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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU

ARQUITETURA GÓTICA

Aluna: Williane Rodrigues da Silva

Recife, 30 de Setembro de 2014


A arquitetura góti ca

No começo do século XII, a arquitetura predominante ainda é a Românica, mas já


começam a aparecer as primeiras mudanças que conduzirão a uma revolução
profunda na arte de projetar e construir grandes edifícios.
No século XVI, essa nova arquitetura foi chamada desdenhosamente de gótica pelos
estudiosos, que a consideravam de aparência tão bárbara que poderia ter sido criada
pelos godos, povo que invadiu o Império Romano e destruiu muitas obras da antiga
civilização romana.
Em 1140, o Estilo Gótico, ou Ogival, aparece no sul da França na edificação da Abadia
de Saint Denis, inicialmente era exclusivo dos edifícios religiosos, esse estilo foi de
início, menosprezado pela Igreja Católica Romana e os eclesiásticos o associavam
aos pagãos.
Mas, o fato é que ele solucionava as limitações que o estilo românico impunha aos
Arquitetos e Construtores da época.

Principais característ icas de uma edificação gótica

 Fachada – Enquanto numa Igreja Românica existia apenas um portal, na


Gótica, como exemplo a Abadia de Saint Denis existiam três portais que davam
acesso as três naves da igreja: As duas naves laterais e a nave central;

 Rosácea - A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do estilo


Gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas entre os Séculos
XII e XIV. Trata-se de uma abertura circular onde um desenho geométrico de
bandas de pedra é Preenchido com vidro colorido, vitral. As cores são muito
fortes, acentuando o Realismo de representação pela combinação de vários
tons da mesma cor.

 Abób ada s d e Ne rvur as –


É a característica mais importante da arquitetura
Gótica, ela difere muito da abóbada de aresta da arquitetura românica, porque
deixa visíveis os arcos que formam a sua estrutura.

 Arco s Og ivai s - A consequência imediata do emprego dos arcos ogivaisfoi a


possibilidade
que se alongade construirpara
e aponta igrejas mais
o alto, altas. Além
acentua disso, odedesenho
a impressão altura eda ogiva,
verticalidade.

 Pilares- Chamados tecnicamente de suportes de apoio, dispostos em espaços


bem regulares, o edifício não precisa forçosamente de grossas paredes para
sustentar sua estrutura. A consequência estética mais importante desse novo
ponto de apoio da construção foi a substituição das sólidas paredes com
janelas estreitas, do estilo românico, pela combinação de pequenas áreas de
paredes com grandes áreas preenchidas por vidros coloridos e trabalhados.

 Esculturas góticas / Gárgulas - Como elemento arquitetônico, asgárgulas


possuem a função de escoar aságuas pluviais da cobertura e telhado dos
edifícios góticos, impossibilitando-a de escorrer pelas paredes exteriores,
degradando o local. Existem também opiniões diferentes sobre o elemento.
Uma delas é que as gárgulas não servem para esta função de escoar a água e
sim apenas para decorar o ambiente. A opinião mais controversa é de que as
gárgulas sirvam para proteger os templos e durante operíodo da noite criam
vida. Além das gárgulas e esculturas grotescas, existem outras esculturas
religiosas presentes na arquitetura gótica. Através destas, eram expressadas
a fé e religiosidade que o povo europeu sentia. Os caracteres esculturais
seguem o fundamento gótico do verticalismo e são, majoritariamente,
encontrados em portais e colunas. As esculturas, muitas vezes representam
personagens bíblicos como a virgem Maria e alguns santos.

Componentes de uma edifício gótico

 Planta - A planta de uma Catedral é sempre em forma de cruz. O braço


horizontal corresponde aos equinócios e aos solstícios, enquanto o braço
vertical corresponde a um simbolismo polar, aos polos com relação ao plano do
equador. A consciência da planta em cruz nos permite ler o mundo, perceber a
arquitetura.

 No Centro da Cruz- No ponto de encontro entre a horizontal e a vertical, o


homem se encontra no centro do mundo, mas também do seu ser. Não é por
acaso que neste ponto das Catedrais Góticas se situa o altar-mor.

 O eixo da nave central- Não é o prolongamento exato do eixo do coro. Esse


desvio do eixo não é devido a um erro do projeto, mas sim proposital. O desvio
do eixo é uma espécie de ruptura, uma fronteira invisível entre duas ordens de
realidades diversas. Uma ruptura entre a nave, lugar da consciência racional e
o coro, lugar da consciência absoluta. O desvio do eixo é uma das
manifestações mais claras de uma assimetria criativa que desvia a linha
diretamente da razão.

 Orientação em relação ao sol - As Catedrais, como outros edifícios sagrados,


são rigidamente orientadas com o abside para oleste , ponto geográfico onde
nasce o Sol.
Ao norte , onde tudo é escuridão, tem sempre um portal rico em simbologia
relativa ao início da vida. É no portal norte da Catedral de Amiens que os
alquimistas se reuniam para discutir sobre o início da Grande Obra. A oeste ,
frequentemente se encontram baixos relevos sobre o juízo universal e
no s u l uma grande rosácea que faz filtrar a luz do sol em toda a sua força.

Externamente
coberto, os portais
onde se são colocados
colocavam uns
os profanos sobre
antes doos outros, Lugar
batismo. em umainda
átrio não
sagrado, mas não mais pertencente ao mundo profano, último aviso a criar em
nós um estado interior consoante com a espiritualidade do interior do Templo.

 Nave - Como bem exprime a palavra, é arquitetonicamente um navio ao


contrário. É o símbolo da Arca onde embarcaram os Sábios para viajarem
através da luz. A nave encarna a razão, não no sentido moderno do termo,
mas no sentido tradicional, isto é, a soma das leis que constituem o Sagrado.
Quem percorre a nave já está no caminho e pisa um pavimento, hoje em dia
completamente refeito, mas que era srcinalmente um mosaico branco e preto
para evocar a dualidade do nosso mundo.

 Ogiva - A ogiva em cruz se baseia no princípio da transformação dos esforços


laterais em esforços verticais. É um conjunto de impulsos dado à pedra para
que a abóbada não pese muito, mas se lance do alto através dos contrafortes
laterais. O monumento gótico exige a existência de uma proporção perfeita
entre peso e esforços.
 Rosácea - é a primeira representação luminosa da transfiguração,
representada pelo sol, Cristo, a roda da vida, a srcem e o planejamento da
existência do homem. Embora não emanava luz visível, mesmo assim talvez
fosse a mais importante obras primas inigualáveis da arte vitral, ensinam dois
elementos essenciais do pensamento: Andar da periferia para o centro e vice-
versa. A sua imobilidade é só aparente, na verdade elas estão sempre em
movimento de acordo com os ciclos eternos do Cósmico. Eles são o símbolo
não só da roda, mas também da rosa mística que representa a ação do fogo
alquímico. E é por isso que os arquitetos góticos procuraram transferir para as
rosáceas de pedra uma imagem de fogo em movimento sobre a matéria. O
coro da Catedral é comparável ao Santo dos Santos, é a cabeça, é o oriente.
No coro é colocada a cadeira do Bispo, exatamente ao leste, onde nasce a luz.

Principais edifícios góticos

 - Foi o primeiro edifício gótico, por volta do ano de 1140.


Abad ia d e Sa int Deni s
Na fachada da abadia de Saint-Denis, os portais laterais eram continuados por
altas torres. O portal central tem, acima dos frisos que emolduram o tímpano,
uma grande janela, acima da qual há uma rosácea. Na cabeceira da igreja ou
chevet como chamam os franceses, foram usados os suportes técnicos;

 Catedral de Notre-Dame de Chartres – Na arquitetura dessa igreja, construída


entre os séculos XII e XVI, há muitos aspectos interessantes, mas o seu portal
principal, conhecido como Portal Régio, é considerado pelos historiadores da
arte como um dos mais belos conjuntos escultóricos do mundo. O Portal Régio
é formado por três portais: um central e dois laterais. Diversamente de Saint-
Denis, os três dão acesso à nave central da igreja. Cada um desses portais
apresenta um tímpano inteiramente preenchido por trabalhos de escultura. Os
três tímpanos narram, através dos trabalhos escultóricos, momentos diferentes
da vida de Cristo. Outro aspecto que atrai a atenção do visitante são as
delicadas colunas que ladeiam cada porta. Nessas colunas há figuras humanas
representando reis e rainhas do Antigo Testamento;

 Catedral de Notre-Dame de Laon – Sua construção foi iniciada por volta de 1155
e prosseguiu até o final do século XII. Ela nos mostra a realização do desejo de
construir igrejas mais altas e de aparência mais leve, o que mais chama a
atenção do observador é a altura conseguida: são 22 metros do chão até o
topo da abóbada. O interior está dividido em quatro níveis: a arcada principal,
que separa a nave principal das naves laterais; a galeria; o trifório, estreito
corredor com arcadas junto às paredes e geralmente com três arcos em cada
vão; e o clerestório. A grande claridade interna - outroaspecto da arquitetura
dessa igreja - foi conseguida pelo grande número de janelas colocadas em
todos os níveis, com exceção do trifório.

 Catedral de Notre-Dame de Paris – A catedral mais famosa, ela introduziu um


novo recurso
de uma técnico:
abóbada o arcobotante
da parte (fig.uma
superior de 11. parede
7). Essepara
arcoos
transmite a pressão
contrafortes
externos. Isso fez com que as paredes laterais não tivessem mais a função de
sustentar as abóbadas. Assim, o edifício gótico pôde abusar do emprego das
grandes aberturas preenchidas com belíssimos vitrais.A construção dessa
catedral começou por volta de 1160. Trata-se de uma das maiores igrejas
góticas do mundo, pois seu comprimento é de 150,20 metros c suas principais
abóbadas estão a 32,50 metros do chão.

 Saint – Chapelle - O gótico francês da segunda metade do século XIII recebeu


o nome de rayonnant (radiante), por causa do rendilhado das grandes
rosáceas e das delgadas e delicadas colunas combinadas com amplas áreas
de vitrais. O mais belo exemplo do estilo radiante é a Sainte-Chapelle,
construída entre 1243 e 1246 no palácio real da corte de Luís IX, em Paris. O
trabalho dos vitrais e a harmonia das colunas revestidas de dourado dão à
arquitetura uma grande semelhança com os trabalhos filigranados em metal e
esmalte dos relicários medievais.

O Gótico Alemão

A Alemanha ofereceu maior resistência a entrada da influência francesa, mas na


segunda metade do século XIII ela desenvolveu um estilo gótico com suas próprias
características Um exemplo típico dessa criação arquitetônica é a Elisabethkirche, em
Marburgo, cuja construção foi iniciada em 1235. A planta apresenta uma igreja
cruciforme, mas os braços do transepto têm o mesmo comprimento do braço do coro.
Tanto as extremidades do coro quanto as do transepto são arredondadas, formando
absides
da nave como noAestilo
central. parederomânico.
da naveInternamente, as naves
central tem uma única elaterais têm a mas
alta arcada, mesma altura
as naves
laterais têm dois níveis com grandes janelas ogivais. Nesta igreja, como as naves
laterais e a nave central têm a mesma altura, são desnecessários os arcobotantes. A
ausência desses arcos marca a diferença entre a igreja de Marburgo e o gótico
francês do século XIII.
E, apesar de externamente a construção ser um edifício compacto, existe
nele um aspecto de leveza, graças às linhas verticais dos contrafortes
e ao rendilhado das grandes janelas ogivais.

Principais Catedrais góticas Alemã

 Catedral de Santa Elizabeth, construção iniciada em 1235;


 Catedral dos Santos Maurício e Catarina, a história dessa igreja iniciou-se no
século X;
 Catedral de Ulm, é a catedral mais alta do mundo, possui mais de 160 m de
altura e 768 degraus;
 Catedral de Colônia, construção iniciada em 1248 e é puramente gótica, sua
construção durou 600 anos, a parti daí o estilo se firma em toda a Alemanha e
influencia a Áustria e Hungria;
 Catedral de Freiburg, A catedral começou a ser construída em estilo Românico
por volta de 1200, só em o 1230 começou a ser introduzido o estilo Gótico;

Arqu itet ura Góti ca no Bras il

Durante o século XV e XVI, os estilos gótico e manuelino foram levados pelos


portugueses a seus domínios d'além mar, particularmente as ilhas atlânticas dos Açores
e Madeira. A Sé do Funchal (capital da Ilha da Madeira), é uma típica igreja gótica-
manuelina.
Edificações góticas autênticas não existem no Brasil, porém o sub-estilo neogótico
popularizou-se a partir do reinado de D. Pedro II. Uma das igrejas neogóticas brasileiras
mais antigas é a Catedral de Petrópolis, começada em 1884 econcluída em 1925, que
abriga os túmulos do Imperador e sua família. Outro exemplo é a Igreja do Santuário do
Caraça (MG), e o Palácio da Ilha Fiscal (RJ).
Temos também no Brasil, os seguintes edifícios neogóticos tardios:


A Catedral da Sé (SP);
 A Catedral de Santos (SP);
 A Catedral Metropolitana de Fortaleza (CE)
 A Catedral Metropolitana de Vitória (ES);
 A Catedral de Belo Horizonte(MG);

As ú ltima s man ifes taçõe s da arqu itet ura góti ca

As últimas expressões da arquitetura gótica datam dos séculos XIV e XV. Nos edifícios
dessa época, o elemento que desperta maior interesse são as abóbadas trabalhadas
com um trançado de nervuras. Um exemplo desse tipo de abóbada encontra-se na
capela do King's College, da Universidade de Cambridge. Ela foi construída entre 1446
e 1515, e nela sobressaem os delgados pilares e os delicados vitrais. Po rém, o elemento
da arquitetura que mais encanta o observador é a abóbada decorada com nervuras que
lembram leques abertos.
No século XV, o estilo gótico deixou de ser exclusivo dos edifícios religiosos,
transferindo-se também para residências particulares, como o palácio conhecido como
Ca' d'Oro, construído por Matteo Reverti, entre 1422 e 1440, em Veneza.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Livro História da Arte – Graça Proença, Editora Ática - 16º Edição – 8º


Impressão
 Blog Oasis da Arte – Patrícia Candelária
http://arteoasis.blogspot.com.br/2011/05/arquitetura-gotica-no-brasil-e-
portugal.html
 Trabalho desenvolvido pelos alunos da UFMG Jordana e Renato – Arquitetura
Gótica na Alemanha e Inglaterra;
 Site, Técnicas arquitetônicas sobra arquitetura gótica, UMBRAUM
http://www.umbraum.com

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