Vitória.
uma vez que a mesma não tinha poder.
CULTURA, CIÊNCIA E MISTICISMO assustavam até mesmo as próprias seitas satânicas.
É uma época marcada pela razão, pelas inovações Na tentativa de se conter o avanço destas organizações
técnicas, pelas descobertas científicas, pela pesquisa e e de outras sociedades foi realizado em 1815 o Con-
pela observação, mas é igualmente povoada por mis- cilio Ecumênico de Viena, sob os auspícios de vários
térios, assassinos escondidos nas sombras e detetives líderes de ordens religiosas. Durante os anos que se
ávidos por ação e aventura. A própria literatura do pe- seguiram, várias batalhas foram travadas e Londres
ríodo é marcada pela popularização dos contos, que foi um dos palcos principais da Guerra Santa. Uma
fervilhavam a imaginação de milhares de leitores. Era cidade iluminada pelo brilho imperial e ofuscada pe-
uma época de cor e exotismo, de grandes novidades, las sombras de uma sociedade à beira da decadência.
do contato com novas culturas e acima de tudo, de Isso sem mencionar o fato de que sempre foi o lar dos

à Vitoriana
contrastes. A miséria aumentava no mesmo passo em Filhos da Meia-Noite e um dos maiores centros de
que os grandes centros urbanos europeus se industria- influência da Maçonaria. No entanto, a Guerra San-
lizavam e os pobres, mais explorados e massacrados ta dos novos tempos não seria como outrora. Seria
do que antes, se viam cada vez mais descrentes da velada, silenciosa. O sobrenatural não estava apenas
existência divina. nos contos e romances e a verdade poderia se mostrar
Foi em função de tantas mudanças, que já vinham bem mais aterrorizante do que as estórias de um de-
se processando desde o século passado com as idéias tetive vitoriano...
iluministas, que várias religiões viram seu poder sen-
do ameaçado por tanta CRONOLOGIA
tolerância religiosa e
pelo nascimento e for- 381-Editos de Constan-
talecimento de tantas tinopla – Imperador Te-
sociedades culturais, odósio torna o cristia-
científicas e místicas. nismo a religião oficial
As instituições religio- do Estado e proíbe os
sas, em especial a Igre- cultos pagãos.
ja Católica (a mais ata- 395-Divisão definitiva
cada), preocupavam-se do Império Romano em
com o novo cenário Ocidente e Oriente
que parecia se formar. Séc. V-Desestruturação
Dentro deste, dois gru- do Império Romano do
pos pareciam incomo- Ocidente e formação
dar ainda mais: a Ma- dos reinos romano-ger-
çonaria e os Filhos da mânicos ou bárbaros:
Meia-Noite. As lojas Ostrogodos (Penínsu-
maçônicas se multi- la Italiana), Vândalos
plicavam, enquanto (Norte da África), Visi-
seus membros levavam godos (Península Ibéri-
consigo suas idéias li- ca), Francos (nordeste
berais que combatiam da Gália), Borgúndios
o dogmatismo religioso (Sudeste da Gália),
ao mesmo tempo em que Jutos e Anglo-Saxões
faziam Roma temer por (Bretanha) etc.
resultados mais desastro- 570-Nascimento de
sos do que os provoca- Maomé.
dos pelo protestantismo 622-Maomé e seus dis-
no passado. cípulos se retiram de
Por outro lado, os Fi- Meca para Medina (Hé-
lhos da Meia-Noite ti-
nham tanto poder, que
gira) – Início do calen-
dário muçulmano. 13
638-Jerusalém é conquistada pelos árabes Paris – marco inicial do estilo gótico.
666-I Crepúsculo 1187-Saladino retoma Jerusalém
710-Os árabes conquistam o norte da África 1189/99-Reinado de Ricardo Coração de Leão
711-Os árabes invadem a Península Ibérica e con- 1207-08-Criação da Ordem dos Franciscanos
quistam o reino visigodo. 1216-Ordem dos Dominicanos (seus membros darão
750-Os Vikings iniciam a conquista das Ilhas Escoce- origem à Inquisição) é aprovada pelo Papa Honório II
sas e posteriormente começam as incursões às terras 1233-Instituição da Inquisição
inglesas. 1254-Os judeus são expulsos da França
800-Os Vikings invadem a Irlanda. 1290-Os judeus são expulsos da Inglaterra.
Da Era Medieval

851-Londres é invadida pelos Vikings e destruída 1300-Invenção da Bússola


pelo fogo 1307-Começa a perseguição aos Templários coman-
886-Paris é atacada pelos Vikings dada por Felipe, o Belo e Papa Clemente V e executa-
1054-Cisma do Oriente: Igreja Ortodoxa Grega da sob os auspícios da Inquisição.
1099-Criação do Reino de Jerusalém pela 1ª Cruzada 1332-II Crepúsculo
1118-Criação da Ordem dos Cavaleiros Templários 1337-Início da Guerra dos Cem Anos entre Inglaterra
1120-Criação da Ordem dos Cavaleiros Hospitalários e França
e da Universidade de Paris 1348/50-Auge da Peste Negra
1128-Criação da Ordem dos Cavaleiros Teutônicos 1431-Joana Dárc é queimada viva em Rouen
1130-Criação da Universidade de Oxford 1450-Criação da Imprensa
1163/82-Construção da Catedral de Notre Dame de 1453-Fim da Guerra dos Cem Anos
1455/85-Guerra das Duas Rosas na Inglaterra
1492-Fim do domínio muçulmano na Península Ibé-
rica com a tomada de Granada
1498-Descoberta por Vasco da Gama do caminho
marítimo para a Índia.
Séc. XV/XVI-Renascimento.
Séc. XVI-Reforma e Contra-Reforma
1588- A invencível Armada de Felipe II da Espanha é
derrotada pela Inglaterra de Elizabeth I.
Séc. XVI /XVII-Renascimento Científico
Séc. XVIII-Expansão das idéias iluministas
1750-1ª Revolução Industrial
1789-92-1ª fase da Revolução Francesa
1799-Golpe do 18 Brumário – Napoleão Bonaparte
toma o poder na França
1ª metade do séc. XIX-Processo de colonização da
África e na Ásia.
1809/12-Auge do poderio napoleônico
1812-Início da invasão da Rússia pelas tropas
de Napoleão
1815-Batalha de Waterloo – derrota definitiva de Na-
poleão/Concílio Ecumênico de Viena
1837-Início do reinado da Rainha Vitória
1850-2ª Revolução Industrial
1901-Morte da Rainha Vitória.

14
CAPÍTULO II PERSONALIDADE
(pág. 34 - Crepúsculo 3ª Edição)
Criação de Personagens Escolha o Caráter e a Caricatura de seu personagem
de acordo com as restrições apontadas pela Estirpe. O
INTRODUÇÃO Caráter e a Caricatura devem ser escolhidos entre as
O Sistema Clavius é um sistema de RPG aberto, características angelicais (Serafim, Querubim, Trono,
livre e que pode ser usado e modificado por todos Dominação, Potência, Virtude, Principado, Arcanjo
aqueles que desejarem. Sua própria concepção pre- e Anjo) e as características demoníacas (Imperador,
vê uma imensa adaptabilidade a qualquer cenário de Primeiro Ministro, Grão Duque, Ministro, Grão Ge-
jogo, uma vez que possui um atributo Curinga, que neral, General, Tenente General, Brigadeiro e Mare-

à Vitoriana
pode ser desde Magia até Rejeição Cibernética. Fica chal). Preencha as Virtudes e os Pecados. São sete
a cargo do mestre e dos jogadores decidir o que é o Virtudes e sete Pecados que denotam os caractéres
atributo Curinga, ou mesmo se ele será usado, já que, psicológicos do personagem. São dados pelo Caráter
como o curinga de um baralho, ele pode ser descar- e pela Caricatura, por Desvantagens ou por aconteci-
tado. No RPG Crepúsculo, por exemplo, o atributo mentos em jogo.
coringa é a Espiritualidade, que é o atributo base para
dádivas e rituais. Embora este netbook esteja volta- ARQUÉTIPOS
do para o RPG Crepúsculo, você poderá encontrar as (pág. 40 - Crepúsculo 3ª Edição e págs. 95/96 - Líber
regras básicas do Sistema Clavius na sua versão 1.0 des Ritae)
no site da Editora Conclave, podendo baixar gratuita- Este passo é opcional. Você pode escolher um arqué-
mente o arquivo. tipo para o seu personagem e continuar a construí-lo
Este netbook traz apenas informações básicas a após isso, ou pular esta fase, criando seu personagem
respeito do mecanismo de funcionamento do Siste- sem um arquétipo. Os arquétipos formam um tipo es-
ma Clavius (que permanece essencialmente o mes- pecial de vantagem. No Crepúsculo 3ª Edição e no
mo), para maiores informações você deve consultar Líber Des Ritae existem exemplos de arquétipos que
o Crepúsculo 3ª Edição, que traz as regras do sistema podem ser utilizados pelos jogadores na criação de
adaptadas para esta ambientação ou o arquivo Siste- seus personagens. Embora alguns estejam mais volta-
ma Clavius versão 1.0 disponível no site, caso queira dos para a era contemporânea, nada impede que, com
jogar em outra ambientação. Porém, neste netbook as devidas modificações, os mesmos sejam utilizados
você encontrará novas habilidades, vantagens/des- no período histórico que se estende da era medieval
vantagens, arquétipos de personagens, armas e equi- à vitoriana. Segue abaixo uma lista de arquétipos que
pamentos. Aqueles que já existiam e não sofreram podem ser utilizados em suas aventuras:
quaisquer alterações foram apenas citados. Obvia-
mente, de acordo com as necessidades da aventura, ARQUÉTIPOS ADAPTADOS
você poderá criar outros utilizando as regras do Sis-Angelologista/Demonologista: A descrição do ar-
tema Clavius. quétipo (Crepúsculo 3ª edição, pág. 40) permanece
essencialmente a mesma. Na “ficha básica” deve-se
CONCEPÇÃO substituir, tanto em Angelologista quanto em Demo-
Imagine seu personagem, crie seu nome, um pe- nologista, Computador +1 por Detecção de Mentiras
queno histórico, sua aparência física e sua rede de + 1.
relações, determinando aliados, inimigos, parentes,
protetores, protegidos etc. Assassino Religioso: A descrição do arquétipo (Cre-
púsculo 3ª edição, pág. 42) permanece essencialmen-
ESTIRPE te a mesma. No entanto, deve-se desconsiderar as
(págs. 18/33 - Crepúsculo 3ª Edição) informações sobre grupos terroristas islâmicos (He-
Escolha uma estirpe para o personagem – Huma- zbollah, Jyhad Islâmica e Al Quaeda) e obviamente
nus, Nefilim, Fali, Genesis, Deadalus, Nituus, Ser- o uso de artilharia pesada e o planejamento de ex-
vilis ou Tocados. Anote as peculiaridades da Estirpe plosões. Além disso, deve-se lembrar que durante o
escolhida na ficha do personagem. movimento das Cruzadas o que não faltaram foram
assassinos religiosos, tanto do lado cristão quanto do 15
muçulmano. Na ficha básica deve-se substituir De- Mago Cabalista: A descrição do arquétipo (Líber des
molição +1 por Intimidação +1, Explosivos +2 por Ritae, pág. 95) permanece essencialmente a mesma,
Cavalgar +2 e Sistemas de Segurança +1 por Arrom- deve-se apenas desconsiderar o último parágrafo. Na
bamento +1. ficha básica não há qualquer alteração.

Explorador Sobrenatural: A descrição do ar- Sacerdote: A descrição do arquétipo (Crepúsculo 3ª


quétipo (Líber des Ritae, pág. 94) permanece es- edição, pág. 51) permanece essencialmente a mesma.
sencialmente a mesma. Na ficha básica deve-se Na ficha básica não há qualquer modificação.
substituir Fotografia +1 por Criaturas Sobrena-
NOVOS ARQUÉTIPOS
Da Era Medieval

turais +1.
Arqueiro: Arqueiros são encontrados em várias regi-
Feiticeiro: A descrição do arquétipo (Crepúsculo 3ª ões, mas todos fazem parte do mesmo modelo, sejam
edição, pág. 43) permanece essencialmente a mesma. os lendários arqueiros ingleses (e galeses), franceses,
No entanto, deve-se desconsiderar a parte final do úl- árabes, espanhóis etc. Um arqueiro competente ini-
timo parágrafo. Além disso, deve-se lembrar que os cia seu treinamento bem cedo, ainda criança, quando
feiticeiros foram duramente perseguidos durante a atira suas primeiras flechas e constrói seus primeiros
Baixa Idade Média e no período da Contra-Reforma. arcos. A fabricação do arco também é parte das habi-
Muito embora falsas acusações de feitiçaria fossem lidades de um arqueiro. Práticas de costume entre os
freqüentes. Na ficha básica deve-se substituir Camu- arqueiros incluem trazer consigo cordas avulsas para
flagem +2 por Herbalismo + 2. substituição, em caso de rompimento; a fabricação
do próprio arco e das flechas, sempre que possível;
Inquisidor: A descrição do arquétipo (Crepúscu- e a boa manutenção das flechas, em aljavas resisten-
lo 3ª edição, pág. 45) permanece essencialmente a tes e impermeáveis. Em diversos exércitos europeus
mesma. No entanto, deve-se lembrar que durante a na idade média, em especial nos exércitos inglês e
época medieval as ordens inquisitoriais não podiam francês durante a Guerra dos Cem Anos, os arqueiros
ser consideradas como secretas. Muitos hereges eram homens de classe mais baixa que ofereciam seus
eram executados ou tinham que confessar seus pe- serviços a nobres comandantes de tropas em troca de
cados publicamente. Entretanto, isto não quer dizer um salário e a chance de obter espólios de combate.
que seus membros não agissem nas sombras, afinal,
a principal função de um inquisidor sempre foi a de Arqueiro (28 Pontos)
espionar e delatar, cuidando para que os hereges fos-Atributos: DES +2 PER +2
sem devidamente punidos. Na ficha básica não há Habilidades: Arquearia +3, Besta +2, Esquiva +2,
qualquer alteração. Espada curta +1, Ofícios (fazer arcos e flechas) +1,
Combate Corporal +1, Conhecimento Local +1.
Lutador de Krav-Magah: A descrição do arquétipo Vantagens/Desvantagens: Sentido Aguçado (visão),
(Crepúsculo 3ª edição, pág. 47) permanece essencial- Condição Financeira (trabalhador assalariado), Pron-
mente a mesma. No entanto, deve-se desconsiderar tidão.
o penúltimo parágrafo. Além disso, deve-se lembrar
que durante a Baixa Idade Média os judeus foram du- Cavaleiro: O cavaleiro era todo homem de armas,
ramente perseguidos pelo Santo Ofício e pela Mih- que se sagrava como tal em uma cerimônia específi-
na. Portanto, dificilmente um não-judeu teria acesso ca. Além disto, ele deveria também obedecer a certas
às técnicas do Krav-Magah. Na ficha básica deve-se regras e seguir um modo de vida particular. Pelo me-
substituir Segurança +2 por Furtividade +2 e Condu- nos em tese, todo homem que fosse batizado poderia
ção +1 por Cavalgar +1. ser um cavaleiro e este poderia tornar cavaleiro todo
aquele que julgasse como digno de receber tal título,
Mago: A descrição do arquétipo (Crepúsculo 3ª edi- sem se prender à sua origem ou condição social. No
ção, pág. 48) permanece essencialmente a mesma. Na entanto, a partir do séc. XII tal fato foi se tornando
ficha básica deve-se substituir Matemática +2 por Al- cada vez mais raro, uma vez que os cavaleiros eram

16 quimia +2. escolhidos entre os filhos da nobreza. Além disso, a sa-


gração de um cavaleiro exigia muitos gastos: cavalo,
equipamento militar, cerimônia e festas de ordenação. invadir lugares inacessíveis, jogos, trapaças, disfar-
No entanto, antes de se tornarem cavaleiros, eram fei- ces e segredos. Mesmo aqueles de berço mais nobre
tos escudeiros e colocados sob a responsabilidade de que escolhem esse caminho submetem-se ao modo
um protetor, que lhes ensinaria a arte da guerra. Mas de vida do ladrão, freqüentando lugares perigosos ou
nem todos se tornavam cavaleiros, existiam aqueles na companhia de pessoas suspeitas. Um ladrão não é
que permaneciam o resto da vida como escudeiros. necessariamente um fora-da-lei. Pode ser apenas al-
Existiam dois tipos de ordenação: aquelas que acon- guém que é bom em atividades consideradas ilegais.
teciam em um castelo, diante de uma igreja ou em Porém, o uso de suas habilidades provavelmente o le-
praça pública (em geral, seguidas de festejos, como vará a tornar-se um foragido ou um prisioneiro.
banquetes, torneios e outros tipos de entretenimento)

à Vitoriana
e aquelas que aconteciam em tempos de guerra, nos Ladrão (26 Pontos)
próprios campos de batalha (eram mais gloriosas, po- Atributos: DES +2 INT +1
rém mais simples, reduzindo-se geralmente a entrega Habilidades: Acrobacia +1, Avaliação de objetos +1,
da espada e a palmada no ombro). Os cavaleiros se- Intimidação +1, Armadilha +2, Arrombamento +2,
guiam um código de ética, que se baseava, em suma, Conhecimento Local +1, Disfarce +1, Dissimulação
na fidelidade à palavra dada, na lealdade, na generosi- +1, Furtividade +3, Furto +2, Lábia +2, Manha +2,
dade, na proteção e na assistência àqueles que dela ne- Esquiva + 2.
cessitassem. Além disso, deviam obediência à Igreja, Vantagens/Desvantagens: Informantes (Comum).
defendendo seus membros e seus bens. Muito embora
existissem aqueles que seguiam a risca tal código, a Pirata: Ladrões de cargas existem desde muito tem-
realidade parecia ser bem diferente daquelas estórias po, mas estes ficaram famosos durante as expansão
de cavaleiros leais, honrados e corajosos narradas nosultramarina, quando roubavam a carga de navios que
romances e poemas épicos da época. Uma vez que a haviam explorado continentes e levavam suas cargas
principal função de um cavaleiro era a defender seu para seus países de origem, muitas vezes levando
senhor... “É mau cavaleiro aquele que ajuda mais o também o navio e matando/escravizando sua tripula-
povo do que a seu senhor [...]. O ofício da cavalaria é
ção. Os primeiros piratas foram os ingleses, que eram
guardar a terra, pois por temor dos cavaleiros não se financiados pela coroa, que achava mais fácil o roubo
atrevem as gentes a destruí-la [...] “. dos navios do que a exploração de colônias. Muitos
piratas eram mercenários que tinham alguma experi-
Cavaleiro (24 Pontos) ência em alto mar e se aventuravam em expedições
Atributos: FOR +1 DES +1 VIT + 1 em troca de remuneração. A maioria dos piratas tem
Habilidades: Arrombamento + 1, Cavalgar +2, Com- conhecimento de navegação, orientação, comércio e
bate Corporal + 2, Escudo +2, Lança +2, Lâminas armas de mão, além de saber operar canhões e ou-
Longas +3, Rastreamento + 1, Tática +1, Liderança + tras armas de fogo. Assim como outros fora-da-lei,
1, Liderança + 1, Esquiva + 1. a maioria dos piratas vive às margens da sociedade e
Vantagens/Desvantagens: Classe Média Alta, Códi- tende a se tornar um foragido ou um prisioneiro.
go de Honra dos Cavaleiros (Muito Comum).
Pirata (22 Pontos)
Ladrão: Uma das figuras mais comuns em qualquer Atributos: FOR +1 DES +1
cidade européia da Idade Média é o ladrão. Seja ele Habilidades: Intimidação +1, Bastões +1, Lâminas
um mendigo, um comerciante ou um saqueador, ele Curtas +1, Navegação +3, Orientação +2, Combate
se vale de métodos escusos e desonrados para atingir Corporal +1, Comércio + 1, Sobrevivência + 1, So-
seus objetivos. A maioria dos ladrões é de origem po- brevivência + 1, Armas de Fogo (canhões) +1, Armas
bre, desenvolvendo esse lado fora-da-lei por necessi- de Fogo (Revólveres) +1.
dade de sobrevivência, mas também há aqueles que, Vantagens/Desvantagens: Robusto, Antecedentes
apesar de serem pessoas de posses e renda, preferem Pecaminosos (Muito Comum).
agir de forma contraditória e apegar-se a um modo
de vida furtivo e enganador. O ladrão atua de várias Profeta do Apocalipse: O Profeta do Apocalipse é
maneiras possíveis para alcançar um objetivo ou sua uma pessoa atormentada por visões sobre o final dos
própria segurança. Ele é um perito em esconder-se, tempos ou no mínimo acredita que tais visões sejam 17
o prenúncio do juízo final. Sua crença é tão fervoro- Trovador (29 Pontos)
sa em tais acontecimentos, que sai pelo mundo afora Atributos: CAR +2 INT +1
pregando a palavra da salvação. Como acredita que Habilidades: Artes (3 à sua escolha) +3 em cada,
o fim se aproxima, tentará levar a qualquer custo a História + 1, Mitologia +2, Lâminas Curtas +1, Lábia
palavra de salvação à todos aqueles que julgar como +2, Manha +1, Sedução +1, Sobrevivência +1.
pecadores, antes que a Terra tenha o mesmo fim de Vantagens/Desvantagens: Alfabetizado, Empatia.
Sodoma e Gomorra e suas almas sejam consumidas
pelo fogo do inferno. Seguindo pelas estradas, em ATRIBUTOS
meio muitas vezes à fome e ao frio, acreditará pia- (pág.134 - Crepúsculo 3ª Edição)
Distribua os pontos necessários (normalmente um
Da Era Medieval

mente que é um enviado do Senhor, um mensageiro


dos tempos de guerra, fome, peste e desespero. Por máximo de 10 pontos, dos 50 do personagem) nos
mais louco que possa parecer, seus sermões sempre atributos principais. O nível inicial igual a 4 por atri-
conseguirão reunir um grande número de pessoas e buto. Aumenta-se um nível para cada ponto gasto.
às vezes, até mesmo o maior dos céticos, poderá se Com estes valores determinados, calcule os Atributos
ver estremecido diante de tanto fervor. Durante a Ida- Secundários: Vontade (igual ao maior atributo mais o
de Média, principalmente durante a época das cruza- menor, divididos por dois e arredondado para baixo),
das, o que não faltaram foram profetas, pessoas que, Iniciativa (soma da destreza com a percepção), Velo-
seguidas por sua própria legião de fiéis, percorriam cidade (soma da Força com a Destreza dividida por
as estradas pregando a salvação divina. Muitas vezes dois, em metros por segundo, arredondado para bai-
percorriam um longo e tortuoso caminho até Jerusa- xo) e Peso (para determiná-lo observe a tabela exis-
lém (quando não morriam antes, pela fome ou pela tente na pág. 135 ou consulte a versão 1.0 do Sistema
guerra), a mais santa de todas as terras. Clavius).

Profeta do Apocalipse (30 Pontos) CARACTERÍSTICAS SECUNDÁRIAS


Atributos: CAR +2 ESP +1 INT + 1 (págs.135/140 - Crepúsculo 3ª Edição e pág. 67/70
Habilidades: Lábia +3, Teologia +3, Sobrevivência - Guia dos NPCs)
+2, Empatia +1, Liderança +2, Hebraico +1, Latim Escolha as vantagens e desvantagens (Máx. – 20 pon-
+1, Manha + 1, Ocultismo + 1. tos) de seu personagem.
Vantagens/Desvantagens: Fanatismo (Raro)/ Fé
Verdadeira/ Legião de Fiéis. Vantagens
Dádivas: Propheticus 1 – Profecia Simples
Alfabetizado (muito comum/raro): O personagem
Trovador: Os trovadores eram verdadeiros músicos, sabe ler e escrever podendo adquirir habilidades re-
poetas e cantores e viviam percorrendo castelos, ci- lacionadas ao estudo científico ou que requeiram al-
dades e feiras, onde se apresentavam, recitando ou gum tipo de leitura e escrita. Durante a Idade Mé-
cantando suas melodias. Porém nem sempre estavam dia, era raro se encontrar uma pessoa alfabetizada, o
sozinhos. Às vezes, eram acompanhados de jograis, conhecimento era para poucos. Nem mesmo entre os
isto é, pessoas que se especializavam em tocar deter- nobres isto era comum, uma vez que estavam mais
minados instrumentos musicais. Muito embora exis- preocupados com as guerras. A partir do Renasci-
tissem os trovadores “profissionais”, existiam indiví- mento a situação começa a mudar e pouco a pouco
duos que “exerciam” o ofício, apesar de pertencerem a alfabetização vai se tornando mais comum. Com a
à nobreza. Estes entoavam suas canções de guerra e chegada do séc. XIX, as escolas e academias vão se
de amor em seus castelos, ao som de harpas e diante difundindo e pode-se considerar como uma vantagem
de condes, duques e até mesmo reis. No entanto, exis- muito comum. As variações descritas acima são ape-
tiam ainda os chamados menestréis ou mestres canto- nas sugestões tomando-se por base as condições só-
res, que eram artistas urbanos agrupados em uma cor- cio-econômicas de cada época. No entanto, o mestre
poração de ofício, sob regulamentos rígidos, os quais poderá diminuir a dificuldade de se obter a vantagem,
davam as suas manifestações artísticas características de acordo com o perfil e histórico dos personagens.

18 mais formais.
Nobre (Variável): Esta vantagem permite que o per- Diabo estava em toda parte. Além disso, ser um cético
sonagem tenha um título nobiliárquico. Durante o “declarado” na era medieval e durante o período da
período medieval a posse de determinada porção de Contra-Reforma, significaria, quase com toda a certe-
terra normalmente garantia ao seu possuidor determi- za, a fogueira da Santa Inquisição.
nado título nobiliárquico. Depois desta época, a no-
breza começa a entrar em decadência e perde muitas Código de Honra (Variável): esta desvantagem seria
de suas propriedades, passando a viver cada vez mais um tipo especial de antecedente virtuoso seletivo, ou
nas cortes, ocupando cargos públicos e se dedican- seja, o personagem é honrado dentro de determina-
do às intrigas palacianas. Além disso, alguns nobres do código de conduta (o jogador deve descrevê-lo ao
passam a se dedicar às atividades que até então eram mestre). Dependendo do quão esteja disposto a seguir

à Vitoriana
típicas da burguesia. Portanto, em aventuras ambien- tal código, o personagem prefere arriscar sua própria
tadas a partir do séc. XIX, o jogador deverá escolher vida a perder a sua honra.
um nível para nobre e um para condição financeira. Comum – O personagem poderá em algumas oca-
Ou seja, o personagem poderá ter o título de Con- siões deixar de seguir seus princípios, caso isto im-
de, mas estar economicamente arruinado. Nos países plique em grande risco para a sua vida. No entanto,
europeus que mantiveram o regime monárquico, a deverá fazer um teste de Vontade com um redutor de
nobreza deixou de gozar de antigos privilégios, mas –3. Se alguém tentar convencer o personagem a agir
dentro da sociedade continuaram a ter um certo status em desacordo com o seu código (seja por meio de
social, o que obviamente “abre muitas portas”. habilidades, dádivas ou rituais), ele terá um bônus de
Muito Comum – o personagem é um barão. +2 no teste de vontade para resistir.
Comum – o personagem é um conde ou um viscon- Raro – O personagem dificilmente deixará de se-
de. Ele é convidado para alguns eventos culturais e guir seus princípios, a não ser que o risco para a sua
sociais. vida seja iminente. No entanto, deverá fazer um tes-
Raro – o personagem é um duque ou um marquês. te de vontade com redutor de –4. Se alguém tentar
Ele é convidado para a maioria dos eventos culturais convencer o personagem a agir em desacordo com o
e sociais. O personagem poderá começar com fama seu código (seja por meio de habilidades, dádivas ou
muito comum como vantagem. rituais), ele terá um bônus de +3 no teste de vontade
Muito Raro – o personagem é um membro da rea- para resistir.
leza. Ele é convidado para todos os tipos de eventos Muito Raro – O personagem jamais deixará de se-
culturais e sociais. Poderá começar com fama comum guir (por vontade própria) seus princípios de conduta,
em vantagem. ainda que isso signifique a morte. Se alguém tentar
convencer o personagem a agir em desacordo com o
Outras Vantagens: Ambidestria (Muito Raro), Anjo seu código (seja por meio de habilidades, dádivas ou
da Guarda (Muito Raro), Bom Senso (Comum), Fé rituais), ele terá um bônus de +5 no teste de vontade
Verdadeira (Comum), Força Espiritual (Muito Raro), para resistir.
Gênio (Muito Raro), Influências (Variável), Infor-
mantes (Variável), Intuição (Raro), Legião de fiéis Deficiente físico (Raro/Muito Raro): Obs.: Na Idade
(Muito Raro), Memória Eidética (Muito Raro), Poder Média até existiam “próteses”, mas estas eram de ma-
da Escuridão (Raro), Portador da Luz (Raro), Pouco deira e extremamente precárias.
Sensível à dor (Muito Raro), Prontidão (Muito Co-
mum), Resistência às Dádivas (Muito Raro), Robus- Idade Avançada (Variável): Obs.: Em se tratando
to (Comum/Raro), Sentido Aguçado (Raro), Sorte do período medieval, seria algo raro um personagem
(Raro), Status Hierárquico (Variável). possuir tal desvantagem, mesmo em seu nível muito
comum. Tendo em vista que a média de vida da po-
Desvantagens pulação era baixa, em função das péssimas condições
de vida, provocadas pela miséria, pelas constantes
Ceticismo (Muito Raro): Obs.: Ser um cético na Ida- epidemias e guerras entre reinos ou entre senhores
de Média era realmente algo muito raro, justamente feudais.
por ser uma época impregnada pelo imenso poder da
Igreja Católica, que fazia questão de lembrar que o 19
Sanguinolência (Raro/Muito Raro): o personagem dificando, através da reestruturação das cidades e do
tem uma verdadeira “fixação por sangue” e só deixará comércio, que possibilitou a especialização de vários
o combate depois que seu inimigo estiver morto. Em ofícios e do crescimento da chamada burguesia. Com
um combate desferirá golpes mortais, precisará ser o advento do renascimento e das grandes navegações,
bem sucedido em um teste de Vontade para aceitar a a nobreza começa a perder espaço e a burguesia passa
rendição de um inimigo etc. Se, por qualquer motivo, a ter mais prestígio e influência. Veja abaixo:
o personagem tiver que deixá-lo vivo, deverá fazer Milionário – Vantagem (Muito Raro) – Seu perso-
um teste de vontade com redutor de –2 (raro) ou –3 nagem é extremamente rico. Ele provavelmente é um
(muito raro). membro da realeza, ou mesmo um membro do alto
Da Era Medieval

clero. Além disso, seu personagem poderá ser tam-


Outras Desvantagens: Amnésia (Muito Raro), An- bém um membro da alta burguesia, como, por exem-
tecedentes Pecaminosos (Variável), Antecedentes plo, um grande banqueiro. O personagem poderá co-
Virtuosos (Variável), Antecedentes Pecaminosos ou meçar com fama comum em vantagem.
Virtuosos Seletivos (Variável), Azar (Raro), Caolho Rico – Vantagem (Raro) – O personagem possui
(Comum), Cegueira (Muito Raro), Covardia (Co- uma condição financeira invejável. Ele provavelmen-
mum), Credulidade (Comum), Curioso (Comum), te é um membro da alta nobreza. Senhor de grandes
Deslocamento Reduzido (Variável), Distração (Co- propriedades, possuindo vários vassalos e cavaleiros
mum), Fanatismo (Variável), Fobias (Raro/Muito à sua disposição. Pode ser também um grande comer-
Raro), Guardião (Muito Raro), Ilusão (Variável), Im- ciante ou o líder de uma corporação de ofício em uma
pulsividade (Raro), Inaptidão Social (Raro), Inimigo cidade. O Personagem pode começar com fama mui-
(Variável), Intolerância (Raro/Muito Raro), Mal Edu- to comum em vantagem.
cado (Comum), Mau Humor (Muito Comum), Mu- Classe Média Alta – Vantagem (Comum) – O per-
dez (Comum), Muito Sensível à Dor (Muito Raro), sonagem possui uma boa condição financeira. Ele
Objetivo Condutor (Variável), Ortodoxo (Comum), provavelmente é membro da baixa nobreza. Pode ser
Paranóia (Raro), Piromania (Raro), Promessa (Muito também um comerciante mais abastado ou um mes-
Raro), Protegido (Raro), Segredo (Raro/Muito Raro), tre-de-ofício. Alpinista social – conhecido por alguns
Surdez (Raro), Suscetibilidade às Dádivas (Muito da classe superior.
Raro), Teimosia (Comum), Timidez (Comum), Vício Classe Média Baixa – Vantagem (Muito Comum)
(Comum/Raro), Vingança (Raro), Voto (Variável) – O personagem tem uma condição sócio-econômi-
ca um pouco melhor do que a maioria da população.
Vantagens ou desvantagens Pode ser um companheiro dentro de uma corporação
de ofício, um pequeno comerciante etc. Pessoa públi-
Condição Financeira (Variável): A condição finan- ca - conhecido e respeitado por alguns de sua classe.
ceira mede o grau de riqueza que seu personagem Pobre – A grande maioria da população se encon-
possui tanto em bens como em dinheiro e negócios. tra neste nível e nos inferiores. Os personagens deste
Esta característica pode assumir valores desvanta- nível para baixo não vivem, mas sobrevivem. Seus
josos e vantajosos. Personagens Milionários estarão gastos são mínimos e seus rendimentos mensais qua-
comprando uma vantagem, personagens miseráveis se não suprem suas necessidades. Em geral são cam-
estarão ganhando pontos, e personagens pobres serão poneses, serviçais e aprendizes (nas corporações de
a média da população.Além disso, o nível de riqueza ofício).
do personagem implica em seu status social. O status Trabalhador Assalariado – Desvantagem (Muito
social representa a posição de seu personagem em re- Comum) – O personagem se submete a extensas jor-
lação à sociedade. É a medida de importância do per- nadas de trabalho para receber misérias no final do
sonagem perante as pessoas. Seu personagem pode ser mês e tem que “espremer” seus ganhos para conse-
desde um Lorde inglês até um aprendiz dentro de uma guir sobreviver ao mundo. Poucos são os bens que
corporação de ofício. De acordo com o nível de rique- possui. A opinião do personagem não importa. São
za, tem-se um nível de status social. Durante grande ouvidos apenas em grandes manifestações. Esta será
parte do período medieval, a posse da terra seria si- uma realidade muito comum com o advento da Revo-

20 nônimo de riqueza e de status social. Mas a partir da


Baixa Idade Média, a situação foi aos poucos se mo-
lução Industrial no séc. XVIII.
Paupérrimo – Desvantagem (Comum) – Não pos-
sui bens a não ser suas roupas e alguns utensílios do- poderá estimar a sua idade. O mestre sempre deverá
mésticos e vive de pequenos biscates que não são su- dar informações aproximadas ao personagem quan-
ficientes para suprir suas necessidades. Sua existência do ele for bem sucedido em um teste. Em caso de
é ignorada pela grande maioria da população. margem máxima o mestre dará informações precisas,
Miserável – Desvantagem (Raro) – Vítima do de- porém em falhas críticas o personagem fará uma ava-
semprego e do descaso, o personagem vive de favores liação completamente errônea do objeto em questão.
e da caridade dos outros. É um coitado com poucas
esperanças de vida. Excluído e desrespeitado. Duran- Caçar (Inteligência): A habilidade permite ao perso-
te o período de transição do feudalismo para o capita- nagem conhecer hábitos e esconderijos de determi-
lismo, será uma realidade muito comum nas cidades, nados animais. Ou seja, ele sabe onde encontrá-los.

à Vitoriana
uma vez que estas irão atrair o interesse de muitos Além disso, conhece técnicas e armadilhas para cap-
ex-camponeses. turá-los. No entanto, se tiver seguindo determinado
Vítima do III Cavaleiro – Desvantagem (Muito animal deverá fazer um teste de rastreamento.
Raro) – O personagem se encontra no pior grau de
miserabilidade possível. Passa fome, vive nas ruas e Ciências (Especificar): Obs.: As ciências pouco pro-
não possui nada além da roupa do corpo. Marginali- grediram durante boa parte da Idade Média, pelo me-
zado pela população. Por mais honesto que seja será nos na Europa Ocidental. A medicina, por exemplo,
visto como um vagabundo e talvez um criminoso. Re- utilizava técnicas bastante rudimentares de cirurgia
cebe um nível de fama muito comum desvantajoso. e as ervas eram de uso comum. A Astronomia (que
Em alguns casos excepcionais poderão existir per- é o estudo das estrelas e de outros corpos celestes)
sonagens com um nível de condição financeira alta e por vezes era “combinada” com a Astrologia, que
um status mais baixo que aquele descrito na caracte- normalmente estava envolvida por misticismo, mi-
rística ou vice-versa. tos e previsões sobre o futuro. No mesmo sentido, a
química e farmácia eram influenciadas pela alquimia
Outras vantagens ou desvantagens: Aparência (Va- (difundida principalmente pelos árabes). Na verda-
riável), Débito (Raro/Muito Raro), Fama (Variável). de, o termo vem do árabe “Al Kemy”, que significa
“o químico” e estava envolvida por vários conceitos
HABILIDADES místicos. Dessa forma, religião, misticismo e ciências
(págs. 140/142 - Crepúsculo 3ª Edição e pág. 70 - guardavam na época laços bastante estreitos.
Guia dos NPCs)
Criaturas sobrenaturais (Inteligência): O persona-
Escolha as habilidades de seu personagem e distri- gem possui um conhecimento específico dentro do
bua seus pontos tomando-se por base o atributo re- ocultismo, além de conhecer mitos e lendas sobre di-
lacionado. Abaixo, você encontrará alguns exemplos versos tipos de criaturas sobrenaturais, possui infor-
de habilidades que podem ser utilizadas por seus per- mações a respeito de sua natureza, bem como métodos
sonagens. Caso haja necessidade, outras poderão ser de capturá-las ou destruí-las. Ou seja, o personagem
criadas. conhece o seu ponto fraco. Tal habilidade é bastante
útil para exploradores do sobrenatural e poderá salvar
Acrobacia (Destreza): A habilidade permite ao per- sua vida em momentos cruciais. Para informações so-
sonagem realizar determinadas proezas físicas, como bre criaturas sobrenaturais consulte o Capítulo IV (O
saltar, pular ou ações que envolvam equilíbrio. O Sobrenatural) do Crepúsculo 3ª Edição, o Capítulo IV
mestre poderá dar bônus em outros testes de destre- (Criaturas do Abismo) do Líber Des Ritae, e o Lega-
za, caso esta habilidade possa ajudar a realizar a ação do de Nosphoros.
desejada. Além disso, a acrobacia pode ser usada para
evitar ou reduzir danos em quedas. Criptografia (Inteligência): Esta habilidade é utiliza-
da para cifrar ou decifrar uma determinada mensagem
Avaliação de Objetos (Percepção): O personagem através de um código secreto. Assim, a criptografia se
desenvolveu uma grande habilidade para a observa- ocupa de princípios, meios e métodos para tornar in-
ção e consegue avaliar qualquer objeto. Ele poderá formações ininteligíveis (cifração) ou para restaurá-
mensurar o valor, a autenticidade e algumas vezes, las à forma original (decifração). As mensagens cifra- 21
das começaram a ser utilizadas pelos romanos, onde que possuem características semelhantes, as quais o
os mesmos adotaram um sistema em que cada letra do personagem poderá utilizar com a mesma habilidade.
alfabeto era substituída por outra, de uma forma pre- Um personagem que tivesse, por exemplo, habilida-
viamente acertada. Na Idade Média esta habilidade se de em Lâminas Curtas lutaria com a mesma facilida-
tornou bastante útil dentro do meio místico-religioso, de com facas, facões, espadas curtas, adagas dentre
seja para salvaguardar conhecimentos ou para enviar outras que poderiam se inserir nesta categoria. Note
mensagens de forma mais segura, pois se caíssem em que na lista de categorias abaixo não estarão todas as
mãos erradas, a criptografia dificultaria o acesso a tal possíveis categorias e nem tão pouco todas as armas
informação. pertencentes a cada categoria. Caso algum jogador
Da Era Medieval

queira utilizar uma arma não existente abaixo caberá


Diplomacia (Carisma ou Inteligência): A habilidade ao mestre decidir se ela pertence a alguma das catego-
permite ao personagem traçar estratégias de negocia- rias já definidas ou se deve criar uma nova categoria.
ção e costurar acordos. Ele conhece de certas artima- Armas Desbalanceadas – Machados, Martelos, foi-
nhas, sabe a hora de falar e o que pode ou não ser dito, ces, manguais etc.
sem que isto coloque em risco seus objetivos. Enfim, Armas de Haste – Alabarda, Acha D´armas e fal-
o personagem é acima de tudo um articulador, mani- cione.
pulando fatos a seu favor ou de outrem. Arquearia – Habilidade com todos os tipos de ar-
cos, não é necessário especificação neste caso.
Escudo - Intuitiva (Destreza): Esta habilidade per- Besta – Esta era mais letal que o arco, podendo ul-
mite que o personagem utilize o escudo tanto para trapassar até mesmo armaduras mais espessas. A pró-
bloquear um ataque quanto para atacar um oponente. pria Igreja proibiu o uso delas contra cristãos, mas
Neste caso o dano será de contusão, na proporção de: vários exércitos tinha uma companhia de besteiros.
FOR –1 para broqueis; FOR para escudos pequenos; O problema era o tempo para rearmá-la. Enquanto
FOR + 1 para escudos médios e FOR + 2 para escu- normalmente um arqueiro disparava dez flechas, um
dos grandes. besteiro disparava três.
Bastões – Bastões longos e curtos e porretes.
Falcoaria (Carisma): A falcoaria é um tipo específico Chicote
de adestramento de animais. Os falcões são treinados Esgrima – Sabres, terçado, rapieira, adaga de esgri-
para caçar pequenos animais. Na Idade Média a fal- ma, floretes.
coaria era bastante apreciada por membros da nobre- Funda
za, assim como as caçadas em geral. Fuzis e Espingardas – Arcabuz, Mosquete, Brown
Bess, .75, Enfield, Fuzil Rem, .45C, Blunderbuss, Ita-
Intimidação – Intuitiva (Força): Esta é a habilidade ca 10G, Canhão de mão, Mosquetes, Fuzil Kentucky,
de obrigar outros personagens a tomarem atitudes Rem, Fergusson etc.
que não condizem com suas intenções em determi- Lâminas Curtas – Facas, facões, espadas curtas,
nado momento, através da demonstração de força ou adagas.
violência. O funcionamento prático da intimidação Lâminas Longas – Espadas de lâmina larga, Cimi-
é o mesmo da lábia, porém os meios são diferentes. tarras, espadas de duas mãos.
Enquanto na última o personagem convence o outro Lanças – Lança, Lança de Justa, Azagaia (lança pe-
de suas idéias e opiniões, na primeira ele o faz provo- quena utilizada em geral para arremesso)
cando medo no outro e obrigando-o, literalmente, a Pistolas - Whellock Pistol,160, Flintlock Pistol, .51,
realizar seus intentos. Wogdon Pistol, .45
Revólveres - Colt Texas, .34, S&W Russian, .44R,
Habilidades com Armas (Especificar): Aqui se inse- W No1, .455W
rem todas as habilidades relacionadas à luta armada Zarabatana – Não provoca danos, mas se seus dar-
que um personagem possuir. Todas elas são baseadas dos entrarem em contato com o corpo, é inoculado
na Destreza e para fins de jogo são divididas em di- algum tipo de veneno.
versas categorias. O jogador deve especificar em qual,

22 ou quais, categorias o personagem possui treinamen- Herbalismo (Inteligência): O personagem com esta
to. Assim, dentro de uma categoria estão várias armas habilidade tem conhecimento a respeito de ervas e ra-
ízes. Ele conhece algumas de suas propriedades cura- Saque Rápido – Intuitiva (Destreza): Esta é a habi-
tivas e mágicas, alucinógenas e até mesmo de enve- lidade de sacar rapidamente uma arma. Em termos
nenamento. Na Idade Média, médicos, curandeiros e de jogo, o saque rápido representa a capacidade do
boticários costumavam possuir tal habilidade. personagem em sacar uma arma sem ter que perder
um turno para isso, podendo utilizá-la neste mesmo
Manipulação de Venenos (Inteligência): A prepara- turno. O saque rápido é definido para cada tipo de
ção de venenos e antídotos é milenar. Porém, muitos arma, tendo o jogador que especifica qual (s) é (são) o
não eram tão letais ou de tão ação rápida, como os (s) tipo (s) em que sabe utilizar esta habilidade.
produzidos hoje em dia. Esta habilidade permite ao
personagem criar e reconhecer venenos (mesmo de Tortura (Inteligência): Esta habilidade consiste no

à Vitoriana
animais), bem como os respectivos antídotos. Em al- conhecimento das técnicas de tortura mais eficazes
guns casos, o personagem até poderá fazer um teste para arrancar informações de outros personagens.
com a habilidade herbalismo, mas o mestre deverá es- Aquele que detém esta habilidade sabe como provo-
tabelecer um redutor, uma vez que não está utilizando car, prolongar e tornar quase insuportável a dor nos
a habilidade específica. outros, sem que estes sofram lesões graves ou su-
cumbam antes de relatar as informações. Os testes
Navegação (Destreza): O personagem com esta habi- de tortura são comparativos e feitos contra a Vontade
lidade sabe conduzir desde pequenas embarcações até daqueles que estiverem sendo torturados.
navios de guerra, porém o jogador deve identificar em
que tipo de embarcação ou embarcações desenvolveu Outras habilidades: Adestramento de Animais (Ca-
suas habilidades. Considera-se que todos aqueles que risma), Armadilha (Inteligência), Arrombamento
tenham um nível mínimo nesta habilidade sejam ca- (Destreza), Artes (especificar), Cavalgar (Destreza),
pazes de conduzir simples embarcações. No entanto, Combate Corporal (Destreza), Comércio (Carisma),
em situações de tensão ou que exijam manobras mais Conhecimento Local (Inteligência), Detecção de
arrojadas ou arriscadas, deve-se fazer um teste rela- Mentiras (Percepção), Disfarce (Inteligência), Dis-
cionado à perícia. simulação (Carisma), Empatia (Percepção), Esportes
(Especificar), Etiqueta (Carisma), Esquiva (Destre-
Orientação (Inteligência): O personagem com esta za), Furtividade (Destreza), Furto (Destreza), Investi-
habilidade sabe se orientar através da posição do sol, gação (Percepção), Lábia (Carisma), Liderança (Ca-
da lua, das estrelas, por meio de mapas ou instrumen- risma), Línguas (especificar) (Inteligência), Manha
tos, como a bússola. (Carisma), Ocultismo (Inteligência), Política (Caris-
ma), Rastreamento (Percepção), Sedução (Carisma),
Ofício (Especificar): esta habilidade permite ao per- Sobrevivência (Inteligência), Tática (Inteligência),
sonagem realizar trabalhos manuais, criando ou con- Teologia (Inteligência).
sertando objetos. É a habilidade possuída por armei-
ros (criam e consertam armas e armaduras), ferreiros, DÁDIVAS
joalheiros, carpinteiros etc., cada qual como seu con- (págs. 60/77 - Crepúsculo 3ª Edição e págs. 43/79
junto de conhecimentos específicos. -Líber des Ritae)
As dádivas, bem como seu mecanismo de funcio-
Prestidigitação (Destreza): É a habilidade que permite namento, não sofrerão quaisquer alterações. No livro
ao personagem fazer alguns tipos de truques, através básico do Crepúsculo, você encontrará uma série de
de movimentos rápidos das suas mãos. Pode-se utilizar dádivas que poderão ser utilizadas pelo seu persona-
cartas, moedas ou outros pequenos objetos. Esta habi- gem e no Líber Des Ritae existem novas dádivas e
lidade também pode ser usada para trapacear no jogo. linhas (poderes) para as já existentes.

Primeiros Socorros – Intuitiva (Inteligência): Obs.: RITUAIS


Vale lembrar que durante a Idade Média os recursos (Crepúsculo 3ª Edição, págs. 78 a 87 e Líber des Ri-
médicos eram escassos e o tempo para se realizar os tae, págs. 11 a 41)
primeiros socorros poderia ultrapassar a média de 10
a 40 minutos.
Os rituais, bem como seu mecanismo de funcio-
namento, não sofrerão quaisquer alterações. A única 23
observação a ser feita é com relação aos fetiches (ob- Crenças: Durante o período medieval a crença pre-
jetos) utilizados nos rituais. Alguns destes poderão dominante na Europa Ocidental era o catolicismo
não existir em determinadas épocas. No livro básico romano. A sociedade era cristã e aquele que não se-
do Crepúsculo, você encontrará vários exemplos de guisse os preceitos da Igreja Católica, não fazia parte
rituais e regras básicas para a sua criação. No entan- dela. Porém, vale lembrar que boa parte da Penínsu-
to, no Líber Des Ritae existem novos rituais e regras la Ibérica estava sob o domínio do chamado Império
mais detalhadas, sendo um verdadeiro compêndio de Árabe (de maioria muçulmana). Dentro do Império
magia e de criaturas sobrenaturais. Bizantino predominava-se o catolicismo ortodoxo.
Quanto às organizações místicas e religiosas descritas
RETOQUES FINAIS no Crepúsculo 3ª Edição (vide págs. 94 a 109), várias
Da Era Medieval

Determine a Vocação e o Ofício de seu personagem. foram criadas ou fortalecidas durante a Idade Média.
A vocação é aquela profissão nata, para qual o perso- Fato que acirrou a Guerra Santa, levando à várias dis-
nagem tem certas aptidões e habilidades. Já o ofício é putas durante o II e III crepúsculos.
a profissão do personagem, que pode ser a mesma da Contudo, dois grupos foram duramente perseguidos
vocação ou não. Determine a crença do personagem, pela Igreja: os judeus (que foram acusados durante a
que é a fé que ele segue, no que acredita ou o culto ao época das cruzadas de terem matado o filho de Deus,
qual está ligado. Finalize o personagem preenchendo por isso poderiam ser expropriados de seus bens e até
os campos de Pontos de Vida, escolhendo os equipa- mesmo mortos) e os bruxos. Fora isto, existiam ain-
mentos e armas. da as constantes desavenças entre cristãos e muçul-
manos. Mas no geral, os membros do Santo Ofício
Ofício: Durante boa parte do período medieval, a prendiam, torturavam e mandavam para a fogueira
maioria da população vai viver no campo, nas vi- todo aquele que julgasse como herege. Por isso, não
las existentes nos feudos, tirando o seu sustento da faltaram falsas acusações de pactos com demônios e
terra. Em geral, como a economia era voltada para outras tantas heresias. Além disso, várias acusações
a subsistência da população local e o comércio ha- tinham por trás não só ignorância e intolerância reli-
via sofrido uma grande retração, o camponês tinha giosas, mas interesses políticos e econômicos.
que saber fazer de “tudo um pouco”. No entanto, Com o advento da Reforma, vão surgindo vários
com a reestruturação das cidades e do comércio, os movimentos protestantes como o anglicanismo, o cal-
centros urbanos passam a abrigar uma população vinismo e o luteranismo e a Igreja Católica sofrerá
maior e começa a ocorrer uma especialização dos uma série de ataques levando à época da Contra-Re-
ofícios. Assim, seu personagem poderia ser um ar- forma, uma nova fase de terror imposta pela Santa
meiro, carpinteiro, pedreiro, joalheiro, ferreiro, te- Inquisição. No entanto, mudanças foram inevitáveis e
celão etc. Todos estes artífices, quando nas cidades, com a chegada da chamada “Era das Luzes”, a época
estavam em geral agrupados nas chamadas guildas da razão e dos questionamentos, já não se admitia tão
ou corporações de ofício. Seu personagem podia ser facilmente os “desmandos da fé”. No início do séc.
ainda ladrão, arqueiro, escudeiro, cavaleiro, nobre, XIX, após o Concílio Ecumênico de Viena, ordens
comerciante, banqueiro, artista (trovador, menes- são reestruturadas e novamente se inicia a “tempora-
trel, escultor, pintor...), clérigo, mercenário (luta da de caça”, mas desta vez a Guerra Santa não seria
em nome do dinheiro, a lealdade está no melhor “aberta”. E no raiar da Era Vitoriana a fé mistura-se à
pagamento), boticário (espécie de farmacêutico da razão, o mito à realidade, as virtudes aos pecados e os
época) etc. Com o advento do Renascimento e das inimigos... Onde estão eles afinal?
Grandes Navegações, o comércio, as ciências, a arte
e a educação começam a ganhar impulso e uma série A arte da guerra e a evolução das armas
de transformações ocorridas na sociedade vai pro- Por muitos séculos a Europa esteve sob a domina-
vocar o desenvolvimento das atividades urbanas e ção romana, através de suas legiões. A infantaria que
a criação de novos ofícios. A partir da era industrial não era invencível, mas que quase sempre alcançava
surgem os operários e já no séc. XIX podemos en- a vitória, fazendo Roma ser respeitada por várias po-
contrar vários dos ofícios e atividades profissionais vos. O sucesso destes homens estava principalmente

24 existentes atualmente. em sua coesão nas batalhas e na sua própria discipli-


na. Contudo, a expansão do império foi pouco a pou-
co levando à diminuição desta rígida disciplina, prin- nobre fosse considerado apto era armado cavaleiro.
cipalmente pela necessidade de se contratar tropas Depois de ordenado, deveria seguir dez mandamen-
mercenárias. No ano de 378 d.C a antiga infantaria tos (o que muitas vezes não acontecia, em função da
romana foi derrotada em Adrianópolis por uma arma própria estrutura da sociedade medieval): “acredita-
que parecia sempre desprezar, isto é, a cavalaria usa- rás em tudo o que a Igreja ensina e observarás todos
da pelos bárbaros godos. Esta batalha é considerada os seus mandamentos, protegerás a Igreja, defenderás
como um marco decisivo na arte da guerra e assinalou todos os fracos, amarás o país onde nasceste, jamais
também a derrocada do império. A partir daí, por sé- retrocederás ante o inimigo, farás guerra aos infiéis
culos, o soldado a cavalo dominaria a Europa. Embo- até extermina-los, cumprirás com teus deveres feu-
ra não tenha perdido completamente a importância, a dais, se estes não forem contrários à lei de Deus, nun-

à Vitoriana
infantaria, sem a rígida disciplina romana se tornou ca mentirás e serás fiel à palavra empenhada, serás
presa fácil para os cavaleiros, que apesar de indisci- liberal e generoso com todos e serás o defensor do
plinados, eram mais velozes. Com o tempo, perderão direito e do bem, contra a injustiça e contra o mal”.
parte desta característica com a adoção de armaduras Para se proteger o cavaleiro usava normalmente uma
cada vez mais pesadas, a partir do séc. XI. Como os cota de malha e um elmo, carregando consigo o es-
cavaleiros estavam protegidos, os ataques passaram cudo, a espada e a lança. Com relação aos escudeiros
a se concentrar em suas montarias. Sem o cavalo e estes usavam uma jaqueta reforçada e um capacete de
com todo o peso de sua armadura, o guerreiro ficava ferro, enquanto suas armas eram machado, o arco, a
com o seu poder de ação reduzido. Assim, passaram a besta e a espada
adotar também proteções para os animais, que por sua Na época, a cavalaria não era um exército perma-
vez, também se tornaram mais lentos, algo que pode nente e as tropas feudais combatiam em nome do su-
ser sentido nas Cruzadas contras os ágeis cavaleiros serano, defendendo reinos e feudos contra bárbaros e
árabes, que não usavam pesadas armaduras. os chamados infiéis ou em guerras entre si. Os susera-
Durante a Idade Média, ser um cavaleiro foi gra- nos organizavam seus exércitos temporários através
dualmente se tornando um privilégio para poucos. das milícias reais (formadas por vassalos diretos), as
Os próprios gastos para a sua ordenação eram altos, milícias feudais (colocadas à disposição dos reis ou
pois precisava possuir seu próprio cavalo, suas ar- grandes senhores pelos senhores menores) e as mi-
mas, ajudantes e escudeiros. Como a nobreza tinha lícias mercenárias. Durante as batalhas as cavalarias
uma visão militarizada da educação de seus filhos, o adversárias se enfileiravam no alto de suas colinas.
treinamento destes começava ainda cedo, com apenas Na frente estavam o rei, os senhores feudais, seguidos
sete anos, quando então servia como pajem na casa de de seus cavaleiros. Como muitos estavam protegidos
um senhor. Durante este período aprendia a cavalgar dos pés à cabeça, utilizava-se os brasões nos escudos
e a manejar as armas. Ao completar quatorze anos e nas armaduras, para que pudessem se identificar no
passava a exercer junto ao seu protetor a função de campo de batalha. Atrás de cada senhor, estavam os
criado doméstico e auxiliar de armas. Acompanha- escudeiros e pagens, também a cavalo, brandindo as
va-o a compromissos, festas e a caçadas e depois aos bandeiras com o seu brasão. Nas segunda linha e nas
torneios e campos de batalha. A partir desse dia eram laterais, ficavam os soldados a pé, além de arqueiros,
nomeados escudeiros. Os escudeiros até poderiam ser besteiros e camponeses com armas mais rústicas. Por
plebeus e ainda que fossem de origem nobre a orde- fim, vinham os mercenários e a guarda do rei, como
nação como cavaleiro não era uma garantia. Alguns uma tropa de reserva. As cavalarias se movimenta-
permaneciam o resto da vida nesta posição, seja por vam contra a outra e os cavaleiros travavam duelos
falta de sorte, mérito ou ocasião. em separado, com o apoio dos escudeiros, que es-
Para que ficassem fortes e participassem de torneios tavam prontos para atender a seu senhor a qualquer
e batalhas, os futuros cavaleiros praticavam a luta li- momento. Ao mesmo tempo, os arqueiros e besteiros
vre ou com espadas e aprendiam a “correr a quinta- alvejavam os adversários, enquanto os membros da
na”, que consistia em galopar em alta velocidade até segunda linha socorriam os cavaleiros cansados ou
um boneco de madeira, cravando-lhe a lança entre feridos. O corpo de reserva ia substituindo aqueles
seus olhos. Se não conseguisse acertá-lo corretamen- que caíam e finalmente, saíam atrás do inimigo, quan-
te, quando passasse por ele, um pedaço de madeira o
acertava nas costas. Depois de um tempo, se o jovem
do este abandonava o combate. Os confrontos eram
normalmente realizados durante o dia e com o tempo 25
bom. E para que os cavalos pudessem se movimentar carregar pela boca, a bala usada tinha que ter um cali-
mais facilmente, escolhia-se um terreno plano entre bre inferior ao do cano, o que fazia com que o projétil
as colinas. saísse com desvios imprevisíveis. Os combates, em
No final do período medieval a história da guerra e geral, tinham que ser feitos de uma distância mínima
das armas viria a mudar com a chamada “Revolução de 50 m, distância esta considerada curtíssima para
da Pólvora”, que acabaria colocando fim na era dos os padrões contemporâneos. Mas o uso de armas de
castelos e dos cavaleiros. Da catapulta, o explosivo fogo só começou a se generalizar a partir da segunda
fez o canhão antigo e da besta, a colubrina, que era metade do séc. XVIII, com o advento da Revolução
enorme e de difícil transporte, mas ao mesmo tempo Industrial, tendo em vista que esta permitia a produ-
Da Era Medieval

era de grande alcance e de impacto violento. Tais ar- ção em série e um maior desenvolvimento técnico em
mas foram surgindo ao longo do séc. XIV na Europa sua fabricação, possibilitando que o tiro fosse mais
e culminaram com a revolução do século seguinte, preciso e pudesse alcançar maiores distâncias. A gra-
quando os exércitos das principais potências da re- nada surgiu ainda no séc. XVII, mas a retrocarga, a
gião já possuíam esse tipo de armamento. Costuma- capacidade da arma ser carregada por trás e não mais
se dizer que os primeiros a usá-los foram os venezia- pela boca, só veio em 1840. No final do séc. XIX veio
nos em 1380. Segundo consta, a pólvora chegou ao o tambor e o pente de balas, que deram origem às
continente na primeira metade do séc. XIV, trazida armas semi-automáticas e automáticas, as quais pre-
provavelmente pelos árabes, que aprenderam a fabri- nunciavam a criação da metralhadora nos primeiros
cá-la com os chineses. anos do século seguinte.
A princípio surgiram as bombardias, que era uma Com relação ao uso de espadas, estas foram se tor-
espécie de barril de ferro com barras de metal agru- nando mais leves e manejáveis, tendo em vista a di-
padas com aros. Com o avanço da metalurgia estas minuição do uso de armaduras, já que não serviam
deram lugar aos canhões feitos de bronze e ferro. As mais para protegerem contra os ataques inimigos. No
colubrinas deram lugar ao arcabuz e ao mosquete, final do séc. XVI, o uso das rapieiras (termo que vem
que mais tarde encurtaria dando origem à pistola, en- de “espada ropera”, espada que se usa com a roupa e
quanto os canhões cresceriam em tamanho, visando não com a armadura, de uso diário e não apenas de
mais potência e alcance. Apesar das modificações combate) começa a se tornar predominante na Euro-
impostas pelas armas de fogo, estas ainda não eram pa. As rapieiras eram armas mais adequadas para a
predominantes e o uso das armas brancas tradicionais esgrima e tinham lâminas longas normalmente sem
era tão importante quanto do arcabuz e do mosquete. gume (às vezes chegavam a 1,5 m). As guardas eram
Aliás, o uso do mosquete foi introduzido a partir da mais elaboradas para protegerem as mãos e serviam
prática adotada por alguns cavaleiros de utilizar uma para prender a ponta da lâmina do adversário, a fim de
armadura reforçada, capaz de resistir ao disparo de desarmá-lo. Podiam ser usadas ainda como uma espé-
um arcabuz. cie de “soco inglês”. Portanto, a rapieira era uma peça
Em meados do séc. XVII, a cavalaria vai abandonar de uso cotidiano, não só de militares, mas também de
qualquer tentativa de se proteger dos atiradores (isto civis (esta distinção ainda não era muito clara entre os
é, o uso de armaduras) e os mosquetes serão coloca- séc. XVI e XVII).
dos de lado. Enquanto isso, o arcabuz será rebatizado
de espingarda, adotando-se o uso de baionetas (espé- Regras para combate montado
cie de faca colocada do arcabuz). Tal mudança era ne- Na idade média eram comuns combates montados.
cessária, uma vez que a cadência de tiro, o alcance e Diversos exércitos utilizavam o animal em formações
precisão das armas de fogo ainda não eram suficientes de combate e de exploração. Um animal que partici-
para impedir que uma carga de cavalaria chegasse aos pava de combates precisava de no mínimo um ano
atiradores. Com isso, a força de embate do homem a de treinamento para não se assustar e refugar. Este
cavalo conseguia derrotar qualquer formação armada treinamento às vezes dobrava o valor de mercado do
(exclusivamente) com armas de fogo. Dessa forma, animal. Cavaleiros que tentarem entrar em combate
utilizava-se a arma com a baioneta para fins de com- com um cavalo destreinado recebem um redutor de
bate corpo-a-corpo. Boa parte da tática dos séculos –3 em testes de Cavalgar. Abaixo você encontrará re-

26 XVI até o XIX dependia da forma de funcionamento


das armas de fogo até então disponíveis. Por serem de
gras detalhadas para combate montado.
Montar em um cavalo exige 3 turnos. O cavaleiro
pode fazê-lo apenas saltando em cima do cavalo, para TABELAS DE ARMAS E ARMADURAS
isso é necessário ser bem-sucedido em um teste de
Cavalgar –3. Tabela de Armas de Mão
Armas Dano Peso Req. Min.
Ataques com Lança de Justa Lâminas Curtas
Para fins de jogo consideramos que os cavalos num
Faca FOR 250g -
combate têm o mesmo deslocamento, ou seja, 15
Facão FOR+1 500g -
m/s. Assim, eles chegariam num mesmo ponto pra-
Espada Curta FOR+2 1kg -
ticamente ao mesmo tempo. Para determinarmos o
Adaga FOR 150g -
dano do choque, os dois jogadores fazem um teste

à Vitoriana
Lâminas Longas
de Cavalgar, a margem é somada ao dano da lança,
Montante FOR+3 1,5kg -
lembrando que se usa da força do cavalo, e não a do
cavaleiro. Cimitarra FOR+3 2,5kg -
Espada Longa FOR+3 2kg FOR 5
Outros ataques montados Armas de Esgrima
Muitos cavaleiros entram em combate a cavalo e Rapieira FOR 750g DES 5
utilizam-se de outras armas, como espadas, maças, Sabre FOR+1 1kg DES 5
manguais etc. Para ataques montados deve-se acres- Terçado FOR 500g DES 5
centar +2 ao dano da arma. Armas Desbalanceadas Cortantes
Machadinha FOR+2 1kg -
Equipamentos Machado FOR+3 2kg FOR 5
Arpéu: corda com uma espécie de gancho para esca- Machado de duas mãos FOR+4 6kg FOR 6
lada. Pesa 1Kg e suporta até 140Kg; Armas Desbalanceadas Contundentes
Barraca simples (2 pessoas): para acampamentos. Martelo de Combate FOR+4 4kg FOR 5
Pesa 3Kg; Malho (de duas mãos) FOR+5 8kg FOR6
Estojo de Primeiros Socorros: pesa 1Kg, dá um bônus Morningstar FOR+3 3kg FOR 5/DES 6
de +1 em testes de Primeiros socorros; Armas de Haste
Lampião: ilumina através combustíveis, com carga Acha d´armas FOR+3 5kg FOR 6
para 3 horas. Pesa 1Kg; Alabarda FOR+4 6kg FOR 6
Roupas pesadas: roupas de inverno, em geral sobre- Arquearia
tudos e jaquetas de couro. Pesam 1,5Kg e têm 1/8 Arco Curto FOR 500g -
pontos de vida; Arco Médio FOR+1 1kg -
Tocha: queima durante 1 hora. Pesa 05Kg. Arco Longo FOR+2 1,5kg -
Saco de dormir – 7kg
Arco Composto FOR+3 2kg -
Moringa – poder ser de 1kg ou 5kg
Besta FOR+3 3kg -
Corda – 700g e suporta até 135 kg
Bastão
Corda grossa – 2,5kg e suporta até 450 kg
Bastão FOR+1 2kg -
Gazuas – 0,50g
Porrete FOR+1 1,5kg -
Saco de dormir – 7Kg
Lanças
Azagaia FOR+1 1kg -
Lança FOR+1 2kg -
Lança de Justa* FOR+2 3kg Cavalgar 6+
Outras Armas
Chicote FOR– 1 1Kg p/m DES 5
Funda FOR 250g -
Zarabatana - 300g -

27
Tabela de Defesa Passiva Observações:
Objeto ABS/ Bônus Peso Req. * Considerar a Força do cavalo, observando que
RES Min. o dano causado pela força dele é de 12 dados. No
Escudos momento da pancada da lança, o cavaleiro deve
Broquel 2/10 +4 1kg - fazer um teste de força e ter no mínimo 2 sucessos,
Escudo Pequeno 3/15 +3 3kg - em caso contrário ele pode levar danos no braço,
Escudo Médio 4/20 +2 5kg FOR 5 perder a lança ou mesmo cair do cavalo.
Escudo Grande 6/30 +0 10kg FOR 6 ** Desconsiderar o requisito de Força caso es-
Braceletes teja a cavalo.
Da Era Medieval

De Couro 1/5 +4 150g - *** No caso de um número seguido de uma bar-


Metálico 1/8 +4 300g -
ra trata-se de uma combinação: o número à esquer-
da da barra é o número de tiros que a arma pode
Armaduras
disparar, enquanto que o número à direita indica o
Armadura Mista (Placa/Cota)** 5/50 - 35kg FOR 6
número de turnos.
Armadura de Placas** 6/50 - 45kg FOR 6
Armadura de Placas Refor- 6/65 - 55kg FOR 6
çada**
Cota de Malha 4/30 - 12kg FOR 5
Laudel 2/10 - 2,5kg -
Loriga de Couro 3/20 - 4,5kg -
Loriga de Escamas 4/35 - 15kg FOR 5

Tabela de Armas de Fogo


Armas FOR Dano Cdt*** Mun. Peso Aparecim.
Pistolas
Whellock Pistol,160 6 3 1/7 10 1,7kg Séc. XVII
Flintlock Pistol, .51 5 4 1/6 10 1,5kg Séc. XVIII
Wogdon Pistol, .45 5 4 1/6 9 1,3kg Início do séc. XIX
Pistola Inglesa 5 4 1/5 10 1,1kg Início do séc. XIX
Pistola Enfield 4 4 1/2 10 1kg Meados do séc. XIX
Revólveres
Colt Texas, .34 4 4 1 5 2kg Meados do séc. XIX
Lefaucheux 4 4 1 8 1,8kg Meados do séc. XIX
Colt Navy 4 4 1 10 1,5kg Meados do séc. XIX
S&W Russian, .44R 4 6 1 6 1,6kg Final do séc. XIX
Gerard 4 5 3 6 1,2kg Final do séc. XIX
Nagant 4 5 2 6 1kg Final do séc. XIX
Fuzis e Espingardas
Arcabuz 3 4 1/8 1 5kg Séc. XV
Mosquete 4 5 1/7 1 11kg Final do séc. XVI
Blunderbuss 8G 4 8 1 1 5kg Séc. XVIII
Brown Bess, .75 5 8 1 1 11kg Início do séc. XVIII
Fuzil Ferguson, .60 4 7 1 1 3,5kg Final do séc. XVIII
Clavina Light Dragoon 4 7 1 1 3,2kg Início do séc. XIX
Espingarda Enfield 5 7 1 1 3,9kg Meados do séc. XIX
Espingarda Roberts 4 8 1 1 4kg 2ª metade do séc. XIX
Clavina Winchester 4 8 1 1 3,6kg Final do séc. XIX

28 Carabina Mauser 1889 4


Fuzil Rem, .45C 4
8
6
1
1
1
1
3,9kg
4,6kg
Final do séc. XIX
Final do séc. XIX
à Vitoriana
A EUROPA MEDIEVAL

A EVOLUÇÃO DA PESTE NEGRA

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