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SOCIEDADE
AULA 2
• 1. A arte românica;
• 2. A arte gótica;
• 3. O Renascimento;
• 4. Artistas do Renascimento italiano;
• 5. Artistas do Renascimento alemão e dos Países Baixos.
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Sob seu reinado, Carlos Magno demonstrou interesse em preservar a arte
e a cultura romanas, com a intenção de restaurar a antiga civilização. E conforme
ainda apontam Janson e Janson (1996, p. 107), Carlos Magno “teve um papel
ativo nessa restauração, através da qual ele esperava inculcar a tradições de um
passado glorioso nas mentes do povo semibárbaro de seu reino”. Para tanto,
essa primeira fase medieval foi responsável pela fusão entre a cultura celto-
germânica e a cultura mediterrânea.
Na arquitetura dessa fase, evidenciamos a construção de igrejas e
mosteiros cujas características básicas podem ter sido definidas em um concílio
eclesiástico (Janson; Janson, 1996). Isso demonstra que o estilo arquitetônico
utilizado era rigorosamente pensado em todos os detalhes da construção,
levando em conta fatores estéticos, mas também práticos e ainda religiosos.
Não devemos imaginar, porém, que toda a arte nesse período existiu
exclusivamente para servir a ideias religiosas. Na Idade Média não
foram construídas apenas igrejas, mas também castelos, e os barões
e senhores feudais a quem os castelos pertenciam empregavam,
ocasionalmente, artistas. (Gombrich, 1999, p. 167)
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Românico e o Gótico, que receberão especial atenção nas próximas páginas. E,
por fim, trataremos sobre o Renascimento com destaque em alguns artistas.
A arte românica era uma arte monástica, mas, ao mesmo tempo, uma
arte da aristocracia. A combinação dessas qualidades mostra muito
bem como era grande a solidariedade entre o clero e a nobreza
secular. As mais importantes funções na Igreja medieval estavam
reservadas, à semelhança do cargo de sumo-sacerdote na antiga
Roma, para membros: da aristocracia; os abades e bispos, entretanto,
estavam vinculados ao sistema feudal não só por serem nobres, mas
também por seus interesses econômicos e políticos. (Hauser, 2003, p.
178)
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Essa opção contribuiu para a ruína de grandiosas igrejas românicas,
mesmo algumas com pouco tempo de construção (Gombrich, 1999), e, como
exemplo, podemos citar as ruínas da Igreja de Saint-Etienne-le-Vieux in Caen,
departamento de Calvados, na França.
Da pintura românica que chegou até nós, a maior parte foi produzida
dentro de mosteiros no caso das iluminuras e, portanto, é natural que
apresentem temas religiosos. Mas para além das iluminuras, destacamos a
pintura de ícones, murais, afrescos e ainda a produção de mosaicos. No entanto,
todos parecem manter determinadas características, como o colorismo e a
deformação das figuras.
No caso do colorismo, evidenciamos a aplicação direta das cores puras
realizada pelos artistas da época. Com isso, eram obtidas tonalidades diversas,
a depender da gama de pigmentos que tinham acesso. Não obstante, a
passagem de cores, ou seja, o degradê, não era utilizado porque as pinturas
pareciam muito mais com desenhos coloridos. Ao observarmos essas
características, podemos analisar alguns casos, considerando que a técnica
mais utilizada era a têmpera a ovo. Conforme Ralph Mayer:
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produzida com a gema ou a clara como aglutinante ou médium, misturado aos
pigmentos coloridos, que dão cor à mistura, permitindo que esta seja utilizada
como tinta. Mas devido ao uso de ovos como aglutinante, a têmpera tem uma
secagem muito rápida, inibindo o trabalho de passagem em degradê entre as
cores, o que exige do artista que a pintura seja produzida mais rapidamente.
Além disso:
Crédito: XRISTOFOROV/Shutterstock.
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TEMA 2 – A ARTE GÓTICA
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construir uma igreja de um tipo inteiramente novo: uma edificação de pedra e
vidro como o mundo jamais vira” (Gombrich, 1999, p. 185).
Crédito: TTstudio/Shutterstock.
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Na fase final da arquitetura do período gótico, temos as catedrais que se
elevam às alturas como se fossem chamas em encontro aos céus. Esse estilo é
conhecido como gótico flamejante, com linhas sinuosas que visualmente
sugerem o movimento do fogo.
Crédito: Telly/Shutterstock.
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O intuito era passar o sentimento aos fiéis de que, fora da casa de Deus,
todos estavam sujeitos ao mal e, ainda, de que o demônio estaria à espreita de
todos aqueles que pecassem. Dessa forma, esse símbolo era utilizado como
maneira de amedrontar aqueles que não frequentavam as igrejas ou possuíam
uma conduta incondizente com aquilo que era pregado.
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artistas Giotto di Bondone (1267 – 1337), Jan van Eyck (1390 – 1441), Simone
Martini (1284 – 1344), Fra Angelico (1395 – 1455), Duccio (1255 – 1319).
Crédito: Mirages.nl/Shutterstock.
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Figura 11 – Jan van Eyck (1390 – 1441), A Lucca Madonna. Pintada em
aproximadamente 1437
TEMA 3 – O RENASCIMENTO
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do homem medievo, tornaram-se, é certo, meras ‘ideias secundárias’” (Hauser,
2003, p. 276).
Mesmo assim, vale destacar que no renascimento os temas religiosos e
metafísicos não foram abandonados, muito pelo contrário, aliás, passaram a
receber uma outra conotação com representações mais naturalistas em
composições matematicamente harmônicas e equilibradas.
No entanto, esses temas já não se traduziam mais em representações de
subjugação do homem diante do sagrado, muito pelo contrário, pois o homem
passa a ser visto como algo naturalmente sagrado e com um papel fundamental
na criação. E esse já representava um dos reflexos do pensamento
antropocêntrico na arte.
A presença do pensamento antropocêntrico, do homem no centro de
todas as coisas, permitia que o artista compreendesse a relação do homem com
o sagrado de uma forma mais humanista, valorizando a inteligência e
racionalidade humana. Tal pensamento pode ser facilmente identificado ainda
em questões sociais, econômicas e culturais desse período.
Crédito: Reeed/Shutterstock.
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Para os artistas do renascimento, essas leis de equilíbrio estariam dentro
de nós e, portanto, seriam buscadas, de alguma forma, pelo nosso olhar em
resultado de nosso equilíbrio com a natureza.
A compressão acerca da natureza permitia ao homem ser um
investigador, um cientista da criação e não mais uma figura que deveria aceitar
sem compreender os diferentes fenômenos. A razão matemática entre o lado
maior e o menor do retângulo de ouro é 1,618, sendo chamado de número PHI
(Φ) em homenagem ao artista grego Phideas.
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Para Argan (2003, p. 132), “a perspectiva não é, portanto, uma reflexão
intelectual sobre o dado percebido pelos olhos, mas o modo de ver segundo o
intelecto, primeiro com a mente, depois com os olhos”.
Como exemplo de obra, está o afresco da Santíssima Trindade, feito pelo
artista renascentista Masaccio (1401 – 1428), encontrando-se na Igreja de Santa
Maria Novella, em Florença, na Itália. Criado em 1427, essa obra é considerada
uma pintura pioneira no uso da perspectiva, tornando-se inspiração para muitos
artistas.
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Figura 15 – Igreja de Santa Maria del Fiori, a Catedral de Florença. Teve início
em 1296 com projeto de Arnolfo di Cambio e contou com projeto de Filippo
Brunelleschi (1377 – 1446) para a construção da cúpula, sendo esta finalizada
em 1436
Crédito: ChiccoDodiFC/Shutterstock.
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embora seguissem os ideais renascentistas, ainda apresentavam características
próprias.
Essas mesmas características adivinham de profundo estudo e dedicação
aos temas de interesse de cada artista. Entre os artistas do renascimento
italiano, podemos destacar Donatello (1386 – 1466), Andrea del Verrocchio
(1435 – 1488), Sandro Botticelli (1445 – 1510), Leonardo da Vinci (1452 – 1519),
Michelangelo Buonarroti (1475 – 1564), Rafael Sanzio (1483 – 1520).
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Figura 18 – Estudos de engenharia desenhados por Leonardo da Vinci em uma
de suas cadernetas
Crédito: lolloj/Shutterstock.
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4.3 Michelangelo Buonarroti (1475 – 1564)
Crédito: PhotoFires/Shutterstock.
Crédito: S-F/Shutterstock.
Figura 22 – A penitência de São Jerônimo (c. 1494), óleo sobre madeira, Museu
de Viena
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Figura 23 – A tentação de Santo Antônio, por Hieronymus Bosch, ca. 1530-1600,
pintura, óleo sobre painel. Santo António, o Eremita, em oração acompanhado
por simbolismo
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
Nesta aula aprendemos sobre a arte na Idade Média, passando pela arte
românica com destaque na construção das grandiosas e austeras igrejas
construídas nesse estilo. Também vimos sobre a pintura românica e destacamos
que muitas das esculturas desse período se encontram nas igrejas. Ainda,
tratamos sobre a arte do período gótico com ênfase nas catedrais góticas e suas
características como o arco ogival.
Além disso, nesta aula, tratamos sobre o Renascimento e suas
características e seus conceitos, como o antropocentrismo. A partir disso,
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abordamos alguns dos artistas do Renascimento italiano para, por fim,
destacarmos alguns dos artistas do Renascimento alemão e dos Países Baixos.
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REFERÊNCIAS
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