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Parte 2
A Arquitetura Grega: Períodos
Arcaico, Clássico e Helenístico

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por SAGAH.
100 HISTÓRIA E TEORIA DA ARQUITETURA E DA ARTE I

Arquitetura grega:
períodos Arcaico,
Clássico e Helenístico
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar os materiais mais utilizados na arquitetura grega.


 Indicar as características da arquitetura grega.
 Reconhecer as três ordens da arquitetura grega.

Introdução
Neste capítulo, você irá aprofundar o conhecimento sobre a arquitetura
grega, seus principais períodos, a cidade e as ordens arquitetônicas. Serão
estudadas as origens do pensamento arquitetônico, agregando a geome-
tria às proporções e à expressão simbólica em cada edificação e fazendo
do ato de projetar uma representação do poder criativo do ser humano.
Você vai compreender que a arquitetura grega conserva importantes
características nas principais correntes estéticas até a contemporaneidade.

Materiais mais utilizados na arquitetura grega


Usualmente, inicia-se um estudo da arquitetura grega com uma contextuali-
zação de seus antecedentes. As civilizações minoica e micênica, desde 3000
a.C. configuram essa influência, geograficamente vizinhas desses povos do
mar Egeu que trazem elementos da arquitetura egípcia combinados à influência
de tribos nômades da Mesopotâmia.
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2 A Arquitetura
Arquitetura grega: períodos Arcaico, Clássico Grega: Períodos Arcaico, Clássico e Helenístico |
e Helenístico PARTE 2 101

Segundo Fazio, Moffett e Wodehouse (2011, p. 55 e 56), “[...] o povo de


navegadores da região já aprendera a explorar recursos naturais - madeira,
pedra, minérios e argila para a cerâmica - para produzir artefatos variados”.
Na arquitetura, as grandes edificações como as que abrigavam reis, os templos
religiosos, as fortificações ou as estruturas funerárias já empregavam, desde
essa época, uma alvenaria de pedra talhada em grandes blocos encaixados
com junta seca. Seus exemplos notáveis são o palácio de Cnossos, em Creta;
o Portal dos Leões (Figura 1) e o Tesouro de Atreu, em Micenas.

Figura 1. Portal dos Leões, Micenas, com blocos de calcário em encaixe com junta seca.
Fonte: Georgios Tsichlis/Shutterstock.com.

Os primeiros templos micênicos, chamados de megarons, foram cons-


truídos com madeira e tijolos de barro, sendo gradualmente substituídos por
pedra calcária a partir do século VI a.C. Entretanto, o mármore começa a
ganhar terreno e se consolida como material preferencial para arquitetura e
escultura. Por ser uma rocha de dureza menor que os minerais constituintes
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Arquitetura grega: períodos Arcaico, Clássico e Helenístico 3

dos granitos, ele permite um corte bastante preciso e pode receber polimento,
adaptando-se muito bem às técnicas de alvenaria baseadas em encaixe sem
argamassa. Além disso, nesse período e por muitos séculos de história, a
arte e a arquitetura seriam trabalhadas em conjunto, com esculturas cria-
das especificamente para uma fachada ou o interior de templos. Assim, a
maleabilidade do mármore, a sua variedade de cores e a proximidade das
suas principais jazidas fizeram dele um elemento crucial para os gregos.
Veja exemplos dessas construções nas Figuras 2 e 3.

Figura 2. Templo micênico em madeira e tijolos de barro na cidade de Tirinto.


Fonte: Arquitectura y otros asuntos (2009, documento on-line).

Figura 3. Colunas dóricas em mármore, Templo de Hera 550 a.C., período Arcaico.
Fonte: Quintinlake (2018, documento on-line).
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4 Arquitetura grega: períodos Arcaico, Clássico e Helenístico

“A Linguagem Clássica da Arquitetura”, de John Summerson (2009), apresenta diversas


informações acerca da organização temporal dos períodos que compõem a Grécia
Antiga. Desses períodos, o que melhor define os ideais e princípios de maior influência
da arquitetura e da arte gregas e constitui, em grande parte, a base do pensamento
estético ocidental é o período Clássico.
As civilizações que se desenvolveram ao longo do mar Egeu são geralmente orga-
nizadas pelos historiadores segundo estágios marcados por diferenças geográficas e
cronológicas, os quais configuram os períodos que você verá a seguir.
 Pré Homérico (2000–1100 a.C.): caracterizado pela penetração de povos indo euro-
peus na Grécia, como aqueus (2000–1200 a.C.), eólios (1700 a.C.) e jônios (1700 a.C.).
A civilização minoica continua a prosperar (3000–1400 a.C.); e a micênica é formada
(1600–1200 a.C.); já os dóricos invadem a Hélade no final desse período (1200 a.C.).
 Homérico ou Idade Média Grega (1100–800 a.C.): marcado pela ruralização, au-
sência de escrita e formação dos genos; além da criação das obras de Homero,
Ilíada e Odisseia.
 Arcaico (800–500 a.C.): caracterizado pela formação da pólis, a colonização grega,
o aparecimento do alfabeto fonético, bem como pelo progresso econômico com
a expansão da divisão do trabalho, do comércio e da indústria.
 Clássico ou século de Péricles (500–338 a.C.): marcado pela divisão bipolar da Grécia
sob a égide de duas potências, Esparta (com a Liga do Peloponeso) e Atenas (com
a Liga de Delos). Ocorreram, ainda, as famosas Guerras Médicas e a Guerra do Pe-
loponeso, que decidiram os rumos políticos da Grécia. No final do período, Tebas
assume o controle político, porém, esse poder lhe é tomado pela expansão mace-
dônica, que termina com a anexação grega em 338 a.C., sob Filipe II da Macedônia.
 Helenístico (338–146 a.C.): marcado pela crise da pólis, a conquista do Império
Aquemênida e a expansão cultural helenística.

Características da arquitetura grega


Na arquitetura, os gregos mostram as profundas ligações que se estabelecem
entre a religiosidade, a filosofia e as expressões da cultura, sendo que um dos
pontos de conexão entre o mundo e a perfeição da divindade mitológica se
expressava na busca pela regularidade geométrica.
Neste período, a filosofia e a matemática apresentaram um grande desen-
volvimento e, partindo de descobertas aprendidas com os egípcios, sumérios
e assírios, os pensadores gregos definiram as bases da atual geometria plana.
Pitágoras, Fídias e Tales de Mileto são destaques nesse campo, pois, com seus
teoremas, buscaram compreender a origem das formas e desvendar uma ordem
subjacente a todas as coisas do universo.
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Arquitetura grega: períodos Arcaico, Clássico e Helenístico 5

A aplicação dos conceitos de ordenação e proporção definidos por esse


pensamento científico definiria uma aproximação entre a criação humana e a
divina na arquitetura. Assim, os artistas e os arquitetos procuraram estabelecer
fórmulas de utilização desses conceitos de perfeição geométrica em suas obras.
Um exemplo marcante dessas diretrizes, as quais sobreviveram à passagem do
tempo, vem de Roma e ilustra a vinculação dessa civilização ao pensamento
racional desenvolvido pelos matemáticos gregos.

O texto a seguir mostra a interpretação do arquiteto romano Vitrúvio (séc. I a.C.) acerca
dos ideais clássicos aplicados à construção de formas.
Segundo ele, os princípios da Arquitetura são: ordinatio, dispositio, eurythmia, sym-
metria, decor e distributio.
 Ordinatio (ordenação) refere-se ao dimensionamento justo das partes que compõe
o edifício, tendo em vista as necessidades do programa e de todo o conjunto.
 Dispositio (disposição) é o “arranjo” conveniente de todas as partes, de sorte que
elas sejam colocadas segundo a qualidade de cada uma e onde são considerados
os critérios de composição, implicitando, inclusive, a representação gráfica.
 Eurythmia refere-se à harmonia, porém a compreensão desta parte é bastante
confusa devido à carência de explicações maiores. Segundo o estudioso Borissa-
vlievitch, a euritmia não passa daquilo que modernamente chamamos de harmonia.
 Symmetria (simetria), ao lado da euritmia, é um dos conceitos fundamentais da
estética clássica. Simetria seria o cálculo das relações, que os gregos chamavam de
analogias, entre as partes de uma construção, estabelecido através de uma medida
comum, denominada “modulus” por Vitrúvio.
 Decor (conveniência) trata da disposição conveniente de cada parte do edifício,
segundo as necessidades do programa, o destino das dependências, o caráter do
seu ocupante, etc.
 Distributio (distribuição) trata do princípio de que nada se deve empreender fora
das possibilidades daquele que faz a obra e segundo a comodidade do lugar,
controlando tudo com prudência (LEMOS, 1980).

Na Grécia, as edificações públicas eram construídas para atender às funções


de uma vida em sociedade que combinava a participação na política e na cultura
e o respeito aos rituais religiosos — por exemplo, os teatros, os estádios, as stoas
e os templos. As construções residenciais, por sua vez, também apresentavam
bastante padronização, eram construídas em torno de um pátio central, com
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pouca comunicação com a rua, e marcadas pela separação interna entre os


aposentos ocupados por homens (androm) e mulheres (gineceu).
Os teatros eram construções monumentais, executadas utilizando a declivi-
dade de encostas naturais do terreno para a conformação da arquibancada em
forma semicircular; a orquestra e o proscênio completavam a área dedicada às
apresentações. Sua forma e proporções possibilitavam uma acústica perfeita,
e os grandes teatros podiam abrigar até 14.000 espectadores, como Epidauro
(350 a.C.), que você pode ver na Figura 4.

Figura 4. Teatro de Epidauro.


Fonte: leoks/Shutterstock.com.

O templo era a edificação que melhor representava a pesquisa, a linguagem


e a aplicação das proporções idealizadas na arquitetura grega. Sua função
religiosa difere das igrejas usuais nos dias de hoje pelo fato de que os cultos
não eram abertos ao público. Ele funcionava como um santuário de adoração
e homenagem a uma divindade específica e era acessado apenas por sacer-
dotes. Apesar disso, os mais importantes foram construídos em terras santas
para dominar a paisagem e servir como referência visual e espiritual em uma
cidade. Nas Figuras 5 e 6, você pode observar as plantas baixas de um templo.
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Arquitetura grega: períodos Arcaico, Clássico e Helenístico 7

Figura 5. Planta baixa de um templo.


Fonte: Witcombe (2016, documento on-line).

Figura 6. Templo, diferentes desenhos de planta baixa.


Fonte: Sanchez (2014, documento on-line).
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A cidade grega
O relevo acidentado da Grécia geralmente permitia a organização de uma área sagrada
e amuralhada, uma cidade alta (ou acrópole), e uma cidade baixa (ou astu), na qual se
localizava, entre outros, a praça pública (ágora) onde se realizavam reuniões cívicas,
debates políticos, proclamações e atividades religiosas. Esses espaços públicos abertos
eram delimitados em seu perímetro por pórticos lineares, chamados de stoa, as quais
terão importância no decorrer da história, pois são antecedentes diretos da basílica
romana que, por sua vez, trata-se do modelo formal e estrutural das primeiras catedrais
cristãs, por volta de 300 d.C.
De forma simplificada, as cidades gregas são divididas em duas categorias, paleó-
polis e neópolis. As primeiras, mais antigas, tinham traçado irregular e ruas estreitas,
respondendo ao relevo e aos assentamentos informais de edificação, por exemplo, as
cidades de Atenas e Delos. Já as neópolis são mais novas, datando dos séculos IV e V,
e têm traçados ortogonais e quadras com dimensões regulares, como as cidades de
Mileto e Pesto. Ambas mantêm a separação entre cidade alta e cidade baixa, bem como
apresentam uma ou mais ágoras, aquedutos subterrâneos, teatros, ginásios e estádios.

Três ordens da arquitetura grega


As ordens da arquitetura grega, também conhecidas como ordens clássicas, são
estudos que combinam uma linguagem simbólica, a qual associa arquitetura
e escultura, e um detalhamento das proporções idealizadas, aplicadas em
todos os elementos da edificação. As simbologias, a geometria e as proporções
que definem cada ordem somam-se harmonicamente para estabelecer uma
linguagem de projeto, a qual identifica muito bem a edificação com aspectos
culturais importantes para a civilização grega. Por exemplo, a regularidade
geométrica, os ritmos constantes de colunas e o desenho dos volumes, resul-
tando de permutações de quadrados e retângulos áureos, têm a intenção de
aproximar um lugar sagrado, como é o caso do templo das leis que regem o
mundo ideal habitado pelos deuses.
O desenvolvimento das ordens tem uma sequência cronológica, começando
com a ordem dórica, a mais antiga, seguida pelo surgimento da jônica e da
coríntia. Entretanto, esse não é um processo de substituição, a dórica não
deixará de ser utilizada e manterá seu padrão de proporções e simbologias
inalterados ao longo dos séculos. Veja um exemplo na Figura 7.
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Figura 7. Trílitos, Stonehenge: ancestral do sistema estrutural de arquitraves.


Fonte: Vicky Jirayu/Shutterstock.com.

Dórico
Esta ordem pode ser relacionada às colunas toscanas e minoicas, estrutural-
mente, representam o sistema de arquitraves que será empregado em toda a
arquitetura grega e consiste em uma formação de porta ou goleira, com dois
apoios verticais travados por um elemento horizontal (arquitrave), o qual
recebe as cargas da cobertura. Esse funcionamento simples remonta aos
trílitos pré-históricos.
A ordem dórica era construída em pedra, como as suas sucessoras, mas
vários elementos que a compõem indicam referências aos templos mais antigos,
feitos em madeira. A aplicação das ordens clássicas não era restrita aos templos,
porém, neles, elas expressam com mais força seu potencial de forma e conceito.

Templo dórico

Trata-se de templos robustos, com ênfase nos cheios sobre os vazios, de aspecto
sólido e forte, geralmente associados às divindades masculinas. Suas colunas
são bastante grossas, e o espaço entre elas (intercolúnio) equivale a uma vez
a medida do diâmetro (o diâmetro da sua base é o módulo de proporções para
todas as ordens clássicas); já a sua altura corresponde a cinco ou seis diâmetros
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(5,5 no caso do Partenon) e não tem base, e o seu corpo (fuste) possui estrias
verticais com arestas vivas.
O capitel dórico ilustra perfeitamente seu caráter mais sério e funcional, na
forma de um tronco de cone invertido que recebe as cargas do entablamento e as
transmite ao solo descendo pelo fuste. O entablamento (porção superior acima
da coluna) é muito volumoso e divide-se em faixas horizontais: mais abaixo,
são apoiadas diretamente no capitel das colunas, e as arquitraves vencem os
vãos horizontais do intercolúnio; e logo acima, há o friso, o qual era dividido
em tríglifos e métopas (resquícios de elementos estruturais em madeira).
Por último, tem-se o grande triângulo de fechamento do telhado, chamado
de frontão. Nas suas bordas, as molduras protuberantes são denominadas
cornijas, e em cada vértice, muitas vezes, encontra-se elementos escultóricos
conhecidos como acrotérios. Os frontões dóricos, na maioria das vezes, não
são esculpidos, e seus exemplos mais importantes incluem o Partenon, em
Atenas; o templo de Zeus, em Olímpia; e o templo de Hera, em Pesto, Itália.
Na Figura 8, você pode ver um exemplo dessa construção.

Figura 8. Templo de Hera, em Pesto, ao sul da Itália.


Fonte: Michele Rinaldi/Shutterstock.com.
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Jônico
A ordem jônica começou a ser empregada no século V a.C. e apresentava
uma configuração mais leve e delicada em comparação à dórica. Além de
ser mais ornamentada e associada às divindades femininas, ela tem propor-
ções esbeltas, com colunas de altura igual a nove vezes o diâmetro da base,
um intercolúnio de dois diâmetros (o dobro do dórico) e um entablamento
menos volumoso.
Nas colunas, observa-se a adoção de uma base — a mais famosa é a ática,
a qual alterna dois torus e uma escócia — e caneluras verticais, que têm o
acabamento em filetes. No capitel, o elemento simbólico mais marcante inclui
as volutas, dois grandes espirais enrolados para baixo, em direção ao fuste.
A literatura arquitetônica relaciona essas volutas como representações dos
cornos dos carneiros, bodes ou da concha marinha (COLIN, 2011).
Na fachada dos templos jônicos, há, acima das colunas, arquitraves divi-
didas em três faixas horizontais e frisos contínuos com esculturas em relevo.
As construções mais importantes são o Erecteion e o templo de Atena Nike,
ambos na acrópole de Atenas. Veja exemplos e detalhes nas Figuras 9 e 10.

Figura 9. Capitel jônico.


Fonte: Claudio Divizia/Shutterstock.com.
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Figura 10. Coluna e entablamento, ordem jônica.


Fonte: Adaptada de Cattonia (2008, documento on-line); Ppictures/Shutterstock.com.

Coríntio
A ordem coríntia é a mais alta (com colunas na proporção de onze diâmetros),
ornamentada e monumental das três. Embora tenha sido empregada na Grécia
ainda no período Clássico, foi mais amplamente utilizada pelos romanos, como
símbolo de poder militar e riqueza. Assim como as colunas jônicas, usa-se a
base e o fuste filetado.
Já o capitel configura-se como um tronco de cone invertido com aplicação
de folhas de acanto esculpidas. O entablamento também segue o padrão jônico
com alteração nas alturas de arquitraves, friso e maior carga escultórica. Suas
principais representantes são os templos de Apollo Epicurius, em Bassae, e o
de Zeus Olímpico, em Atenas, que você pode ver na Figura 11. Já na Figura
12, é apresentada uma comparação entre as colunas das três ordens.
112 HISTÓRIA E TEORIA DA ARQUITETURA E DA ARTE I

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Figura 11. Templo de Zeus Olímpico, em Atenas.


Fonte: Argos (2016, documento on-line).

Figura 12. Comparação das colunas em diferentes ordens clássicas.


Fonte: Lourenço (2017, documento on-line).
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14 Arquitetura grega: períodos Arcaico, Clássico e Helenístico

Acesse o link ou o código a seguir para conhecer mais


sobre a ordem jônica, o Erecteion e as Cariátides.

https://goo.gl/3EW3Xc

O maior e mais famoso templo dórico é o Partenon, dedicado à deusa Atena Polias,
protetora da cidade, e que se localiza em Atenas. Em 448 a.C., ele foi reconstruído após
ser destruído pelos persas em 480 a.C. Seu formato é períptero (peristilo contínuo com
duas colunatas internas nas extremidades menores), segundo o projeto do arquiteto
Ictino, que definiu a proporção de 8 por 17 colunas. O Partenon incorpora alguns
atributos jônicos, como os frisos contínuos no interior da cela, o frontão esculpido e
as colunas jônicas no opistódomo.
Fonte: Fazio, Moffett e Wodehouse (2011).
114 HISTÓRIA E TEORIA DA ARQUITETURA E DA ARTE I
Arquitetura grega: períodos Arcaico, Clássico e Helenístico 14

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14 dez. 2016. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?title=
Special:Search&limit=20&offset=20&profile=default&search=temple+olympian+ze
us&searchToken=8mqllfv1vx7d4j0sy2vm4jclu#/media/File:Temple_of_Olympian_
Zeus_(Dec._2016).JPG>. Acesso em: 24 maio 2018.
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tps://arkyotras.files.wordpress.com/2009/06/megaron-primitivo.jpg>. Acesso em:
24 maio 2018.
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COLIN, S. Psicanálise do Capitel Jônico. 13 jan. 2011. Disponível em: <https://coisasda-
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24 maio 2018.
FAZIO, M.; MOFFETT, M.; WODEHOUSE, L. A história da arquitetura mundial. 3. ed. Porto
Alegre: AMGH, 2011.
LEMOS, C. O que é Arquitetura? São Paulo: Brasiliense, 1980.
LOURENÇO, T. As Ordens Clássicas. 09 fev. 2017. Disponível em: <https://arquitetura-
empassos.wordpress.com/>. Acesso em: 24 maio 2018.
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jpg>. Acesso em: 24 maio 2018.
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Disponível em: < http://arthistoryresources.net/greek-art-archaeology-2016/archaic-
-architecture-outline.html>. Acesso em: 24 maio 2018.

Leituras recomendadas
ARGAN, G. C. A história da arte como história da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
SUMMERSON, J. A Linguagem Clássica da Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
(Coleção Mundo da Arte).

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