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Idade Média

A Civitas Dei Medieval


(A Cidade de Deus)
...Eventos acontecidos Antes da Idade Média

Eventos que influenciaram a queda


do Império Romano do Ocidente.
...Contexto Antes da Idade Média
Eventos importantes de 410 dC

O saque de Roma pelos Santo Agostinho , bispo de Hipona (354-430) Santo Agostinho escreve De Civitas
bárbaros de Alarico sai em defesa dos cristãos (responsabilizados Dei, em defesa dos cristãos, obra que
pela decadência de Roma). define a redenção de Cristo e não a

glória de Roma. (Jerusalém celeste x

Babilônia terrena)
476 dC
QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO DO OCIDENTE

A desagregação do Império Romano do Ocidente é o termo de um percurso histórico de


longa duração, já reconhecível no século III, de regionalização dos territórios imperiais,
que cada vez mais se configuram como zonas autônomas e não integradas. A deposição
de Rómulo Augústulo em 476 é apenas um momento, talvez o mais visível no plano
historiográfico, desta longa transição.

Marca o Início .da Idade Média


Idade Média
Este período deve ser também compreendido como a época em que morre o mundo antigo e se forma
lentamente um novo amálgama com os povos bárbaros, com as suas formas de agregação social, as suas línguas,
as suas instituições e os seus direitos. É uma época em que se dissemina uma cultura religiosa comum, o
cristianismo – que é a religião do Estado no Império Romano a partir de Teodósio (c. 347-395, imperador desde
379) –, que acabará por modificar profundamente o sentir das populações. É um tempo em que o baricentro da
vida política e económica se desloca do Mediterrâneo para o Norte e para o Leste e começa a formar-se a
Europa, como hoje a conhecemos, em redor de alguns espaços destinados a dar origem a futuras nações. É um
longo momento histórico em que se opera o nascimento e a desagregação de um novo império – o carolíngio –,
em que são postas à prova a tendência para a centralização dos poderes e as forças centrífugas que irão atuar
durante muitos séculos, em que se mede a relação de forças entre os príncipes e os papas, entre o Estado e a
Igreja, e se avança para a construção de uma nova ordem social e económica baseada no sistema feudal, na
grande propriedade fundiária, na hereditariedade dos ofícios, na servidão dos camponeses, que – apesar das
muitas e profundas transformações e inovações ocorridas – será o tecido conectivo do continente até ao século
XIX. São também os séculos em que gradualmente se define uma identidade europeia perante o islã e o Império
Romano do Oriente, que, e não por acaso, é melhor dizer bizantino, e com novas vagas de bárbaros que
pressionam as fronteiras orientais.

Umberto Eco. Idade Média – Bárbaros, cristãos e muçulmanos. Edição do Kindle .


ALTA IDADE MÉDIA: século V ao século IX
Ruinas das cidades e dispersão de seus habitantes
Vida urbana se interrompe
BAIXA IDADE MÉDIA: século XI ao século XV
Apenas no ano 1000, surge uma nova vida civil, as
cidades voltam a se desenvolver, aumenta sua
população, indústria e comércio
Ao contrário do mundo antigo, fortemente
urbanizado, em que a cidade, símbolo da vida
civil e em sociedade, é o centro de consumo e
expedição dos bens produzidos no território
circundante, o mundo da alta Idade Média
seria, principalmente, rural.

ALTA IDADE MÉDIA


O monastério: a primeira Civitas Dei medieval

DE um ponto de vista urbanístico e construtivo, não no


sentido da construção de igrejas, mas no da criação de novos
espaços centrais e de uma completa reorientação urbanística, a
cristianização das cidades é exatamente o mais forte sinal de
transformação e da descontinuidade entre a cidade clássica e a
cidade medieval.

São Bento: ordem beneditina


480-547

ORA ET LABORA
(Reza e trabalha: o lema da ordem
beneditina)
Tipo arquitetônico bem
definido: monastério
cluniacense
Monastério de Cluny, 1150
BAIXA IDADE MÉDIA
O Feudo
O castelo feudal consiste numa estrutura de madeira erguida numa elevação do terreno (ou num aterro propositadamente
preparado, a mota) e rodeada por uma trincheira defensiva. A partir do século XI, para maior proteção em caso de cerco, são
construídas muralhas em volta da elevação e, com frequência, simples paliçadas a delimitar o corte onde, perante o ataque
inimigo, podiam refugiar-se os camponeses do território com os seus animais. Os normandos construirão no interior da
muralha um torreão ou torre de menagem que, além da sua função defensiva, servia de residência para o senhor e para a
guarnição. Gradualmente, as trincheiras defensivas transformam-se pouco a pouco em fossos cheios de água que podem ser
atravessados por uma ponte levadiça. Mas é uma evolução lenta. Resumindo, na Idade Média não existiram castelos
fabulosos.

Umberto Eco. Idade Média – Bárbaros, cristãos e muçulmanos. Edição do Kindle.


Os burgos
Com o crescente comércio e com o renascimento das
atividades urbanas surgia também uma nova classe de
pessoas: os burgueses. Inicialmente as cidades que
cresciam perto dos castelos dos senhores feudais eram
chamadas de burgos, e o termo burguesia se referia a
todas as pessoas que habitavam os burgos. Mas com o
tempo, a burguesia passou a referenciar uma classe de
pessoas que se destacavam nas atividades comerciais
urbanas, detendo domínio do capital e dos meios de
produção.
As guildas

As guildas eram associações de trabalhadores, de artesãos. Aqueles que queriam trabalhar


como artesãos só poderiam fazê-lo investindo todos os seus recursos, trazendo suas
personalidades para a guilda. Não havia nada como uma esfera privada fora da guilda - a
família do mestre fazia parte da guilda. O acesso à guilda dependia de critérios
hereditários. Uma retirada voluntária era impossível, já que a associação só podia ser
dissolvida pela morte ou pelo ostracismo.
Durante muito tempo, a gênese das guildas de artesanato foi uma questão muito debatida
entre os historiadores. A "teoria feudal”(Eberstadt, 1897; Müller, 1910) propõe que as
corporações artesanais se desenvolveram a partir dos solares feudais, os quais, antes da
origem das cidades, formavam as unidades sociais básicas da sociedade medieval.
Corporações de
Ofício

Cada corporação agrupava


um determinado ramo de
trabalho.
Construção
Arte Servis
Existia uma distinção entre artes liberais – entre as
quais, além da lógica e da retórica, figurava a poesia
– e artes servis, em que se utilizava as mãos, e onde
se incluíam a pintura e a escultura. Por isso, não
conhecemos os nomes de muitos escultores do
período românico, de muitos mestres que
conceberam e construíram as grandes catedrais e de
muitos miniaturistas; e só na Idade Média madura
os nomes de alguns artistas se tornam míticos e
exemplares, como no caso de Giotto. Diferente é,
porém, a situação nas artes liberais, de que
conhecemos os nomes dos poetas provençais e dos
autores dos romances de cavalaria, para não falar da
elevadíssima consciência de si que tinha um poeta
como Dante.

Umberto Eco. Idade Média – Bárbaros, cristãos e


muçulmanos. Edição do Kindle.
A cidade medieval
Cidade Medieval de Aigues Mortes, França
Cidade fortificada, cercada por muralhas.
Porta de acesso à cidade
Interior das muralhas de Aigues Mortes
Rua medieval (estreita, com casas e comércio lado a lado)
Florença Medieval
Barcelona Medieval
As ruas do bairro Gótico (que ainda existe)
Centro: cidade medieval
Ruas medievais do Bairro Gótico de Barcelona
Paris Medieval
Cité - Catedral de Notre-Dame
Referências
Eco, Umberto. Idade Média – Bárbaros, cristãos e muçulmanos. Edição do Kindle

Kieser, Alfred.  Organizational, Institutional, and Societal Evolution: Medieval Craft Guilds and the
Genesis of Formal Organizations. Universität Mannheim.

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