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Arquitetura da Grécia Antiga

A cultura grega desenvolve-se principalmente na península do Peloponeso, nas ilhas próximas e


na costa mediterrânea próxima à atual Turquia, durante o segundo e primeiro milénios a.C. O
período considerado o mais importante da cultura e da arquitetura grega é aquele que se
desenvolve entre o séculos VII a.C. e IV a.C. Concentra-se na arquitetura religiosa – templos –
com grande rigor de dimensões, estabelecendo proporções matematicamente precisas; os
templos são construídos de pedra (mármore). O Partenon – templo dedicado à deusa Atena,
na Acrópole de Atenas –, erguido entre 447 a.C. e 438 a.C., no governo de Péricles, é uma das
mais conhecidas e admiradas construções do período. Um traço marcante da arquitetura grega
é o uso de colunas, estabelecendo "ordens" características: dórica, jônica e coríntia. A
arquitetura clássica tem como princípios a racionalidade, a ordem, a beleza e a geometria.

Arquitetura Grega
A arquitetura Grega tem no templo sua expressão maior e na coluna sua peculiaridade. A coluna
marca a proporção e o estilo dos templos. Na arquitetura do período geométrico, entre os anos
900 e 725 a. C., as casas consistiam num plano irregular e os templos apresentavam planta ora
longa e estreita, ora quase quadrada, com uma coluna central (ou fila central de colunas) como
arrimo. Os materiais de construção mais utilizados eram o tijolo cru e a madeira, com alguma
utilização da pedra no período arcaico (600 e 500 a. C.) a arquitetura desenvolve-se a partir de
influências da cultura micênica e outras culturas mediterrâneas. Um sistema de ordens definiu
as proporções ideais para todos os componentes da arquitetura, de acordo com proporções
matemáticas preestabelecidas. A ordem era baseada no diâmetro de uma coluna, com outros
elementos derivando dessa medida. Podemos citar como importante fato na arquitetura grega,
o aperfeiçoamento da ótica (perspectiva), que já começara a fazer parte do período clássico (500
a 300 a. C.).
Análise da Arquitetura Grega
A arte grega serviu-se de duas grandes heranças: a dos povos que habitavam a bacia do
Mediterrâneo, como os Egípcios, os Cicládicos, os Mesopotâmicos e os Cretenses; e a dos
povos indo-europeus, como são exemplo os Aqueus, que originaram a Civilização Micénica e
depois os Dórios, no século XII a.C., conhecedores do ferro e outras técnicas de construção. Os
gregos foram os primeiros artistas realistas da história, ou seja, os primeiros a se preocupar em
representar a natureza tal qual ela é. Para fazerem isso, foi fundamental o estudo das
proporções, em cuja base se encontra a consagrada máxima segundo a qual o homem é a
medida de todas as coisas.[1] Inicialmente a arquitetura grega era executada em madeira,
nomeadamente a de cedro importada do Líbano, tendo sido substituída pela pedra
calcária (particularmente o mármore) a partir dos finais do século VII a.C. Paralelamente com a
alteração dos materiais, também as estrutura e as proporções evoluíram. Foram estabelecidas
normas e regras construtivas, cânones para a concretização artística, valores estéticos e
modelos duradouros, nos quais os detalhes, os aspetos decorativos e/ou os pormenores tinham
de se sujeitar à harmonia do conjunto. O estudo topográfico do terreno, a adaptação do edifício
ao relevo e a escolha criteriosa da ordem, relativo ao tipo de edifício, passaram a constar nos
projetos. Produziam maquetas, com o material mais apropriado, dependendo do projeto, que
eram submetidas à aprovação oficial. A concretização da obra envolvia inúmeros profissionais
entre os quais estavam os arquitetos, os projetistas, os pintores, escultores e outros artesãos.

A arte evoluiu em três períodos evidentemente definidos pelas suas características estéticas e
tecnológicas: O período arcaico, período clássico e o período helenístico.
A arquitetura arcaica distinguia-se consoante a ordem arquitetônica. As diferenças estavam bem
patentes na coluna, cujo aspecto formal era a identidade estilística. O tipo de edifício que mais
contribuiu para a evolução arquitetônica foi o templo. Era concebido para ser a morada dos
deuses e derivava a partir do mégaro micénico. Era constituído por um telhado de duas águas,
duas colunas na entrada, e uma parte interior, dividida em três secções. A sua evolução foi
demarcada pela gradual uniformização numa planta retangular. O objetivo final da arte era a
procura da beleza, unidade, e harmonia universais, alicerçadas, é claro, por uma filosofia que
buscou a relação do Homem com o divino, com o mundo e a sua origem, com a vida e a morte,
assim como com a dimensão interior do próprio Homem. Hoje, a estes valores designamos
por Classicismo.
Ao serviço da vida pública e da vida religiosa, a arquitetura grega pretendia a conjugação
harmoniosa de ambos os conceitos.
A arte grega clássica foi uma arte racional, a expressão da comunidade e do homem/cidadão.
Conseguiu
aliar estética e ética, política e religião, técnica e ciência, realismo e idealismo, beleza e funcion
alidade, servindo a vida pública.[3]
Ordem Dórica
A Ordem dórica teve início em finais do século VII a.C. As colunas (frente e fundo do templo
eram de 4 a 6 vezes mais altas do que o diâmetro do fuste) circundavam cada lado. Cada coluna
tinha vários tambores sobrepostos com 20 caneluras ou entalhes verticais. Estes elementos
proporcionavam coerência e unidade visuais, além de fluidez, às colunas segmentadas. A forma
do templo é chamada de "carpintaria petrificada" pois, ao utilizarem a pedra, os gregos
adaptaram técnicas usadas em construções de madeira. A decoração do templo dórico dá ênfase
à estrutura. Os pilares eram espessos e ligeiramente salientes no meio, como se estivessem
comprimidos pelo peso de sua carga. O formato básico de um templo dórico fundamenta-se
numa estrutura retangular de mármore, cercada por uma fileira dupla de colunas, com
um pórtico na frente e outro atrás. Eram em geral baixos e maciços.

Ordem Jônica
A sua característica principal encontra-se na voluta presente num capitel jônico. O fuste de cada
coluna é 8 a 9 vezes maior do que seu diâmetro . Os templos jônicos parecem geralmente mais
delicados do que os robustos templos dóricos. As ordens dórica e jônica lançavam mão de
motivos abstratos ou semi-abstratos para simbolizar a vida orgânica. O erectéion (421- 406 a .c.)
é uma obra prima iônica sobre a acrópole. Foi construído em homenagem aos deuses Atena e
Posêidon. São famosas suas cariátides, as seis estátuas de jovens mulheres esculpidas no
mármore que dão sustentação ao teto (pórtico das virgens). Entre os elementos arquitetônicos
que mais o caracterizam têm destaque os frisos que adornam a parte superior das fachadas
frontal e dos fundos do prédio. Projeto em 2 níveis, com 4 pórticos separados e colunas de
diferentes alturas, e não uma colunata contínua circundada por um peristilo.

Ordem Coríntia
No período helenístico, os arquitetos passam a fazer uso de ornamentos inspirados no acanto e
outras plantas. Surgiu assim, a última ordem da arquitetura Grega, a Coríntia, anunciada no
templo de Apolo Epicuro, em Bassae, o qual se veio a popularizar a partir de 334 a.c.. O fim do
período clássico presenciou uma revitalização do estilo jônico, por influência do
arquiteto Píteas (túmulo de Mausolo, em Halicarnasso, 349 a.c.), que abandonou a busca do
refinamento em troca da monumentalidade. A marca do estilo coríntio é o capitel característico,
moldado como um sino invertido cercado por folhas de acanto. As edificações associadas ao
Helenismo produziram efeitos grandiosos e em escala monumental.
O farol de Alexandria (279 a.c.), foi o mais alto jamais construído, uma escultura de mármore de
4 andares gradualmente afunilados (122m). (Entre os anos 300 e 100 a.c.), tal tendência
desapareceu e os arquitetos, acostumados a projetar novas cidades, buscaram o complexo
arquitetônico, que realizaram em sítios. Foi a época do desenvolvimento do urbanismo: Os
pórticos multiplicaram-se e as ruas cruzaram-se em ângulo reto, frequentemente flanqueadas
por colunatas. O plano das ágoras (praças) tornou-se regular, com construções consagradas às
reuniões populares, basílicas, termas públicas, ginásios, estádios. O anfiteatro em Epidauro
ainda está em uso. Consiste em 55 fileiras semicirculares e assento de pedra para 14 000
espectadores (350 a.C.).
Acrópole
A acrópole é o principal ponto turístico da Grécia. Localizada no topo de uma colina, a cerca de
100m de altitude, e coroada pelo Parthenon, pode ser praticamente vista de qualquer ângulo
da cidade. Sua área cobre cerca de 40km2 e reúne um considerável número de ruínas
remanescentes de obras de grandes artistas da Grécia antiga, como Ictinos, Fídeas e Calícrates.
Algumas obras da acrópole foram conduzidas pelo grande arquiteto e escultor Fídeas em
meados do século IV a.c. deram lugar a um conjunto de monumentos que impressionam pela
sua grandiosidade, entre eles: O Parthenon, o Erecteion, o templo de Atenas Nike, o templo de
Dionísio, o teatro de Herodes Atiço ou o museu da acrópole. A maioria destes monumentos que
for a u a espé ie de a arote so re Ate as é teste u ho do sé ulo de Péri les , épo a
em que os gregos se empenharam em embelezar a cidade.
Na arquitetura, não resta dúvida de que o templo foi um dos legados mais importantes da arte
grega ao ocidente.
Assim, a história da arte grega está ligada às épocas da vida desse povo. O pré-helenismo foi um
longo período, no qual a arte estava se afirmando. Na época arcaica, a arte tomou formas
definidas. A época clássica, foi o momento da plenitude e da perfeição artística e cultural dos
gregos. O Helenismo foi o momento em que os gregos já haviam chegado à plenitude e passaram
a espelhar sua arte pelo Egito, pela Ásia, pela Síria e por Roma.
1. Acrópole: parte mais alta da cidade, protegida por muralhas, onde se situavam os templos e
os edifícios governamentais, e onde a população se refugiava em caso de ataque.
2. Asty: parte baixa da cidade, ocupada por vários edifícios, como o tribunal, o ginásio, o teatro,
o estádio e as habitações, e pela ágora (praça pública).
3. Khóra( Zona rural): zona fora da cidade, constituída pelas aldeias, campos, pastagens e
florestas.

Bibliografia

 Nunes, Paulo Simões, História da Cultura e das Artes 11., Lisboa Editora, 2005.
 Pinto, Ana Lídia; Meireles, Fernanda; Cambotas, Manuela Cernadas, História da Cultura e
das Artes 12,
Porto Editora, 2006.

 Finley, M. I., Los griegos de la antigüedad, Editorial Labor, S.A., 1992. ISBN 84-335-3515-3.

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