Você está na página 1de 85

A Idade Média.

Introdução
TEMPO
A Idade Média é marcada:
-pela descentralização do poder
-pelo declínio das grandes cidades.

Devido a constantes invasões


bárbaras, as populações migraram
para o campo e a agricultura tornou-
se a base política, social e econômica.
A unidade do império romano
desapareceu e seu território foi
retalhado em feudos que se
estenderam por todo o continente
europeu.

Todos esses fatores deram início


ao Feudalismo, sistema político,
social e econômico que se instalou na
Europa medieval.
• Crea-se uma sociedade estamental:
▫Nobreza.
▫Clero.
▫Terceiro Estado: Camponeses, Servos…

A arte Românica
nasce no berço da
sociedade Feudal.
A Igreja católica, já organizada nas
últimas décadas do Império Romano,
tornou-se a instituição mais
importante da Idade Média, devido à
progressiva conversão dos bárbaros
ao cristianismo.

O Papa era reconhecido como a


autoridade máxima e a arte e a cultura
era dominada pela Igreja.
Arte
Românica
Século XI até século XIII
França, Inglaterra, Itália, Espanha e Alemanha

Um novo estilo de arte, misturando a arte romana e


bizantina, chamado ROMÂNICO, usado principalmente
nas construções de igrejas, mosteiros e castelos
• Na Idade Média a arte tem suas raízes na época
conhecida como Paleocristã, trazendo
modificações no comportamento humano. Com
o Cristianismo a arte se voltou para a
valorização do espírito. Os valores da religião
cristã vão impregnar todos os aspectos da vida
medieval. A concepção do mundo dominada
pela figura de Deus proposto pelo cristianismo
é chamada de teocentrismo (teos = Deus). Deus
é o centro do universo e a medida de todas as
coisas. A igreja como representante de Deus na
Terra, tinha poderes ilimitados.
Arte Românica
A arte românica surgiu em
plena época medieval, entre
os séculos XI e XII.

As peregrinações e as
cruzadas serviram como
meio de expansão da arte e
da cultura românica. A
religião, o temor religioso e
o medo do Juízo Final
mobilizaram os fiéis nas
peregrinações aos principais
lugares santos.

A pedra foi o material usado


para construir igrejas,
catedrais, mosteiros e
fortalezas. O interior e o
exterior das igrejas e dos
mosteiros eram decorados
com histórias da Bíblia: do
Antigo e do Novo
Testamento.
O Homem do período românico quer dedicar a sua arte a Deus.
A criação do românico
Só no século XIX foi reconhecido um estilo arquitectónico original –
designado de «românico» - que se desenvolveu na Europa Ocidental
durante os séculos XI e XII.

O termo «românico», primeiramente utilizado como referência às


línguas europeias com origem no latim, foi aplicado por Adrien de
Gerville, em 1823, às tipologias arquitectónicas inspiradas nas formas
e nas técnicas da Antiguidade romana.

A base estrutural do Românico deriva da tradição construtiva


romana – arco de volta perfeita, as abóbadas, os muros, os
contrafortes.

Foi uma época que conheceu bem o tratado de Vitrúvio, De


Architectura, e que, na sua essência, respeitou os conceitos ali
postulados.
Quer se tratasse de um castelo, de uma igreja ou de uma abadia, eram
edifícios – fortaleza em pedra, robustos, maciços e impenetráveis,
defendendo-se em relação às ameaças exteriores, fossem de natureza
material ou espiritual.

A obscuridade em que os seus interiores mergulhavam, contribuía


para a atmosfera de mistério e misticismo que caracterizava a cultura
românica.

Consoante as necessidades, os A primeira coisa que chama a


construtores românicos ergueram atenção nas igrejas românicas é
edifícios com funções distintas: o seu tamanho. Elas são sempre
- igrejas para os fiéis grandes e sólidas. Daí serem
- mosteiros para os monges e abades chamadas: fortalezas de Deus. A
- castelos para os senhores feudais arte desse período passa, assim
a ser encarada como uma
extensão do serviço divino e
uma oferenda à divindade.
C[r[]t_rísti][s ^[
@rquit_]tur[ Români][
Estilo artístico vigente na Europa entre os séculos X e XIII,
XIII,
principalmente nas igrejas...
igrejas... Até então a arte tinha se
fragmentado em vários estilos e o românico é o primeiro a
trazer uma unidade nesse panorama
panorama..
A arte românica se destacou principalmente na
arquitetura de igrejas, mosteiros e castelos.
1) Utiliza o arco de médio ponto
(também chamado arco pleno ou arco de
volta perfeita)
De traçado semicircular
2) Abóbadas de canhão (ou de berço)
e de aresta

Abóbada de canhão Abóbada de aresta (interseção de


dois abóbadas de canhão em perpendicular)
Definição de abóbada
A abóbada é uma construção em forma de arco
com a qual se cobrem espaços compreendidos
entre muros, pilares ou colunas. Compõe-se de
peças lavradas em pedra especialmente para este
fim, denominadas aduelas, ou de tijolos apoiados
sobre uma estrutura provisória de madeira,
o cimbre.

Embora de uso generalizado no Império Romano,


a construção de abóbadas constituiu o principal
problema arquitetônico da Idade Média européia.
O desafio de construí-las foi um dos fatores que
impulsionaram a evolução da arquitetura
ocidental.
Abóbada de canhão
Surge da projeção de um arco de médio ponto
Abóbadas românicas:
Abóbada de canhão.
Abóbada de aresta
Surge da interseção de dois abóbadas de
canhão perpendiculares e com a mesma flecha
Abóbadas românicas:
Abóbada de aresta.
Abóbada de Quarto de
Esfera ou semi-cúpula.
• É usada normalmente para
colocar no teito do abside, das
capelas ou dos absidiolos.
• No cruzeiro podia colocar-se uma cúpula,
ou por fora um zimbório.
3) Paredes grossas
4) Janelas pequenas ou compridas, criando
ambientes escuros e sombrios. Poucas janelas.
5) Torres baixas e largas
6) Consolidação das paredes por contrafortes
para dar sustentação ao prédio.
7) Consolidação dos arcos por
meio de arquivoltas

arquivoltas
As portadas românicas.

JAMBAS

O abocinamento da
portada Românica da
local ao aparecimento de
ARQUIVOLTAS e
JAMBAS
8) Rosáceas
Trata-se de uma
abertura circular onde
um desenho
geométrico de bandas
de pedra (traceria) é
preenchido com vidro
colorido,vitral.

Alcançarão o seu
esplendor no período
gótico, com cores
fortes, acentuando o
realismo da
representação pela
combinação de
variados tons da
mesma cor.
ARQUITETURA ROMÂNICA

As características mais
significativas da arquitetura
românica são:
* abóbadas em substituição ao
telhado das basílicas;
* pilares maciços e paredes
espessas;
* aberturas raras e estreitas
usadas como janelas;
* torres, que aparecem no
cruzamento das naves ou na
fachada; e
* arcos que são formados por 180
graus.
Plantas da arquitectura Românica.
Planta Basilical

Planta
Circular

Planta
de Cruz
Grega

• Basilical: com uma,


três ou cinco naves.
Estas podem ter ou
não transepto.
Plantas da arquitectura Românica.
Planta de Igreja de Peregrinação.
Planta en forma de cruz latina

Estas igrejas eram dotadas para receber grandes


multidões e procissões, pelo que havia a
necessidade do deambulatório, que permitia o
decorrer normal das cerimónias
simultaneamente com as procissões passando
atrás do altar.
Cabeceira
Nártex
Nave Central
Naves Laterais
Transepto
Cruzeiro
Coro
Abside
Deambulatório ou Charola
Capelas Radiantes - Absidíolos
Muros

Os muros são muito


grossos para poder soster
o peso das abóbadas e das
cúpulas. Além disso,
ajudam-se de
contrafortes.
Existem poucas janelas, o
que provoca que as igrejas
estejam pouco iluminadas.
* Muro:

Marca del cantero

Silhares Silhares
irregulares regulares
Corte esquemático de uma catedral
O muro do românico é de grande espessura, às vezes
superior a 1 metro. No constructor dessa época primava a
estabilidade da obra sobre qualquer outra circunstância ou
aspecto. Assim criava muros de grande potência, com poucos
vãos, pelo medo a debilitá-los. É por isso que a luz no interior
é escassa e cria esse efeito de escuridão que sugere-nos a
atmosfera do românico, e que não provem mais do que do
medo do constructor a fazer um muro fraco.

Se a obra não se pensava fechar com uma abóbada de pedra, o


muro podia ser de menor espessura, mas se tinha que
suportar os notáveis empuxos da coberturas, tudo era pouco:
vasta grossura, poucas janelas, contrafortes...
Nas obras de altura notável, como as torres militares, o muro ia sendo menos
grosso quanto mais alto estava. Isto era assim, por uma parte para diminuir o peso
total do muro, e por outra parte para ter um ponto de apoio das lajes das distintas
plantas, graças aos recuos. Nas torres-campanário aplica-se a mesma ideia, com o
resultado de aumentar o número e amplitude dos vãos com a altura. Na parte de
cima as cargas são menores a abrir amplos vãos aligeira a carga total que deve
suportar a base. O resultado é esteticamente belo.
O arquétipo do muro românico é o muro pesado, robusto e com poucas
aberturas. Este esquema inicial condicionará o aspecto interior dos
edifícios. O crescimento em altura dos templos ver-se-á
limitado pela massa do muro, que chega a não ser capaz de
agüentar o seu próprio empuxo. Além disso, devia suportar o peso
das abóbadas. O grande avanço neste campo surge com a
experimentação.
Algum mestre constructor deveu pensar que
a chave do assunto não estava em fazer
muros mais robustos e, portanto mais
pesados, senão em articulá-los de maneira
que, com menos peso, fossem capazes de
transmitir os empuxos das abóbadas e o seu
próprio. Talvez a chave foi compreender o
funcionamento das abóbadas de
aresta. Nelas, as cargas transmitem-se aos
pilares das esquinas, permitindo assim abrir
vãos nos muros.
Tribuna
• A tribuna é um elemento que
se usa em algumas igrejas
românicas , e tem várias
finalidades:
▫ Aumentar a capacidade da
igreja.
▫ Separar os fieis por sexos.
▫ Zona onde podem descansar
os peregrinos que se dirigem
aos Santos Lugares.
CLERESTÓRIO
O trifório, galeria semi abobadada
aberta para a nave central, era
colocado sobre as naves laterais mais
baixas, iluminado pelo clerestório.

Como evolução arquitetônica surgem


os grandes arcos de comunicação entre
a nave central e as laterais. E na parte
de cima, uma nova articulação do
muro: o trifório. E mais alto ainda: o
clerestório (uma coleção de vãos pelos
que entra a luz). Todos eles
transmitem eficazmente o peso da
abóbada de pedra, o que tivesse sido
impensável com um muro continuo de
1 metro de espessura, pois este não
tivesse podido agüentar o seu próprio
empuxo.
Os suportes.
Uso de diferentes suportes:
• Colunas encostadas aos muros.
• Colunas encostadas aos pilares.
• Pilares compostos.

TIPOS DE PILARES
COMPOSTOS ROMÂNICOS
Podem ser cruciformes

Evolução do pilar cruciforme no Românico


Santa Fe de Conques.
Fachada.
Santa Fe de Conques.
Exteriores.
Santa Fe de Conques.
Planta.
Santa Fe de Conques.
Interiores.
Igreja de São Martín de Fromista,
Espanha.
Abóbada de canhão

Transepto
Zimbório

Contraforte
A famosa torre de Pisa (Itália), é inclinada devido a um
fenômeno bastante comum na maior parte das torres italianas de
mesma época, decorrência do solo onde foram construídas,
porém este fato não é tão pronunciado.
Mosteiro
de Cluny
Os mosteiros foram importantes
para o estabelecimento da
arquitetura românica.
Um mosteiro é uma instituição
e edifício de habitação, oração e
trabalho de uma comunidade de
monges ou monjas.
Mosteiro Paco Souza, Portugal.
Desse conjunto característico, a
dependência a se destacar é o
claustro, por vincular o mosteiro ao
templo e por ser a dependência
mais bem cuidada do ponto de
vista artístico.
CLAUSTRO DO
MOSTEIRO DE SILOS
MOSTEIRO DE SÃO JOÃO DE DOURO
Castelos Românicos
Eram a nova forma de arquitetura militar.
Serviam de casa para o Sr. Feudal e sua
família ao mesmo tempo faziam a defesa
passiva e comandavam as tropas.
Escultura
1) Está inteiramente subordinada à
arquitetura e à religião

2) São esculpidos relevos e estátuas -


colunas que ornamentam as paredes
externas das construções românicas
3) Mostram cenas do Antigo e Novo
Testamento, o juízo final, figuras de
animais fantasiosos e demônios.
A pintura também aparece nos manuscritos sob
a forma de iluminuras, ou seja, ilustrações de
textos com cores vivas, ornamentadas com ouro
e prata.
CONCLUSÕES:

•A arte românica é muito importante, pois assentará as


bases da arte gótica. O gótico recolherá as experiências do
românico para melhorá-las e criar outras mais avançadas.

•A românica foi uma arte sólida, sóbria, forte, de grande


riqueza criativa. Mais inclinado ao recolhimento, à oração,
ao mundo místico e à linguagem simbólica. A sua solidez
evocava também a ideia de eternidade, de imutabilidade e
de simplicidade.

Você também pode gostar