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A Arte Grega

A Arte aliada à Religião, à Língua e aos Jogos, é


mais um elemento de união dos Gregos.

Na Península Balcânica, na Ásia Menor e nas


colónias gregas do Mar Negro e Mediterrâneo,
encontramos o mesmo estilo artístico
idealizado, harmonioso e funcional, expressivo
de uma mentalidade racionalista e humanista.
A - Arquitectura
No que se refere à Arquitectura, verificamos antes de mais que as
grandes construções servem antes de mais os cidadãos,
assim destinam-se aos eventos cívicos e religiosos, logo ao
exercício da cidadania.
Mas numa cultura centrada no Homem, seria natural que os
edifícios tivessem igualmente uma função estética, que
procura a beleza ideal, não deixando no entanto de obedecer a
regras artísticas fixas, muitas das quais sobrevivem ainda
hoje.
De entre as várias construções os Gregos preocuparam-se
sobretudo com um tipo de edifício que quiseram perpétuo, o
templo, morada de um deus ou de uma deusa.
Na construção de templos optaram sobretudo pela forma
rectangular e por um sistema simples de construção, em que
uma laje de pedra horizontal (arquitrave) é sustentada por
duas verticais.
O templo grego é pouco mais do que uma nave (naos em grego)
reservada à divindade (aqui se guarda a estátua e o tesouro do
deus) e rodeada por um conjunto de colunas (peristilo) que
protege as paredes do santuário e serve de local de passeio
aos fiéis.
O templo é concebido para ser visto do exterior, uma vez que o
culto é praticado num altar em frente da fachada ao ar livre.
Na época Clássica os templos são
policromados:construídos em mármore, são estucados
com cal e pó de mármore para disfarçar as juntas das
pedras, no capitel a gola é pintada de vermelho, o fundo
dos timpanos também é colorido; a policromia interior é
apenas dada pelo friso e pelo tecto. No interior do
templo a única iluminação é dada pela porta ou por
lâmpadas de azeite, o que traduz um ambiente
sugestivo de semi-obscuridade.

Centrando a sua atenção no Homem que é observador dos


edifícios e no enquadramento com o meio natural, a
Arquitectura grega estabeleceu cânones ou leis
racionalistas, que determinam as relações de medida e
proporção entre os vários elementos da construção:
relação entre o comprimento, altura e largura do
edifício; relação entre a altura da coluna e o seu
diâmetro, relação entre o diâmetro das colunas e o
espaço entre as colunas etc. Surge então o conceito de
Ordem Arquitectónica.
A Ordem Dórica é a mais antiga, mas também a mais simples:
encontramo-la no mais belo templo da Acrópole de Atenas, o
Parténon.
Nesta ordem a construção eleva-se com base numa escadaria de
três degraus altos ou numa rampa, ai assentam colunas com
fuste canelado, sem base e trabalhadas com 16 ou 28 estrias,
as colunas terminam num capitel, formado pela gola, o coxim
e o ábaco; sobre as colunas repousa a arquitrave, o friso e a
cornija; por fim as duas águas do telhado, delimitam à frente e
atrás, o frontão triangular, cujo interior o tímpano, é decorado
com esculturas, os três ângulos do frontão são rematados
com figuras de cerâmica ou mármore.

A Ordem Jónica mais elegante, elaborada e decorativa nas bases


e nos capiteis das colunas, predominou na Ásia Menor: as
colunas assentes em vários degraus, têm base, o fuste é
cilíndrico e tem caneluras, o capitel consta de um coxim, onde
assentam as volutas em espiral, terminando pelo ábaco; o
entablamento é mais leve e variado, no friso a decoração
escultórica é mais livre.

A Ordem Coríntia foi uma variante ainda mais decorativa da


Ordem Jónica, no entanto só ganhou maior importância no
Período Romano
B – A Escultura
A Escultura grega inicia-se no Século V Ia.c , com estátuas
de jovens, que se vão libertando da rigidez e da
frontalidade presentes em obras de povos mais antigos
como os Egípcios e passando a adquirir maior
correcção anatómica e liberdade de posições.
O tema central da Escultura é o Homem, ou seja a sua
juventude, beleza atlética, serenidade e equilíbrio.
A representação do corpo humano nu, obedece a um
sistema de relações matemáticas entre todas as partes
e revela uma representação anatómica muito cuidada,
que evidencia os músculos perfeitos.
Contrariamente aos corpos, os rostos são poucos
expressivos e revelam alguma melancolia, ou seja estão
mais próximos da Razão do que da Emoção.
A Escultura aparece muitas vezes associada à
Arquitectura, pois aparece-nos nas cornijas, nos frisos
e frontões. As esculturas do Parténon, tendo como
objectivo a glorificação da deusa Atena e da sua cidade,
libertam-se do Racionalismo patente nas esculturas
individualizadas, tendem já para uma Arte mais
expressiva e rebuscada nas suas linhas curvilíneas.
C – A Pintura

A Pintura deve ter começado pela decoração no interior


dos templos, mas esta desapareceu na totalidade;
podemos no entanto estudá-la através da cerâmica.
A intensa actividade comercial dos Gregos, levou à
exportação de numerosos vasos para todo o
Mediterrâneo, permitindo-nos através da pintura que os
decoram, reconstruir a vida, os costumes e a evolução
artística.
Na cerâmica dos Séculos Vi e V a,c a cor é sempre a do
fundo terroso, enquanto que as figuras aparecem a
negro; as cenas representam lendas de heróis,
personagens históricas, atletas e cenas do Quotidiano.
A partir do final do Século V, o papel das cores inverte-se:
o fundo é envernizado a negro e as figuras aparecem a
cor de tijolo ou vermelho, as figuras femininas são
representadas com a carne pintada de branco.

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