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Civilizações Clássicas do

Mundo Antigo
CIVILIZAÇÃO MINÓICA OU
CRETENSE
Civilização que se desenvolveu na Ilha de Creta entre 2700 e
1450 a.C. (O termo "minóico" deriva de "Minos", título dado ao Rei
de Creta).

CARACTERÍSTICAS
• Materiais usados: tijolo, pedra e barro
• Destacou-se a construção de palácios
• Policromia

Civilização
CivilizaçãoMinóica
Minóica
• Os palácios apresentavam estruturas complexas e eram
compostos por um amplo pátio interno central, várias
escadarias, pequenos jardins e recintos reservados para
cultos religiosos.

• A esses mesmos estavam associadas casas


(retangulares, externamente amplas, com o
interior dividido em muitos cômodos
pequenos), lojas, banhos, oficinas e armazéns.
 Os palácios eram estruturas complexas, com diversos cômodos ligados por
sinuosos corredores.

As paredes internas eram freqüentemente adornadas por representações


de animais, festejos ou figuras geométricas, com ênfase em cores vivas.
 Inexistência de construções funerárias e religiosas de caráter
monumental ou colossal, bem como a ausência de uma
arquitetura militar significativa.

 A arquitetura palaciana possui caráter “informal” (não existe um


esquema pré-determinando; não tem preocupação com a
imponência e ostentação).

 Vão se tentando soluções mais adequadas para satisfazer as


necessidades práticas. Há uma preocupação com o conforto e
defesa contra o calor, pátios de arejamento e terraço.

 Construção do palácio articulada em vários planos, tubulações


para água e esgoto, bem como a presença de uma sala de banho
CIVILIZAÇÃO MICENICA
Por volta de 1900 a.C. povos migrantes de origem indo-européia
denominados Aqueus chegam à península dos Bálcãs vindos do
nordeste.

Até então eram povos seminômades e guerreiros que se instalam na


península e estabelecem importantes contatos com os minóicos de
quem recebem influências culturais.

Mais tarde, por volta de 1600 a.C. os micênicos


conquistaram a ilha de Creta e se estabeleceram
em Cnossos

Civilização
CivilizaçãoMicênica
Micênica
Este povo caracterizou-se principalmente pelo desenvolvimento da
arquitetura, tendo como modelo o Megaron Micénico (sala do palácio,
central e quadrangular, com um vestíbulo ou pórtico suportado por duas
colunas e com telhado de duas águas).
Contrariamente à arquitetura minóica, a micénica possui um forte sentido
militar onde se observam fortalezas rodeadas de muralhas edificadas em
pedra com grande precisão.
Planta do Megaron do Palácio de Nestor.
Reconstituição do Megaron do Palácio de Nestor, pinturas a fresco
que representam leões e grifos.
 PORTA DOS LEÕES
Em 1.600 aC surgiram fundos poços sepulcrais e mais
tarde câmaras cónicas conhecidos como túmulos de
cortiço que atingiram o seu apogeu em 1.300 aC
“ O homem é a medida de
todas as coisas”
Embora não se refira a arte em
específico, essa frase atribuída ao filósofo
Protágoras, pode ser muito bem aplicada a
essência de toda a produção artística da
Grécia antiga os gregos desenvolveram uma
arte feita pelo homem e para o homem
Enquanto a arquitetura egípcia é ligada ao espírito, a grega liga-se à
razão. Os gregos buscavam o Antropocentrismo, ou seja todas as
respostas são buscadas no homem, na razão e não na fé.

CARACTERÍSTICAS:

 Racionalismo
 Valorização do belo
 do corpo humano e também de cenas da mitologia
 Simetria e equilíbrio
 Proporção/razão áurea
 Para os gregos, as edificações que despertaram maior interesse foram os
templos. A característica mais evidente dos templos gregos é a simetria
entre o pórtico de entrada e o dos fundos.

O templo era construído sobre uma base de três degraus. O degrau mais
elevado chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas.

 As colunas sustentavam um entablamento horizontal formado por três


partes: a arquitrave, o friso e a cornija.

 As colunas e entablamento eram construídos segundo os modelos das


ordens dórica, jônica e coríntia.
A CIDADE GREGA
Aberta à vida ao ar livre, enquadrada na Natureza, era
concebida com 4 áreas distintas:

– Área sagrada – religiosa, localizada na acrópole, na


qual se construíam templos, santuários, oráculos, e
tesouros.
– Área pública – na zona baixa, onde se instalava a ágora,
que era o centro da vida da pólis, local de reunião, em
torno dela existiam assembleias, teatros, estádios,
mercados, etc.
– Aréa urbana – região da polis onde moravam os
habitantes da parte urbana da cidades-estado,
conhecida por ástey.
– Area rural - corresponde à parte agrícola, onde
moravam os camponeses e onde eram cultivados
alimentos que supriam a ástey. Conhecida também
como khora.
TEMPLOS GREGOS
• O templo foi o exemplo máximo da arquitectura grega e tinha, no
século V, no Pártenon e em Atena Niké, o encontro exemplar entre o
racionalismo, o antropocentrismo e o idealismo do pensamento grego.

• A sua forma e estruturas básicas evoluíram a partir do mégaron


micénico (sala de trono, no palácio).

• Esta estrutura básica tornou-se, gradualmente, mais complexa, com


maiores dimensões e rodeada por colunas

• Virado para o exterior, o templo grego tem um forte sentido


escultórico.
Vista frontal de Athenas Niké na atualidade

Athenas Niké
Vista frontal do Parthenon na atualidade

Parthenon
O Parthenon, um dos
principais e mais famosos
templos da Grécia antiga,
foi construído pelos
arquitetos Ictinos e
Calícrates.
Reconstituição da fachada do Parthenon
 Na sua estrutura planimétrica final, o templo era formado por três

espaços: uma cella ou naos, onde se encontrava a estatua da

divindade, antecedida por um espaço designado por pronaos,

espécie de pórtico, e um outro espaço do lado posterior da cella

designado por opistódomos, que tinha como função ser a câmara

do tesouro, onde se guardavam as oferendas aos deuses e os bens

preciosos da cidade.

 Esta estrutura tripartida era rodeada por um peristilo, espécie de

corredor coberto e circundante, aberto lateralmente através de

uma ou mais fiadas de colunas.


O templo grego, possui uma simetria axial, criando fachadas
simétricas, duas a duas.

Planta de templo grego


Número de colunas na fachada
 Tetrástilo: 4 colunas na fachada;
 Pentastilo: 5 colunas na fachada;
 Hexástilo: 6 colunas na fachada;
 Octastilo ou octostilo: 8 colunas na fachada;
 Decástilo: 10 colunas na fachada;
 Dodecástilo:12 colunas na fachada.
Número de filas de colunas
 Monóptero: 1 fila de colunas;
 Díptero: 2 filas de colunas;
 Pseudodíptero: similar ao díptero, mas em que as 2 filas de colunas não
envolvem todo o templo (por exemplo a fila de colunas interior está
embutida nas paredes da naos).
Distribuição de colunas:
 Períptero: completamente rodeado de colunas.
 Pseudoperíptero: quando uma fila ou mais de colunas está embutida nas
paredes do naos.
 Prostilo: o templo só tem colunas na fachada.
 Anfiprostilo: o templo apresenta colunas nas fachadas principal e posterior.
Em elevação, o templo era constituído por:

 BASE, que era uma plataforma


elevada com função de nivelar
o terreno;
 COLUNAS, que constituíam o
sistema de elevação e suporte
do teto;
 ENTABLAMENTO, elemento
superior e de arremate que
era formado pela arquitrave,
pelo friso e pela cornija,
encimada pelo frontão
triangular. O teto de duas
águas era coberto por telhas
de barro
 A coluna teve também um valor icónico extremamente
forte, além da sua função estrutural.
 No século VII a. C., os Gregos já tinham definido os dois
principais estilos arquitetónicos ou ordens: a ordem
dórica e a ordem jónica. Só posterioremente, em IV a.C.
Foi definida a ordem conríntia.
 Ela é o símbolo do Homem.
 Em certas construções tomou, assumidamente, a forma
humana (antropomórfica), como pode ser observado no
pórtico das cariátides do Erectéion (Atenas).

Colunas gregas
Templo de Erecteion
Cariátides de Erecteion
As Cariátides são uma homenagem as mulheres de Cária
 O conceito de ordem esta ligado a um sistema de
proporções que harmonizava as partes do edifício em
relação ao todo.

 Aplicado ao traçado das colunas determinava as


proporções das suas partes constituintes: base, fuste e
capitel, e a relação entre a sua espessura e a sua altura
totais.

 A coluna é o elemento que melhor define as


características de cada ordem, de tal forma que o
diâmetro médio do seu fuste determina o módulo
métrico segundo o qual se construía todo o sistema
proporcional do edifício.

Ordens Dórica, Jônica e Coríntia


Ordem Dórica - era simples e maciça. O fuste da coluna era
monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. Sendo a mais
antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua
simplicidade e severidade, empresta uma idéia de solidez e imponência
Ordem Jônica - representava a graça e o feminino. A coluna
apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o
estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas
espirais unidas por duas curvas. A ordem dórica traduz a forma do homem
e a ordem jônica traduz a forma da mulher.
Ordem Coríntia - o capitel era formado com folhas de acanto e quatro
espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e
enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação.
Dórico Jônico Coríntio
 Os teatros construídos na Grécia Antiga também merecem destaque. Os
teatros (de theatron, "local onde se vê") surgiram a partir do século VI a.C.
Julga-se que antes disso as primeiras representações teatrais seriam realizadas
em locais públicos como a ágora de Atenas. Os teatros eram construídos ao ar
livre, aproveitando as encostas das colinas para a colocação das arquibancadas
em semi-círculo.

Teatros Gregos
Além a platéia distinguiam-se várias áreas no teatro

A orquestra era a área circular em terra batida ou com lajes de pedra


situada no centro das bancadas, onde o coro realizava a sua
interpretação. No centro da orquestra ficava a thymele, um altar em
honra a Dioniso, que servia não só para oferecer sacrifícios, mas
também como adereço. Em cada lado da orquestra existiam as
entradas para o coro.

Detrás da orquestra estava a skenê, o cenário, estrutura cuja função


inicial foi servir como local onde os atores trocavam de roupa, mas
que passou também a representar a fachada de um palácio ou de um
templo, ou seja, um cenário. Frente à skenê estava o proscenium,
onde os atores representavam os papéis, se deslocando também até
à orquestra.
TEATROS GREGOS
Odeon de Herodes Ático em Atenas
Teatro de Epidauro
(350 a.C.)
Ruínas do Teatro de Mileto
Roma
Para expressar sua potência absolutista, Roma
exigia uma arquitetura de ESTILO COLOSSAL, a fim de
impor respeito as massas incultas e demonstrar seu
poder para outros povos.

Arquitetura Romana
 Um dos legados culturais mais importantes que as
civilizações do mar Egeu e os etruscos deixaram
aos romanos foi o uso do arco e da abobada nas
construções.

 Assim, as colunas gregas assumem principalmente


função decorativa, já que os romanos passam a ser
capazes de criar amplos espaços internos, livres de
colunas.

 Mas, como iremos ver mais a frente, no final do


sec. I d.C. Roma já havia superado essas duas
influências e estava pronta para desenvolver
criações arquitetônicas independentes e originais.
Podemos destacar entre as construções romanas:

• Moradia Romana
• Templos
• Teatros
• Monumentos
• Infra-Estrutura
• Espaços Públicos
A planta da casa romanas era rigorosamente desenhada a partir de um retângulo básico.
A porta de entrada ficava em uma das faces menores do retângulo e conduzia ao átrio (espaço
central com uma abertura no telhado). Em linha reta em relação a porta, ficava o tablino
(cômodo principal da casa). Os outros cômodos também davam para o átrio.
Sob influência grega, os romanos acrescentaram o peristilo no fundo da planta, em torno
do qual se dispunham vários cômodos.

Moradia romana
Os templos eram erguidos sobre uma base mais alta (pódio) e a

entrada somente era alcançada através de uma escadaria construída

diante da fachada principal. A escadaria juntamente com o pórtico faziam

com que a fachada principal fosse bem distinta das laterais e do fundo do

edifício.

Como gostavam dos peristilos externos gregos, os romanos

procuraram acrescentá-lo também ao seu modelo tradicional de templo.

Podemos citar como exemplo a Maison Carré, construída em Nimes na

França, no final do sec. I a.C.

Templos romanos
Maison Carré, França
Nem todos os templos resultam da soma da tradição

romana e dos ornamentos gregos. Enquanto a concepção

arquitetônica grega criava edifícios para serem vistos do exterior, a

romana procurava criar espaços interiores. O Pantheon, em Roma,

é um bom exemplo dessa diferença.

Este templo romano, com sua planta circular fechada por

uma cúpula, cria um local isolado do exterior, onde o povo se

reunia para o culto. Essa nova concepção arquitetônica de templo

será adotada futuramente para o cristianismo.


Maison Carré, França
Vista da cúpula a distância
Graças aos arcos e abobadas herdados dos micênicos e etruscos,

os romanos conseguiram construir teatros muito mais amplos do que

teria permitido a simples influência grega.

Esse teatros eram destinados a abrigar milhares de pessoas , para

isso os construtores romanos utilizaram filas sobrepostas de arcos, para

apoiar o local destinado ao público.

Com isso, o teatro não precisou mais ser construído utilizando as

encostas de colinas. A primeira conseqüência disso foi a possibilidade de

se construir teatros em qualquer local, independente da topografia.

Teatros e Anfiteatros
Maquete do Teatro Antigo, Arles/França
Essa tecnologia possibilitava também que a área de espetáculo fosse

posicionada no centro de uma planta elíptica ou circular, permitindo apreciação por

todos os ângulos, ideal para a realização de lutas e corridas de biga, muito presentes

na cultura romana.

Circus Maximus - vale entre o Aventino e o Palatino


Teatro romano em Verona
Coliseu romano
Maquete do Coliseu romano
Vista interna do Coliseu
"A última prece do mártires cristãos", por Jean-Léon Gérôme (1883).
Externamente esse edifício era ornamentado por esculturas que ficavam

dentro dos arcos, e por três ordens de colunas gregas. Essas colunas na verdade eram

meias colunas, pois ficavam presas a estrutura das arcadas. Portanto não tinham

função estrutural na construção, sua intenção era apenas de ornamentação.


Arcos de Triunfo: São construídos para comemorar vitórias militares.

São compostos por uma ou mais arcadas, ladeadas por colunas

internas ou embutidas, encimado por um entablamento decorado com

relevos que descreviam as glórias da batalha. Ex. Arco de Tito.

Colunas: Assim como os arcos, as colunas era construídas como forma

de narrar os grandes feitos militares e conquistas. Era uma forma de

mostrar ao povo inculto o poder do império romano.

Monumentos
O Arco de Tito é um Arco Triunfal,
erigido em comemoração à conquista de
Jerusalém. O Imperador Tito Flávio, filho
de Vespasiano, comandou as legiões
romanas que ocuparam a capital da
Judéia em Agosto de 67. Nele consta a
seguinte inscrição:

“Do Senado e do povo romano para o


divino Tito, filho do divino Vespasiano,
Vespasiano Augusto".

Arco de Tito

SENATVS
POPVLVSQVE·ROMANVS
DIVO·TITO·DIVI·VESPASIANI·F(ILIO)
VESPASIANO·AVGVSTO
Coluna de Trajano

A Coluna de Trajano é um monumento em Roma construído sob a ordem


do próprio imperador em comemoração às vitórias das campanhas
militares contra os Dácios.
Thermas: São balneários, constituídos por diversas salas para diferentes

tipos de banho. Esses banhos públicos podiam ter diversas finalidades,

entre as quais a higiene corporal e a terapia pela água com propriedades

medicinais; em geral as manhãs eram reservadas às mulheres e as tardes

aos homens.

Fórum: era o principal centro comercial da Roma Imperial. Ali haviam

lojas, praças de mercado e de reunião. Também era o local onde


exatamente ficava o coração comunal.

Edifícios Públicos
Thermas de Cracalla
Thermas de Cracalla: ilustração da provável aparência
Fórum Romano
Roma realizou altos investimentos em infra-estrutura. Foram construídos aquedutos (arcadas que
sustentavam condutores de água), sistemas de esgoto, planejamento do traçado das cidades,
pontes, tuneis e a primeira estrada calçada em pedra de que se tem notícia, a Via Ápia.

Via Ápia Les Baux de Provence

Infraestrutura
Via Ápia
Mapa das principais vias romanas
Crise e declínio do império romano
 Por volta do século III, o império romano passava por uma enorme crise
econômica e política. A corrupção dentro do governo e os gastos com luxo
retiraram recursos para o investimento no exército romano.

 Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o número de escravos,


provocando uma queda na produção agrícola. Na mesma proporção, caia o
pagamento de tributos originados das províncias.

 Em crise e com o exército enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia


mais desprotegidas. Muitos soldados, sem receber salário, deixavam suas

obrigações militares.

Declínio do império
 Os povos germânicos, tratados como bárbaros pelos romanos,
estavam forçando a penetração pelas fronteiras do norte do
império. No ano de 395, o imperador Teodósio resolve dividir o
império em: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e
Império Romano do Oriente (Império Bizantino), com capital em
Constantinopla.

 Em 476, chega ao fim o Império Romano do Ocidente, após a


invasão de diversos povos bárbaros, entre eles, visigodos, vândalos,
burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc. Era o fim da
Antiguidade e início de uma nova época chamada de Idade Média.

Declínio do império

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